quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Novo supercomputador do INPE

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Novo supercomputador do Inpe chega nesta segunda-feira

30-09-2010

O novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desembarca no aeroporto de São José dos Campos (SP) na manhã da próxima segunda-feira (4/10), às 7 horas, num vôo fretado, proveniente de Miami, Estados Unidos. O supercomputador sairá no dia 2 de outubro de Chipewa Falls, Wisconsin, Estados Unidos, onde está localizada a fábrica e a unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Cray Inc. e embarcará no dia seguinte (3/10), às 22 horas (23 horas, em Brasília) do aeroporto de Miami.

Para o transporte rodoviário e aéreo, nos trechos dos Estados Unidos e Brasil, o supercomputador foi desmontado e acondicionado em 84 volumes. Cinco caminhões climatizados farão o transporte da carga entre Chippewa Falls, região norte dos Estados Unidos, até Miami, sudeste do país. No aeroporto, a carga será dividida e acoplada a 24 paletes para o transporte aéreo, num avião DC-10.

Logo após o desembarque no aeroporto de São José dos Campos, na manhã de segunda-feira (04/10), a carga passará pela inspeção da Receita Federal. Ainda não há previsão de quanto tempo será preciso para realizar todos os procedimentos de nacionalização da carga. Sete caminhões farão o transporte do supercomputador pela Rodovia Presidente Dutra até o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Inpe de Cachoeira Paulista, trajeto que deverá ser percorrido entre 2 e 3 horas.

Todo o transporte do supercomputador, desde o momento em que a carga for retirada da fábrica da Cray, nos Estados Unidos, até a chegada no Centro de Dados do Cptec/Inpe, será em ambiente climatizado, a uma temperatura média de 10ºC. Somente após um período de 24 horas no interior do prédio do Cptec, para uma nova fase de climatização, será iniciada a abertura dos volumes. A montagem e a instalação do supercomputador deverão ocorrer ao longo de duas semanas, aproximadamente.

Logo após a montagem, o supercomputador será ligado, passando por um processo de customização ao longo de mais quatro semanas, e envolverá a adaptação e instalação de softwares operacionais, monitorados pelo grupo de Operação e Suporte do CPTEC. Já o processo de migração dos modelos operacionais de previsão de tempo, clima e ambiental do Cptec, e daqueles relacionados às projeções de cenários de mudanças climáticas do Centro de Ciências do Sistema Terrestre (CCST), deverão ocorrer nos meses seguintes.

A expectativa é de que o novo supercomputador esteja processando diariamente os modelos operacionais de previsão meteorológica e ambiental no início do próximo ano.

O novo supercomputador

Adquirido com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o novo sistema de supercomputação será instalado no INPE de Cachoeira Paulista (SP) para utilização pelos Centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do próprio Instituto, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima) do MCT, do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.

Este supercomputador permitirá gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 km na América do Sul e 20 km para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros. As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência.

A nova máquina também será fundamental para o desenvolvimento e implementação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global, que incorporará todos os elementos do Sistema Terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, ciclos biogeoquímicos, etc), suas interações e como este sistema está sendo perturbado por ações antropogênicas (por exemplo, emissões de gases de efeito estufa, mudanças na vegetação, urbanização, etc.). Este esforço envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições, o que se constitui num projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes entre países em desenvolvimento.

O novo supercomputador irá ampliar em mais de 50 vezes a capacidade de processamento no INPE. A atual infraestrutura computacional está operando no limite de sua capacidade, o que tem impedido a incorporação de avanços já desenvolvidos nas áreas de modelagem numérica, modelagem de mudanças climáticas, assimilação de dados, química e aerossóis, atmosfera, oceanos e vegetação, que deverão trazer melhorias às previsões de tempo e clima e às simulações de mudanças climáticas.

Fonte: INPE
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Amazônia-1: INPE esclarece revogações

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Ontem (29), na postagem "Amazônia-1: revogações de licitações", informamos que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) havia revogado as concorrências para a compra do subsistema gravador digital de dados, estrutura mecânica para montagem de módulos de cargas úteis, e a antena de banda X do satélite, alguns dias após ter publicado os avisos de abertura no Diário Oficial.

Contatamos o diretor do INPE, Gilberto Câmara, para saber as razões das revogações. Câmara respondeu ao blog na noite de ontem, esclarecendo a questão: "As licitações foram publicadas erroneamente como "concorrência internacional", quando deveriam ser "concorrência nacional". A política industrial do INPE é bem definida: todos os itens que podem ser fabricados pela indústria brasileira são licitados como "concorrência nacional". Infelizmente, houve um erro de procedimento no momento de publicar o edital, que teve de ser corrigido pelo INPE."
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Satélites no Estadão de hoje

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O jornal "O Estado de S. Paulo" de hoje (29) publicou algumas reportagens sobre a tecnologia brasileira no monitoramento terrestre por satélites. Uma matéria principal destaca que o Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), "exportará" seu expertise no monitoramento de desmatamento da floresta amazônica para técnicos da África e América do Sul, graças a parcerias com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jaica), a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e a Fundação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

As reportagens podem ser lidas clicando-se sobre os títulos abaixo:

"Brasil vai exportar vigilância de florestas"

"Satélites em hora extra, alerta para a Amazônia"

"África usará imagens de parceria Brasil-China"

"País quer monitorar agricultura do espaço"

Ponto interessante abordado por um dos textos, citando Dalton Valeriano, coordenador do Programa Amazônia do INPE, é que a partir de 2011, o Instituto passará a usar imagens de radar produzidas pelo satélite japonês Alos. Imagens geradas pelo mesmo satélite já são usadas pelo SIPAM e IBAMA.

As imagens radar, capazes de penetrar as nuvens e assim visualizar o solo em qualquer horário e sob quaisquer condições de tempo, são justamente uma das maiores deficiências dos programas brasileiros de monitoramento do desmatamento, aspecto que, talvez, pudesse até mesmo ser melhor explorado nas reportagens do "Estadão".

O Brasil busca de algum modo atender essa necessidade, como a aquisição de imagens do satélite Alos, parceria com a italiana Telespazio para pesquisas com dados de radar para a Amazônia, e o projeto do satélite próprio MAPSAR.
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Amazônia-1: revogações de licitações

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As tão aguardadas concorrências para a compra dos últimos componentes do satélite Amazônia-1 já começaram mal.

Três delas, para a compra do subsistema gravador digital de dados, estrutura mecânica para montagem de módulos de cargas úteis, e antena de banda X foram revogadas, conforme publicado ontem (28), no Diário Oficial da União (veja os extratos abaixo).

O blog está apurando as razões das revogações e dará mais informações em breve.

"AVISOS DE REVOGAÇÃO

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 385/2010

Fica revogada a licitação supracitada, referente ao processo Nº 01340000226201001. Objeto: Aquisição de 1 (um) Subsistema Gravador Digital de Dados do Satélite Amazônia 1.

(SIDEC - 27/09/2010) 240106-00001-2010NE900001

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 393/2010

Fica revogada a licitação supracitada, referente ao processo Nº 01340000235201093. Objeto: Aquisição de um Subsistema de Estrutura Mecânica para montagem de 2 (dois) módulos de carga útil para o Satélite Amazônia 1.

(SIDEC - 27/09/2010) 240106-00001-2010NE900001

CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Nº 394/2010

Fica revogada a licitação supracitada, referente ao processo Nº 01340000236201038. Objeto: Aquisição de uma Antena de Banda X do Subsistema AWDT (Transmissor de Dados da Câmera AWFI) do Satélite Amazônia 1.

GILBERTO CAMARA NETO
Diretor

(SIDEC - 27/09/2010) 240106-00001-2010NE900001"
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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Amazônia-1: licitações são iniciadas

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Sexta-feira passada, 24 de setembro, foi finalmente publicado no Diário Oficial da União avisos de abertura de concorrência para a aquisição dos componentes restantes do satélite de observação terrestre Amazônia-1, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Há pouco mais de um mês, em 22 de agosto, o blog já havia divulgado que o lançamento de novas licitações para o primeiro satélite baseado na Plataforma Multimissão (PMM) era iminente.

As concorrências compreendem os seguintes componentes: (i) 4 (quatro) sensores de estrelas para integrar o Sistema de Controle de Atitude (ACDH - Atitude Control and Data Handling); (ii) 1 (uma) unidade de interfaces OBDH (On-Board Data Handling); (iii) equipamento TWTA - Traveling Wave Tube Amplifier (Amplificador a Tubo de Ondas Progressivas) para integrar o Subsistema AWDT (AWFI Data Transmitter); e (iv) 1 (um) subsistema de gravador digital de dados.

As propostas de empresas interessadas deverão ser entregues em cerca de um mês, para contratação pelo INPE até o final do ano.

O blog manterá os leitores informados sobre as evoluções destas concorrências.
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OrbiSat em Espaço

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A edição nº 122 de Tecnologia & Defesa, que se encontra nas bancas, conta com uma reportagem com um perfil da OrbiSat, uma das mais bem sucedidas indústrias brasileiras no setor de defesa, especializada em sensoriamento remoto, radares para vigilância aérea e terrestre, e também no desenvolvimento de produtos eletrônicos de consumo (antenas e receptores). A empresa tem também interesse no setor espacial.

Abaixo, reproduzimos o trecho que trata de seu envolvimento com o Programa Espacial Brasileiro, mais especificamente, com o projeto MAPSAR:

"Satélite

Sendo a empresa brasileira com mais experiência em tecnologias de sensoriamento remoto por radares, o envolvimento da OrbiSat em projetos relacionados a satélites com sensores radares seria mais do que lógico. E é o que acontece. Já há alguns anos, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) consideram a construção de um satélite-radar, chamado MAPSAR, de modo a preencher a lacuna na capacidade nacional de observação terrestre a partir do espaço. O Brasil conta apenas com satélites próprios dotados de sensores óticos, incapazes de imagear determinadas regiões, como a Amazônia, em razão da cobertura de nuvens. Em princípio, o MAPSAR deve contar com cooperação internacional.

A OrbiSat está envolvida com os estudos do MAPSAR desde 2002, ano em que foi responsável por um curso de projeto de radar SAR satelital para pesquisadores do INPE. Entre 2002 e 2007, a empresa acompanhou o desenvolvimento do programa de satélite-radar do INPE e, em 2008, foi contratada para projetar um radar satelital que cumprisse com os requisitos dos Programas PRODES e DETER, de monitoramento do desmatamento na região amazônica. A solução tecnológica apresentada prevê o atendimento das necessidades nacionais com um só satélite."
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ACS: binacional divulga informações

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A binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) divulgou ontem (23) um press release sobre o lançamento da pedra fundamental no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, no início deste mês. O texto traz algumas informações interessantes, como uma avaliação do mercado de lançamentos (com base em dados da Euroconsult).

Apesar dos dados da Euroconsult serem relativamente confiáveis (para algumas pessoas do mercado, até mesmo conservadores), a ACS não detalhou a faixa que pretender explorar, e nem como alcançará o número sugerido (seis) de lançamentos anuais. Dado avanço na materialização do projeto da joint-venture, seria bastante pertinente que a empresa divulgasse mais dados sobre o seu plano de negócios e estratégias para a superação dos principais "defeitos" - se assim pode-se chamar - da iniciativa ucraniano-brasileira. Do ponto de vista técnico, há fortes críticas e dúvidas quanto a baixa capacidade do Cyclone 4 em missões de perfil geoestacionário.

Abaixo, reproduzimos a íntegra do press release:

ACS lança Pedra Fundamental em Alcântara

23/09/2010

A Binacional brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space lançou, na manhã de 9 de setembro, as obras de construção do seu sítio de lançamento. Instalado onde futuramente será a entrada da ACS, o monumento foi inaugurado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e pelos diretores gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk.

Dentro da chamada Pedra Fundamental, Amaral e Serdyuk guardaram documentos importantes, que ficarão eternizados sob a placa de inauguração das obras. São os casos das licenças que permitiram à Binacional dar início às obras de seu sítio de lançamento e a publicação no Diário Oficial da União do Estatuto da ACS e do Tratado entre Brasil e Ucrânia.

Casa cheia

A cerimônia de lançamento teve início às 11h e durou cerca de uma hora. O público presente foi de aproximadamente 120 pessoas, entre elas autoridades como o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Igor Hrushkó, o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro-do-ar Ailton dos Santos Pohlmann, o comandante do Primeiro Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro Odil Martuchelli Ferreira, o comandante do Quarto Distrito Naval, Vice-almirante Rodrigo Otávio Fernandes de Honkis, o prefeito de Alcântara, Raimundo Soares, e vereadores do município. As comunidades quilombolas de Alcântara também estavam lá.

As obras do sítio de lançamento da Binacional terão início ainda em outubro de 2010. Atualmente, trabalha-se intensamente na supressão vegetal do terreno que abrigará o complexo espacial: uma área de quase 500 hectares do município alcantarense. A expectativa da Binacional é lançar o primeiro foguete Cyclone-4 em fevereiro de 2012.

Veículo lançador

Iniciadas as obras de construção do sítio de lançamento da ACS, chega a hora de voltar as atenções para o veículo lançador Cyclone-4, cujo desenvolvimento e construção estão ocorrendo na Ucrânia. O foguete brasileiro-ucraniano, que conta, paritariamente, com capital dividido entre Brasil e Ucrânia, está em fase final de produção. Assim que ficar pronto, o foguete será propriedade da ACS, igualmente de forma paritária.

O capital social da Binacional Alcântara Cyclone Space, somadas as parcelas que devem ser integralizadas por Brasil e Ucrânia, chega a US$ 487 milhões. Isso significa dizer que cada país investirá na ACS US$ 243,5 milhões até que a Binacional inicie suas operações comerciais, em 2012.

Mercado mundial

O mercado de transporte de satélites é segmentado por tipo de foguete, classificados pela carga que podem transportar, pelo seu alcance ou pela órbita na qual colocarão suas cargas úteis (satélites). A expectativa do mercado de satélites é que boa parte dos que hoje estão em operação na órbita terrestre sejam trocados até 2016. Isso é prova cabal de que o mercado não está estagnado.

De acordo com a estimativa da empresa Euroconsult, um dos líderes mundiais na área de consultoria da indústria espacial, o valor do mercado de lançamentos espaciais nos anos 2009 – 2018 vai atingir quase US$ 60 bilhões de dólares. O mercado é bastante variável, mas anualmente o valor beira a casa dos US$ 6 bilhões. Falando em crescimento do mercado, nos anos 1999 – 2008, o mercado de serviços de lançamentos espaciais faturou US$ 41 bilhões. Tendo isso em vista, espera-se, pois, um crescimento de quase 50%.

A Binacional ACS espera, a partir de 2016, lançar 6 foguetes Cyclone-4 anualmente a partir de seu sítio de lançamento, em Alcântara. De 2012 a 2015, a Binacional espera lançar de 1 a 4 foguetes por ano.

Porto

Atendendo a compromissos internacionais - como é o caso do Tratado entre o Brasil e a Ucrânia, o governo brasileiro deverá construir um porto em Alcântara, o qual, além de atender às necessidades do sítio de de lançamento da ACS, responderá a uma velha reivindicação da população local.

O Brasil e o Estado do Maranhão serão beneficiados com a instalação da referida obra, uma vez que agilizará o transporte de cargas e pessoas de São Luís a Alcântara (em nível regional) e, também, do exterior para o Maranhão (em nível global). Ressalte-se que grandes empresas atuam no Estado do Maranhão atualmente, gerando divisas para o Brasil.

É o caso da Vale, uma das maiores empresas do mundo, e que tem nada menos do que a maior obra de portos em construção do mundo, para receber cargueiros de 500 mil toneladas.

Benefícios para o Brasil

O Projeto Cyclone-4 fará com que o Brasil entre para o rol restritíssimo de países que detêm um programa espacial completo. Isso significa dizer que não mais dependeremos de uma terceira Nação para lançar ao espaço nossos satélites - que servem, entre outras coisas, para monitorar nossas riquezas, nossas fronteiras e nosso litoral.

Com nossos próprios satélites, seremos donos de nossas próprias informações, e não meros receptores de informações sobre nosso País advindas de satélites alugados de outros países.

MA-106

As obras da MA-106 (essa estrada já existia; está sendo reformada e recapeada), indispensáveis enquanto o porto não é construído, custarão R$ 17 milhões. Vale ressaltar que essa estrada é indispensável não apenas para o Projeto Cyclone-4, mas também para a comunidade alcantarense - sobretudo as comunidades quilombolas, uma vez que a mesma faz a ligação interna entre elas. Trata-se de investimento da União no Município de Alcântara que ali permanecerá, para uso das populações.

Possuindo condições geográficas similares às do sítio de lançamento da Binacional ACS, o Centro Espacial Guianês, em Kourou, na Guiana Francesa, custou mais do que custará o sítio da ACS - e ainda há muito o que fazer ali. A respeito disso, ressalte-se que o Centro Espacial Guianês está sendo ampliado: a União Europeia está construindo o sítio do lançamento do foguete russo Soyuz ali.

Os investimentos em Kourou durante os nove anos de desenvolvimento do sítio de lançamento para o veículo Ariane 5 estão na ordem de US$ 3 bilhões de dólares, o que corresponde a uma receita anual de US$ 600 milhões. Tal valor representa nada menos do que 35% do Produto Interno Bruto (PIB) da Guiana Francesa.

Fonte: ACS
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Ganem no Congresso Internacional de Astronáutica

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Ganem participa do do Congresso Internacional de Astronáutica

23-09-2010

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, participa, entre os dias 27 de setembro e 1 de dezembro, do Congresso Internacional de Astronáutica (IAC, sigla em inglês) , em Praga, na República Tcheca.

O IAC, o maior congresso anual da área espacial, contará com mais de três mil participantes, entre representantes de agências espaciais e técnicos. O encontro visa o intercâmbio de informações técnicas e o debate de acordos de cooperação entre os países participantes.

As discussões do IAC têm aplicação direta nos trabalhos de desenvolvimento aeroespacial sob tutela da AEB. O objetivo da instituição no congresso é reforçar o papel de regulador e formulador da Política Espacial no Brasil.

O diretor de Transporte e Licenciamento, Nilo Andrade, também participará do evento.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Itasat avança

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Projeto do Itasat-1 faz nova revisão no Ita

22-09-2010

No dia 21 de setembro de 2010 ocorre, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Revisão de Requisitos de Sistemas (System Requirements Review – SRR) do projeto do satélite universitário de coleta de dados ITASAT-1, com a participação de especialistas do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA/IAE), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Agência Espacial Brasileira (AEB), ambos subordinados ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O ITASAT é um projeto de um microssatélite universitário que envolve a AEB, como coordenadora geral e patrocinadora principal (Ação 4934 - Desenvolvimento e Lançamento de Satélites Tecnológicos de Pequeno Porte), o ITA, como responsável pela execução do projeto e o INPE, como provedor de consultoria técnica, de infraestrutura laboratorial e gestor financeiro do Projeto.

Já foram realizadas a Revisão de Definição da Missão (Mission Definition Review – MDR) e a Revisão de Requisitos Preliminares (Preliminary Requirements Review – PRR), em fevereiro e março deste ano, respectivamente. O SRR ocorre dentro da fase B (definição preliminar) do projeto enfatizando os requisitos relativos aos subsistemas e experimentos do satélite Itasat-1.

De acordo com os estudos e análises realizados, o Itasat-1 será um satélite tecnológico universitário com a missão de coleta de dados, tendo como carga útil principal um sistema experimental digital de coleta de dados que está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em conjunto com o Centro Regional do Nordeste (CRN), do Inpe. O ITA é o responsável pelos seguintes subsistemas: estrutura, controle térmico, suprimento de energia, controle de atitude e computador de bordo.

Estão previstas quatro cargas úteis secundárias, correspondentes a experimentos a serem realizados no espaço:

a) um estimador de atitude utilizando Microelectromechanical Systems (Mems), em desenvolvimento pela Universidade Estadual de Londrina (UEL);

b) o teste de um Heat Pipe do Inpe;

c) um experimento de controle térmico do ITA;

d) um experimento de comunicação entre satélites da TU Berlin.

O satélite será espinado – gira em torno de um dos seus eixos –, terá uma massa de cerca de 80 kg, com dimensões aproximadas de 60x60x60cm e terá painéis solares em quatro faces. Sua órbita será circular, polar e sua altitude de aproximadamente 600 km.

A conclusão do Projeto está prevista para o final de 2012, início de 2013 e, conseqüentemente, o lançamento do Itasat-1 como carga secundária (carona ou piggy-back) de um veículo lançador.

Fonte: ITA
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SGB: Oi cumpriu sua parte, diz Anatel

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Oi cumpre obrigação com Agência Espacial, diz Anatel

22/09/10 - 00:00

São Paulo - O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) atestou ontem que a Oi cumpriu sua obrigação de apresentar uma proposta de colaboração para expansão do serviço de satélite de monitoramento de fronteira para a Agência Espacial Brasileira (AEB). Essa obrigação foi uma das condicionantes impostas à empresa quando a agência concedeu a anuência prévia para a compra da Brasil Telecom (BrT), em dezembro de 2008.

Segundo a conselheira da Anatel Emília Ribeiro, relatora da matéria, para se chegar a essa conclusão foram analisadas as trocas de memorando de entendimentos entre a operadora e AEB, Ministério das Comunicações e Ministério da Defesa. Isso porque, segundo a conselheira, a Agência Espacial já tinha contratado uma consultoria para fazer o mesmo serviço, razão pela qual dispensou a proposta da Oi. Assim, a operadora está dispensada da obrigação de fazer investimentos em satélite geoestacionário brasileiro. Segundo Emília, essa proposta havia sido levada à agência pela própria Oi.

Emília também apresentou ontem o seu voto para o uso eficiente do espectro de radiofrequências, a solicitar a inclusão dos estudos referentes aos impactos funcionais e econômicos, retirados pelo relator anterior, Plínio Aguiar, que só contemplou os cálculos matemáticos. O presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, solicitou vistas do processo.

Desde segunda-feira os clientes da TV por assinatura da Oi começaram a perder os canais Globo News, GNT, Multishow, SportTV e SportTV 2, todos da Globosat. O cancelamento já havia sido avisado pela operadora, em agosto, por meio de cartas aos clientes, que tinham a opção de migrar de plano ou receber desconto de R$ 20 no valor da assinatura pela perda dos canais.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria - DCI

Comentários: em outubro de 2009, publicamos no blog uma análise sobre a situação na época do projeto do Sistema Geoestacionário Brasileiro, abordando os diferentes caminhos (que devem convergir) adotados com o objetivo de se dotar o País com um satélite geoestacionário governamental. Nessa postagem, analisamos a questão da Oi. (para acessá-la, em "Panorama sobre o SGB"). Em junho deste ano, em matéria de capa, o jornal Folha de S. Paulo divulgou que a Oi havia conversado com Lula sobre o projeto ("SGB: Oi demonstra interesse para Lula"). A dispensa pela Anatel da obrigação da Oi de fazer investimentos no SGB, no entanto, não significa necessariamente que o grupo de telecomunicações brasileiro não tenha interesse na iniciativa.
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tecnologia & Defesa nº 122

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Já está nas bancas, em todo o Brasil, a edição nº 122 da revista Tecnologia & Defesa. Este número traz várias reportagens, dentre as quais destacamos:

- Um panorama sobre as forças de submarinos na América do Sul

- Orbisat: um perfil sobre uma das principais indústrias brasileiras do setor de defesa

- Os primeiros 10 anos da EADS. Uma análise sobre a origem, presente e futuro de um dos maiores conglomerados aeroespaciais e de defesa do mundo

- Divisão de Sistemas de Defesa do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA)

- Batalhão de Artilharia do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil

As matérias da Orbisat e EADS abordam pontos na área espacial, portanto, de interesse direto do blog. Em breve, reproduziremos os trechos específicos sobre espaço destas duas reportagens.
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fogtrein II - 2010: FTB lançado com sucesso

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É lançado foguete no CLA

20/09/2010

Foi realizado, hoje (20), com sucesso o lançamento do primeiro foguete de um total de dois previstos para a Operação Fogtrein II – 2010 do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). O lançamento do Foguete de Treinamento Básico (FTB) ocorreu às 15h10.

Segundo o Diretor do CLA, Coronel Aviador Ricardo Rodrigues Rangel, o foguete atingiu seu apogeu a pouco mais de 26.000 metros do solo, com 160 segundos de voo até o impacto a 11 quilômetros da costa, em alto-mar.

O objetivo da operação é lançar e rastrear o foguete para fins de certificação do mesmo, além de treinar os recursos humanos, operacionais e equipamentos do CLA.

A próxima etapa da operação, iniciada após o lançamento do FTB, é o segundo lançamento de um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), da mesma família do FTB, de mais de 5 metros de comprimento, apogeu de 60.000 metros e alcance de 90km e capacidade de portar experimentos científicos. A data prevista para o seu lançamento é em 28 de setembro.

Fonte: CLA
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Evento sobre satélites no Rio de Janeiro

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Entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro, acontece no Rio de Janeiro o 10º Congresso Latino-Americano de Satélites, considerado o mais importante encontro da indústria de satélites de comunicações (fabricantes, operadores e usuários) do continente.

Organizada pela Converge Eventos, a edição deste ano contará com dois painéis que devem abordar, direta ou indiretamente, o projeto do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB): "Uso do Satélite no Plano Nacional de Banda Larga. Como viabilizar?", e "Apresentação: o Projeto Espacial Brasileiro e os Caminhos para um Satélite Nacional".

Especialistas da indústria e de instituições do governo, como Agência Espacial Brasileira (AEB), Ministérios da Defesa e Comunicações, Anatel, e outras já estão confirmados na relação de palestrantes e debatedores. Para saber mais sobre o congresso, clique aqui.
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terça-feira, 14 de setembro de 2010

AEB: Carlos Ganem fala ao blog

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Semana passada, logo após a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Alcântara Cyclone Space (ACS) (para saber mais, clique aqui e aqui), o blog teve uma rápida com Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB). Foram poucas perguntas, mas como de costume, Ganem não deixou nenhuma delas sem resposta.

A primeira questão, em linha com as afirmações do presidente da AEB e de outras autoridades sobre o interesse da ACS em se tornar um "player" do mercado comercial de lançamentos espaciais, foi relacionada a necessidade do Brasil ter um acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA, uma vez que considerável número de satélites e cargas úteis comerciais, "alvos" da ACS, conta com componentes de origem daquele país. Carlos Ganem respondeu afirmando o propósito do governo brasileiro em retomar o diálogo com os Estados Unidos na área espacial. Não apenas com o Departamento de Estado, órgão responsável pela negociação de tratados e acordos internacionais, mas também com instituições de pesquisas espaciais, como a National Aeronautics and Space Administration (NASA - Jet Propulsion Laboratory), e a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration). Os dois países poderiam considerar, inclusive, iniciativas que envolveriam outros países sul-americanos.

Ainda sobre a ACS, Ganem destacou que os satélites do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB) deverão ser desenhados para se adequarem a capacidade do foguete Cyclone 4, isto é, massa total em torno de 1,7 toneladas. Segundo o blog apurou com outras pessoas que acompanham de perto as atividades do grupo de trabalho do SGB, considera-se seriamente a ideia de se ter satélites distintos para missões de meteorologia e comunicações. Até o final deste ano, deverá ser concluído o estudo sobre a viabilidade de estruturação do sistema na forma de Parcerias Público Privadas (PPP).

Perguntamos ainda sobre a retomada da revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), sobre a qual muito se falou no final do ano passado e início de 2010, mas que foi paralisada este ano em razão de problemas de natureza burocrática (problemas com o convênio). Segundo comentários de bastidores, os trabalhos visando à revisão do programa serão retomados em breve, informação esta que Ganem confirmou.

O blog aproveitou a oportunidade e perguntou a Carlos Ganem se existe alguma possibilidade dele permanecer na presidência da AEB, caso Dilma Rousseff seja eleita. Ganem não comentou o assunto, alegando não haver qualquer definição ou elemento a respeito. Destacou, no entanto, alguns avanços em sua gestão na Agência, como a proximidade da conclusão da Plataforma Multimissão (após 14 aditivos ao contrato principal, assinado em 1998), avanços na ACS, finalização da Torre Móvel de Integração do VLS, investimentos em recursos humanos (para 2010 e 2011, serão ao todo R$ 13 milhões), entre outras. "Em 2008, recebi de fato uma massa falida. Tirei [o Programa Espacial] do ranço e que se encontrava", afirmou.
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Posição da Mectron sobre o gravador do CBERS 3

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Em 27 de agosto, publicamos no blog a postagem "Problemas com o gravador de dados do CBERS 3", na qual relatamos a devolução pela parte chinesa de um subsistema de responsabilidade brasileira para o satélite CBERS 3. A assessoria da empresa Mectron, responsável pelo subsistema, entrou em contato com o blog para prestar esclarecimentos.

Abaixo, reproduzimos na íntegra a mensagem recebida, que também traz informações, a pedido do blog, sobre os subsistemas de suprimento de energia e de comunicações para a Plataforma Multimissão (PMM):

"Gravador de Dados do CBERS 3

O subsistema DDR do programa CBERS, desenvolvido pela Mectron Engenharia Indústria e Comércio S.A atende a todos os requisitos estabelecidos na especificação de subsistema e nas especificações de equipamento.

Foram fornecidos o Modelo de Engenharia 1 e o Modelo de Engenharia 2, sendo que o fornecimento do segundo foi necessário devido ao embargo de diversos componentes pelo governo americano, exigindo a substituição dos mesmos e o conseqüente reprojeto dos equipamentos, tanto em termos de hardware como de software.

Os modelos foram testados tanto na Mectron quanto no INPE, já integrados às câmeras de imageamento e ao transmissor de imagens desenvolvidos no Brasil. Foram realizados também testes na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, integrado ao satélite.

É importante destacar que os testes realizados forma positivos, no entanto, há dois aspectos relevantes:

O DDR requer um sinal de sincronismo das câmeras para as operações de gravação e reprodução;
O DDR requer uma seqüência bem definida para permitir a correta reprodução dos dados de imagem para a sua transmissão.

Portanto, ressalta-se que não houve mau funcionamento ou defeito no DDR, e sim dificuldades técnicas de integração entre diversos subsistemas.

Subsistema de suprimento de energia da PMM e Subsistema de TT&C

O subsistema PSS do programa PMM é constituído pelos equipamentos Bateria, SADA – Solar Array Drive Assembly, EPSA – Electrical Part of Solar Array e PCDU – Power Conditioning and Distribution Unit.

O EPSA é o gerador solar do satélite, o SADA o motor de passo que permite o correto posicionamento do gerador solar e a PCDU controla a carga das baterias e a distribuição de energia elétrica pelos equipamentos do satélite.

A Mectron já forneceu, de forma antecipada, os Modelos de Vôo da Bateria (quatro módulos para o satélite e quatro de reserva) e do SADA (dois para o satélite e um de reserva).

Os Modelos de Qualificação do EPSA, o Modelo Estrutural e Térmico e o Coupon de Teste já foram concluídos e submetidos com sucesso aos testes de qualificação, faltando apenas o ensaio de choque térmico, a ser realizado na Mectron.

A PCDU foi concluída e deverá ser submetida aos testes de qualificação em setembro deste ano."
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domingo, 12 de setembro de 2010

Estudo da Euroconsult: 1.200 satélites até 2019

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No início deste mês, a Euroconsult divulgou um estudo, intitulado "Satellites to be Built & Launched by 2019, World Market Survey", apontando que um número estimado de 1.220 satélites serão lançados ao espaço nos próximos dez anos.

O dado da consultoria europeia considera uma média de 122 satélites sendo lançados anualmente, aumento significativo quando comparado à década passada, que teve uma média de 77 satélites. Deste total, cerca de 2/3 deverão ter como origem demanda governamental.

"Os governos percebem que sistemas de satélites são uma parte crítica da infraestrutura de seus países e que contribuem para o desenvolvimento sócio-econômico, fornecendo soluções em comunicações e geoinformação para muitas agências governamentais," afirmou em nota distribuída à imprensa Rachel Villain, diretora da Euroconsult e editora do relatório.

O documento apresenta alguns apontamentos interessantes sobre o mercado de satélites, tanto comercial como governamental, o que tem reflexos na indústria de lançamentos espaciais. No caso específico de cargas úteis geoestacionárias de comunicações - fatia considerada mais interessante por lançadores comerciais, a estimativa é que cerca de 214 satélites sejam lançados, um mercado total avaliado em 55 bilhões de dólares.

Ainda no campo geoestacionário, o relatório aponta que o avanço tecnológico permitirá a construção de modelos com maior capacidade, de modo que os operadores poderão expandir a oferta de serviços com um número menor de satélites. Estes serão maiores, o que também direcionará o tamanho e performance dos veículos lançadores, avaliação esta que corrobora algumas opiniões no sentido de que o lançador ucraniano Cyclone 4, a ser operado pela Alcântara Cyclone Space (ACS), dificilmente obterá fatia considerável do mercado de lançamentos geoestacionários.
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Primeiro voo do Cyclone 4: 2012 ou 2014?

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Parece que ainda não consenso sobre a data do primeiro lançamento do foguete Cyclone 4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Conforme noticiamos na último dia 11, a informação divulgada pela Alcântara Cyclone Space (ACS) é categórica: o primeiro voo do lançador ucraniano ocorrerá em fevereiro de 2012. Nesse sentido, em seu discurso, Oleksander Serdyuk, o mais alto dirigente da Ucrânia na binacional, afirmou: "Prometemos que a nossa empresa vai cumprir os prazos colocados pelos governos do Brasil e Ucrânia, e no início de 2012, os senhores serão todos testemunhas do lançamento do foguete Cyclone 4 a partir de terras brasileiras".

No entanto, em nota divulgada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em 10 de setembro, afirma-se que "ainda não há previsão de quando será lançado o primeiro foguete Cyclone-4. A intenção é que isso se dê até 2014."

De fato, segundo informações que chegaram ao conhecimento do blog, nos bastidores, inclusive dentro da própria ACS, há quem trabalhe com o cenário do primeiro voo por volta de 2014. O "gargalo", no entanto, não estaria necessariamente do lado brasileiro, que tem sido devidamente capitalizado, mas sim no ucraniano.
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sábado, 11 de setembro de 2010

Mais informações sobre a ACS e Alcântara

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Primeiro voo

Como já escrevemos na última quinta-feira (08), o primeiro voo do Cyclone 4 está previsto para fevereiro de 2012. A carga útil deste primeiro lançamento será o satélite científico Nano-JASMINE, de origem japonesa, mas existe a possibilidade de que outras cargas também sejam incluídas. Questionado pelo blog, o diretor-geral da ACS, Roberto Amaral, afirmou que o espaço disponível no voo experimental foi oferecido à Agência Espacial Brasileira (AEB).

Transferência de tecnologia - I

Nos discursos das autoridades brasileiras, foi dado grande destaque para uma possível transferência pela Ucrânia ao Brasil de tecnologia em matéria de lançadores. Afirmações nesse sentido, aliás, não são novidade. Analisando-se, contudo, os instrumentos de cooperação já assinados entre os dois países, observa-se que a joint-venture Alcântara Cyclone Space tem objetivo eminentemente comercial, e não necessariamente de caráter científico-tecnológico. O blog questionou algumas pessoas envolvidas com a iniciativa, inclusive Roberto Amaral e Carlos Ganem, sobre essa aparente inconsistência, e recebeu delas respostas bem alinhadas. Basicamente, o que se afirma é o seguinte: existe um acordo de salvaguardas tecnológicas (AST) assinado entre os governos do Brasil e Ucrânia para a proteção de tecnologia dos dois países, que difere de instrumentos equivalentes assinados por outras nações. Em teoria, tal acordo (e o tratado assinado em 2003) permitem a celebração de outros instrumentos, específicos para transferência tecnológica.

Transferência de tecnologia - II

O período de operação comercial do Cyclone 4 é estimado em 20 anos. Durante o tempo de sua operação, a expectativa é que os dois governos trabalhem no desenvolvimento de um novo lançador, o Cyclone 5. Isto, logicamente, exigirá um instrumento específico de cooperação. Já existem, porém, alguns movimentos no sentido de construir as bases para o projeto conjunto. Segundo foi dito ao blog por um dirigente da ACS, estão sendo negociadas dezenas de bolsas de estudos da CAPES e CNPq (instituições ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia) e a Universidade de Brasília (UnB) para a formação de engenheiros aeroespaciais. Estes profissionais deverão atender as necessidades da ACS e no futuro trabalhar no desenvolvimento do Cyclone 5.

Ponto alto

Como lhe é característico, o presidente da AEB, Carlos Ganem, fez um discurso bastante articulado, empolgante, até. Ganem destacou a oportunidade do Brasil em se tornar um "player" do mercado comercial de lançamentos, e também o significado da ACS não apenas para o setor espacial, mas também como instrumento para o desenvolvimento social e cultural da pequena cidade de Alcântara. Citou como exemplos os casos de Kourou, na Guiana Francesa, e Cabo Canaveral, nos EUA. Ao final, destacou que o Brasil terá uma ampla escala de lançadores, desde foguetes para microssatélites, pequenos satélites e com o Cyclone 4, cargas geoestacionárias. Logo após o encerramento da cerimônia, o blog conversou com Ganem sobre o Programa Espacial Brasileiro. O conteúdo da conversa entrará no blog no início da próxima semana.

Ponto baixo

Apesar de todos os problemas de infraestrutura e acesso ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), os organizadores da cerimônia tiveram bastante êxito em organizá-la, especialmente considerando-se o curto prazo de tempo desde a decisão de lançar a pedra fundamental e o evento. O ponto baixo da cerimônia foi a impossibilidade da imprensa visitar as instalações modernizadas de Alcântara, como a sala de controle e casamata, modernizadas, e a nova torre do VLS (ver notas abaixo). Apenas as autoridades presentes tiveram acesso a essas instalações. À imprensa, só foi possível ver, bem de longe, a nova TMI durante a aproximação da aeronave que a transportava à pista de pouso do CLA.

"Revival" da MECB

Ao discursar, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, lembrou que o Pais tem domínio parcial em tecnologia de lançadores e também em satélites. Destacou que o objetivo brasileiro é ter um programa espacial completo em 2022, ano em que o País comemora o aniversário de 200 anos de Independência. Parece um "revival" da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), idealizada no início da década de oitenta e que tinha por objetivo dotar o Brasil de capacidade autônoma na construção de satélites, veículos lançadores e infraestrutura terrestre.

Modernização do CLA

A sala de controle do CLA foi modernizada para atender as necessidades de operação do Cyclone 4. O pacote de atualização, iniciado em 2009, envolveu, além de controle, a modernização do centro de controle avançado (casamata), e outras 21 posições operacionais, como sistemas de radares, telemetria, tratamento de dados, meteorologia, subestações de energia, centrais elétrica e telefônica, sistemas de comunicações por microondas, casa de telecomando, entre outras. Ao todo, as obras de atualização custaram R$ 22,3 milhões.

Torre do VLS

A AEB distribuiu durante a cerimônia um press release com algumas informações sobre a TMI, o qual reproduzimos a seguir, com edição do blog: "A nova Torre Móvel de Integração (TMI) será entregue em dezembro deste ano. A obra foi orçada em R$ 44,1 milhões e tem 12 metros de cumprimento, 10 metros de largura e 34 metros de altura. A TMI tem moderno sistema de controle, o que proporcionará sua operação de forma remota; um túnel de escape (saída de emergência), totalmente isolado e com ar pressurizado, para evitar a entrada de gases, o que permitirá uma evacuação rápida das pessoas para um local seguro e afastado da zona de risco em caso de emergência. A estrutura conta, ainda, com um sistema de carregamento de propelente líquido, com mesa de lançamento, com torre de umbilicais, além dos subsistemas de climatização e ar comprimido, elétrico, de controle, de proteção contra descargas atmosféricas e de detecção e combate a incêndios. A nova TMI será uma das plataformas mais modernas do mundo para veículos espaciais do porte do VLS. Com o término dos trabalhos de construção e montagem, começarão os testes funcionais com a utilização de um mock-up (maquete em escala real) do VLS. Para a primeira utilização da TMI serão necessários cerca de seis meses para formação, capacitação e treinamento das equipes."
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Preparativos para a Operação Maracati II

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Equipe SAR inicia procedimentos para a Operação Maracati II

10/09/2010

A Equipe SAR-IAE iniciou os trabalhos de preparação para o resgate da carga útil, a ser realizado durante a Operação Maracati II, quando ocorrerá o lançamento do foguete VSB-30.

A carga útil MicroG 1A, da Agência Espacial Alemã, é integrada ao foguete VSB-30 e deverá ser retirada do mar a mais de 100 km da costa Maranhense, após ações de reflutuação e acondicionamento, garantindo assim, o pleno sucesso da Operação.

A plataforma MICROG 1A levará ao espaço cerca de nove experimentos de diversas instituições de pesquisa e universidades brasileiras, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB), que há um ano vêm sendo testados, permitindo a realização de experimentos em ambiente de microgravidade. Utilizando técnicas de deslocamento subaquático, com a utilização dos DPV ( Diver propulsion vehicles) e enfrentando diversas condições de mar, a equipe SAR -IAE realiza adestramentos operacionais no litoral, próximo à divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, região de reserva ambiental protegida e administrada pelo Parque Estadual da Serra do Mar.

As atividades desenvolvidas nos treinamentos englobam, entre outras, mergulho com misturas enriquecidas NITROX, busca subaquática e reflutuação de cargas, localizadas por equipamentos do tipo ecobatímetro portáteis , instalados nos barcos infláveis da Equipe de Salvamento e Resgate.

Durante a operação de resgate, prevista para o último trimestre no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), serão empregados Helicópteros H-60 L (Black Hawk), do Esqudrão Harpia, aviões de patrulha P-95, além de uma embarcação da Marinha do Brasil.

A próxima missão

Mais uma atividade preparatória, na mesma região do litoral, deverá ocorrer, agora específica para os testes de enlace da estação de comunicações, a ser operada na base de operações (Ilha Santana-MA).

Um evento que possibilitará o gerenciamento de toda a operação, estabelecendo comunicação efetiva entre as aeronaves de resgate, patrulha, embarcação de apoio entre a Marinha e o CLA, por ser essa região bastante afastada da costa.

Comentário: para conhecer mais sobre a equipe de busca e salvamento (SAR, sigla em inglês) do IAE/DCTA, clique aqui.
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Montagem de tubeira móvel do VLS-1

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IAE inicia montagem de Sistema Tubeira Móvel do VLS

10/09/2010

O sistema tubeira móvel para o propulsor S-43 do 6º Ensaio de Queima, Operação Uirapuru, está sendo integrado no Laboratório de Propulsão da Divisão de Propulsão Espacial (APE). Atualmente, é realizada confecção da tubulação do circuito hidropneumático do SATM (Sistema de Alimentação da Tubeira Móvel) na saia traseira do 2º estágio.

O caminho a ser percorrido pela tubulação é pré-determinado pelo layout 3D, em PRO-E, da Saia Traseira do 2º Estágio. Para auxiliar na dobra dos tubos no caminho correto dentro da saia, os principais componentes do SATM foram previamente posicionados. Posteriormente os componentes e tubos serão desmontados e testados individualmente.

Fonte: IAE/DCTA

Comentários: o propulsor S43 equipa o primeiro e segundo estágios do VLS-1. Para ver fotos do sistema de tubeira móvel, clique aqui.
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pedra fundamental da ACS em Alcântara

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Em cerimônia realizada hoje (09) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi lançada a pedra fundamental da infraestrutura de operação da Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa ucraniano-brasileira constituída em 2007 com o objetivo de explorar comercialmente o CLA. O blog esteve presente ao evento.

A cerimônia contou com diversas autoridades de alto nível, dentre as quais o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, os diretores-gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksander Serdyuk, o Presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, e o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ailton dos Santos Pohlmann.

Roberto Amaral destacou que o projeto da ACS não é de uma única pessoa ou instituição, mas sim do País, e também agradeceu especialmente a Sérgio Rezende, que desde 2007 "tem sido o esteio fundamental para o projeto."

Amaral também anunciou que o contrato para as obras de engenharia será assinado na próxima segunda-feira, 13 de setembro, com prazo previsto para execução de cerca de 20 meses, iniciando-se ainda em 2010. De acordo com o apurado pelo blog, o consórcio a ser contratado tem como integrantes as construtoras Camargo Côrrea e Odebrecht. Atualmente, estão sendo realizadas atividades de supressão da vegetação do terreno que abrigará o complexo espacial do foguete ucraniano, uma área próxima de 500 hectares.

A expectativa é que o primeiro voo, experimental, ocorra em fevereiro de 2012. "Prometemos que a nossa empresa vai cumprir os prazos colocados pelos governos do Brasil e Ucrânia, e no início de 2012, os senhores serão todos testemunhas do lançamento do foguete Cyclone 4 a partir de terras brasileiras", afirmou em seu discurso Oleksander Serdyuk.

Dentro dos próximos dias, publicaremos no blog notas e/ou matérias com base em informações colhidas durante o evento.

Atualizado em 09/09/2010, às 18h51.
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ACS: IBAMA autoriza obras em Alcântara

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Base de lançamento em Alcântara tem construção autorizada pelo Ibama

Brasília (06/09/2010) - A licença do Ibama é para a implantação de uma base de lançamento de veículo espacial que inclui as estruturas dos complexos técnico e o de lançamento, do posto de comando e da área de armazenamento temporário de componentes de propelentes.

O Complexo Terrestre Cyclone IV é um empreendimento binacional, que envolve um acordo entre Brasil e Ucrânia, e será instalado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Essa Licença de Instalação, assinada hoje (6/9) pelo presidente do Ibama, Abelardo Bayma, é a segunda fase do processo de licenciamento ambiental iniciado em 2009 com as audiências públicas que antecederam a Licença Prévia.

Fonte: Ibama (Janete Porto).

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Proposta de lei de incentivos à indústria espacial

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Projeto cria programa para desenvolvimento da indústria espacial

06/09/2010 09:15

A Câmara analisa o Projeto de Lei 7526/10, do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, que institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Espacial (Padie) e estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no setor espacial.

O objetivo da proposta - relatada pelo deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) - é propiciar ao Brasil a autonomia tecnológica necessária ao desenvolvimento industrial, conforme prevê a Constituição nos artigos 218 e 219.

O Conselho de Altos Estudos é presidido pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) e integrado pelos deputados Ariosto Holanda (PSB-CE), Félix Mendonça (DEM-BA), Fernando Ferro (PT-PE) Humberto Souto (PPS-MG), Jaime Martins (PR-MG), José Linhares (PP-CE), Mauro Benevides (PMDB-CE), Paulo Teixeira (PT-SP), Emanuel Fernandes (PSDB-SP) e Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE).

Infraestrutura

O projeto busca implantar um "esforço sistemático para desenvolver e operar sistemas espaciais, com a necessária e correspondente infraestrutura".

Esta infraestrutura inclui o conjunto de instalações, sistemas ou equipamentos de superfície; serviços associados que proporcionam o apoio necessário à efetiva operação e utilização dos sistemas espaciais, inclusive centros de lançamento de veículos lançadores de satélites, de foguetes e de balões estratosféricos; laboratórios especializados de fabricação, testes e integração de componentes, partes e peças de dispositivos espaciais; estações e centros de rastreamento e controle; bem como os serviços de recepção, tratamento e disseminação de dados obtidos ou gerados por meio de satélites.

Inclui também o conjunto de bens, serviços e atividades espaciais correlatas à execução do ciclo completo dos serviços de lançamento e controle de dispositivos espaciais.

Pré-requisitos

O Padie prevê a pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo.

Podem ser beneficiadas pelo programa as pessoas jurídicas que produzam bens e prestem serviços relativos às atividades espaciais no País. Para fazer jus, elas deverão apresentar projeto de fabricação ou prestação de serviço, cuja aprovação ficará condicionada aos seguintes critérios:

- atuar preponderantemente no setor espacial;
- ser homologada por órgão responsável pela gestão das atividades espaciais;
- comprovar regularidade fiscal; e
- ter processo produtivo aprovado com índices mínimos de nacionalização previstos em regulamento, conforme a natureza do bem fabricado.

O prazo para apresentação dos projetos é de quatro anos, contados da publicação da lei, prorrogável por até mais quatro anos. O governo federal deverá regulamentar os procedimentos e prazos para apreciação dos projetos.

Na oferta no mercado interno, ou na exportação de bens aprovados pelo programa, fica assegurada ao beneficiário do Padie uma redução de 100% (ou seja, na prática a isenção) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Além disso, ficam suspensos:

- a exigência de Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pis/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
- a exigência da contribuição para o Pis/Pasep-Importação e da Cofins-Importação;
- o IPI incidente na saída do estabelecimento industrial ou equiparado;
- o IPI incidente na importação.

Tramitação

O projeto terá análise conclusiva das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

Comentário: para acessar a íntegra do projeto de lei, clique aqui.
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Urna eletrônica: "spin-off" do Programa Espacial

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INPE realiza teste em urnas eletrônicas

06/09/2010

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realiza uma bateria de testes em duas urnas eletrônicas do modelo das que serão usadas nas eleições de outubro. As atividades acontecem nestes dias 7 e 8 no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto, em São José dos Campos (SP).

Os testes vão checar, entre outras funções, se as ondas eletromagnéticas emitidas pelas urnas podem causar interferências em equipamentos como o marca-passo.

A urna eletrônica brasileira foi desenvolvida na década de 1990 por engenheiros do INPE e do CTA (hoje DCTA - Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial). À época, Antônio Ésio Salgado, Paulo Nakaya, Osvaldo Catsumi e Mauro Hashioka foram convocados para montar o software do aparelho.

“Fomos chamados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a fazer parte de um grupo de notáveis para estudar, mapear e informatizar todo o sistema eleitoral brasileiro e, por fim, criar a urna eletrônica com base em requisitos técnicos de segurança”, conta Paulo Nakaya, engenheiro aposentado do INPE.

Desde seu lançamento nas eleições de 1996 e sua chegada a todo o território brasileiro em 2000, a urna eletrônica vem sendo aperfeiçoada. Em 2009, ganhou um dispositivo para identificação biométrica, que foi testado com sucesso em algumas cidades do país.

Segundo Antônio Ésio, que continua atuando no INPE e também coordena projetos de hardware e novas tecnologias do TSE, os novos modelos da urna eletrônica trazem uma cadeia de segurança que executa somente programas assinados digitalmente pela Justiça Eleitoral.

“O INPE é um ator importante neste projeto da urna eletrônica porque incentiva as colaborações entre universidades, como UnB, Unicamp e Unitau. Os estudos científicos são importantes para continuarmos desenvolvendo tecnologias que possam tornar as máquinas cada vez mais eficazes”, afirma Antônio Ésio.

“O desenvolvimento da urna eletrônica modernizou nosso processo eleitoral, minimizou o preconceito nas votações e contribuiu para o fortalecimento da democratização no Brasil”, orgulha-se Osvaldo Catsumi, do DCTA.

Fonte: INPE

Comentário: o projeto das urnas eletrônicas, de certo modo, pode ser considerado um spin-off do Programa Espacial Brasileiro, uma vez que especialistas de duas das mais importantes instituições envolvidas com o programa brasileiro - INPE e DCTA - participaram de seu desenvolvimento. Para conhecer mais alguns casos de benefícios indiretos oriundos da atividade espacial brasileira, veja a postagem "Spin-offs do Programa Espacial Brasileiro".
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sábado, 4 de setembro de 2010

Satcol: mais um capítulo

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No início desta semana, passou-se mais um capítulo do já complicado programa colombiano para a aquisição de um satélite geoestacionário de comunicações, conhecido como Satcol. Após um processo de avaliação de propostas entregues por interessados no início de agosto, Bogotá declarou mais uma vez deserta a licitação, isto é, nenhuma das propostas atendeu os requisitos mínimos exigidos. A informação é do jornal local "El Tiempo".

De acordo com informações oficiais, disponíveis no website do Ministério das Comunicações da Colômbia (Mintic), dois grupos apresentaram propostas: a China Great Wall Industry Corporation (CGWIC), da China; e a norte-americana Orbital Sciences Corporation (OSC).

A CGWIC, que já tem presença relevante na América do Sul (o Venesat-1, da Venezuela, foi construído pelo grupo chinês, que também negocia com a Bolívia em relação ao projeto do Tupac Katari), apresentou uma proposta relativamente bem detalhada, mas sem vários documentos e informações exigidos no processo levado a cabo pelo Mintic. Assim, foi considerada insatisfatória.

Já a "oferta" da OSC nem sequer foi considerada como uma proposta de fato. A empresa americana apresentou apenas um folder contendo informações de caráter técnico-comercial, ignorando algumas exigências de documentos específicos exigidos no processo. Por esta razão, o governo colombiano considerou que o interesse da Orbital não se constitui como uma proposta, tendo sido, portanto, ignorada.

O documento com todas essas informações traz, aliás, muitos outros dados interessantes, inclusive técnicos. Apesar do pedido da CGWIC, o Mintic, nos termos da legislação colombiana, considerou todos os dados como públicos, tendo os divulgado. Há, por exemplo, uma tabela de confiabilidade dos satélites da série DFH, desenvolvida e construída pela CGWIC. Nela são listados cinco satélites já colocados em órbita, inclusive o Venesat-1. Destes, dois (Sinosat 2 e NIGCOMSAT 1) tiveram falhas operacionais, tendo já sido retirados de serviço. Embora na tabela conste que o satélite de comunicações venezuelano está 100% operacional, foi incluída uma observação: "existem informações contraditórias sobre o estado deste satélite com falhas similares aos outros modelos de voo DFH nos painéis solares. Logo, diante da falta de informação de caráter oficial, não foram consideradas perdas de capacidade operacional para este satélite."

Em junho de 2009, o blog já havia divulgado rumores sobre falhas no Venesat-1, que circulavam no mercado. Alguns meses depois, porém, o governo de Hugo Chávez negou quaisquer falhas.

Resta agora saber qual será a alternativa que o governo da Colômbia buscará para atender o programa Satcol, que talvez seja muito exigente por aquilo que Bogotá está disposta a pagar. No final de 2009, o governo colombiano já havia declarado a concorrência como deserta, após ter recebido uma proposta, considerada também insatisfatória, da companhia russa Reshetnev. Chama, aliás, atenção o fato de fabricantes europeus como a Thales Alenia Space e a EADS Astrium não terem feito ofertas nesta última fase.
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Novo sistema de vibração no IAE/DCTA

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IAE realiza instalação e testes com Sistema de Vibração de grande porte

02/09/2010

A Divisão de Integração e Ensaios (AIE) do IAE realiza, desde o dia 17 de agosto, a instalação do Sistema de Vibração de grande porte V994, da Empresa inglesa Ling Dynamics Systems (LDS). Conforme contrato de compra do equipamento, os mesmos testes de aceitação realizados na Inglaterra serão repetidos no processo de recebimento aqui no Brasil.

O equipamento adquirido é único na América Latina com capacidade de 300 kN. Ele será utilizado para Ensaios de Vibração em componentes e sistemas desenvolvidos pelas áreas de Espaço, de Aeronáutica e de Defesa.

A instalação do sistema, assim como alguns testes preliminares, foram parcialmente encerrados na última sexta feira, dia 27 de agosto. A previsão é de que até 03 de setembro sejam realizados os testes finais com o software de controle e aquisição de medições obtidas durante os ensaios.

As atividades continuam com um engenheiro coordenando os trabalhos, como representante da LDS, e engenheiros e técnicos da Divisão de Integração e Ensaios atuando como representantes do Laboratório de Vibrações da Divisão.

Fonte: IAE/DCTA
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"Pedra fundamental" das obras da ACS

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Binacional brasileiro-ucraniana lançará Pedra Fundamental em setembro

02/09/2010

No dia 9 de setembro, a Binacional brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space lançará a Pedra Fundamental das obras de construção do seu sítio de lançamento. O evento ocorrerá no município de Alcântara (MA) e começará às 11h. Participarão da solenidade o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e os diretores gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk.

As obras do sítio de lançamento da Binacional devem ter início ainda em 2010. Atualmente, trabalha-se intensamente na supressão vegetal do terreno que abrigará o complexo espacial: uma área de quase 500 hectares do município alcantarense. A expectativa da Binacional é lançar o primeiro foguete Cyclone-4 em fevereiro de 2012.

O que é a ACS?

A Alcântara Cyclone Space é a binacional (Brasil-Ucrânia) criada em 2007 para inserir os dois países no bilionário mercado mundial de lançamento de satélites. O objetivo da empresa é explorar os serviços de lançamentos em bases comerciais com o foguete ucraniano Cyclone-4 a partir de Alcântara, no Maranhão, visando a prover o acesso ao espaço para satélites, além de permitir cooperação tecnológica entre o Brasil e a Ucrânia.

Fonte: ACS
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