sexta-feira, 3 de julho de 2009

Uma terceira base espacial brasileira?

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AEB estuda área fora de Alcântara para nova base de lançamentos

02/07/2009

Roberto Maltchik
Repórter da TV Brasil

Brasília - A Agência Espacial Brasileira (AEB) deve apresentar na próxima semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um estudo de uma nova área, fora de Alcântara (MA), para a instalação de uma nova base de veículos lançadores de satélites.

De acordo com o presidente da AEB, Carlos Ganem, a proposta visa a garantir o cumprimento das metas do Programa Espacial Brasileiro, que enfrenta a resistência das comunidades remanescentes de quilombos para a ampliação da atual base de Alcântara.

“Eu não vejo motivos para ficar batendo nessa tecla de Alcântara. Vamos apresentar em dois meses para o conselho da agência duas áreas, e vamos nos fixar em uma delas”, disse.

No Maranhão, o projeto espacial sofreu um golpe no fim de 2008, quando o governo decidiu conceder a titularidade de 71,8 mil hectares às comunidades quilombolas da região. Trata-se da mesma área que seria destinada para a implantação do Centro Espacial de Alcântara, e que serviria para a instalação de sítios de lançamento comercial, contemplados por um tratado firmado em 2003 entre Brasil e Ucrânia.

Em função da decisão favorável às comunidades locais, a construção dos novos locais de lançamento foi suspensa, e o projeto foi deslocado para o Centro de Lançamento de Alcântara, uma área militar que serve de base para o Veículo Lançador de Satélites (VLS) (foguete brasileiro, que deve ser testado em 2011, e tem o primeiro lançamento previsto para 2012).

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu ontem (1º), no Senado, a ampliação da área de lançamento de Alcântara, apesar do projeto da AEB e da decisão do próprio governo de conceder as terras para os quilombolas.

“Esta é uma questão internacional e não podemos ser ingênuos. Há outros países interessados em não deixar que o Brasil seja incluído no fechado círculo dos países lançadores de foguetes”, disse o ministro.

Segundo a AEB, a área em estudo reúne as características que mantém a competitividade de Alcântara em relação aos centros internacionais de lançamento: fica próxima da Linha do Equador, o que garante a economia de até 30% sobre o consumo de propelentes, e está localizada no litoral, condição de segurança para a atividade espacial.

“São áreas quase despovoadas, sem vícios de origem ou de titularidade e que oferecem condições de infraestrutura como estradas e aeroporto”, explica o presidente da agência.

A AEB não revelou a área escolhida, que será apresentado na próxima semana ao presidente Lula. No entanto, já se sabe que tem cerca de 20 mil hectares, e fica na costa Norte-Nordeste, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.

Fonte: Agência Brasil

Comentários: A ideia de um novo sítio espacial brasileiro, além dos Centros de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), e de Alcântara (CLA) não é nova. No final de novembro do ano passado, já havíamos abordado o tema na postagem "Macapá Cyclone Space?" Estima-se que só no CLA, tenham sido investidos desde a sua construção, no início da década de oitenta, mais de US$ 300 milhões. Como se vê, não é tão barato construir um centro espacial. Com o tamanho e efetividade atual do Programa Espacial Brasileiro, faria sentido ter um terceiro centro espacial?
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5 comentários:

Brazilian Space disse...

Olá Mileski!

Sinceramente amigo quando leio uma notícia com essa fico desanimado com o futuro do programa espacial e começo a me questionar se realmente vale a pena tudo isso. Não bastasse a falta de uma boa política administrativa, de apoio político e judiciário adequado, dos recursos necessários, falta também foco ao programa espacial brasileiro nos últimos anos. Muitas vezes dá a impressão que a política espacial brasileira e o PNAE são um samba do crioulo doido. Esses caras parecem cegos no meio de um tiroteio. Não sabem o que querem e nem como atingir metas e muito menos como estabelece-las. Fica parecendo que o boato do inicio da semana tinha seu fundo de verdade e que o ministro saiu de baixo e deixou o ingênuo do Ganem para divulgar a bomba. Ou então os planos do MD não batem com os do MCT/AEB, o que seria também mais uma demonstração de total desorganização e falta de interação entre os órgãos que são responsáveis pelo programa espacial. Lamentável.

Abs

Duda Falcão

Brazilian Space disse...

Olá Mileski!

Existe também a possibilidade de haver outros interesses não tão nobres nessa iniciativa que não pode ser descartada. Na verdade, no final das contas é o país e o seu povo que sempre sai perdendo. Lamentável.

Abs

Duda Falcão

Unknown disse...

INCONPETENCIA NACIONAL Com tanto cabeça de BAGRE na condução do programa espacial brasileiro deve explicar porque o pais até hoje não consseguiu sucesso desenvolver um lançador de satélites (COMO DIZEM OS CATÓLICOS NEM COM REZA BRAVA TAL FATO SE REALIZA ). Isso também serve para o projeto do submarino nuclear!

Unknown disse...

Uma terceira base espacial só seria viável se o país fosse uma potência espacial, um país rico.O Brasil não pode se dar ao luxo de ficar colecionando bases espaciais, sendo que Alcântara ainda não deu o que pode dar . Quanto aos quilonbolas que sejam removidos da área(desaprópiados)afinal de contas os assuntos nacionais estão acima de interesses particulares.Alias quando o governo quer desaprópiar uma área qualquer ele não pergunta aos moradores da mesma se querem ou não sair do lugar.

Daniel Campos disse...

O Brasil.. dando mais importancia aos quilombolas... do que o interesse nacional e internacional.

Aonde vai o Brasil?