domingo, 30 de novembro de 2014

"Intensificar a cooperação entre instituições civis e de defesa", artigo de José Monserrat Filho

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Intensificar a cooperação entre instituições civis e de defesa

José Monserrat Filho*

O Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento (PNPC), criado em junho deste ano pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), poderá ser o centro de promissora colaboração entre esta pasta e o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército (DCT).

O titular do MCTI, Clelio Campolina Diniz, e o chefe do DCT, general Sinclair James Mayer, começaram, em 27 de novembro, a articular possíveis parcerias dentro do Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento. A defesa cibernética é cotada para ser uma das áreas de trabalho conjunto entre as duas instituições.

Segundo o ministro Campolina, o Programa de Plataformas do Conhecimento busca elevar o patamar e o impacto da CT&I no desenvolvimento do país. Serão implantadas 20 Plataformas ao longo de dez anos, inclusive com arranjos público-privados, em campos como agricultura, saúde, Amazônia, aeronáutica, naval e equipamentos submarinos, manufatura avançada, tecnologias da informação e da comunicação (TICs), defesa e mineral. O ministro espera que o Exército venha a ser parceiro, entre outros, no setor de TICs, que inclui a defesa cibernética como atividade de enorme relevância no mundo atual, e em especial no Brasil.

O Exército, por seu turno, realiza pesquisas em áreas de fronteira do conhecimento. O general Mayer preza muito os inúmeros projetos inovadores em curso na sua instituição e enfatiza o desenvolvimento de softwares, como a capacidade que vem sendo a base de seus sistemas.

Aeronáutica e Marinha também são fontes de considerável progresso em CT&I.

O PNPC dispõe de um comitê técnico com membros do MCTI, bem como dos ministérios da Educação (MEC) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mais as pastas com interesses em temas específicos. Trata-se de reunir competências e talentos numa infraestrutura de CT&I de última geração, para resolver questões, demandas e interesses estratégicos, gerando conhecimento, produtos e processos de alto impacto no desenvolvimento do país.

A iniciativa não poderia ser mais útil. Talvez até já devesse estar por aí, bem estabelecida e gerando frutos em áreas estratégicas de que o Brasil tanto precisa.

A área espacial também deveria entrar neste círculo virtuoso. Essa é a conclusão a que chegou, após um ano e meio de estudos, o Grupo de Trabalho especialmente constituído pelo Núcleo de Estudos de Direito Espacial da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA) para elaborar um projeto de Lei Geral das Atividades Espaciais do Brasil.

O projeto propõe uma estrutura de estreita colaboração e ajuda mútua permanentes entre os setores civil e de defesa, comprometidos com programas espaciais de interesse nacional. Os dois setores desempenham funções específicas e diferenciadas, mas suas atividades, mas, ao mesmo tempo, têm muito em comum. E essa comunidade de interesses e competências pode e deve ser melhor aproveitada em benefício de ambos os setores e, acima de tudo, do país.

Não por acaso, o projeto parte da ideia chave de que as atividades espaciais no Brasil devem ser definidas como de segurança nacional, conforme reza seu Art. 1º e, em particular, seu Art. 3º: “Todas as atividades espaciais nacionais, civis e de defesa, são consideradas de segurança nacional, porque devem estar comprometidas com a exploração e o uso pacíficos do espaço exterior e com o desenvolvimento científico, tecnológico, industrial, econômico, social e cultural do País, bem como com a defesa dos legítimos interesses de proteção, tranquilidade e bem estar da população brasileira.” Esse conceito também está presente no Art. 6º, sobre “os objetivos das atividades espaciais nacionais”. O primeiro objetivo é o de “promover o desenvolvimento social e econômico, o avanço científico e tecnológico, a proteção, a tranquilidade e o bem-estar da população, dentro do conceito de segurança nacional adotado por esta Lei”.

Essa visão é perfeitamente possível, porque o Brasil é, de fato, um país pacífico, sem problemas de guerra, tanto no continente americano como no mundo inteiro. E tradicionalmente defende a solução pacífica das controvérsias, em harmonia com a Carta das Nações Unidas. Isso permite forte e sadia aliança entre civis e militares no avanço e uso da CT&I em qualquer área.

Vice-Presidente da SBDA, Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, membro pleno da Academia Internacional de Astronáutica, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB). Este artigo reflete unicamente o ponto de vista do autor.
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Hotsite da missão CBERS 4

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Infográficos e animações mostram como será o lançamento do CBERS-4

Sexta-feira, 28 de Novembro de 2014

Vídeos, infográficos animados, imagens e uma linha do tempo compõem o site comemorativo (www.cbers.inpe.br/hotsite) do CBERS-4 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). A página também traz uma contagem regressiva para o lançamento do satélite, previsto para o dia 7 de dezembro de 2014.

A “linha do tempo” traça um histórico do Programa Espacial Brasileiro, a partir da Missão Espacial Completa Brasileira (1979), que estabeleceu o desenvolvimento de satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o de veículos lançadores e de centro de lançamentos pelo então CTA, hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A cronologia passa pelo desenvolvimento da infraestrutura do programa espacial (Laboratório de Integração e Testes de Satélites, Centro de Rastreio e Controle de Satélites); o início da cooperação internacional com a China, para o desenvolvimento de satélites de monitoramento do território; o desenvolvimento e lançamento dos Satélites de Coleta de Dados Ambientais (SCDs); o lançamento dos satélites da família CBERS, e a política pioneira de distribuição gratuita de imagens de satélites.

Na página “Por dentro do CBERS”, é possível identificar as partes do satélite que ficaram sob responsabilidade do Brasil e da China – cada um com 50% de participação.

“O Brasil visto do espaço” traz uma seleção de imagens produzidas pelos satélites CBERS, mostrando as capitais brasileiras.

Na área “Multimídia” estão disponíveis vídeos, animações e sistemas interativos sobre o desenvolvimento, a construção e o funcionamento de satélites de recursos terrestres, como o CBERS.

Uma “animação” que mescla imagens reais com efeitos de computação gráfica mostra o lançamento do CBERS pelo foguete chinês Longa Marcha-4, da contagem regressiva à abertura do painel solar do satélite.

O site comemorativo também traz um link para a página oficial do Programa CBERS, onde estão disponíveis informações detalhadas sobre o satélite e os 26 anos de cooperação internacional China-Brasil.

Fonte: INPE
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sábado, 29 de novembro de 2014

CBERS 4 acoplado ao lançador

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Satélite é acoplado ao 3° estágio do lançador

Sexta-feira, 28 de Novembro de 2014

Na base de Taiyuan, na China, o satélite sino-brasileiro CBERS-4 foi instalado ao adaptador do terceiro estágio do lançador Longa Marcha 4B. Em seguida a coifa foi também montada junto ao adaptador do foguete. A operação ocorreu nesta quarta-feira (26/11).

O conjunto montado segue para a torre de lançamento e será acoplado aos demais estágios do Longa Marcha 4B. O satélite está previsto para ser lançado no próximo dia 7 de dezembro.

As equipes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, na sigla em inglês) realizam os últimos preparativos para o lançamento do quinto satélite do Programa CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).

Fonte: INPE
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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cooperação Brasil - Canadá

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Brasil e Canadá planejam cooperação espacial para 2015  

Brasília, 26 de novembro de 2014 – O novo secretário da Embaixada do Canadá para assuntos comerciais, Keith Banerjee, e o delegado comercial do Consulado Geral do Canadá em São Paulo, Alex Krell, ambos responsáveis pela cooperação com o Brasil na área espacial, foram recebidos pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, e pelo chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho, nesta terça-feira (25).

Inicialmente, tratava-se de uma visita de cortesia, destinada a apresentar o novo funcionário Banerjee, recém-chegado ao Brasil. Mas a conversa evoluiu para uma reunião de trabalho, indo além de simples audiência para abordar ideais e planos sobre atividades futuras.

Confirmou-se a realização em 25 de fevereiro próximo de mais uma videoconferência entre diretores e técnicos das agências espaciais do Brasil e do Canadá, e, provavelmente, de outras instituições e empresas interessadas dos dois países, sobre um eventual projeto de cooperação em torno de satélites radar de abertura sintética, que completam a função dos satélites electro-ópticos, graças à capacidade de “enxergar” através das nuvens e da copa das árvores no monitoramento das florestas.

Ficou também decidida a promoção em meados de 2015 do 2º Workshop Missão Espacial Canadense no Brasil, a se realizar no Parque Tecnológico de São José dos Campos, em São Paulo, onde ocorreu o primeiro evento, em março último.

Resolveu-se ainda intensificar a colaboração na área de formação de especialistas, com a ida de pós-graduados brasileiros ao Canadá e a vinda ao Brasil de professores dos cursos de engenharia espacial canadense.

Acertou-se igualmente criar parceria entre universitários dos dois países em programas de construção de pequenos satélites.

Fonte: AEB
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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Clima espacial: novo portal do Embrace

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Lançado novo portal do Clima Espacial

Terça-feira, 25 de Novembro de 2014

O Programa de Estudos e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apresenta a nova versão de seu portal de informações, com mais funcionalidades para facilitar a obtenção de dados sobre o estado atual do clima no espaço.

Formatado para atender às principais necessidades dos usuários, o novo portal é baseado no software livre para edição 'Word Press (TM)', ferramenta que permite aos previsores do Embrace/INPE disponibilizar as informações com ilustrações de alta resolução e maior riqueza de detalhes. A partir de agora também é possível classificar as informações de acordo com o público: cientistas, educadores e mídia.

“Os usuários podem acessar o portal em seus tablets, celulares ou quaisquer dispositivos móveis sem perder informação. Os menus, imagens e tudo mais são automaticamente redimensionados para se adaptarem ao dispositivo que está acessando o portal”, comenta Joaquim Eduardo Rezende Costa, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Embrace/INPE.

Outra novidade é que agora as informações sobre escalas de perturbação por Radiação Solar (Fluxo de Raios-X ou Escala R) e de Tempestade Geomagnética (Índice Ksa ou Escala G) aparecem logo na página de entrada do portal. Isso atende a uma demanda da comunidade de usuários de clima espacial que trabalha com controle de órbitas de satélites, comunicação na faixa de frequência em HF, operadores de sistemas de energia elétrica etc., que podem ter uma ideia imediata de como está o sistema espacial capaz de influenciar suas atividades.

Um sumário das escalas foi colocado em forma de ícones no topo da página, logo abaixo do menu principal. Ali é possível verificar o último, o máximo e o atual índice de cada escala ao longo do dia. Saiba mais aqui sobre as novas funcionalidades.

“São feitos investimentos constantes em atualizações e expansões dos sistemas de informações (bancos de dados, servidores, memórias físicas e virtuais e softwares) do programa Embrace/INPE para assegurar que o crescimento de demanda seja atendido com segurança e qualidade”, informa Marcelo Banik de Pádua, gerente de Operações do Embrace/INPE.

“Este novo portal e este novo sistema de informações são o reflexo de anos de trabalho de toda a equipe para fazer as pesquisas espaciais, desenvolver os produtos, processar e discutir as informações e colocar tudo isso a serviço da sociedade brasileira, sempre levando em consideração e atendendo aos pedidos dos usuários de Clima Espacial brasileiros feitos nos workshops bianuais", completa Clezio Marcos De Nardin, gerente geral do Programa Embrace/INPE.

Acesse e confira: www.inpe.br/climaespacial

Fonte: INPE
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LIT/INPE: ampliação de capacidade

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Reforma no LIT amplia capacidade de atendimento

Brasília, 24 de novembro de 2014 – O Laboratório de Integração e Testes (LIT), unidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), passa por uma reforma para ampliação de suas instalações, segundo seu diretor geral Leonel Perondi. Na reforma serão aplicados R$ 185 milhões, sendo que cerca de R$ 45 milhões deste montante são provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O LIT é tido como “a menina dos olhos” do Programa Espacial Brasileiro (PEB), por ter alto grau de confiabilidade no exterior, comprovados pela recepção e testes do satélite americano-argentino SAC-D/Aquarius.

“A ampliação está em andamento. Nesta primeira fase, já foram aprovados recursos da ordem de R$ 30 milhões. Vale ressaltar que desde a sua inauguração, em 1988, o LIT já teve diversas atualizações. Esta, agora, permitirá comportar mais de um grande projeto”, destaca Perondi.

O projeto consiste na construção de uma capacidade de montagem, integração, testes funcionais e ambientais para satélites de todos os portes, especialmente os com aplicações para telecomunicações e radar, com até seis toneladas e seis metros de dimensão. Com a nova configuração, o laboratório pode receber um satélite com as características do Cbers-4.

O novo espaço terá um vibrador de até 320 quiloNewtons (kN) – o dobro da capacidade atual -, um sistema de medidas de antenas em campo próximo/campo compacto e uma sala limpa classe 10 mil com pé direito de 16 metros – também duas vezes maior que a atual -, para montagem, integração e testes de satélites de grande porte. “Queremos colocar o LIT de tal maneira que consiga atender o programa espacial, desde os pequenos satélites até os geoestacionários”, diz o diretor.

A previsão de encerramento da reforma é de cinco anos. Nos primeiros 24 meses, que têm aporte assegurado pela Finep, serão realizadas as especificações dos novos meios de testes e contratados os serviços de obra civil.

Cbers-4 – Com relação ao satélite Cbers-4, Perondi disse que ele está na etapa de integração ao foguete, última antes de ir ao espaço. Até o momento, o equipamento não apresentou nenhum problema nos testes e seu lançamento permanece programado para dezembro próximo na China.

“Temos uma equipe com 20 técnicos, que em conjunto com os chineses, estão finalizando esta etapa de integração, que consiste em colocá-lo na coifa e fazer todos os testes de sistemas vitais do satélite. Todas as verificações indicam o funcionamento perfeito do Cbers-4”, ressalta Perondi.

Fonte: Agência Gestão CT&I, via AEB.
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CPTEC/INPE: 20 anos

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CPTEC/INPE comemora 20 anos

Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemora os 20 anos do seu Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) nesta segunda-feira (24/11). Pela manhã, o diretor Leonel Perondi preside cerimônia na Unidade Regional de Cachoeira Paulista (SP), onde está instalado o CPTEC/INPE, e descerra uma placa alusiva ao aniversário.

Nestes 20 anos, a qualidade e confiabilidade das previsões de tempo aumentou muito e, hoje, o CPTEC/INPE é um dos mais completos do planeta. Essa é uma área da ciência altamente vinculada ao desenvolvimento do país, em especial nos setores agrícola, energético e na conservação do meio ambiente.

Graças aos recursos computacionais do INPE, o Brasil está entre países com alta capacidade de processamento dedicado para operação e pesquisa em tempo e clima. No CTEC/INPE está instalado o Tupã, um XT6/Cray capaz de realizar 258 trilhões de cálculos por segundo que está entre os mais poderosos supercomputadores do mundo para previsão de tempo e estudos em mudanças climáticas.

As informações meteorológicas geradas diariamente pelo CPTEC/INPE tornaram-se indispensáveis para os mais variados setores socioeconômicos do país, como agricultura, defesa civil, geração e distribuição de energia elétrica, transporte, meio ambiente, turismo, lazer, e também para milhões de pessoas que recebem estas informações pela mídia. Além disso, por meio do CPTEC, o INPE realiza o monitoramento de ocorrência de tempo severo e efetua o fornecimento de imagens de satélites meteorológicos e ambientais para várias instituições e usuários brasileiros e internacionais.

Workshop

Como parte da comemoração dos 20 anos de atividades operacionais do CPTEC/INPE, será realizado nos dias 27 e 28 de novembro o “Workshop de Usuários”. Representantes de instituições que utilizam dados do Centro mostrarão como o estado do tempo e do clima afetam o planejamento e suas atividades e, principalmente, como as informações de monitoramento e previsão do CPTEC/INPE as beneficiam.

Durante o workshop, os participantes serão estimulados a apresentar seus pontos de vista, suas demandas e sugestões para melhoria das previsões, produtos e serviços oferecidos pelo CPTEC.

No primeiro dia (27/11), as apresentações serão feitas pelos usuários do setor público, como governo, agências, centros, universidades, Defesa Civil, entre outros. O segundo dia (27/11) contará com as apresentações do setor privado, como empresas ligadas a serviços meteorológicos, agricultura, indústria, setor financeiro, turismo, entre outros.

Mais informações: www.cptec.inpe.br

Fonte: INPE

Nota do blog: sobre as atividades do CPTEC/INPE em meteorologia e planos para o futuro, recomendamos a leitura da reportagem "Satélite meteorológico: um próximo passo", publicada em Tecnologia & Defesa n.º 137, em junho de 2014, e a postagem "INPE: projetos em meteorologia", de março de 2013.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

CONASAT: continuidade ao SBCDA

Em setembro, na edição nº 138 de Tecnologia & Defesa, abordamos o projeto do Sistema de Coleta de Dados Hidrometeorológicos (SCD-HIDRO), lançado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA), tendo como um de seus objetivos assegurar a continuidade do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA) (veja "SCD-Hidro: Um alento à indústria espacial brasileira").

De fato, o SCD-HIDRO não é a única iniciativa brasileira em desenvolvimento visando suprir o SBCDA. Em Natal (RN), no Centro Regional do Nordeste, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRN/INPE), há alguns anos uma equipe de engenheiros e pesquisadores desenvolve o projeto CONASAT, uma missão espacial baseada no conceito “acesso rápido e barato ao espaço”, tendo por referência o padrão cubesat, tecnologia que tem "popularizado" a tecnologia espacial em todo o mundo. [Nota do blog: recomendamos a leitura do artigo "Cube e nano satélites - Um novo conceito para o setor espacial", de Otavio Durão, publicada em T&D n.º 136. março de 2014]

Acrônimo de COnstelação de NAno SATélites, o CONASAT "objetiva oferecer uma opção tecnologicamente atualizada e a custos reduzidos para garantir a continuidade do SBCDA, através de uma constelação de nano satélites, que possibilitem melhorias na qualidade do serviço, no que diz respeito à capacidade, abrangência geográfica e tempos de revisita", sintetizou ao blog Panorama Espacial Manoel Carvalho, chefe do CRN/INPE e responsável pela missão.

Seu desenvolvimento ocorre de maneira gradativa, com desafios tecnológicos previstos para cada passo. "Apesar do projeto ser de uma constelação completa e todos os estudos terem sido feitos neste sentido, decidiu-se pela criação de versões de desenvolvimento gradativo, em que cada uma servirá de laboratório para avaliação de desempenho, de modo a nortear o desenvolvimento da próxima versão", detalha Carvalho.

Dentro desse processo gradual, o primeiro satélite da constelação, denominado CONASAT-0, numa estrutura 3U, servirá como prova de conceito e terá como principal missão embarcar a carga útil, um transpônder com massa inferior a 350 gramas em desenvolvimento pelo CRN, para validação de sua operação. A partir do CONASAT-1 (ilustração acima), o projeto assumirá um caráter operacional, quando utilizará uma estrutura tamanho 8U, com forma de cubo, peso máximo em torno de 8 quilos e dimensões de 20 centímetros, permitindo a redundância da carga útil e assim aumento de sua confiabilidade.

A versão seguinte, CONASAT-2, introduzirá o processamento a bordo dos sinais recebidos pela carga útil, visando otimizar a recuperação das mensagens transmitidas pelas estações de coleta de dados em solo. A CONASAT-3, por sua vez, permitirá a utilização de antenas multifocal, aumentando a capacidade de separação e a qualidade dos sinais recebidos simultaneamente das Plataformas de Coleta de Dados (PCD). Nesta versão, também será ampliada a faixa de entrada para acomodar novas aplicações compatíveis com o ARGOS-3, rede franco-americana com propósitos similares ao do SBCDA. Na versão CONASAT-4 serão introduzidos o links intersatélites com o objetivo de expandir a abrangência geográfica do sistema SBCDA, abrindo a possibilidade de acordos de cooperação com outros países.

Momento atual

Atualmente, a missão se encontra em fase de definição detalhada do projeto, com sua revisão crítica prevista para maio do ano que vem, momento a partir do qual poderão ser produzidos e qualificados os equipamentos e subsistemas do cubesat. A etapa seguinte será a revisão de qualificação, prevista para o final de 2015, e a revisão de aceitação no inicio de 2016. Desta forma, a expectativa é que o CONASAT-0 esteja disponível para lançamento no primeiro semestre de 2016, em lançador ainda não definido.

Em paralelo ao CONASAT-0, já acontecem algumas ações visando a uma constelação operacional. No final de agosto, a empresa holandesa ISIS - Innovation Solutions in Space, uma das líderes mundiais no segmento de cubesats, representada no Brasil pela Lunus Aeroespacial, firmou contrato com a FUNCATE (fundação ligada ao INPE) para o fornecimento de uma plataforma composta de uma estrutura mecânica 8U, subsistema de comunicação, computador de bordo e equipamentos de suporte por pouco menos de 200 mil euros (cerca de 600 mil reais).

Em termos de valores, aliás, estima-se que um CONASAT-1 operacional custará em torno de 2 milhões de reais, valor considerado bastante baixo. Uma constelação formada por seis modelos em órbita, contando-se o lançamento e o segmento solo, teria custo próximo ou inferior a 20 milhões de reais.
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sábado, 22 de novembro de 2014

"A China diante do Direito Espacial", artigo de José Monserrat Filho

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[Nota do blog: texto editado 01h00 de 24/11/2014]

A China diante do Direito Espacial

José Monserrat Filho *

“Os Estados-Partes do Tratado têm a responsabilidade internacional das atividades nacionais realizadas no espaço cósmico, inclusive na Lua e demais corpos celestes, quer sejam elas exercidas por organismos governamentais ou por entidades não-governamentais, e de velar para que as atividades nacionais sejam efetuadas de acordo com as disposições anunciadas no presente Tratado. As atividades das entidades não-governamentais no espaço cósmico, inclusive na Lua e demais corpos celestes, devem ser objeto de autorização e vigilância contínua pelo respectivo Estado-Parte do Tratado.” Artigo 6º do Tratado do Espaço de 1967

A China sempre respeitará o Direito Espacial Internacional e planeja adotar sua própria legislação nacional sobre as atividades espaciais até 2020, declarou o Diretor da Administração Nacional Espacial da China (CSNA), Xu Dahze¹, que também é Vice-Ministro da Indústria e figura de peso em áreas estratégicas da economia chinesa.

A Declaração foi feita na sessão de abertura do Workshop sobre Direito Espacial, organizado em conjunto pelo Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (United Nations Office for Outer Space Affairs – UNOOSA), pela CSNA e pela Organização Ásia-Pacífico de Cooperação Espacial (Asia-Pacific Space Cooperation Organization – APSCO)². O evento de cinco dias (17-21 de novembro) teve como tema central “O Papel da Legislação Espacial Nacional no Fortalecimento do Estado de Direito”.

Xu Dahze acrescentou que a China já adotou diretrizes políticas e regulamentos nacionais nas áreas de lançamentos espaciais civis, registro de objetos espaciais, bem como de redução e prevenção de detritos espaciais. O Secretário Geral da CNSA, Tian Yulong, por sua vez, informou que o Direito Espacial Nacional está incluída no plano nacional de leis a serem criadas.

O workshop abordou os mais recentes desenvolvimentos em política e Direito Espacial Internacional, as questões jurídicas sobre as atividades comerciais envolvendo o espaço, a formação de especialistas e a divulgação de informações no setor. Participaram do evento mais de 30 países e organizações internacionais, em especial da região Ásia-Pacífico. A Diretora do UNOOSA, Simonetta Di Pippo, salientou que o seminário vem ajudar os países a cumprirem as normas do Direito Espacial Internacional, a utilizarem melhor o espaço e a manterem a segurança espacial.

Os seminários da UNOOSA sobre Direito Espacial vem sendo promovidos há mais de uma década. Já foram realizados na Holanda, em 2002, na Coreia do Sul, em 2003, no Brasil, em 2004 (por iniciativa da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial – SBDA), na Nigéria, em 2005, na Ucrânia, em 2006, no Irã, em 2009, na Tailândia em 2010, e na Argentina, em 2012.

A China e os tratados internacionais

A China ratificou quatro dos cinco grandes tratados elaborados e aprovados pelas Nações Unidas sobre o espaço e as atividades espaciais:

1) Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes ("Tratado do Espaço"), de 1967;

2) Acordo sobre o Salvamento de Astronautas e Restituição de Astronautas e de Objetos Lançados ao Espaço Cósmico ("Acordo de Salvamento e Restituição"), de 1968;

3) Convenção sobre Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais ("Convenção de Responsabilidade"), de 1972; e

4) Convenção Relativa ao Registro de Objetos Lançados ao Espaço Cósmico ("Convenção de Registro"), de 1976.

A China não ratificou, nem assinou, o Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e Outros Corpos Celestes ("Acordo da Lua"), de 1079. Não se conhecem os motivos dessa decisão.

O Livro Branco das Atividades Espaciais

A China já produziu três edições do “Livro Branco” sobre suas atividades espaciais, em 2000, 2006 e 2011. Na edição mais recente, o governo chinês afirma que “cada um e todos os países do mundo têm direitos iguais para explorar livremente, desenvolver e utilizar o espaço exterior e seus corpos celestes, e que as atividades espaciais de todos os países devem ser benéficas ao desenvolvimento econômico, o progresso social das nações, à segurança, à sobrevivência e ao desenvolvimento da humanidade”.3

E mais: “A cooperação espacial internacional deve respeitar os princípios fundamentais estabelecidos na 'Declaração sobre a Cooperação Internacional na Exploração e Uso do Espaço Exterior em Benefício e no Interesse de todos os Estados, Levando em Especial Consideração as Necessidades dos Países em Desenvolvimento'".4

A China reitera, no documento, que defende o uso do espaço exterior para fins pacíficos, e se opõe à instalação de armas ou a qualquer corrida armamentista no espaço: “O país se desenvolve e usa recursos do espaciais de forma prudente e toma medidas eficazes para proteger o ambiente espacial, garantindo que as suas actividades espaciais beneficiem toda a humanidade.” Nesta linha, a China e a Rússia apresentaram, em 29 de fevereiro de 2008, à Conferência de Desarmamento a proposta do “Tratado sobre a Prevenção da Instalação de Armas no Espaço exterior e a Ameaça ou Uso da Força contra Objetos Espaciais”, conhecido pela sigla PPWT.5

Na visão da China, “o intercâmbio e a cooperação internacionais devem ser fortalecidos para promover o desenvolvimento espacial inclusivo, com base na igualdade e benefício mútuo, uso pacífica e desenvolvimento comum”.

Princípios políticos fundamentais

Ainda segundo o “Livro Branco”, “o governo chinês adotou as seguintes políticas fundamentais sobre o desenvolvimento de intercâmbios espaciais internacionais e de cooperação:

1) Apoiar as atividades espaciais de uso pacífico no âmbito das Nações Unidas, bem como todas as ações das organizações intergovernamentais e não-governamentais, que promovem o desenvolvimento da indústria espacial;

2) Enfatizar a cooperação espacial regional na área Ásia-Pacífico, e apoiar outras organizações regionais de cooperação espacial ao redor do mundo;

3) Fortalecer a cooperação espacial com os países em desenvolvimento e valorizar a cooperação espacial com países desenvolvidos;

4) Incentivar e endossar os esforços dos centros nacionais de pesquisa científica, as empresas industriais, as instituições de ensino superior e organizações sociais para o desenvolvimento espacial internacional, o intercâmbio e a cooperação em diversas formas e em vários níveis, sob a orientação dos respectivos estados, políticas, leis e regulamentos;

5) Usar de forma apropriada tanto o mercado interno quanto o externo – os dois tipos de recursos – e participar ativamente da prática da cooperação espacial internacional.

Instituto de Direito Espacial da China

Cabe frisar ainda que a China tem seu Instituto de Direito Espacial (CISL), fundado em 1992 por cinco ministérios e hoje patrocinado pela CNSA e pela Corporação Chinesa de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (China Aerospace Science and Technology Corporation – CASC), além de contar com a contribuição de seus sócios fundadores e sócios regulares.

O Instituto de Direito Espacial chinês, que busca ligar a área acadêmica com o Governo e a indústria, forma especialistas, promove eventos e estudos em escala nacional e internacional. Suas atividades científicas incluem consultas ao serviço diplomático do país, contribuem no preparo de leis e regulamentos, em particular sobre o desenvolvimento industrial, defendendo a filosofia do Estado de Direito na indústria espacial. A entidade também se empenha em atrair jovens juristas para programas de formação profissional em outros países.

Destaque-se, igualmente, que o CISL organiza, desde 2003, a participação de crescente número de universitários chineses no Juri Simulado Manfred Lachs, criado em 1993 pelo Instituto Internacional de Direito Espacial (IISL). Foi ele que coordenou a organização local do 64º Congresso Interacional de Astronáutica (IAC), realizado em Pequim, no mês de setembro de 2013.

O precursor

Pioneiro do Direito Espacial na China, na etapa de sua especialização (1982-1992), foi o Prof. He Qizhi, membro da Consultoria Jurídica do Ministério das Relações Exteriores de seu país e autor dos livros “Direito do Espaço Exterior” (“Outer Space Law”) e “O Progresso Jurídico do Espaço na China” (“Legal Progress of Space na China”), lançados, respectivamente, em 1992 e 1993., além de dezenas de artigos publicados em várias revistas e anais de circulação internacional. Prof. He Qizhi foi Diretor e Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial. E recebeu importantes Prêmios da Federação Internacional de Astronáutica (FIA) e da Academia Internacional de Astronáutica (AIA) por sua obra.

Estas informações básicas revelam que a China já está muito bem alicerçada e aparelhada para se lançar à relevante tarefa de erigir sua legislação geral sobre as atividades espaciais.5

Notas & referências

1) Xu Dahze esteve em Brasília em meados de julho deste ano. Na mesma época o Presidente da China, Xi Jinping, participou da Conferência de Cúpula do Fórum dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), realizada em Fortaleza, Ceará, e encontrou-se com a Presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Ambos prestigiaram a assinatura de 32 atos de parceria entre os dois países, inclusive um memorando de entendimento sobre cooperação em dados de sensoriamento remoto por satélite. Outros 13 documentos foram também firmados durante a visita presidencial.

2) A APSCO, fundada em Pequim, no ano de 2005, tem como países membros Bangladesh, Indonésia, Irã, Mongólia, Paquistão, Peru, Tailândia e Turquia, além da própria China.

3) Ver <www.china.org.cn/government/whitepaper/node_7145648.htm>.

4) Resolução 51/122 da Assembleia Geral das Nações Unidas; ver texto em .

5) Conference on Disarmament, document CD 1839, 29 February 2018.

6) Coincidentemente, o Brasil tem pela frente o mesmo plano, já previsto no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE 2012-2021), editado pela Agência Espacial Brasileira (AEB). A Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), graças ao trabalho de seu Núcleo de Estudos de Direito Espacial (NEDE), já compôs um projeto de Lei Geral das Atividades Espaciais no Brasil. Com esse projeto, a SBDA presta sua contribuição ao estudo e ao debate que o país deve promover sobre a lei necessária. O projeto já foi apresentado na sessão de 2014 do Subcomitê Jurídico do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (UNCOPUOS), em Viena, Áustria, e na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal do Acre, em Rio Branco, em julho de 2014.

* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB, Vice-Presidente da SBDA, Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial e membro efetivo da Academia Internacional de Astronáutica
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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CBERS 4: avanços nos preparativos

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Avançam os preparativos para lançar o CBERS-4

Quinta-feira, 20 de Novembro de 2014

A Revisão de Prontidão do Satélite (SRR), necessária para a autorização do enchimento dos tanques de combustível do CBERS-4, foi concluída na noite de terça-feira (18/11) pelos especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST). O satélite sino-brasileiro já está na base chinesa de Taiyuan, local do lançamento previsto para o próximo dia 7 de dezembro.

“Os resultados dos testes elétricos realizados no satélite mostraram que não houve danos durante o seu transporte do centro espacial de Beijing para o centro técnico do TSLC (Taiyuan Satellite Launch Center). As atividades de preparação final do satélite e a instalação do painel solar foram realizadas com sucesso”, explica Antonio Carlos de Oliveira Pereira Junior, coordenador do segmento espacial do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite).

Após a operação de enchimento dos tanques, o satélite será instalado na coifa e transferido para a torre de lançamento. Então será acoplado ao foguete Longa Marcha-4 para a realização dos testes de pré-lançamento.

O CBERS-4 é o quinto satélite do Programa CBERS. Já foram lançados com sucesso o CBERS-1 (1999), CBERS-2 (2003) e CBERS-2B (2007). Uma falha no lançador chinês impediu a colocação em órbita do CBERS-3, em dezembro de 2013.

Informações sobre o Programa CBERS na página www.cbers.inpe.br

Fonte: INPE

AEB e ABDI assinam acordo de cooperação

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Acordo de cooperação tem como foco a indústria espacial

Brasília, 20 de novembro de 2014 – O acordo de cooperação técnica firmado hoje (20) pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, e pela presidente substituta da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Maria Luisa Campos Machado Leal, tem como um de seus principais vetores o fortalecimento de mecanismos e ações que contribuam para a consolidação de uma base industrial aeroespacial para o país.

A cooperação, prevista pelo acordo com vigência de três anos, ocorrerá por meio da realização conjunta de estudos, pesquisas, intercâmbio de informações, planejamento, estruturação e coordenação, eventos e reuniões, bem como publicações de documentos, entre ações de interesse comum.

Braga Coelho destacou ser uma “grande satisfação para a AEB esse enlace com a ABDI, cuja relevância e experiência de seu quadro técnico nos auxilia a consolidar a capacidade industrial do segmento espacial como lhe dar sustentação não só para o atendimento à demanda interna, mas também ao mercado externo”.

O presidente frisou ainda a importância do esforço conjunto entre as duas agências em se voltar à questão industrial do setor, “que já tem capacidade de desenvolver tecnologia, mas não tem volume de encomendas necessárias à sua sustentabilidade”.

Percepção – Por sua vez, Maria Luisa lembrou que “o desenvolvimento científico e tecnológico é fator obrigatório para o avanço de qualquer nação e o segmento espacial ai se insere como fundamental”. Ela disse ver com satisfação o fato de que vários órgãos governamentais hoje se certificaram de que o desenvolvimento espacial tem muito a contribuir para equacionar várias de suas necessidades.

Os dois dirigentes ainda destacaram a relevância do segmento espacial no atendimento de necessidades de várias áreas como a de defesa, telecomunicações, ambiental, agrícola e planejamento, entre outras.

Integram as iniciativas do plano preliminar de trabalho estudo de viabilidade econômica-comercial do foguete suborbital VSB-30 e sua transferência tecnológica para a indústria nacional; estudo analítico sobre o Índice de Competitividade Espacial (SCI) da Futron; mapeamento do Complexo da Indústria Espacial; estudos sobre impacto das tecnologias do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), a partir da transferência de sua tecnologia para a indústria nacional; estudo do potencial de mercado para pequenos satélites e tendências tecnológicas e implementação de observatório das Políticas e Tecnologias Espaciais.

Fonte: AEB
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NanosatC-Br1: primeiros resultados científicos

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NanosatC-Br1 obtém primeiros dados brasileiros do campo magnético da Terra a partir do espaço 

Quarta-feira, 19 de Novembro de 2014

Dados obtidos pelo primeiro satélite científico brasileiro, o cubesat NanosatC-Br1, confirmam informações teóricas sobre o campo magnético da Terra. Lançado há cinco meses, o pequeno satélite desenvolvido em parceria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) leva a bordo um magnetômetro cujas informações geradas comprovam a presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) e registram valores da intensidade do campo magnético condizentes aos obtidos pelos modelos da Associação Internacional de Geomagnetismo e Aeronomia (IAGA).

“Com o NanosatC-Br1 pudemos confirmar a previsão dos valores teóricos da intensidade do Campo Magnético Total da Terra, conforme previsto pelo modelo International Geomagnetic Reference Field (IGRF) da IAGA e União Internacional de Geodésia e Geofísica (IUGG)”, comemora Nelson Jorge Schuch, pesquisador do Centro Regional Sul (CRS) do INPE, localizado em Santa Maria (RS), e coordenador do Programa NANOSATC-BR. “Tratam-se dos primeiros dados gerados por um satélite científico brasileiro”, completa Otávio Durão, pesquisador do INPE que coordena atividades do projeto em São José dos Campos (SP).

Uma pré-análise científica das observações coletadas pelo magnetômetro XEN-1210, em operação a bordo do NanosatC-Br1, mostra uma ótima correlação dos dados em comparação com valores teóricos previstos para a intensidade do campo geomagnético para a mesma altitude com a modelagem teórica do IGRF-IAGA/IUGG. A análise dos dados é coordenada pelo pesquisador Marlos Rockenbach da Silva, do CRS/INPE.

A figura abaixo apresenta um mapa da intensidade total do Campo Geomagnético para altitude de 614 km para a América do Sul, região de domínio da Anomalia Magnética da América do Sul (AMAS), mostrando que a variação espacial da intensidade total do Campo Geomagnético varia entre 24.000nT na borda e 17.000 nT no centro na AMAS.

A Estação Terrena de Rastreio e Controle de Nanosatélites do CRS/INPE está indicada na figura pela estrela preta, próxima ao centro da AMAS. A linha vermelha na figura indica a órbita aproximada do NanosatC-Br1no dia 17 de agosto, no período de 10h57 a 11h07. Neste intervalo o nanosatélite científico se desloca do polo Sul em direção ao Norte geográfico. No lado direito da linha vermelha são apresentados os valores do Campo Geomagnético Total, em nanoteslas, calculados a partir do registro das observações coletadas das três componentes x, y e z do Campo Geomagnético feito pelo NanosatC-Br1, a 614 km de altitude.

“Comparando esses valores com aqueles previstos pelo modelo, pode-se perceber que o magnetômetro além de registrar e confirmar a presença da AMAS sobre o Brasil, registra valores da intensidade do Campo Geomagnético bastante condizentes, salvo as diferenças que ocorrem devido às aproximações utilizadas pela modelagem do IGRF”, diz o pesquisador do CRS/INPE.

Em breve um artigo sobre os dados obtidos pelo NanosatC-Br1 será encaminhado para aprovação e publicação, em periódico científico internacional, com uma análise mais profunda das observações científicas e suas conclusões, considerando as mais de 1.500 órbitas de dados disponíveis.

Para a equipe do projeto do NanosatC-Br1, os resultados obtidos comprovam a validade do uso de experimentos em cubesats para a investigação de fenômenos eletrodinâmicos sobre a América do Sul.

Capacitação

Lançado de uma base russa em 19 de junho, o NanosatC-Br1  - primeiro cubesat brasileiro - transmite dados para estações localizadas em Santa Maria e São José dos Campos. Leva a bordo instrumentos para o estudo de distúrbios na magnetosfera, principalmente na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, e do setor brasileiro do Eletrojato Equatorial Ionosférico.

Realizado pelo instituto em parceria com a universidade, a capacitação de recursos humanos para a área espacial também é objetivo do projeto do cubesat. O desenvolvimento do NanosatC-Br1  permitiu que estudantes tivessem a supervisão de especialistas do INPE e atuassem diretamente em todas as fases para construir e colocar um satélite em órbita - desde a especificação e desenvolvimento do cubesat, até a montagem, integração, testes, lançamento, operação e recepção dos seus dados.

Mais informações: www.inpe.br/crs/nanosat

Fonte: INPE
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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Senado discute relevância do SGDC

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Relevância do satélite geoestacionário brasileiro é debatida no Senado

Brasília, 18 de novembro de 2014 – A importante oportunidade de robustecer a capacitação tecnológica do país e de ampliar a contratação de outros projetos junto à base industrial espacial brasileira com a implantação do Satélite Geoestacionário de Defesa e de Comunicação (SGDC) foi a tónica do debate na audiência pública realizada hoje (18) na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) no Senado Federal.

O encontro mostrou ainda a relevância do SGDC para a expansão e o acesso ao serviço de banda larga em todas as regiões do país e a segurança que proporciona para o controle e qualidade da comunicação do sistema de defesa nacional.

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, destacou em sua apresentação sobre o Programa Espacial Brasileiro a importância da contratação da construção do SGDC junto a Thales Alenia por meio da empresa nacional Visiona, tendo como um de seus itens o acordo de absorção e transferência tecnológica, iniciativa sob a coordenação da Agência.

Por meio desse acordo um grupo de engenheiros e técnicos brasileiros frequentou este ano na França um curso de capacitação espacial, sendo que parte deles trabalha diretamente no desenvolvimento do satélite na França. Em janeiro de 2015 outros 32 especialistas ingressam no programa de capacitação e absorção.

Consenso – Foi consenso entre os sete convidados para a audiência existir a necessidade de aumento nos investimentos do segmento espacial, bem como de se propor e criar maior demanda para o setor, caso contrário não haverá onde alocar a massa crítica que está se formando, assim como não se conseguirá atrair mais profissionais para as áreas de engenharia.

Segundo levantamento apresentado pela diretora adjunta de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Flávia Schmidt, 42% dos profissionais do setor aeroespacial têm curso superior – nos demais segmentos o percentual não ultrapassa 10%.

A mesma pesquisa, realizada junto a 104 empresas, aponta que a maioria saiu da condição de micro e pequena empresa para o patamar de média e grande empresa num espaço de seis anos, sendo que 30% já são exportadoras. Para Flávia, é fundamental que o governo amplie a demanda dessas empresas com a contratação de projetos evitando, inclusive, a migração para outros ramos de atividade.

Na mesma linha de raciocínio, Eduardo Bonini Santos Pinto, presidente da Visiona Tecnologia Espacial S.A., disse que não há como olhar para o futuro sem se pensar em aumentar a demanda de projetos, pois, caso contrário, “não há porque estamos ampliando nossa capacitação agora”. Para o presidente da AEB, a absorção e a transferência tecnológica são fundamentais para que se tenha condições de atender as próximas necessidades do país.

Também participaram da audiência o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi, o coronel do Exército Anderson Tesch Horsken Alvarenga, da Assessoria para o Projeto do SGDC do Ministério da Defesa, Francisco Ziober Filho, Presidente da Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras) e Ivanil Elisiário Barbosa, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT).

Fonte: AEB
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Glonass: estação de calibração em Pernambuco

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Recife (PE) recebe estação russa do Glonass ainda este ano

Brasília, 18 de novembro de 2014 – Uma nova estação do sistema de posicionamento global russo, o Glonass, será instalada no Brasil, ainda este ano, no Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), em Recife (PE).

A estrutura, que oferece gratuitamente informações em resolução máxima aos usuários, promete obter imagens mais definidas e dados ainda mais precisos que os do Sistema de Posicionamento Global (GPS, na sigla em inglês).

Segundo o coordenador do laboratório de Engenharia Geodésica e Cartografica do Itep, Aramis Leite de Lima, o Glonass possibilita acesso em tempo real a informações de localização em qualquer lugar do planeta. “A estação construída aqui terá a capacidade de monitorar os satélites em órbita da Terra, e toda vez que tiver um problema será possível corrigir e dar o posicionamento com maior precisão. O Itep poderá ter acesso a essas informações, que contribuirão para as atividades técnicas do instituto”, explica.

Além da estação Glonass em Pernambuco, há outras duas em funcionamento em Brasília (DF), e com previsão de mais uma ser instalada em Santa Maria (RS). As unidades brasileiras são as primeiras estabelecidas no Hemisfério Ocidental e integram um programa de cooperação entre o Brasil e a Rússia, com o objetivo de trocar informações científicas.

“É importante termos não apenas a metodologia de acesso, mas também uma integração entre as instituições e o planejamento de como serão as ações de um futuro próximo, que podemos trabalhar de forma conjunta, ou isolada. Mas a integração é a melhor forma de contribuirmos para expandir ainda mais essa tecnologia”, comenta o diretor-presidente do Itep, Frederico Montenegro.

Em operação desde a década de 1970, o Glonass é um sistema de navegação por satélite que tem cobertura global. Hoje, tem 24 sondas em órbita, que são empregadas no fornecimento dos dados de posicionamento. De acordo com o Itep, a previsão é que a estação em Recife esteja em total funcionamento até o primeiro semestre de 2015.

Fonte: Agência Gestão CT&I, via AEB.

Nota do blog: a instalação da estação de calibração do Glonass em Pernambuco é um desdobramento do memorando de entendimentos assinado durante a visita oficial ao Brasil do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 14 de julho (veja a postagem "Cooperação Brasil - Rússia").
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Cooperação técnica entre a AEB e a ABDI

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Agências firmam acordo para fortalecer setor espacial

Brasília, 18 de novembro de 2014 – Promover esforços conjuntos visando a fortalecer o maior desenvolvimento e fortalecimento da indústria do setor espacial é um dos objetivos do acordo de cooperação técnica que a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) firmam na quinta-feira (20).

A cooperação, prevista pelo acordo com vigência de três anos, ocorrerá por meio da realização conjunta de estudos, pesquisas, intercâmbio de informações, planejamento, estruturação e coordenação, eventos e reuniões, bem como publicações de documentos, entre ações de interesse comum.

Entre as iniciativas que integram o plano preliminar de trabalho constam estudo de viabilidade econômica-comercial do foguete suborbital VSB-30 e sua transferência tecnológica para a indústria nacional e estudo do potencial de mercado para pequenos satélites e tendências tecnológicas.

Fonte: AEB
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Programa Espacial em debate no Senado

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Comissão de Ciência e Tecnologia vai debater programa espacial brasileiro

14/11/2014, editado em 17/11/2014

No último dia 12 (quarta-feira) aconteceu o pouso da sonda robótica Philae, da Agência Espacial Europeia (ESA), que integra a sonda espacial Rosetta, no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O fato, que tem sido comentado como um dos grandes feitos humanos, deve vir à baila na próxima reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCT), marcada para esta terça-feira (18), às 8h30.

O tema específico da audiência será o programa espacial do Brasil, sobre o qual devem falar representantes do Instituto de Pesquisas Espaciais, da Agência Espacial Brasileira, da Aeronáutica e de outras instituições, que vão discutir as aplicações do satélite geoestacionário brasileiro na defesa e comunicação.

Fonte: Agência Senado, com edição do blog Panorama Espacial.
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sábado, 15 de novembro de 2014

Brasil, INPE e GEO-XI

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Brasil destaca atividades do INPE em plenária internacional de observação da Terra

Sexta-feira, 14 de Novembro de 2014

O CBERS-4, que será lançado em 7 de dezembro, aumentará a capacidade do país em disponibilizar informações importantes para a gestão ambiental do planeta. O satélite sino-brasileiro, os sistemas e as parcerias firmadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para disseminação de dados foram destacados durante a GEO-XI, reunião plenária anual do Grupo Intergovernamental de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) realizada nos dias 13 e 14 de novembro em Genebra, Suíça.

O GEO congrega 94 países, a Comissão Europeia e 77 organizações. Sua principal iniciativa é o GEOSS (Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra), um abrangente catálogo de dados, com informações acessíveis a partir de um portal unificado, para beneficiar as áreas de Agricultura, Clima, Tempo, Energia, Água, Ecossistemas, Biodiversidade, Desastres e Saúde.

O compartilhamento de dados para o desenvolvimento sustentável (Data Democracy) e o treinamento, educação e infraestrutura para o seu melhor uso (Capacity Building) são pilares do GEO. São áreas em que o Brasil é pioneiro, por já ter estabelecida uma política aberta e gratuita para todos os dados dos seus satélites de observação da Terra.

 “O INPE tem ainda grande experiência em programas de capacitação para países em desenvolvimento”, disse André Misi, secretário da Missão Permanente do Brasil junto à ONU na Suíça e chefe da delegação brasileira, destacando o treinamento dado pelo instituto, baseado na sua atuação no monitoramento por satélites da Amazônia, a países interessados em monitorar suas próprias florestas. (Confira aqui o discurso do secretário.)

A delegação brasileira em Genebra conta ainda com as pesquisadoras do INPE Hilcéa Ferreira e Alessandra Gomes, chefe do Centro Regional da Amazônia do instituto, localizado em Belém (PA).

Avanços

A política brasileira de código aberto de tecnologias de geoinformática e gerenciamento de grandes bancos de dados tem permitido que outros países adaptem as ferramentas para atender suas condições específicas. Um dos exemplos é o TerraCongo que já está em operação na República Democrática do Congo e foi criado a partir do TerraAmazon, tecnologia desenvolvida pelo INPE para seus sistemas PRODES e DETER, utilizados no monitoramento da Amazônia.

Lançado em janeiro de 2014, o novo portal do GEOSS atualmente conta com mais de 75 milhões de recursos de observação da Terra, dos quais 50 milhões na categoria de recursos abertos (Data CORE - Data Collection of Open Resources for Everyone). O Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do INPE contribui com mais de 800 TeraBytes de dados satelitários.

O INPE disponibiliza dados e produtos meteorológicos e ambientais por meio do GEONETCast Americas, iniciativa do GEO apoiada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) . O GEONETCast é um sistema de baixo custo de difusão de informações ambientais que permite a distribuição gratuita de dados de satélites, medidas locais, de produtos e de serviços do GEOSS a usuários que disponham de uma infraestrutura mínima em qualquer ponto do planeta.

Além disso, com suporte do INPE, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) tem desenvolvido metodologias baseadas em dados de observação da Terra para estatísticas agrícolas em culturas como o trigo, soja, arroz e milho. A iniciativa faz parte do GEOGLAM (Global Agriculture Monitoring), programa internacional liderado pelo GEO.

A experiência do INPE em capacitação é requisitada nos programas de cooperação coordenados no contexto do GEO, principalmente aqueles liderados pelo Centro Regional da Amazônia (CRA/INPE), cujo foco é a difusão, capacitação no uso de tecnologia de monitoramento orbital de florestas tropicais e transferência de tecnologia brasileira de monitoramento de florestas aos países interessados.

O treinamento realizado no CRA/INPE foi um dos destaques do evento paralelo denominado “AfriGEOSS & Capacity Building Side Event: Interconnecting needs, capabilities and resources for Africa”. (Confira aqui pôster apresentado no evento.)

“O apoio ao AfriGEOSS é estratégico para efetivarmos o programa CBERS for África como instrumento de cooperação do país e continuarmos a iniciativa de democratização de dados liderada pelo Brasil. Também se trata de excelente fórum para divulgação das nossas tecnologias geoespaciais, em código aberto, como apoio ao processo de tomada de decisão - TerraMA2, TerraHidro, TerraAmazon, TerraClass e SPRING”, diz Hilcéa Ferreira, do INPE.

Mais informações sobre o evento na página:
http://earthobservations.org/geo11.php

Fonte: INPE
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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Missão Rosetta: participação argentina

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A grande notícia científica da semana foi o pouso inédito do "robô" Philae na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, como parte da missão de exploração espacial Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês). Lançada ao espaço em março de 2014 por um foguete Ariane 5, a missão tem por objetivo estudar materiais da formação do Sistema Solar situados no cometa, além de gases e gelo. A expectativa é que os estudos ajudarão a entender a formação dos planetas, além do surgimento da vida na Terra.

Detalhe pouco conhecido é a participação da Argentina na missão. A comunicação da sonda com o centro de controle na Terra se dá por meio de uma rede de estações terrenas dotadas de grandes antenas, uma das quais localizada em Malargüe, na região de Mendoza.

De acordo com a Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), principal órgão espacial argentino, o envolvimento do país sul-americano foi motivo de agradecimento por parte das autoridades europeias: "Estamos muito agradecidos aos países anfitriões da Rede de Estações para o Espaço Profundo (Deep Space Stations); em particular a Argentina, de onde a Estação em Malargüe teve o privilégio de transmitir os dados da sonda Philae durante a sua aterrissagem. Também queremos agradecer a CONAE por seu apoio para a realização de nossas operações em tal estação".

A primeira de seu gênero na América Latina, a "DSA 3 Malargüe", como é denominada, completa a rede de três estações terrenas para monitoramento de missões de espaço profundo da ESA, sendo as outras duas situadas em New Norcia, na Austrália e Cebreros, na Espanha. Inaugurada em dezembro de 2012, a estação conta com uma antena com 35 metros de diâmetro e recebeu um investimento aproximado de 45 milhões de euros.
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"Para onde irá a Airbus Defence and Space?"

Para onde irá a Airbus Defence and Space?

Em meados de setembro, a Airbus DS divulgou que focará sua atuação nos setores espacial (lançadores e satélites), aeronaves militares, mísseis e sistemas e serviços associados, tendo definido planos para a venda de negócios que não se enquadram nesses segmentos chave. Dentre as unidades que serão vendidas, estão a de comunicações móveis profissionais (conhecida pela sigla PMR), serviços comerciais de comunicações por satélite, além de subsidiárias e participações em empresas como Fairchild Controls, Rostock System-Technik, AvDef, ESG e Atlas Elektronik. Ainda, para a divisão de eletrônica de defesa e segurança, concentrada principalmente na Alemanha, alternativas industriais serão exploradas com o objetivo de melhor desenvolver e posicionar tais negócios para crescimento futuro e criação de valor.

Pela extensão do grupo, a restruturação terá reflexos no Brasil. O mais imediato envolve a rede de comunicações Tetrapol, utilizada pelo Departamento de Polícia Federal desde 2006, e até então, um dos poucos produtos da antiga Cassidian com presença considerada material no País. Na Europa, a Alcatel e a Thales são citadas como potenciais interessadas nesta unidade.

Outra presença local que deverá passar por mudanças industriais será a Optronbras, subsidiária da Cassidian Optronics, uma das unidades que deu origem à Airbus DS, quando da “fusão” com a Astrium e com a Airbus Military, tendo em vista os planos do grupo para o setor de eletrônica de defesa. A Optronbras foi inaugurada em novembro de 2013 com o propósito de operar como plataforma de negócios no País, em especial em sistemas optrônicos para veículos blindados. A atividade da Airbus DS em optrônica, aliás, exemplifica bem o processo de consolidação em curso na Europa, com suas idas e vindas. Num espaço de menos de dois anos, a então Carl Zeiss Optronics passou a fazer parte da antiga Cassidian, que virou Airbus DS, e que em breve poderá vir a ter um novo dono.

No setor espacial, a Airbus DS buscava desenvolver serviços comerciais de comunicações por satélite, capacidade adquirida quando da compra da Vizada, em 2011, que agora será também alienada. Uma subsidiária brasileira, a Astrium Serviços de Comunicações, chegou a ser constituída no Rio de Janeiro (RJ), e estava em processo de obtenção de todas as licenças necessárias junto a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) para a sua operação.

Apesar de não ter havido qualquer menção a possíveis mudanças envolvendo a unidade de comunicações, inteligência e segurança (Communications, Intelligence and Security), que responde pelas atividades da Airbus DS em vigilância marítima, é possível que a restruturação tenha algum reflexo nos planos do grupo em participar da concorrência do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), da Marinha do Brasil, considerando que algumas de suas soluções são oriundas da unidade de eletrônica de defesa.

Fonte: coluna Defesa & Negócios, Tecnologia & Defesa n.º 139, outubro de 2014.
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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cooperação INPE - Unicamp

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INPE e Unicamp assinam protocolo para estudos em política e inovação no setor aeroespacial

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

Atividades de pesquisa, orientação conjunta de pós-graduandos e o intercâmbio de estudantes, pesquisadores e docentes estão entre os objetivos do protocolo de intenções firmado entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O documento, com vigência de cinco anos, destaca ainda a disseminação de resultados de pesquisas por meio de publicação na área de política e gestão de ciência, tecnologia e inovação da indústria aeroespacial.

Assinado na segunda-feira (10/11) pelo diretor do INPE, Leonel Perondi, e o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, o acordo irá facilitar estudos conjuntos de política industrial e de análise de capacitação do setor aeroespacial.

 “O INPE é um instituto de pesquisa bastante tradicional, consolidado, que tem prestado grandes contribuições em várias áreas que também são tratadas pela Unicamp. Estabelecer esse tipo de parceria faz com que as duas instituições possam se complementar e contribuir ainda mais nas áreas em que atuam”, disse Tadeu Jorge.

Perondi lembrou que o INPE e a Unicamp – através do Departamento de Política Científica Tecnológica (DPCT) – já realizam estudos em parceria. “Ao longo dos anos foram diversos estudos sobre esses arranjos de política industrial. Este protocolo expressa uma formalização que vai além dos trabalhos acadêmicos esporádicos, visando uma relação mais contínua, com trabalhos em novo formato e tempos de duração”, declarou o diretor do INPE.

André Furtado, professor do DPCT/Unicamp, explicou que o protocolo de intenções é voltado à área da política e gestão da inovação aplicada ao setor aeroespacial brasileiro. “Está se criando uma plataforma para que se desenvolvam cooperações entre Unicamp e INPE, uma instituição com atuação multifacetada, focando o campo científico, tecnológico e da inovação, e promovendo atrás de si uma indústria de fornecedores para a indústria espacial. Isso envolve tanto política científica como política industrial, interface na qual o DPCT vem atuando bastante”.

Palestra

Após a assinatura do protocolo, Leonel Perondi ministrou na Unicamp uma palestra sobre os preparativos para o lançamento do CBERS-4 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), programado para dezembro.

“Estamos lançando o quinto satélite desta cooperação com a China: tivemos o CBERS-1 em 1999, o CBERS-2 em 2003 e o CBERS-2B em 2007, sendo que todos operaram em órbita cumprindo a sua missão de gerar imagens do território nacional com grande número de aplicações. Tentamos lançar o CBERS-3 em dezembro passado, mas perdemos o satélite devido a problemas com o lançador. Agora, a expectativa é muito grande para o lançamento do CBERS-4 em dezembro de 2014”, disse Perondi.

O diretor do INPE esteve na Unicamp acompanhado de José Ângelo Neri e Milton de Freitas Chagas Junior, pesquisadores do Instituto. Também participaram do encontro no Gabinete do Reitor da Unicamp os professores Roberto Perez Xavier, diretor do Instituto de Geociências (IG); Leda Maria Gitahy, chefe do DPCT; André Tosi Furtado, também do DPCT, e André Luiz Sica de Campos, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA).

Fonte: INPE
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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Acordo INPE - IBAMA contra o desmatamento

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Novo acordo entre INPE e Ibama facilitará interação entre os órgãos para combate ao desmatamento

Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) firmaram, nesta sexta-feira (7/11), acordo de cooperação para aperfeiçoar o monitoramento e a fiscalização na Amazônia. O objetivo é aumentar a efetividade das ações de combate ao desmatamento e facilitar a integração entre os órgãos.

Durante coletiva de imprensa na sede do Ibama, em Brasília, foi apresentado novo calendário para a divulgação dos dados sobre os alertas de desmatamento e degradação verificados pelo DETER, sistema baseado em satélites operado pelo INPE e destinado a orientar a fiscalização do Ibama. Assim, informações obtidas pelo sistema de alerta passarão a ser disponibilizadas trimestralmente: em fevereiro, maio, agosto e novembro.

O protocolo sobre a divulgação dos dados foi estabelecido entre Ibama e INPE para impedir a utilização das informações georreferenciadas pelos desmatadores. Assim, os criminosos não conseguirão saber onde estão situados os possíveis focos de desmatamento identificados pelo sistema. “E os fiscais que atuam na ponta também estarão mais protegidos”, explicou o presidente do Ibama, Volney Zanardi.

O diretor do INPE, Leonel Perondi, anunciou ainda o novo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real - o DETER B, em fase de testes - que conta com imagens de maior resolução.

“O DETER B observará a Amazônia com mais precisão. Com ele, será possível enxergar áreas a partir de 6,25 hectares onde houve mudança de paisagem”, explicou Perondi. O atual sistema identifica áreas de, no mínimo, 25 hectares.

 “Os desmatadores estão usando técnicas para enganar o sensor de menor resolução utilizado correntemente e o DETER B será fundamental para identificarmos essas situações com maior antecipação”, disse o presidente do Ibama.

O diretor do INPE informou ainda que os dados oficiais referentes ao desmatamento na Amazônia devem ser divulgados até o fim do mês e são obtidos pelo sistema PRODES - Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites. “Os números do DETER são alertas e não se relacionam com a taxa anual de desmatamento do PRODES”, enfatizou Perondi.

A cooperação entre o Ibama e o INPE permitirá maior efetividade no planejamento e execução das ações de combate ao desmatamento. “Esse protocolo tem como foco a organização e a forma de comunicação das informações”, resumiu o presidente do Ibama.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

VLM: recursos do Inova Aerodefesa

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Nas últimas semanas, foram firmados alguns contratos entre a FINEP e as empresas que receberão recursos do programa Inova Aerodefesa. O desenvolvimento do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1), a cargo do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em parceria com a agência espacial alemã (DLR), é um dos projetos beneficiados.

No início de outubro, foi oficializado o contrato de subvenção econômica, na modalidade não reembolsável, firmado com a CENIC, de São José dos Campos (SP), no valor de pouco mais de R$6,2 milhões, para o desenvolvimento dos módulos inter-estágios (módulos de atuação nas tubeiras, de empenas) para o VLM-1. Em 22 de outubro, foi a vez de um contrato de cerca de R$5,637 milhões com a JTDH Engenharia para o desenvolvimento das redes elétricas do pequeno lançador nacional.

Mais recentemente, em meio aos rumores sobre sua venda para a Odebrecht Defesa e Tecnologia, que começaram a circular no mercado no início desse mês, a Avibras Indústria Aeroespacial teve seu contrato efetivado em 5 de novembro. Serão liberados R$4.658.477,00 até janeiro de 2017, específicos para o VLM-1.
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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Tecnologia & Defesa n.º 139

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Está chegando às bancas de todo o Brasil o número 139 da revista Tecnologia & Defesa, a mais tradicional publicação sobre os setores aeroespacial, de defesa e segurança pública da América Latina.

Tradicionalmente, o último número do ano da revista tem temática mais naval, mas sem deixar outros assuntos de lado. No caso do Espaço, além de uma nota sobre os preparativos para o lançamento do CBERS 4, previsto para o início de dezembro, a T&D n.º 139 conta com uma reportagem sobre as futuras naves tripuladas dos EUA. Ainda, a coluna Defesa & Negócios traz uma pequena análise sobre a restruturação da Airbus Defence and Space, que tem reflexos no Brasil, inclusive no segmento espacial.

A seguir, listamos os principais conteúdos da edição:

- Marinha do Brasil: promovendo o desenvolvimento tecnológico e industrial
- Entrevista com o diretor-geral de Material da Marinha
- Aviação Naval Brasileira: presente e futuro
- E o SisGAAz, a quantas anda?
- Testando o veículo leve Lince
- O Exército e a Copa da FIFA
- Coluna Defesa & Negócios
- E muito mais!
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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

CBERS 4: lançador já está pronto

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Foguete que lançará o satélite Cbers-4 já está pronto

Brasília, 5 de novembro de 2014 – O foguete chinês Longa Marcha-4B, que colocará em órbita em dezembro próximo o Cbers-4, quinto exemplar do programa de satélites sino-brasileiro de sensoriamento remoto, será transportado para o Centro de Lançamento de Taiyuan (TSLC), na terça-feira (11).

Fabricado pela Academia Shanghai de Tecnologia de Voos Espaciais (Sast) o LM-4B teve seu projeto totalmente revisado após a falha no motor do terceiro estágio ocorrida em dezembro de 2013 e que acarretou na perda do Cbers-3.

Este ano o foguete já foi usado para o lançamento de quatro satélites da China e de outros países a partir de agosto último, todos com sucesso. Até hoje a família Longa Marcha foi empregada em 197 missões.

Na base de Taiyuan o foguete será montado e passará por uma série de testes até ter acoplado o Cbers-4 na primeira semana de dezembro.

Fonte: Corporação Chinesa de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (Casc), via AEB.
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Cooperação Brasil - Suécia: VLM

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Sueca SSC vai construir base em Alcântara

05/11/2014

Por Virgínia Silveira | De Gothenburg e Satenäs (Suécia)

A SSC (Swedish Space Corporation) vai construir dois centros de lançamento para o foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, no Maranhão, e no Centro Espacial de Esrange, na Suécia. O primeiro passo para viabilizar o plano é assinatura de um acordo de parceria com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que coordena o desenvolvimento do foguete. A assinatura deve ocorrer em dezembro.

O acordo, segundo o diretor do DCTA, brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, prevê o intercâmbio de informações e de recursos humanos na área de desenvolvimento e de operações de lançamento, assim como de tecnologias de propulsão espacial e de propelentes ecológicos, entre outros projetos. A parceria, ainda segundo o brigadeiro, é desdobramento de um acordo especial assinado entre as Agências Espaciais do Brasil (AEB) e da Suécia (SNSB), em fevereiro.

A responsável pela área de tecnologia da SSC, Anna Rathsman, disse planeja utilizar o VLM para o lançamento de micro e nanossatélites para o mercado europeu. A executiva afirmou que não tem uma projeção do mercado global para veículos na categoria do VLM, mas que uma estimativa inicial feita pela SSC prevê o lançamento de pelo menos dois foguetes por ano do Centro de Esrange.

Segundo o Valor apurou, por apresentar um baixo custo de produção e de complexidade técnica, além de um ciclo de desenvolvimento rápido, o VLM tem um mercado potencial superior a dez lançamentos por ano.

O diretor do DCTA disse a SSC já definiu o local para a construção do sítio de lançamento em Esrange. "Estudos já feitos por especialistas indicam a existência de um mercado promissor para o VLM, tendo em vista que não existe nenhum outro foguete dedicado para atender a essa faixa de mercado (lançamento de cargas úteis de 120 a 150 quilos)", afirmou.

Os concorrentes do VLM são foguetes de grande porte, que levam pequenos satélites de carona. O VLM teria um custo de lançamento baixo, inferior a US$ 10 milhões. Seu desenvolvimento é feito pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa e desenvolvimento do DCTA, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que financia parte do projeto, avaliado em R$ 100 milhões.

O próximo passo do projeto do VLM é a contratação da fabricação da parte estrutural do motor foguete, o S50. A empresa Cenic já concluiu o projeto de desenvolvimento do motor. Feito em fibra de carbono, o S50 será o maior motor foguete já construído pelo IAE. A Avibras fez o estudo de viabilidade de carregamento do motor com propelente (combustível).

O DLR utiliza o foguete brasileiro VS-40 para o experimento científico Shefex, considerado o principal programa espacial da Alemanha. De acordo com o DCTA, os alemães querem utilizar o foguete VLM para o lançamento do experimento Shefex 3 (da sigla em inglês Sharp Edge Flight Experiment), que irá testar o comportamento de novos materiais e tipos de proteção térmica necessários para o desenvolvimento de tecnologia de voos hipersônicos e de veículos lançadores reutilizáveis.

O vice-diretor do IAE, coronel aviador Avandelino Santana Júnior, disse que o teste de qualificação em voo do VLM deverá acontecer em dois anos. A fabricação do foguete será feita pelo setor espacial brasileiro. Ele afirmou que o VLM é um foguete configurado para lançar micro e nanossatélites de sensoriamento remoto, experimentos científicos e com aplicação meteorológica em baixa altitude.

A SSC já mantinha um relacionamento próximo ao DCTA desde 2005, por meio da utilização dos foguetes de sondagem VSB-30 (desenvolvidos pelo IAE), que fazem o lançamento de cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade.

Com faturamento de 524 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 71 milhões) por ano e mais de 600 funcionários, a SSC fornece serviços de gestão de satélite e de lançamento de foguetes e balões, além do desenvolver subsistemas para aplicações aeroespaciais.

Fonte: Valor Econômico.
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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

SGDC: proposta de audiência pública no Senado

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Senador propõe audiência sobre a política aeroespacial e banda larga

Brasília, 3 de novembro de 2014 – O senador Anibal Diniz (PT-AC) sugeriu uma audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, no próximo dia 18, para discutir a política aeroespacial do país, especialmente no que tange à tecnologia necessária para universalizar o acesso à internet de banda larga.

Ele lembrou que em 2016 será lançado o satélite geoestacionário brasileiro, o SGDC, alertando para o fato de que entrando em órbita ele não poderá atender a toda a demanda por internet de banda larga que existe no país, especialmente na Região Norte, onde a rede nacional de fibra ótica não chega a todos os municípios.

Diniz ainda defende a participação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) nesse debate, pois, por ser uma instituição de ponta na área da engenharia aeroespacial, tem toda a condição de desenvolver satélites de baixa órbita para melhorar a comunicação civil e militar, vigilância de fronteiras, resposta a desastres naturais, proteção ao meio ambiente, ordenação urbana e fiscalização de obras.

O senador diz que o ITA tem propostas e projetos para aperfeiçoar o programa espacial, o que é fundamental para o país, que ainda depende de satélites estrangeiros para todas as situações.

“Além do SGDC, serão necessários os esforços de outros satélites de menor alcance para complementar a sua ação e aí entra a importância do ITA, com suas experiências bem sucedidas, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que é o organismo nacional com a maior expertise na área de pesquisa espacial” destaca o senador.

Fonte: Agência Senado
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Evento sobre Sensoriamento Remoto nas Forças Armadas

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Entre os dias 9 e 12 de dezembro, acontecerá em São José dos Campos (SP), nas instalações do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o 6º Encontro de Usuários de Sensoriamento Remoto das Forças Armadas – SERFA 2014, evento realizado a cada dois anos com o propósito de discutir e divulgar as potencialidades de aplicações das tecnologias de sensoriamento remoto.

Com o tema central "A Utilização de Novas Tecnologias de Sensoriamento Remoto para a Defesa", o evento contará com apresentações sobre o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), do Ministério da Defesa, o uso de veículos aéreos não tripulados (VANT) para observação terrestre, sensoriamento remoto na Amazônia Legal, inteligência geográfica na Polícia Federal, entre outras.

Para mais informações e inscrições, clique aqui.

Campanha científica de coleta de dados na Amazônia

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Campanha científica para entender impacto das queimadas nas chuvas da Amazônia coleta 16 terabytes de dados em mais de 150 horas de voo

Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014

Durante o mês setembro, período de transição da estação seca para a chuvosa na Amazônia, dois aviões de pesquisa, um dos Estados Unidos e outro da Alemanha, realizaram voos diários para medidas da poluição urbana e de queimadas e de nuvens na região. As atividades fizeram parte de uma campanha científica internacional, da qual participa o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Com o suporte de instrumentos em solo, os sobrevoos tiveram como objetivo avaliar o impacto da poluição no ciclo de vida de nuvens, na formação de nuvens de tempestades, no balanço da radiação e no clima da região amazônica. No total, foram coletados durante a campanha cerca de 16 terabytes de dados.

Os aviões fizeram medidas nos arredores de Manaus e a aeronave alemã percorreu, adicionalmente, regiões do Arco do Desflorestamento, como, por exemplo, os arredores de Alta Floresta (MT), onde se verificou grandes áreas de queimadas. A aeronave alemã também fez sobrevoos nas imediações de Boa Vista (RR), São Gabriel da Cachoeira (AM), para medidas de céu limpo, na região costeira próxima a Belém (PA), para medidas em nuvens marítimas e ao longo do rio Amazonas onde se constatou grande número de focos de queimada. No total, a aeronave alemã realizou 14 voos, que corresponderam a quase 96 horas de voo. Já o avião norte-americano realizou 19 voos, concentrados nos arredores de Manaus, ou quase 58 horas de voo. Segundo Luiz Augusto Machado, um dos coordenadores da campanha pela parte brasileira, os resultados científicos desta campanha irão auxiliar no médio prazo a melhoria da previsão de tempo, a previsão imediata e a modelagem climática da Amazônia.

Diversas instituições científicas brasileiras e estrangeiras - Agência Espacial Brasileira (AEB), Agência Espacial da Alemanha (DLR), Departamento de Energia (DoE), dos Estados Unidos, INPE, INPA, DCTA, USP, UEA, Instituto Max Planck e Universidade de Leipzig - e agências de fomento e apoio à pesquisa – FAPESP e FAPEAM – apoiaram e participaram desta grande campanha científica, reunindo centenas de pesquisadores e pessoal técnico. Além dos aviões, diversos instrumentos em solo, instalados nos arredores de Manaus, coletaram dados de forma combinada com o objetivo de compor um grande banco de dados que está sendo compartilhado entre as instituições participantes deste experimento.

A primeira campanha intensiva de medidas, o IARA (Intensive Airborne Experiment in Amazonia), que integra o Programa GoAmazon, foi realizada no início do ano, com a participação do avião Gulfstream-1 (G-1), do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Nesta segunda campanha, o G-1 também foi utilizado, realizando voos simultâneos e combinados com os do avião alemão HALO (High Altitude and Long Range Aircraft), que, como característica adicional, faz sobrevoos que atingem uma altitude de 15 quilômetros. As incursões de medidas das aeronaves foram realizadas em situações de céu limpo, com plumas de fumaça e céu com diferentes tipos de nuvens. A aeronave alemã também realizou voos de longa distância, cobrindo regiões do Arco do Desflorestamento, com o objetivo de analisar e avaliar o impacto de áreas de desflorestamento e das queimadas na dinâmica das nuvens.

Os sobrevoos do HALO, por sua vez, estiveram direcionados aos objetivos de pesquisa do projeto ACRIDICON (Aerosol, Cloud, Precipitation, and Radiation Interactions and Dynamics of Convective Cloud Systems), que vem fazendo parceria com o Projeto brasileiro CHUVA, liderado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE e financiado pela FAPESP. Segundo Luiz Augusto Machado, coordenador do CHUVA, e também responsável pelo ACRIDICON, pela parte brasileira, após o processamento dos dados obtidos em campanha, será possível avaliar os efeitos de partículas e de aerossóis, originados das queimadas e da poluição urbana, nas propriedades microfísicas, químicas e radiativas das nuvens de tempo bom e de tempestades.

Pretende-se compreender ainda, com maior profundidade, como os aerossóis orgânicos e aqueles gerados a partir da poluição urbana, associados aos fluxos de superfície, influenciam os ciclos de vida de nuvens de chuvas convectivas (intensas e localizadas) e estratiformes (menos intensas e de maior extensão), características da região amazônica. Sabe-se que os aerossóis têm papel central nos processos de nucleação de nuvens e na precipitação. Segundo Machado, os dados extraídos da campanha científica vão permitir compreender como ocorrem as interações destas partículas com outros componentes atmosféricos e quais são as implicações de seu aumento na atmosfera amazônica.

A expectativa é de que a melhor representação destes processos químicos e físicos na atmosfera possam trazer avanços à modelagem do clima regional e de cenários globais de mudanças climáticas. Também deverá ser possível avaliar com maior precisão como os processos de ocupação, urbanização, associados ao desmatamento e queimadas na região, podem impactar o regime de chuvas da Amazônia.

Projeto Chuva

Coordenado pelo INPE, o projeto CHUVA iniciou em 2009 para estudar os diferentes regimes de chuva do país, contando com uma série de instrumentos para medidas atmosféricas, entre eles, um radar de alta resolução para medir dados do interior das nuvens. Um sistema de monitoramento e previsão de chuvas funcionou em todas as regiões que o projeto foi realizado. Nesta nova etapa da campanha, no estado do Amazonas, o SOS Chuva Manaus também foi utilizado na logística das operações aéreas, como ocorreu durante as campanhas com as aeronaves, pelo GoAmazon, no início do ano. Durante a campanha, o sistema de monitoramento pôde ser acessado e consultado livremente por qualquer usuário.

Fonte: INPE
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