terça-feira, 30 de julho de 2013

Novo satélite da Eutelsat para o Brasil

.
A Space Systems/Loral anunciou hoje (30) a sua seleção para o fornecimento de um novo satélite de comunicações multimissão para a operadora europeia Eutelsat, denominado EUTELSAT 65 West A. Este é o sexto contrato da companhia este ano e tem um significado especial para o Brasil, uma vez que o satélite ocupará uma posição orbital pertencente ao País, 65º Oeste, adquirida em leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em 2011.

"Nós esperamos trabalhar com a SS/L neste sofisticado programa de satélites que trará para a Eutelsat capacidade estendida e altamente flexível de comunicações para atender às oportunidades no Brasil e na América Latina, que representam uma das regiões de crescimento mais rápido na indústria de satélites", declarou em nota Michel de Rosen, diretor-presidente da Eutelsat.

O EUTELSAT 65 West A será um satélite de grande porte e potência (16 kW), e contará com 10 transpônderes em banda C, 24 em banda Ku, para serviços de vídeo, além de 24 spot beams para conexão em banda larga para regiões chave.

Lançamento em 2016

O novo satélite da Eutelsat tem previsão de lançamento em 2016, a tempo das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que devem gerar grande demanda por serviços de comunicações.

É interessante observar que os satélites recentemente contratados têm todos previsão de colocação em órbita em 2016 (o Star One D1 também deve ser lançado no referido ano, no primeiro trimestre), o que dá um indicativo sobre a possível janela para lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Em geral, os prazos para disponibilização do satélite para lançamento variam em torno de 25 a 30 meses. No caso do SGDC, cujo processo de seleção foi estendido para o final de agosto, a expectativa otimista é de que o contrato para sua construção seja assinado no final do terceiro trimestre deste ano.
.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Exclusivo: A estratégia da MDA e Space Systems / Loral para o Brasil

.

O blog Panorama Espacial tem frequentemente abordado as estratégias de grupos e empresas interessadas em participar de projetos relacionados ao Programa Espacial Brasileiro, como o do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), atualmente o mais avançado e evidente deles.

Das três fabricantes pré-selecionadas para a fase final do SGDC, já tratamos da Thales Alenia Space (veja aqui). Agora é a vez da Space Systems / Loral, controlada pelo grupo canadense MDA Coporation.

A seguir, reproduzimos informações traduzidas e adaptadas pelo blog Panorama Espacial, a partir de material recebido das empresas, sobre o histórico da SS/L / MDA na América Latina, experiência em satélites de banda larga e banda Ka, e também algumas informações sobre a proposta para o projeto do SGDC.

Desde junho, Laurent Mourre, executivo com extensa experiência nos setores aeroespacial e de defesa, e que anteriormente foi diretor geral do grupo francês Thales no Brasil, está encarregado da estratégia da MDA para o País.

Comprometimento com o Brasil

Em novembro de 2012, a SS/L foi adquirida pela MDA, uma companhia canadense criada em 1969. A aquisição foi importante para a SS/L por muitas razões, mas particularmente por que a MDA está assumindo um compromisso de longo prazo em fazer negócios na América Latina, com um enfoque particular em estabelecer uma presença no Brasil e tornar o País parte de sua cadeia global de fornecedores. A empresa oferece serviços de imageamento radar e vigilância, além de sistemas de comunicações e robótica, sistemas de informações, entre outros. A SS/L está comprometida com o mercado latino-americano como parte de uma estratégia corporativa e já demonstrou o valor de seus satélites de comunicações no Brasil e em outros países da América Latina.

Experiência em banda larga

A SS/L construiu o primeiro satélite com capacidade de banda larga em banda Ka hoje em serviço na América Latina. O satélite, chamado Amazonas 3, foi lançado em fevereiro deste ano e é operado pela Hispasat e por sua afiliada brasileira, a Hispamar. No Brasil, o satélite tem prestado serviços de banda larga no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Ele também oferece serviços de banda larga em outras cidades chave na América Latina, assim como outros serviços.

A SS/L é líder mundial em capacidade de banda larga espacial e construiu dois dos mais capazes satélites com banda Ka, atualmente em operação na América do Norte. A companhia está particularmente bem posicionada para oferecer serviços de satélites para inclusão digital e serviços governamentais no Brasil, a exemplo dos satélites e sistemas terrestres atualmente em produção para uma rede de banda larga nacional similar para o governo da Austrália. O sistema distribuirá capacidade em banda larga para regiões rurais e remotas na Austrália que não podem ser alcançadas por redes sem fio e tecnologia de fibra ótica. A companhia está bastante familiarizada com as questões técnicas e administrativas relacionadas a este tipo de projeto nacional, estando em condições de aportar sua experiência para um programa similar no Brasil.

Informações adicionais

- Durante este ano, a SS/L conquistou contratos para a construção de cinco satélites de comunicações, quatro destes que contarão com cargas úteis em banda Ka, para transmissões em banda larga. Segundo a companhia, seu "sucesso está baseado em sua reputação por qualidade, confiabilidade e valor, e [seu] conhecimento em satélites com banda Ka e transmissões em banda larga é insuperável".

- A SS/L já construiu ou está construído 42 cargas úteis em banda Ka. Satélites dedicados em banda larga incluem o Thaicom 4/iPSTAR (lançado em 2005); Wildblue 1 (2006), ViaSat01 (outubro de 2011), EchoStar XVII/Jupiter-1 (julho de 2012), NBN Co 1A (previsão de lançamento em 2015), NBN Co 1B (previsão de lançamento em 2015), Jupiter 2/EchoStar XIX (previsto para 2016).

- Aproximadamente 25 satélites construídos pela SS/L já atenderam o mercado latino-americano: vários satélites para a Intelsat, maior operadora de satélites de comunicações do mundo, em posições orbitais atendendo a América do Sul e América Central. Satélites recentemente colocados em órbita que atendem a região: Satmex 8 (México), Amazonas 3 (Hispasat / Hispamar do Brasil) (ilustração), Anik G1 (Telesat / Telesat Brasil). Outros satélites da SS/L que atendem a América Latina: QuetzSat-1, Telstar 11N, EchoStar 9, SES-4, Hispasat 1E e Satmex 6. A SS/L está atualmente construindo o Star One C4, da operadora brasileira Star One, do grupo Embratel. [Nota do blog: no mercado, comenta-se que a SS/L também fabricará o Star One D1, primeiro satélite da quarta geração da Star One, previsto para ser lançado no primeiro trimestre de 2016 e que contará com capacidade em banda C, Ku e Ka. A fabricante, porém, não confirma a informação]

- A SS/L não vende qualquer satélite para o governo norte-americano há mais de dez anos. É a única fabricante que venda apenas para companhias privadas e governos estrangeiros. [Nota do blog: a ausência de contratos governamentais nos EUA exige que a companhia seja mais competitiva - daí ser conhecida no mercado por seus preços e condições financeiras bastante agressivas levando-se em conta a proporção preço versus gigabytes transmitidos. Ainda, o fato de não haver vínculo com o governo norte-americano tende a desvincular a SS/L dos problemas relacionados à suposta espionagem dos EUA]

- A MDA, controladora da SS/L, é baseada no Canadá e está totalmente livre para propor transferência de tecnologia, independente da legislação norte-americana de exportação de produtos sensíveis (ITAR).
.

Negociações para TSA com os EUA

.
Após uma década, País retoma conversas e quer propor uma espécie de aluguel do local para lançamentos espaciais

29 de julho de 2013 | 2h10
Lisandra Paraguassu / Brasília - O Estado de S.Paulo

O governo brasileiro retomou as negociações com os Estados Unidos para permitir o uso da base de Alcântara (MA) pelo serviço espacial americano. As conversas, sepultadas no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram reiniciadas em termos diferentes e o Itamaraty espera ter um acordo pronto para ser assinado na visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em outubro.

A intenção é abrir a base para que os americanos usem o local para lançamentos, mas sem limitar o acesso dos próprios brasileiros nem impedir que acordos com outros países sejam feitos. O governo vê a localização privilegiada de Alcântara - que, segundo especialistas, reduz em até 30% o custo de um lançamento - como um ativo que deve ser explorado, inclusive para financiar o próprio programa espacial brasileiro.

Depois de negociar com os americanos, o projeto é abrir as mesmas conversas com europeus e japoneses, entre outros. Calcula-se que um lançamento pode custar entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões.

A retomada das negociações com os americanos prevê uma espécie de aluguel do local para que os Estados Unidos possam lançar dali seus satélites. As discussões giram em torno das condições para esse uso, as chamadas salvaguardas tecnológicas esperadas pelo governo de Barack Obama. Reticentes a dar a outros países conhecimento de tecnologias consideradas sensíveis, os americanos querem usar a base, mas fazem exigências para impedir o acesso a informações, especialmente a dados militares.

"Secreto". As discussões vão estabelecer alguns limites, mas o assunto ainda é classificado como "secreto" pelo governo. No entanto, a hipótese de reservar áreas da base para uso exclusivo americano, como chegou a ser estabelecido no Tratado de Salvaguardas (TSA) assinado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em abril de 2000, nem sequer será considerada.

O excesso de restrições daquele tratado levou o documento a jamais ser ratificado pelo Congresso, e o acordo naufragou. Entre as exigências estava a de que determinadas áreas da base de Alcântara seriam de acesso exclusivo dos americanos, não sendo permitida a entrada de brasileiros sem autorização dos EUA.

Inspeções americanas à base também seriam permitidas sem aviso prévio ao Brasil, e a entrada de componentes americanos em contêineres selados poderia ser liberada apenas com uma descrição do conteúdo. Além disso, o governo brasileiro não poderia usar o dinheiro recebido para desenvolver tecnologia de lançamento de satélites, mas apenas para obras de infraestrutura.

A reação foi tão ruim que o Congresso enterrou o acordo em 2002. Ao assumir o governo, em 2003, o então presidente Lula foi procurado pelos americanos, mas não quis retomar o assunto.

Sem uso. Com localização ideal para lançamentos, a base é considerada estratégica para o programa espacial brasileiro, mas até hoje é subutilizada. Nenhum satélite ou foguete jamais foi lançado de Alcântara, seja porque o Brasil ainda não conseguiu desenvolver a tecnologia para usá-la, seja porque os acordos internacionais para utilização da base até agora não deram frutos. Um teste feito há dez anos terminou em tragédia, com a explosão do foguete e 21 pessoas mortas.

Ainda em 2003, Lula fechou um acordo com a Ucrânia para desenvolvimento de foguete, o Cyclone-4. Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), foi fundada, mas até hoje não teve grandes resultados. O Brasil investiu 43% dos recursos previstos, mas até este ano a Ucrânia pôs apenas 19%. Na visita do presidente ucraniano Viktor Yanukovych ao Brasil, em 2011, houve a promessa de que o processo seria acelerado, o que não ocorreu. Este ano, o chanceler Antonio Patriota foi ao país e, mais uma vez, voltou com a promessa de que o foguete estaria pronto em 2014. Seria a estreia da base, se os americanos não a usarem antes.

Fonte: O Estado de S. Paulo, 29/07/2013, via NOTIMP.


Comentários do blog: a reportagem não aprofunda o tema, mas um acordo de salvaguardas tecnológicas (TSA, de Technology Safeguards Agreement) com os EUA é essencial para qualquer iniciativa de exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), mesmo por lançadores que não sejam de origem norte-americana. Isto se deve pelo fato de grande parte dos satélites terem algum componente fabricado por indústrias dos EUA, o que os tornam sujeito a legislação desse país. O TSA com os EUA, aliás, é bastante importante para os esforços comerciais, ainda que de difícil concretização, da Alcântara Cyclone Space. Há rumores de que a empresa binacional estaria negociando com uma empresa o lançamento de um satélite com componentes americanos. No passado, algumas empresas dos EUA chegaram a discutir a possibilidade de operarem lançadores a partir de Alcântara. A que chegou em estágio mais avançado de negociações foi a Orbital Sciences Corporation, que pretendia operar o lançador de pequeno porte Pegasus a partir do centro brasileiro. Para um histórico sobre os interesses comerciais pelo CLA, leiam a reportagem "De olho em Alcântara", de fevereiro de 2004.
.

domingo, 28 de julho de 2013

As "cinco irmãs" no setor de defesa [e espaço]

.
Na coluna "Defesa & Negócios" da edição n.º 133 da revista Tecnologia & Defesa, que está nas bancas, há um pequeno artigo com uma análise sobre o interesse das grandes empreiteiras brasileiras pelo setor de defesa, que se estende para o setor espacial (em particular depois da edição do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais - PESE, e do projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDC). Reproduzimos o artigo a seguir, com algumas atualizações obtidas após o seu fechamento no último mês de junho:

As "cinco irmãs" no setor de defesa

André M. Mileski

Nas últimas décadas, as maiores construtoras brasileiras têm tido papel de grande relevância no desenvolvimento do País, atuando não apenas na construção civil e gerenciamento de grandes obras de infraestrutura, mas também em setores considerados estratégicos, como os de energia, petróleo e gás, petroquímico, comunicações, naval e serviços públicos, entre outros. No final de 2008, com a edição da Estratégia Nacional de Defesa (END), as perspectivas de grandes investimentos governamentais nas áreas de defesa e segurança e o desejo do governo em fomentar a criação de grandes atores industriais, as principais delas, como a Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS e Queiroz Galvão (conhecidas como “as cinco irmãs”), passaram a olhar atentamente o setor. A seguir uma breve análise sobre as movimentações de cada um destes grupos.

Odebrecht

O primeiro grande grupo a estruturar seus negócios no setor foi a Odebrecht que, em janeiro de 2009, se associou à DCNS, da França, para a constituição de uma joint-venture para a construção de um estaleiro e submarinos para a Marinha do Brasil (MB), no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). Desde então, o grupo passou a analisar diversas oportunidades, inclusive de aquisições e parcerias. Em maio de 2010, juntou-se à Cassidian (então EADS Defence & Security) para projetos de monitoramento de fronteiras, dentre os quais o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), do Exército Brasileiro. A parceria com a Cassidian foi dissolvida no início deste ano. Em março de 2011, adquiriu a "missile house" brasileira Mectron e nos últimos anos também manteve conversações visando à aquisição da Avibras e Opto Eletrônica. [Nota do blog: diversas empresas e grupos nacionais e estrangeiros, inclusive a Odebrecht, continuam análises e conversações visando a aquisição da Opto]

Em outubro de 2012, a Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) - divisão que reúne todos os negócios do grupo no setor de defesa, firmou com a estatal Russian Technologies State Corporation um memorando de entendimentos visando à formação de uma joint venture para projetos militares, tais como a fabricação no País de helicópteros Mi-17, e sistemas de defesa aérea, onde há negociações em andamento com o Ministério da Defesa para a aquisição e produção local de sistemas de mísseis, iniciativa que deverá contar com a participação da Mectron. Especula-se que a ODT vá também participar do projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), envolvendo-se com a infraestrutura terrestre.

[Nota do blog: após a publicação desta pequena reportagem, T&D / blog Panorama Espacial receberam a informação, ainda não confirmada, de que a Odebrecht também estaria interessada no segmento de lançadores, em associação com a italiana Avio. Faremos uma análise específica sobre as perspectivas em lançadores muito em breve. Adicionalmente, vale citar que a ODT foi uma das 69 empresas pré-selecionadas no programa Inova Aerodefesa]

Andrade Gutierrez

A Andrade Gutierrez tem apostado suas fichas em defesa associada ao grupo francês Thales, formalizada no início de 2012, por meio da constituição de uma empresa estratégica de defesa, controlada pela Andrade Gutierrez (60%), cujo objetivo foi o de “somar competências para atuar em determinados projetos no setor de defesa e segurança, oferecendo soluções para o desenvolvimento e gestão de sistemas complexos de monitoramento e comunicação civis e militares para determinados projetos.” Desde então, o grupo tem participado de concorrências em programas complexos, como o SISFRON, e também tem demonstrado interesse em outras iniciativas, como comunicações. Na LAAD 2013, realizada em abril, apresentou soluções desenvolvidas pela Veotex, uma de suas empresas controladas, que atua nos segmentos de monitoramento eletrônico integrado de imagens, vídeo alarme e controle de acessos.

[Nota do blog: a Andrade Gutierrez tem estado próxima da Embraer, e comenta-se que será a responsável pelas obras civis associadas ao SISFRON. A Andrade Gutierrez Defesa e Segurança foi também uma das empresas pré-selecionadas no programa Inova Aerodefesa]

Camargo Corrêa

De todas as grandes, a Camargo Corrêa é a menos envolvida, o que não significa dizer que não tenha interesses na área. Nos bastidores, é eventualmente citada como candidata a se envolver no Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER), da MB, o que poderia se dar por meio do estaleiro Atlântico Sul, uma das maiores empresas de construção naval da América do Sul, da qual detém importante participação societária. O setor espacial, em particular a área de lançadores, também está no radar do grupo industrial paulista.

OAS

A construtora baiana OAS recentemente constituiu uma empresa para iniciativas em defesa e segurança, a OAS Defesa S/A, criada com o intuito de desenvolver e oferecer soluções operacionais nesses segmentos. A empresa se associou à Rafael, de Israel, para a apresentação de proposta de implementação do Sistema de Coordenação de Operações Terrestres Interagências (SisCoti), que integra o Projeto Proteger, do Exército Brasileiro (ver T&D nº 132). Em 2012, na concorrência para a primeira fase do SISFRON, a OAS apresentou proposta associada à Selex, do grupo italiano Finmeccanica.

[Nota do blog: a OAS Defesa também foi pré-selecionada no programa Inova Aerodefesa]

Queiroz Galvão

Na concorrência para a primeira fase do SISFRON, a Queiroz Galvão fez parte do consórcio Fronteiras, em conjunto com a Flight Technologies e o grupo norte-americano Northrop Grumman. Bastante discreta, em outubro de 2012 assinou uma carta de intenções com o grupo Safran (proprietário da SNECMA, Turbomeca, Sagem, entre outras empresas do segmento aeroespacial e de defesa), para projetos não revelados. O grupo pernambucano é também sócio da Camargo Corrêa no estaleiro Atlântico Sul.

[Nota do blog: a Queiroz Galvão Tecnologia em Defesa e Segurança também foi pré-selecionada no programa Inova Aerodefesa]

Fonte: Tecnologia & Defesa n.º 133, julho de 2013.
.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

CBERS em pauta

.
Dirigentes da AEB e do Inpe comentam parceria espacial com a China

Brasília 25 de julho de 2013 - O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, e o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Leonel Perondi, comentaram o histórico e o futuro do programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBers, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (4), em painel de debates durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até sexta-feira (26), em Recife (PE).

Eles lembraram que o programa lançou os satélites CBers-1, em 1999, CBers-2, em 2003, e CBers-2B, em 2007. Segundo eles, o CBers-3 deve ir ao espaço em outubro deste ano. O satélite está na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast), em fase final de testes. Já o CBers-4 tem previsão de lançamento para 2015. Nesta sexta, José Raimundo viaja à China para discutir a continuidade do programa.

Na opinião dele, o Brasil aprendeu muito na parceria com o país asiático. “Trabalhar com norte-americanos, franceses e alemães é relativamente fácil. Com os chineses, é muito diferente”, disse. “A questão cultural, o idioma, a resistência secular foram os principais obstáculos enfrentados na cooperação. O desafio foi grande, mas recompensador”.

O diretor do Inpe destacou que, no caso de CBers-3 e CBers-4, a divisão de trabalho entre os dois países é de 50% para cada lado, ao contrário dos três satélites já lançados, cujo acordo estabelecia 30% ao Brasil e 70% à China.

“Agora, para a parte brasileira, contratamos tudo no país, não compramos equipamentos de outras origens”, informou. “Programas espaciais devem colocar grandes desafios para a indústria. Um sistema completo de sensoriamento remoto exige grande qualificação dos pontos de vista de fabricação, projeto e operação em órbita”.

Perondi avalia que o país conseguiria preços mais vantajosos se buscasse adquirir imagens ou mesmo satélites prontos no mercado externo, mas a importância do programa espacial reside na característica de desenvolver a capacitação nacional. “É uma forma de aprendizagem para o Brasil, ao fazer sistemas mais sofisticados, com maior valor agregado, e assim obter produtos além da pauta básica de exportações”.

O chefe de gabinete da AEB, Paulo Martini, apresentou ao público aplicações dos satélites operados pelo Inpe. Distribuídas gratuitamente pelo site do instituto, as imagens possibilitam o controle de desmatamento e queimadas na Amazônia e o monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas e crescimento urbano, entre outros usos menos convencionais.

Fonte: Ascom MCTI

Comentário do blog: há alguns anos, dentro do governo, a continuidade do programa CBERS era tido como certa, ao menos em relação às intenções do lado brasileiro. Hoje, já não é possível se dizer o mesmo. Note-se, inclusive, que uma terceira geração nem sequer figura na última versão do Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE 2012-2021. Existe certa frustração nas entidades brasileiras ligadas ao Programa Espacial quanto à parceria com os chineses. No início do programa, o projeto era considerado estratégico para os chineses, o que se refletia na senioridade dos profissionais envolvidos. Hoje, há quem diga que o CBERS é um programa de treinamento para os chineses, uma vez que os engenheiros envolvidos com o projeto, do lado chinês, são jovens.
.

LABSIA: Laboratório de Sistemas Inerciais

.
INPE e IAE inauguram laboratório para sistemas de navegação inercial usados em satélites e veículos espaciais 

Quinta-feira, 25 de Julho de 2013

O desenvolvimento de sistemas de controle de atitude e órbita, fundamental para autonomia tecnológica brasileira, ganha impulso com a instalação do LABSIA - Laboratório de Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial, em São José dos Campos (SP).

Resultado da parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o LABSIA será inaugurado nesta sexta-feira (26/7), às 9 horas, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.

Logo após breve cerimônia no INPE, autoridades, pesquisadores e convidados se dirigirão para o IAE, no campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), onde está instalado o LABSIA.

O LABSIA possui dois pavimentos. “O térreo será utilizado para integração de giroscópios de fibra ótica, usados em veículos espaciais e satélites, tecnologia bastante avançada desenvolvida pela indústria brasileira com a supervisão do INPE e DCTA. No outro andar temos sensores e equipamentos integrados a um sistema computacional. Essa estrutura serve para simular o sistema de controle e atitude e verificar como o satélite se comportará no espaço”, informa Valdemir Carrara, da Divisão de Mecânica Espacial e Controle do INPE.

A infraestrutura permitirá realizar testes de qualificação de sistemas de controle de atitude para satélites estabilizados em três eixos, com desempenho compatível com aqueles exigidos por satélites de observação da Terra de alta resolução espacial.

O laboratório reúne computadores para simulação, placas de aquisição e geração de sinais, interfaces de comunicação padronizadas e compatíveis para satélites, sistemas para operação em tempo real, computador de emulação do computador de bordo, além de toda a infraestrutura necessária para configurar e operar o sistema.

“Uma plataforma suspensa em colchão de ar entrará em operação no LABSIA, pois este conta com um teto retrátil construído especialmente para permitir a incorporação do sensor de estrelas na malha de simulação física com estímulo real nos testes a serem realizados em período noturno. Assim, o LABSIA proverá o Brasil com a infraestrutura e os meios necessários para o desenvolvimento e testes de sistemas de controle de atitude e órbita”, conclui o engenheiro do INPE.

O novo laboratório foi construído no âmbito do projeto SIA (Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial), desenvolvido pelo INPE com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Sistemas inerciais, considerados tecnologia crítica em qualquer programa espacial, são utilizados na estabilização de satélites em órbita e na orientação da trajetória de um foguete no espaço.

Fonte: INPE

Comentário do blog: conforme mencionado na nota divulgada pelo INPE, sistemas inerciais são considerados tecnologia crítica em qualquer programa espacial. Inclusive, sua comercialização é bastante controlada. Os sistemas inerciais utilizados nas três missões do VLS são de origem russa (cinco unidades adquiridas em meados da década de noventa) - vejam a postagem "Sistemas inerciais: o clacanhar-de-aquiles do VLS", de julho de 2008. Um sistema nacional, desenvolvido no âmbito do projeto SIA, voará no próximo teste do VLS-1, programado para 2014.
.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Polo Espacial do Rio Grande do Sul

.
Comissão Especial para o Polo Espacial começa a alinhar projeto

Primeira reunião da Comissão Especial para o Polo Espacial gaúcho ocorreu nesta terça-feira

A primeira reunião da Comissão Especial para o Polo Espacial gaúcho, realizada nesta terça-feira (23), definiu a agenda de trabalho para o alinhamento do projeto que será apresentado em outubro, na segunda etapa do edital Inova Aerodefesa, de R$ 2,9 bilhões, da Agência Brasileira da Inovação (Finep). A AEL Sistemas, aprovada na primeira fase do edital, apresentou o projeto piloto de um microsatélite, no valor de R$ 43 milhões, que agora receberá as contribuições de empresas e universidades parceiras para elaborar o projeto que mostre, além da inovação tecnológica, viabilidade econômica.

A criação da Comissão faz parte da estratégia de governo em dar apoio político e em mobilizar os atores para a constituição do polo. "O governador entrou de cabeça na missão do polo espacial com o objetivo de criar uma cultura nesse sentido e fomentar um novo setor industrial no Rio Grande do Sul", destaca o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Kniknik, que coordena a comissão, e que foi o anfitrião do encontro.

"Nossa secretaria tem sido parceira neste esforço em conjunto, buscando entrar na disputa por um mercado estratégico e muito promissor para o Estado, já que, diferente dos satélites tradicionais, os microsatélites podem ser customizados para atender a necessidades específicas, empregando um grau de complexidade relativamente menor", explica a secretária-adjunta da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Ghissia Hauser.

Segundo o vice-presidente da AEL, Vitor Neves, o Rio Grande do Sul tem destaque internacional na área de ciência e de pesquisas. "O polo irá trazer novas oportunidades de mercado para nossas universidades, nossas empresas e nosso Estado, gerando crescimento econômico e desenvolvimento científico", considera Neves. De acordo com a empresa, o Brasil tem uma grande demanda reprimida na área de defesa, e o microsatélite proposto terá aplicação dual, tanto na área de defesa quanto na civil. Neste caso, poderá ser utilizado em controle de desmatamento, por exemplo.

A Comissão Especial é formada por representantes do Gabinete do Governador, SDPI, Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), além de representantes da Ufrgs, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Microsatélite

O projeto de microsatélite de autodefesa a ser desenvolvido no RS pela empresa AEL Systems, subsidiária da israelense Elbit no Brasil, será financiado pela Finep (Agência Brasileira de Inovação). Foram habilitadas 69 empresas líderes, que estarão aptas a apresentar o plano de negócios no próximo dia 27 de agosto, em um workshop de instrução e fomento de parcerias. O projeto gaúcho prevê um investimento de R$ 43 milhões e representa o primeiro passo para a consolidação do Polo Espacial no estado.

A empresa AEL Systems assinou, com o Governo do Estado, um protocolo de intenções para o desenvolvimento de produtos e tecnologia na área espacial durante a missão gaúcha a Israel, em maio deste ano. De acordo com o secretário Cleber Prodanov, "com o desenvolvimento deste projeto, vamos consolidar a proposta do Polo Espacial no Rio Grande do Sul".

O primeiro passo para a criação do Polo Espacial no RS ocorreu no mês de junho, quando foi formada uma comissão integrada por representantes do Governo, empresas e universidades para os encaminhamentos formais. Na ocasião, empresários gaúchos e representantes da empresa israelense e reitores das universidades foram recebidos em almoço pelo governador Tarso Genro para dar início à criação do Polo.

O projeto envolve em seu desenvolvimento não só a empresa AEL, como também as universidades Unisinos, PUCRS, Ufrgs e Federal de Santa Maria, empresas gaúchas fornecedoras de insumos e tecnologia para a fabricação de um microsatélite de uso militar para aplicação na defesa nacional.

Seleção

A Finep divulgou o resultado preliminar das empresas selecionadas no Plano de Apoio Conjunto Inova Aerodefesa, lançado em parceria com o BNDES, Ministério da Defesa e Agência Espacial Brasileira, na terça-feira, com 69 habilitadas. Os recursos disponibilizados no edital somam R$ 2,9 bilhões, sendo que a demanda qualificada até o momento é de R$ 12,6 bilhões. O resultado definitivo da seleção das empresas está previsto para o dia 12 de agosto.

A finalidade do edital é selecionar planos de negócios de empresas brasileiras que contemplem projetos de inovação nas quatro linhas temáticas: aeroespacial, defesa, segurança e materiais especiais. A proposta é incentivar a cadeia produtiva desses setores, que são considerados estratégicos dentro do plano Inova Empresa do Governo Federal.

Fonte: Governo do Estado do RS.

----

PUCRS integra projeto de Polo Espacial Gaúcho

24/07/2013

A PUCRS faz parte do grupo de atores a contribuírem para a criação do Polo Espacial Gaúcho, ação do governo do Estado iniciada a partir de missão governamental e empresarial ao Estado de Israel, realizada em maio. A iniciativa visa a desenvolver e transferir tecnologia para o segmento espacial e de solo. A primeira ação do programa ocorreu no início de junho, com reunião que congregou empresas, universidades, instituições de pesquisa e órgãos governamentais, com a presença do governador Tarso Genro. No encontro foram projetadas reuniões técnicas para dar andamento ao projeto.

A Universidade oferece toda sua experiência multidisciplinar em Ciência Espacial. No âmbito do Tecnopuc, há o Centro de Microgravidade (MicroG), da Faculdade de Engenharia, e o Laboratório Telebras Tecnologia e o Centro de Pesquisa em Tecnologias Wireless, do Instituto de Eletrônica e Telecomunicações (IETelecom), todos com competência para atuar no segmento espacial. No âmbito acadêmico, a PUCRS tem se destacado pelas pesquisas desenvolvidas nas Faculdades de Informática (FACIN) e Engenharia (FENG), que envolvem desde a formação de recursos humanos até o desenvolvimento de pesquisa aplicada na área (hardware e software embarcado).

A PUCRS possui histórico de colaboração em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento com parceiros tais como AEL Sistemas, Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Telebras, através de Unidades Acadêmicas e Institutos, como o IETelecom; e centros de pesquisa, como o MicroG. Além disso, possui diversos convênios assinados com Institutos de Pesquisa e Agências Espaciais, tais como a Agência Espacial Alemã, Kings College London e Agência Espacial Europeia. Estes convênios contemplam pesquisa conjunta e intercâmbio de profissionais e estudantes.

Fonte: PUCRS
.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Programa Inova Aerodefesa: pré-seleção das empresas

.
EMPRESAS PRÉ-QUALIFICADAS NO INOVA AERODEFESA

Brasília 22 de julho de 2013 – A FINEP – Agência Brasileira da Inovação acaba de divulgar o resultado preliminar das empresas selecionadas no Plano de Apoio Conjunto Inova Aerodefesa, lançado em parceria com o BNDES, Ministério da Defesa e Agência Espacial Brasileira (AEB). Foram habilitadas 69 Empresas Líderes que estarão aptas a apresentar os planos de negócios e participar do workshop de instrução e fomento de parcerias, a ser realizado no dia 27 de agosto, em São Paulo, juntamente com as empresas parceiras e as ICTs cadastradas. Os recursos disponibilizados no edital somam R$ 2,9 bilhões, sendo que a demanda qualificada até o momento é de R$ 12,6 bilhões.

Cada projeto receberá o total de até 90% do financiamento, sendo os 10% restantes contrapartida obrigatória das instituições qualificadas. Empresas parceiras e ICTs que também encaminharam Cartas de Manifestação de Interesse receberão um e-mail do Inova Aerodefesa comprovando o cadastro realizado. Também foram aprovados na etapa de pré-qualificação os quatro fundos de investimento cadastrados, com demanda global de R$ 500 milhões. O resultado definitivo da seleção das empresas líderes após recursos está previsto para o dia 12 de agosto.

A finalidade do edital é selecionar planos de negócios de empresas brasileiras que contemplem projetos de inovação nas quatro linhas temáticas:  Aeroespacial, Defesa, Segurança e Materiais Especiais. A ideia é incentivar o adensamento de toda a cadeia produtiva destes setores, considerados estratégicos dentro do Plano Inova Empresa, do Governo Federal.

O Programa Inova Empresa está sendo conduzido pelo Departamento das Indústrias Aeroespacial, Defesa e Segurança, lotado na Superintendência Regional de São Paulo. Contatos com relação a este programa devem ser direcionados para o e-mail cp_inova_aerodefesa@finep.gov.br.

Fonte: Finep

Comentário do blog: praticamente todas as principais indústrias nacionais que atuam em tecnologia espacial figuram na pré-seleção do programa. Curiosa também a presença de quatro grandes empreiteiras nacionais, que submeteram projetos: Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão. Aliás, sobre os negócios e interesses das grandes empreiteiras nos setores de defesa e aeroespacial, recomenda-se a leitura da análise "As cinco irmãs no setor de defesa", publicada na coluna "Defesa & Negócios" da revista Tecnologia & Defesa n.º 133, que se encontra nas bancas.
.

domingo, 21 de julho de 2013

Tecnologia & Defesa n.º 133

.

Já está nas bancas de todo o Brasil o número 133 da revista Tecnologia & Defesa, que dentre os vários assuntos abordados, traz um especial sobre o setor espacial, com textos sobre satélites de observação terrestre na América do Sul, uma entrevista com Jean Noel Hardy, diretor da Astrium para a América Latina, e outros. Destacamos abaixo as principais reportagens:

- Entrevista com Jean-Noel Hardy, diretor da Astrium para a América Latina
- IVECO: inaugurada a fábrica em Minas Gerais
- Torres para o veículo blindado Guarani
- Mísseis antiaéreos na América do Sul
- PROSUB: Obras em Itaguaí
- Um panorama sobre satélites de observação na América do Sul
- Conhecendo as instalações da Thales Alenia Space na Europa
- América do Sul: Aviação Militar de Transporte
- Ensaio Fotográfico: LAAD 2013
- Coluna Defesa & Negócios
- E muito mais!
.

SGDC na mira do TCU

.
TCU fiscaliza aquisição do satélite geoestacionário pela Telebras 

Luís Osvaldo Grossmann 
19/07/2013

Os ministros do Tribunal de Contas da União decidiram acompanhar mais de perto o processo de aquisição do Satélite Geoestacionário de Defesa e de Comunicações Estratégicas, bem como do acordo acionário entre Embraer e Telebras para a formação da Visiona Tecnologia Espacial.

A Visiona é a joint-venture da estatal de telecom e a Embraer Defesa, formalizada em maio do ano passado, para a compra e o desenvolvimento do satélite geoestacionário – que terá a função de garantir comunicações seguras às Forças Armadas, além de ampliar a capacidade de oferta de banda larga em regiões isoladas do país.

Segundo a Telebras, a aquisição dos componentes está se encaminhando para a etapa decisiva. Três empresas – Mitsubishi Electric Corporation (Melco), Space Systems/Loral e Thales Alenia Space – foram pré-selecionadas para o fornecimento do sistema do satélite geoestacionário.

Até aqui o satélite contaria com cerca de R$ 720 milhões em recursos do Orçamento da União. O projeto, porém, já foi adiado. Inicialmente o objetivo era lançar o satélite no próximo ano. Agora, a expectativa é de que ainda seja possível fazê-lo em 2015.

As três empresas foram escolhidas entre as oito propostas apresentadas, especialmente por conta das ofertas de transferência de tecnologia. Dentro da perspectiva do prazo mencionado, um posicionamento sobre as propostas deve ser apresentado até o fim deste mês.

Fonte: Convergência Digital
.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

INPE e OTCA: monitoramento do desmatamento

.
INPE e OTCA firmam acordo para monitorar desmatamento nos países amazônicos

Quinta-feira, 18 de Julho de 2013

As tecnologias de monitoramento da floresta desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) irão beneficiar os países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Parceria firmada entre as duas instituições permitirá a capacitação de técnicos da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que aprenderão no Centro Regional da Amazônia do INPE, em Belém (PA), a manejar as ferramentas que fizeram da instituição brasileira uma referência mundial no monitoramento por satélites.

Acordo assinado entre o diretor do INPE, Leonel Perondi, e o secretário geral da OTCA, Robby Ramlakhan, facilitará a disponibilização do TerraAmazon, o sistema desenvolvido pelo instituto para seus programas de monitoramento da Amazônia Legal Brasileira, como PRODES e DETER. O documento foi assinado nesta quarta-feira (17/7) na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).

Segundo a OTCA, o objetivo é estabelecer um sistema regional coordenado de monitoramento da cobertura florestal, tendo como referência as metodologias e tecnologias desenvolvidas pelo INPE. Assim, o conhecimento adquirido na instituição brasileira deve contribuir para a governança de questões relacionadas ao desmatamento e ao uso da terra nos países.

Está prevista a realização de 12 cursos de capacitação sobre monitoramento do desmatamento. A parceria entre INPE e OTCA também possibilitará instalar “Salas de Observação” nos países membros da organização, que poderão acompanhar em tempo quase real as informações sobre a extensão e a qualidade da cobertura florestal nessa região.

Vigilância por satélites

Através do INPE, o Brasil monitora por satélite 4 milhões de Km² de florestas na Amazônia todos os anos. O maior programa de acompanhamento de florestas do mundo permite ao país medir o desmatamento e divulgar com transparência todas as informações obtidas a partir dos satélites.

O monitoramento por satélites é hoje imprescindível na contenção do desmatamento para proteger a biodiversidade e frear alterações no clima, além de gerar as informações necessárias à implantação de políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Desde 1988, o INPE mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES).

O INPE mantém em operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia – além do PRODES, o DETER e o DEGRAD -, que atuam de forma independente, porém complementares.

O PRODES revela a taxa anual do desmatamento por corte raso, quando todo o conjunto de árvores da floresta é retirado. Desde 2004, o INPE também opera o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER). Menos detalhado do que o Prodes - por utilizar sensores que cobrem a Amazônia com maior frequência, porém com imagens de menor resolução espacial -, o DETER inclui tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal. É utilizado para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

Em 2008, o aumento da degradação indicado pelo Deter motivou a criação do terceiro sistema, denominado DEGRAD, para identificar as áreas que ainda não podem ser classificadas como corte raso, mas já estão comprometidas pelo desmate. Em 2011, o INPE lançou o TerraClass, que revela como estão sendo usadas as áreas onde não se encontra mais floresta nativa.

Toda essa experiência está resultando na transferência de conhecimento e tecnologia para outros países desenvolverem sistemas próprios de controle sobre o desmatamento. A ajuda oferecida a outros países interessados em avançar na vigilância de suas próprias florestas faz do Brasil um líder de iniciativas internacionais para o controle do desmatamento e da degradação florestal em todo o mundo.

Fonte: INPE
.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Exclusivo: Projeto MMM, a proposta gaúcha no Inova Aerodefesa

.
Na última semana, Tecnologia & Defesa / Blog Panorama Espacial esteve em Porto Alegre (RS), na sede da AEL Sistemas e se encontrou com Marcos Arend, Diretor de Tecnologia, para conhecer um pouco mais sobre a proposta de desenvolvimento do Microssatélite Militar Multimissão (MMM), apresentada pela companhia gaúcha em conjunto com outras empresas e universidades do Rio Grande do Sul, no âmbito do Programa Inova Aerodefesa, da Finep, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério da Defesa e Agência Espacial Brasileira. Esta é também uma das primeiras iniciativas do Polo Tecnológico de Sistemas Espaciais do Rio Grande do Sul, criado no final de abril, e que conta com importante apoio do governo estadual local.

A proposta foi elaborada tendo em vista a chamada do Inova Aerodefesa para plataformas de pequeno porte, levando-se ainda em consideração o crescimento do uso de pequenos satélites para aplicações no setor de defesa, e a possibilidade do desenvolvimento de uma solução que não seja classificada como COTS (commercial off-the-shelf) para atender o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), do Ministério da Defesa, e a integração de capacitações espaciais disponíveis no Rio Grande do Sul, tanto de empresas como universidades. Além dos recursos do programa da Finep, o projeto deve demandar ainda investimentos adicionais das próprias empresas e de linhas de fomento do governo estadual. A proposta está em análise e a divulgação da primeira seleção deve acontecer no próximo dia 22.

Caso aprovado, o primeiro passo do MMM envolveria o desenvolvimento de uma pequena plataforma para colocação em órbita em 2015, muito provavelmente no primeiro voo do lançador Cyclone 4, decolando do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Esta primeira missão, denominada MMM-1, teria cerca de 20 kg de massa e contaria com desenvolvimentos da AEL Sistemas em matéria de sistemas de suprimento de energia - hoje uma de suas especialidades no campo espacial, plataforma e sistemas de controle. À Digicon, com sede em Gravataí (RS), caberia o fornecimento da parte estrutural e integração dos painéis solares, além de todo o mecanismo de deployment das antenas, representando o seu retorno ao setor espacial, uma vez que nas décadas de oitenta e noventa participou dos projetos dos satélites SCD e da primeira geração do CBERS. A companhia ucraniana Yuzhnoye, com planos de em breve se instalar no Brasil, contribuiria com consultoria e suporte educacional. Note-se que, muito embora a AEL Sistemas seja controlada pelo grupo israelense Elbit Systems, sua capacitação em tecnologia espacial é local, independente da controladora.

Três universidades também integram o projeto: a UFRGS, que deve contribuir com sua capacitação em análise de radiação para componentes eletrônicos; a PUCRS, que tem grande expertise em radiofrequência, comunicações e transpônderes digitais; e a UNISINOS, participando com suas habilidades em microeletrônica, em particular, conhecimentos da tecnologia MEMS (Micro-Electro-Mechanical Systems), que seriam aplicados no desenvolvimento de um propulsor elétrico. A UNISINOS, aliás, tem colaborado com institutos da Coréia do Sul e da Suíça em pesquisas e projetos desta tecnologia.

O MMM-1 disporia de uma plataforma básica, com controle de atitude passivo, sem controle de órbita, destinado a operar a uma altitude de 700 km. Ainda não há definição sobre qual seria a sua carga útil, e a decisão ficaria sob a responsabilidade do Ministério da Defesa. Mas, dentre as alternativas possíveis, estaria um dispositivo SIGINT (sigla em inglês para inteligência de sinais), o que permitiria, inclusive, a criação de uma doutrina no emprego desta capacidade pelas Forças Armadas brasileiras.

Passo seguinte do projeto MMM seria dado com um segundo modelo, o MMM-2, com massa total próxima de 30 kg, não classificado como COTS. Este modelo já contaria com controle de atitude, sendo que o próximo modelo, o MMM-3 com propulsão elétrica baseada na tecnologia MEMS.

A AEL Sistemas no setor espacial

A AEL Sistemas possui 20 anos de experiência no campo espacial, tendo desenvolvido e produzido diversos equipamentos eletrônicos para satélites brasileiros, em particular, sistemas de suprimento de energia. A empresa também participa do Projeto SIA - Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial, no desenvolvimento, produção e testes do computador de bordo (OBC).

Mais informações e detalhes sobre o MMM, o Polo Espacial do RS e a indústria espacial no sul do país estarão em reportagem espacial na edição de setembro de Tecnologia & Defesa.
.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Revista "Espaço Brasileiro" nº 15

.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu website a 15ª edição da revista institucional "Espaço Brasileiro", referente ao 1ª semestre de 2013.

A reportagem de capa trata da participação dos futuros usuários e da indústria no projeto do Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais (SABIA-Mar). O projeto binacional é também abordado na entrevista com o engenheiro Marco Antonio Chamon, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A edição também conta com pequenas reportagens e artigos sobre o aniversário de 40 anos de recepção de imagens de satélites pelo INPE, a utilização de foguetes de sondagem brasileiros na Europa, o papel da Visiona no Programa Espacial, o novo Laboratório de Caracterização de Materiais, do DCTA, e outros temas.

Para acessar a revista, disponível em arquivo PDF (pouco mais de 20 MB), clique aqui.
.

O Globo: "No espaço, Brasil fica à mercê do espião"

.
No espaço, Brasil fica à mercê do espião

País investiu R$ 1,5 bilhão para ter próprios foguetes e satélites, mas nenhuma missão chegou ao fim

O GLOBO
13/07/2013 - 22h03

RIO - O Brasil não apenas tem ferramentas insuficientes para conter ações de espionagem operadas por satélites como está muito longe de conhecer os meios pelos quais informações estratégicas são capturadas pelos Estados Unidos ou por qualquer outra nação. Todas as missões de tecnologia de ponta made in Brazil para captar do espaço dados e imagens na Terra estão pelo caminho ou convivem com atrasos simbólicos de um programa que se notabiliza pela falta de planejamento de longo prazo.

Levantamento inédito feito pelo GLOBO permite afirmar que as cinco principais operações lançadas na última década para construir satélites ou foguetes única fórmula para o teste completo de uma nova tecnologia no setor aeroespacial já receberam R$ 1,5 bilhão. Porém, nenhuma missão foi concluída até hoje, o que torna o país incapaz de fabricar equipamentos que, ao menos, identificariam a localização do espião.

Como resultado, além da obsolescência de componentes e desperdício de tempo e dinheiro, o país é refém de quem o espiona para monitorar o que ocorre em território nacional. Pior: depende da boa vontade ou não de outros países para dar seguimento aos principais projetos neste setor, cuja marca é o rigor técnico e o controle de falhas.

Defeito difícil de justificar

Foi exatamente a falta de competência técnica que levou o Brasil a comprar dos americanos uma espécie de transformador que regula a energia de um satélite que deveria ter sido lançado no ano passado. Trata-se do satélite Cbers 3, o quarto de uma família de cinco equipamentos produzidos em cooperação com a China para o registro de dados e imagens da Terra.

Ocorre que este transformador de energia apresentou sérios defeitos. O lançamento está atrasado em pelo menos um ano. E fonte graduada do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirma: a compra do equipamento talvez não tenha sido a melhor escolha e é difícil encontrar justificativa para a quantidade de defeitos identificada nesse componente vital.

Curiosamente, o Brasil lançou há pouco menos de dez anos um projeto chamado de Plataforma Multimissão (PMM), cujo objetivo é exatamente o desenvolvimento do componente de suprimento de energia. Mas a missão da PMM ainda repousa em solo, dentro do Inpe.

O nó tecnológico se repete em sistemas ainda mais sensíveis, como a correção do rumo de uma câmera de vídeo a bordo de um satélite, que depende de um dispositivo para controle de atitude e órbita. Este mecanismo permite que o dono do satélite mude a rota de sua abordagem. Um sistema como esse, por exemplo, fez com que, na Guerra das Malvinas, os americanos mudassem o curso de um satélite e suspendessem o serviço de dados meteorológicos para o Brasil durante alguns dias. Só este ano o Brasil testará seu componente.

O ministro da Ciência e Tecnologia admite, sem rodeios, que o Brasil enfrentou graves dificuldades seja por pressão externa ou por desorganização interna para fazer engrenar o programa. E afirma que o país demorou muito a compreender que cabe à iniciativa privada, induzida pelo Estado, tocar os projetos que incorporam novas tecnologias.

A marca do Programa Espacial Brasileiro é o atraso, não só na área de lançadores (foguetes) como de satélites. O Cbers está atrasado. Outros projetos estão atrasados. A minha opinião é que nós não temos um sistema eficaz de operacionalizar esse processo. Trata-se de repartições públicas de administração direta. O input de recursos é falho. Você não entrega os recursos na hora em que são necessários afirmou ao GLOBO o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp.

Oportunidade única perdida

Enquanto o Brasil patinou, China, Índia e Coreia do Sul fizeram seu dever de casa e usaram o que os técnicos chamam de janela de oportunidade, criada com o fim da Guerra Fria, para se aproximar minimamente dos grandes detentores de tecnologia espacial: EUA, Rússia, França e Japão.

Como ilustração, não há exemplo melhor do que o antigo projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS), cuja marca é um incêndio sem explicação determinada que matou 21 especialistas no Centro de Lançamento de Alcântara, há dez anos.

O projeto foi aprovado em 1979, como parte de um ambicioso plano para que o Brasil ingressasse no seleto grupo de países que dominam a tecnologia de uso do espaço para fins pacíficos. O VLS daria ao Brasil o conhecimento necessário para posicionar equipamentos no espaço, a chamada tecnologia de controle de órbita. Sem isso, não há voo espacial para pôr satélites em funcionamento.

Porém, passados 34 anos, o Brasil já aplicou cerca de R$ 350 milhões no VLS e ainda não domina essa tecnologia. O orçamento claudicou e equipamentos deixaram de ser comprados ou ficaram obsoletos a ponto de perder a garantia operacional. O projeto passou a respirar por aparelhos.

Considerando-se a pressão do mercado externo e a busca por resultados efetivos, é cada vez mais difícil a manutenção do projeto com recursos esparsos, os quais causam constantes atrasos e até retrocesso no desenvolvimento do veículo admitiu o gerente do VLS-1 no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), coronel Alberto Walter da Silva Melo Júnior.

O cronograma indica que o VLS será acionado entre 2015 e 2016. Para tanto, será preciso planejamento contínuo. Caso contrário, o atraso continuará sendo a única certeza constante.

Fonte: Jornal O Globo.
.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Celso Amorim fala sobre SGDC no Senado

.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, esteve ontem (10) no Senado Federal para participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. O convite foi motivado pelas denúncias de espionagem de comunicações nacionais por agências de inteligência dos Estados Unidos. O ministro também falou sobre o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDC, dando informações sobre a expectativa de conclusão do processo de seleção e colocação em órbita (32 meses após a assinatura do contrato). Abaixo, reproduzimos trecho da nota divulgada pelo Ministério:

Satélite brasileiro

O ministro da Defesa, em resposta às perguntas feitas pelos parlamentares, também tratou do projeto de construção de um satélite geoestacionário a ser colocado em órbita por um consórcio brasileiro. O projeto prevê investimentos de R$ 720 milhões. A licitação deve ser concluída no fim do mês e a assinatura do contrato está prevista para agosto deste ano. A previsão é que o satélite geoestacionário entre em funcionamento 32 meses após o contrato assinado.

Amorim afirmou que o projeto é prioridade. Ele explicou que a Defesa terá uma banda específica para comunicações militares, a chamada banda X. O ministro assinalou aos parlamentares a necessidade de o Brasil desenvolver satélites exclusivos para a defesa, além do geoestacionário em curso. “É um projeto e esses projetos custam caro, como custa também caro o Sisfron, que é uma prioridade nossa”, afirmou, fazendo referência ao sistema do Exército de monitoramento de fronteira.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ariane 6: design selecionado

.

As agências espaciais da França e Europa divulgaram ontem (09) o design do futuro lançador Ariane 6, sucessor do Ariane 5, em operação. O novo lançador, que deve entrar em operação no início da próxima década, terá uma performance inferior ao Ariane 5, mas seu custo de operação deverá ser menor.

O Ariane 6 terá os dois primeiros estágios com propulsores de combustível sólido, com propulsão criogênica (oxigênio e hidrogênio líquidos) sendo utilizada apenas no estágio superior. Sua capacidade de inserção de cargas úteis em órbita de transferência geoestacionária, destino da maior parte dos satélites de comunicações, não será superior a 6,5 toneladas (o Ariane 5 hoje é capaz de lançar cerca de 9 toneladas, capacidade que será incrementada na versão ME - Midlife Evolution, para 11 toneladas). O custo alvo para cada lançamento é de 70 milhões de euros, assumindo uma cadência de 9 a 15 missões por ano.

O design selecionado não é modular, como especulado antes, mas surge numa única configuração: três propulsores de combustível sólido, cada um com 135 mil quilos de combustível, alinhados formando o primeiro estágio. O segundo estágio terá um propulsor de combustível sólido similar. O terceiro e último estágio será formado por um motor Vinci, da companhia europeia Snecma/Safran, em desenvolvimento para o Ariane 5 ME, previsto para entrar em operação em 2018.

A seleção do design do Ariane 6 levou em conta três critérios principais: custos de desenvolvimento, tempo para entrada em serviço e custos operacionais. Outro ponto levado em consideração foi também a sinergia com o lançador Vega, que tem propulsores de combustível sólido, levando-se a economias de escala.

Os governos que integram a Agência Espacial Europeia devem se reunir no final de 2014 para decidir sobre o desenvolvimento integral do novo lançador, que segundo estimativas da agência espacial francesa, deve alcançar de 2,5 a 3,5 bilhões de euros num período de 7 anos iniciando-se em 2015. Acredita-se que o governo francês deva assumir cerca de 50% dos custos de desenvolvimento, cabendo aos demais países europeus a fatia restante.
.

Chamada do CNPq para a área aeroespacial

.
MCTI e CNPq lançam chamada para área Aeroespacial

As propostas serão contempladas com o valor máximo de R$ 500 mil, incluindo despesas de capital, custeio e bolsas

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram na terça-feira (9), a Chamada Pública MCTI/CNPq/CT-Aeronáutico/CT Espacial N° 22/2013, com objetivo de apoiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área Aeroespacial. O período destinado à submissão das propostas será entre 10 de julho e 26 de agosto.

O valor total aplicado nesta iniciativa é de R$ 11 milhões, sendo R$ 8 milhões do FNDCT/CT-Aeronáutico e R$ 3 milhões do FNDCT/CT-Espacial. As propostas serão contempladas com o valor máximo de R$ 500 mil, incluindo despesas de capital, custeio e bolsas. O prazo para execução dos projetos aprovados será de 36 meses.

Os temas selecionados na área Aeroespacial são: Aerodinâmica; Materiais de Aplicação Aeroespacial; Sistemas de Propulsão; Robótica e Armas Inteligentes; Sensores de Uso Aeroespacial; Simuladores; Hipervelocidade; Estruturas; Guiamento e Controle; e Sistemas de Comando e Controle.

As propostas devem ser cadastradas na Plataforma Carlos Chagas, localizada no site do CNPq. A divulgação dos projetos contemplados terá início a partir de outubro de 2013, no Diário Oficial da União (DOU) e na página do CNPq, assim como o início do financiamento.

Fonte: CNPq, via JC E-mail de 10/07/2013.
.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Satélite gaúcho para o Ministério da Defesa?

.
Desenvolvimento de satélite

O Piratini aguarda até agosto uma resposta sobre o seu projeto inscrito em edital da Agência Brasileira de Inovação (Finep), que irá contratar equipamento para a defesa nacional. O governo gaúcho, em fase de constituição de um polo espacial em parceria com a AEL System, PUCRS, Unisinos e UFRGS, apresentou a ideia de construir um microssatélite multiuso militar, chamado de MMM. Se o projeto for aceito, a Finep repassará R$43 milhões para o seu desenvolvimento.

Depois, o próprio Ministério da Defesa comprará o equipamento. O MMM deverá ser construído pela AEL System, subsidiária de uma empresa israelense. A proposta foi apresentada pelo Piratini ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que demonstrou interesse.

Fonte: jornal Zero Hora, 09/07/2013.

Comentários do blog: o edital mencionado na nota do jornal gaúcho é o programa Inova Aerodefesa, lançado pela FINEP, Agência Espacial Brasileira, Ministério da Defesa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No início do mês, a Agência Espacial Brasileira divulgou que o Inova Aerodefesa teve demanda superior em 4,4 vezes o total dos recursos disponíveis, R$2,9 bilhões. Ao todo, foram encaminhadas 285 cartas de manifestação de interesse, das quais 90 de empresas líderes, 117 de empresas parceiras e 78 de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). As propostas totalizaram cerca de R$13 bilhões. A previsão é a que lista das empresa líderes enquadradas para ter continuidade no processo de seleção ocorra em 22 de julho. Em breve, o blog Panorama Espacial trará mais informações sobre o Polo Espacial do RS e seus projetos.
.

domingo, 7 de julho de 2013

Desmatamento da Amazônia e as carências em observação

.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou na última sexta-feira (05) os dados mais atualizados sobre o desmatamento da região amazônica. O Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (DETER) identificou um crescimento de 370% no desmate na comparação de maio com o mesmo mês de 2012. As imagens de satélite mostram a que a retirada de floresta nativa alcançou 464,96 km², frente a 98,85 km² no mesmo período no ano passado.

De acordo com informações divulgadas pelo INPE, "o DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência de nuvens."

Os dados de maio foram apurados levando-se em conta uma cobertura de nuvens de 59% sobre a Amazônia Legal (as áreas em rosa do mapa acima correspondem aos locais encobertos, enquanto que os pontos amarelos mostram a localização dos alertas de desmatamento).

Apesar do DETER ser complementado pelos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (PRODES), que faz um cômputo anual dos desmatamentos por meio de imagens de satélites de melhor resolução espacial (o americano Landsat, a constelação DMC, e o indiano Resourcesat-1), fato é que os sistemas de monitoramento nacionais carecem de uma melhor capacidade de revisita, de resolução e mesmo de tipo de imagens. O imageamento por sensores radar, capazes de observar o solo mesmo com cobertura de nuvens, é uma necessidade há muito sentida. Interessante ainda notar que já há vários anos que o DETER e o PRODES não fazem uso de imagens geradas por satélites da série CBERS, que não estão em operação, lacuna que será cumprida quando do lançamento do CBERS 3.
.

sábado, 6 de julho de 2013

Proton, Cyclone 4 e os riscos de falhas

.
Em artigo publicado no blog Panorama Espacial há 4 anos, o especialista em propulsão espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Dr. José Nivaldo Hinckel, citou como um dos argumentos contrários à utilização do foguete Cyclone 4 pela Alcântara Cyclone Space (ACS) para lançamentos a partir do solo brasileiro, o risco ambiental e risco para habitantes próximos à base de lançamento representado pela falha do foguete nos instantes iniciais do lançamento.

Foi colocada também a seguinte questão: Porque o Brasil vai buscar o Acesso ao Espaço, seguindo uma trilha que está sendo progressivamente abandonada pelos outros programas?

A falha do foguete Proton, ocorrida na última segunda-feira (01), demonstra que este risco não é apenas hipotético. Coincidentemente, na edição desta mesma segunda-feira, a publicação especializada The Space Review divulgou a primeira parte de um artigo relatando ocorrência semelhante com um foguete Longa Marcha 3B, em 1996. A segunda parte do artigo será publicada na próxima segunda-feira. No episódio do lançador chinês, houve um número considerável de vítimas fatais. Dados oficiais reconhecem um número de vítimas da ordem de dezenas. Entretanto, há relatos que elevam este número para meio milhar. No último voo do foguete Titan IV, dos Estados Unidos, em 1998, houve outro incidente semelhante. Neste caso, a falha ocorreu a uma altura de alguns quilômetros. Em comum, todos estes foguetes tem a utilização de propelentes altamente tóxicos, uma mistura de hidrazinas e o tetróxido de dinitrogênio.

Neste tipo de incidente o risco imediato é a ocorrência de incêndio e explosões violentas resultante da queima parcial das centenas de toneladas de propelentes armazenadas nos tanques de propelentes que se se rompem. O risco remanescente é a contaminação ambiental relacionada à parcela sustancial dos propelentes não consumidos no incêndio local. Estes propelentes, principalmente o tetróxido que é mais volátil, formam uma nuvem tóxica de coloração alaranjada que se difunde no ar e é carregada e espalhada pelos ventos, ameaçando e destruindo plantações, animais e populações nas proximidades da base de lançamento.

Em função destes riscos, os programas que utilizam ou utilizaram estes propelentes foram e vão progressivamente abandonando o seu uso: a Agência Espacial Europeia e a Arianespace aposentaram os foguetes Ariane 2, 3 e 4 no início da década passada. Os Estados Unidos descontinuaram a utilização dos foguetes Titan 2 e 4 ainda na década de noventa e suspenderam a produção de novos foguetes Delta 2, restando um reduzido número de foguetes para atender a algumas missões da NASA e do Departamento de Defesa. A Rússia vem desenvolvendo os foguetes da família Angara com propelentes não tóxicos com a finalidade de substituir o venerável Proton. O primeiro testes de foguetes desta família está programado para ocorrer ainda este ano. A China igualmente desenvolve foguetes utilizando propelentes não tóxicos para substituir seus foguetes atuais que utilizam a mesma mistura de propelentes tóxicos. A Coréia do Sul busca o seu foguete utilizando propulsores baseados no foguete russo da família Angara.

Este tipo de acidente, falha nos instantes iniciais do lançamento, pode evidentemente ocorrer, e ocorre, com foguetes utilizando outros tipos de propelentes. Porém, os riscos ambientais e pessoais são muito maiores quando ocorre com foguetes carregados com centenas de toneladas de líquidos altamente inflamáveis e tóxicos.

Considerando os riscos acima expostos, a fragilidade dos planos de negócios e de implantação sustentado pela ACS, assim como a inadequação do envelope de lançamento do Cyclone 4 à demanda de lançamentos, é pertinente repetir a questão colocada há 4 anos: continuará o Brasil a busca do “Acesso ao Espaço” seguindo uma trilha evidentemente  traiçoeira e que está sendo abandonada por todos os outros programas?
.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cooperação Brasil - Ucrânia: ACS

.
Ucrânia pediu ao Brasil a acelerar a realização do projeto «Cyclone-4»

03 Julho, 15:00
A Ucrânia pediu ao Brasil a efetivar o financiamento para continuar o projeto «Cyclone-4».

Isto afirmou o Primeiro-Ministro Mykola Azarov durante uma reunião com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil Antonio Patriota.

«O projeto da nossa cooperação que se realiza com sucesso, é o «Cyclone-4 – Alcântara». A implementação bem-sucedida deste projeto reforçará o prestígio dos nossos países. Levando em consideração a atual situação econômica, o Governo da Ucrânia decidiu atrair os recursos de crédito para este projeto. Esperamos, que a parte brasileira também aproveitará todas as oportunidades para continuar a financiar a sua parte do projeto", - disse ele.

Mykola Azarov reiterou que o Brasil é o principal parceiro comercial estratégico da Ucrânia na América Latina, e em geral as relações econômicas entre os dois países estão se desenvolvendo bem. No entanto, acrescentou o Primeiro-Ministro, existem problemas nas relações comerciais: em particular, a Ucrânia considera infundadas duas investigações antidumping da parte brasileira envolvendo os produtores ucranianos de aço e de pneus.

De acordo com o Chefe do Governo, a intensificação das relações bilaterais favorecerá a Sexta Sessão da Comissão Intergovernamental Conjunta Ucraniano-Brasileira sobre a cooperação comercial e econômica. "É extremamente importante realizar a Sexta Sessão da Comissão Intergovernamental Ucraniano-Brasileira, e estamos dispostos a definir as datas para a reunião", - disse o Primeiro-Ministro.

Ele afirmou que a cooperação entre a Ucrânia e o Brasil nas esferas farmacêutica, técnico-militar, cultural e científica é promissora.

Mykola Azarov também convidou a Presidente do Brasil Dilma Rousseff visitar a Ucrânia. Na sua opinião, esta visita poderia ser realizada nos marcos da participação da Presidente do Brasil na reunião da G-20, em São Petersburgo. Ao mesmo tempo, o Primeiro-Ministro aceitou o convite do Chanceler para visitar o Brasil.

Antonio Patriota agradeceu ao Governo ucraniano pelo apoio ao representante brasileiro nas eleições do Diretor da Organização Mundial do Comércio e se comprometeu a apoiar a candidatura da Ucrânia para os membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU em 2016-2017.

Fonte: Embaixada da Ucrânia no Brasil.
.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Anatel e direitos de exploração de posições orbitais

.
Começou ontem (02) o período de contribuições para a proposta de edital de licitação de direitos de exploração de posições orbitais destinadas a satélites brasileiros. A proposta estará disponível no website da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pelo período de trinta dias, entidade reguladora responsável pela outorga dos direitos. O documento com informações sobre a proposta pode ser acessado clicando aqui.

O edital objeto da proposta deverá prever a licitação de quatro posições orbitais, e em relação ao último leilão, realizado em agosto de 2011, será permitida a operação de satélites exclusivamente em banda Ka, segmento que tem apresentado forte crescimento em todo o mundo.

Segundo informações divulgadas pela agência, "a Anatel concluiu que há grande demanda por provimento de capacidade de satélite para telecomunicações devido à ampliação do provimento de banda larga à população brasileira e também para atendimento das demandas relacionadas aos grandes eventos a serem realizados nos próximos anos."

Em agosto de 2011, a Anatel licitou quatro direitos, adquiridos pela Star One e pela HNS Americas Comunicações, arrecadando mais de R$254 milhões.
.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Proton: mais uma falha



Na noite desta segunda (01), um foguete russo Proton apresentou uma falha nos momentos iniciais de seu lançamento, mudando a sua trajetória em direção ao solo e impactando contra o solo, causando uma impressionante explosão. Veja o vídeo aqui.

O foguete realizava uma missão para o governo russo, transportando três satélites de navegação do programa GLONASS.

Esta foi a quinta falha nos últimos dois anos e meio, sendo que a maioria decorreu de problemas no estágio superior (upper stage), não produzindo, portanto, imagens espetaculares e ao mesmo tempo assustadoras como a do vídeo. As seguidas falhas minam a imagem da indústria espacial russa, que tem sofrido com problemas latentes de qualidade em seu processo industrial.

O Proton, aliás, é um dos três lançadores mais fortemente considerados para o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O processo de escolha deve ser iniciado após a seleção do fornecedor do SGDC, prevista para o final desse mês.
.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Banda X: destaque em evento sobre comunicações por satélite

.
Soluções de comunicação via satélite para Governo é tema em evento realizado em São Paulo 

São Paulo, 01 de julho de 2013 – Nos dias 2 e 3 de julho, a Arycom - provedora de soluções e serviços de comunicação via satélite - apresenta soluções de comunicação via satélite em Banda X, voltadas para o Governo. A apresentação acontece durante o VSAT América Latina 2013, que reúne representantes do mercado de telecomunicações, em especial comunicação via satélite, em São Paulo.

Durante o evento, a Arycom fará uma análise comparativa entre transmissão de voz e dados por meio da Banda X e as bandas C, Ku e Ka. Esta análise é fundamental, uma vez que a maioria dos países fora da América Latina fazem uso das faixas de frequências comerciais tradicionais utilizadas para comunicações por satélite (Ku, C, Ka e L) e da banda de frequência específica para o governo/militar (Banda X), que garante mais rendimento, segurança nas comunicações e resistência a intempéries.

“A Banda X dedicada aos serviços dos governos e seus setores de Defesa é usual ao redor do mundo, porém não é tão utilizada na América Latina. Há apenas dois transponders no Brasil alocados para o Ministério da Defesa. A maioria dos países desenvolvidos fora da América Latina usa a Banda X para suas comunicações mais importantes e confidenciais”, destaca Iñigo Lopez, gerente regional da Arycom.

Os terminais portáteis VSAT em Banda X podem atingir velocidades de transmissão superiores a 2Mbps. Isso permite que o Governo mantenha comunicações seguras e rápidas para serviços que envolvam principalmente operações em áreas remotas (situações corriqueiras para os integrantes da Força Aérea, Marinha e Exército, por exemplo).

Serviço:

VSAT América Latina 2013
Grand Hyatt – São Paulo - Avenida das Nações Unidas, 13.301
Data: 2 e 3 de julho de 2013

Fonte: assessoria de imprensa da Arycom.
.

Reunião do Conselho Superior da AEB

.
CONSELHO SUPERIOR DA AEB REÚNE-SE EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Brasília, 1 de julho de 2013 – O Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira (AEB) se reuniu, nos dias 27 e 28 deste mês, em São José dos Campos (SP). Na ocasião, os conselheiros tiveram uma visão geral dos principais projetos do Programa Espacial Brasileiro e, também, conheceram os institutos localizados na cidade paulista.

Os participantes do conselho visitaram laboratórios do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). No Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), conheceram o Laboratório de Integração e Testes (LIT) e o Centro de Rastreio e Controle.

A reunião foi realizada em São José dos Campos a pedido do presidente da AEB, José Raimundo Coelho. “É importante que os conselheiros da instituição vejam de perto onde o Programa Espacial Brasileiro realiza suas atividades”, acredita. A próxima será realizada em outubro, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.

Durante a reunião, tomaram posse como membros titulares do Conselho: Sandro Francalacci Faria, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; Hildo Prado Filho, do Comando do Exército do Ministério da Defesa; Fernando Rizzo, da comunidade científica;Alexandre Cabral, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Como membros suplentes, assumiram: Ana Lúcia Assad, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Edilson Urbano, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

Conselho Superior – Criado em 1994 e presidido pelo presidente da AEB, o Conselho é responsável por apreciar propostas de atualização da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE), para encaminhamento ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Informação; deliberar sobre as diretrizes para execução da PNDAE aprovada pelo Presidente da República; atuar na elaboração do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), bem como de suas atualizações e apreciar anualmente seu relatório de execução.

São atribuições do Conselho, também, atuar na elaboração da proposta orçamentária anual da AEB; apreciar as propostas de atos de organização e funcionamento do Sistema Nacional de Atividades Espaciais; apreciar acordos, contratos, convênios e outros instrumentos internacionais, no campo das atividades espaciais; propor subsídios para a definição de posições brasileiras em negociações bilaterais e em foros internacionais, referentes a assuntos de interesse da área espacial; aprovar diretrizes para o estabelecimento de normas e expedição de licenças e autorizações relativas às atividades espaciais; e opinar sobre projetos de leis, propostas de decretos e de outros instrumentos legais, relativos às atividades espaciais.

Fonte: AEB
.