quinta-feira, 31 de março de 2011

Satélite SAC-D deixa o INPE

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Satélite testado no INPE segue para base de lançamento nos Estados Unidos

31/03/2011

Rumo à base de lançamento nos Estados Unidos, o satélite SAC-D/Aquarius deixou as instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP). Dado o tamanho do satélite e de seus equipamentos de apoio, a operação de transporte do LIT/INPE até o aeroporto da cidade aconteceu em duas fases, entre os dias 25 e 29 de março.

Com o embarque do satélite, fruto de cooperação técnico-científica entre a Argentina e os Estados Unidos, o LIT/INPE encerrou com sucesso uma campanha de testes ambientais e medidas físicas que levou nove meses.

“A experiência e o reconhecimento internacional trazidos por esta campanha beneficiarão os futuros programas de satélites atendidos pelo Laboratório, assim como a todos os que recorrem ao LIT para testar, qualificar e aperfeiçoar seus equipamentos e produtos”, comenta Petrônio Noronha de Souza, chefe do LIT/INPE.

Para atender à campanha de testes do satélite SAC-D/Aquarius, o LIT/INPE ampliou sua capacidade técnica e de gerenciamento. O resultado demonstrou que o Laboratório está apto a receber e testar sistemas de grande porte e complexidade e simultaneamente acomodar e trabalhar em conjunto com um grande número de técnicos e engenheiros provenientes de vários países.

Ao longo da campanha, mais de trezentos profissionais estrangeiros trabalharam nas instalações do LIT/INPE, o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas.

Transporte

Após o acondicionamento do satélite em seu contêiner, preparação de todos os equipamentos de apoio aos testes, e o carregamento das carretas de transporte, o primeiro comboio deixou o LIT às 05h00 do sábado, 26 de março. A primeira aeronave foi então carregada e a decolagem ocorreu ainda naquela manhã, às 11h00, rumo à Vandenberg Air Force Base, base de lançamentos americana localizada no estado da Califórnia.

O segundo comboio partiu do INPE às 05h00 da segunda-feira, 28 de março, sendo que os trabalhos de carregamento da aeronave se prolongaram até às 21h00 daquele dia. Esta aeronave decolou na terça-feira, 29 de março, também em direção aos Estados Unidos. As duas aeronaves fizeram escalas técnicas em Porto Rico.

Para a operação completa de transporte do satélite e seus equipamentos foram necessárias nove carretas, num total de 54 toneladas em equipamentos utilizados no LIT/INPE durante esta campanha. Destas nove carretas, duas seguiram para a Argentina para retornar equipamentos para instalações localizadas em Bariloche e Córdoba. As sete restantes levaram ao aeroporto uma quantidade de contêineres e caixas suficientes para preencher os compartimentos de carga de duas aeronaves modelo C-17 da força aérea americana.

Este volume significativo de equipamentos utilizados na campanha ilustra a dimensão dos trabalhos executados no LIT/INPE durante estes nove meses de intenso esforço.

Fonte: INPE
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Atualizações sobre o projeto Itasat

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Qarta revisão do projeto Itasat

31/03/2011

Nos dias 22 e 23 de março aconteceu a Revisão do Projeto Preliminar (Preliminary Design Review - PDR) do satélite universitário (Itasat-1), no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Instituto de Aeronáutica e Espaço, do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA/IAE) e um convidado da Suíça experiente em satélites universitários, da RUAG Aeroespace, participaram dessa quarta Revisão do Projeto.

O Itasat-1 é o Projeto de um microssatélite universitário que tem a Agência Espacial Brasileira (AEB) como coordenadora geral e patrocinadora principal (Ação 4934 - Desenvolvimento e Lançamento de Satélites Tecnológicos de Pequeno Porte). O ITA é responsável pela execução do projeto e pelos subsistemas: estrutura, controle térmico, suprimento de energia, controle de atitude e computador de bordo. O INPE é provedor de consultoria técnica, de infraestrutura laboratorial e gestor financeiro.

O Itasat-1 vai ter como carga útil: Um sistema experimental digital de coleta de dados que está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em conjunto com o Centro Regional do Nordeste (CRN), do INPE; Um estimador de atitude utilizando MEMS (Microelectromechanical Systems), em desenvolvimento pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); Um Heat Pipe e um radiômetro desenvolvidos no INPE. Um experimento de comunicação entre satélites da TU Berlin, que será apresentado no PDR por dois estudantes alemães também vai fazer parte da carga útil do Itasat-1.

Ainda esse ano será definida a carga secundária (carona ou piggy-back) de um lançador. A conclusão do Projeto e o lançamento do Itasat-1 estão previstos para o início de 2013.

O Itasat-1 é um satélite tecnológico estabilizado por rotação de aproximadamente 80kg, dimensões aproximadas de 60x60x60cm com painéis solares em quatro faces. Sua órbita será circular, polar e sua altitude será de aproximadamente 600km.

Em fevereiro de 2010 foi realizada a Revisão de Definição da Missão (Mission Definition Review - MDR). Em março de 2010 foi feita a Revisão de Requisitos Preliminares (Preliminary Requirements Review - PRR). E, em setembro de 2010 ocorreu a Revisão de Requisitos de Sistemas (System Requirements Review - SRR).

Fonte: ITA/DCTA
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quarta-feira, 30 de março de 2011

INPE: Plano diretor 2011-2015, opinião do SindCT

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Reproduzimos abaixo um artigo publicado esta semana no boletim do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba (SindCT), sobre o plano diretor para o período 2011 - 2015 do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O blog Panorama Espacial não necessariamente concorda com as opiniões do sindicato, mas os apontamentos feitos em relação ao programa CBERS merecem alguma reflexão.

"Fique atento
Plano diretor do INPE 2011-2015

O plano diretor do INPE merece uma boa olhada e algumas reflexões. Primeiramente pode-se afirmar que com “power point” tudo se alcança, tudo é factível. Na hora “H”, na hora de fazer é que as coisas pegam,depois só resta a busca por desculpas e falsas justificativas.

Se afirmarmos o que está escrito no Planejamento Estratégico do INPE que “os satélites CBERS já lançados reforçam a confiança de que somos capazes de realizar projetos espaciais de porte significativos”, certamente estaremos nos esquecendo da perda constante de pessoal, das limitações para importação e compra de componentes, da desvirtualização do foco dos projetos, bem como do processo de evolução das novas tecnologias. Esquecendo destes pontos-chave até poderíamos fazer aquela afirmação.

Afinal, alguém em sã consciência acredita que “todos os satélites propostos têm condições de ser construídos por nossa indústria, capaz de cumprir desafios tecnológicos importantes, dada a capacitação adquirida com o CBERS”? Se alguém ouvir tal frase e se este alguém conhecer o momento político e estratégico no INPE, irá dar boas risadas.

O que o plano diretor ou o planejamento estratégico não abordam é a necessidade de mudança de postura e de visão gerencial no INPE.

E já que se fala tanto no programa de cooperação com a China (CBERS), cabe ressaltar que muitas das pessoas que trabalham hoje neste programa pelo lado da China ainda nem eram nascidas quando do começo do projeto em 1985, enquanto que do lado brasileiro, os poucos que ainda trabalham no projeto são os mesmos daquela época, com a maioria já tendo atingido tempo para se aposentar.

Só para ficar em um exemplo concreto: o acordo de cooperação Brasil-China na área espacial já dura mais de 20 anos. Neste período lançamos juntos três satélites de imageamento da Terra, e temos mais dois praticamente prontos para lançar nos próximos anos. As bases do acordo são simples: 50% para cada lado, em tudo, dinheiro, fornecimento de equipamentos, despesas com lançamento, etc. Quando teve início na segunda metade da década de 1980 poderia se dizer que o programa era igualmente importante e estratégico para ambos os países. Passados 20 anos muita coisa mudou: a China experimentou um avanço fenomenal na área espacial, passou a ser um dos três países a conseguir colocar pessoas na órbita da Terra, enviou missões não-tripuladas para a órbita da Lua, lança uma média de 15 a 20 satélites por ano (só os deles, sem falar os que eles lançam para terceiros, em bases comerciais).

Hoje o programa CBERS continua sendo o cartão-postal de nossa política espacial, ao passo que para os chineses este programa é, do ponto de vista científico-tecnológico, praticamente insignificante. Eles nos deixaram anos-luz de distância para trás. A única coisa que mantém este programa em pé atualmente são os interesses geopolíticos dos dois países e, claro, as polpudas diárias (cerca de $300,00 dólares por dia) e as viagens para a China pagas aos servidores que atuam no projeto.

Em suma, devido aos anos de sucateamento nas equipes de desenvolvimento do INPE, hoje não conseguiríamos fabricar nem sequer um novo SCD. Alguém discorda? E nos dez anos do Programa da Plataforma Multi-Missão (PMM), o que foi feito?"

Fonte: Rapidinha 07 - 28/03/2011, boletim informativo do SindCT.
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terça-feira, 29 de março de 2011

Peru quer satélite de observação

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No último dia 27, o Ministério da Defesa do Peru divulgou uma nota afirmando que o país adquirirá em breve um satélite de observação terrestre, o que foi visto pela imprensa local e especializada como um indicativo da iminência de um anúncio de compra.

"Este sistema de captura de imagens satelitais permitirá monitorar em tempo real as variações que se produzem no território pátrio, contribuindo para a prevenção, identificação e mitigação de possíveis desastres naturais que podem acontecer em nosso país, assim como uma ação rápida e eficiente ante qualquer acontecimento", diz a nota.

Além dessa finalidade "civil", o satélite também será usado em atividades nas áreas de segurança e defesa, contribuindo para a proteção de zonas fronteiriças, luta contra o narcotráfico e terrorismo, e monitoramento de cultivos ilícitos.

Segundo informações divulgadas pela imprensa, o Ministério da Defesa está considerando apenas duas propostas: uma da SSTL, da Inglaterra, e outra da francesa EADS Astrium. O sistema tem custo estimado de 70 a 100 milhões de dólares.
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TEXUS 49: VSB-30 lançado com sucesso

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VSB-30 É LANÇADO COM SUCESSO NA EUROPA

29/03/2011

O lançamento do VSB-30 V15 - TEXUS 49 ocorreu com sucesso, hoje, dia 29 Mar, às 6:00 h local, a partir do Centro de Lançamento de Esrange, em Kiruna - Suécia.

O Voo foi nominal, perfeito, e a carga útil recuperada. Segue os principais dados).

- Massa de carga útil: 379 kg;

- Apogeu: 268,2 km (nominal = 264,0 km);

- Tempo de microgravidade = 378 sec;

- Alcance = 92 km;

- ponto de impacto < 1 sigma;

- aceleração máxima do 1E = 7,9 g;

- aceleração máxima do 2E = 12,6 g.

O foguete alcançou a altitude de 268 km e a carga útil que continha quatro experimentos científicos, ficou por 06 minutos em ambiente de microgravidade e foi recuperada a 90 km do local do lançamento.

Neste lançamento, a ESA (Agência Espacial Européia) comemora 50 voos da carga útil TEXUS.

A Operação Texus 49 teve início em 18 de março e o lançamento somente ocorreu nesta data em virtude de condições meteorológicas desfavoráveis (fortes ventos balísticos) nos dias anteriores.

Fonte: IAE/CTA
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segunda-feira, 28 de março de 2011

Roberto Amaral é exonerado da ACS

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ATUALIZADA EM 28/03/2011, às 12h03.

Roberto Amaral foi exonerado da direção-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS). O ato jurídico formalizando a exoneração foi publicado hoje (28) no Diário Oficial da União (ver abaixo). No meio de fevereiro, o blog já havia indicado que Amaral deveria sair da binacional ("Roberto Amaral deve dar adeus à ACS"), embora desde então muitas informações desencontradas sobre sua permanência ou não estivessem surgindo.

A direção-geral da ACS será interinamente ocupada por Reinaldo José Melo, vice-diretor de suprimentos e qualidade.

"MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DECRETOS DE 25 DE MARÇO DE 2011

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 14 do Estatuto da Empresa Binacional Alcântara Cyclone Space, publicado no Diário Oficial da União de 4 de setembro de 2006, resolve E X O N E R A R ROBERTO ATILA AMARAL VIEIRA do cargo de Diretor-Geral da Alcântara Cyclone Space.

Brasília, 25 de março de 2011;
190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante"
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domingo, 27 de março de 2011

CBERS 3: testes para recepção de imagens

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INPE e CAST realizam testes para recepção de imagens do satélite CBERS-3

25/03/2011

Especialistas brasileiros e chineses realizaram testes de compatibilidade eletromagnética entre o satélite CBERS-3 e a estação de recepção e gravação de imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), localizada em Cuiabá (MT).

Entre os dias 18 e 25 de março, foi verificada a comunicação entre os equipamentos dos subsistemas transmissores de dados do satélite e o software do sistema de ingestão e gravação instalado na estação.

Em parceria com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), o INPE mantém o Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês). O CBERS-3 será o quarto satélite a ser lançado pelo programa, que deu ao Brasil o domínio da tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto.

Os testes realizados em Cuiabá são importantes não somente para garantir a recepção das imagens, mas também para a verificação da correta decodificação e recuperação dos dados auxiliares transmitidos junto a elas, tais como os dados de telemetria das câmeras e os dados de órbita e atitude. Após a validação da estação de Cuiabá para a recepção do CBERS-3, testes semelhantes serão realizados em uma estação de recepção de imagens na China.

Processo

Os testes envolveram os subsistemas transmissores de dados brasileiro (MWT) e chinês (PIT). As imagens previamente gravadas das câmeras brasileiras Multi-espectral (MUXCam) e Imageadora de Amplo Campo de Visada (WFI) e das câmeras chinesas Imageador de Média Resolução (IRS) e de alta resolução PANMux são injetadas nos subsistemas MWT e PIT e transmitidas simultaneamente via antenas para a estação.

Após a recepção e a demodulação, são realizadas a descompressão, decodificação e visualização em tempo real destas imagens. Os dados recebidos devem ser idênticos aos dados enviados. O software do sistema de ingestão e gravação foi desenvolvido sob contrato pela AMS Kepler Engenharia de Sistemas Ltda.

Participaram desta missão vinte especialistas, entre engenheiros e técnicos do grupo de telecomunicações da Divisão de Eletrônica Aeroespacial da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espaciais (DEA/ETE), da Estação Terrena de Cuiabá (ETC), da Estação de Recepção de Imagens (ERG) de Cuiabá, da Coordenação de Observação da Terra (OBT), estes do INPE, da indústria brasileira (AMS Kepler) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).

Fonte: INPE
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sexta-feira, 25 de março de 2011

A primeira viagem oficial de Raupp

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Presidente da AEB fará sua primeira viagem oficial

24-03-2011

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, fará nesta quinta-feira sua primeira viagem à frente da instituição. O presidente irá primeiro a São José dos Campos (SP), depois segue para Munique, na Alemanha.

Na cidade paulista, Raupp se reunirá com representantes da Equatorial Sistemas e Orbital Engenharia a fim de estreitar a relação da AEB com as indústrias da área aeroespacial do País.

No dia 28 de março desembarca em Munique onde se juntará à comitiva do Departamento de Ciência e Tecnologia Aerospacial (DCTA) chefiada pelo Brigadeiro Ailton Pohlmann. Entre os dias 28 e 31 está programada visita da delegação a Agência Espacial Alemã (DLR), onde serão debatidos todos os aspectos da cooperação entre DLR e o DCTA/MD em relação ao programa de foguetes de sondagens como o VSB-30.

Raupp retornará ao Brasil no dia primeiro de abril.

VSB- 30

O VSB-30 é resultado de uma parceria entre o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Agência Espacial Alemã (DLR), que financiou parte do seu desenvolvimento. O foguete foi desenvolvido pelo IAE para atender ao Programa Brasileiro de Microgravidade, coordenado pela AEB, e ao Programa Europeu de Microgravidade da Agência Espacial Européia (ESA), com o objetivo de substituir os foguetes britânicos Skylark, cuja produção está descontinuada.

O VSB-30 é um foguete de sondagem, de dois estágios, não-guiado, sendo estabilizado por empenas e lançado através de trilhos. No seu primeiro estágio, há um propulsor booster, chamado S31 e o segundo com um propulsor S30, de emprego também nos VS-30, VS-30/ORION e Sonda III. Ambos propulsores são alimentado com propelente sólido composite a base de polibutadieno hidroxilado e possuem envelopes-motores feitos em aço SAE 4140.

A massa da carga útil influencia no apogeu e no período de microgravidade, podendo o valor nominal de 400kg variar.

VSB-30 mostra força

Em fevereiro de 2004, a empresa canadense Bristol Aerospace havia oferecido ao consórcio europeu um voo gratuito do veículo Black Brant, visando o fornecimento dos veículos seguintes, de modo a substituir o VSB-30 e o VS-30. Uma parte dos integrantes do consórcio passou a desejar essa solução, mas o DLR se manteve firme na defesa do VSB-30.

O Sucesso do VSB-30 foi ratificado em 2009 quando recebeu certificação do Instituto de Fomento Industrial (IFI) se tornando o primeiro foguete certificado pelo país.

Os voos

O VBS-30 é lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e no Centro de Lançamento de Kiruna no campo de Esrange, Suécia. Até o momento já ocorreram dez lançamentos do foguete. Todos obtiveram sucesso em suas operações. O primeiro VSB-30 lançado foi no dia 23 de outubro de 2004 na base de Alcântara. Nos próximos dias estão previstos mais dois lançamentos do foguete no Centro de Lançamento de Kiruna.

Fonte: AEB
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Odebrecht fecha a compra da Mectron

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A Odebrecht Engenharia Industrial assumiu hoje, 24 de março de 2011, o controle acionário da Mectron - Engenharia, Indústria e Comércio S.A. Na nova composição, o BNDES permanece como acionista e quatro fundadores, Antonio Rogerio Salvador, Azhaury C. da Cunha, Carlos Alberto de Paiva Carvalho e Wagner Campos do Amaral mantém uma participação significativa de ações.

Este negócio consolida uma importante ação estratégica tanto para a Mectron quanto para a Odebrecht, tendo em vista as diretrizes da Estratégia de Nacional de Defesa. A expectativa é de crescimento e de busca da dualidade do negócio, usando, de um lado, o conhecimento no mercado de defesa da Mectron e de outro, o consagrado modelo de empresariamento da Odebrecht.

“Esta aquisição é um passo importante pela atuação relevante e estratégica da Mectron no mercado de Defesa do Brasil. Nosso objetivo é fortalecer a empresa e transformá-la em base de exportação de produtos e serviços impulsionando a indústria nacional, em alinhamento com um dos princípios da Estratégia Nacional de Defesa”, afirma Roberto Simões, diretor superintendente da Odebrecht Engenharia Industrial.

“Estamos confiantes em ter a Odebrecht como parceira por sua contribuição na abertura de novas oportunidades para a Mectron”, destaca Antonio Rogerio Salvador, sócio fundador e atual presidente, da Mectron.

Com a chegada da Odebrecht, a Mectron ganha musculatura e em breve se tornará uma importante empresa brasileira no mercado defesa brasileiro e internacional, com perspectivas significativas de expansão de para outras regiões.

Nascida em 1991, a Mectron atua como integradora de sistemas complexos para os mercados de defesa e aeroespacial, desenvolvendo e fabricando produtos de alta tecnologia e altíssimo valor agregado, tanto para uso civil como militar.

Sobre a Mectron

Nascida em 1991, a Mectron atua como integradora de sistemas complexos para os mercados de defesa e aeroespacial, desenvolvendo e fabricando produtos de alta tecnologia e altíssimo valor agregado, tanto para uso civil como militar.

Fonte: Mectron

Comentários: o blog já havia adiantado no final de janeiro que a transação entre a Odebrecht e Mectron envolveria compra de controle, com a manutenção do BNDESPAR como um dos sócios da "missile house" (veja em "Aquisições no setor de defesa? - Parte II"). A Mectron também atua no setor espacial, com contratos relevantes (alguns atrasados) da Plataforma Multimissão (PMM), do Programa Espacial Brasileiro, projeto SARA, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), entre outros.
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quarta-feira, 23 de março de 2011

INPE e o Projeto Chuva

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Campanha para investigar nuvens “quentes” começará em Fortaleza

23/03/2011

Durante o mês de abril, será realizado o primeiro experimento de uma série de sete do Projeto Chuva, sob coordenação geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A campanha científica, com base em Fortaleza (CE) e organizada pela Fundação Cearense de Meteorologia (FUNCEME), pretende coletar dados de nuvens “quentes”, típicas de regiões tropicais, que evoluem sem formar partículas de gelo em seu interior.

As nuvens quentes, presentes nas diferentes regiões do país, estão associadas às chuvas fortes e contínuas. Costumam provocar deslizamentos de encosta e enchentes, como as que ocorreram nos últimos anos em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Alagoas e Pernambuco. Chuvas provocadas por nuvens quentes não são consideradas nas estimativas de precipitação dos atuais satélites em órbita, uma das principais preocupações do projeto, segundo o pesquisador do CPTEC/INPE, Luiz Augusto Machado, coordenador principal do Chuva.

Os resultados da pesquisa irão orientar às especificações do satélite brasileiro que fará parte do programa Medidas Globais de Precipitação (http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm) - Global Precipitation Measurement (GPM) -, liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (NASA) e do Japão (JAXA). As pesquisas também serão aplicadas à área de mudanças climáticas, em análises dos efeitos dos aerossóis (partículas suspensas na atmosfera que podem ser natural ou associadas à poluição) na formação de nuvens de chuva e na modelagem de alta resolução espacial.

Nesta última área, em especial, os processos físicos associados às nuvens de tempestade, que evoluem em escala de alguns quilômetros, ainda são desconhecidos e descritos com pouca precisão pelos modelos numéricos de previsão de tempo e clima. Com o aumento da resolução espacial dos modelos de previsão, devido ao maior poder computacional do novo supercomputador do INPE (batizado de Tupã), os processos que envolvem as partículas de chuva e gelo nas nuvens terão que ser descritos pelos modelos com maior detalhamento.

As sete regiões definidas para a realização das campanhas possuem diferentes regimes de chuva e padrões climáticos, representando os principais sistemas convectivos do país que apresentam a formação de nuvens quentes e de tempestades.

Curso e sistema de alerta

Uma semana antes de iniciar a campanha científica, entre os dias 28 de março e 1º de abril, será realizado o curso “Processos Físicos das Nuvens”, ministrado pelos pesquisadores do projeto e oferecido a alunos de graduação e pós-graduação. O curso está sendo organizado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), nas dependências da FUNCEME. Os alunos participarão da campanha e irão desenvolver um projeto de pesquisa com uso dos dados obtidos durante os experimentos.

A campanha em Fortaleza contará também com um Sistema de Observações de Tempo Severo que irá utilizar um radar meteorológico de banda X com dupla polarização, de última geração, adquirido pelo projeto Chuva. A FUNCEME e a Defesa Civil de Fortaleza decidiram aproveitar a oportunidade da campanha para testar e avaliar este sistema de monitoramento.

O radar recupera informações dos processos físicos envolvidos na formação e dinâmica das nuvens como: locais com presença de gotas líquidas de água, granizo, cristais de gelo etc. O equipamento também estima a quantidade de chuva, principal ferramenta para a emissão de alertas. Os dados meteorológicos obtidos pelo radar serão acompanhados pelos profissionais de Defesa Civil que, durante a campanha, estarão observando a evolução das chuvas sobre a região metropolitana de Fortaleza, já que o sistema fornece também traçado das vias urbanas, curvas de nível, áreas de risco etc.

O sistema vem sendo desenvolvido desde 2004, com tecnologia nacional e projetado para emitir alertas de condições severas que possam causar eventos de impacto à sociedade, como enchentes e deslizamento de terras na área urbana.

A campanha de Fortaleza envolve cerca de 40 pesquisadores, especialistas e técnicos, de diversas instituições de pesquisa e universidades, que estarão acompanhando previsões de tempo, imagens de satélites meteorológicos e uma série de medidas realizadas por instrumentos e equipamentos instalados em diferentes instituições em Fortaleza e arredores. Um avião também será utilizado na campanha.

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do INPE, está na coordenação geral do projeto e responsável por duas das cinco áreas de abrangência da pesquisa, compartilhadas com pesquisadores da USP e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/ DCTA).

O projeto conta ainda com o apoio e participação da FUNCEME, INMET, SIMEPAR, SIPAM e de uma série de universidades do país (UECE, UFPA, UEA, UFAL, UFCG, UFMS, UTFPR, UFRJ, UFSM, UFPEL, UniFOA, Escola Superior de Tecnologia). Os experimentos contarão também com a participação da NOAA (National Oceanic Atmospheric Administration), NASA e universidades dos Estados Unidos e da Europa.

Fonte: INPE
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Marco Raupp na Alemanha

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Marco Antonio Raupp assumiu a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB) na última segunda-feira (21) e já tem agenda cheia nos próximos dias. De acordo com o apurado pelo blog Panorama Espacial, o dirigente viajará no final de semana para a Alemanha, para participar de reuniões sobre a cooperação entre os dois países no campo de foguetes de sondagem, e possivelmente sobre outros assuntos.

Uma comitiva do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), liderada pelo brigadeiro Ailton Pohlmann também viajará para a Alemanha, e para Kiruna, no norte da Suécia, onde assistirão o lançamento do foguete de sondagem VSB-30 dentro da missão TEXUS 49, da agência espacial alemã (DLR).
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terça-feira, 22 de março de 2011

Investimentos no Programa Espacial Brasileiro?

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Dilma anuncia investimentos no programa espacial brasileiro

Brasília - A presidente brasileira, Dilma Rousseff, anunciou nesta terça-feira que o Governo fará investimentos para fortalecer o programa espacial do país, pois, segundo ela, o Brasil não pode renunciar à sua meta de construir, lançar e operar satélites.

A presidente afirmou que seu Governo vai investir no programa espacial brasileiro por meio da contratação de novos profissionais para a Agência Espacial Brasileira (AEB) e para os órgãos executores desse programa. Além disso, haverá injeção de recursos.

Dilma negou que o Brasil tenha suspendido seu programa espacial após a explosão ocorrida em 2003 que destruiu parte da base espacial de Alcântara, no Maranhão, e que provocou a morte de 21 cientistas.

Segundo a governante, os novos investimentos permitirão alcançar as metas propostas.

Ela ressaltou que a meta é ter um programa espacial autônomo, capaz de atender às demandas da sociedade brasileira e de fortalecer a soberania do país.

Para Dilma, o programa espacial é estratégico para o país, pois o Brasil necessita de satélites para vigiar o território, auxiliar na previsão do tempo e prevenir os danos causados pelos desastres naturais.

Ela acrescentou que os satélites também são estratégicos para o país em áreas como defesa, comunicações e a segurança hídrica e alimentar.

Além do desenvolvimento e da operação de satélites, que o Brasil já alcançou graças a um acordo com a China, o programa espacial brasileiro prevê o desenvolvimento de um foguete próprio para transportar os satélites.

Dilma anunciou recursos para o programa um dia depois de o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, admitir a possibilidade de negociar um novo acordo de cooperação para lançar foguetes americanos a partir da base de Alcântara.

Em 2000, Brasil e EUA assinaram um acordo para permitir à Nasa (agência espacial americana) o uso da base espacial brasileira que não foi ratificado pelo Congresso devido à oposição do PT.

Na ocasião, o partido alegou que o acordo violava a soberania do Brasil por não permitir a participação de técnicos brasileiros nos lançamentos americanos.

Mercadante admitiu que, após a assinatura no sábado de um acordo de cooperação espacial entre os dois países durante a visita ao Brasil do presidente americano, Barack Obama, é possível negociar um novo tratado para compartilhar a base de Alcântara sem os mecanismos vetados no passado.

Fonte: Agência EFE
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Raupp: "A marca do nosso projeto é o atraso"

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Os jornais de hoje (22) trazem alguma repercussão da posse de Marco Antonio Raupp na presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Em reportagem da Folha de S. Paulo (veja aqui), foram reproduzidas algumas declarações do novo presidente, que pretende fazer uma revisão completa do Programa Espacial Brasileiro ao longo do próximo mês. "A marca do nosso projeto é o atraso", afirmou.

Raupp também mencionou a possibilidade de que a iniciativa privada tenha papéis mais significativos no programa. "Empresas como a Embraer, que criou uma filial para defesa, têm tudo para ser integradoras", disse [nota do blog: ver a postagem "Espaço no "radar" da Embraer?"].

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, também fez declarações relevantes, para alguns até surpreendentes. Sobre o acordo com a Ucrânia para a exploração comercial de Alcântara, o ministro deu o tom: "A evolução desse programa depende de eles assumirem a parte deles, tanto na capitalização da empresa quanto no cronograma tecnológico para o Cyclone-4."

Noutra reportagem, da Agência Brasil (ver aqui), foi destacada a possibilidade de que o Brasil assine um acordo de salvaguardas tecnológicas em matéria espacial com os EUA, algo que, como o blog vem abordando há algum tempo, é essencial para qualquer chance de materialização da viabilidade comercial da Alcântara Cyclone Space.

“Nós estamos em novo momento da relação bilateral. Não sinto hoje que a exigência americana seria a exclusividade de lançamento, para nós abdicarmos da parceria com a China, com a Ucrânia e com outros países”, afirmou Mercadante.
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segunda-feira, 21 de março de 2011

A posse de Marco Raupp na AEB

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Novo presidente da AEB diz que dará continuidade às atividades começadas pelo antecessor

21-03-2011

O ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, deu posse, hoje (21), ao novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp. A cerimônia aconteceu, às 10h, no auditório da AEB.

Raupp é graduado em Física e especialista em análise numérica, pesquisador titular e ex diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ex- diretor geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP) e membro titular da Academia Internacional de Astronáutica (IAA).

A cerimônia foi aberta pelo ex-presidente da AEB, Carlos Ganem. Em seu discurso, ele agradeceu as pessoas, os institutos e as indústrias que trabalharam com ele e desejou boa sorte ao novo presidente da instituição.

Logo após o discurso de Ganem, o ministro Mercadante deu posse ao novo presidente da AEB, Marco Antonio Raupp. Ele agradeceu ao ministro por colocar sob sua responsabilidade a coordenação das atividades espaciais do País. “Esta não é a primeira vez em que trabalho no Programa Espacial Brasileiro. Fui presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) por quatro anos, mas estava fora do programa há mais de 20 anos”, disse Raupp. Ele contou que durante sua gestão no Inpe promoveu ampla reorganização gerencial, o que permitiu com que o Satélite de Coleta de Dados (SCD-1) fosse lançado na meta prevista e que o Laboratório de Integração e Testes e o Centro de Rastreio e Controle fossem estabelecidos.

Segundo o novo presidente, seu governo dará continuidade às atividades começadas pelo antecessor. No entanto, ele pretende melhorar a performance das atividades do setor. “Para o pleno êxito do programa Espacial Brasileiro existem tarefas a serem cumpridas por todos os protagonistas”, afirmou Raupp. Para ele, a AEB precisa convencer a sociedade e o governo que o investimento no programa traz retorno essencial para o País nos serviços públicos, nas necessidades estratégicas (comunicações públicas fechadas, monitoramento de fronteiras), na capacitação tecnológica/inovativa, nas oportunidades de participação no mercado espacial mundial, entre outros.

Ao final de seu discurso, Raupp propôs ao ministro Mercadante e ao secretário-executivo do MCT, Antônio Elias, uma reunião de avaliação crítica do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) e do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Sindae). “Os resultados dessa reunião servirão como base de atuação das instituições comprometidas”, disse o presidente.

Após a fala de Raupp, o ministro Mercadante tomou a palavra. Ele citou que a política seguirá no mesmo ritmo do governo anterior em prol do crescimento da Ciência e Tenologia do País, colocando-a no centro de investimentos governamentais. Mercadante argumentou que o Brasil é a sétima economia do mundo e, por isso, não pode ter o investimento insuficiente que se tem hoje para Ciência e Tecnologia. “Todos os países a nossa frente na economia tem um programa espacial importante. Os investimentos deles em C&T são enormes. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, citou diversas vezes em seus discursos no Brasil, o quão importante é para economia de cada país ter uma área de tecnologia da informação forte”, disse o ministro. Segundo ele, para que esses recursos sejam repassados é necessário que os prazos estabelecidos para os projetos sejam cumpridos.

Mercadante disse, ainda, que 2012 será o divisor de águas para o programa espacial, já que muitos projetos, como o Veículo Lançador de Satélites (VLS) e o Cyclone 4, serão lançados. Essas iniciativas darão a visibilidade ao setor espacial se forem bem sucedidas e, certamente, chamarão atenção de governantes e da sociedade civil.

O ministro, ratificou, ainda, a sua posição favorável em relação as cooperações internacionais, como a que o Brasil tem com a China que resultou na série de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers, sigla em inglês). O governo pretende estender os contratos para o manutenção do acordo. Por fim, Mercadante explicou o porquê da escolha de Raupp para a presidência da AEB. “Raupp tem espírito público, é dedicado, otimista e motivado”, concluiu Mercadante.

O evento contou com a presença dos ex-presidentes da AEB, Ivan Meira Filho, Miguel Henze e Múcio Dias; do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCT, Carlos Nobre; do secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do MCT, Marco Antonio de Oliveira; do diretor do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), Luiz Guilherme Silveira de Medeiros; do diretor- presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes; do astronauta Marcos Pontes; dos diretores da Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral e Oleksander Serdyuk; do diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Antônio Moura; do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, entre outros.

Fonte: AEB
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VSB-30: participação do IAE na TEXUS 49

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IAE inicia Operação TEXUS 49

Os veículos VSB-30 V14, V15 e V16 foram transportados para a Suécia, onde ocorrerá o lançamento das cargas úteis TEXUS 49, TEXUS 48 e MASER 12, respectivamente. A Operação teve início no dia 18 de março, às 16:30 h local, conforme planejado.

O transporte do VSB-30 foi realizado por um C-130 da Força Aérea Brasileira, que pousou em Kiruna (Suécia). O desembarque demorou cerca de duas horas a uma temperatura de 10 graus.

No sábado (19) os motores foram desembalados e preparados para iniciar a integração. Na operação, foram realizados: a integração das empenas do primeiro e segundos estágios; a integração dos ignitores do primeiro e segundos estágios; a integração dos DMS (dispositivo mecânico de segurança) do primeiro e segundo estágios; ensaio de ativação das pontes pirotécnicos, com iniciadores de b/nitrato, do módulo dianteiro do segundo estágio e o ensaio de ativação das pontes pirotécnicas dos iniciadores do PIR.

No domingo (20) foram realizadas as medidas de massa, CG e comprimento dos dois estágios e finalizados os motores para transporte para o lançador, que será realizado nesta segunda-feira (21).

A primeira contagem para lançamento do VSB-30 V15 - TEXUS 49 está prevista para quinta-feira (24) e o lançamento dos outros dois VSB-30 para o final do ano.

Fonte: IAE/DCTA

Comentário: para ver fotos da operação, clique aqui.
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sábado, 19 de março de 2011

Cooperação Brasil - EUA

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Como já era esperado, por ocasião da visita de Barack Obama ao País entre 19 e 21 de março, o Brasil e os Estados Unidos assinaram hoje (19) um Acordo-Quadro sobre Cooperação nos Usos Pacíficos do Espaço Exterior. O escopo do acordo é amplo, e inclui a) Ciência, observação e monitoramento da Terra; b) Ciência espacial; c) Sistemas de exploração; d) Operações espaciais; e e) Outras áreas relevantes de interesse mútuo.

Abaixo, reproduzimos o trecho que trata de cooperação espacial extraído do Comunicado Conjunto da Presidenta Dilma Rousseff e do Presidente Barack Obama:

"Ciência, Tecnologia, Inovação e Cooperação Espacial

Os Presidentes afirmaram que a inovação e o investimento em ciência e tecnologia, bem como o capital humano associado, são as chaves para o crescimento econômico sustentado e a competitividade. Expressaram seu apoio ao trabalho da Comissão Conjunta para Cooperação Científica e Tecnológica, e elogiaram os resultados das Cúpulas de Inovação. Estimularam o incremento da comunicação entre estas iniciativas.

A Presidenta Rousseff saudou a ênfase atribuída pela Política Espacial Norte-Americana à cooperação internacional e expressou o desejo de expandir o diálogo com os Estados Unidos, tendo em mente as diretrizes das políticas espaciais brasileiras, voltadas para a construção da capacidade tecnológica e o uso comercial da infraestrutura e tecnologia.

Nesse contexto, congratularam-se com a assinatura do novo Acordo-Quadro Bilateral para Cooperação sobre os Usos Pacíficos do Espaço Exterior, e expressaram o desejo de iniciar tratativas para um novo acordo, com vistas a proteger tecnologias de operação de lançamento.

Ademais, afirmaram o compromisso de seus países com a segurança no espaço e decidiram iniciar um diálogo nessa área. Instruíram, igualmente, as agências competentes nos dois países a discutirem o estabelecimento de um Grupo de Trabalho Brasil-Estados Unidos para observação da Terra, monitoramento ambiental, medição de precipitações, e mitigação e respostas a desastres naturais, por satélites, o qual facilitaria o diálogo e a cooperação futura nesses campos."
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quarta-feira, 16 de março de 2011

AEB: Raupp toma posse dia 21

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Novo presidente da AEB toma posse na próxima segunda-feira

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, dará posse ao novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, na próxima segunda-feira (21), às 10h, no auditório da AEB. Raupp substituirá Carlos Ganem, presidente da instituição desde março de 2008, que retorna para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Raupp é graduado em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, PhD em Matemática pela Universidade de Chicago e livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP). Ele exerceu as atividades de pesquisador titular do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), de professor da Universidade de Brasília (UnB), de pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e de professor associado no Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME/USP). Foi vice-diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), diretor do Inpe, diretor geral do Instituto Politécnico da Universidade do Rio de Janeiro (IPRJ/Uerj) e diretor do LNCC.

Em diferentes momentos, foi presidente da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC) e também conselheiro e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). É membro titular da Academia Internacional de Astronáutica (IAA), tendo sido membro do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e membro do Conselho Nacional da Ciência e Tecnologia (CCT). Nos últimos anos, Raupp trabalhou como diretor-geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).

Fonte: AEB
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Cooperação Brasil - África do Sul

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Na mais recente edição do boletim da Federação Astronáutica Internacional (IAF), foi publicada uma pequena entrevista com Sandile B. Malinga, presidente da recém-criada Agência Espacial Nacional da África do Sul (SANSA). Numa das questões respondidas, o dirigente africano faz menção à missão de monitoramento de clima espacial a ser desenvolvida em conjunto com a Índia e o Brasil. Veja abaixo, com tradução do inglês para o português e destaques feitos pelo blog:

"O SumbandilaSat [satélite de observação sul-africano lançado em 2009] tem sido um grande sucesso. Quais são os planos futuros da SANSA?

Nós termos uma estratégia espacial nacional, com um número de satélites que tem sido planejado e que são uma continuação de programas de desenvolvimento de satélites. Nosso foco é principalmente em microssatélites - que são realmente o nosso nicho. O plano é desenvolver um satélite que será primariamente usado para observação terrestre, progressivamente melhorando a resolução que alcançamos com o SumbandilaSat, de 6,25 metros.

Desenvolver cada tecnologia necessária, assim como o próprio satélite tratá benefícios em termos de conhecimento. Um outro plano é desensolver uma missão científica dedicada ao monitoramento de clima espacial, junto com a Índia e o Brasil como parte do Quadro IBSA, considerando-se particularmente em nossa vantagem geográfica para estudar a Anomalia do Atlântico Sul."
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terça-feira, 15 de março de 2011

Cooperação Brasil - EUA

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Segundo jornal "O Globo" de hoje (15) ("Patriota diz crer em acordo na área espacial"), é grande a possibilidade de que um acordo espacial entre o Brasil e EUA seja anunciado durante a visita de Barack Obama ao país. A nota do jornal destaca que esta área já foi motivo de atritos entre os dois países, em razão do acordo de salvaguardas tecnológicas relacionado ao uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Especula-se que a cooperação poderia envolver a construção do satélite GPM (Global Precipitation Measurement), com finalidades meteorológicas, projeto que, no entanto, já está no escopo de cooperação entre os dois países (algo mais concreto e detalhado poderia ser assinado, acreditamos). Comenta-se que a colocação do satélite em órbita seria de responsabilidade dos EUA.

Há algumas semanas, chegou ao conhecimento do blog Panorama Espacial o rumor de que haveria ainda interesse do lado norte-americano, nomeadamente do Jet Propulsion Laboratory (JPL/NASA), em desenvolver em conjunto com o Brasil um satélite de observação terrestre.
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OrbiSat agora é da Embraer

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EMBRAER DEFESA E SEGURANÇA ASSINA CONTRATO DE COMPRA DA ORBISAT

Negócio de R$ 28,5 milhões aumentará participação da Empresa no Sistema Brasileiro de Segurança São José dos Campos, 15 de março de 2011 – A Embraer Defesa e Segurança assinou um contrato de compra de 64,7% do capital social da divisão de radares da OrbiSat da Amazônia S.A.

O negócio, cujo valor é de R$ 28,5 milhões, representa um importante passo estratégico para
aumentar a participação da Embraer Defesa e Segurança no Sistema Brasileiro de Segurança. “A OrbiSat detém uma tecnologia que poucos países do mundo dominam”, disse Luiz Carlos Aguiar, Presidente da Embraer Defesa e Segurança. “A sinergia proveniente desta aquisição trará soluções importantes para o desenvolvimento e a fabricação de sistemas de monitoramento e de defesa antiaérea a nível internacional.”

Fundada em 1998, a OrbiSat criou em 2002 a divisão de radares para desenvolver tecnologia de última geração para aplicação em sensoriamento remoto e radares de vigilância aérea, marítima e terrestre. O negócio cresceu rapidamente e hoje representa 40% do faturamento da OrbiSat. Atualmente, a empresa negocia com a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil contratos para o desenvolvimento e a produção de sistemas de monitoramento integrados, programas semelhantes aos que já possui com o Exército Brasileiro.

Esta transação implica na cisão da OrbiSat em duas empresas: uma com foco em radares, controlada pela Embraer Defesa e Segurança, e a outra atuando no segmento de equipamentos eletrônicos, a qual continuará sob controle dos antigos proprietários.

O faturamento estimado para 2011 da divisão de radares da OrbiSat é de R$ 50 milhões, contando com um efetivo aproximado de 150 empregados. Em conjunto com o Exército Brasileiro, a empresa desenvolveu o radar SABER M60, que será a base do Sistema de Vigilância de Fronteiras (SisFron). A OrbiSat é a empresa que realiza sensoriamento remoto do solo abaixo das copas das árvores com a maior precisão do mundo. Tal tecnologia está sendo utilizada no contrato com o Exército Brasileiro para mapeamento do vazio cartográfico na região amazônica. A empresa já realizou serviços similares em vários outros países.

O acordo será submetido à avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade
(www.cade.gov.br) e é a primeira aquisição da recém-criada Embraer Defesa e Segurança.

Fonte: Embraer.

Comentário: para saber mais sobre as atividades da OrbiSat no setor espacial, acesse a postagem "OrbiSat em Espaço".
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segunda-feira, 14 de março de 2011

Arianespace lançará Arsat-2, da Argentina

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A companhia europeia Arianespace anunciou hoje (14) ter sido selecionada pela operadora de serviços de comunicações ARSAT, da Argentina, para o lançamento de seu segundo satélite próprio, Arsat-2. O anúncio foi feito durante a conferência Satellite 2011, que acontece esta semana na capital norte-americana, Washington.

A previsão é que o satélite - a ser lançado por um Ariane 5 ou Soyuz ST, seja colocado em órbita na segunda metade de 2013. O primeiro satélite da série, Arsat-1, também será lançado pela Arianespace, em missão planejada para o meio de 2012.

O Arsat-2 terá 26 transpônderes de banda Ku e 20 de banda C, e quando em órbita oferecerá cobertura por todo o continente americano, da Argentina ao Canadá. O satélite é sendo construído pela empresa argentina INVAP, com a Astrium e Thales Alenia Space atuando como fornecedoras líderes de subsistemas.

"A Arianespace está especialmente orgulhosa desta nova oportunidade de trabalhar com um operador de satélite sul-americano, e nós gostaríamos de agradecer a ARSAT por ter nos selecionado. Este último contrato é um claro reconhecimento da qualidade e competitividade de nossos Serviços & Soluções de lançamento", afirmou Jean-Yves Le Gall, diretor-presidente da companhia.
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Roberto Amaral e ACS

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Ainda no assunto Roberto Amaral e Alcântara Cyclone Space (ACS), em meados de fevereiro publicamos a nota "Roberto Amaral deve dar adeus à ACS", informando que o dirigente estaria prestes a deixar a direção da empresa binacional. Pois bem, os últimos indicativos e informações dão conta de que Amaral pode até mesmo continuar na empresa. Seu relacionamento com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) teria melhorado consideravelmente.

Em janeiro, a informação era de que o projeto da ACS seria revisto. Mas há sinais de que o objetivo do MCT pode ter mudado de direção. Na edição desta semana da revista "IstoÉ", uma nota (ver abaixo, desconsiderando os erros crassos) citando o ministro Aloizio Mercadante menciona o projeto com a Ucrânia como uma das prioridades da pasta.

"A agenda de Mercadante

Octávio Costa

O governo brasileiro está em negociação com a Nasa para acelerar o projeto de lançamento de um satélite meteorológico. “Trata-se de um programa-chave para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Apesar dos cortes no orçamento da Nasa, buscamos uma forma de antecipá-lo”, revelou à ISTOÉ o ministro Aloizio Mercadante. Outras prioridades são o foguete Cybers III em 2012, em joint venture com a China, e os veículos lançadores de satélites, com a Ucrânia, o primeiro previsto para o próximo ano. “Vamos usar a Base de Alcântara, que será inaugurada entre junho e julho, agora cercada de novas medidas de segurança”, prevê Mercadante."
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Artigo de Roberto Amaral: comentários

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Alguns comentários do blog Panorama Espacial sobre o artigo "Programa Espacial Brasileiro: impasses e alternativas", de Roberto Amaral, diretor-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS) e ex-ministro de Ciência e Tecnologia:

Curiosa a posição de Amaral em defender a Ucrânia e o Canadá como os parceiros ideais para o Brasil em matéria espacial. A Ucrânia é defendida, por razões óbvias, afinal, é parceria no projeto da ACS. Surpreendente seria se Amaral defendesse outra alternativa em se tratando de lançadores. Mas, em seu artigo, o dirigente brasileiro ignorou alguns elementos-chave na parceria com a Ucrânia, como o fato do acordo não envolver transferência de tecnologia (ou mesmo desenvolvimento tecnológico local, como acontece com o programa CBERS, projeto que critica), e também a crescente dependência ucraniana da Rússia e mesmo de outros países no campo espacial. Até onde se sabe, o sistema inercial e outros componentes críticos do Cyclone 4 são fabricados na Rússia, o que teria exigido, inclusive, a assinatura de um acordo de proteção tecnológica (algo similar a um acordo de salvaguardar tecnológicas) em junho de 2009 entre Kiev e Moscou (veja aqui).

Sobre a defesa do Canadá como parceiro ideal do Brasil em satélites, o blog especula que existe aí certa influência dos ares ucranianos. Isto por que a Ucrânia possui um acordo com o Canadá para a construção de um satélite de comunicações. Inclusive, tempos atrás circularam rumores de que ucranianos e canadenses, em conjunto, aproveitando-se da relação já estabelecida da Ucrânia com o Brasil, estariam tentando um acordo para a venda de um satélite de comunicações (SGB) para o governo brasileiro. Ainda, Amaral também ignora alguns pontos sobre o programa e a indústria espacial do Canadá. Em 2008, por muito pouco, a MDA, principal indústria espacial canadense, não foi comprada pela norte-americana ATK (veja aqui). A ATK, a propósito, que por mero acaso manteve (ainda mantém?) contatos com os ucranianos para a construção conjunta de um sítio de lançamentos do Cyclone 4 nos EUA (leia mais aqui)

A venda da MDA para os americanos só não avançou em razão de veto do governo canadense. Ainda assim, a empresa tem forte dependência dos EUA, tanto como fornecedor de tecnologia e componentes como por ser um grande cliente.

Para alguns integrantes da comunidade espacial brasileira, algo que chamou positivamente a atenção no artigo foi sua posição sobre o modelo institucional para o Programa Espacial Brasileiro (PEB), que não seria o mais adequado para o seu desenvolvimento. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia cita a existência de vários órgãos (AEB, INPE, ACS e IAE/DCTA) e a falta de uma agência central [nota do blog: em teoria, esta tarefa deveria ser exercida pela AEB, mas o arranjo atual não permite isto]. A opinião de Roberto Amaral, aliás, está muito alinhada com a visão para o PEB divulgada pela Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), em dezembro de 2010.
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sexta-feira, 11 de março de 2011

Programa Espacial Brasileiro, artigo de Roberto Amaral

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O diretor-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS) e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, escreveu um extenso artigo, intitulado "Programa Espacial Brasileiro: impasses e alternativas" sobre o Programa Espacial Brasileiro, analisando seu custo, possibilidades e caminhos. Para acessá-lo, por enquanto disponível com exclusividade no website de Tecnologia & Defesa, clique aqui.
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SAC-D Aquarius prestes a deixar o LIT/INPE

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Realizada no LIT/INPE revisão de encerramento da campanha de testes ambientais do satélite SAC-D/Aquarius

10/03/2011

No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), foi realizada a revisão de engenharia denominada Pre-Shipment Review (PSR, ou Revisão Pré-Embarque) do satélite argentino SAC-D, que leva a bordo o instrumento norte-americano Aquarius, desenvolvido para o monitoramento da salinidade oceânica.

Durante os dias 2 e 3 de março, foram revistas todas as atividades do projeto SAC-D/Aquarius, principalmente os resultados da campanha de medidas físicas e testes ambientais realizada no LIT/INPE, bem como os planos para as fases seguintes.

A Revisão Pré-Embarque é um evento formal do projeto, que inclui a formação de uma banca de revisores constituída por profissionais com longa experiência na área, que foram especialmente convidados para avaliar a situação atual dos trabalhos e decidir quanto aos seus próximos passos. O grupo de revisores foi formado por dez profissionais representando as agências espaciais argentina (CONAE) e a norte-americana (NASA). Dentre os revisores também havia um profissional do Conselho Argentino de Investigações Científicas e Técnicas.

O SAC-D chegou no final de junho de 2010 ao LIT/INPE, o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas.

A campanha de medidas físicas e ensaios ambientais no INPE já completou oito meses de intensas atividades, sendo que as três maiores etapas sob a responsabilidade do LIT (ensaios de interferência e compatibilidade eletromagnéticas, ensaios dinâmicos e acústico, e ensaios vácuo-térmicos) foram concluídas em dezembro de 2010.

“Dentre as conclusões deste processo de revisão destaca-se a declaração formal da banca revisora de que o satélite SAC-D/Aquarius foi testado e qualificado de forma apropriada, atendendo aos requisitos do programa, podendo ser considerado apto para iniciar sua campanha de lançamento”, informa Petrônio Noronha de Souza, chefe do LIT/INPE.

No momento o satélite recebe os ajustes finais que antecedem a preparação ao transporte para a base de lançamentos de Vandenberg, nos Estados Unidos. O satélite e seus equipamentos de apoio seguirão por via aérea ao final do mês demarço. “Assim estará completada a participação brasileira no projeto, considerada como bastante crítica uma vez que significa a qualificação para vôo do satélite integrado”.

O projeto SAC-D/Aquarius é uma iniciativa bilateral envolvendo a Argentina e os Estados Unidos, representados pelas suas respectivas agências espaciais - CONAE e NASA. O objetivo primário do satélite é medir a salinidade dos oceanos, parâmetro importante para entendimento das circulações oceânicas e do clima terrestre. Seus dados contribuirão para o aperfeiçoamento dos modelos climáticos de longo prazo.

A escolha do Brasil por parte das duas agências, mais especificamente do Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, vem demonstrar o reconhecimento e a confiança em sua capacitação na qualificação para lançamento e voo de veículos espaciais de maior porte e de grande visibilidade internacional.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 10 de março de 2011

Exposição sobre o PEB na Câmara dos Deputados

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Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados promoverá exposição comemorativa do Programa Espacial Brasileiro, entre 15 de julho e 15 de setembro de 2011.

10-03-2011

O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica (Caeat) realizará, de 15 de julho a 15 de setembro de 2011, exposição sobre o Programa Espacial Brasileiro, nos Salões Negro e Chapelaria do Congresso Nacional, além de áreas externas.

O evento é um desdobramento de estudo realizado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, em 2010, sobre a Política Espacial Brasileira, cujos resultados, que incluem duas propostas legislativas, foram consolidados em publicação de mesmo nome, lançada no dia 30 de novembro, na Câmara dos Deputados.

O objetivo da mostra é apresentar à sociedade tema fascinante - o mistério do espaço e suas implicações para a vida moderna, quais sejam: mudanças climáticas, segurança de fronteiras, defesa, tempo, satélites, foguetes, lançadores, planetas, galáxias, e muitos outros exemplos que possam traduzir a importância de se consolidar um programa espacial para o País. Nesse sentido, a necessidade de se conscientizar a sociedade para a importância do setor, assim como a vontade de atrair o imaginário dos jovens e crianças, que num tempo próximo poderão vir a ser pesquisadores ou tomadores de decisão da área, também move o Conselho para tal esforço.

Com o intuito de conhecer as tecnologias e pesquisas do setor, a equipe técnica da Câmara da Câmara dos Deputados e da Fundação Armando Alvares Penteado, parceira do empreendimento, realizou viagem a São José dos Campos (SP), onde estão sediados os principais órgãos de execução da atividade espacial do Brasil. A programação envolveu visita ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com participação do diretor do instituto, Gilberto Câmara e equipe de engenheiros, e ao Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Inpe. No Centro de Tecnologia da Aeronáutica. (CTA) visitou-se os seguintes institutos: Instituto Tecnológico da Aeronáutica, Instituto de Estudos Avançados, Laboratório de Propulsão Hipersônica, Instituto de Fomento e Coordenação Industrial, e Instituto de Aeronáutica e Espaço.

Os curadores designados para o projeto foram:

Curador da Câmara dos Deputados – Dr. José Theodoro Mascarenhas Menck
Curador da FAAP – José Luiz Hernandez
Consultor Científico da Curadoria – Dr. Bernardo F. Estellita Lins

Fonte: Agência Câmara
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Cooperação Brasil - Índia

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Entre os dias 5 e 8 de março, Antonio de Aguiar Patriota, ministro brasileiro das Relações Exteriores esteve em visita oficial à Nova Delhi, capital da Índia, para tratar de temas de cooperação bilateral em áreas como energia, agricultura, ciência e tecnologia, educação, cultura e defesa, entre outras.

Na declaração conjunta emitida por ocasião da visita, um dos campos destacados foi o espacial. Abaixo, reproduzimos o trecho, vertido do inglês para o português pelo blog:

"12. Os ministros reiteraram o interesse de ambas as partes em ampliar a cooperação no setor espacial. Eles expressaram satisfação com a instalação de uma estação terrestre em Cuiabá, no Brasil, pela ISRO para a recepção de dados do Resourcesat-1. Eles saudaram a proposta da delegação brasileira de visitar a ISRO para criar um Grupo de Trabalho Conjunto."
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quarta-feira, 9 de março de 2011

TEXUS 49: Lançamento de VSB-30 em Esrange

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Até o final deste mês, deve ocorrer o primeiro lançamento de um foguete VSB-30, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), de São José dos Campos (SP), dentro do programa TEXUS, da agência espacial alemã (DLR). A janela de voo começa em 24 de março, no centro espacial de Esrange, próximo a Kiruna, no norte da Suécia.

O projeto TEXUS é um programa de foguetes de sondagem com o objetivo primário de investigar as propriedades e comportamento de materiais e substâncias químicas e biológicas em ambiente de microgravidade, algo similar ao Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB). O programa começou em 1977 e fazia uso do foguete Skylark 7, de origem britânica, já não mais fabricado. Desde 2005, os alemães utilizam o foguete de sondagem brasileiro VSB-30. As missões contam com a participação da divisão alemã da EADS Astrium, e também da Swedish Space Corporation (SSC), responsável pelas operações de lançamento, com financiamento da DLR ou da Agência Espacial Europeia (ESA).

O foguete levará a um ambiente de microgravidade (de até 6 minutos), numa altitude de até 270 km, quatro experimentos, divididos em três módulos.

Ainda este ano, entre novembro e dezembro, outro VSB-30, na missão TEXUS 48, deve ser lançado de Esrange. Em novembro de 2012, mais uma missão (TEXUS 51) está planejada. Assim, o VSB-30 vai fazendo o seu nome também na Europa.
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sexta-feira, 4 de março de 2011

LAAD 2011 e Espaço

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Faltando pouco mais de um mês para a LAAD 2011 - Defence & Security, vão surgindo algumas novidades em relação ao setor espacial. Pela primeira vez desde o início da feira, a Agência Espacial Brasileira (AEB) participará do show com um estande dentro do "space zone". Outra organização que confirmou participação foi a Agência Espacial Italiana (ASI), num indicativo do interesse italiano em ampliar sua cooperação espacial com o Brasil.

No III Seminário de Defesa, que acontece dentro e paralelamente à feira, o último dia (15 de abril) será inteiramente dedicado ao campo espacial. Dentre as apresentações já confirmadas, estão uma sobre o Programa Nacional de Atividades Espaciais, da AEB, novas perspectivas para o programa brasileiro (Câmara dos Deputados), e estudos de caso sobre foguetes de sondagem, uso de "hosted payloads" espaciais no setor de defesa (Star One), a experiência francesa no uso de satélites em operações militares.
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Novo portal do Planejamento Estratégico do INPE

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04/03/2011

O Portal do Planejamento Estratégico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi reestruturado com o objetivo de se tornar mais amigável e funcional para os usuários. A medida faz parte da política de contínua atualização do site, com o objetivo de sempre apresentar de forma clara e precisa o planejamento e acompanhamento das metas físicas e execução orçamentária dos programas internos e das unidades do INPE.

O portal traz facilidades e informações como, por exemplo, dados de orçamento anual, objetivos e metas do INPE, ações do Plano Plurianual (PPA) e indicadores institucionais. Os principais documentos do Planejamento, como o Plano Diretor, o Modelo de Gestão, Relatórios de Gestão, entre outros, também estão disponíveis.

Para conferir, acesse: http://www.inpe.br/planejamento

Fonte: INPE
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quinta-feira, 3 de março de 2011

Mais sobre a nomeação de Raupp para a AEB

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Novo presidente da AEB é nomeado

02-03-2011

Marco Antônio Raupp foi nomeado, nesta quarta-feira (2), presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB). “Fico honrado com o convite do ministro Aloízio Mercadante e aceito o desafio de contribuir para aumentar a efetividade do Programa Espacial Brasileiro”, disse Raupp. A posse do novo presidente será marcada nos próximos dias.

Esta não é a primeira vez que Raupp trabalha no Programa Espacial Brasileiro. Ele é pesquisador titular e ex diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Raupp é, também, especialista em análise numérica, ex diretor e pesquisador titular do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e membro titular da Academia Internacional de Astronáutica (IAA).

Raupp substituirá Carlos Ganem, presidente da instituição desde março de 2008, que retorna para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Fonte: AEB
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quarta-feira, 2 de março de 2011

Nomeação de Raupp para a presidência da AEB

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Após vários meses de espera, finalmente foi publicado hoje (02), no Diário Oficial da União, o decreto da Presidência da República exonerando Carlos Ganem da presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB). Na mesma data, foi também oficialmente nomeado o cientista Marco Antonio Raupp para a presidência da AEB, confirmando a indicação feita pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, no início do ano. .
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terça-feira, 1 de março de 2011

Visita de Mercadante ao DCTA em SJC

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Ministro Mercadante visita o DCTA e fala sobre o Programa Espacial

01-03-2011

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, visitou na segunda-feira (28) o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP). Ele proferiu a palestra “Ciência, Tecnologia e Inovação: Agenda Estratégica para o País” na aula inaugural do ano letivo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Também participaram da solenidade o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito; o reitor do ITA Reginaldo dos Santos, o ministro aposentado do Superior Tribunal Militar (STM), tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla; o diretor-geral do DCTA, tenente-brigadeiro-do-Ar Ailton dos Santos Pohlmann; o comandante do Quarto Comando Aéreo Regional Major-Brigadeiro-do- Ar Paulo Roberto Pertusi; o vice-diretor do DCTA Major-Brigadeiro-do-Ar Alvani Adão da Silva; e o prefeito Municipal de São José dos Campos Eduardo Cury.

Após o evento, o ministro visitou o campus do DCTA e esteve num encontro reservado com a direção da instituição. Na pauta, o corte de verba imposto pelo governo federal para todos os ministérios. O contingenciamento de verba do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) é de cerca de R$1,7 bilhão de um orçamento previsto de R$ 7 bilhões.

A preocupação dos militares é com a possibilidade de redução de recursos para o Programa Espacial, especialmente para o projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1). A maior parte dos recursos é proveniente da pasta do ministro, por meio da Agência Espacial (AEB).

Segundo o ministro, o corte orçamentário imposto pelo governo federal a todos os ministérios não irá afetar o Programa Espacial Brasileiro. Para ele, a continuidade do projeto do VLS-1, sob a responsabilidade da Aeronáutica, e o desenvolvimento de satélites pelo Inpe são programas prioritários para Brasil. “O desenvolvimento e o lançamento de um satélite meteorológico em parceria com a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) são prioridades”, afirmou.

Para Mercadante, esse satélite deve ser lançado e irá permitir ao Brasil melhorar as previsões de tempo. “A Nasa também enfrenta corte de recursos, mas a nossa expectativa é que esse programa, que tem também a participação de outros países como Japão e Alemanha, seja executado”, disse.

No fim do dia, o ministro inaugurou o Laboratório de Identificação, Navegação, Controle e Simulação, o primeiro em sua categoria na América do Sul, concebido para suportar as atividades de desenvolvimento de um sistema de navegação utilizado na estabilização de satélites em órbita e na orientação de um foguete no espaço.

O novo laboratório custou R$ 15 milhões financiado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT) e está vinculado ao projeto Sistemas de Navegação Inercial para Aplicação Aeroespacial (SAI).

Administrado pela Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa e avaliado em R$ 40 milhões, o projeto é responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma inercial completa. O primeiro protótipo da plataforma, de acordo com o coordenador do SIA, Waldemar de Castro Leite, já está com 70% do seu desenvolvimento concluído e a previsão é que o sistema seja testado em 2012, no lançamento do foguete brasileiro VLS.

Fonte: MCT
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Os cortes no orçamento e o Programa Espacial

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Reproduzimos abaixo trecho da matéria "Pastas não sabem que despesas serão cortadas", publicada na edição de hoje (1º de março) do jornal "Valor Econômico", que trata sobre os cortes do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia. O ministro da pasta, Aloizio Mercadante, afirma que projetos estratégicos, como o Programa Espacial Brasileiro serão preservados. O projeto do satélite meteorológico GPM é também mencionado como uma das prioridades.

"O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse ontem, em São José dos Campos (SP), que espera reduzir os cortes necessários na área de recursos não reembolsáveis com a ampliação dos créditos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em R$ 1,9 bilhão.
"O ajuste fiscal é necessário e o ministério vai participar, mas nós queremos priorizar o que é estratégico. O satélite meteorológico que estamos desenvolvendo com a Nasa, por exemplo, é prioridade número um para o ministério", afirmou. No total, segundo o ministro, serão contingenciados R$ 610 milhões, que o Congresso já tinha cortado dos fundos setoriais, e outros R$ 353,6 milhões de verbas para custeio, além de deixar de receber R$ 710 milhões em emendas parlamentares.

Os projetos considerados estratégicos, como o programa espacial brasileiro, segundo ele, serão preservados. "Estamos concluindo as reformas na Base de Alcântara, que ficará pronta ainda este ano e os investimentos no projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS) também serão mantidos", afirmou Mercadante.

O investimento previsto no desenvolvimento do satélite GPM (sigla em inglês para Medida de Precipitação Global) com a Nasa, é da ordem de US$ 70 milhões. Segundo Mercadante, o governo brasileiro está pedindo à Nasa para antecipar em um ano o lançamento do satélite brasileiro, previsto inicialmente para 2015, para apoiar o Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais.

"O grande problema com esse satélite é saber se a Nasa manterá o programa, uma vez que houve corte de US$ 18 bilhões no orçamento da agência e nós não sabemos até que ponto isso vai afetar o projeto", disse o ministro."
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