domingo, 13 de junho de 2010

Meteorologia: GOES 12 começa a atender o Brasil

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Imagens da América do Sul voltam a ser geradas a cada 15 minutos com GOES-12

11/06/2010

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) voltou a receber imagens do continente sul-americano a cada 15 minutos e de todo o globo a cada três horas. Interrompidos em dezembro do ano passado, com o fim da vida útil do satélite GOES-10, da Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, os serviços foram restabelecidos no mês passado.

A geração das imagens nesta freqüência foi restabelecida com o deslocamento de outro satélite norte-americano, o GOES-12, para a órbita antes ocupada pelo GOES-10 (Longitude 60º - Oeste), que privilegia a cobertura da região. Com essa mudança, os serviços do satélite não serão interrompidos mesmo na possibilidade de furacões sobre o Atlântico Norte, próximos à costa dos Estados Unidos, como costuma ocorrer no segundo semestre do ano.

O GOES-12 vem gerando imagens de forma operacional desde o dia 18 de maio, tendo ocorrido algumas interrupções para ajustes no processamento dos dados recebidos do satélite. Entre as melhorias introduzidas, inclui-se a maior resolução espacial do canal de vapor d´água (banda 3), que passou de 8 para 4 quilômetros, como destaca Carlos Frederico Angelis, chefe da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do CPTEC/INPE. As imagens meteorológicas do GOES-12 estão disponíveis na página http://www.cptec.inpe.br

O deslocamento orbital destes dois satélites faz parte de plano da NOAA de melhorar a cobertura da América do Sul. “Somos gratos à NOAA pelo esforço em prover esse serviço a América do Sul”, afirma Luiz Augusto Machado, coordenador do CPTEC. “Foi graças a esse plano que se tornou possível, pela primeira vez, o uso totalmente dedicado de satélites meteorológicos à cobertura da América do Sul”, destaca Machado.

Desde o início destas operações, ampliou-se significativamente a freqüência de imagens e o volume de dados meteorológicos sobre o continente, resultando em maior qualidade das previsões ambientais, de tempo e clima do CPTEC, além de um melhor acompanhamento de fenômenos meteorológicos extremos de curta duração.

A concessão, no entanto, não deverá se prolongar por muito tempo. A NOAA antecipou que não haverá outro satélite de reposição após o fim da vida útil do GOES-12, cuja operação poderá durar até, no máximo, três anos. No decorrer deste período, a probabilidade de ocorrer um problema com os sensores do satélite aumenta progressivamente, já que o GOES-12 foi lançado em 2001.

O coordenador do CPTEC frisa que o País precisa buscar novas soluções para suprir a necessidade de tais imagens e dados. Uma destas iniciativas, ainda em fase de estudos de viabilidade, é o desenvolvimento de um satélite nacional geoestacionário. Outra alternativa seria a participação efetiva do Brasil no novo programa de satélites geoestacionários da NOAA, da série GOES-R.

Fonte: INPE

Comentário: sobre a necessidade de um satélite meteorológico brasileiro, recomendamos a leitura do artigo "Um satélite meteorológico para o Brasil", escrito por Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), e publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" em janeiro deste ano. Preliminarmente, na AEB e INPE considera-se a possibilidade de incluir uma carga útil meteorológica no Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), que assim atenderia parte das necessidades brasileiras em comunicações governamentais e militares, e também meteorologia.
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