sábado, 29 de novembro de 2008

Macapá Cyclone Space?

.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) estuda a possibilidade de substituir o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) por outro sítio de lançamento para a instalação da plataforma do foguete ucraniano Cyclone 4, segundo a matéria "AEB admite substituir Alcântara por outra base", publicada na sexta-feira (28), no jornal "O Estado de S. Paulo". A informação foi dada pelo presidente da AEB, Carlos Ganem, em evento sobre ciência e tecnologia realizado em São Luís (MA).

Ganem teria inclusive mencionado que a cidade de Macapá (AP) reuniria condições favoráveis de lançamento. Daí o título desta postagem: "Macapá Cyclone Space?", trocadilho com o nome da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). Afinal, se a idéia tiver mesmo algum fundamento (imaginamos que não, por ser irrealista e impraticável), o custo do projeto com a Ucrânia seria maior em algumas centenas de milhões de reais. Além da proximidade com a linha do Equador, o CLA possui alguma infra-estrutura (centros de controle e de rastreio, instalações para integração e montagem, etc.), ainda que limitada, útil ao projeto da ACS. Isto foi considerado quando da celebração dos acordos que culminaram na constituição da empresa binacional.

Outra reportagem também publicada na sexta-feira passada ("Agência Espacial Brasileira investirá R$ 300 milhões em áreas de Alcântara"), do Jornal Pequeno, do Maranhão, destaca outros pontos da apresentação de Carlos Ganem, dando a entender que a base do Cyclone 4 será construída em Alcântara, como planejado. Abaixo, reproduzimos alguns trechos da palestra do presidente da AEB, extraídos da referida matéria:

“Até 2010, construiremos a pista do VLS e a nova base de lançamento do foguete Ciclone 4, que faz parte do acordo entre o Brasil e a Ucrânia. Esse investimento também possibilitará melhorias e programas que viabilizem as atividades sociais, culturais e turísticas da cidade de Alcântara. As comunidades quilombolas serão a base de programas sociais, culturais e tecnológicos”.

Sobre a construção de um porto na Baía de São Marcos, para atender as necessidades do CLA, e outras obras no centro, Ganem declarou: “É um grande negócio que vai movimentar outros investimentos, até quatro vezes mais do que o atual. O poço do VLS de 30 metros de profundidade está praticamente pronto, como também a pista para receber os aviões que irão fazer as entregas das peças da nova base, que se chamará Complexo Espacial de Alcântara”.

Em sua apresentação, Ganem ainda lamentou as dificuldades do Programa Espacial Brasileiro: “Existe um enorme atraso do governo brasileiro para a soberania dos povos no espaço. Quando vejo a catástrofe que ocorreu em Santa Catarina (inundação), pela incapacidade de prevenção de um fenômeno natural, vejo também o quanto estamos atrasados tecnologicamente. Hoje, nossas previsões estão nas mãos de satélites estrangeiros, que controlam nossa tráfego aéreo, nossa meteorologia e até informações diplomáticas”.
.

4 comentários:

Duda Falcão disse...

Sinceramente espero que essa primeira matéria seja de informação truncada, pois não confere em nada com a segunda matéria. No entanto, caso não seja, demonstrará que além de todos os problemas por que passa o Programa Espacial Brasileiro (falta de vontate política, incompetencia administrativa e tantos outros) estaria também faltando foco aos homens que dirigem esse mesmo programa. Será a AEB um barco sem rumo?

O mar vivo da não existência disse...

Gostei da atitude do Ganem. Pode até ser uma notícia diversionista. Porém ele demonstra que quer botar o "dedo na ferida" e diz claramente o que é o nosso gap tecnológico. Com nossa capacidade tecnológica está na hora da classe governante dar toda a atenção ao nosso programa espacial.

Raul_m disse...

Considero fora de contexto o enfoque dado pelo autor da reportagem que trata de uma possível "mudança" do CLA para fora de Alcântara. Acho que o presidente da AEB simplesmente mencionou que estudos do tipo são feitos frequentemente, mesmo que a chance de se concretizar seja mínima e isso causou certo alarde. Os investimentos no CLA prosseguem e melhorias substanciais tem sido feitas nos últimos anos indicando claramente que essa possível 'baixa' do CLA é altamente improvável em qualquer prazo, a não ser que aconteça alguma catástrofe.


abraços

phobus disse...

Agonia de Uma Nação- O que se constata são os responsáveis pelos interesses da nação e de seu desenvolvimento se preocuparem mais com ações demagógicas em detrimento da grande parcela do povo, em todos os quadrantes da Nação, onde sofrem pela falta de educação de qualidade, segurança, saúde. As castas administrativas promovem ações afrontando a Nação, como se esta fossem terras para filantropias,pois, provavelmente, vivem ou viveram no exterior, desconhecendo os valores morais e o civismo do povo brasileiro.Estão dividindo e distribuindo o Pais,como no caso de Alcantara,que poderiam os moradores(são brasileiros) serem indenizados como em qualquer caso de interesse publico e não prejudicando o desenvolvimento espacial brasileiro.As Nações se fortaleceram pela unidade coercitivas ou não, é histórico. Grupos fortalecidos geram os conflitos, violências e atrocidades objetivando impor suas ambições, conforme ora constatamos pelo mundo.Logo, vão devolver a metade do Brasil para a Espanha, pela lógica corrente em nossos administradores que não zelam pela unidade e interesses da Nação Brasileira.Na seqüência pela mesma lógica de nossos responsáveis administradores, poderiam os E.U. devolver uma parte de seu território para os mexicanos e o Alasca para a Rússia.Os Bandeirantes foram ousados empreendedores como foram todas as nações coloniais.