sábado, 27 de novembro de 2010

40º lançamento consecutivo bem-sucedido do Ariane 5

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Na última sexta-feira, 26 de novembro, foi realizado com sucesso a partir do centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o quadragésimo lançamento consecutivo bem-sucedido de um lançador Ariane 5, da Arianespace.

O foguete, desenvolvido e construído pela Astrium, do grupo EADS, colocou em órbita de transferência geoestacionária dois satélites de comunicações, o Intelsat 17, e o Hylas 1. Esta foi a quinta missão deste ano envolvendo o lançador europeu, de um total de 54 já realizadas desde o seu primeiro voo.

"Este sucesso reforça a posição do Ariane 5 como uma referência global, uma vez que desde o começo de 2010, já proporcionou a colocação em órbita de 10 grandes satélites geoestacionários, de um total de 17 lançados em todo o mundo", disse Jean-Yves Le Gall, chairman e diretor-presidente da Arianespace.

Para este ano, está programado mais um lançamento, dos satélites Hispasat 1E e KOREASAT 6, planejado para 21 de dezembro.

Para saber mais sobre a Arianespace e o Ariane 5, acessem a matéria "Arianespace - 30 anos de sucesso".
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Carga útil do VSB-30 aprovada para voo

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Carga útil do VSB-30 é aprovada para o lançamento no CLA

26/11/2010

No dia 25 de novembro, no período da manhã, teve início os testes de vibração da Carga Útil do VSB-30 (EDA – Ensaio Dinâmico de Aceitação), no laboratório da Divisão de Integração e Ensaios(AIE), prosseguindo até o dia de hoje. Os testes, realizados no Shaker, aconteceram nos dois eixos laterais da carga útil e no eixo longitudinal, após alteração do setup da máquina.

O ensaio de vibração contou com a presença dos experimentadores de cerca de nove universidades e instituições brasileiras, para a verificação de cada um dos experimentos, já acoplados à carga útil. Todos os experimentos tiveram bom funcionamento.

Tendo em vista o sucesso do ensaio, a desmontagem da configuração de testes foi liberada para dar início ao empacotamento da carga útil para ser enviada ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A viagem, marcada para segunda-feira, deverá levar 31 pessoas, dentre elas três alemães do DLR-Moraba, todos envolvidos nos testes com a carga útil do VSB-30.

Os experimentadores também seguirão para o Centro de Lançamento, de forma distribuída e em voos comerciais durante a campanha. O lançamento do VSB-30 deverá ocorrer entre os dias 11 e 15 de dezembro.

Fonte: IAE/DCTA
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Argentina: 10 anos de SAC-C

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No mês de novembro, completaram-se 10 anos do lançamento do último satélite argentino colocado em órbita, o SAC-C, de aplicações científicas. O satélite, que contou com cooperação brasileira na realização de ensaios e integração no Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE), de São José dos Campos (SP), foi colocado em órbita por um foguete Delta II, a partir do centro espacial de Vandenberg, nos EUA, em 21 de novembro de 2000.

A Comision Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), responsável pelo projeto, divulgou em seu website uma mensagem assinada por seu diretor, Conrado Varotto, sobre os 10 anos de SAC-C. Para acessá-la (em espanhol), clique aqui.

Abaixo, reproduzimos alguns trechos que dão indicativos do significado desta missão para a Argentina:

"Sempre dissemos que a atividade espacial é ferramenta de política exterior para nosso países. E o SAC-C contribui fortemente neste sentido. A informação por ele gerada é hoje recebida em estações terrenas da África do Sul e Equador."

"O SAC-C permitiu à Argentina ser pioneira na aplicação do princípio de "Data Democracy", adotado atualmente pelo grupo de mais de 80 países que formam o GEO."
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Caderno de Altos Estudos: "Política Espacial Brasileira"

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Na próxima terça-feira, 30 de novembro, será lançado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), o VII volume da série Caderno de Altos Estudos, intitulado "A Política Espacial Brasileira".

O caderno, que também será disponibilizado na internet, trará uma avaliação e orientações relacionadas ao Programa Espacial Brasileiro, elaboradas com base nas contribuições de autoridades e especialistas do setor, ouvidos desde 2009.

Para abril de 2011, está também prevista uma exposição no Congresso Nacional sobre as atividades espaciais brasileiras.
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INPE: Sistema Nacional de Dados Ambientais

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INPE Nordeste inaugura Sistema Nacional de Dados Ambientais

25/11/2010

Dentro do propósito de desenvolver suas atividades em todo o território brasileiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) inaugura nesta sexta-feira (26/11) o Sistema Nacional de Dados Ambientais (SINDA) no seu Centro Regional do Nordeste (CRN), localizado em Natal (RN).

Até então, as operações de processamento e disseminação de dados ambientais por satélites eram feitas na unidade do INPE de Cachoeira Paulista (SP), no Centro de Missão de Coleta de Dados, que foi levado para a capital norte-rio-grandense e integrado à sede do Centro Brasileiro de Coleta de Dados (CBCD). O novo serviço já está à disposição dos usuários no endereço http://sinda.crn2.inpe.br.

O objetivo da transferência para o CRN/INPE é centralizar e ampliar as atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de coleta de dados ambientais, atendendo ao mesmo tempo a uma demanda regional de monitoramento espacial do semi-árido e do atlântico tropical. O uso de tecnologias espaciais e de instrumentação inovadora viabilizará, entre outras atividades, o monitoramento de manguezais, de pescas e de zoneamento urbano.

O Brasil dispõe de um sistema de coleta de dados por satélite para monitoramento ambiental, construído e operado pelo INPE, desde a década de 90. Este sistema fornece dados para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas. Entre elas, podem ser citadas o monitoramento de bacias hidrológicas, a previsão meteorológica e climática, o estudo da química da atmosfera, o controle da poluição, a previsão e mitigação de catástrofes e a avaliação do potencial de energias renováveis.

Atualmente, o Sistema de Satélites Coleta de Dados (SCD) conta com a operação de dois satélites brasileiros da série SCD (SCD-1 e SCD-2), lançados na década de 90. A modernização e revitalização do sistema SCD é uma das prioridades de desenvolvimento e atuação do INPE em âmbito nacional, principalmente para atender à demanda de alerta de desastres naturais.

A inauguração do SINDA está marcada para 10 horas desta sexta-feira (26) no CRN/INPE, que fica na Rua Carlos Serrano, nº 2073, Lagoa Nova, em Natal (RN).

Fonte: INPE
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Matéria na Folha: AEB divulga esclarecimentos

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Em relação à reportagem publicada na edição de segunda-feira (22) do jornal Folha de S. Paulo (ver a postagem "Supostas irregularidades em convênio sobre Alcântara"), a Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou uma nota de esclarecimento, a qual reproduzimos a seguir:

Nota de esclarecimento da AEB - Matéria da "Folha de S.Paulo"

NOTA DE ESCLARECIMENTO - AEB

Sobre a matéria publicada ontem, segunda-feira, 22 de novembro, pela Folha, a Agência Espacial Brasileira (AEB) gostaria de fazer algumas correções com intuito de que o leitor possa ter subsídios para fazer uma análise isenta e verdadeira dos fatos ocorridos. Levando-se em conta que um dos critérios para se escrever uma boa reportagem é o cuidado na apuração das informações vale ressaltar que, em nenhum momento, o repórter esteve na AEB para apurar a matéria e colher informações corretas, mesmo estando os diretores e o próprio presidente dispostos a recebê-lo.

A matéria apurada pelo repórter Claudio Angelo apresenta inúmeros equívocos e inverdades, a começar pelo título “Controladoria investiga convênio espacial”.

AEB - Na verdade, não se trata de uma investigação e, sim, de uma atividade normal da Controladoria Geral da União (CGU), a qual consta no Plano Anual de Auditoria e prevê a auditagem de todos os programas e atividades da AEB.

Folha - Ele começa a matéria afirmando que a CGU investiga supostas irregularidades em um convênio entre a AEB e um instituto em Manaus.

Folha - No segundo parágrafo, o repórter afirma que a parceria envolve consultoria beneficiando a empresa montada por Brasil e Ucrânia para lançar satélites da base de Alcântara (MA).

AEB – Esta informação é incorreta. O objeto do convênio não envolve consultoria beneficiando a empresa montada por Brasil e Ucrânia para lançar satélites da base de Alcântara (MA). Diz respeito às obras de infraestrutura (previstas no Plano Diretor do CLA) e licenças ambientais relacionadas com o Centro de Lançamento de Alcântara, além de divulgação e revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais. As obras, no futuro, serão utilizadas ou prestarão serviços, de alguma forma, às atividades do sítio hospedado no CLA. Porém, todos os serviços serão pagos pela binacional ao governo brasileiro.

Folha - O repórter continua, no terceiro parágrafo, dizendo que o convênio celebrado pela AEB e o Instituto Superior de Administração e Economia da Amazônia (Isae), ligado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi cancelado pelo presidente da casa, assim que ele soube que o contrato seria objeto da reportagem.

AEB - Ao contrário do que afirma o repórter, o convênio foi cancelado por motivos técnicos e administrativos como, por exemplo, a não entrega do cronograma físico-financeiro e nem o plano de trabalho completo das licenças de instalação e operação das obras de infra-estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), pelo Isae/FGV. Essas informações foram repassadas para o repórter pela Coordenação de Comunicação Social (CCS) da AEB.

Complementando, no dia 5 de novembro de 2010, a Diretoria de Transporte Espacial e Licenciamento (DTEL) da AEB já havia sugerido o cancelamento do convênio pelo não atendimento por parte do Isae/FGV de solicitações técnicas ocorridas em setembro e outubro de 2010.

Vale ressaltar, ainda, que o primeiro contato do repórter com um dos diretores da casa, para obter informações em “off”, aconteceu no dia 19 de outubro e não no dia 10 de novembro, como ele afirma na matéria. E o próprio pediu, ainda, que o diretor deixasse de fora a Coordenação de Comunicação Social.

No dia 11 de novembro, ele desistiu de colher informações em “off”, entrou em contato com a Coordenação de Comunicação Social da AEB (que já conhecia sua demanda) e encaminhou, por e-mail, oito perguntas que foram prontamente respondidas pelo presidente da casa.

Folha – No quarto e quinto parágrafos, o repórter diz que “ligado à Fundação Getúlio Vargas, o órgão deveria produzir estudos sobre o desenvolvimento e acompanhamento do modelo de gestão para a complementação da infraestrutura do complexo espacial de Alcântara. O complexo consiste na base do foguete ucraniano Cyclone-4 dentro do Centro de Lançamento de Alcântara, o CLA, da Aeronáutica”.

AEB – O complexo de obras não tem nenhuma relação com a base do foguete ucraniano Cyclone-4 dentro do Centro de Lançamento de Alcântara. Mas, tão somente, com obras do Plano Diretor do CLA. A única obra que não consta no Plano Diretor é o atracadouro de cargas que visa atender ao CLA e ao sítio do Cyclone-4.

Folha - No sétimo parágrafo o autor da matéria diz que o convênio foi firmado em 22 de dezembro de 2008. O dinheiro foi empenhado e liquidado no mesmo dia – algo pouco comum para esse tipo de dispêndio.

AEB - O convênio foi, realmente, firmado em 22 de dezembro de 2008 no valor de R$ 40.740.000,00 e foi empenhado no mesmo dia. Porém, não foi liquidado no mesmo dia. A liquidação parcial, por meio de pagamentos, foi realizada de acordo com o cronograma aprovado pela AEB e descrito abaixo:

1ª parcela

18 de fevereiro/2009 – R$ 250.000,00

2ª parcela dividida em três partes.

29 de abril/2009 – R$ 2.532.802,00
25 de maio/2009 – R$1.554.000,00
02 de junho/2009 – R$ 2.268.601, 26

Folha - O repórter segue afirmando que o procurador da AEB, Ivan de Almeida Júnior, enviara ao presidente da AEB um parecer dizendo que não constava no convênio um projeto básico para os estudos e estranha o valor do serviço

AEB - Isso não é verdade. O parecer da procuradoria refere-se ao Artigo 23 da Portaria Interministerial 127/08 citado abaixo:

Art. 23. Nos convênios e contratos de repasse, o projeto básico ou o termo de referência deverá ser apresentado antes da liberação da primeira parcela dos recursos, sendo facultado ao concedente ou contratante exigi-lo antes da celebração do instrumento.

Cabe notar que o termo de referência consta do processo e substitui o projeto básico citado na Portaria.

O parecer da Procuradoria Federal junto à AEB questiona apenas a forma contratual, ou seja, a celebração de um contrato, em oposição à celebração de um convênio.

Entretanto, a conclusão do parecer é clara quanto à legitimidade e legalidade da utilização da via convenial em detrimento da contratual, como mostra o extrato do texto:

“39. Isto posto, resguardado o poder discricionário do Administrador Público quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato administrativo pretendido pela via convenial com as ressalvas adrede lançadas, concluo por opinar pela aprovação da formalidade da minuta posta à análise, condicionada esta aprovação ao acatamento das recomendações expressas nesta Nota Técnica....”

Esses dados foram fornecidos pela AEB ao repórter, que não as usou.

Folha - Um parágrafo abaixo, Claudio Angelo menciona que uma fonte sênior da área, calculou que, para custar este valor, os estudos demandariam quase 20 anos de trabalho de um consultor, US$ 500 a hora – preço acima do valor de mercado – e trabalhando 12 horas ao dia.

AEB - A AEB esclarece que este cálculo não tem fundamentação técnica, nem legal. Um trabalho desta importância, requer a existência de várias equipes multidisciplinares de trabalho. Portanto, o cálculo deve ser feito levando-se em consideração os vários produtos e atividades desenvolvidas por estas equipes.

Folha - Em seguida, o repórter diz que o presidente da AEB formalizou o convênio e designou uma comissão para acompanhá-lo. A comissão apontou irregularidades, mas os desembolsos (mais três) continuaram acontecendo.

AEB - Não é verdade. As irregularidades foram detectadas pela área administrativa da AEB, quando avaliou o processo de prestação de contas. A partir daquele momento, a AEB não transferiu nenhum recurso para o Isae/FGV.

Folha - Claudio Angelo reforça, ainda, que em 16 de setembro de 2010, o presidente da AEB prorrogou o convênio para cancelá-lo em 12 de novembro. No dia 10, foi informado pela assessoria de imprensa da AEB que a Folha o procuraria para tratar do assunto.

AEB - A AEB esclarece que, mesmo para continuar os procedimentos de análise e prestação de contas, o presidente tinha que prorrogar o convênio. Quando se chegou à conclusão de impedimentos para um encontro de contas, foi imperioso que houvesse o cancelamento do mesmo. Como o processo está na CGU, a AEB deve aguardar o seu relatório para adotar as medidas administrativas subsequentes.

Como explicado, anteriormente, desde o dia 19 de outubro, o repórter procurou um dos diretores da casa para obter informações em “off”. O diretor informou o fato à Coordenação de Comunicação Social da AEB que, por sua vez, informou ao presidente. Ficamos aguardando um contato formal do repórter, o que só aconteceu no dia 11 de novembro.

Folha - Daí para frente o repórter começa a falar sobre a ACS. “O projeto custará quase R$ 1 bilhão ao Brasil, dez vezes mais do que o previsto inicialmente. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, diz que o gasto vale a pena, já que é estratégico ter um foguete próprio para o lançamento de satélites.

AEB - A AEB esclarece que não existe nenhuma correlação entre o convênio assinado com o Isae/FGV e o Cyclone 4.

Fonte: AEB, via website da ACS.
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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro? - Parte II

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O jornal "Valor Econômico" de hoje (23) publicou reportagens sobre a reestruturação do Programa Espacial Brasileiro, tema que o blog vem abordando já há algum tempo, e também sobre a situação da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS), particularmente quanto às dificuldades dos sócios ucranianos em aportar o capital necessário para o desenvolvimento da joint-venture.

Segundo o diário, a reestruturação está sendo estudada pela equipe de transição do futuro governo de Dilma Rousseff, e envolveria a criação de agência ou secretaria diretamente vinculada ao Palácio do Planalto. Este novo órgão seria responsável pela articulação do programa, hoje fragmentado entre diferentes entidades dos ministérios da Ciência e Tecnologia, e Defesa, como um todo.

Em 9 de novembro, o blog já havia divulgado informações exclusivas indicando movimentos, liderados pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, ligada à Presidência da República, em direção à reestruturação do PEB (ver "Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro?").

Sem fazer qualquer juízo do valor, merece atenção o fato de que as reportagens de hoje não foram as únicas desgastantes ou de cunho negativo dirigidas à Agência Espacial Brasileira (AEB) e à ACS. Ontem (22), a "Folha de S. Paulo" publicou uma reportagem sobre irregularidades apontadas em convênio celebrado pela AEB em benefício da ACS (ver "Supostas irregularidades em convênio sobre Alcântara").

Recomendamos a leitura das reportagens, que refletem muito bem todos os movimentos e informações que têm circulado nos bastidores. Os textos estão disponíveis no website do "Valor Econômico" (para assinantes).

Em respeito à legislação vigente sobre direitos autorais, a edição do blog não reproduz conteúdos que não estejam disponíveis gratuita e livremente na internet, ou em clippings oficiais.
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cooperação Brasil - República Tcheca

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Comitiva Tcheca visita AEB

22-11-2010

A primeira reunião feita após a assinatura da carta de intenções para cooperação em tecnologias espaciais entre o ministro de transporte da República Tcheca Vit Bárta, e o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem ocorreu nesta amanhã, no auditório da AEB. Estiveram presentes representando a agência o presidente em exercício Thyrso Villela Neto, os diretores Himilcon de Castro Carvalho, Nilo Andrade e o Chefe da Assessoria de Cooperação internacional Embaixador Carlos Campelo. Presidindo a comitiva Tcheca estava o Diretor do Departamento de Apoio a Pesquisa e Desenvolmimento da Agência de Desenvolvimento Investimento e Comércio da República Tcheca, Jiri Krechi.

A carta de intenções prevê explorar o potencial para uma cooperação mutuamente benéfica em programas espaciais; o desenvolvimento tecnológico e industrial; o intercâmbio de dados e aplicações práticas das tecnologias espaciais.Ela também prevê apoio mútuo de apresentações e realização de oficinas na República Tcheca e no Brasil para identificar possíveis áreas de interesse comum, levando em consideração a experiência e interesse e prioridades de ambas as partes, incluindo os das indústrias dos dois países.

Nesse primeiro encontro foram apresentados os programas especiais de ambos os países, além de troca de informações sobre orçamento, tecnologias aplicadas na área espacial e o funcionamento da Czechinvest.

A delegação Checa permanecerá no Brasil até o dia 27 de novembro. Ela visitará o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no dia 23 de novembro e irá a São José dos Campos onde visitará a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) no dia 24 de novembro. Em 25 de novembro conhecerá o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).No dia seguinte encerrará o ciclo de encontros visitando o Departamento de Ciência e Tecnologia Aerospacial (DCTA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e o Instituo de Fomento a Coordenação Industrial (IFI).

Fonte: AEB

Comentário: em abril deste ano, o blog já havia destacado o interesse da República Tcheca em acordos de cooperação no campo espacial com o Brasil (veja em "Cooperação Brasil - República Tcheca").
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Orbital Engenharia fará gerador solar do Lattes

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Na edição de hoje (22) do Diário Oficial da União, foi publicado o extrato de contrato para o fornecimento do gerador solar do satélite científico Lattes, em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos (SP). A contratada foi a empresa Orbital Engenharia, num negócio de pouco mais de R$ 7,6 milhões. A empresa, que também atuou nos projetos do SATEC, Plataforma Multimissão (PMM) e CBERS, já havia sido declarada a vencedora da concorrência no início deste mês.

A tecnologia detida pela Orbital para a fabricação de geradores fotovoltaicos para aplicações aeroespaciais foi desenvolvida graças ao Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
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Supostas irregularidades em convênio sobre Alcântara

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Uma matéria publicada hoje (22) no jornal "Folha de S. Paulo", intitulada "Controladoria investiga convênio espacial", aponta que a Agência Espacial Brasileira (AEB) teria contratado uma consultoria de Manaus (AM) para o "desenvolvimento e acompanhamento do modelo de gestão para a complementação da infraestrutura do complexo espacial de Alcântara", por um preço acima do valor de mercado, segundo a reportagem.

O valor total do serviço estaria estimado em R$ 40,7 milhões, sendo que a Agência já teria repassado R$ 6,6 milhões. Segundo a matéria, ao saber que o assunto seria objeto de reportagem, a AEB teria cancelado o convênio. O contrato está sendo investigado pela Controladoria-Geral da União.

A reportagem em sua íntegra está disponível no clipping NOTIMP, da Força Aérea Brasileira. Para lê-la, clique aqui.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"A reestruturação da indústria de defesa"

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Recomendamos a leitura do artigo "A reestruturação da indústria de defesa", publicado na edição de hoje (19) do jornal "Folha de S. Paulo". O texto é de autoria de Eduardo Marson, diretor-presidente da Helibras e presidente do conselho de administração da EADS Brasil.

Apesar de tratar especificamente sobre defesa, não se pode ignorar o envolvimento e as consequências desta discussão para as indústrias atuantes no setor espacial brasileiro. Como o blog tem destacado há algum tempo, é crescente o interesse do Ministério da Defesa pelas atividades espaciais. Inclusive, o setor é um dos três considerados estratégicos pela Estratégia Nacional de Defesa (END), ao lado do cibernético e do nuclear.

Como pano de fundo para esta discussão, estão as aguardadas mudanças na Política Nacional da Indústria de Defesa (para saber mais, leiam a postagem "Empresas estratégicas de defesa").

Pelo que se ouve por aí, há muito o que acontecer, e os movimentos, de todos os lados, já começaram.
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Japão: satélite 'econômico' para mercados emergentes

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Japão vai desenvolver satélite econômico em parceria com empresas

19/11/2010 - 11h13

DA FRANCE PRESSE

O Japão está desenvolvendo um satélite de monitoração cujo custo deve ser equivalente a um quinto do preço dos equipamentos atuais. A meta é ampliar a participação japonesa em mercados emergentes.

Ministério de Comércio anunciou que vai formar parcerias com empresas para desenvolver até 2012 o satélite, que pode ser usado em ajuda humanitária e para outros fins.

A NEC, que participou do desenvolvimento da sonda Hayabusa, responsável pela coleta de amostras de um asteroide, será uma delas.

Egito, Brasil, Indonésia, Tailândia, Dubai e Cazaquistão serão os mercados visados pelos japoneses.

O satélite econômico custará cerca de US$ 120 milhões e será capaz de monitorar o impacto de desastres naturais e mapear regiões florestais.

Fonte: Folha Online

Comentários: o valor mencionado para o satélite, de US$ 120 milhões, não é dos mais competitivos para satélites de monitoramento terrestre. Embora de tecnologia bastante avançada, a indústria espacial japonesa desenvolve e fabrica engenhos espaciais (satélites, sondas e lançadores) considerados bastante caros, o que explica a pequena penetração do país asiático no mercado espacial mundial.

No final de agosto, uma comitiva japonesa esteve no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), para discutir num workshop possíveis parcerias no setor espacial ("Cooperação Brasil - Japão: mais sobre o workshop"). No início desse mês, a agência espacial japonesa (JAXA) firmou com o INPE uma carta de intenções para o uso de imagens do satélite radar ALOS.
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Ensaios de carga útil do VSB-30 no IAE/DCTA

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IAE realiza ensaios com a carga útil do VSB30

19-11-2010

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) realiza, até dia 20 de novembro, testes com as redes elétricas da carga útil MICROG1A, destinada ao voo do veículo VSB-30 V07, a ser realizado na Operação Maracati II, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Na Operação Maracati II, o foguete VSB-30 será lançado com a carga útil Micro G1A, da Agência Espacial Alemã, levando ao espaço cerca de nove experimentos de universidades e de diversas instituições brasileiras, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Os ensaios em andamento incluem uma série de testes funcionais, tais como: o sistema de comunicação de solo (Banco de controle e visualização de dados - EGSE) com a instrumentação de bordo (todas as redes elétricas embarcadas); sistema de recuperação da carga útil; sistema de localização por GPS; sistema de Radio Frequência (RF): Telemetria (Banda S), Telecomando (Banda L) e Respondedor Radar (Banda C); sistema de aquisição, processamento e visualização de dados de telemetria (PCM); sistema de controle de gás frio (RCS); sistema de sequenciamento de eventos de voo; sistema de vídeo embarcado (câmeras de bordo); sistema integrado com os experimentos nacionais de microgravidade (CADEN, DMLM III - FEI; TCM, TCM-C e ECEM - UFSC; SLET e SLM (FORMU-S) - Inpe; EEM - SME/SJC; GPS-AE e VGP - UFRN).

Esses testes, que são realizados no Laboratório de Integração Elétrica do instituto, conta com a participação de pessoal do IAE e do DLR/MORABA, a agência espacial alemã. Após a conclusão desses ensaios, a próxima etapa será o teste funcional geral, denominado Simulação de Voo, agendados para esta sexta-feira.

Os ensaios ambientais da carga útil MICROG1A (propriedades de massa e ensaio dinâmico de aceitação – EDA), previstos para acontecer até o dia 25 de novembro, deverão incluir, além das medidas de massa, CG e inércia da carga útil, o ensaio de vibração da carga útil. Ensaios esses a serem realizados nos laboratórios específicos da Divisão de Integração e Ensaio (AIE) do IAE, com a participação também de pessoal do instituto e do DLR/MORABA.

Fonte: IAE/DCTA
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Seminário Brasil-França sobre sistemas digitais

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Embedded Digital Systems for Space Applications

Agência FAPESP – O Seminário Brasil-França Embedded Digital Systems for Space Applications será realizado nos dias 2 e 3 de dezembro no campus de São Caetano do Sul (SP) do Instituto Mauá de Tecnologia.

O evento é voltado a professores, pesquisadores, estudantes e demais profissionais ligados às áreas aeroespacial e de defesa.

Foram convidados três especialistas franceses para ministrar as palestras, o engenheiro de pesquisa Frederic Pinsard, do Departamento de Astrofísica da Comissão de Energia Nuclear francesa, e os engenheiros de desenvolvimento Loïc Gueguen e Philippe Plasson, ambos do Laboratório de Estudos Espaciais e de Instrumentação em Astrofísica do Observatório de Paris.

Eles relatarão experiências vividas nas missões CoRot, Plato, Herschell e Simbol-X, entre outros assuntos. Entre os tópicos a serem abordados estão: “Arquitetura e funções dos sistemas digitais embarcados”, “Links e redes de comunicação”, “FGPA para aplicações espaciais”, “Tecnologia spacewire” e “Softwares embarcados”.

O Instituto Mauá de Tecnologia fica na praça Mauá nº 1, São Caetano do Sul (SP).

As inscrições poderão ser feitas pelo endereço: www.maua.br/inscricao/embedded-digital-systems-for-space-applications.

Mais informações: vparro@maua.br ou 0800-019-3100.

Fonte: Agência FAPESP, 19/11/2010
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O avanço chinês

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No início desta semana, a China Great Wall Industry Corp. (CGWIC) anunciou a assinatura de acordos com fabricantes de satélites de comunicações e dos lançadores espaciais Longa Marcha para a produção de 8 plataformas de satélites de comunicações das famílias DHF-3 e DHF-4, e de 20 foguetes Longa Marcha 3A, usados para missões geoestacionárias. O valor total dos contratos é estimado em aproximadamente US$ 2,26 bilhões, e cobre entregas num período de cinco anos.

A CGWIC, empresa responsável pela comercialização de satélites e serviços de transporte espacial, tem por objetivo ter até 2015 uma participação de 10% no mercado de satélites de comunicações, e de 15% no de lançamentos comerciais. Com estas metas em linha, a empresa tem sido muito ativa no mercado internacional, particularmente oferecendo satélites para países de terceiro mundo, e lançamentos para cargas "ITAR free". Além disto, tem também buscado desenvolver novos produtos, como uma plataforma geoestacionária de maior massa (6,5-7 ton.) e potência (15-20 kw), a DHF-5.

A América do Sul, aliás, pode ampliar a sua contribuição para o market share chinês. Sua indústrial espacial já tem presença relevante na região. Além da parceria com o Brasil no programa CBERS, a China também forneceu um satélite de comunicações à Venezuela (Venesat-1), negocia um modelo similar com a Bolívia (Tupac Katari), e também participou da concorrência do Satcol, na Colômbia. No início do mês, circularam notícias na imprensa venezuelana dando conta do apoio de Pequim para a construção de uma fábrica de satélites ("Venezuela: fábrica de satélites em 2012").
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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Concorrência do INPE para propulsores de 400 N

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No Diário Oficial da União de ontem (16), foi publicado um aviso de início de concorrência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para a "contratação de empresa que apresentar a proposta mais vantajosa para a prestação dos serviços de elaboração de projeto básico/executivo e produção de protótipos de desenvolvimento de propulsores monopropelente e bipropelente com empuxo de 400N."

O blog Panorama Espacial entrou em contato com José Nivaldo Hinckel, coordenador do grupo de propulsão de Departamento de Mecânica Espacial e Controle da ETE/INPE, para obter mais informações sobre os propulsores. Hinckel, a quem publicamente agradecemos, gentilmente nos respondeu, prestando informações bem interessantes sobre os dois propulsores, reproduzidas abaixo:

"A licitação se refere a dois tipos de propulsores de com empuxo 400 N: monopropelente e bipropelente.

O propulsor monopropelente é do tipo catalítico a hidrazina. Este tipo de propulsores é utilizado em sistemas de controle de rolamento em diversos veículos lançadores. É também utilizado em missões espaciais interplanetárias para correções ou mudanças de trajetória que não requeiram impulsos de grande magnitude. O catalisador para este propulsor está sendo produzido pelo grupo de catálise do Laboratório de Combustão e Propulsão de Cachoeira Paulista. Além do catalisador tradicional de irídio suportado em alumina, estão também sendo produzidos e testados novos tipos de catalisadores como o irídio/rutênio suportado em alumina e um catalisador homogêneo de carbeto de molibdênio.

A aplicação prevista para este propulsor é o sistema de controle de rolamento do VLS (ou novos veículos que venham a ser desenvolvidos).

O propulsor bipropelente utiliza o par NTO/MMH (Nitrogen Tetroxide/ Monomethil hydrazina). Ou seja Tetróxido de Nitrogênio e Monometil hidrazina. Este par propelente tem longo histórico de aplicações em propulsão espacial. Um grande atrativo do par é a estocabilidade. Os dois propelentes são líquidos a temperatura ambiente, o que permite que sejam armazenados por longos períodos de tempo sem grande preocupação com perdas por evaporação, mesmo no ambiente espacial. Outra característica é a ignição espontânea a temperatura ambiente (hipergolicidade) o que permite a implementação de múltiplas partidas do propulsor sem a necessidade mecanismos complexos de ignição. Em contrapartida ambos apresentam elevado grau de toxicidade o que torna o seu manuseio uma operação de risco adicional e requer procedimentos elaborados na preparação para lançamento ou mesmo testes em Terra.

A aplicação prevista para este tipo de propulsor é em blocos de aceleração de apogeu de satélites geoestacionários. O objetivo deste projeto é atingir grau de maturidade tecnológica no projeto e produção desde tipo de propulsores que permita sua incorporação a satélites geoestacionários de comunicações, ou metereorológicos, que venham a fazer parte do programa espacial autônomo brasileiro. Protótipos deste tipo de propulsor já foram produzidos e testados no INPE, com bom desempenho."
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sábado, 13 de novembro de 2010

Alcântara Cyclone Space no jornal "O Globo"

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Na edição de 12 de novembro do jornal "O Globo", foram publicadas duas reportagens sobre a Alcântara Cyclone Space (ACS), mais especificamente sobre o contrato de construção da infraestrutura da ACS no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Os textos, de autoria do jornalista Roberto Maitchik, abordam a contratação sem licitação de um consórcio formado pela Camargo Corrêa e Odebrecht para a construção da infraestrutura, e também questionam a capacidade do parceiro ucraniano em realizar os investimentos prometidos para a operação da joint-venture.

No início de setembro, logo após o lançamento da pedra fundamental das obras no CLA, o blog já havia adiantado que o consórcio das construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht seria contratado para as obras. Inclusive, na cerimônia realizada no centro de lançamento, compareceu um representante da Camargo Corrêa, que deve liderar o processo.

Para ler as reportagens do "O Globo", clique sobre os títulos:

Contrato de R$ 546 milhões sem licitação para construir centro de lançamento de foguetes no Maranhão

Dispensa da licitação estaria respaldada em decisão do Conselho de Defesa Nacional
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Concorrências do Amazônia 1 e Lattes 1

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Foram publicados no Diário Oficial da União de hoje (12) vários avisos de licitações relacionados a subsistemas de satélites em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), particularmente o Amazônia 1 e o Lattes 1.

Em setembro, o INPE já havia dado início em algumas das concorrências hoje re-lançadas, mas alguns dias depois da publicação, as mesmas foram revogadas em razão de erro na publicação (concorrência internacional ao invés de nacional). Um erro também burocrático fez com que o aviso de licitação da atualização do banco de controle do VLS, de responsabilidade do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) e lançado em outubro, fosse nos últimos dias republicado.

Os itens que estão sendo licitados são a antena de banda X do subsistema AWDT (Transmissor de Dados da Câmera AWFI), a estrutura mecânica do módulo de carga útil, e o gravador digital de dados, todos para o Amazônia 1.

Além destes, o INPE também deu início ao processo para a contratação da estrutura mecânica do módulo de serviço (subsistemas) do satélite científico Lattes 1, também baseado na Plataforma Multimissão (PMM). Nos últimos dias, aliás, o instituto declarou vencedora a proposta da Orbital Engenharia, de São José dos Campos, para o fornecimento dos painéis solares do Lattes 1.

Todas as propostas devem ser entregues até o dia 15 de dezembro, com a assinatura de contratos muito provavelmente ocorrendo até o final deste ano.
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Satélites IBSA, SABIA-Mar e MAPSAR

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O blog Panorama Espacial conversou hoje (11) pela manhã com Thyrso Villela Neto, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), para atualizar as informações sobre alguns projetos de satélites do Programa Espacial Brasileiro.

A conversa foi rápida e por telefone, mas foi possível colher informações interessantes sobre o status dos projetos em parceria com a Índia e África do Sul, do SABIA-Mar e do MAPSAR. A seguir, reproduzimos um pequeno resumo com as informações mais relevantes:

Satélites IBSA

O primeiro satélite da parceria entre Brasil, África do Sul e Índia (IBSA, sigla em inglês) anunciada em abril deste ano, terá finalidades científicas, no campo de ciência espacial. Mais especificamente, no acompanhamento e estudos sobre a anomalia magnética na região do Atlântico Sul, fenômeno natural que causa inteferências nas comunicações.

O satélite em consideração terá 100 kg de massa, cabendo à África do Sul o desenvolvimento da plataforma e seus subsistemas, e ao Brasil, às cargas úteis, desenvolvidas pela área de Ciência Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ainda não foi definida a participação da parte indiana.

A ideia é que o satélite científico seja lançado em 2013.

No escopo da cooperação espacial entre os três países, um segundo satélite, de sensoriamento remoto, está também sendo considerado.

SABIA-Mar

Outro projeto comentado por Villela foi o do SABIA-Mar, satélite desenvolvido em conjunto pelo Brasil e a Argentina, e destinado à observação global dos oceanos e ao monitoramento do Atlântico nas proximidades dos dois países.

o SABIA-Mar encontra-se em projeto preliminar, porém bem adiantado. Caberá à parte argentina o fornecimento da plataforma e subsistemas, enquanto que o Brasil será o responsável pelas cargas úteis principais (dois sensores óticos). No momento, as partes envolvidas estao em busca de recursos para a iniciativa.

MAPSAR

Questionado sobre o interesse brasileiro em contar com um satélite de observação terrestre com sensor radar, Thyrso Villela comentou que, no ano passado, a Fase B do projeto MAPSAR, em parceria com a Alemanha, foi concluída, comprovando sua factibilidade em termos técnicos. O lado alemão, no entanto, não demonstrou interesse em seguir adiante com a iniciativa, provavelmente por razões orçamentárias.

A AEB e o INPE estão em busca de outras alternativas, como Argentina, Itália e China. O País dispõe de alguma capacitação em tecnologia radar (SAR, sigla em inglês), mas há grande interesse em aprimorá-la, desenvolver mais capacidades e conhecimento na área, o que deve ser viabilizado com um parceiro estrangeiro.
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Cooperação Venezuela - Rússia

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No final de outubro, a Academia de Ciências da Rússia e o Centro de Investigações de Astronomia Francisco J. Duarte (CIDA), da Venezuela, firmaram uma carta de intenções para a observação de lixo espacial.

Uma vez formalizada, a cooperação envolverá a instalação de teléscópios no Observatório Astronômico Nacional de Llano del Hato (OAN), localizado no estado venezuelano de Mérida, considerado um dos mais próximos da linha do Equador.

O objetivo da parceria é estabelecer uma rede de observações no mundo que permita a observação do lixo espacial em toda a órbita terrestre, que é formado principalmente por estágios e componentes de foguetes, assim como satélites danificados ou fora de uso. Segundo nota divulgada pelo governo venezuelano, estima-se que a quantidade de lixo no espaço aumente 5% a cada ano.
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Empresas estratégicas de defesa

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Nos bastidores dos setores aeroespacial e de defesa, além da possível criação do Comitê Gestor de Atividades Espaciais (CGAE) (ver a postagem "Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro?") outro assunto tem sido bastante comentado: a possível edição pelo Poder Executivo de decreto regulamentador acerca da Política Nacional da Indústria de Defesa (PNID), relacionada à Estratégia Nacional de Defesa (END).

No caso da PNID, a grande novidade talvez seja a adoção de alguma forma de restrição ao capital estrangeiro em empresas estratégicas de defesa (a rigor, considerando o tratamento dado pela END ao setor espacial, indústrias desse ramo poderão também ser classificadas como estratégicas para fins de defesa nacional).
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Reestruturação do Programa Espacial Brasileiro?

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De acordo com informações apuradas pelo blog Panorama Espacial nas últimas semanas, o Programa Espacial Brasileiro (PEB), em médio prazo, pode ser submetido a uma significativa reestruturação.

O primeiro sinal público dessa restruturação foi dado numa entrevista do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que em 2009 assumiu a Secretária de Assuntos Estratégicos (SAE). A entrevista foi publicada na edição nº 9 da revista Espaço Brasileiro (circulação em agosto), publicação institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB). Abaixo, reproduzimos o trecho:

"Qual é o papel da Secretaria [SAE] no desenvolvimento das atividades espaciais no Brasil? Pretende ampliar sua colaboração?

Pretendemos. Inclusive, por sugestão de outros ministros foi proposta ao Presidente da República a criação de um Comitê Gestor das Atividades Espaciais no Brasil. O Presidente, eventualmente, talvez venha a designar a SAE como órgão articulador desse Comitê. A ideia é que esse Comitê possa identificar áreas importantes para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e propor ao Presidente medidas que venham a permitir a superação desses desafios no Programa."


Desde então, nos bastidores, mais indicativos passaram a ser dados, inclusive algumas medidas adotadas dentro do programa. Nas últimas semanas, algumas pessoas consultadas no governo e na iniciativa privada ligada ao setor confirmaram determinadas movimentações em direção à restruturação do PEB, de formato, no entanto, ainda não plenamente definido e conhecido.

No início desta semana, o blog obteve informações mais detalhadas sobre a possível criação do comitê, que se chamaria Comitê Gestor de Atividades Espaciais (CGAE). O comitê teria como objetivo principal a fixação de políticas e estratégias visando ao desenvolvimento das atividades espaciais.

O CGAE seria integrado apenas representantes de alto nível, isto é, entidades com status ministerial, como os Ministérios da Ciência e Tecnologia e Defesa, além da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), entre outros. Pelo que o blog pode apurar, o CGAE como concebido nesse momento "esvaziaria" o Conselho Superior da AEB, e mesmo a própria agência, no modelo hoje em vigor.

Consultada sobre o assunto no início de outubro, a SAE emitiu em 8 de novembro o seguinte esclarecimento:

“Com interesse recebemos sua consulta sobre o Programa Espacial Brasileiro.

O envolvimento da Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE - no Programa Espacial Brasileiro vincula-se estritamente à Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Decreto n° 6.703, de 18 de dezembro de 2008, que considera, juntamente com o nuclear e o cibernético, o setor espacial como decisivo para a defesa nacional e para o desenvolvimento do país.

Empenhada na implementação da END, marco na concepção e coordenação da defesa no Brasil, a SAE promove e aprofunda o debate em torno dos temas de interesse, como tarefa a realizar, demandada na própria END."


Que haverá mudanças estruturais no PEB, parece não haver dúvidas. A grande questão é saber qual será a dimensão e as implicações dessa reestruturação que, muito provavelmente, terá evoluções concretas apenas a partir do próximo governo, em 2011.
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Acordo entre INPE e JAXA para imagens radar

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INPE e JAXA assinam carta de intenções para utilização do satélite ALOS

08/11/2010

Em Tóquio, nesta segunda-feira (8/11), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, e Keiji Tachikawa, presidente da JAXA, a agência aeroespacial do Japão, assinaram carta de intenções para a utilização dos dados do satélite japonês ALOS, que leva a bordo o radar PALSAR, no monitoramento para REDD - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação em Países em Desenvolvimento.

A parceria deve agregar a tecnologia japonesa – o radar que permite a observação através das nuvens – à experiência brasileira no monitoramento de florestas tropicais, que está sendo levada a outros países por meio dos cursos de capacitação técnica oferecidos pelo INPE.

O Instituto já vem utilizando os dados PALSAR em estudos na Amazônia e deve incorporar a tecnologia a seus sistemas regulares de monitoramento da região.

Além do encontro com o presidente da JAXA, o diretor do INPE cumpre em Tóquio compromissos com representantes do Ministério das Relações Exteriores do Japão para debater assuntos como mudanças climáticas e políticas espaciais.

Fonte: INPE

Comentário 1: o acordo com a agência espacial japonesa parece ser mais um esforço do INPE no sentido de dispor de imagens radar para o imageamento da Amazônia. Como o blog tem eventualmente abordado, os sistemas de monitoramento do desmatamento na região amazônica (DETER e PRODES) não dispõem de imagens SAR. Recentemente, o INPE firmou com a empresa italiana Telespazio outro acordo de cooperação visando estudos de imagens SAR para a região amazônica (veja aqui).

Comentário 2: o INPE não será a primeira entidade governamental brasileira a usar imagens do ALOS. Em julho de 2009, o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) adquiriu imagens do satélite japonês (veja a postagem "Imagens SAR para o SIPAM").
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sábado, 6 de novembro de 2010

COSMO-SkyMed: quarto satélite em órbita

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O quarto e último satélite de observação terrestre da série COSMO-SkyMed foi lançado com sucesso ontem (5), a partir do centro espacial de Vandenberg, nos EUA.

Formada por quatro satélites idênticos, dotados de um sensor radar de alta resolução que opera em banda X, a constelação Como-SkyMed, desenvolvida e construída pela Thales Alenia Space, é destinada ao imageamento da Terra de dia ou de noite, sob quaisquer condições atmosféricas. O primeiro satélite foi lançado em junho de 2007, o segundo em dezembro de 2007, e o terceiro em outubro de 2008.

A COSMO-SkyMed operará em conjunto com os satélites argentinos SAOCOM, em desenvolvimento, quando estes estiverem em órbita, originando o Sistema Ítalo-Argentino de Satélites para a Gestão de Emergências (SIASGE), previsto num acordo espacial firmado pelas autoridades da Itália e Argentina em julho de 2005. Segundo informações apuradas pelo blog, no vácuo da falta de uma decisão sobre o MAPSAR, teria havido conversas bem preliminares entre autoridades da Agência Espacial Italiana (ASI) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) prevendo um possível desenvolvimento conjunto de um satélite-radar com sensor que opera em banda P (capaz de penetrar sobre certas superfícies, como folhagens). Este satélite, se viabilizado, poderia vir a integrar uma rede comum, como o SIASGE.

Os produtos gerados pelo COSMO-SkyMed e suas aplicações têm sido intensamente promovidos no Brasil pela Telespazio, tanto no mercado privado, como governamental e militar.
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INPE na Cúpula do GEO

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GEO: democratização dos dados de observação da Terra para o desenvolvimento sustentável

05/11/2010

Durante a Cúpula Ministerial do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) em Beijing, China, nesta quinta-feira (4/11), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, discursou como representante do Brasil. Confira aqui a íntegra do discurso.

A construção de um sistema global que ofereça e transforme em informação vital para a sociedade os dados obtidos por satélites, entre outras tecnologias de observação da Terra, é um dos objetivos do GEO, organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.

O compartilhamento de dados para o desenvolvimento sustentável – Data Democracy – e o treinamento e infraestrutura para o seu melhor uso – Capacity Building – são pilares do GEO. São áreas em que o Brasil é pioneiro e avança a passos largos, por já ter estabelecida uma política aberta e gratuita para todos os dados dos seus satélites de observação da Terra.

Em seu discurso, Gilberto Câmara lembrou que, ainda em 2007, foi anunciado pelo Brasil o oferecimento gratuito de dados do CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) para os países da África. Neste ano, assinou com o parceiro chinês neste programa de satélites um novo acordo que estende o acesso livre aos dados a todas as nações em desenvolvimento.

Foram citados, também, o satélite Amazônia-1, com lançamento previsto para 2012 e que vai monitorar florestas e agricultura em regiões tropicais do mundo; o desenvolvimento de softwares livres para processamento de imagens de sensoriamento remoto e construção de sistemas de informação geográfica; e a capacitação de técnicos estrangeiros para o monitoramento de florestas, todas iniciativas alinhadas a Data Democracy e Capacity Building conduzidas no Brasil pelo INPE.

Isto significa que, além de disponibilizar os dados, o INPE atua na construção da capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.

Hoje integrante de seu Comitê Executivo, o Brasil deve sediar uma Plenária do GEO em 2012. Esta semana na China, de 3 a 5 de novembro, duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO definiram metas para o triênio 2011-2013 que visam melhorar o acesso aos dados de observação da Terra, estudar suas aplicações e implantar o GEOSS (Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra), idealizado para ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta.

Fonte: INPE
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Novo website do LIT/INPE

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Desde agosto de 2010, o Laboratório de Integração e Testes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIT/INPE), de São José dos Campos (SP), conta com um novo website. O link é http://www.lit.inpe.br

A nova versão do sítio tem mais conteúdo e ilustrações. Uma das novidades foi a utilização de imagens panorâmicas (360 graus) de algumas das instalações do laboratório.

Merece destaque a seção "Programa Espaciais", que descreve cada uma das missões espaciais que passaram pelo LIT, desde os satélites da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), passando pelos Brasilsat, de comunicações, até os argentinos SAC-B, SAC-C e SAC-D. As descrições contam também com fotografias e ilustrações. Ainda nesta seção, há ainda informações gerais sobre as etapas para qualificação de sistemas espaciais.

Inaugurado em dezembro de 1987, o LIT é o único laboratório de seu gênero no hemisfério sul capacitado para a execução de atividades de montagem, integração e testes de satélites e subsistemas. Suas instalações são hoje usadas não apenas para projetos espaciais, mas também em testes e qualificações de produtos de diversos segmentos industriais, como o de telecomunicações, tecnologia da informação, médico-hospitalar, automotivo, entre outros.
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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Venezuela: fábrica de satélites em 2012

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Segundo reportagem publicada ontem (1º de novembro) no jornal "El Universal", o ministro da Ciência, Tecnologia e Indústrias Intermediárias, Ricardo Menéndez, assegurou que em 2012 estará concluída e em funcionamento a primeira fábrica de pequenos satélites da Venezuela, que será instalada em Borburata, no estado de Carabobo, ao norte do país. Em 29 de outubro, o blog já havia publicado uma postagem destacando a ambição venezuelana em construir seus próprios satélites (veja aqui).

O projeto industrial será realizado com apoio da China, que também forneceu ao país sul-americano o seu primeiro satélite de comunicações, o Venesat-1 / Simon Bolivar, colocado em órbita em novembro de 2008, e contratado dentro de um pacote que teria envolvido transferência de tecnologia.

Os pequenos satélites serão de observação terrestre, para aplicações nos campos de mudanças climáticas, processos de desertificação e solos e estado das bacias hidrográficas, agricultura, entre outras. A reportagem de "El Universal" também menciona, citando o ministro Menéndez, que outra fábrica será instalada na zona de Carimao, mas para a produção de antenas de recepção projetadas especificamente para receber sinais do satélite de comunicações Venesat-1.

Segundo a reportagem, o diretor-executivo da Agencia Bolivariana para Actividades Espaciales (ABAE), Francisco Varela, comentou que os projetos industriais são executados graças à formação de talento humano na República Popular da China, nao apenas por meio de treinamento especializado, mas também com estudos acadêmicos.
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