domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sistemas de controle, CCDs e etc.

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Em 28 de fevereiro, será inaugurado no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), o Laboratório de Identificação, Navegação, Controle e Simulação, construído com recursos da FINEP para apoiar atividades de desenvolvimento de sistemas de navegação e controle de satélites e veículos lançadores.

Na última sexta-feira (25), uma reportagem ("Laboratório reduz gargalo espacial") de Virgínia Silveira com informações detalhadas sobre as finalidades do laboratório e projetos do Brasil no campo de sistemas de controle aeroespacial foi publicada no jornal "Valor Econômico".

Sistemas inerciais e de controle, aliás, sempre foram o "calcanhar de Aquiles" de muitos projetos espaciais, particularmente em veículos lançadores. Por ser um item de uso dual (tanto para lançadores espaciais como mísseis balísticos), sua comercialização é muito controlada. Em julho de 2008, publicamos um pequeno artigo no blog sobre a história do desenvolvimento local e posterior compra de sistemas inerciais russos para o VLS (veja em "Sistemas Inerciais: o calcanhar-de-aquiles do VLS").

Além de sistemas de controle, existem vários itens sensíveis para o desenvolvimento autônomo de tecnologia espacial. Um exemplo crítico são os detectores CCD (Charge-Coupled device / dispositivo de carga acoplada) para câmeras óticas espaciais, que não são fabricados localmente e precisam ser importados. Para câmeras de resolução mais apurada (a partir de 5 metros), a aquisição no exterior é ainda mais difícil. Os EUA, por exemplo, costumam restringir a venda em razão de sua legislação interna (ITAR).

Alguns movimentos de consolidação entre as empresas fornecedoras de CCDs têm tornado mais difícil a compra desses componentes. A companhia inglesa E2V adquiriu várias fabricantes na Europa, como a unidade da Atmel em Grenoble, na França, em 2006, fornecedora, aliás, dos CCDs das câmeras MUX e WFI dos CBERS 3 e 4. Mais recentemente, em janeiro deste ano, o grupo britânico BAE Systems adquiriu o controle da Fairchild Imaging, fabricante norte-americana de CCDs e de outros componentes óticos.

Há algumas alternativas para as dificuldades em compra de itens críticos. Uma delas é o chamado "up-screening" que, grosso modo, consiste em utilizar técnicas de seleção de componentes eletrônicos para aproveitar componentes de uma categoria inferior, disponíveis comercialmente, por exemplo, em uma aplicação que demandaria outras de categoria superior.

Os exemplos dos sistemas inerciais e dos CCDs mostram que, se o objetivo é buscar independência e autonomia (caso do Programa Espacial Brasileiro), não basta apenas pensar nas plataformas (lançadores e satélites), mas também nos subsistemas e componentes críticos.
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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Observação da Terra: Reunião do GEO no Brasil

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Especialistas do mundo todo discutem compartilhamento de dados de observação da Terra

25/02/2011

Reunião do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) traz a Campos do Jordão, de 28 de fevereiro a 3 de março, mais de 50 especialistas de vários países que se dedicam ao aperfeiçoamento de um sistema para distribuição global de dados ambientais. O Brasil, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), integra o Comitê Executivo do GEO, organismo intergovernamental que reúne 85 países, a Comissão Europeia e mais 61 organizações do mundo todo.

Participam representantes do Itamaraty, da Agência Espacial Europeia (ESA), da Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina (CONAE), entre outras organizações. Entre os países participantes, destacam-se Brasil, Estados Unidos, Espanha, França, China, Japão, Áustria, Holanda, África do Sul e Alemanha.

O INPE atualmente exerce a copresidência de dois dos quatro comitês do GEO – um para arquitetura de sistemas de informações (Architecture and Data Committee - ADC) e outro para a capacitação no uso dos dados de observação de Terra (Capacity Building Commiteee – CBC). Os outros dois comitês do GEO são nas áreas de ciência e tecnologia (STC) e de interface com os usuários (UIC).

“Os comitês se reúnem de duas a três vezes por ano, em diferentes países. Desta vez teremos uma reunião conjunta dos comitês ADC e CBC para avaliação das atividades do triênio 2009-2011 e início da elaboração do plano de trabalho para o período 2012-2014”, informa Hilcéa Ferreira, da Assessoria de Cooperação Internacional do INPE e copresidente do CBC do GEO.

Uma das principais iniciativas do GEO é o desenvolvimento do Global Earth Observation System of Systems (GEOSS), um “sistema de sistemas” para ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta ao mesmo tempo em que facilita o acesso aos dados. O objetivo é conectar os produtores de dados ambientais aos usuários finais desses produtos, otimizando seu uso por meio de uma infraestrutura pública global e de acesso gratuito às informações.

Integradas, as informações dos diversos sistemas de monitoramento de tendências globais devem servir ao acompanhamento de níveis de carbono, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desmatamento, recursos hídricos, temperaturas do oceano e outros indicadores.

“O GEO atua no compartilhamento de dados para o desenvolvimento sustentável e no treinamento e infraestrutura para o melhor uso das informações disponíveis para monitoramento do planeta. E o Brasil tem muito a contribuir nestas áreas, pois estabeleceu uma política aberta e gratuita para todos os dados dos seus satélites de observação da Terra”, explica Hilcéa Ferreira. Ela lembra que o INPE, além de disponibilizar dados, atua na construção da capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.

Mais informações podem ser obtidas no site do evento: http://www.dpi.inpe.br/ADC&CBC_Meeting/

Sobre o GEO: www.earthobservations.org

Fonte: INPE
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mercado de comunicações via satélite no Brasil

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Na mais recente edição da revista especializada Via Satellite, um pequeno artigo traz comentários interessantes sobre a visão de Gustavo Silbert, presidente da Star One, subsidiária da Embratel, sobre o crescimento do mercado latino-americano de serviços de comunicações via satélite. Reproduzimos o trecho abaixo, traduzido livremente do inglês para o português:

"A única nota de atenção parece vir de Gustavo Silbert, CEO [diretor-presidente] da operadora brasileira Star One, que teme que a região enfrente um outro caso de excesso de capacidade. "A maioria dos operadores estão anunciando novos satélites e/ou substituições para a região. Há um risco potencial de oferta em excesso dentro dos próximos dois ou três anos, similar a que aconteceu em 2003 e 2004", disse - embora o temor não afastará a Star One de lançar um novo satélite em 2012.

E o alerta de Silbert bate com as informações de um relatório de dezembro, que afirma que o Brasil sozinho - país com uma economia em crescimento e também da Copa do Mundo da FIFA de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 - responde por mais de cinquenta por cento da demanda de serviços de satélites na região."


O texto da Via Satellite não traz essa informação, mas no mercado, desde o final de 2010 comenta-se que a subsidiária da Embratel está trabalhando na contratação de um novo satélite (Star One C4), de maior capacidade (48 transpônderes), e que fabricantes americanos e europeus estariam no páreo. O blog abordará futuramente a "concorrência" do Star One C4.

Para quem se interessa pela mercado de comunicações comerciais via satélite, recomendamos a leitura de algumas das reportagens dessa edição, particularmente o texto "Latin America Pays Dividends for Sat Exec of Year - and Others", e também a reportagem sobre Petra Mateos, presidente da operadora espanhola Hispasat (veja aqui).
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Aquisições no setor de defesa? - Parte III

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Em 27 de janeiro, colocamos aqui uma postagem ("Aquisições no setor de defesa? - Parte II") sobre negociações em andamento relacionadas à consolidação do setor industrial de defesa no Brasil, algo que, como temos insistido, terá inevitáveis reflexos no campo espacial. Naquela ocasião, divulgamos um trecho de conversa tida no início de janeiro com uma pessoa bastante familiarizada com o setor, abaixo novamente reproduzida:

Eu: "Olá, tudo bem?"
Interlocutor: "Tudo bem, e com você?"
Eu: "Tudo bem."
Interlocutor: "Legal. Viu, vocês precisam escrever alguma coisa sobre as compras de empresas brasileiras por estrangeiras..."
Eu: "Ah, é? Teve o lance da Ares e Periscópio com a Elbit, né? Ouvi falar também da A falando com a E, e da Mectron com a Odebrecht."
Interlocutor: "Sim, e a O também."
Eu: "A O?! [Surpreso] Mas, para quem!?"
Interlocutor: "Não posso dizer."
Eu: "Poxa, conte aí, quem é?"
Interlocutor: "Sério, não posso dizer, mas não é tão ruim assim..."

Pois bem, depois de algum tempo, os nomes de "A" (Atech) e "O" (Orbisat) começaram a vazar (demorou!). Não divulgamos antes simplesmente para preservar as fontes, embora, quem seja do ramo, já soubesse disso há muito tempo. Nossa postagem anterior tem mais informações (inclusive números, avaliação, formas da transação, etc.), e até onde fomos atualizados, as negociações continuam.

Novos elementos vão também surgindo. Pode-se afirmar que hoje, dificilmente existe alguma empresa brasileira do setor de defesa (e algumas de espaço) que não tenha recebido visitas ou propostas dos grandes players atuantes no mercado local para parcerias ou compras de participação. Um caso específico de uma empresa paulista, com negócios em defesa e espaço, é bem interessante: num intervalo de semanas, recebeu contatos, visitas e demonstrações de interesses de, ao menos, quatro players (um nacional, um misto e dois estrangeiros).

Sobre o "namoro" entre Odebrecht e Mectron: pelo rumor que chegou ao conhecimento do blog, vindo diretamente do "velho continente", o interesse da Odebrecht (não apenas da Odebrecht, logicamente, mas num movimento já orquestrado) pode até mesmo cruzar o Oceano Atlântico, chegando até à África do Sul (Denel Dynamics).
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Uma década de DMC

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Esta semana, foi celebrada em Londres, na Inglaterra, uma década do sistema de monitoramento de desastres DMC (Disaster Monitoring Constellation), liderado pelo Reino Unido e pela empresa SSTL, do grupo EADS Astrium. O sistema é formado por organizações e nações estrangeiras, cada qual possuindo um satélite de observação de pequeno porte, desenvolvido e construído pela própria SSTL.

O objetivo da DMC é contribuir em campanhas humanitárias contra desastres naturais, como os que aconteceram com tsunamis na Ásia (2004), furacão Katrina nos EUA (2005), inundações no Reino Unido (2007), e o terremoto de Sichuan, na China (2008), fornecendo imagens óticas de alta resolução.

Uma empresa - DMC International Imaging - foi criada com o propósito de coordenar respostas aos desastres e distribuir as imagens, e também para comercializar dados gerados pela constelação para clientes mundo afora, gerando assim recursos para custear as missões de caráter humanitário. Um dos clientes, aliás, é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Desde 2004, duas vezes ao ano, os satélites DMC têm sido usados para o imageamento em alta resolução da região amazônica, com o objetivo de mensurar o desflorestamento e identificar cortes ilegais, em apoio aos sistemas DETER e PRODES.

Para este ano, está prevista a inclusão de mais dois satélites à constelação, o NigeriaSat-2 e NigerisaSat-X, ambos da Agência Espacial da Nigéria. O consórcio que mantém a DMC também considera recentes desenvolvimentos tecnológicos para ampliar a rede e sua capacidade, além de sensores SAR (de tecnologia radar), capazes de imagear mesmo com cobertura de nuvens ou fumaças.
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Radiotelescópio de Eusébio, no Ceará

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Conserto astronômico

18/2/2011

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Contando com uma operação de grandes proporções, um importante radiotelescópio com antena de mais de 14 metros de diâmetro, localizado na região metropolitana de Fortaleza (CE), acaba de ser reparado com sucesso.

O equipamento, que estava fora de uso há um ano devido a um problema técnico aparentemente incontornável, é uma unidade básica de uma rede mundial de geodésia espacial. A rede, que conta com antenas semelhantes em diversos continentes, é responsável por serviços estratégicos como a calibração dos satélites GPS.

O radiotelescópio é operado pelo Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam), da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio de um convênio entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Nasa, a agência espacial norte-americana.

Localizado no município de Eusébio (CE), o instrumento é o único do gênero no país e integra o Rádio Observatório Espacial do Nordeste (Roen). A antena faz parte de uma rede internacional com mais 30 grandes radiotelescópios concentrados principalmente na Europa, Estados Unidos, Japão, Rússia, Austrália e África do Sul.

De acordo com Pierre Kaufmann, professor do Craam, o reparo foi realizado pelas empresas brasileiras Robrasa, do grupo Thyssen Krupp e sua parceira instaladora Peyrani. Com o apoio e orientação do Departamento de Mecânica da Escola de Engenharia da Universidade Presbitariana Mackenzie, o serviço foi encaminhado à empresa e pago com recursos da Nasa.

“A complexidade do reparo necessário era tão grande que, há cerca de um ano, estávamos em vias de encerrar o programa. Não havia opções. Trocar de antena estava fora de cogitação, pelo custo elevado. Mas a empresa contratada fez uma proposta bastante criativa, que viabilizou o reparo”, disse o cientista que coordena o Projeto Temático Emissões da atividade solar do submilimétrico ao infravermelho, apoiado pela FAPESP.

A antena, inaugurada em 1993, teve um problema em seu eixo azimute, que possibilita o movimento horizontal. Para corrigir, era preciso trocar um rolamento de 2,5 metros de diâmetro. O novo rolamento foi fabricado em Diadema (SP), mas a operação – complexa e cara – consistia em desmontar e remontar a antena para a instalação do novo rolamento.

“A solução foi bastante original. Trabalhei na construção de diversas antenas e não havia visto nada parecido. Em vez de suspender a antena com guindastes – que seria uma solução convencional, mas muito difícil –, eles levantaram toda a estrutura com macacos gigantes e a fizeram correr em um trilho”, disse Kaufmann à Agência FAPESP.

O reparo foi realizado com sucesso e agora a parte eletrônica está sendo reinstalada. Espera-se que o radiotelescópio volte a funcionar dentro de algumas semanas.

A rede internacional da qual faz parte o Roen utiliza a técnica de interferometria de longa distância (VLBI, na sigla em inglês) “É uma rede de antenas que observa simultaneamente ‘radioestrelas’ celestes intensas – os quasares – obtendo interferências dos sinais”, explicou.

A precisão das observações é altíssima. “A precisão angular espacial é de 1 milésimo de segundo de arco. Para se ter ideia, o planeta Júpiter tem dimensão angular de cerca de 60 segundos de arco, próximo da resolução do olho humano. Um milésimo de segundo de arco é o tamanho de um astronauta visto na Lua, ou de uma moeda no Rio de Janeiro vista a partir de São Paulo”, disse Kaufmann.

Posições atualizadas

As observações dos mesmos quasares feitas a partir de diversos pontos do mundo geram dados que são gravados com padrões de tempo da mais alta precisão e enviados para centros de processamento em Washington (Estados Unidos) e Bonn (Alemanha).

“Com isso, é possível determinar com grande precisão as derivas dos continentes, as variações na duração dos dias, os movimentos irregulares do eixo de rotação da Terra e os movimentos plásticos da crosta terrestre”, contou Kaufmann.

As observações permitem estabelecer alterações mínimas na rotação da Terra, com precisão absoluta de dezenas de microssegundos, determinando movimentos na superfície da Terra com precisão inferior a 1 centímetro.

“Uma variação de 100 microssegundos na duração do dia significa uma variação de 1 metro na superfície da Terra, ou de dezenas de metros na altura da órbita dos satélites. Esses dados sobre as variações são processados e enviados aos controladores de satélites o tempo todo, possibilitando correções”, disse.

Caso esses erros de posicionamento não fossem corrigidos constantemente, eles se acumulariam e as posições dos satélites seriam perdidas. “Podemos afirmar que, se os serviços de interferometria de longa distância fossem suspensos por dois meses, não teríamos mais GPS. Com isso, o sistema de telefonia, que depende do sincronismo de tempo com satélites GPS, entraria em colapso”, afirmou Kaufmann.

Segundo ele, o principal e mais estratégico serviço prestado pela rede de radiotelescópios VLBI está na permanente atualização e calibração das constelações de satélites GPS e congêneres, como o GLONASS, da Rússia, o Galileo, da Europa, e o COMPASS, da China.

“Estas atualizações são essenciais para assegurar as precisões em georreferenciamento, bem como nos serviços de sincronismo remoto de relógios, de terminais repetidores de telecomunicações, de telefonia celular e assim por diante. Todo o sistema de telecomunicações de países como o Brasil depende do sincronismo de tempo do GPS”, disse.

O projeto do Roen é o resultado de acordos firmados em 1988 e 1989 entre a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e o Centro de Rádio-Astronomia e Aplicações Espaciais (Craae). O Craae é resultado de um acordo que reúne Mackenzie, Inpe, USP e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O Craae coordenou no Brasil os trabalhos de instalação do radiotelescópio na Estação de Eusébio, de propriedade do Inpe, e o Roen iniciou as operações em 1993. Em 2004, foi efetivado o convênio entre a AEB e a Nasa, que deu origem ao novo contrato assinado entre a Nasa e o Mackenzie, que passou a responder pela gestão do Roen. Parte dos custos operacionais, de pessoal e de infraestrutura é provida pelo Mackenzie e pelo Inpe.

Fonte: Agência Fapesp
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Espaço no "radar" da Embraer?

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Desde o final de 2010, circulam comentários nos bastidores sobre o crescente interesse da Embraer pelo setor espacial. A empresa tem buscado entender sua dinâmica, conhecer projetos e perspectivas, e tem também analisado algumas oportunidades que lhe foram apresentadas. Visitas a ou de empresas nacionais e mesmo estrangeiras visando parcerias já ocorreram e continuar a acontecer.

Todo esse processo tem sido liderado pela Embraer Defesa e Segurança, unidade da fabricante aeronáutica cuja criação foi anunciada em 10 de dezembro de 2010, com o objetivo de atender as necessidades em defesa tanto do Brasil como para o mercado de exportação. Em press release divulgado à época, a companhia brasileira anunciou que seu interesse em defesa não se restringia apenas a aeronaves e sistemas embarcados, "mas também em soluções integradas para outras aplicações, inclusive para os segmentos de Comunicação, Computação, Comando, Controle e Inteligência (C4I) e de treinamento."

O curioso é que a empresa tem olhado oportunidades não apenas envolvendo satélites e redes de comunicações (algo relativamente lógico se considerarmos a intenção da Embraer em se envolver com projetos de redes de monitoramento, como o Sisfron), mas também em outros segmentos espaciais, alguns até surpreendentes.

A propósito, sobre a nova unidade da Embraer e suas áreas de interesse, recomendamos a leitura do artigo "Defesa e segurança, objetivos ampliados", de autoria de Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, publicado na "Folha de S. Paulo" em 17 de fevereiro de 2011.

Aguiar, apesar de se referir aos setores de defesa e segurança e não citar diretamente o ramo espacial, menciona três grupos tomados por paradigma: Boeing (EUA), e EADS (França, Alemanha, Espanha) e Finmeccanica (Itália). Os três grupos têm significativa atuação na área espacial.
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200ª missão da família Ariane

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Foi realizado com sucesso ontem de noite, 16 de fevereiro, a partir de Kourou, na Guiana Francesa, o primeiro lançamento do Ariane 5 em 2011 - e a 200ª missão da família (1, 2, 3, 4 e 5) desde a sua criação - levando a bordo a espaçonave não tripulada ATV 2 Johannes Kepler, que transportará suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês).

Este foi o 56º lançamento do Ariane 5 e a 42ª missão bem sucedida consecutiva. A versão utilizada foi a do Ariane 5 ES, desenvolvida especificamente para as missões em órbita baixa relacionadas à ISS, com capacidade total em torno de 20 toneladas.

A nave ATV 2 foi construída pela Astrium, do grupo EADS, liderando um grande consórcio de indústrias europeias. Grosso modo, trata-se de um grande cilindro com cerca de 10 metros de comprimento e 4,5 metros de diâmetro, com duas partes principais: um módulo de serviço dotado de aviônicos e sistemas de propulsão, e um compartimento de carga pressurizado, capaz de transportar até 6,6 toneladas.

Para saber mais sobre o ATV, acesse a página do programa, mantida pela Agência Espacial Europeia.
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Qualidade espacial russa em xeque

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Desde o final do ano passado, a Rússia tem enfrentado de forma mais intensa problemas relacionados ao controle de qualidade de seu programa espacial, acentuados por duas falhas em lançamentos.

A primeira ocorreu no início de dezembro de 2010, envolvendo um lançador Proton transportando três satélites de navegação da série Glonass. Após investigações, descobriu-se que o problema foi o excesso de propelentes no último estágio do foguete, causado por erro humano. Já em 1º de fevereiro, o foguete Rockot / Briz-KM falhou ao colocar na órbita errada o satélite Geo-IK-2, considerado um dos mais modernos de seu tipo já desenvolvidos no país.

Sobre a mais recente falha, os comentários iniciais davam conta de que estaria relacionada à deficiências no controle de qualidade do hardware, mas, essa semana, algumas notícias citando fontes não identificadas inovaram ao afirmar que uma potência estrangeira poderia estar por trás do ocorrido. "A provável causa pode envolver intrusão eletromagnética nos controles automáticos", afirmou uma autoridade não identificada em matéria da AFP.

Além dos claros prejuízos financeiros, as falhas também afetam a imagem da tecnologia espacial russa, considerada robusta e confiável. E isto, é claro, tem reflexos também no mercado internacional, tanto privado (lançamento de satélites de comunicações) como governamental. Há quem afirme que a Rússia está perdendo mercado na área espacial para novos players, como a China. Na América do Sul, por exemplo, alguns países (Venezuela e Bolívia) considerados mercados promissores pelos russos em matéria de defesa, preferiram a tecnologia espacial chinesa na hora de contratar os seus satélites.
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Representante da Roscosmos no Brasil

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Chegou hoje (15) à Brasília (DF), Genadiy Saenko, representante permanente da agência espacial russa (Roscosmos), para o Brasil. Saenko trabalhará no prédio da embaixada da Rússia e terá como principal função estreitar a relação espacial entre os dois países.

Em novembro de 2009, já havíamos divulgado a informação de que a Roscosmos teria representantes permanentes na capital federal.

A decisão de alocar uma pessoa no País demonstra o interesse de Moscou em ampliar o escopo da cooperação espacial com o Brasil. A Rússia já coopera com o Programa VLS e na área de propulsão líquida para lançadores. Ao menos outras duas áreas atraem também interesse: sistemas de posicionamento global (Glonass), e comunicações.
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Jobim, Tráfego Aéreo e SGB

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Em sua visita à Montevidéu, no Uruguai ontem (14), o ministro da Defesa Nelson Jobim deu declarações relacionadas ao futuro controle de tráfego aéreo por satélites, algo que até há alguns anos se considerava como a função primária do conceitual Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

O ministro afirmou: "Em 2025, será imposto o controle dos espaços aéreos através de satélites, e não com radares [como acontece agora], e é necessário ter capacidade para poder assumir esse controle. São pontos que temos de decidir juntos, para termos uma maior capacidade de escala."
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Roberto Amaral deve dar adeus à ACS

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De acordo com as últimas informações recebidas pelo blog Panorama Espacial, Roberto Amaral, diretor-geral da ACS, deve deixar a binacional em breve. Seu adeus estaria pendente apenas da posse de Marco Antonio Raupp na Agência Espacial Brasileira (AEB), e de acertos para que assuma outra posição fora do setor de C&T.

Para alguns observadores, sua saída era de certo modo esperada, já que o partido ao qual Amaral é filiado (PSB) não controla mais o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que agora está sob as égides de Aloisio Mercadante, do PT. As últimas notícias envolvendo a binacional - não início das obras, não integralização de capital e dificuldades no relacionamento com os ucranianos, entre outras - também não eram as mais animadoras, como noticiamos em janeiro (ver "Tensão na Alcântara Cyclone Space").

A saída de Amaral, que tem liderado a ACS desde a sua constituição em agosto de 2006, será provavelmente o estopim para outras mudanças na empresa.

Comenta-se também que seria do interesse do MCT (leia-se, Mercadante) que a AEB tivesse uma maior ingerência sobre a ACS. Atualmente, as duas organizações não tem qualquer relação de subordinação, ambas respondendo diretamente ao Ministério.
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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Anatel: novos direitos de exploração de satélites

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Anatel poderá licitar quatro novos direitos de exploração de satélites brasileiros

10 de Fevereiro de 2011

O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou hoje (10) a realização de consulta pública a respeito da proposta de edital de licitação que permitirá o lançamento de até quatro satélites geoestacionários brasileiros. Os novos satélites permitirão a ampliação da capacidade satelital brasileira e contribuirão para o melhor atendimento das demanda futuras por serviços de telecomunicações no País, como, por exemplo, as decorrentes de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, entre outros projetos.

Entre as inovações em relação às licitações anteriores, estão as possibilidades de realização em sequência de todas as etapas do processo licitatório, conferindo agilidade à licitação, e de seleção de órbitas e faixas de frequências associadas aos planos dos Apêndices 30, 30A, e 30B do Regulamento de Radiocomunicações da União Internacional de Telecomunicações (UIT). Essas faixas são uma alternativa ao cenário de congestionamento do arco orbital geoestacionário, especialmente nas bandas C e Ku, para o crescimento do provimento de capacidade espacial brasileira.

O texto ficará à disposição da sociedade para contribuições por 30 dias no SACP (Sistema de Acompanhamento de Consulta Pública), a contar da publicação do extrato da consulta no Diário Oficial.

A matéria foi relatada pela conselheira Emília Ribeiro. Clique aqui para ler a sua análise.

Fonte: Anatel
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sábado, 12 de fevereiro de 2011

ANÁLISE: Programa F-X2, Boeing, EUA e satélites

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No último dia 8, a Reuters divulgou uma reportagem, intitulada "Brasil quer melhores condições para caças da Boeing, diz fonte", afirmando que para a presidente Dilma Rousseff, o caça F-18 E/F Super Hornet, da Boeing, seria a melhor opção para o Programa F-X2, da Força Aérea Brasileira (FAB). O texto tem um parágrafo curioso, pois cita o campo de satélites como uma das áreas de possível cooperação caso os americanos ganhem a concorrência: "Ela [Marcia Costley, porta-voz da Boeing] acrescentou que, como parte de eventual negócio, a empresa norte-americana estaria disposta a fornecer ao Brasil também tecnologia e outros tipos de assistência em áreas como transportes, satélites e sistemas bélicos."

A esta reportagem, seguiram-se outras. Em 10 de fevereiro, no jornal "O Globo", o colunista Merval Pereira publicou um artigo ("Desconfianças") destacando a preocupação de Brasília quanto à transferência de tecnologia caso os americanos ganhassem. Num trecho, Pereira faz afirmações empíricas: "Houve problemas com os militares brasileiros nos últimos 30 anos, especialmente com a Aeronáutica, que teve projetos seus dificultados por embargos dos americanos a desenvolvimentos tecnológicos ligados a mísseis e satélites."

Merval Pereira não detalha as restrições americanas, fundamentadas numa legislação interna dos EUA, a International Traffic in Arms Regulations (ITAR), tema que eventualmente abordamos no blog.

Hoje (12), a "Folha de S. Paulo" publicou uma reportagem ("EUA acreditam ter assumido dianteira na venda dos caças") destacando o otimismo do governo norte-americano com a possível venda do Super Hornet para a FAB.

Em fevereiro de 2009, publicamos uma postagem com uma análise das consequências para o Brasil na hipótese da reforma da ITAR, assunto já há alguns anos em discussão em Washington. Além dessa mudança normativa, e talvez até mais importante do que ela, o possível comprometimento norte-americano com uma inédita transferência tecnológica, motivado pelo interesse na venda dos caças, tem o condão de trazer significativos benefícios para a indústria de defesa e o setor espacial brasileiro. A menção a satélites (comunicações?) é um claro indicativo disto.

Recentemente, o governo americano, numa linha pragmaticamente comercial (no setor de defesa, apenas para a Boeing, a perspectiva é de mais de 30 bilhões de dólares em negócios com a Índia nos próximos dez anos), levantou restrições de exportação de avançadas tecnologias a instituições de pesquisas indianas das áreas de defesa e espacial (dentre elas, a ISRO), num exemplo que demonstra até onde os EUA estão dispostos a chegar.

A oferta da Boeing também evidencia como um programa de aquisição de defesa pode ter reflexos significativos em outros setores não diretamente relacionados, como o espacial. Uma vitória americana poderia ter um efeito devastador nos esforços de governos e empresas, especialmente europeus, em parcerias com o Brasil no campo de satélites.
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Matéria no "O Globo": ACS divulga nota

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Sobre a matéria "Governo federal dá aval para construção de satélite de monitoramento das chuvas", publicada pelo jornal "O Globo" ontem (10) e reproduzida pelo blog na postagem "Avanços no Programa GPM", a binacional Alcântara Cyclone Space divulgou a seguinte nota de esclarecimento:

"Nota de esclarecimento - Reportagem de "O Globo"

O Diretor-geral da Alcântara Cyclone Space, parte brasileira, Roberto Amaral, manifestou sua estupefação diante de declaração publicada no O GLOBO de hoje (p.15), na qual se lê que "O diretor do Inpe descarta o uso dos ucranianos Cyclone 4, a partir da base de Alcântara (MA)" (para o lançamento do GPM, o novo satélite brasileiro para previsão de temporais). Segundo o diretor do INPE, "não há garantia de que o projeto tocado pela binacional Alcântara Cyclone Space (sítio de lançamento de Alcântara) esteja operacional a tempo". Ora, a fabricação do GPM está programada para 2015 (admitamos que não ocorram adiamentos) e o lançamento de qualificação do Cyclone a partir de Alcântara está marcado para o primeiro semestre de 2012. Em que se baseia o raciocínio do diretor do INPE? Simples desinformação?"

Comentário do blog: o satélite GPM deve ser baseado na Plataforma Multimissão (PMM), uma plataforma genérica para satélites na classe de 500 kg. A capacidade em órbita baixa do Cyclone 4 é cerca de 10 vezes superior à massa da PMM. Assim, para se justificar financeiramente o voo a bordo do Cyclone 4, o lançador deveria levar outras cargas úteis, numa missão com múltiplos satélites.
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Avanços no Programa GPM

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Governo federal dá aval para construção de satélite de monitoramento das chuvas

10/02/2011

Roberto Maltchik


BRASÍLIA - A tragédia na Região Serrana levou o Ministério da Ciência e Tecnologia a dar carta branca ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para investir na construção de um satélite de monitoramento de precipitações. O GPM (sigla, em inglês, para Medida de Precipitação Global) será construído em parceria com os Estados Unidos e vai custar aos cofres públicos o equivalente a US$ 70 milhões, ao longo dos próximos quatro anos. A ideia da Nasa é fazer o lançamento do GPM em 2015.

— Já há uma decisão no âmbito do ministério e da Agência Espacial Brasileira. O (Aloizio) Mercadante já foi consultado e está de acordo. Estamos bastante tranquilos em relação ao apoio do governo brasileiro — afirmou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara.

No projeto, os EUA entram com os sensores e o Brasil com o suporte energético e de telecomunicações para o satélite. O principal obstáculo, neste momento, é a licitação para a escolha do foguete lançador. O diretor do Inpe descarta o uso dos ucranianos Cyclone 4, a partir da base de Alcântara (MA). Segundo ele, não há garantia de que o projeto, tocado pela binacional Alcântara Cyclone Space, esteja operacional em tempo hábil.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Carlos Nobre, explica que o GPM coroa o sistema de prevenção com o mecanismo mais preciso que existe para monitorar a característica de uma chuva, especialmente a temperatura e a densidade do interior das nuvens.

O sistema que hoje fornece informações ao Brasil — cujo domínio não é brasileiro — não dispõe dos sensores do GPM para inferir a dimensão de uma tempestade. O Brasil também não tem garantias de que receberá informações em tempo adequado. Essa velocidade faz a diferença para emitir um alerta preciso.

— Ele olha processos físicos que o sistema atual é incapaz de observar. Informações como se há gelo ou água líquida no interior das nuvens. O GPM será muito bem-vindo — afirma Nobre.

O chamado GPM Brasil integra uma família de satélites de chamada órbita baixa que devem monitorar as precipitações em todo o planeta. Os Estados Unidos e o Japão estão construindo a "nave mãe", equipamento de tecnologia altamente avançada, capaz emitir microondas e captar as informações da atmosfera. No dia 26 de abril, os patrocinadores do projeto se reúnem em Fortaleza para analisar o cronograma. No encontro, de acordo com o pesquisador do Centro de Previsão do Tempo do Inpe, Luiz Augusto Machado, também será decidido se os não patrocinadores receberão informações ao mesmo tempo que Brasil, Estados Unidos e Japão.

— No caso do Rio, se o GPM tivesse passado (na órbita equatorial), nós teríamos a possibilidade de saber o que estava acontecendo. Ter parte do projeto é a única garantia de que o Brasil vai receber as informações no tempo adequado — afirma Machado.

Fonte: O Globo, 10/02/2011
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cartografia da fronteira Brasil - Guiana Francesa

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Brasil e Guiana francesa vão ganhar nova cartografia

10/02/2011 - 11:11

Limitada, ao norte, por um ambiente costeiro sob a influência do rio Amazonas; na parte central, por uma floresta cortada por duas rodovias nacionais (Macapá/Oiapoque e Saint-Georges-Caiena); e ao sul, por dois parques nacionais - o Parque Amazônico da Guiana Francesa e o Parque Nacional do Tumucumaque, do Brasil - a área transfronteiriça entre a Guiana Francesa e o Amapá é uma região de grande diversidade ambiental.

Para entender melhor essa região, o projeto “Observação por satélite do meio ambiente transfronteiriço Guiana Francesa –Amapá” (OSE) coordenado pelo Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) pretende elaborar uma cartografia multi-temática sobre tipologias ambientais comuns e elaborar nomenclaturas compartilhadas em três línguas (francês, português, inglês), ao mesmo tempo que faz o monitoramento e a preservação do meio ambiente. O trabalho definirá, entre outros, indicadores de biodiversidade e de degradação das coberturas florestais. O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) participa como instituição convidada e colabora no monitoramento e na proteção da bacia do Oiapoque, na região transfronteiriça Guiana francesa/Estado do Amapá

Com duração de três anos e um orçamento estimado em cerca de 2 milhões de euros, o projeto pretende também obter indicadores úteis para o estudo da agro-biodiversidade dos espaços humanizados; da biodiversidade de ecossistemas e recursos costeiros, dos recursos hídricos continentais; das atividades de mineração e de seus impactos sobre ambientes próximos; bem como os riscos de transmissão da malária na região.

Centro de Pesquisa Internacional

Para incrementar o intercâmbio científico em nível regional e continental, foi inaugurado, em 18 de janeiro último, o Centro de Pesquisa Internacional, em Caiena, que segundo a pesquisadora do Museu Goeldi, Maria Thereza Prost, é estratégico para a formação de recursos humanos, pois vai permitir o acesso a metodologias inovadoras. Um dos projetos em cooperação a ser iniciado em 2012 é o OSE. Entre os produtos gerados pelo projeto incluem-se 12 teses de Mestrado (6 no Brasil e 6 nas Guianas), 2 doutorados (1 no Brasil e 1 nas Guianas), mapas de uso do solo e das unidades de paisagem da bacia do Oiapoque e obra de síntese do projeto.

IRD

Criado em 1944, o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, ex Orstom) é um estabelecimento público de caráter científico e tecnológico, sob a dupla tutela dos ministérios franceses de Pesquisa e de Cooperação. Presente em toda a zona intertropical, o IRD conduz programas em parceria, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural dos países do Sul. O IRD realiza também missões de valorização de perícia, de formação, e participa ä informação científica e técnica dos países do hemisfério Sul. O instituto está presente na África, Oceano Indico, América Latina e no Pacífico, em 35 países e em 5 regiões ultramarinas francesas.

Fonte: MCT
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Marco Antonio Raupp e AEB

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Alguns leitores têm questionado o blog sobre a razão para a demora na posse de Marco Antonio Raupp na presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB).

No início de janeiro, o cientista, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), foi indicado para o principal cargo do Programa Espacial Brasileiro pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Nos bastidores, a indicação foi bastante comemorada, por se tratar de um reconhecido especialista no setor espacial, com passagens no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e também no Parque Tecnológico de São José dos Campos.

Segundo as informações a que tivemos acesso - e confirmadas por três pessoas - a demora tem razões eminentemente burocráticas. Raupp seria sócio de uma empresa familiar e, antes de assumir o cargo público, precisaria se desincompatibilizar dessa atividade.

Mas, mesmo enquanto não assume oficialmente a AEB, Marco Raupp já tem buscado se inteirar mais das atividades em curso, participando de reuniões e visitas em São José dos Campos e Brasília.
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A "maioridade" do SCD-1

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SCD-1: primeiro satélite brasileiro completa 18 anos em operação

07-02-2011

Ao completar 18 anos em órbita, no dia 9 de fevereiro, o SCD-1 terá dado 94.994 voltas ao redor da Terra. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o SCD-1 se mantém operacional e retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.

O lançamento do SCD-1 pelo foguete americano Pegasus, em 1993, foi o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, agora chamado de Sistema Nacional de Dados Ambientais (Sinda). O sistema é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.

Este sistema fornece dados para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.

Sinda

O satélite capta os sinais das PCDs instaladas por todo o território nacional e os envia para a estação de recepção e processamento do Inpe em Cuiabá (MT). Depois os dados são transmitidos para o INPE Nordeste, o centro regional do Instituto localizado em Natal (RN), onde são processados e distribuídos aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br
Atualmente, o sistema é composto pelos satélites SCD-1 e SCD-2, este lançado em 1998. A modernização e revitalização do sistema SCD é uma das prioridades de desenvolvimento e atuação do Inpe, principalmente para atender à demanda de alerta de desastres naturais. [negrito do blog]

Fonte: INPE

Comentário: muito interessante a última frase do press release divulgado pelo INPE, destacado em negrito acima. O SCD passa a ser considerado uma prioridade pelo Instituto, de modo a atender a demanda de alertas de desastres naturais. Ao mesmo tempo que o SCD-1 completa 18 anos, não se pode ignorar o fato de que já há mais de doze anos, desde o SCD-2, que o Brasil não lança um satélite totalmente dedicado ao Sistema de Coleta de Dados. Além do surpreendente funcionamento dos dois SCDs, o sistema tem sido mantido por meio de cargas secundárias nos satélites da série CBERS. Em entrevista dada ao blog por Gilberto Câmara, diretor do INPE, em março de 2009, foram destacadas as dificuldades para a manutenção / ampliação do sistema. Reproduzimos o trecho abaixo:

"Em relação ao Sistema de Coleta de Dados, integrado pelos satélites da série SCD-1 e 2, e pôr transpônderes a bordo do CBERS, Câmara esclareceu haver dificuldades para o lançamento de satélites totalmente dedicados por falta de lançadores para a órbita equatorial. De fato, existem lançadores, porém, o custo é proibitivo quando se leva em consideração que a construção de um novo satélite custaria algo em torno de 3 a 4 milhões de dólares, enquanto que o frete do foguete seria da ordem de 10 milhões de dólares. “Não tenho como lançá-los”, disse. Com a conclusão do projeto do VLS-1B, do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), isso deve mudar, sendo possível o lançamento de satélites totalmente dedicados. Enquanto isso, o sistema é mantido com a rede Argos, das agências espaciais da França (CNES), dos EUA (NASA), e NOAA (EUA)."
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Soyuz em Kourou

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E por falar em flerte russo com Alcântara (veja a postagem "HISTÓRIA: O flerte russo com Alcântara"), foi definida a data do primeiro voo do lançador Soyuz ST a partir de Kourou, na Guiana Francesa, operado pela Arianespace. O "maiden flight" está previsto para 31 de agosto, de acordo com informações divulgadas pela empresa projetista do foguete, a TsSKB-Progress.

As cargas úteis também foram definidas. Serão dois satélites de navegação da série Galileo, equivalente europeu do sistema de posicionamento global (GPS, sigla em inglês) americano.

Segundo informações extraoficiais, obtidas pelo blog junto a uma fonte governamental durante visita à Kourou em dezembro de 2010, a definição sobre as cargas úteis do primeiro voo era uma matéria diplomática de alto nível entre a França e a Rússia. Inclusive, na época ganhava força a possibilidade de que o primeiro voo levasse um satélite de comunicações do governo indiano (da série INSAT), em razão das duas falhas do lançador GSLV, com satélites de comunicações, em abril e dezembro de 2010.

O segundo voo

Programado para o terceiro trimestre, o segundo voo do Soyuz e o primeiro partindo da Guiana deve ter como uma das cargas úteis o satélite chileno de sensoriamento remoto SSOT, construído pela europeia Astrium, do grupo EADS, e atualmente armazenado nas instalações da empresa em Toulouse, no sul da França. Além do SSOT, a missão lançará o satélite de observação Pleiades 1, e quatro satélites franceses de inteligência eletrônica da série ELISA.

Colaborou José Ildefonso.
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HISTÓRIA: O flerte russo com Alcântara

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O interesse russo no campo de lançadores espaciais no Brasil não é nenhum segredo. Já há muitos anos, instituições de pesquisa e empresas da Rússia colaboram com o governo brasileiro, especialmente com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), no desenvolvimento e transferência de conhecimento em matéria de foguetes, especialmente em propulsão líquida. O que poucos conhecem, ao menos em maiores detalhes, é que uma companhia com parceiros e investidores da Rússia, EUA e Austrália chegou a seriamente considerar seriamente na primeira metade da década de 2000 a ideia de construir no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, uma plataforma para um novo lançador russo de grande porte, com vistas ao mercado comercial de lançamentos espaciais.

Entre 2002 e 2004, foram realizados estudos de viabilidade e vários contatos com autoridades e empresas brasileiras, dentre as quais congressistas e dirigentes, envolvendo a a instalação da Orion Space Launch Systems (OSLS) no CLA. Seguindo o exemplo de outros projetos de parcerias para a exploração comercial de Alcântara, a iniciativa da OSLS tinha por objetivo se aproveitar da posição geográfica favorável do centro, próxima a linha do equador, e também da infraestrutura, ainda que limitada, já existente. O investimento total estimado da OSLS era de 339 milhões de dólares, incluindo financiamentos junto à instituições financeiras. Na época, contatos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste e International Finance Corporation (IFC) chegaram a ser realizados, além de buscas por outros investidores brasileiros dispostos a aportar capital no projeto.

A expectativa da Orion Space Ventures, empresa responsável pelo OSLS, era obter uma fatia de 20% a 25% do mercado de lançamentos, considerando-se um número total anual de 25 a 30 missões geoestacionárias, e 50 lançamentos espaciais ao todo.

O veículo de lançamento Orion seria desenvolvido por empresas russas, como a Makeyev, KBTM e NPO Lavochkin, utilizando-se de tecnologias já comprovadas, dentre as quais a dos propulsores NK-33 e RD-0124. O Orion teria a capacidade de levar satélites com massas de até 6 toneladas em órbita de transferência geoestacionária (Geostacionary Transfer Orbit- GTO), e de mais de 14 toneladas em órbita terrestre baixa (Low Earth Orbit – LEO). Um detalhe curioso, mas que não necessariamente tem qualquer ligação, é que a Makeyev e a KBTM trabalharam na revisão crítica do VLS-1 após o acidente em agosto de 2003, e também nos programas de propulsão líquida do IAE/DCTA.

Embora a iniciativa fosse inicialmente privada, de empresários envolvidos com o projeto da Asia Pacific Space Centre (APSC), em Christmas Island, a OSLS contava também com o apoio do governo russo. Em carta datada de 21 de junho de 2004, Anatoly Perminov, na época e ainda hoje diretor da agência espacial russa, explicitava o suporte de Moscou: "A Agência Espacial Federal acredita que o Projeto Orion, juntamente com seu atrativo comercial, atende os interesses de ambos Estados, tanto Rússia quanto Brasil. A respeito disso, a Agência Espacial Federal considera o projeto Orion como uma possível direção para a cooperação espacial entre Rússia e Brasil e por isto o incluiu no proposto Programa de Cooperação, o qual foi apresentado para a parte brasileira em fevereiro de 2004 durante a Terceira Reunião da Comissão Intergovernamental em cooperação econômica, científica e tecnológica."

O projeto da Orion Space Ventures acabou não indo adiante por motivos até hoje não completamente claros. Entre 2003 e 2004, houve uma forte disputa política dentro do governo brasileiro (Ministério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia e Agência Espacial Brasileira), em relação aos projetos para a exploração comercial de Alcântara, com alguns setores defendendo o modelo de parceria com a Ucrânia, e outros com a Rússia/Orion Space Ventures.
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Carlos Nobre: "Precisamos de um satélite só nosso"

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"Precisamos de um satélite só nosso"

Para cientista responsável por novo sistema de prevenção de desastres, só investimento no médio prazo pode evitar as tragédias de verão

André Julião

O climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi convocado para uma missão estratégica. Ele vai coordenar o Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais, que deve funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano e contará com previsões climáticas e o treinamento da população em áreas de risco para evitar tragédias como as que acometeram a região serrana do Rio de Janeiro, no começo do ano. À ISTOÉ, Nobre dá detalhes do sistema e fala da importância de um satélite nacional para melhorar as previsões.

ISTOÉ – A falta de um satélite brasileiro prejudica o funcionamento do sistema?
Nobre – O Brasil tem que se planejar para ter um satélite meteorológico geoestacionário (que fica “estacionado” sobre o território) nosso, para melhorar a capacidade de detectar o que muda na atmosfera. Atualmente, usamos um satélite americano e um europeu. Eles fornecem esse tipo de informação, mas o Brasil não os controla. Precisamos de autonomia.

ISTOÉ – Qual o problema em usar os satélites estrangeiros?
Nobre – Hoje não acontece, mas já ocorreu no passado, na época em que havia muitos furacões nos EUA. Era só um dos dois satélites americanos parar de funcionar e eles viravam a câmera do que estava parado sobre o Brasil para o Caribe. O resto do mundo recebia uma imagem dele a cada três horas. É preciso tê-las a cada dez, 15 minutos para acompanhar o movimento rápido das nuvens. O Brasil é tão grande e diverso que justifica ter um satélite nacional. Mas não é algo que se consiga implantar em curto prazo.

ISTOÉ – Uma possível mudança no Código Florestal vai na contramão desse sistema?
Nobre – As áreas que foram ocupadas de forma irregular representam muito perigo. A floresta protege o solo e funciona muito bem para diminuir o risco de deslizamentos e inundações. Mas mesmo o código vigente não é adequado para proteger áreas expostas nas cidades. Ele tem princípios de proteção da água, do solo e da biodiversidade, mas nada sobre a proteção da vida humana.

ISTOÉ – Por que o sistema só vai estar pronto em 2015?
Nobre – A proposta é começar o processo de implantação gradativa do sistema, começando com municípios que possuem um mapeamento bom ou excelente das áreas de risco – e já são muitos. São Paulo e Rio são dois deles e já vão colher resultados antes de novembro. Gradativamente, faremos o ma­peamento detalhado das outras áreas. Dentro de quatro anos, esperamos ter alcançado 500 municípios.

Fonte: Revista IstoÉ, Edição 2152, 10 de fevereiro de 2011

Comentário: recentemente, tem se observado um maior destaque dentro do governo para a necessidade de um satélite meteorológico geoestacionário nacional, certamente influenciado pela grande tragédia na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Em algumas entrevistas e discursos, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, apontou esta necessidade. O ponto interessante é que, ao contrário do satélite geoestacionário de comunicações, existe uma maior crença dentro do governo e de outras partes interessadas de que haveria condições de se desenvolver, ainda que parcialmente, o satélite no País, com participação da indústria nacional.
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

IAE/DCTA: avanços em propulsão líquida

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Projeto SAMF - Sistema de Alimentação de Motor Foguete

03/02/2011

O SAMF – Sistema de Alimentação de Motor Foguete – tem como principal função fornecer propelentes ao motor foguete a propelente líquido nas pressões e vazões necessárias para o correto funcionamento do motor.

O SAMF está sendo desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT/Subvenção Econômica da FINEP, em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), através da Divisão de Propulsão Espacial (APE). Ele irá compor o primeiro foguete brasileiro funcionando exclusivamente com motor foguete a propelente líquido, o VS-15. O VS-15 possibilitará a realização de ensaios em vôo do Motor Foguete a Propelente Líquido L15, a fim de verificar se o motor corresponde às características de projeto.

O SAMF é composto por dois reservatórios de propelentes, um de etanol e outro de oxigênio líquido, e um reservatório de gás pressurizante, todos fabricados em fibra de carbono para redução de massa. Além disso, possui diversas válvulas que fazem o controle do fornecimento dos componentes ao motor e o abastecimento dos reservatórios, e reguladores de pressão que controlam a pressão dos componentes nos reservatórios.

O projeto do SAMF já passou pela revisão de requisitos de sistema (SRR) e pela revisão preliminar de projeto (PDR). O sistema está em fase de fabricação dos modelos de engenharia dos reservatórios e dos reguladores de pressão e aquisição dos componentes com a finalidade de montagem de um modelo de engenharia do sistema completo para realização dos primeiros ensaios funcionais a frio.

Fonte: IAE/DCTA
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Revista "Espaço Brasileiro" nº 10 no ar

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu website a décima edição da revista institucional "Espaço Brasileiro", referente ao trimestre de outubro a dezembro de 2010.

O número tem como matéria de capa uma reportagem sobre a a nova plataforma de integração do VLS, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Traz ainda uma entrevista com o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa, em que fala sobre a parceria da empresa agropecuária com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no uso de imagens de satélites, além de uma matéria com um balanço da gestão de Carlos Ganem, presidente da AEB, que deve ser substituído nos próximos dias por Marco Antonio Raupp.

Destaques ainda para pequenas reportagens sobre o desenvolvimento de propulsor para o VLM, a modernização da sala de controle do CLA, e o artigo de opinião de Himilcon Carvalho, diretor da AEB, sobre formação de recursos humanos.

Para acessar a revista, disponível em arquivo PDF (cerca de 27 megabytes), clique aqui.
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

INPE: imagens de satélite da destruição no RJ

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INPE divulga imagens que mostram detalhes da destruição na região serrana do RJ

02/02/2011

A Defesa Civil do Rio de Janeiro está recebendo imagens de satélite da região serrana processadas pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram concluídos, nesta semana, o processamento e a análise de um conjunto de aproximadamente 50 imagens que permitem mostrar detalhes dos deslizamentos causados pelas chuvas de janeiro.

O INPE iniciou o trabalho de analisar dados de satélites poucos dias após a tragédia na região serrana. Um lote de imagens de média resolução já foi entregue à Defesa Civil. De alta resolução, porém, são as primeiras e devem orientar o trabalho de campo da Defesa Civil.

Estas imagens, do satélite GeoEye, foram obtidas por meio do International Charter Space and Major Disasters, um consórcio de instituições e agências espaciais do mundo todo, do qual faz parte o INPE, para auxílio a países afetados por desastres naturais [leia mais aqui].

Imagens estão disponíveis para download a partir do link: http://www.dpi.inpe.br/public/MCT_Envento_rio_Jan2011/

Fonte: INPE


Comentários: além de imagens do satélite norte-americano GeoEye, o INPE também utilizou imagens radar da região serrana do Rio de Janeiro geradas pelo satélite italiano COSMO SkyMed, da Telespazio. De acordo com a Telespazio Brasil, a região atingida foi coberta pela constelação entre os dias 15, 16 e 17 de janeiro, em pronto atendimento às solicitações do INPE.
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