domingo, 30 de setembro de 2012

Ensaio de modelo mecânico do SARA Suborbital


Completado o Ensaio Dinâmico do Modelo de Voo Mecânico do Sara Suborbital

Campo Montenegro, 28/09/2012

A Divisão de Ensaios (AIE), em conjunto com a Divisão de Sistemas Espaciais (ASE), ambas do Instituto de Aeronáutica e Espaço, concluiu nesta quarta-feira, dia 19 de setembro, o ensaio dinâmico do Modelo de Voo Mecânico do Sara Suborbital. O ensaio foi realizado no Laboratório de Ensaios Estáticos (LED), onde se localiza o maior shaker da América Latina. As equipes da AIE e da ASE trabalharam na integração, instrumentação, pré-teste e o ensaio propriamente dito que envolveu curvas senoidais e aleatórias nos três eixos do veículo.

Os resultados do ensaio serão agora analisados pela CENIC e apresentados ao IAE para a realização da Flight Readiness Review (FRR) do Modelo Mecânico, também denominada Revisão de Pré-embarque.

Após a conclusão desta etapa, o SARA Suborbital deve seguir para a Divisão de Eletrônica para a integração do Modelo de Voo das Redes Elétricas.

Fonte: IAE/DCTA
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sábado, 29 de setembro de 2012

VRSS-1 / Francisco Miranda em órbita



O primeiro satélite de observação da Venezuela, Francisco Miranda, foi colocado em órbita com sucesso hoje (29) por um lançador Longa Marcha 2D, a partir do centro espacial de Jiquan, no noroeste da China. O lançamento ocorreu às 00h12, horário de Pequim, e a inserção do satélite em órbita baixa, a 639 km de altitude, se deu 13 minutos depois.

A contratação para a construção do Francisco Miranda, também chamado de VRSS-1 (Venezuelan Remote Sensing Satellite) ocorreu em maio de 2011, e representa o segundo satélite desenvolvido pela estatal chinesa China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) para o governo venezuelano - o primeiro, lançado em outubro de 2008, foi o satélite de comunicações Venesat-1. O VRSS-1 também representa o primeiro satélite de observação exportado pela China, que se busca firmar como "player" nesse segmento, a exemplo do que já acontece no segmento de comunicações.

De acordo com informações creditadas pela imprensa internacional a Jorge Arreaza, ministro venezuelano da Ciência, Tecnologia e Inovação, o VRSS-1 produzirá imagens com 2,5 metros de resolução, gerando em torno de 350 imagens por dia ao longo de cinco anos. A expectativa é que a primeira imagem seja enviada à estação terrena em 10 de outubro. Seus dados serão utilizados para operações de planejamento urbano, monitoramento ambiental, de mineração ilegal e tráfico de drogas, assim como reforças a defesa nacional venezuelana, segundo divulgado pela TV estatal do país sul-americano.

A CGWIC disponibilizou um hotsite sobre a missão do VRSS-1, com informações, fotos e vídeos. Para acessá-lo, clique aqui.
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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

42 anos do INPE em Cachoeira Paulista


Cachoeira Paulista reúne atividades de propulsão, geração de imagens, monitoramento solar e meteorologia

Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

Na última sexta-feira, 28 de setembro, a Unidade de Cachoeira Paulista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemora 42 anos.

Em Cachoeira Paulista, o INPE mantém, entre outros experimentos e atividades, o CPTEC, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), o Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), as divisões de Geração de Imagens (DGI) e de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA), além do Projeto BDA para monitoramento da atividade solar.

Mudanças climáticas

O Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) desenvolve em Cachoeira Paulista pesquisas e projeções de clima reconhecidas e utilizadas por instituições nacionais e internacionais, que colocam o INPE na vanguarda da área. No CCST têm sido realizados os estudos para avaliação de impactos das mudanças ambientais globais e regionais nos sistemas sócio-econômico-ambientais, especialmente aqueles associados às implicações no desenvolvimento nacional e na qualidade de vida, além das pesquisas voltadas ao monitoramento, mitigação e adaptação às mudanças ambientais. Através dos modelos computacionais do CCST, o INPE elabora cenários futuros de mudanças ambientais globais de interesse do país.

Propulsão e Combustão

Os ensaios do subsistema propulsivo completo da Plataforma Multimissão (PMM), realizado na câmara principal de vácuo do Banco de Testes com Simulação de Altitudes (BTSA), é um dos destaques do ano. O BTSA é parte do Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) que, há três meses, foi responsável pela qualificação do primeiro subsistema de propulsão nacional para satélite, que estará a bordo do Amazônia-1.

O LCP construiu um sistema de compatibilidade de materiais para o desenvolvimento de um tanque de hidrazina nacional, em parceria com a Fibraforte, empresa brasileira envolvida no subsistema de propulsão da PMM.

A equipe do LCP participou também da elaboração de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para o setor espacial, incluindo normas de segurança e compatibilidade de materiais e normas de características, amostragem e métodos de análise de fluidos.

O LCP deve inaugurar em novembro o seu Laboratório de Aplicações em Combustão e Gaseificação (LACG), que conta com financiamento da Petrobras. Este laboratório servirá para estudos de processos de combustão e gaseificação, visando a mitigação do efeito estufa, com a redução das emissões de poluentes e de consumo de combustíveis.

No LCP são realizadas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de combustão aplicada, combustão teórica e meio ambiente, que envolvem desde queimadas experimentais (quando se incendeia uma área controlada, para fins de pesquisa) na Amazônia a testes de materiais poliméricos do veículo lançador de satélites (VLS) e o desenvolvimento de injetores de biocombustíveis. Outra área atendida pelo LCP é a de catálise e materiais, que inclui produção de combustível sintético, catalisadores para propelentes espaciais e transportadores de oxigênio para combustão limpa.

Geração de Imagens

Receber, armazenar, processar e distribuir imagens de satélites nacionais e internacionais é a missão da Divisão de Geração de Imagens (DGI), que recentemente atingiu a marca de 2.000.000 de imagens fornecidas sem custo para o usuário, através de seu catálogo online.

Em Cachoeira Paulista está o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto (CDSR), que possui um dos acervos mais antigos do mundo, pois registra imagens de satélite desde 1973 (o primeiro satélite de sensoriamento remoto, o Landsat-1, foi lançado em 1972). O catálogo do INPE possibilita o acompanhamento das mudanças ambientais, urbanas e hídricas no país através do registro por satélites.

Além de satélites de sensoriamento remoto, para observação da Terra, a DGI também trabalha com imagens de satélites meteorológicos. Neste ano, foi instalado um novo sistema de armazenamento de imagens de satélites e, desde maio, a divisão recebe e processa dados do satélite britânico UK-DMC-2. Em agosto foi instalada uma nova antena para aquisição de dados dos satélites NOAA.

Atualmente, estão sendo recebidos dados dos satélites Aqua, Terra, Resourcesat-1, GOES-12, GOES-13, UK-DMC-2, Landsat-7, NOAA-15, NOAA-16, NOAA-18 e NOAA-19 e Mateosat. A DGI se prepara receber os dados dos satélites Landsat-8, NPP, METOP-B, Resourcesat-2 e CBERS-3.

BDA

Para estudos de Clima Espacial, o INPE terá o primeiro monitor com mapas da atividade solar, um instrumento de grande porte que será único no mundo. Para isso, em Cachoeira Paulista está o Arranjo Decimétrico Brasileiro (BDA, na sigla em inglês), projeto que reúne o maior conjunto de telescópios já instalado no Brasil para observação de objetos celestes.

Esse radiointerferômetro em ondas decimétricas possui 26 antenas para rastreio do Sol, sendo que 10 delas já estão completas, com seus receptores instalados e conectados a central de operação. O projeto é desenvolvido pelo pesquisador Hanumant Sawant, da Divisão de Astrofísica do INPE, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e FAPESP.

No mundo existem apenas 13 centros de alerta para Clima Espacial, entre eles o do INPE, para monitorar tempestades magnéticas e evitar que seus efeitos provoquem danos em sistemas tecnológicos nas áreas de comunicações, geoposicionamento, linhas de transmissão de eletricidade, aviação civil, satélites e outros.

O BDA é um projeto que se utiliza de tecnologias na fronteira do conhecimento e será capaz de mapear o Sol em detalhe, com pelo menos dez imagens por segundo, o que constituirá num grande avanço para o monitoramento de Clima Espacial do INPE.

Meteorologia

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) é responsável por um dos serviços mais conhecidos do INPE. No centro está instalado o Tupã, que está entre os mais poderosos supercomputadores do mundo para previsão de tempo e estudos em mudanças climáticas.

No último ano, um aprimoramento da previsão foi possível graças à melhoria de modelos para a descrição da dinâmica atmosférica. Também foi implementado modelo de previsão numérica regional com escala espacial de cinco quilômetros e previsão de cinco dias para toda a América do Sul.

Fonte: INPE, com edição do blog.
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Novos diretores da AEB


AEB recebe novos Diretores em seu quadro

27-09-2012

A Agência Espacial Brasileira (AEB) recebeu neste mês de setembro dois novos diretores. O engenheiro mecânico Petrônio Noronha de Souza veio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para assumir a Diretoria de Política Espacial e Investimentos Estratégicos. O professor da Universidade de Brasília, Carlos Gurgel, agora é o responsável pela Diretoria de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento.

Conheça um pouco mais sobre os novos diretores da AEB:

Carlos Gurgel

É professor adjunto do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB. Formado em Engenharia Mecânica (UGF/RJ – 1985), trabalhou por seis anos na indústria, principalmente como gerente de manutenção industrial e de projetos. Concluiu mestrado em propulsão aeroespacial em 1991 (IME/RJ) e doutorado sanduíche em 1997, na Universidade de São Paulo (Escola Politécnica) e com estágio de 30 meses no “Technical Research Centre of Finland (VTT-Energy)”.        

Em 1998, concluiu um programa de pós-doutoramento no Laboratório de Combustão e Propulsão do INPE, como bolsista da FAPESP. Em 2006, concluiu um segundo pós-doutoramento no “College of Forest Resources” (Universidade de Washington) em Seattle, EEUU, como bolsista da CAPES, realizando estudos de modelagem numérica de incêndios florestais. Como administrador, foi Coordenador de Iniciação Científica da Universidade de Brasília no período de março de 2002 a setembro de 2005 e Chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB, de 2010 a 2012.

Por três anos, atuou como membro efetivo do Comitê Aeroespacial da UnB, responsável pelo criação do Curso de Engenharia Aeroespacial na instituição. Como pesquisador/orientador, publicou em periódicos internacionais de elevado fator de impacto bem como apresentou inúmeros trabalhos em congressos nacionais e internacionais. Na qualificação de recursos humanos, orientou quase uma centena de alunos, de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. As linhas principais de pesquisa são: modelagem numérica de escoamentos reativos; propulsão aeroespacial, com ênfase em motores a propelentes híbridos; câmaras de combustão de turbinas a gás com tecnologia “Low NOx”; motores de combustão interna, sistemas de gaseificação de biomassa e carvão, entre outras.

Petrônio Noronha de Souza

Após sua graduação em Engenharia Mecânica pela Unicamp em 1982, foi contratado pelo INPE no qual iniciou suas atividades no então Departamento de Mecânica Espacial e Controle. Iniciou, no próprio INPE, programa de Mestrado em Ciência Espacial/Mecânica Orbital que foi concluído em 1986 com dissertação versando sobre o projeto de equipamentos para sistemas de controle de atitude de satélites.

Engajou-se no programa Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), cujo objetivo à época era o projeto do Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1) e, no período de 1986 a 1990, participou do projeto do Amortecedor de Nutação utilizado nos satélites SCD-1, SCD-2 e SCD-2A. Também iniciou o projeto do Experimento Roda de Reação (ERR), que veio a ser incorporado aos satélites SCD-2 e SCD-2A.

No período de 1990 a 1993 cumpriu programa de Doutorado no Cranfield Institute of Technology (Inglaterra). Ao retornar ao Brasil assumiu em 1995 a coordenação do Grupo de Projetos da atual Divisão de Mecânica Espacial e Controle (DMC). Nesta atividade participou da conclusão dos satélites SCD-2 e SCD-2A, do projeto do satélite científico SACI-1 e do projeto da gôndola que transportou o telescópio imageador MASCO.

No início de 1997 assumiu a chefia da Divisão de Mecânica Espacial e Controle, tendo permanecido nesta posição até março de 1999. Integrou o Conselho Técnico Científico (CTC) do INPE de 1997 a 1999. De 1993 ao final de 1998 auxiliou na coordenação do programa de recursos humanos RHAE/CNPq.

Ocupou de 1998 a 2005 a gerência no INPE do Programa Brasileiro para a Estação Espacial Internacional (EEI), programa desenvolvido junto à NASA e a Agência Espacial Brasileira (AEB).

Participa de atividades acadêmicas de orientação e toma parte em bancas de teses e dissertações de trabalhos relacionados com as áreas de engenharia mecânica e aeroespacial, ministra cursos na área de tecnologia espacial, já apresentou mais de 90 palestras convidadas e publica artigos de divulgação na mídia eletrônica. É docente na área de concentração de Engenharia e Gerenciamento de Sistemas Espaciais da Pós-graduação do INPE em Engenharia e Tecnologia Espaciais.

Em maio de 2004 fundou e presidiu até maio de 2007 a Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), entidade técnico-científica que congrega profissionais da área. Tem interesse em tópicos variados de política, gerenciamento e tecnologia aeroespaciais, mais especificamente nas áreas de gerenciamento de projetos, engenharia de sistemas, garantia do produto, análise de risco e planejamento de atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Atuou como secretário-executivo do processo de Planejamento Estratégico do INPE no biênio 2006-2007, e foi coordenador substituto da sua Coordenação de Planejamento Estratégico e Avaliação (CPA) do início de 2006 a setembro de 2008.

Entre 2008 e agosto de 2012, ocupou o cargo de Chefe do Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Venezuela: VRSS-1 prestes a ser lançado


O Francisco Miranda, primeiro satélite de observação da Venezuela deve ser lançado ao espaço no próximo sábado, 29 de setembro, segundo informações divulgadas pela imprensa local. O satélite, também conhecido por VRSS-1, já está acoplado ao lançador chinês Longa Marcha 2D, que deve partir do centro espacial de Jiuquan, no noroeste da China.

Construído pela China Great Wall Industry Corporation (CGWIC), o VRSS-1 (Venezuelan Remote Sensing Satellite) é o segundo satélite adquirido pela Venezuela. Em outubro de 2008, seu primeiro satélite, o Venesat-1 (também conhecido como Simon Bolivar), de comunicações, foi lançado ao espaço.

Não são conhecidas muitas características técnicas do VRSS-1, como, por exemplo, o número e resolução dos sensores óticos, mas sabe-se que ele é baseado na plataforma CAST2000, desenvolvida pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, sigla em inglês). Será utilizado para monitoramento de produção agrícola, planejamento urbano, alerta de desastres naturais e controle de recursos naturais, entre outras finalidades.
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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cooperação Brasil - Ucrânia: recursos humanos


Alunos da UnB fazem parte de mestrado na área espacial na Ucrânia 

25-09-2012

A falta de recursos humanos é um dos principais gargalos do Programa Espacial Brasileiro. O Brasil precisa de mão de obra especializada nos institutos, empresas e indústrias do setor. Mas, em breve, o país deve ganhar mais mestres na área. Os dez alunos da Universidade de Brasília (UnB) que foram à Ucrânia fazer parte do mestrado com foco na área espacial estão de volta ao país. Agora, eles devem terminar suas dissertações e defendê-las entre o final deste ano e o início do próximo. Assim, estarão habilitados a trabalharem em qualquer instituição brasileira que atua no setor aeroespacial.

Os alunos da UnB foram à Ucrânia praticar as teorias de construção de foguetes espaciais aprendidas em sala de aula. Ao todo foram nove meses entre cursos na Universidade de Dnipropetrovsk e visitas ao complexo Yuzhnoye SDO e Yuzhmash Machine Building Plant -empresas estatais que projetam e fabricam foguetes e satélites ucranianos.

Cada aluno tem uma área de pesquisa e por isso frequentou aulas e fez visitas a laboratórios específicos. “A diversidade em nossos campos de estudo foi tamanha que meu orientador ucraniano chegou a dizer que o grupo da UnB poderia formar um mini-bureau de projeto na área espacial”, conta um dos estudantes participantes do intercâmbio.

A única mulher do grupo, Adriana Correa, 27 anos, explica que os ucranianos desenvolvem foguetes e satélites há mais de 50 anos e, por isso, têm muito a ensinar. “Não teria a oportunidade de presenciar aqui no Brasil algumas das tecnologias que vi na Ucrânia. Mas nossos profissionais estão se desenvolvendo de forma rápida e em pouco tempo os alcançaremos”, acredita Adriana.

Rodrigo Gomes, 25 anos, foi para a Ucrânia desenvolver parte de seu projeto - um motor a propelente pastoso que será utilizado em satélites e também no terceiro estágio de foguetes. “O projeto foi bem sucedido e, juntamente com meu professor ucraniano, tenho um pedido de patente para esse motor”, conta o aluno. O pedido está em andamento na Ucrânia e deve sair em três ou quatro meses.

O mestrado começou, em 2011, no Brasil, com aulas que tinham como objetivo o nivelamento em conhecimentos avançados de engenharia e a formação específica em sistemas aeroespaciais. Para isso, os alunos cursaram disciplinas com conteúdo matemático e técnico nas áreas analítica, experimental e numérica, o que foi necessário para que conhecessem o vocabulário, especificidades e aspectos técnico-científicos do campo.

Para finalizar o programa de formação, os alunos farão a defesa de suas dissertações de mestrado. Segundo o coordenador do curso de Engenharia Aeroespacial da UnB, Manuel Barcelos, ao concluírem a pós-graduação, os estudantes estarão aptos a trabalhar para o Programa Espacial Brasileiro. “O conhecimento que adquiriram possibilita que eles trabalhem em qualquer empresa ou setor que envolva a área aeroespacial. Nosso programa espacial precisa de mão de obra formada e especializada”, afirma o coordenador.

O comitê aeroespacial da UnB deseja que o programa tenha outras edições. “Essa foi a primeira vez que mandamos os alunos para a Ucrânia e o resultado foi satisfatório”, afirma Manuel Barcelos.  “Já temos algumas  ideias de como ampliar o programa. Uma delas é levá-lo para outras universidades brasileiras”, conclui.

Histórico - A ideia de intercâmbio partiu da Embaixada da Ucrânia, que há aproximadamente quatro anos buscou a UnB para estreitar relações entre os dois países. A partir disso, foi criado um comitê formado pelos professores da UnB Geovany Borges, Carlos Gurgel, José Leonardo Ferreira, Manuel Barcelos e mais recentemente, o professor Paolo Gessini. O grupo fez uma visita à Universidade Nacional de Dnipropetrovsk e, em 2009, os reitores José Geraldo de Sousa Júnior e Nikolay Polyakov assinaram um acordo de cooperação.

Segundo o professor da UnB Paolo Gessini, o objetivo principal deste projeto é a formação de recursos humanos na área aeroespacial. No entanto, o professor garante que a troca de experiências também favorece o país do leste europeu. “Os ucranianos são muito bons em propulsão sólida e líquida, e nós somos muito bons em propulsão híbrida”, explica.

O programa foi financiado por uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira, o CNPq, a UnB e a ACS.

 Conheça as áreas de pesquisa dos alunos:

- Estimação, determinação e controle de atitude de nano-satélites lançados em órbita baixa para sensoriamento remoto;

- Projeto de estação de solo para a comunicação e rastreamento de satélites com finalidade de envio de comandos e o recebimento de telemetria e dados de sensoriamento remoto;

- Desenvolvimento de ferramentas computacionais para a simulação de escoamentos sobre geometrias de foguetes;

- Estudo de propelentes líquidos utilizados na família de foguetes Cyclone e projeto de motor foguete líquido;

- Estudo e desenvolvimento de metodologia de projeto de lançadores;

- Desenvolvimento de ferramentas computacionais para a simulação e a predição da balística interna de motores foguetes híbridos;

- Desenvolvimento de motor foguete com sistemas de propelentes pastosos aplicada a estágios superiores de veículos lançadores, a satélites e a espaçonaves;

- Estudo da dinâmica e modelagem matemática de veículos lançadores;

- Estudo de diferentes materiais para a fabricação ou proteção de bocais aplicados em motores foguetes híbridos;

- Estudo de processos de soldagem e metalurgia da soldagem aplicados a foguetes.

Fonte: AEB
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Solução em comunicações via satélite


Cassidian e Astrium Services ampliam a Tetrapol com Comunicações via Satélite

* Possibilidade de conectar redes regionais da Tetrapol via satélite
* Demonstração ao vivo realizada em pequena cidade brasileira da região amazônica, simulando condições ambientais severas
* Exibição de transmissões simultâneas de voz, vídeo e Internet para dispositivos separados

Friedrichshafen/Elancourt, 25 de setembro, 2012 - A Cassidian e a Astrium Services ampliaram os serviços disponibilizados pela Tetrapol com a possibilidade de conectar redes regionais via satélite. Recentemente, uma demonstração ao vivo foi realizada no Brasil para mostrar as soluções de comunicação ponta-a-ponta para vigilância de fronteiras e demonstrar os recursos que podem ser agregados à rede Tetrapol com a integração via satélite.

O Departamento da Polícia Federal já adotou o sistema de comunicação segura via rádio usando as redes Tetrapol, da Cassidian. Nove redes IP Tetrapol regionais garantem uma cobertura confiável da costa atlântica do País até as fronteiras do Brasil com Peru, Venezuela, Argentina e mais sete países.  Normalmente, as redes regionais da Tetrapol usam conexões terrestres. Em áreas como a Floresta Amazônica, onde a infraestrutura de telecomunicações terrestres é escassa ou até inexistente, a tecnologia SKYWAN, da Astrium Services, é capaz de realizar a interconexão de várias redes via satélite, usando a tecnologia DAMA para compartilhar banda entre todos os nós.  Com a escalabilidade da solução Tetrapol, vários serviços Tetrapol podem ser disponibilizados com cobertura regional táctica em regime provisória ou permanente.  O link de satélite também oferece acesso em regiões remotas à Internet, vídeo e outros aplicativos em paralelo com as comunicações de voz da Tetrapol, com uma capacidade de transmissão de dados praticamente infinita.

A pequena cidade de Oriximiná, onde a demonstração foi realizada, é localizada na região norte do Brasil, no estado de Amazonas, a quatro horas de Santarém e acessível principalmente via barco. A sua localização remota foi escolhida para simular as condições ambientais severas enfrentadas diariamente pelos grupos responsáveis pela vigilância das fronteiras do País.  A demonstração contou com a presença de representantes do Ministério da Justiça e várias agências federais responsáveis pela vigilância das fronteiras. A Astrium Services e nossa parceira, a Cassidian, realizaram uma demonstração eficiente de transmissão simultânea de voz, vídeo e Internet para diversos dispositivos manuais, sem alterar a perfeita estabilidade da rede e a alta qualidade das transmissões de voz.

Capitão Albércio, da Força Nacional Brasileira, disse: "Estamos procurando uma solução com essa há quatro anos. A Força Nacional precisa operar sem falhas em áreas remotas do Brasil, como a Floresta Amazônica e nos pontos mais afastados da Fronteira Brasileira.  Essa solução completa da Astrium Services e da Cassidian combina comunicações via satélite com um tronco de rádio digital capaz de oferecer acesso crítico a rádio e Internet digital para as tropas localizadas no meio da mata, mantendo sua conexão com a nossa sede em Brasília.  Além disso, é possível criar uma conexão com a rede de rádio da Polícia Federal, viabilizando nosso acesso a informações de todos os estados Brasileiros. Com certeza, a solução deve aumentar a segurança e efetividade das nossas operações."

Através da sua linha de produtos ND SatCom, a Astrium Services é um dos principais fabricantes de soluções para estações em terra e redes de comunicação para defesa, governos, radiodifusão e banda larga VSAT via satélite. Suas tecnologias inovadoras são usadas pelos setores de telecomunicações, mídia e radiodifusão além de órgãos do governo e de defesa do mundo inteiro. A equipe e as tecnologias da ND SatCom oferecem mais de 30 anos de experiência em soluções de engenharia, redes de satélite e outros sistemas personalizados, seguros e completos.

A Tetrapol é uma tecnologia de rádio móvel profissional (PMR) aberta, digital e personalizado para usuários profissionais de setores como segurança pública, concessionárias e empresas de transporte, além do exercito.  Profissionais do mundo inteiro dependem da Tetrapol para garantir comunicações de voz e dados seguras e confiáveis.  Com 85 redes em mais de 30 países, a Tetrapol oferece cobertura para mais de 1.850.000 usuários.

Fonte: Cassidian, 25/09/2012.
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sábado, 22 de setembro de 2012

Telespazio Brasil quer ter satélite local


A companhia italiana Telespazio está interessada em adquirir uma posição orbital brasileira para iniciar a operação de um satélite geoestacionário de telecomunicações até o início de 2016. A informação foi dada por Marzio Laurenti, presidente da Telespazio Brasil, no Congresso Latino-Americano de Satélites, realizado semana passada no Rio de Janeiro (RJ), segundo o website especializado Telecompaper.com.

A intenção da companhia é dispor de um satélite em banda Ka, com capacidade média de 50 gbps, para cobertura de regiões metropolitanas de grandes e médias cidades com cobertura de banda larga atualmente não satisfatória. Para este projeto, a Telespazio deve buscar um parceiro local.

Banda Ka

A faixa de frequência da banda Ka (26,5 Gigahertz (GHz) a 40 GHz) é vista com grande potencial para o crescimento das comunicações digitais pelo mundo, em especial TV digital de alta definição e internet em banda larga. O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), planejado pelo governo brasileiro, disporá de capacidade nesse espectro, destinada ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). O blog Panorama Espacial também apurou que o próximo satélite a ser contratado pela Star One, operadora de comunicações da Embratel, também disporá de capacidade nesse espectro, dando início, inclusive, a uma nova família de satélites, de quarta geração (Star One D1).
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600ª operação de lançamento do CLBI


600ª Operação da Barreira do Inferno lança Foguete de Treinamento

20-09-2012

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) realizou com sucesso no último dia 19 de setembro o lançamento de um Foguete de Treinamento Básico.

A Operação objetivou manter a capacitação dos recursos humanos e os meios operacionais, além de obter a qualificação e a certificação do foguete, cumprindo as metas do Programa Nacional de Atividades Espaciais.

Duzentos e sessenta alunos da Rede de Ensino do Rio Grande do Norte, com idade entre 3 e 17 anos, assistiram do Centro de Cultura e Informações Turísticas (CCEIT) a palestra institucional do CLBI e, em seguida, acompanharam o lançamento do foguete. “No momento do lançamento o que vimos foi a vibração de todos eles. É como se soubessem a dimensão da importância do lançamento, do domínio da tecnologia brasileira. Eles comemoraram com aplausos e gritos a tecnologia que estarão usufruindo em seus futuros”, assinalou Silvânia Barreto, Coordenadora do CCEIT.

Essa Operação registra a emblemática marca de seiscentas operações realizadas pelo CLBI primando pelo profissionalismo e pela excelência.

Fonte: CLBI, via AEB.
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Evento: “O setor espacial brasileiro: cenário atual e perspectivas”


Abertas as inscrições para o XII ENEE com o tema “O setor espacial brasileiro: cenário atual e perspectivas”

Com o tema “O setor espacial brasileiro: cenário atual e perspectivas”, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República vai promover o XII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (XII ENEE), que será realizado no Rio de Janeiro, nos dias 7, 8 e 9 de novembro de 2012.

Esta edição do encontro pretende examinar questões estratégicas para o País e para o setor da Defesa e, com isso, produzir subsídios para a formulação de políticas públicas mais eficazes. A programação inclui duas conferências, além de seis painéis – dos quais participarão especialistas e autoridades em áreas específicas.

Os painéis irão discutir temas como o cenário internacional – o setor espacial brasileiro no contexto global; o cenário nacional – condução da política espacial brasileira; as contribuições da tecnologia espacial na solução de problemas de Defesa; as contribuições da tecnologia espacial na solução de problemas socioambientais e a participação da indústria nacional nos programas de desenvolvimento de tecnologias e sistemas espaciais.

A organização do XII ENEE espera a participação de 800 pessoas, entre autoridades, especialistas, servidores públicos, acadêmicos, membros da comunidade científica, representantes de organizações não governamentais (ONGs) e do setor privado, militares e estudantes. A participação no evento é aberta e gratuita, mas as vagas são limitadas. As inscrições poderão ser realizadas pelo site.

Fonte: Secretaria de Assuntos Estratégicos
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Projetos do INPE de Santa Maria (RS)


INPE de Santa Maria inaugura novos projetos

Segunda-feira, 17 de Setembro de 2012

No Centro Regional Sul do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRS/INPE), em Santa Maria (RS), acontece nesta quarta-feira (19/9) às 14 horas a solenidade de inauguração do cluster para modelagem de circulação oceânica e ciclos biogeoquímicos do Projeto Antártico (PAN) e da atualização do cluster para a previsão diária da dinâmica da Ionosfera (conteúdo eletrônico total). O evento, que também marca o início das operações de uma boia meteo-oceanográfica de grande porte para coleta de dados ambientais antárticos em tempo real com transmissão via satélite, servirá para apresentação da Plataforma TerraMA² para o monitoramento e alerta de desastres na região Sul do Brasil e, ainda, do Programa Nanosat C-BR.

Ionosfera

A atualização do cluster para a previsão diária da dinâmica da Ionosfera irá beneficiar os estudos na área de Clima Espacial. O equipamento processa dados de TEC, sigla em inglês para “conteúdo eletrônico total”, que altera os sinais captados através da ionosfera e interfere no sistema de posicionamento global por satélites, o GPS. Outros sistemas tecnológicos também são suscetíveis a eventos relacionados ao Clima Espacial, como a rede de distribuição de energia elétrica, que pode ser danificada devido a correntes elétricas induzidas geomagneticamente em condutores e equipamentos. Ejeções de massa solar também podem danificar circuitos eletrônicos em satélites. Por isso, vários países criaram centros para monitoramento e previsão de Clima Espacial.

O INPE mantém o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) para avaliar fenômenos que afetam o meio entre o Sol e a Terra, bem como o espaço em torno da Terra. Uma de suas atividades mais importantes é o desenvolvimento de um sistema operacional para previsão diária do estado da ionosfera terrestre. O Laboratório de Computação para Clima Espacial (LCCE) do CRS/INPE realiza essa atividade para a região da América do Sul utilizando equipamentos computacionais de alto desempenho, que rodam programas complexos e demorados. Recentemente esse cluster de computadores foi atualizado, tendo recebido 23 nós de processamento, cada um com 2 CPUs e 4 núcleos de processamento. Com esse aumento no poder computacional do CRS/INPE, espera-se no futuro disponibilizar mapas com maior resolução e simulações abrangendo o globo inteiro.

Antártica

O Projeto Antártico do INPE (PAN-INPE) está inaugurando o cluster para modelagem oceânica e de ciclos biogeoquímicos, adquiridos com verba da FINEP para um projeto de monitoramento do tempo, clima e oceano no Rio Grande do Sul. A modelagem oceânica é uma ferramenta importante para o estudo de processos físicos que ocorrem no mar, e a costa do Rio Grande do Sul apresenta um comportamento dinâmico peculiar em relação ao resto do Brasil devido à relação que tem com agentes externos de grande escala no mar e na atmosfera em altas latitudes. Há também uma relação importante entre os fenômenos dinâmicos marinhos e a produção pesqueira do Rio Grande do Sul e da costa sul-sudeste do Brasil. A dinâmica oceânica é ainda responsável pela modulação em caráter sinótico e climático da atmosfera na costa sul-sudeste do Brasil.

O PAN-INPE também está inaugurando uma plataforma para coleta de dados para águas polares, que consiste numa boia meteo-oceanográfica de grande porte para lançamento em novembro de 2012 na Ilha Deception, arquipélago das Shetland do Sul, na região oeste da Península Antártica. Uma vez ancorada no mar em águas rasas ou profundas, essa boia tem capacidade para determinar dados meteorológicos e oceanográficos por meio de sensores de intensidade e direção dos ventos, pressão atmosférica, umidade e temperatura do ar, radiação de ondas curtas e precipitação, além da temperatura da água do mar em cinco profundidades diferentes na coluna d'água. Os dados são transmitidos em tempo quase real para uma estação no INPE via satélite. Essa iniciativa é única nos 31 anos do PROANTAR e traz ao Brasil e ao estado do Rio Grande do Sul o status de contribuidor para a coleta de dados sistemática na Antártica, dando suporte a futuros programas de observação marinha e atmosférica polar. Todos os projetos realizados no CRS-INPE no âmbito do PAN-INPE são efetuados com a colaboração científica e técnica da UFSM, UFRGS e FURG, reiterando a proposta do Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais de ser um elo integrador entre as universidades gaúchas e contribuindo também para a formação de recursos humanos e sua fixação no estado do Rio Grande do Sul.

TerraMA²

A plataforma de monitoramento, análise e alerta de eventos geo-ambientais extremos TerraMA² é um produto de software aberto a qualquer usuário interessado em desenvolver seu próprio sistema operacional de riscos ambientais. Dada a complexidade dos fenômenos naturais e das variáveis que podem ser usadas para monitorar tais fenômenos com potencial de produzir desastres, o TerraMA2 foi criado para ser um sistema “caixa branca”, isto é, uma ferramenta de programação para que o usuário desenvolva seus modelos de análise. Outra característica para operação do TerraMA2 é o acesso a dados brutos e dados atuais de observações providas por radares, satélites, plataformas de coleta de dados no campo e de modelos de previsão, além de mapas de risco monitorados através de modelos escritos em uma linguagem de programação.

O TerraMA² foi concebido para operação por dois grupos de usuários fundamentais: Operadores do Sistema, que são organizações que monitoram a possibilidade de ocorrência dos desastres (como o Geodesastres-Sul do INPE-CRS), normalmente constituído por um grupo multidisciplinar com caráter mais técnico-científico; e Clientes dos Alertas (como a Defesa Civil), que são os agentes que têm a competência para executar as ações preventivas para a diminuição de perdas no caso da ocorrência do desastre.

Nanosat C-BR

O CRS/INPE é responsável por projetos de pesquisa e aplicações nas áreas de nanosatélites, com concentração em CubeSats. O objetivo é o desenvolvimento, lançamento e operação desse tipo de plataforma espacial e a consequente formação prática de recursos humanos para o setor espacial brasileiro. O projeto Nanosat C-BR se vale da parceria com os programas de Engenharia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no âmbito do desenvolvimento de programas acadêmicos de formação de alunos, recursos humanos com bolsas de iniciação científica e tecnológica do CNPq, FAPERGS e Programa de Capacitação Institucional (PCI). A cooperação com a UFSM é de suma importância para a condução das pesquisas e projetos para o desenvolvimento de tecnologias espaciais no Brasil e colabora, também, para levar atividades importantes do setor a outras regiões, visando à formação prática de jovens pesquisadores e tecnólogos para atuação no Programa Espacial Brasileiro e permitindo a necessária renovação nos quadros envolvidos com o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

Fonte: INPE
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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Avanço chinês na América Latina


Ao que tudo indica, a China está próxima de fechar mais um importante contrato em matéria espacial no continente latino-americano. De acordo com informações divulgadas pela mídia local, o governo da Nicarágua está em negociações avançadas com a companhia chinesa China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) para a compra de um satélite geoestacionário de telecomunicações, transação avaliada em cerca de 300 milhões de dólares.

Os recursos para o projeto seriam financiados por bancos chineses. Há expectativa de que o contrato seja assinado em outubro, por ocasião de uma visita oficial do presidente executivo da entidade reguladora de comunicações da Nicarágua, Orlando Castillo, à Pequim, com o início dos trabalhos em março de 2013.

O satélite já tem nome definido - Nicasat-1, e segundo informações de autoridades locais, "servirá para promover o desenvolvimento econômico do país, além de melhorar as comunicações em casos de desastres naturais." É provável que seja baseado na plataforma DHF-3, similar a adotada pelos satélites da Venezuela e Bolívia.

A China é hoje a maior parceira espacial da América Latina, com projetos conjuntos com o Brasil (CBERS, desde 1988), Venezuela (Venesat-1 e VRSS-1) e Bolívia (Tupac Katari), além de outras iniciativas em desenvolvimento com outros países da região (Argentina e Peru, por exemplo).
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domingo, 16 de setembro de 2012

Satélites 2012: informações sobre o SGDC


Em 13 de setembro, aconteceu na capital carioca mais uma edição do Congresso Latino-Americano de Satélites, considerado um dos principais eventos brasileiros no setor. A exemplo da edição de 2011, um dos principais tópicos de interesse foi o programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que agora conta com informações mais concretas. Abaixo, destacamos algumas informações na forma de notas.

SGDC, Br1Sat, e não mais SGB

A sigla SGB, pela qual o projeto ficou conhecido desde o início da década de 2000, deve mesmo ser abandonada. Prevalecerá o nome oficial, Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), ou então o comercial: BR1Sat.

Principais características

Aos poucos, vão sendo divulgadas informações mais específicas sobre as características do primeiro satélite. O SGDC previsto para ser lançado em 2014 terá vida útil estimada de 15 anos, com centros de operações em áreas militares em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ). Ocupará a posição 75º Oeste. O sistema, como um todo, considera a operação de dois ou mais satélites geoestacionários. O planejamento de longo prazo do governo considera três satélites operacionais em órbita, com lançamentos a cada cinco anos.

O projeto tem alguns objetivos principais: (i) atender o Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa; (ii) comunicações estratégicas do governo federal, de certos órgãos e estatais; (iii) Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), com uso exclusivo da capacidade em banda Ka; e (iv) absorção e transferência de tecnologia para o setor aeroespacial brasileiro. A capacidade em banda Ka deve atingir até 55 gigabytes por segundo.

Em órbita em 2014?

Dirigentes do governo presentes no congresso foram questionados sobre o prazo, exíguo, para a colocação do satélite em órbita. O limite de 31 de dezembro de 2014 continua válido (inclusive, está previsto em decreto) e deve ser tomado como meta. Segundo declarou Sebastião do Nascimento Neto, da Telebrás, “antes da definição do fabricante, não porque se questionar a data”. Na prática, porém, a possibilidade de cumprir o prazo, considerando-se uma possível contratação até o final desse ano, é entendida como remota por especialistas do setor.

Pedidos de propostas

O envio de solicitação de propostas (conhecido como RFP, sigla em inglês de request for proposal) para os fabricantes deve acontecer no início de outubro, segundo informações de representante do Ministério das Comunicações. De acordo com Maximiliano Martinhão, secretário de telecomunicações do ministério, já foram realizadas três reuniões do grupo-executivo para discussão do termo de referência com as especificações requeridas para o satélite. A compra do satélite será realizada com dispensa das regras previstas na Lei de Licitações (Lei n.º 8.666/93), de acordo com autorização já conferida pelo Conselho de Defesa Nacional.

SISCOMIS

O Ten. Cel. Anderson Hosken Alvarenga, do Ministério da Defesa, fez uma breve exposição sobre o SISCOMIS, cuja demanda em comunicações por voz, dados e vídeo deverá ser totalmente atendida pelo SGDC. Atualmente, há cerca de 100 terminais em operação, dos tipos leve, transportável, rebocável e naval, e a expectativa é que até 2020 o sistema opere 300 terminais, inclusive de novos tipos, como portátil (manpack), móvel terrestre e móvel submarino. O SGDC cobrirá todo o Atlântico, parte da costa do Pacífico e da América do Norte. Contará ainda com um "spot" móvel em banda X, isto é, capacidade de cobrir determinadas áreas em certos períodos de acordo com os interesses do Ministério da Defesa (áreas de operações de navios e submarinos da Marinha, por exemplo).

Os interessados

A informação que circulava nos bastidores era de que a Boeing, Space Systems Loral e Orbital Sciences Corporation, todas dos EUA, já haviam se reunido com a Telebrás para conhecer e demonstrar interesse em fornecer o satélite. As europeias Astrium e Thales Alenia Space, assim como a japonesa Mitsubishi Electric Corporation também devem responder o RFP, quando este for enviado.

Ausência sentida

Ainda em matéria de empresas interessadas no programa, uma ausência notada no evento foi a de representantes da Thales Alenia Space que, aparentemente, não compareceram. Na edição de 2011, a empresa franco-italiana foi uma das patrocinadoras do congresso e também apresentou a sua proposta numa palestra. No Brasil, a campanha pelo SGDC era liderada por Laurent Mourre, diretor-geral da Thales no País, mas que deixou esta função no mês passado. O executivo acumulava considerável experiência no setor espacial.

O papel da Visiona

Nelson Salgado, presidente da Visiona Tecnologias Espaciais, joint-venture constituída pela Embraer e Telebrás para atuação no projeto do SGDC, discorreu brevemente sobre o papel da empresa no programa. Salgado destacou que a empresa não será operadora do satélite - esta função caberá à própria Telebrás e ao Ministério da Defesa, mas sim a integradora da rede, de seus segmentos espaciais e terrestres. "A Visiona não será fabricante, mas sim uma empresa de engenharia [de sistemas] e integração", afirmou. O executivo mencionou que a Visiona deve buscar participar de outros projetos do Programa Espacial Brasileiro, destacando que estas iniciativas sempre foram consideradas no planejamento estratégico da Embraer.
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Palestra sobre grandes missões planetárias


Pesquisadora da Nasa fala sobre as grandes missões planetárias. Palestra será aberta à comunidade

Sexta-feira, 14 de Setembro de 2012

Coordenadora de Ciências Planetárias do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa), na Califórnia, a astrônoma Rosaly Lopes ministrará palestra na quarta-feira (19/9), às 15h30, no auditório Fernando de Mendonça (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos.

Com o tema “As grandes missões planetárias: Galileo a Júpiter e Cassini a Saturno”, a palestra é gratuita e aberta à comunidade, porém as vagas são limitadas. Os interessados devem solicitar inscrição através do email filo@dge.inpe.br

As missões Galileo e Cassini consistiram no envio de sondas espaciais para estudos dos planetas Júpiter e Saturno, respectivamente. São semelhantes à missão Curiosity, lançada recentemente para exploração de Marte, que também será mencionada durante a palestra.

Rosaly Lopes vem ao INPE através do Ciência sem Fronteiras (CsF), programa do governo federal que, além de levar alunos brasileiros para estudar no exterior, busca atrair pesquisadores renomados ao país. Brasileira, Rosaly Lopes atua há mais de 20 anos no JPL/Nasa. Seu projeto no CsF terá duração de três anos, com periódicas visitas ao INPE para estudos na área de Geofísica Espacial.

Vulcões

Pesquisadora que coordenou a Missão Cassini, de exploração por satélite do planeta Saturno e suas luas, Rosaly Lopes é considerada uma das maiores especialistas em vulcões do mundo. Graduada em Astronomia e PhD em Ciências Planetárias pela University College, do Reino Unido, Rosaly Lopes é pesquisadora sênior da Divisão de Ciências Espaciais e Terrestres do JPL/Nasa, onde utiliza o sensoriamento remoto para estudar processos que ocorrem em superfícies de planetas.

Entre seus projetos mais recentes, destacam-se: análise de espectro infra-vermelho da lua Io com dados obtidos pela sonda Galileo (Galileo's Near-Infrared Mapping Spectrometer - NIMS) e sonda New Horizons; e análise de estrutura geológicas em Titan usando observações da sonda Cassini (Radar Mapper) com ênfase em estruturas criovulcânicas. É autora diversos artigos científicos e livros, como Volcanic Worlds: Exploring the Solar System Volcanoes, sobre os vulcões existentes no Sistema Solar.

Mais informações sobre a pesquisadora Rosaly Lopes na página http://science.jpl.nasa.gov/people/Lopes/

Fonte: INPE
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VS-30/ORION lançado na Noruega


Lançado com sucesso o VS-30/ORION V07

Campo Montenegro, 13/09/2012

Hoje (13/09/2012) o DLR lançou, com sucesso, a carga útil HIFIRE 3 com o VS-30/ORION V07  do Centro de Lançamento de Andoya (ARR - Noruega), com apogeu de 345 km e a dispersão do ponto de impacto de 0,6 sigma. O motor brasileiro S30 voou perfeitamente.

O experimento HIFIRE faz parte de um programa chamado “Hypersonic International Flight Research Experimentation Program”, programa esse liderado pela NASA, AFRL e o Australia's Defence Science and Technology Organisation (DSTO).

O IAE vai participar de mais 02 lançamentos o HIFIRE 4 e 7, com os foguetes VSB-30 V12 e V13, programados para junho e dezembro de 2013, respectivamente.

Fonte: IAE/DCTA
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Comunicações militares por satélite na França


No último dia 7, o Ministério da Defesa francês, por meio da Direction Générale de l'Armement - DGA anunciou a contratação de estudos junto à EADS Astrium e a Thales Alenia Space para a elaboração de estudos separados sobre o futuro das comunicações militares francesas via satélite.

Os estudos ajudarão na formação do programa Comsat NG, que deve ser iniciado no próximo ano, e que pretende substituir até o final desta década o sistema Syracuse 3. Há grande expectativa de cooperação entre países da União Europeia, particularmente a Grã-Bretanha (usuária do sistema Skynet, fornecido pela Paradigm, subsidiária da Astrium) e a Itália (sistema Sicral, da Thales Alenia Space).

De acordo com informações divulgadas pela Astrium, o Comsat NG deve contar com transpônderes em banda X, banda Ka e UHF.

Apesar do cronograma do Comsat NG ser mais dilatado que o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), do governo brasileiro, é possível que o programa francês tenha alguma influência na iniciativa brasileira. Vale lembrar que tanto a Astrium como a Thales Alenia Space, com forte suporte do governo da França, são vistas como bem posicionadas para o SGDC.
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Congresso Latino-Americano de Satélites 2012


Acontece na próxima semana, entre os dias 13 e 14 no Rio de Janeiro, uma nova edição do tradicional Congresso Latino-Americano de Satélites, evento que reúne executivos e especialistas da indústria de satélites da região.

A edição deste ano terá um enfoque especial ao projeto que também atraído a atenção do setor para o Brasil: o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDC (ou, vulgarmente, Satélite Geoestacionário Brasileiro - SGB). Dirigentes e executivos da Agência Espacial Brasileira, Ministério das Comunicações, Ministério da Defesa, Telebrás e Embraer participarão de painéis específicos sobre o projeto, apresentando definições e o papel de cada parte.

Representantes da Arsat (Argentina) e Satmex (México) falarão dos modelos de satélites nacionais em seus respectivos países. Tecnologias e resultados como os das banda Ka e o uso de roteadores a bordo de satélites também estão na programação.
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Ensaio do motor foguete L1, do IAE/DCTA


IAE realiza o primeiro Ensaio a Quente do Motor Foguete L1

Campo Montenegro, 05/09/2012

O Instituto de Aeronáutica e Espaço realizou no dia 29 de agosto de 2012 o primeiro ensaio a quente do motor foguete a propulsão liquida denominado L1, no banco de ensaio de 1kN do Laboratório de Propulsão Liquida  da Divisão de Propulsão Espacial . O desempenho do motor foguete L1 foi considerado muito bom, pois os parâmetros propulsivos mais importantes do motor como empuxo, vazão mássica, impulso especifico, velocidade característica se apresentaram bem próximos dos valores pré-calculados.

O motor L1 tem como objetivos principais o treinamento do corpo técnico do Laboratório de Propulsão Líquida e a realização de pesquisas na área de propulsão espacial, além de ser uma ferramenta de capacitação para formação de novos grupos do curso de mestrado de propulsão líquida.

O cabeçote de injeção do motor L1 é composto de injetores mono propelentes centrífugo e jato, para etanol e oxigênio gasoso, respectivamente. A câmara de combustão é de aço inoxidável, refrigerada a água, e a ignição é feita por um ignitor gás dinâmico.

Assista ao vídeo do 1º ensaio do motor foguete L1 clicando aqui.

Fonte: IAE/DCTA
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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Cooperação Brasil - Alemanha


Agência espacial alemã comemora 40 anos de cooperação teuto-brasileira no transporte aéreo e espacial com publicação

A DLR relembra o histórico da parceria na edição, que conta com texto do ministro de C,T&I, Marco Antonio Raupp.

Quarenta anos em 30 páginas ilustradas. Assim o Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum für Luft-und Raumfahrt /DLR, no original), a agência espacial da Alemanha, resume as décadas de parceria com o Brasil na área espacial. O documento '40 Anos de Cooperação teuto-brasileira no Transporte Aéreo e Espacial' foi divulgado recentemente e conta um importante trecho da história do País nesse campo.

"A cooperação espacial definitivamente se tornou um fator essencial para o desenvolvimento dos países nesta área estratégica. O Brasil e a Alemanha, que vêm mantendo quatro décadas da colaboração benéfica mútua, dão um exemplo inspirador para a comunidade internacional contemporânea", afirma o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, no texto de abertura.

Raupp lembra que a parceria cobre "assuntos relevantes e de enorme interesse" de ambos os países e que, atualmente, a DLR e a Agência Espacial Brasileira (AEB) - juntamente com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - trabalham em cerca de doze projetos científicos.

Histórico - A publicação faz um passeio pela história das iniciativas teuto-brasileiras desde 1969, quando a Alemanha usou pela primeira vez o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) para a execução de experimentos científicos do Instituto Max-Planck para Física Extraterrestre. E aponta que, desde o início, os pontos centrais da cooperação bilateral foram projetos de tecnologia espacial, acompanhados por investigações comuns em aeronáutica, tecnologia de materiais, tráfego aéreo e energia.

As iniciativas envolviam os antecessores do DLR, indústria, universidades, o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) do Brasil e o Inpe. Entre as dezenas de exemplos, um deles remete à primeira crise energética mundial, em 1974, que levou os parceiros a transferirem conhecimentos nas áreas de aerodinâmica, tecnologia de fibras e sistemas de energias renováveis, por meio do desenvolvimento de conversores modernos de energia eólica.

A cooperação com o Inpe, por exemplo, se concentrou no desenvolvimento de métodos e software para a operação de satélites, na utilização de dados óticos e do mapeamento com base em radares, especialmente em florestas tropicais, bem como em estudos de possíveis projetos comuns de satélites e sensores. A observação da região tropical e subtropical com um sistema ótico foi o principal objetivo da proposta do projeto SSR-1, por meio da sua órbita equatorial. Além das aplicações clássicas de sensoriamento remoto como cartografia e agricultura, seriam também disponibilizadas para o usuário informações sobre a utilização sustentável de recursos biológicos, biodiversidade e monitoração ambiental.

No âmbito do Acordo Brasil-Alemanha sobre cooperação técnico-científica (WTZ), foi iniciado um intercâmbio entre membros do DLR e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O objetivo deste intercâmbio é a promoção de jovens universitários de ambos os países, com a oportunidade de escrever projetos e trabalhos de conclusão de curso no país anfitrião respectivo.

Foguetes - Raupp cita como exemplos a utilização do foguete brasileiro VSB-30 (em 2004) e também o motor de foguete S30 no programa europeu de foguetes de sondagem, iniciativas "relevantes e representativas de novas perspectivas oferecidas pela cooperação relativa a experimentos em microgravidade".

O ministro também pontua uma missão que está sendo desenvolvida pela agência alemã e que busca uma tecnologia de reentrada atmosférica para alcançar a plataforma recuperável chamada SHEFEX (Sharp Edge Flight Experiment), o que beneficiaria o Programa Espacial Brasileiro.

Por sua vez, Johann-Dietrich Wörner, diretor geral do Centro Aeroespacial Alemão, destaca que se trata de uma comemoração "muito especial" pela "excelente cooperação bilateral e a excelência cientifica de ambas as nações pesquisadoras". Ele lembra que a área aeroespacial desempenha "um papel especial como tecnologia-chave e interdisciplinar" na sociedade científica de hoje. "O uso de tecnologias inovadoras para resolução de problemas sociais globais é cada vez mais requisitado. Nesse sentido, a cooperação teuto-brasileira oferece uma excelente base", destaca.

Desafios sociais, ambientais e de segurança - Wörner cita, entre as investigações conjuntas, sistemas autônomos para gerar energias por meio de centrais eólicas (projeto DEBRA 25 1974); um sistema de bobinagem de fibras para se entrar em órbita com materiais sintéticos reforçados, resistentes e mais leves; o controle do meio ambiente desde o espaço; além da análise, desde 1972, de motores de foguetes usados não só pela Alemanha, mas por outros países europeus.

"O abrangente potencial científico de ambos os países une-se, em nível global e regional, pela solução de desafios sociais, ambientais e de segurança atuais e futuros. É de nosso interesse manter e intensificar futuramente a harmoniosa cooperação teuto-brasileira na investigação e exploração aeroespacial para fins pacíficos, bem como em outros campos científicos, como por exemplo o da aeronáutica e o de energias renováveis e transportes", resume Wörner.

Confira a íntegra da publicação, em alemão e português, disponível no link: http://www.jornaldaciencia.org.br/links/40AnosCooperacao.pdf

Fonte: Clarissa Vasconcellos - Jornal da Ciência
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terça-feira, 4 de setembro de 2012

"Uma chance ao programa espacial", artigo de César Ghizoni


Uma chance ao programa espacial

César C. Ghizoni - Presidente da Equatorial Sistemas S.A.

Nos tempos da Embratel, o Brasil comprou duas gerações de satélites de comunicações, Brasilsat A e B. Nestas compras, o conteúdo local se restringiu a estágios técnicos para funcionários do Inpe nas empresas fornecedoras estrangeiras.

Após a privatização da Embratel, as empresas brasileiras operadoras compraram mais satélites de comunicações, agora sem qualquer participação das instituições governamentais dedicadas às atividades espaciais, a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Inpe e o DCTA.

O primeiro projeto no Brasil foi o de um satélite geoestacionário para comunicações, que seria integrante do projeto SACI, na década de 1970. Entretanto, após esta iniciativa que não saiu do papel, nunca foi incluído no Programa Nacional de Atividades Espaciais o desenvolvimento de um satélite geoestacionário para comunicações.

Agora, temos o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), cuja implantação será coordenada por uma empresa criada para essa finalidade, a Visiona.

O SGB é um resultado já em andamento dos novos rumos do programa espacial brasileiro, que, como foi enfatizado em reportagem publicada neste jornal no último dia 26, é hoje parte fundamental da Estratégia Nacional de Defesa (END) e vai requerer um elevado grau de orquestração gerencial e orçamentária. Como uma das três áreas prioritárias da END (espacial, cibernética e nuclear), o setor espacial deverá atender a diversas demandas do País, que incluem as áreas de defesa, meio ambiente, comunicações, transporte e logística, meteorologia, entre outras. O envolvimento da indústria e a qualificação de recursos humanos são também prioritários, dentro dessa nova perspectiva.

No caso específico do Inpe, a verdade é que os projetos importantes atualmente em desenvolvimento na instituição foram concebidos em um curto intervalo de tempo, na gestão do atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, entre 1985 e 1988. São eles o programa dos Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres, o Cbers, em parceria com a China; o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático (Cptec); a implantação da infraestrutura dos laboratórios de Integração e Testes de Satélites, do Centro de Controle de Satélites, e o desenvolvimento do primeiro satélite brasileiro, o Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD1). Nada de muito relevante e novo aconteceu desde então.

No momento, a situação do programa espacial brasileiro é de paralisia, com atrasos sucessivos nos projetos que não permitem atualização tecnoló-gica, pois acabam obsoletos antes de ficarem prontos. Acreditamos que o momento é muito favorável para uma reformulação completa do setor. Existe a possibilidade concreta de um excelente alinhamento entre as instituições Inpe, DCTA com a AEB e com o MCTI. São pessoas que conhecem profundamente o programa e seus problemas, e ninguém mais indicado que o atual ministro para proceder à transformação necessária. Há 26 anos ele mudou a face do programa espacial, criou os projetos que dão até hoje vida ao Inpe. Tem, certamente, a experiência e visão para mudar a face do programa outra vez.

Portanto, é inócuo supor que pretende-se desmantelar o Inpe. Como empresário do setor, acredito que o programa espacial tem agora a chance de tornar-se uma política de Estado. Vamos dar um crédito e incentivar os que têm condições de promover essas mudanças.

Fonte: jornal "O Vale", 4 de setembro de 2012.
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Revisão crítica das redes elétricas do VLS-1


Realizada a CDR das Redes Elétricas do VSISNAV

Campo Montenegro, 31/08/2012

Neste último dia 29 de agosto foi encerrada a Revisão Crítica de Projeto (CDR) das Redes Elétricas do veículo VSISNAV, versão do VLS-1 que está sendo preparada para lançamento. A revisão em agosto foi o coroamento de um período de três meses em que houve uma pré-fase (junho), a preparação (julho) e a revisão propriamente dita. Durante este período, as equipes da Divisão de Eletrônica (AEL) e da Divisão de Sistemas Espaciais (ASE) trabalharam intensamente com a equipe de Sistemas Lançadores da MECTRON. Ao longo da revisão foram elaboradas cerca de 160 RIDs e um grande número de recomendações e correções para o aperfeiçoamento do projeto.

O Ten-Cel Duarte, Coordenador da Engenharia do Sistema VISNAV, ressaltou a importância do evento: “- Com o fim da CDR encerra-se a fase de Projeto Detalhado de toda a eletrônica embarcada no veículo, iniciando-se a fase de produção e qualificação.

Isso representa um passo significativo em direção ao lançamento do VSISNAV”.

O Eng. Yoshino, Gerente de Sistemas Lançadores da MECTRON, comentou o evento: “- Estamos bastante satisfeitos com os resultados desta CDR das Redes Elétricas do VSISNAV. A profundidade e a qualidade das análises feitas pelos especialistas do IAE, assim com o grau de comprometimento e a integração das equipes do IAE e da MECTRON nos dão a confiança de que teremos um resultado de bastante qualidade na fabricação e nos ensaios dos Modelos de Qualificação e sucesso no lançamento deste veículo”.

O Cap. Fernando, Chefe da AEL, ressaltou o empenho e comprometimento da Divisão durante a revisão: “- A Divisão de Eletrônica teve uma participação significativa na revisão e ficou evidente a qualidade do trabalho dos funcionários envolvidos e seu forte envolvimento com o tema. Eu saio desta revisão bastante satisfeito com o desempenho dos nossos profissionais”.

Na opinião do Coordenador das Redes Elétricas, Dr. Luís Loures, o momento que se inicia é de foco na qualificação do sistema: “- O fim de uma fase significa o início de outra igualmente importante. Agora devem ser produzidos os equipamentos para ensaios ambientais (vibração, térmico, vácuo, interferência e compatibilidade eletromagnética) e funcionais, além de realizados ensaios de Software-in-the-loop (SITL) na MECTRON e Hardware-in-the-loop (HITL) no IAE. Após estes ensaios, prosseguiremos com um ensaio sistêmico no Prédio de Integração de Lançadores (PIL), onde as Redes Elétricas serão testadas integradas ao “mock-up” do veículo e acopladas ao Banco de Controle”.

O próximo passo do desenvolvimento das Redes Elétricas será a qualificação e a estimativa é de que esta fase se estenda até o primeiro trimestre de 2013.

Fonte: IAE/DCTA
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domingo, 2 de setembro de 2012

CBERS 3: lançamento ameaçado


O lançamento do satélite de observação CBERS 3, previsto inicialmente para novembro ou dezembro deste ano, pode sofrer um atraso. O motivo são falhas identificadas em testes finais já em solo chinês, antes do envio para o centro de lançamento, em conversores DC/DC, itens que compõem o sistema de suprimento de energia do satélite.

Entre os dias 18 e 24 de agosto, cinco engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), incluindo o coordenador do Segmento Espacial do Programa CBERS, estiveram nos EUA para participar de reuniões técnicas "para esclarecer as não conformidades e as falhas do componente conversor DC/DC, fabricados pela empresa MDI [Modular Devices Incorporated], utilizados no satélite CBERS 3 e 4", segundo informações divulgadas no Diário Oficial da União de 17 de agosto.

Na última sexta-feira (31), o blog Panorama Espacial conversou sobre este assunto com Leonel Perondi, diretor do INPE. De acordo com o diretor, até meados deste mês haverá uma definição sobre um eventual atraso no lançamento, que depende do envio de um relatório do fabricante dos componentes objeto das falhas. "Há chance de sim, há chance de não", afirmou. Os componentes que apresentaram falhas foram adquiridos entre 2007 e 2008, e apesar de serem de origem norte-americana, não tiveram restrição do International Traffic in Arms Regulations (ITAR).

Perondi mencionou o caso do CBERS 2, segundo satélite do programa e que foi colocado em órbita em 21 de outubro de 2003. Aproximadamente um ano antes de seu lançamento, em testes realizados no centro espacial de Taiyuan, na China, foram identificadas falhas, coincidentemente, também em conversores DC/DC. Tais falhas causaram um significativo atraso no cronograma da missão, uma vez que houve a necessidade da troca de cerca de 400 componentes do satélite.

Colaborou Shirley Marciano.
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sábado, 1 de setembro de 2012

SGDC: membros do Grupo-Executivo


Ontem (31), último dia do mês de agosto, foi publicado no Diário Oficial da União uma portaria do Ministério das Comunicações designando os membros do Grupo-Executivo do Projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), mais um passo rumo à concretização  da iniciativa.

A designação incluiu integrantes do Ministério da Defesa, Ministério das Comunicações, Telebrás, Agência Espacial Brasileira e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Reproduzimos a portaria abaixo:

"SECRETARIA DE TELECOMUNICAÇÕES
PORTARIA No 1, DE 30 DE AGOSTO DE 2012

O SECRETÁRIO DE TELECOMUNICAÇÕES DO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, presidente do Comitê Diretor do Projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDC, de acordo com a Portaria nº 356, de 13 de julho de 2012, no uso das atribuições que lhe confere o § 1º do art. 5º do Decreto nº 7.769, de 28 de junho de 2012, resolve:

Art. 1º Designar os representantes do Grupo-Executivo do Projeto do SGDC, a saber:

I - do Ministério da Defesa:
- titular: Coronel EDWIN PINHEIRO DA COSTA;
- suplente: Tenente-Coronel ANDERSON TESCH HOSKEN ALVARENGA;

II - do Ministério das Comunicações:
- titular: PAULO VINICIUS ZANCHET MACIEL;
- suplente: PEDRO ANTERO BRAGA CORDEIRO;

III - da Telecomunicações Brasileiras S.A. - Telebrás:
- titular: BOLIVAR TARRAGÓ MOURA NETO;
- suplente: SEBASTIÃO DO NASCIMENTO NETO;

IV - da Agência Espacial Brasileira - AEB:
- titular: PETRÔNIO NORONHA DE SOUZA;
- suplente: JOSÉ IRAM MOTA BARBOSA; e

V - do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE:
- titular: LEONEL FERNANDO PERONDI;
- suplente: AMAURI SILVA MONTES.

Parágrafo Único - A presidência do Grupo-Executivo será exercida pelo representante da TELEBRÁS.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

MAXIMILIANO SALVADORI MARTINHÃO"
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Cooperação Brasil - Ucrânia


Brasil e Ucrânia avaliam novas oportunidades de cooperação na área espacial

31-08-2012

A Agência Espacial Brasileira (AEB) sediou, na última quinta-feira (30/08), o II Seminário Brasil-Ucrânia: Oportunidades para Cooperação Científica e Tecnológica na Área Espacial. O evento contou com a participação do Governo brasileiro, Embaixada da Ucrânia no Brasil, indústria, academia e representantes da empresa de projetos estatal ucraniana Yuzhnoye SDO que aproveitaram a ocasião para discutir projetos conjuntos na área espacial.

O presidente da AEB, José Raimundo Coelho, afirmou em seu discurso de abertura que “é função da instituição apresentar oportunidades de parcerias estratégicas com todos os países e empresas brasileiras”. No seminário, os participantes conheceram as potencialidades da empresa ucraniana e uma das principais propostas apresentadas pelo lado ucraniano foi o desenvolvimento conjunto de uma plataforma de sondagem adequada para estudos meteorológicos, de microgravidade e, também, para operar como foguete de treinamento dos centros nacionais de lançamento.

Para o chefe do Laboratório Associado de Propulsão e Combustão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Fernando de Souza Costa, a iniciativa da AEB é excelente. “O seminário foi uma boa oportunidade de encontrar pessoas influentes e importantes dentro do programa espacial, de interagir e de trocar opiniões, posições e entender melhor os caminhos que o programa está tomando”. O professor titular do Instituto de Aeronáutica e Espaço (ITA), Marcelo Pazini Brandão acredita que o “seminário deverá gerar alguma ação começando em nível acadêmico até que tenhamos recursos humanos e financeiros para adiantarmos alguns projetos”.

Segundo o presidente da AEB, este foi o primeiro seminário de uma série de encontros e workshops que a instituição irá promover. “Desejamos abrir uma janela de oportunidades, inclusive para que indústria e empresas possam desenvolver projetos de parcerias, buscar financiamentos, capacitar pessoas, e definitivamente, fortalecer e consolidar o segmento”, completa José Raimundo.

Cooperação Brasil-Ucrânia - A cooperação espacial com a Ucrânia teve início em 1995, com a vinda ao Brasil do presidente ucraniano Leonid Kutchma. Pouco depois, começou a se consolidar a ideia de utilização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para a realização de lançamentos de cargas-úteis brasileiras, ucranianas e de outros países. Ao Brasil cabe ceder o local e a infraestrutura do CLA e aos ucranianos desenvolver o veículo Cyclone-4. Em 21 de outubro de 2003, foi assinado, em Brasília, durante a segunda visita ao Brasil do presidente Kutchma, o Tratado sobre a Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4. Esse documento criou a empresa binacional Alcântara Cyclone Space, que tem a seu cargo promover a realização de lançamentos comerciais.

Os dois países concluíram, ainda, dois importantes acordos. O primeiro, um Acordo-Quadro sobre a Cooperação nos Usos Pacíficos do Espaço Exterior (novembro de 1999) e o outro sobre Salvaguardas Tecnológicas relacionadas à participação da Ucrânia em lançamentos a partir do CLA (janeiro de 2002).

Fonte: AEB
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