quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Programa Espacial Colombiano

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No final deste mês, o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, e também coordenador da Comisión Colombiana del Espacio (CCE), afirmou ao jornal local "El Heraldo" que seu país "precisa ter sua própria agência espacial para pôr-se à altura de outros países da América Latina", segundo divulgado pelo website Infoespacial.com. O vice-presidente anunciou ainda que, na próxima semana, recomendará ao presidente da República, Juan Manuel Santos, a criação mediante decreto da Agencia Colombiana en Materia Espacial, além da compra de um satélite de observação terrestre.

A Colômbia "deve avançar com a aquisição de um satélite de observação da Terra e impulsionar uma política espacial". "Precisamos deixar de nos sentirmos pequenos frente a outros países e deixar de lado essa síndrome de limitação de que quando nos sentamos com governantes muito importantes de outras nações, eles são os inteligentes e nós os aprendizes, como se o conhecimento, a ciência e a pesquisa fossem propriedade unicamente dos países desenvolvidos", completou.
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Nota da Telebras sobre o SGB

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Telebras terá satélite geostacionário

29/09/2011

A Telebras participa de um Grupo de Trabalho que vai elaborar as especificações técnicas para a integração de um satélite geoestacionário com lançamento previsto para 2014. O trabalho que envolve também o Ministério da Defesa, a Agência Espacial Brasileira e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), conta com o aval da presidente Dilma Rousseff. O tema foi tratado em reunião realizada no Palácio do Planalto na última segunda-feira (26.09).

Os satélites vão operar na banda Ka para o atendimento de redes de governo e iniciativas de inclusão digital, bem como na banda X, que será de uso exclusivo das Forças Armadas. Isso permitirá, por exemplo, ampliar o número de municípios que serão atendidos pelo Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) até 2014, hoje estimados em 4.283.

Neste momento, o Grupo de Trabalho estuda se a tecnologia disponível permitirá que a integração dos equipamentos ocorra no Brasil. “A Telebras está negociando parcerias com a iniciativa privada para propiciar um ambiente de transferência de tecnologia”, informou o presidente da empresa, Caio Bonilha. Os recursos para o lançamento do satélite, estimados em R$ 716 milhões, já estão previstos no Plano Plurianual 2012-2015 do Governo Federal.

Fonte: Telebras
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Boeing se estabelece no Brasil

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Ontem (28), a companhia norte-americana Boeing anunciou a indicação de Donna Hrinak, ex-embaixadora no Brasil, para dirigir o novo escritório do grupo em São Paulo. A nomeação, que será efetiva a partir de 14 de outubro, "expande ainda mais a presença da Boeing no Brasil e reforça o compromisso da empresa com clientes, indústria e governo", afirmou a companhia em nota.

Dentre as responsabilidades de Hrinak, destacam-se o desenvolvimento e implementação da estratégia da Boeing no País, relações governamentais, identificação de oportunidades de negócios novos e emergentes, e relacionamento da empresa com clientes e parceiros.

"O Brasil é uma das economias que mais cresce no mundo e representa para a Boeing um grande mercado de produtos e serviços com fontes ricas em colaborações atuais e futuras nas áreas de tecnologia, indústria e finanças”, declarou Shep Hill, presidente da Boeing International e vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Negócios e Estratégias.

No Brasil, a Boeing participa do Programa F-X2, da Força Aérea Brasileira, e é também importante fornecedora de aeronaves comerciais para companhias aéreas, como a Gol e TAM. Recentemente, a unidade espacial do grupo também participou da licitação promovida pela Star One, do grupo Embratel, para o fornecimento de um satélite de comunicações, e vê ainda várias oportunidades no País, especialmente junto ao governo, considerando as diretivas da Estratégia Nacional de Defesa.

Em agosto, num encontro com a imprensa especializada, Christopher Raymond, vice-presidente executivo de Estratégias & Desenvolvimento de Negócios, afirmou que no campo espacial existem oportunidades locais em "hosted payloads" para comunicações (ver a postagem "Boeing, Programa F-X2 e satélites"). O executivo não deu mais detalhes, mas supõe-se que a oportunidade esteja no campo de comunicações governamentais e militares, especialmente considerando-se a decisão do governo em definitivamente lançar o programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). A empresa é vista como potencial interessada na concorrência a ser em breve lançada.

Nos EUA, existe a expectativa de que as regras do International Traffic in Arms Regulations (ITAR), conjunto de normas que, grosso modo, controlam a exportação de tecnologias militares e duais, sejam flexibilizadas, especialmente na área de satélites, o que, em tese, favoreceria as fabricantes de satélites e componentes, dentre elas a Boeing. Sobre esse tema, recomendamos a leitura da reportagem "Recovering from ITAR: Possibly Tough for U.S. Satellite Industry", publicada na edição de setembro da revista Via Satellite.
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Satélite de comunicações, artigo de José Monserrat Filho

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Reproduzimos abaixo um novo artigo enviado ao blog por José Monserrat Filho, sobre a decisão do governo brasileiro de avançar com o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro:

Satélites de comunicações serão parte do Programa Espacial Brasileiro

José Monserrat Filho*

Está decidido nas mais altas esferas: o Brasil deve lançar em 2014 seu primeiro satélite geoestacionário de comunicações, comprado no exterior, mas – e essa é a grande diferença – construído com ativa participação da indústria brasileira. O segundo tem seu lançamento previsto para 2019, com inserção ainda maior da nossa indústria.

Sim, o Brasil já teve, nos anos 80 e 90, satélites geoestacionários – aqueles que voam a 35.786 km da Terra, no plano da Linha do Equador, e que,por se deslocarem com a mesma velocidade do nosso planeta, ficam como que parados, estacionados, sobre um mesmo ponto da superfície terrestre. O que constitui o cerne dos fantásticos avanços das telecomunicações no mundo inteiro.

A primeira geração de satélites brasileiros geoestacionários começou com o satélite Brasilsat A1, orbitado em 1985.Vários outros vieram depois: Brasilsat A2, em 1986; Brasilsat B1, em 1994; Brasilsat B2, em 1995; e Brasilsat B3, em 1998.Todos eles adquiridos pela Embratel – até então pertencente ao nosso Ministério das Comunicações – de empresas privadas do Canadá e dos EUA, e lançados a partir de Kourou, na Guiana Francesa, pelo foguete europeu Ariane.

Sem nenhuma ligação com o Programa Espacial Brasileiro.

Em 29 de julho de 1998, dentro do programa de abertura neoliberal da economia brasileira, o Governo privatizou a Embratel – apesar de ser reconhecidamente lucrativa e eficiente –, com todos os seus satélites. Todo esse patrimônio foi transferido à empresa Star One, que lançou só mais um satélite, o Brasilsat B4, em 2000.

Cometemos um erro histórico. Poderíamos ter aberto o mercado das comunicações, mantendo uma grande empresa estatal brasileira. Pagamos um preço alto: desde 1998, há 13 anos, o Brasil não dispõe de seus próprios satélites de comunicações e sente muita falta deles para comunicações estratégicas do governo e das Forças Armadas.

Hoje, a Star One conta com cinco dos satélites referidos, localizados nas excelentes longitudes de 75, 70 e 65 graus oeste, vendendo serviços de comunicações domésticas e internacionais, com alta taxa de uso. É deles e de outros satélites de empresas privadas que se servem hoje nossas instituições oficiais civis e militares.

Tal dependência é inaceitável. Por isso, os dois satélites a serem construídos a partir de agora com máxima presteza virão preencher importantíssimas lacunas, inclusive a de levar internet em banda larga às populações das zonas mais remotas do país.

Mas, o mais relevante de tudo é o fato de que os satélites não serão simplesmente comprados em caixas pretas, como se fazia no passado. Essa segunda geração de satélites geoestacionários brasileiros enriquecerá a política nacional de desenvolvimento tecnológico efetivo. Fator essencial do negócio será a maior integração possível de, pelo menos, uma grande empresa brasileira.

A empresa estrangeira contratada para produzir os satélies terá, necessariamente, que atender à exigência de dar acesso à tecnologia utilizada e de preparar especialistas qualificados, capazes amanhã de contribuírem na criação de outros satélites semelhantes.

É o esforço decisivo de valorizar a prata da casa e de priorizar a capacitação nacional em área estratégica, promovido pelos Governos Lula e Dilma Rousseff e conduzido com afinco pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Isso é inédito entre nós no campo das telecomunicações.

Significa também que os satélites geoestacionários brasileiros passam a compor um capítulo especial do Programa Espacial Brasileiro, que agora incluias telecomunicações por satélite, em trabalho conjunto com a Telebrás, do Ministério das Comunicações, e com o Ministério da Defesa.

Há, portanto, grande novidades a comemorar.

* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.
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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cooperação Brasil - Ucrânia

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Ministro da Defesa da Ucrânia garante US$ 250 milhões para base de lançamento em Alcântara

Em visita ao Ministério da Defesa brasileiro, Mykhailo Bronislavovych Yezhel propõe ampliação da cooperação tecnológico-militar

Brasília, 26/09/2011 – Em visita ao Ministério da Defesa brasileiro, o ministro da Defesa da Ucrânia, Mykhailo Bronislavovych Yezhel, disse hoje que a Ucrânia integralizará sua parte da sociedade na Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional criada para comercializar serviços comerciais de foguetes e satélite a partir do Maranhão. “Já temos os recursos, da ordem de US$ 250 milhões, que serão investidos a partir de outubro próximo. Também estamos abertos a transferir tecnologia para um novo lançador de satélites, o Cyclone 5, que será produzido em conjunto com o Brasil”, garantiu.

O ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, afirmou que a ACS é um projeto estratégico para o Brasil. “A maior parte do programa está sob controle da Agência Espacial Brasileira, o Ministério da Defesa tem apenas uma pequena participação, mas o aporte prometido é uma excelente notícia, que abre boas perspectivas de cooperação tecnológica entre os dois países”, comemorou.

Mykhailo Bronislavovych Yezhel chegou ao prédio do Ministério da Defesa brasileiro às 11h30. O ministro Celso Amorim recebeu-o na entrada. Em seguida, no Salão Nobre, apresentou-o ao chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general-de-exército José Carlos De Nardi, e aos comandantes da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, e do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri.

A comitiva ucraniana incluiu representantes das maiores empresas de defesa do país, como a Antonov, fabricante de aviões de carga, e da Agência Ucraniana de Estaleiros, holding que controla a indústria naval, responsável pela construção de todos os porta-aviões e metade da esquadra de superfície da ex-União Soviética.

Durante a reunião bilateral, o ministro ucraniano propôs a fabricação de navios-patrulha de 500 toneladas e destacou o interesse de seu país em participar da concorrência para a construção, no Brasil, de cinco navios escolta de 6.200 toneladas e de cinco navios-patrulha de 1.800 toneladas. Também levantou possibilidades de cooperação no desenvolvimento de mísseis terra-terra de 300 quilômetros de alcance e de mísseis antiaéreos.

Yezhel fez amplo relato das potencialidades da indústria militar ucraniana na área de blindados e no campo aeronáutico. Ressaltou as qualidades do cargueiro Antonov An-70, capaz de carregar 38 toneladas e pousar em pistas não-preparadas e curtas, e do avião de patrulha Antonov An-168, com autonomia de 12 horas.

Depois de elogiar as oportunidades oferecidas pelo Cyclone 5, o ministro Amorim lembrou que o Brasil já investe em um avião cargueiro de projeto nacional, o KC-390, da Embraer; na produção de blindados sobre rodas, o Guarani, e de um navio-patrulha de 500 toneladas. Ao mesmo tempo, mostrou interesse no avião-patrulha e na possibilidade de cooperação com a Ucrânia para desenvolver um projeto de navio-aeródromo.

“Nosso maior interesse é obter tecnologia para desenvolver a indústria nacional e já desenvolvemos inúmeros projetos”, disse o ministro brasileiro. “Podemos verificar, com o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e os comandos das Forças, onde existe complementaridade para que possamos desenvolver programas de cooperação.”

Acordos

Brasil e Ucrânia assinaram dois acordos-quadro, de cooperação tecnológico-militar e de segurança de informações, em outubro de 2010, ainda não ratificados pelo Congresso Nacional. Estão previstas várias áreas de atuação conjunta na área de preparação de pessoal e nos campos aeronáutico, espacial, de equipamentos terrestres e naval. Segundo Yezhel, o Ministério da Defesa do seu país já implantou os grupos de trabalho para estudar possíveis nichos de cooperação.

Celso Amorim prometeu agilizar a formação dos grupos no Ministério da Defesa brasileiro, mas disse que há total interesse na área de treinamento e intercâmbio de pessoal. “Podemos implementá-la antes mesmo da ratificação dos acordos pelo Congresso”, afirmou.

Fonte: Ministério da Defesa
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ACS e SGB no Valor e Folha de hoje

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Os jornais de hoje (26) trazem notícias sobre o Programa Espacial Brasileiro.

Repercutindo os rumores e acontecimentos das últimas semanas sobre o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), Virginia Silveira assina reportagem sobre o projeto publicada no "Valor Econômico", com declarações do ministro da Defesa, Celso Amorim, e destacando o envolvimento de indústrias nacionais na iniciativa (Embraer e Atech já demonstraram interesse). Informação interessante contida na reportagem é a possibilidade de que no futuro sejam feitos satélites menores de comunicações para serem lançados pelo foguete Cyclone 4, que operará de Alcântara, e que tem capacidade em órbita geoestacionária da ordem de 1,7 toneladas. Esta possibilidade, aliás, já foi apontada pelo então presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, em setembro de 2010 (veja aqui).

Já na "Folha de S. Paulo", foi publicada uma reportagem sobre a "retomada" da parceria com a Ucrânia na exploração comercial de Alcântara, por meio da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). O texto cita que o governo brasileiro liberará 50 milhões de reais em recursos para integralização do capital da binacional, em contrapartida à decisão do governo ucraniano de também aportar cerca de 180 milhões de dólares. Menciona também a indicação de Reginaldo dos Santos, reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA/DCTA) para a ACS.
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sábado, 24 de setembro de 2011

Mais sobre o SGB

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Reportagens da Agência Brasil e da Teletime, citando o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmam a conclusão da proposta do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), conforme divulgado pelo blog Panorama Espacial no último dia 18, informando ainda que a mesma deve ser apresentada à presidente da República, Dilma Rousseff, na próxima semana.

Em paralelo, os comentários e movimentos nos bastidores se intensificam. Embora os primeiros satélites do SGB devam ser contratados no exterior, sem significativo envolvimento da indústria nacional no segmento espacial (satélite), grupos e empresas estão se movimentando para obter algum envolvimento no programa, possivelmente na concepção da rede e construção da infraestrutura terrestre. Uma fonte industrial ouvida pelo blog também informou que o contrato deverá exigir contrapartidas comerciais e tecnológicas, conhecidas como offsets, bastante comuns nos contratos firmados pelas Forças Armadas.

Como era esperado, a opção do governo em viabilizar o SGB por meio da Telebras tem gerado algum desconforto e críticas, particularmente de operadores privados já estabelecidos no País. Na última edição da Space News, da semana passada, foi publicada uma reportagem que cita declarações de Lincoln Oliveira, diretor da Star One, sobre o SGB. "O governo está discutindo se construirá um satélite com bandas nas frequências Ka e X", afirmou. "Nós não sabemos como isto acontecerá. Esperamos que o modelo de mercado aberto prevaleça. Se o governo precisa de capacidade, o governo deve ir ao mercado e pedir por isso. O pior cenário seria o governo criar uma companhia de controle estatal", completou Oliveira.

A Star One é a provedora de capacidade em banda C e X para o Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa, desde que este foi criado, na década de oitenta, e trabalhava (ou ainda trabalha?) para estender a prestação do serviço para os próximos anos, o que exigiria a inclusão de um novo transpônder de banda X num de seus próximos satélites.

Apesar da decisão de dispor de um satélite próprio, uma pessoa familiarizada com o tema ouvida pelo blog afirmou que, neste momento, não se pode descartar a opção pela extensão do contrato com a Star One, considerando a crescente demanda por capacidade do SISCOMIS, e também a necessidade de se dispor de um sistema back-up para as comunicações governamentais a serem providas pelo futuro SGB.
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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

AEL Sistemas no Projeto SIA

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Conforme publicado na edição de hoje (23) do Diário Oficial da União, A AEL Sistemas, indústria com atuação nos setores de defesa e espaço com sede em Porto Alegre (RS), foi declarada vencedora de uma concorrência promovida pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP), tendo por objeto a "contratação de serviços técnicos especializados para a elaboração do projeto, fabricação e testes para o hardware do Computador de Bordo (on-board computer, OBC) da Plataforma Orbital do projeto SIA (Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial)", iniciativa que envolve o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), outros órgãos governamentais e diversas indústrias nacionais.

A FUNDEP, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é gestora do projeto, contando com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Além da AEL Sistemas, controlada pelo grupo israelense Elbit Systems e também com uma participação minoritária da Embraer, apresentaram propostas a Equatorial Sistemas e a Omnisys Engenharia (Thales).
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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cooperação Brasil - Japão

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Delegação acadêmica japonesa discute micro/nanosatélite com a AEB

22-09-2011

Uma delegação japonesa composta por representantes da embaixada, do setor acadêmico e de pesquisa foi recebida, ontem (21/09), na Agência Espacial Brasileira (AEB), pelo diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento (Dsad), Thyrso Villela, e o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional (ACI), José Monserrat Filho. O tema principal do encontro foi a possibilidade de desenvolvimento conjunto de micro/nanosatélites.

Segundo a comitiva japonesa a miniaturização de satélites já é uma tendência mundial por dois aspectos. O primeiro deles é o baixo custo de fabricação. Enquanto os de médio-grande porte podem custar algo em torno de US$ 200 a US$ 500 milhões, os de pequeno porte estão na faixa de US$ 2 a US$ 5 milhões, o que representa um centésimo do preço.

Outra vantagem é o tempo de desenvolvimento e fabricação dessa classe de satélite. Eles levam cerca de um ano e meio a dois anos para serem concluídos, algo em torno de um quinto do necessário para a finalização dos de médio porte.

Para a delegação, com estas vantagens, será possível lançar uma quantidade maior de satélites com custo reduzido, conformando uma rede de satélites que monitore determinada aéreo em tempo real em caráter quase que permanente. O grupo também acredita que esse programa permitirá a capacitação de recursos humanos para o setor espacial.

O programa de satélites de pequeno porte contemplaria áreas como agricultura, monitoramento florestal e monitoramento de desatres naturais. O desenvolvimento conjunto não se restringeria aos artefatos, mas abrangeria todos os sistemas envolvidos no seu emprego como: recepção e análise de imagens.

Durante a reunião, também foi discutida a possibilidade de uma cooperação sul-sul visando a montagem de uma rede de cooperação na área de micro/nanosatélites para emprego em diversas áreas. Essa rede global de monitoramento, que deverá cobrir a América Latina e outros países tropicais, contará não somente com satélites de pequeno porte, mas também com os de médio porte (portadores de radares), como o Asnaro e o ALOS2.

A comitiva fez, ainda, um convite ao Brasil para participar do projeto Uniform, que consiste em um programa de universidades japonesas para a capacitação de jovens engenheiros de outros países.

A visita da delegação já estava prevista em conformidade com as prioridades para cooperação entre os dois países, assinada em 2010, durante a III Reunião da Comissão Mista Japão-Brasil de Cooperação em Ciência e Tecnologia, realizada em Brasília.

Participaram do encontro o representante da Universidade de Wakayama, Hiroaki Akiyama e o representante da Next Generation Space System Technology Research Association, Yuki Saito.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sistema Plataforma de Lançamento do VLS-1

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21-09-2011

O Sistema Plataforma de Lançamento do VLS-1 (SISPLAT) está em fase de conclusão no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Os painéis já estão instalados fisicamente, as iluminações instaladas, câmeras do Circuito Fechado de TV instaladas, sistema de ar refrigerado e pressurização instalado, Sistema de Detecção e Alarme de Combate a Incêndio em fase final, sistema de proteção contra descargas atmosféricas em fase final. Pelo cronograma do Consórcio JARAGUÁ/LAVITTA, em outubro próximo iniciará os ajustes e testes para iniciar a instalação do sistema de automação.

Essas atividades acontecerão até o final de dezembro ou início de janeiro de 2012.

Concluído essa fase está previsto a integração do mock-up (MIR), para recebimento definitivo da obra, nos meses de março e abril. Essa integração só é possível em março devido ser o mesmo mock-up que está em testes de separação.

Fonte: IAE/DCTA
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cooperação Brasil - Índia

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Brasil e Índia: a busca da cooperação espacial

20-09-2011

As duas potências emergentes precisam definir formas e campos de cooperação espacial. A plena consciência dessa crescente necessidade ficou clara na visita do Embaixador da Índia, B. S. Prakash, ao Presidente da Agência Espacial Brasileira, Prof. Marco Antônio Raupp, nesta terça-feira.

Ficou acertado delinear, até o final do ano, os campos concretos da colaboração a ser efetivada, com base em interesses mútuos e na participação de empresas dos dois países. Acordou-se também dedicar especial atenção nas próximas reuniões ao programa de Satélites IBAS, aprovado pelo fórum Índia, Brasil e África do Sul. As características técnicas desses satélites já começaram a ser desenvolvidas.

Uma visita da Presidente Dilma Rousseff à Índia está prevista, em princípio, para fevereiro próximo. O principal compromisso ora assumido pelo Presidente da AEB e pelo Embaixador da Índia é de preparar uma proposta que atenda às necessidades reais de ambos os países em áreas como observação da Terra, telecomunicações por satélite e preparação de recursos humanos em alta qualificação na área espacial.

O Embaixador B. S. Prakash presenteou o Dr. Marco Antonio Raupp com o livro “India 2020 – A Vision for the New Millenium”, dos renomados cientistas indianos A. P. J. Abdul Kalam e Y. S. Rajan. O livro tem como epígrafe uma referência válida para a ocasião: “se aqueles que pensam alcançar algo têm um propósito firme e bem definido, eles haverão de realizar o que pensam e até mesmo na forma como pensam”.

Participaram da audiência o Dr. Vinod K. Sachdeva, Ministro Encarregado de Negócios da Embaixada da Índia, o Dr. G. K. Rayalu, pesquisador indiano que trabalha há muitos anos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Dr. Himilcon de Castro Carvalho, Diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos (DPEI) da Agência Espacial Brasileira (AEB), e o Prof. José Monserrat Filho, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional (ACI) da AEB.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Novo diretor-presidente da ACS

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Segundo a coluna de Alcelmo Góis publicada no jornal "O Globo" da última sexta-feira (16), o novo diretor-presidente da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS) será o brigadeiro Reginaldo dos Santos, atualmente reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Reginaldo dos Santos é tenente-brigadeiro do ar da reserva da Força Aérea Brasileira, com graduação em engenharia eletrônica pelo ITA, e mestrado e doutorado pela Purdue University, dos EUA. No período de 1995 a 1999, foi diretor do então CTA (hoje, DCTA), Vice-Diretor (1999-2000) e Diretor-Geral (2000-2003) do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DEPED), do Comando da Aeronáutica. Entre agosto de 2003 a agosto de 2005, atuou como Conselheiro Militar do Brasil junto às Nações Unidas, em Nova Iorque, EUA.
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domingo, 18 de setembro de 2011

SGB: o retorno da Telebras

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Desde o ressurgimento da estatal Telebras, em meados de 2010, especulava-se sobre a possibilidade de seu envolvimento no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) ("Telebras no SGB?"). Sexta-feira passada (16), o blog Panorama Espacial divulgou que haveria uma reunião entre os ministros da Defesa, Ciência, Tecnologia e Inovação, e Comunicações, e os presidentes da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da estatal Telebras, para a discussão do projeto ("SGB em pauta?"). Com a reunião, outras informações obtidas nos últimos dias, além de todas as movimentações passadas, o cenário para o SGB foi se tornando mais claro: o SGB será viabilizado por meio da Telebras.

Indícios

Em entrevista publicada na edição de agosto da revista Teletime, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que o governo investiria R$ 3 bilhões em projetos de cabos submarinos e num satélite geoestacionário de comunicações com duas vertentes, uma civil e outra militar. "Existem duas vertentes: uma é o satélite puramente comercial, esse que está sendo licitado pela Anatel, e que não vai ter necessariamente investimento público. Mas nós estamos discutindo com a Defesa para fazermos um satélite geoestacionário. Evidentemente a parte da Defesa seria controlada pela Defesa e a parte comercial, na nossa visão, é que seria coordenada pela Telebrás", declarou.

Antes da entrevista de Bernardo, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, já havia discorrido sobre o projeto, em apresentação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, no final de junho (ver a postagem "SGB se aproximando?"). O lançamento do satélite dependeria de "uma decisão final do governo brasileiro", declarou Jobim, acrescentando que o investimento envolvido seria de aproximadamente R$ 700 milhões, quantia que incluiria a construção, lançamento e seguro do satélite, e também a infraestrutura terrestre para recepção e controle.

PPA 2012-2015 e Orçamento de 2012

O que até então era mero discurso, começa a se tornar algo concreto, ao menos no papel. No final de agosto, o governo federal divulgou o Plano Plurianual (PPA) 2012/2015 que, grosso modo, estabelece os principais projetos e programas para um período de quatro anos, no caso, de 2012 a 2015. E um dos projetos que lá figuraram é justamente o "lançamento de satélite para comunicações" pela Telebras, com custo total estimado de R$ 716 milhões, iniciando-se em 01/01/2012 e se encerrando em 31/12/2015. Não por mera coincidência, o valor é muito próximo do informado por Jobim no Senado.

O orçamento de 2012 também dá mais um elemento concreto, prevendo investimentos de R$ 55,7 milhões, forte indicativo de que, não havendo cortes orçamentários, um contrato pode ser assinado já em 2012.

A inclusão do projeto da Telebras no PPA e a previsão orçamentária para a sua execução representam, finalmente, a decisão do governo quanto ao SGB, projeto idealizado no início da década de 2000 e que, desde então, teve sua viabilidade considerada sob diferentes modelos. Dentre eles, a ideia de uma Parceria Público Privada (PPP) e mesmo a continuidade da contratação direta de serviços de comunicações junto a operadores privados através do conceito "hosted payloads".

Comunicações governamentais

Embora não tenham conexão entre si, é interessante observar que a decisão do governo de dispor de um satélite próprio de comunicações se aproxima da estratégia adotada por vários países latino-americanos, que preferiram não depender apenas da iniciativa privada para comunicações por satélite. Citem-se os casos da Argentina (Arsat), Venezuela (Venesat), Bolívia (Tupac Katari) e México (MEXSAT).

Outro ponto que merece destaque é o retorno da Telebras aos satélites. Criada na década de sessenta como holding das empresas de telecomunicações, a empresa foi controladora da Embratel, que operava os satélites da série Brasilsat, até a sua privatização em 1998. A venda incluiu os satélites geoestacionários, hoje operados por uma subsidiária da Embratel, a Star One, o que desde então gera desconforto em alguns setores do governo e Forças Armadas (certamente, um motivador para que o SGB fosse viabilizado), especialmente pelo fato de que a empresa é controlada por um grupo estrangeiro, do México. A capacidade e forte expertise da Star One, reconhecido internacionalmente, tem, portanto, sua origem dos tempos de Telebras.

"Briga de foice"

Com a definição do SGB, a tão aguardada "briga de foice", que já acontece em movimentos mais sutis, será finalmente deflagrada ('SGB: "será uma briga de foice"'). Dentro dos próximos dias, o blog Panorama Espacial trará mais informações sobre o SGB.
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

SGB em pauta?

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Consta da agenda oficial do ministro da Defesa, Celso Amorim: esta sexta-feira (16), ao final do dia (17h30), haverá uma reunião de Amorim com o ministro da Ciência, Tecnologia & Inovação, Aloizio Mercadante, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, e Caio Cesar Bonilia, da empresa estatal Telebras. A pauta não foi divulgada, mas é mais do que óbvia: satélite de comunicações, vulgarmente conhecido como Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

Aliás, muito tem se falado nos bastidores sobre o SGB, que a cada dia parece estar mais próximo da realidade. Mais informações, em breve. .
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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Preparativos para a missão SHEFEX 2

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Pré-Montagem do VS-40M SHEFEX2 e Revisão de Aceitação

Campo Montenegro, 14/09/2011

Desde o dia 06 de setembro uma equipe do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) encontra-se na Noruega - Andenes (Andoya Rocket Range - ARR) para a realização do VS-40M SHEFEX2 Pre-Trial, que consiste na pré-montagem do VS-40M naquele centro a fim de verificar as interfaces e antecipar possíveis ajustes de montagem do foguete, da carga útil e do lançador. Embora os motores de voo já estejam no ARR, nesta pré-montagem são utilizados motores inertes (mock-up), cujas interfaces mecânicas são idênticas às de voo.

Paralelamente, o DLR realiza a Revisão de Aceitação (Acceptance Review) do foguete VS-40M, que consiste na verificação de toda a documentação do foguete gerada durante a fabricação e compilada pelo IAE.

Além disso, as equipes do DLR aproveitam a presença dos especialistas do IAE para sanar dúvidas com relação as modificações incorporadas ao projeto e à engenharia de sistemas.

Todas estas atividades estão previstas no cronograma que antecede o lançamento do VS-40M, que está previsto para ser realizado em meados de fevereiro de 2012.

Fonte: IAE/DCTA

Comentário: para saber mais sobre o envolvimento brasileiro na missão SHEFEX, desenvolvido pela Deutschen Zentrums für Luft- und Raumfahrt (DLR), a agência espacial da Alemanha, acesse a postagem "O VLS "alemão"". Em 2011, aliás, comemoram-se 40 anos de cooperação espacial entre o Brasil e a Alemanha. Em breve, o blog Panorama Espacial postará um artigo sobre essa cooperação.
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AEB e Yuzhnoye: declaração conjunta

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Declaração Conjunta da Agência Espacial Brasileira e da Delegação da Empresa Espacial SDO Yuzhnoye da Ucrânia

14-09-2011

A cooperação espacial entre o Brasil e a Ucrânia deu mais um passo importante. Foi extremamente produtiva a reunião realizada nesta terça-feira, 13 de setembro de 2011, na Agência Espacial Brasileira (AEB), entre a AEB, encabeçada pelo seu presidente, Marco Antonio Raupp, e a Delegação visitante da Empresa SDO Yuzhnoye da Ucrânia, liderada por seu diretor geral, Alexander Degtyarev. O encontro contou com a participação de representantes do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e da Empresa Alcântara Cyclone Space (ACS).

A reunião deu continuidade aos entendimentos iniciados durante a visita da comitiva técnica brasileira, comandada pelo presidente da AEB, no início de julho último, às indústrias ucranianas envolvidas no programa da empresa binacional ACS, que vai promover lançamentos do foguete Cyclone-4, da Ucrânia, a partir do Centro de Alcântara, no Brasil, introduzindo uma alternativa econômica e segura no mercado mundial de lançamentos comerciais.

Foram discutidas as várias possibilidades de ampliação da cooperação entre as instituições espaciais brasileiras, coordenadas pela AEB, e a indústria espacial ucraniana – em especial, a empresa SDO Yuzhnoye, com mais de 50 anos de existência ininterrupta e invejável experiência em diversos setores das atividades espaciais, tanto em veículos lançadores e seus sistemas básicos, como em satélites de diferentes tipos e finalidades.

Ficaram claras as grandes oportunidades de colaboração existentes em todas essas esferas. O desenvolvimento conjunto de satélites, inclusive os dotados de radar, será objeto de atenção especial. Acordou-se preparar um plano de treinamento de técnicos brasileiros em sistemas e equipamentos fundamentais para lançadores, bem como em segurança de combustíveis. O esforço de capacitação de recursos humanos deverá envolver universidades brasileiras e ucranianas, além de especialistas vinculados aos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Defesa e das Comunicações.

Os Presidentes da AEB e da SDO Yuzhnoye fizeram questão de deixar registrados os resultados e perspectivas altamente promissores alcançados no encontro, bem como o empenho comum e coeso de concretizar as decisões adotadas.

MARCO ANTONIO RAUPP
Presidente da AEB

ALEXANDR DEGTYAREV
Diretor-Geral da YUZHNOYE

Fonte: AEB

Comentário: muito interessante o trecho que discorre sobre a "atenção especial" a ser dada para o desenvolvimento de satélites, "em especial os dotados de radar". Este é um campo em que o Brasil tem considerado várias possibilidades, envolvendo a China, Itália ou Argentina, entre outros países, depois que a iniciativa do MAPSAR, em parceria com a Alemanha, não seguiu adiante.
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terça-feira, 13 de setembro de 2011

UnB, Ucrânia e cooperação espacial

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Parceria Unb-Ucrânia formará quadros para o futuro do Programa Espacial

13-09-2011

Um novo rumo para o programa espacial brasileiro está sendo projetado em parceria com a Ucrânia, país com larga experiência nessa indústria. A UnB faz parte da proposta com o mestrado em Engenharia Aeroespacial que formará quadros para a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), com sede em Brasília. Professores, mestrandos, representantes da empresa e do governo ucraniano discutiram o futuro do projeto no seminário Brasil-Ucrânia: Oportunidades para a Cooperação Técnico-Científica no Espaço, realizado nesta segunda-feira 12, no Auditório da Reitoria. O objetivo da parceria é a troca de tecnologias e culminará com o lançamento do foguete Cyclone-4, programado para 2013.

No final deste ano, os dez alunos do mestrado em Engenharia Aeroespacial da UnB passarão seis meses na Ucrânia, onde terão contato com o Cyclone-4, desenvolvido inteiramente pelos ucranianos, e serão treinados para trabalhar na ACS. Os alunos serão recebidos na universidade Dnipropetrovsk e voltarão ao Brasil para completar o mestrado. O projeto custa US$ 487 milhões e é custeado pelos dois países, meio a meio. A ACS coordenará a preparação e o lançamento do foguete em 2013 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e terá técnicos dos dois países.

Ao falar no seminário, o reitor José Geraldo de Sousa Júnior lembrou que a UnB está consolidando novas áreas de pesquisa. “Essa será a base para uma futura graduação de engenharia aeroespacial”, lembrou. A ideia é montar um Centro Aeroespacial em Brasília para abrigar cerca de 100 cientistas, no campus da UnB Gama, iniciativa com respaldo de duas entidades da área com sede na cidade, a ACS e a Agência Espacial Brasileira (AEB).

A convergência entre os dois países vem desde 2006, quando a ACS foi criada. No começo de 2009, a Ucrânia procurou a UnB para tratar da criação do mestrado. Depois de conhecer os projetos do país europeu, Carlos Alberto Gurgel Veras, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB, impressionou-se com o estado tecnológico da Ucrânia. “É uma oportunidade única iniciar essa parceria”, disse. Segundo Gurgel, depois de formar os primeiros dez engenheiros, o curso de Engenharia Aeroespacial habilitará os futuros integrantes do programa espacial brasileiro.

COOPERAÇÃO – Dmitriy Pozdnyakov, secretário de relações internacionais comerciais da Yuzhnoye, estatal ucraniana que montará o foguete, apresentou diversos projetos da empresa, que desde 1954 lançou mais de 400 naves espaciais. Para o futuro, ela planeja o desenvolvimento de projetos inovadores, como lançamento de naves para proteger a Terra de asteróides.

O designer geral e diretor geral da Yuzhnoye, Alexandr Degtyarev, explicou que o fim da União Soviética tornou a empresa grande demais para os interesses nacionais. “Por isso, as parcerias com mercados externos não são impulsivas, mas estratégicas”. Ele considera o projeto do Cyclone-4 o passo inicial de uma grande parceria. “O objetivo é que o Brasil rume para o acesso independente ao espaço.”

Paulo Moraes Júnior, do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial do Ministério da Defesa (DCTA), apresentou um histórico dos 50 anos do projeto brasileiro, que fez três tentativas frustradas de lançamento. O último foi em 2003, quando uma falha no combustível provocou explosão que matou 21 técnicos civis.

Ele também falou do futuro programa “Cruzeiro do Sul”. Serão cinco veículos projetados em alusão às cinco estrelas da conhecida constelação. O primeiro foguete deve ser lançado em 2015 e o segundo está previsto para 2020. Diferente dos foguetes anteriores, de propulsão sólida, o projeto contará com também com propulsão líquida. Esse projeto espacial pode contribuir para o desenvolvimento da sociedade, esclarece: “Estamos todos dependentes de satélites e consequentemente de foguetes”, diz.

Fonte: UnB Agência
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Eles vão partir para o Ataque"

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Recomendável a leitura da reportagem "Eles vão partir para o Ataque", publicada na edição de hoje (12) do jornal "O Estado de S. Paulo", sobre as articulações entre grupos nacionais e estrangeiros de olhos no mercado brasileiro de defesa e segurança.

Dentro deste contexto de defesa e segurança, conforme tem sido frequentemente abordado aqui no blog, insere-se também a área espacial. O "namoro" entre o grupo francês Thales e a brasileira Andrade Gutierrez, que desde 2010 já circulava nos bastidores e em junho, no salão de Le Bourget, foi oficialmente reconhecido (ver a postagem "Thales, Andrade Gutierrez e satélites"), aliás, é mencionado na reportagem, sendo que um dos principais tópicos seriam satélites. Diz a reportagem, citando um executivo da empreiteira brasileira:

"A articulação para receber tudo isso já começou. Como as empresas mais experientes da defesa são de porte médio - portanto, sem condições de arcar com o volume de investimentos necessário -, grandes grupos brasileiros, alguns sem experiência na área, decidiram entrar no jogo. Um deles é o Andrade Gutierrez, que controla uma das maiores construtoras do País e tem participação relevante na operadora Oi. O conglomerado mantém negociações com a francesa Thales, que fabrica de sistemas de tráfego aéreo a estações espaciais e fatura 13 bilhões.

"Estamos discutindo, mas o modelo deve caminhar para uma joint venture", diz Giovanni Foragi, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Andrade Gutierrez. "Nós temos competência de gestão e experiência em telecomunicações, que pode ser usada para conceber sistemas de satélites. Já a Thales é uma líder mundial em defesa e segurança.""

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Em breve, o blog trará mais informações sobre o "namoro", as movimentações empresariais em andamento e suas motivações.
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domingo, 11 de setembro de 2011

Workshop da AAB sobre "Acesso ao Espaço"

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A Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) promoverá no dia 15 de setembro, em São José dos Campos (SP), mais um workshop de uma série lançada este ano, que tem como propósito "aprofundar as propostas e as discussões apresentadas no documento 'A Visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro'". O workshop, que abordará o tema "Acesso ao Espaço", acontecerá no auditório do Memorial Aeroespacial Brasileiro, das 13h30 às 17h30, e contará com a seguinte programação:

13:30: Abertura
Otávio Durão (AAB/Presidente da Comissão de Política Espacial)

13:40: "IAE - Programas e Projetos de Foguetes Suborbitais e Lançadores de Satélites"
Brig. Eng. Francisco Carlos Melo Pantoja (IAE/ Diretor)

14:15: "ACS - Ciclone IV & Parceria com NSAU/Yuzhnoye/Yuzhmash."
Wagner Santilli (ACS/ Gerente de Relações Institucionais) & Carlos A. T. Moura (ACS/ Vice-Diretor Técnico)

14:50: Discussões - Moderador: Nivaldo Hinckel

15:20: Intervalo [Serviço: DIOGO BIANCHI CAFFÈS]

15:40: Visão Empresarial para o Acesso ao Espaço no Brasil
José Carlos Argolo (SYGMA/ Diretor)

16:10: Pensando Grande no Acesso ao Espaço
Nivaldo Hinckel (AAB/ Coordenador do Tópico Acesso ao Espaço)

16:40: Discussões - Moderador: Ricardo Luís Carmona

17:10: Conclusões & Finalização do Evento: Otávio Durão

A AAB pretende ainda organizar outros workshops este ano, de acordo com o seguinte cronograma:

- "Meios & Recursos (Físicos, Humanos e Orçamentários)", em 20 de outubro de 2011;

- "Indústria Espacial Brasileira", em 24 de novembro de 2011; e

- "Organização Institucional & Empresarial", em 15 de dezembro de 2011.
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sábado, 10 de setembro de 2011

ACS: "O Brasil não pode não ter ambições espaciais"

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ENGENHARIA AEROESPACIAL

"O Brasil não pode não ter ambições espaciais"

09/09/2011

O responsável pelo projeto Cyclone-4, que estará na UnB no dia 12 de setembro, explica em entrevista ao UnBCiência como funciona o foguete que será lançado em 2013 em uma parceria do Brasil com a Ucrânia

Thais Antonio
Da Secretaria de Comunicação da UnB

Há cinco anos, a empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) saiu oficialmente do papel. Criada três anos antes, a parceria entre Ucrânia e Brasil nasceu com o objetivo de criar um veículo de lançamento de satélites. O foguete Cyclone-4 será lançado em 2013 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.

Em entrevista ao UnBCiência, Alexandr Degtyarev, designer geral e diretor geral da empresa estatal ucraniana Yuzhnoye, responsável pelo projeto do Cyclone-4, explicou como funciona o foguete e quais as vantagens do modelo que substitui o Cyclone-3, também desenvolvido pela empresa. Degtyarev estará na Universidade de Brasília na segunda-feira, 12 de setembro, no seminário Brasil-Ucrânia: Oportunidades para a Cooperação Técnico-Científica no Espaço, que começa às 9h30, no Auditório da Reitoria.

Os veículos lançadores da Yuzhnoye já colocaram mais de 1.000 satélites em órbita. No projeto binacional, a empresa é responsável pelo projeto do foguete Cyclone-4, equipamentos técnicos do sítio de lançamento da ACS e estudos técnicos de cada missão.

A base de Alcântara é um ponto estratégico para o lançamento de foguetes, já que fica próxima à linha do Equador e permite que o veículo lançador utilize o movimento de rotação da Terra para diminuir a quantidade de combustível, além de ficar distante de áreas com alta densidade populacional. O Projeto Cyclone-4 custa US$ 487 milhões e é custeado pelos dois países, meio a meio. Cada veículo pode lançar até 18 satélites, em duas órbitas diferentes.

UnB Agência: O que é o Projeto Cyclone-4?

Alexandr Degtyarev: Ele baseia-se em um foguete já existente, que foi modernizado, o Cyclone-3. É um veículo com grande futuro no mercado para lançamento de satélites em órbitas baixas e também para órbitas geoestacionárias e será lançado no segundo semestre de 2013 em Alcântara.

UnB Agência: Qual a importância do Brasil nesse projeto?

Alexandr Degtyarev: O centro de lançamento de Alcântara tem uma posição geográfica ótima, que dá uma vantagem muito grande quanto ao lançamento, porque é próximo à linha do Equador. Além disso, Alcântara não é só um ponto geográfico, mas tem o programa espacial brasileiro e toda a infraestrutura para garantir o sucesso do Cyclone-4. O Brasil é o país que hoje é 5ª ou 6ª economia mundial. Esse país, absolutamente, não pode não ter ambições espaciais. O Brasil não possui o acesso real ao espaço e o Projeto Cyclone-4 é o que vai transformar esse acesso em realidade. Isso combina com interesses nacionais do Brasil e, sem duvida nenhuma, corresponde aos interesses nacionais da Ucrânia.

UnB Agência: Qual a contribuição da UnB no projeto espacial?

Alexandr Degtyarev: A Ucrânia tem necessidade e objetivo de trabalhar com cooperação internacional na área espacial e enxergamos o Brasil como um ponto para aplicar todas as nossas possibilidades e perspectivas. Primeiramente nossa área é de tecnologia de ponta e a ciência, técnica e negócios são todos muito misturados. Aqui são necessários especialistas de alta qualificação, por isso nós queremos, na medida do possível, favorecer o treinamento dos especialistas de alta qualificação aqui no Brasil, com a nossa experiência ucraniana. Gostaríamos de manter um programa de cooperação a longo prazo entre Ucrânia e Brasil, porque as nossas possibilidades são muito grandes. Ciência e Educação são a base para o desenvolvimento de todo o projeto e temos o desejo muito grande de cooperar com a Universidade de Brasília.

UnB Agência: Quais são os mercados potenciais de satélites?

Alexandr Degtyarev: Nosso lançador resolve duas tarefas. Uma é o lançamento para órbita geoestacionária capacidade de carga útil um pouco limitada, de 1.700 kg, que abrange, principalmente, satélites de comunicação, de transmissão e meteorológicos. A outro é o lançamento para as órbitas baixas, que incluem satélites para sensoriamento remoto que, em termos gerais, resolvem situações para agricultura, florestas e situações de emergência, além de objetivos militares. Outro grupo pode ser de aparelhos espaciais de órbita baixa que podem resolver pesquisas científicas, como prognósticos de terremotos. No caso do terremoto do Japão, por exemplo, as despesas que o país teve com o desastre dariam para pagar a pesquisa completa.

UnB Agência: Qual o diferencial do Cyclone 4 em relação aos veículos anteriores?

Alexandr Degtyarev: Ele foi feito em cima do Cyclone 3, que foi criado na Rússia e foi praticamente o primeiro complexo de preparação automatizada para lançamento. Pegamos tudo de melhor do Cyclone 3 e colocamos no Cyclone 4. O foguete foi modificado principalmente no terceiro estágio (parte de cima do foguete, que armazena os satélites e é a última parte que sobre do veículo antes do lançamento dos satélites). Aumentamos a reserva de combustível, aperfeiçoamos o propulsor que providencia um esquema melhor de voo do terceiro estágio e aumentamos a capacidade de carga útil. O motor pode ser ligado cinco vezes, o que permite lançar satélites para órbitas diferentes e isso é muito importante para posicionamento no mercado. Outra coisa, esse veículo lançador está em conformidade com os requisitos modernos dos consumidores. Aumentamos o volume do bloco de coifa para colocar os satélites e o regime de temperatura e umidade é mais conveniente. Tudo isso foi aperfeiçoado.


Comentários: Em geral, a entrevista apresenta informações interessantes, com algumas imprecisões (da jornalista e não do entrevistado, ressalte-se). A data do voo de estreia do Cyclone 4, que durante muito tempo ocorreria em 2011, depois 2012, agora é apresentada com uma data mais crível: 2º semestre de 2013. Algo a se conferir, à medida que informações sobre as obras no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e do desenvolvimento do lançador na Ucrânia forem sendo divulgadas.

Por fim, é interessante observar que a Alcântara Cyclone Space parece ter adotado uma nova política de divulgação e comunicação, estando mais presente em eventos e se comunicando mais através da mídia. Possivelmente, uma medida tomada desde que o projeto passou a ser altamente questionado em importantes instâncias dentro do Programa Espacial Brasileiro e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Programa Espacial Brasileiro na TV Brasil

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Programa Espacial Brasileiro

Participam o presidente da Agência Espacial Brasileira e representante do Inpe

Publicado em 08/09/2011 - 15h49 • Atualizado em 08/09/2011 - 15h49

O Brasilianas.org de segunda-feira (12), às 22h30, terá como tema o Programa Espacial Brasileiro. O programa é comandado pela Agência Espacial Brasileira, que tem a função de coordenar e repassar verbas para os braços civil do programa, representado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), dedicado ao desenvolvimento de satélites e subordinado ao Ministério da Ciência e Tecnologia; e o militar, representando pelo IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), ligado ao DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que desenvolve lançadores e foguetes e é subordinado ao Ministério da Defesa.

O Projeto Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) está sendo revisado novamente – quatro documentos foram escritos desde a primeira edição, em 1996. Uma das principais ideias é a fusão da Agência Espacial Brasileira com o Inpe, defendida por Marco Antônio Raupp, presidente da Agência.

O programa tem um orçamento de R$ 332 milhões de reais, pouco comparado com o de outros Brics, como a Índia, que investiu US$ 1 bilhão em 2009. A necessidade seria de, ao menos, R$ 500 milhões somente para o programa do Inpe. Apesar da falta de recursos, o Brasil tem uma das bases de lançamento (Centro de Lançamento de Alcântara) mais bem localizadas do planeta. Próxima à linha do Equador, os lançamentos realizados lá podem economizar até 30% de combustível.

O Brasilianas.org quer debater as dificuldades do Programa, como as indefinições orçamentárias e a falta de pessoal capacitado, a revisão do Projeto Nacional de Atividades Espaciais, além das parceiras com outros países e a participação do setor privado.

Para discutir o assunto, Luís Nassif recebe, nos estúdios da TV Brasil, Marco Antônio Raupp, presidente da Agência Espacial Brasileira; e Petrônio Noronha de Souza, chefe do Laboratório de Integração e Testes do Inpe.

Fonte: TV Brasil
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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ensaios do propulsor líquido L5 no IAE/DCTA

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RETOMADOS OS ENSAIOS DO MOTOR L5

Campo Montenegro, 06/09/2011

Desde o início de agosto, a equipe do Laboratório de Propulsão Líquida (LPL), da Divisão de Propulsão Espacial (APE), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) vem realizando novamente os ensaios a quente do Motor L5, motor foguete a propelente líquido, com 5 kN de empuxo (vácuo), que funciona com oxigênio líquido e etanol.

Os ensaios de qualificação do Motor L5 haviam sido interrompidos em 2005, quando o 1º cabeçote de injeção já havia sido testado em mais de 50 tiros, tendo totalizado aproximadamente 400 segundos de queima.

Atualmente, está sendo testado um 2º cabeçote de injeção, idêntico ao anterior, possuindo 60 injetores do tipo centrífugo bipropelente, além dos 72 orifícios para refrigeração das paredes da câmara de combustão. Até o momento, esse cabeçote já foi testado por mais de 120 segundos com sucesso.

No dia 31 de agosto, foi realizado um ensaio de queima do motor para os oficiais generais do DCTA, evento que contou com a presença do Exmo Sr. Diretor-Geral do DCTA, Ten. Brig. Ar Pohlmann, Maj. Brig. Ar Alvani, Brig. Ar Wander, Brig. Eng Kasemodel e do Diretor do IAE, Brig. Eng. Pantoja. Nesta oportunidade, o Cel. Santana Jr. (Chefe da SESP), e os tecnologistas Daniel e Afonso (Chefe da APE) apresesentaram os projetos e atividades em andamento na APE, tais como o próprio Motor L5; o Motor L75, com 75 kN de empuxo, e que usa como propelentes o querosene e oxigênio líquido, e com turbobomba; e o sistema pirotécnico de separação do 1º estágio do VSISNAV.

Os ensaios do Motor L5 estão sendo realizados, também, com o apoio da Divisão de Integração e Ensaio (AIE) e da Divisão de Mecânica (AME) do IAE, com previsão de encerramento do etapa de qualificação em dezembro de 2011.

Fonte: IAE/DCTA, com edição do blog Panorama Espacial.
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Arianespace lançará Amazonas 3

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A Arianespace assinou um contrato com a companhia espanhola Hispasat para o lançamento do satélite Amazonas 3 a bordo do lançador Ariane 5, conforme divulgado hoje (07) pelas empresas. O voo deve ocorrer no final de 2012 ou início de 2013.

O Amazonas 3, que está em construção pela Space Systems/Loral e contará com transpônderes de banda C, Ku e Ka (os primeiros para a região da América Latina), substituirá o Amazonas 1, lançado em 2004 e que ocupa a posição orbital brasileira 61º Oeste.

No Brasil, a Hispasat é sócia da Hispamar, junto com o grupo brasileiro de telecomunicações Oi. As regiões das Américas do Sul e Central são responsáveis por considerável fatia do faturamento da Hispasat, o que fez com que a empresa contratasse o terceiro satélite da série Amazonas antes do planejado originalmente. Em 2010, 44% da receita da empresa, de 214,6 milhões de dólares, foi oriunda dessas regiões.
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Congresso Latino-Americano de Satélites 2011

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Entre os dias 6 e 7 de outubro, acontece no Rio de Janeiro o Congresso Latino-Americano de Satélites 2011, evento anual sobre satélites, especialmente de comunicações, organizado pela Converge Eventos.

Haverá várias apresentações, com destaque para o papel do satélite no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e as parcerias público-privadas, e o uso de satélites de sensoriamento remoto para aplicações fora da área de comunicações, esta última tendo por palestrantes Marzio Laurenti, presidente da Telespazio Brazil, e Pierre Duquesne, diretor da Astrium GEO-Information Services Brasil.

O congresso será encerrado com um painel intitulado "O novo projeto da indústria aeroespacial brasileira; o papel do satélite na defesa; complementariedade governo/iniciativa privada", que contará com a participação do General Celso José Tiago, do Ministério da Defesa, um representante do Comando da Aeronáutica, Fábio Küpper, da Mectron, Laurent Mourre, da Thales, e Sergiy Guchenkov, da Alcântara Cyclone Space.

Para mais informações sobre o congresso, clique aqui.
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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Início das operações do SAC-D

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Satélite testado no INPE inicia operações em órbita

Terça-feira, 06 de Setembro de 2011

A NASA anunciou que as medidas do nível de salinidade dos oceanos já estão sendo realizadas pelo SAC-D/Aquarius, satélite testado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), e lançado em junho da base de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos.

Resultado de parceria entre as agências espaciais argentina (CONAE) e norte-americana (NASA), o satélite tem como principal missão medir o nível de salinidade dos oceanos por meio de um radiômetro e escaterômetro construído pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL) e Goddard Space Flight Center, da NASA. Até hoje, os dados de salinidade dos mares eram coletados apenas em amostras locais (in situ), com o uso de barcos e bóias.

Assim como a temperatura da água, a salinidade é um fator que ajuda a entender os padrões de circulação das correntes marítimas. Como a salinidade afeta a densidade das águas oceânicas e, consequentemente, o clima terrestre, os dados do satélite contribuirão para o aperfeiçoamento dos modelos climáticos de longo prazo.

Nos próximos meses, a equipe científica da missão Aquarius irá analisar e calibrar as medições para liberação dos dados preliminares, que serão utilizados por pesquisadores em todo o mundo.

Testes

De junho de 2010 a março de 2011, em seu Laboratório de Integração e Testes (LIT), o INPE realizou uma série de testes e ensaios para demonstrar que o satélite SAC-D/Aquarius estava preparado para resistir ao lançamento e ao ambiente na órbita da Terra.

No decorrer da campanha de medidas físicas e ensaios ambientais, mais de trezentos profissionais estrangeiros trabalharam nas instalações do LIT/INPE, o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas.

Foram realizados testes de interferência e compatibilidade eletromagnéticas, vibração, vibro-acústico, choque de separação, vácuo-térmico, além das medidas de propriedades de massa do satélite. A impossibilidade de reparo em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que o satélite enfrenta desde o seu lançamento até o final de sua vida útil no espaço.

Mais informações sobre o satélite SAC-D/Aquarius nos sites http://www.nasa.gov/aquarius e http://www.conae.gov.ar/eng/principal.html

Sobre o LIT/INPE: http://www.lit.inpe.br/

Fonte: INPE
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ensaio funcional de separação do VLS

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05-09-2011

Com objetivo de testar o sistema de separação entre o primeiro e segundo estágios do VLS, está sendo preparado o Ensaio Funcional de Separação de Estágios, na Torre de Integração do Laboratório de Integração de Lançadores da Divisão de Integração e Ensaios (AIE).

Os módulos, que estão sendo equipados em bancadas, começaram a ser integrados na Torre de Ensaio com previsão de estarem, os quatro motores do 1º Estágio, integrados até segunda-feira 05/09/2011.

Equipes de várias divisões do Instituto (Divisões de Química, Eletrônica, Propulsão Espacial, Sistemas Espaciais, Gerência de Projetos , Qualidade, entre outras) estão envolvidas nesta Operação sob coordenação da Divisão de Integração e Ensaios.

O Ensaio está previsto para ocorrer neste mês de setembro de 2011.

Fonte: IAE/DCTA
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FogTrein 2011: mais um FTI é lançado

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FAB lança foguete de treinamento em Alcântara (MA)

05-09-2011

Um foguete foi lançado na tarde desta sexta-feira (2/09), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O engenho aeroespacial, com mais de cinco metros de comprimento e 300 kg, não levava nenhum experimento ou satélite para o espaço. Em quatro minutos, atingiu a altitude de 52 mil metros e caiu no Oceano Atlântico. Mas neste curto voo cumpriu uma missão importante ao oferecer uma rara oportunidade de treinamento. O lançamento faz parte Operação FOGTREIN (acrônimo de foguete de treinamento), que começou no último dia 15/08, e serve como exercício prático para o efetivo do CLA e militares de outras unidades da FAB envolvidos no programa espacial.

Os lançamentos do programa espacial são atividades consideradas extremamente complexas e ocorrem em média apenas duas vezes por ano. Esses grandes intervalos entre os lançamentos acabam afastando os militares da atividade fim dos Centros de Lançamento. “Os foguetes de treinamento nos ajudam a aumentar o número de campanhas de lançamento, e desta forma elevam o nível operacional dos nossos militares”, revelou o coordenador de lançamento, Tenente Coronel Aviador Paulo Junzo Hirasawa.

O foguete lançado nesta sexta-feira permite que os militares cumpram todas as etapas exigidas em um lançamento de grande porte, como o do Veículo Lançador de Satélites: preparação, lançamento propriamente dito e rastreamento. Isso faz com que a situação vivenciada pelos militares e técnicos seja idêntica a de um lançamento de um veiculo muito mais complexo. A situação exige, por exemplo, que uma extensa seqüência de providências sejam tomadas checando-se item por item dentro de uma cronologia que tem como ponto alto a hora do lançamento.

Essa contagem regressiva muitas vezes era cancelada por causa de pequenos problemas. Com a freqüência dos exercícios esses adiamentos praticamente desapareceram. “É sensível o salto de qualidade que exercícios como esses proporcionam”, afirma o Coronel Aviador Ricardo Rodrigues Rangel, diretor do CLA. Todo o pessoal envolvido nas operações acaba aprimorando as técnicas e o resultado melhora a cada exercício”, disse o Coronel Rangel. As vantagens são tantas que o CLA planeja aumentar o número de lançamentos desse tipo até que chegue a sete por ano.

Fonte: FAB
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Programa Espacial Brasileiro no Valor Econômico

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Presidente da Agência Espacial pede R$ 1 bi por ano

Por Virgínia Silveira
Para o Valor, de São José dos Campos

O programa espacial brasileiro (PEB) está diante de um dilema: ou vira uma prioridade do governo, com direito a um orçamento mais de duas vezes superior aos R$ 300 milhões atuais, ou vai continuar pequeno e incapaz de atender as necessidades brasileiras na área de defesa, vigilância, comunicações, meteorologia e proteção ambiental. Sem recursos humanos qualificados e uma gestão organizada, o programa, como está sendo desenvolvido hoje, também não permitirá a criação de uma indústria fornecedora competitiva e inovadora.

Essa é a avaliação do novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, que está propondo ao governo federal diversas mudanças na condução do programa. Para começar, Raupp defende uma alteração na estrutura de poder e comando do segmento, com a criação de um Conselho Nacional de Política Espacial, que seria constituído pela presidente da República e pelos ministros das áreas de interesse do setor, e a transformação da agência que preside em um órgão executivo das políticas emanadas desse conselho. A AEB continuaria vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mas ganharia mais poder para a execução do programa espacial."O conselho definiria a política espacial e a AEB a executaria, contratando os órgãos e as empresas para participarem dos projetos, além de fazer o acompanhamento dos contratos", explicou. A agência hoje, na opinião de Raupp, é apenas um órgão coordenador, mas sem capacidade de governança.

Raupp informa que a primeira previsão para o orçamento do programa espacial este ano foi R$ 320 milhões, mas com as restrições orçamentárias, o valor caiu para R$ 270 milhões, sendo R$ 50 milhões relativos ao compromisso assumido pelo Brasil na integralização do capital da empresa Alcantara Cyclone Space (ACS).

A ACS é uma empresa pública binacional de capital brasileiro e ucraniano, que tem o objetivo de comercializar e lançar satélites utilizando o foguete ucraniano Cyclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O investimento total aplicado no programa espacial desde 1980 soma R$ 5,2 bilhões.

Na Índia, segundo Raupp, os investimentos na área espacial já superaram a cifra de US$ 1 bilhão por ano e a China aplica cerca de US$ 2 bilhões anuais em seu programa espacial. "Isso sem citar os Estados Unidos e a Europa, que não dá para comparar. Estou olhando apenas para o Bric [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China] e ainda assim nós estamos atrás de todos eles", disse.

Em qualquer país do mundo, segundo Raupp, o programa espacial também serve para estimular uma indústria inovadora e competitiva. "De 2005 para cá 25% dos recursos destinados ao PEB vão para a indústria. Nos países com programa espacial avançado essa participação é de 66%. Isso significa que temos ainda um longo caminho pela frente", afirmou.

De acordo com Raupp, existem demandas hoje que nunca foram atendidas pelo programa espacial e com as restrições orçamentárias as dificuldades são ainda maiores. "Temos de estabelecer prioridades. Por exemplo: não temos nenhum satélite meteorológico ou de comunicação estratégica militar. Isso é fundamental e crítico no nosso programa espacial."

O presidente da AEB acredita que o projeto de um satélite geoestacionário brasileiro (SGB) poderia se tornar viável por intermédio de um arranjo empresarial que envolva empresas internacionais e nacionais, além da participação dos institutos de pesquisa.

Segundo Raupp, foi feito um estudo de viabilidade para o projeto do SGB, que previa uma parceria público privada (PPP) e a empresa Oi aparece como uma das interessadas. "A Embraer Defesa e Segurança é uma empresa que poderia se candidatar a um arranjo desses. Outras empresas brasileiras que estão se capacitando na área de defesa também devem ser consideradas nesse projeto", disse.

Raupp lembra que o Programa Nacional de Banda Larga, que está sendo desenvolvido pelo Ministério das Comunicações, prevê a utilização de satélites para prover internet em áreas remotas do país. "Nesse caso, o próprio programa de banda larga, através da Telebras, usando os fundos de telecomunicações, poderia ser uma alternativa de financiamento ao projeto do SGB", explicou.

A proposta de criação do Conselho, segundo o presidente da AEB, está sendo discutida com o governo e a comunidade científica, mas os órgãos executores do programa espacial (Inpe e DCTA) já se posicionaram a favor. "A resistência diz respeito somente à proposta de fusão do Inpe com a AEB, mas eu não vou mais brigar por causa disso. A criação do conselho, no entanto, é fundamental", disse.

A proposta de fusão fazia parte do processo de reestruturação do programa espacial brasileiro, liderado pela AEB, mas foi descartada depois que o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, se colocou contrário à ideia. O diretor do Inpe decidiu reavaliar sua posição temendo que a fusão interferisse na integridade da instituição e também que o nome do Inpe fosse alterado.

Segundo Raupp, houve um mal entendido, pois ao contrário do que se pensou, não havia a intenção de transformar o Inpe numa agência. "Um instituto de pesquisa não pode ser uma agência espacial. Ele tem que olhar para si mesmo e a agência tem que estar aberta para as empresas e para outros institutos tecnológicos", afirmou.

Em agosto o diretor do Inpe anunciou que deixaria o cargo em dezembro, dois anos antes do prazo previsto para o fim do seu mandato. Em carta que enviou ao jornal "Folha de S. Paulo", Câmara disse que sua saída estava relacionada "à exaustão causada pela luta diária com uma legislação e estruturas institucionais totalmente inadequadas a instituições de ciência e tecnologia", além de se sentir frustrado pela falta de renovação dos quadros do Inpe.

Indústria nacional amplia participação em projetos

Para o Valor, de São José dos Campos

Em maio deste ano o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), fechou um contrato inédito com a Mectron, fabricante de mísseis e de produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial, hoje controlada pelo grupo Odebrecht. A empresa vai fornecer os sistemas da rede elétrica do foguete VLS, considerado um sistema de alto valor agregado e responsável pelos principais comandos do veículo.

"Esse foi um marco importante no envolvimento da indústria nacional no projeto do VLS, pois representa uma significativa participação no programa, tanto pela importância do sistema, quanto pelo valor do contrato, da ordem de R$ 22 milhões", disse o diretor do IAE, brigadeiro Francisco Carlos Melo Pantoja. Antes desse contrato as empresas só participavam do fornecimento de subsistemas menores do VLS.

A capacitação da Mectron na área de sistemas elétricos, segundo Pantoja, só foi possível depois que a empresa participou do desenvolvimento de outras redes elétricas, que embora menos complexas, foram importantes para a aquisição de experiência nessa área.

A Mectron atuou no desenvolvimento de mísseis para a Força Aérea Brasileira (FAB) e também no projeto Sara, do IAE, um satélite de reentrada atmosférica projetado para operar em órbita baixa. Para atuar no desenvolvimento dos sistemas elétricos do VLS, segundo Pantoja, a Mectron já contratou cinco especialistas aposentados do IAE, que trabalhavam nessa área no VLS.

A Embraer, segundo Pantoja, também demonstrou certo interesse em participar dos programas de lançadores do DCTA e uma das possibilidades analisadas é a da empresa se tornar um "main contractor" do programa e ser a responsável pela contratação de todas as empresas envolvidas no seu desenvolvimento e produção. Consultada, a Embraer não comentou o assunto.

Uma das dificuldades da participação industrial, segundo Pantoja, é que o mercado de lançadores não se autossustenta, porque as encomendas são pequenas. "Daí a necessidade de subsídio governamental", afirma.

Outra possibilidade de fornecimento importante dentro do programa de lançadores do IAE, segundo Pantoja, é na parte dos sistemas propulsivos (motores). Atualmente, a empresa Cenic desenvolve motores em fibra de carbono para o VLS.

Já o VSB-30, foguete de sondagem de pequeno porte, com 13 metros de comprimento, utilizado em missões suborbitais científicas e tecnológicas, já foi certificado e segundo Pantoja, está pronto para ser transferido para a indústria. Entre as empresas que já trabalham no projeto estão a Villares, Cenic, Fibraforte, Mectron, Compsis, Avibras e Orbital, entre outras.

A estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC), dedicada ao desenvolvimento de tecnologia espacial, comprou vários foguetes de sondagem VSB-30. A empresa já utilizou com sucesso o foguete em 11 lançamentos de experimentos científicos e tecnológicos apoiados pela Agência Espacial Europeia (ESA).

O VSB-30, de acordo com o diretor do IAE, foi o primeiro produto espacial brasileiro a ser vendido no mercado externo e também o primeiro a receber uma certificação de nível internacional., A certificação do VSB-30, emitida em outubro de 2009, contou com uma rigorosa avaliação das Agências Espaciais Europeia (ESA) e Alemã (DLR) e também das companhias envolvidas no programa europeu de microgravidade, como a Astrium e a Kayser-Thredee. (VS)

Fonte: "Valor Econômico", 02/09/2011, via NOTIMP.
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

FogTrein II: FTI lançado de Alcântara

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Foi lançado com sucesso ontem (31), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), dentro da Operação FogTrein II.

Segundo informações divulgadas pelo "Jornal do Commercio", o FTI voou a quatro vezes a velocidade do som, mas não atingiu o apogeu (ponto mais alto da trajetória) esperado. “O sucesso foi parcial e o resultado, uma surpresa. Havíamos planejado alcançar 52 quilômetros, mas o foguete só chegou a 39 quilômetros de altitude. Precisamos estudar o que houve, até porque em maio lançamos o FTI 2 e 3 e eles chegaram ao apogeu de 60 quilômetros”, declarou ao jornal o coronel Ricardo Rangel, diretor do CLA.

Outro lançamento de FTI, desenvolvido pela Avibras Aeroespacial, está programado para amanhã (02), e até dezembro, outros dois lançamentos devem ser realizados.
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Imagens Spot para projeto ambiental em Tocantins

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SANEATINS utilizará imagens de satélite para projeto de compensação ambiental no Tocantins

Dados do satélite SPOT5, fornecidos pela Astrium GEO, servirão como base para elaboração de um estudo de planejamento ambiental da região metropolitana de Palmas-TO.

A Companhia de Saneamento do Tocantins - SANEATINS - acaba de estabelecer um acordo com a Tecnomapas por meio do qual irá adquirir imagens do satélite SPOT5, da Astrium GEO-Information Services, para um projeto de compensação ambiental. O acordo é resultado de um termo firmado com o Ministério Público do Estado do Tocantins.

Este termo irá também atender ações de vários projetos sócio-ambientais em andamento no município de Palmas e que depende da aquisição de imagens de satélite com 2,5 metros de resolução, cobrindo uma área de aproximadamente 250 mil hectares, incluindo os principais lagos e córregos do Plano Diretor do município. A partir delas será feito um levantamento cadastral das propriedades rurais que se situam às margens dos tributários do Lago da UHL no município de Palmas visando o redesenho da paisagem da região.

O objetivo é promover a adequação ambiental e um planejamento da paisagem no entorno dos principais rios e lagos, identificando, por exemplo, áreas nas quais a vegetação encontra-se em estado degradado, bem como o respeito às reservas legais e áreas de preservação permanentes (APPs).

A segunda etapa do projeto prevê a elaboração de um estudo técnico por parte da ONG The Nature Conservancy (TNC) para um diagnóstico dessas áreas e comparação com a malha topográfica local. O levantamento será disponibilizado tanto para o Ministério Público do Estado do Tocantins quanto para a Secretaria Estadual de Meio Ambiente para que sejam tomadas as medidas necessárias para regularização, conservação e ajustes topográficos dessas áreas.

“Atualmente mais de 50% da mata ciliar dessas regiões se encontram em estado degradado e com suas áreas de preservação totalmente comprometidas. Imagens de satélite precisas e atualizadas são extremamente importantes para identificar as áreas degradadas e, a partir de então, traçar um projeto contínuo de conservação ambiental”, explica o engenheiro civil Jeverson Luiz Azevedo Carlos, Gerente de Desenvolvimento de Estudos e Projetos da SANEATINS.

“Nossa principal meta é regularizar a vazão desses rios e lagos na estação seca. No caso do Ribeirão Taquaruçu Grande, o objetivo é ampliar a captação de água para 750 litros por segundo na estação seca. Hoje essa vazão no mesmo período chega no máximo a 450 litros por segundo”, completa Jeverson.

A última etapa do projeto de compensação ambiental prevê a elaboração de campanhas de conscientização ambiental, que serão implementadas junto às comunidades locais. Posteriormente, outros municípios do Estado devem seguir a iniciativa de Palmas e também estabelecerem metas de preservação ambiental.

Fonte: Astrium GEO, 31/08/2011
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