sexta-feira, 30 de novembro de 2012

25 anos do Laboratório de Integração e Testes


LIT/INPE comemora 25 anos

30/10/2012

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) possui o único laboratório do Hemisfério Sul capaz de integrar e realizar testes completos de satélites e seus subsistemas. Na cerimônia em comemoração aos 25 anos do Laboratório de Integração e Testes (LIT), nesta segunda-feira (3/12) às 15h30 em São José dos Campos (SP), o diretor Leonel Perondi receberá autoridades da Agência Espacial Brasileira (AEB) e de órgãos ligados ao INPE, além de representantes de instituições e empresas nacionais e internacionais que mantêm parcerias com o Instituto.

A impossibilidade de reparo em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que um satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o final de sua vida útil no espaço. Esta simulação é realizada no LIT com uma série de testes vácuo-térmicos, de interferência e compatibilidade eletromagnéticas, de vibração, de acústica e choque de separação, além de medidas de propriedades de massa dos satélites e seus subsistemas.

Concebido a partir de 1979, o LIT iniciou suas operações em 1987 e hoje está equipado com os mais sofisticados meios para a qualificação de sistemas para aplicações espaciais. Embora tenha sido especialmente projetado e construído para atender às necessidades do Programa Espacial Brasileiro, o LIT é também um sofisticado instrumento para a qualificação de produtos industriais que exijam alto grau de confiabilidade.

O LIT disponibiliza seus meios de testes para a realização de ensaios que contribuem para o desenvolvimento e à promoção de novas tecnologias. Este laboratório do INPE é importante para as empresas nacionais, que não precisam levar seus produtos para serem testados no exterior, ganhando em praticidade e economia e, como consequência, em competitividade.

Todos os anos centenas de empresas usam as instalações do LIT para testes de qualificação e certificação. Os produtos testados vão desde antenas e componentes eletroeletrônicos até veículos de grande porte. O LIT mantém inclusive um sistema completo para medidas da chamada “taxa de absorção específica de radiação”, importante para o setor de telefonia celular, que, conforme as especificações da Anatel, precisa testar o nível de radiação eletromagnética emitido pelos aparelhos no cérebro humano.

Satélites e sistemas espaciais

Ao longo de seus 25 anos de história, o LIT atendeu às necessidades de vários programas na área espacial, como os satélites de coleta de dados SCD, os primeiros desenvolvidos no Brasil e com tecnologia exclusivamente nacional; a série CBERS, de satélites de sensoriamento remoto desenvolvidos em parceria com a China; BrasilSat B1e B2, satélites geoestacionários de comunicação adquiridos pela Embratel nos anos 80; SAC-B, C e D, satélites científicos desenvolvidos pela Argentina; além dos testes do SACI-1 e 2, satélites científicos desenvolvidos pelo INPE;  do VLS, veículo lançador de satélites do Brasil; do HSB, carga útil meteorológica desenvolvida para equipar um satélite da NASA; e do SATEC, satélite tecnológico brasileiro.

Mais informações sobre o LIT/INPE na página www.lit.inpe.br


Fonte: INPE
.

FTI lançado com sucesso em Alcântara


Brasília, 30 de novembro de 2012 - O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) lançou com êxito, na quinta-feira (29), um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) como parte das atividades da Operação Iguaiba, realizada em conjunto com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). A operação iniciada no dia 19, em Alcântara, no Maranhão, tem por objetivo lançar e rastrear o foguete de sondagem VS-30/ORION V10.

O veículo foi lançado às 15h52, pelo horário local. O foguete alcançou altitude máxima (apogeu) de 52,39 quilômetros em 108 segundos. Durante o lançamento, o FTI percorreu 82,58 quilômetros do ponto de lançamento até o local de impacto, gastando ao todo 215 segundos de voo.

O lançamento realizado na quinta serviu como um teste das equipes de operações e meios disponíveis em Alcântara para o lançamento do VS-30/ORION V10, que deve acontecer nos próximos dias. A expectativa é que o veículo de sondagem carregado com experimentos do IAE, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), seja lançado na segunda semana de dezembro.

O Foguete de Treinamento Intermediário é o outro modelo do projeto FOGTREIN, desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) em conjunto com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a indústria nacional. O projeto tem o propósito de capacitar o pessoal de operações, verificar os meios associados aos lançamentos e obter a certificação e qualificação dos foguetes.

O lançamento do FTI foi o sétimo do ano na unidade da Força Aérea no Maranhão. Anteriormente, o CLA já havia lançado seis Foguetes de Treinamento Básico, e encerra o cronograma anual do Centro para lançamentos de foguetes de treinamentos.

FOGUETE DE TREINAMENTO INTERMEDIÁRIO (FTI):

Comprimento total: 5.5 m

Apogeu alcançado: 52,39 km

Tempo total de voo gasto: 215 s

Peso reservado para experimentos: 30 kg (sem experimentos embarcados)

Distância percorrida relativa ao local de lançamento: 82,58 km

Fonte: Centro de Lançamento de Alcântara, via Agência Espacial Brasileira.
.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cooperação Brasil - Rússia: nota de esclarecimento da AEB


A Agência Espacial Brasileira (AEB), por meio de sua Assessoria de Cooperação Internacional, considera importante esclarecer notícias veiculadas pela mídia internacional, segundo as quais o Brasil e a Federação Russa teriam assinado  acordo para a criação de um satélite de comunicações e de observação da Terra.

Houve, certamente, equívoco ou mal-entendido por parte das fontes que divulgaram tal informação. Os dois países não assinaram acordo sobre a criação de qualquer tipo de satélite.

Deve-se salientar que a AEB e a Agência Espacial Russa (Roscosmos, sigla em inglês) mantêm excelentes relações desde os anos 1990 e há, de fato, alguns projetos de cooperação bilateral em estudo por ambas as partes, mas que ainda não foram devidamente acertados.

José Monserrat Filho – chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira
.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SGDC: especificações ainda não concluídas


Especificação de compra do satélite brasileiro ainda não está concluída

sexta-feira, 23 de novembro de 2012, 16h41

Fontes que acompanham diretamente os trabalhos da Visiona, a joint-venture entre Telebras e Embraer para o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), informam que ainda não foi possível fechar o texto da RFP (request for proposal, ou pedido de propostas para contratação) do satélite. A expectativa é de que o SGBC estivesse operando até 2014. Entre os fatores que complicam uma definição da RFP está, sobretudo, a complexidade do projeto. Segundo especialistas do setor de satélite ouvidos por este noticiário e que têm experiência em contratações desse tipo, a quantidade de detalhes técnicos que precisam ser especificados é muito grande, sobretudo em um satélite com banda Ka. Há pouca experiência em contratações desse tipo no mundo, pois não são muitos os satélites com cobertura na banda, e a tecnologia envolve complicadores adicionais, pois é preciso especificar elementos ativos do satélite e detalhes sobre a quantidade e a cobertura dos feixes que serão usados para o serviço de banda larga. Uma vez lançado, não é possível fazer alterações significativas na configuração dos feixes.

Sem especificações muito cuidadosas, dizem os especialistas, o risco é comprar o que o fornecedor diz que é melhor, mas que não necessariamente refletirá as necessidades da operação. As minutas de RFP já estariam com mais de mil páginas. O problema no atraso é que o prazo de operação, de 2014, começa a ficar inviável. Normalmente, um satélite de comunicação geoestacionário, como é o SGDC, precisa de pelo menos três anos para ser produzido e lançado. E no caso brasileiro, paralelamente a isso, será preciso ainda construir o centro de operações, o parque de antenas e treinar o pessoal responsável por manter os serviços em funcionamento.

Recentemente, o ministro Paulo Bernardo deu delcarações em que previa o satélite apenas para o final de 2014, prazo ainda assim considerado inexequível por especialistas no setor.

Fonte: Teletime.

Comentário do blog: a meta de ter o SGDC em órbita até o final de 2014 já é, sob todos os aspectos, inexequivel. Esta realidade abre espaço para soluções intermediárias, como oferta de capacidade de sistemas já em órbita, até que o primeiro satélite esteja operacional, tendo em vista a crescente demanda do Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa. 
.

Novo orçamento da ESA, artigo de José Monserrat Filho


Agência Espacial Europeia (ESA) enfrenta a crise econômica

A Europa aprendeu, espaço não é mais despesa, é investimento – diz diretor geral da ESA

José Monserrat Filho*

O orçamento proposto para os próximos três anos, de 12 bilhões de euros, ficou em 10,1 bilhões – redução de 1,9 bilhão de euros, equivalente a 8,4%. Foi o que decidiu o Conselho de Ministros da Agência Espacial Europeia (ESA), na reunião de dois dias de intensas discussões e negociações, realizado em Nápoles, Itália, na semana passada, de  20 a 21 de novembro,.

Mas, entre mortos e feridos, salvaram-se (quase) todos. Tanto que o diretor geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, do alto de sua efetiva liderança, festejou o resultado: “É um grande triunfo, a despeito da situação econômica [da Europa]. Foi uma reunião muito difícil, com muito estresse, mas acabou coroada de êxito”.

A alegria de Dordain emanava, sobretudo, de duas deliberações dos ministros: a de construir sucessores para o foguete Ariane 5, líder mundial do mercado de lançamentos de satélites, em especial de telecomunicações, e a de como financiar a participação europeia na Estação Espacial Internacional, que seguirá ativa até 2020. Mas Dordain foi além e tirou do encontro uma conclusão que hoje vale para todos os países do mundo: “Espaço não é mais despesa, é investimento”.

O conselho é formado por ministros da C&T dos países membros da ESA, que atualmente são 20: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça. O conselho se reúne a cada quatro anos para debater e aprovar o plano de financiamento dos programas e projetos da ESA. Este ano, os cortes eram inevitáveis. Mas parece que foram menores do que alguns temiam.

É bom saber: todos os países membros da ESA são obrigados a participar do programa científico, que desenvolve telescópios espaciais e outros instrumentos de pesquisa. Nas outras áreas, cada país elege a que prefere: telecomunicações, navegação, obervação da Terra ou desenvolvimento de veículos lançadores.

Houve cortes no orçamento do programa científico, que, em Nápoles, foi fixado em 500 milhões de euros por ano, para os próximos cinco anos (2013-2017). Esses recursos já foram maiores no passado. Mas não se sabe ainda as missão que serão afetadas.

Houve cortes também no programa de observação da Terra. Seu diretor, Volker Liebig, de acordo com a revista Nature, tinha esperança de receber 1,9 bilhão de euros para quatro anos. Recebeu apenas um bilhão, com os quais terá de construir os satélites de monitoramento ambiental. O corte é atribuído à redução dos aportes da Espanha, França e Itália, bem como, em parte, à decisão da ESA de investir 808 milhões de euros na nova geração de satélites meteorológicos – os Metop-SG. Para Volker Liebig, agora não será possível desenvolver todos os satélites científicos planejados – uma missão, pelo menos, terá que ser adiada.

Mas, o Programa de Lançadores saiu muito bem na foto. Entre os projetos conflitantes da Alemanha e da França, a solução foi aprovar os dois. O projeto alemão visa a melhorar o foguete Ariane Evolução Midlife 5 (5ME), capaz de transportar cargas 20% mais pesadas do que o atual Ariane 5, e de colocar satélites em órbitas mais elevadas. O projeto francês, por sua vez, tem em mira construir o Ariane 6, considerado mais barato e, portanto, mais competitivo. Os dois projetos receberão, juntos, 600 milhões de euros e serão revisados em 2014. A ideia é lançar o Ariane 5ME em 2017 ou 2018.

Ficou, no entanto, a impressão de uma vitória alemã. Não por acaso, o Presidente da DLR, a agência espacial alemã, Johann-Dietrich Wörner, teve o cuidado de declarar: “Não estamos falando de vitórias, mas de soluções europeias”.

Alemanha e França também divergiram quanto ao que fazer após o quinto e último voo do Veículo Automático de Transferência (ATV, na sigla em inglês) à Estação Espacial Internacional, em 2014. Esse transportador de carga não tripulado, criação europeia no valor de 450 milhões de euros, foi a contribuição da ESA ao fncionamento da Estação Espacial. Que fazer com o ATV? Proposta alemã: adaptar sua tecnologia com propulsão e aviônica (sistemas eletrônicos) para fornecê-lo à cápsula tripulada Orion da NASA, destinado a transportar astronautas para além das órbitas terrestres. Proposta francesa: a Europa deve desenvolver seu próprio projeto. Deu Alemanha de novo. Os ministros resolveram compartir os custos da Estação Espacial e seguir desenvolvendo a unidade de propulsão do Orion. Para Wörner, a decisão tem duas vantagens claras: 1) é o bilhete de entrada da ESA na Estação Espacial; e 2) Torna a ESA forte parceiro dos EUA na exploração espacial tripulada. Cabe notar: a Alemanha é o principal parceiro da Estação Espacial, contribuindo com 537 milhões de euros para as suas operações – cerca de 40% do total dos aportes.

O projeto Orion terá a participação extra do Reino Unido, que não costuma apoiar voos tripulados. Os britânicos entrarão com 16 milhões de euros para o desenvolvimento das telecomunicações e da tecnologia de propulsão.

A exploração espacial por robôs foi mantida, com a participação essencial da Rússia nas duas missões da ESA, denominadas ExoMars, a serem lançadas em 2016 e 2018. Uma vai medir os gases da atmosfera de Marte, enquanto a outra vai buscar sinais de vida na superfície do planeta vermelho. A ROSCOSMOS, agência espacial russa, comprometeu-se a realizar os dois lançamentos com foguetes Proton e assim cobrir a lacuna deixada pela Nasa ao deixar a missão em 2011. Quanto à exploração robótica da Lua, a Alemanha, às vésperas da reunião de Nápoles, comunicou que estava se afastando da missão do módulo lunar, por não conseguir o apoio de outros países para reunir os 500 milhões de euros necessários ao projeto. Ainda conforme a Nature, Wörner considerou o caso “uma decepção”. Porém, logo emendou, de certo para não agravar a questão: “Mas não uma grande decepção”.

De qualquer forma, tudo indica, a Alemanha saiu fortalecida de Nápoles. Ela responderá pela maior parte dos recursos da ESA para os próximos anos. Dos 10,1 bilhões de euros do orçamento aprovado, nada menos de 2,6 bilhões virão de Berlim. Ou seja, um quarto do total. Os outros três quartos ficarão distribuídos entre os 19 outros países membros.

* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB)

Fonte: artigo enviado ao blog pelo autor.
.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cooperação Brasil - Rússia: SGDC


Rússia pode produzir e lançar satélite para o Brasil

Agências espaciais russa e brasileira estão em negociações

23/11/2012 13h18

O diretor da Agência Espacial da Rússia (Roscosmos), Vladimir Popovkin, afirmou que seu país está mantendo entendimentos com a Agência Espacial Brasileira (AEB) para a produção e lançamento de um satélite de comunicações. O equipamento poderá ser utilizado para a sondagem da Terra à distância.

Popovkin também informou que as conversações estão em fase inicial e que as duas agências, russa e brasileira, precisam definir as competências financeiras de cada uma na concretização deste projeto.

Fonte: Diário da Rússia.

Comentário do blog: a informação dada pelo diretor da Roscosmos se refere ao projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa Comunicações Estratégicas (SGDC), que se encontra em processo de seleção organizado pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a Telebras. Indústrias dos EUA, França, Japão, Rússia, Canadá e de outros países foram convidadas a enviar propostas de fornecimento do satélite.
.

Cooperação Brasil - Argentina


SABIÁ-MAR: NOVO IMPULSO NA PARCERIA BRASIL-ARGENTINA

Brasília, 22 de novembro de 2012 – Em recente reunião realizada em Buenos Aires, Brasil e Argentina retomaram o projeto Sabiá-Mar, satélite de observação oceanográfica, em especial, da costa atlântica, desde o norte do Brasil até o sul da Argentina.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) tem um acordo com a Argentina para o desenvolvimento conjunto deste satélite oceanográfico, destinado a monitorar o meio ambiente marinho e os recursos hídricos litorâneos, que pelas novas perspectivas, possa vir a resultar em uma família de satélites.

Nesta reunião técnica, firmou-se o compromisso de se reiniciar o projeto de cooperação, após a definição dos grupos de trabalho de ambos os países. Até março de 2013, os grupos deverão apresentar um relatório com a revisão dos requisitos do projeto; e até julho, apresentar um projeto já mais elaborado, incluindo cronograma de execução.

Participaram da reunião representando o Brasil, Carlos Gurgel, diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Leonel Perondi, diretor do INPE, e a Secretária Patrícia Leite, da Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Do lado Argentino esteve presente Conrado Varotto, diretor Executivo e Técnico da CONAE, Fabián Oddone, Ministro da Embaixada da Argentina em Brasília, Engenheiro Fernando Hisas, assessor da CONAE, Engenheiro Daniel Caruso, chefe do Projeto Sabiá-Mar pela CONAE, e Ana Médico, relações internacionais da CONAE.

O Projeto Sabiá-Mar, lançado em 2007 entre Brasil e Argentina, recém reativado, pode iniciar uma cooperação mais técnica, desenvolvendo os principais componentes de carga útil do projeto, com forte participação das respectivas indústrias na criação e produção destas plataformas. E mais: concretizada a missão, as imagens geradas serão de grande impacto social nos dois países.

Cooperação internacional – A parceria Brasil-Argentina também inclui outros projetos. Prova disso é a visita da delegação argentina ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em março deste ano. Também deve visitar o CLA, a convite da AEB, uma comitiva de diretores das principais empresas espaciais argentinas.

Ademais, no Seminário das Nações Unidas sobre Direito Espacial, reunido em Buenos Aires de 5 a 8 de novembro, o Brasil propôs a criação de uma constelação latino-americana de mini satélites – cada país construiria o seu, apoiado, se possível, nas universidades e em seus grupos de estudantes mais interessados no tema. A região se integraria por meio de satélites, numa experiência sem precedentes. A ideia foi muito bem recebida pelos participantes do encontro.

Fonte: AEB
.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Os problemas do CBERS 3


Falhas em conversores do CBERS colocam MCTI e INPE em dilema

CBERS-3: Lançamento pode atrasar até dois anos 

Por Shirley Marciano

Durante testes finais realizados no Brasil e na China para lançamento do CBERS-3 foram constatados problemas em parte do sistema de energia do satélite, nos pequenos conversores DC/DC. Por este motivo, poderá haver atrasos significativos no cronograma de lançamento do satélite, inicialmente previsto para novembro de 2012.

Esses componentes foram comprados entre 2007 e 2008 da fabricante americana Modular Devices Incorporated – MDI para serem utilizados nos satélites CBERS 3 e 4. Curiosamente, esta empresa não teve que passar pelas restrições da International Traffic in Arms Regulations - ITAR, que é uma reguladora de venda de produtos classificados como críticos, e, de acordo com informações obtidas com pessoas envolvidas no processo de compra à época, este teria sido o fator determinante para a escolha desta empresa, já que havia muita dificuldade para se encontrar outros fornecedores que vendessem ao Brasil em razão dessas restrições.

Quando já estava tudo praticamente pronto para o lançamento, observou-se a falha de oito conversores DC/DC, dos 44 utilizados no CBERS-3. Ou seja, quase 20% dos conversores adquiridos para serem utilizados nos satélites simplesmente não funcionaram. Teoricamente seria uma simples questão de substituição; entretanto, a estatística mostrava que havia um risco alto de acontecer o mesmo com os demais componentes que ainda não haviam sido utilizados.

“Todos ficaram muito apreensivos com a gravidade da situação, pois embora existam componentes sobressalentes destes conversores no satélite para casos de falhas, a queima dessa quantidade de dispositivos era a constatação de que o problema poderia ocorrer novamente”, explica um especialista da área que não quis se identificar. Ele explica ainda que “componentes espaciais, durante os testes finais, devem ter sempre desempenho de altíssima confiabilidade, afinal, não é possível fazer a ‘manutenção’ do satélite uma vez que o mesmo esteja em órbita”. Assim, a lógica é simples: “estragou no espaço, perde-se todo o investimento, tempo e finalidade”, conclui.

Diante do problema, entre os dias 18 e 24 de agosto, cinco engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, incluindo o coordenador do Segmento Espacial do Programa CBERS, engenheiro Janio Kono, estiveram nos EUA para tentar identificar, junto à empresa fornecedora dos componentes, os motivos que levaram às falhas, conforme divulgado no Diário Oficial da União de 17 de agosto de 2012.

A empresa analisou os dispositivos que apresentaram falhas e emitiu um relatório técnico no dia 20 de outubro, no qual teria reconhecido que parte dos problemas surgidos pode ter sido causada por erros na fabricação dos componentes. Como todos os componentes adquiridos pelo INPE faziam parte de um mesmo lote, levantou-se a suspeita de que outros componentes que não apresentaram falhas durante os testes também pudessem vir a falhar.

O relatório aponta ainda outros motivos --estes de responsabilidade do INPE e da empresa Mectron, contratada para projetar e fabricar os equipamentos para o satélite-- que podem ter contribuído para a falha dos componentes. O principal deles diz respeito a um erro de projeto dos circuitos que trabalham em conjunto com os conversores DC/DC que falharam. De acordo com o relatório, estes circuitos estariam induzindo sinais anormais nos conversores, propiciando sua falha.

Ao que tudo indica, entretanto, a empresa fornecedora MDI teve responsabilidade pela falha nos componentes. A reportagem encontrou em um site indiano um artigo de 22 de outubro de 2010 que avalia o projeto do satélite Chandrayaan-1. Neste artigo faz-se menção à falha destes mesmos conversores DC/DC fabricados pela MDI.

Em tradução livre o artigo afirma que “o comitê também revelou, pela primeira vez, que um minúsculo componente de 110 gramas de apenas US$ 5 mil derrubou uma missão que custou US$ 100 milhões”. ‘Foi a formiga que matou o elefante’, observou um engenheiro da agência espacial indiana. Ainda segundo o artigo, “um componente chamado conversor DC/DC, muito parecido com um transformador pequeno, que havia sido importado de uma empresa americana, Modular Devices Inc., foi o que causou a falha.

Não um, mas cinco destes componentes falharam sequencialmente a bordo do Chandrayaan-1, causando a interrupção prematura da missão. Entretanto, o comitê de investigação apontou em seu relatório falhas por parte dos técnicos da própria agência espacial indiana evolvidos nas atividades de teste e garantia do produto, por não terem sido capazes de detectar a má qualidade do componente importado, vital para o funcionamento do satélite.” http://www.thehindu.com/opinion/lead/article841036.ece

Fazendo uma analogia com o caso ocorrido no programa espacial indiano, alguns questionamentos são imediatos, a saber:

1) a equipe técnica responsável pela condução dos testes de qualificação dos componentes importados, bem como o pessoal responsável pela garantia do produto, tanto do INPE quanto da Mectron, têm alguma responsabilidade por não haver detectado antes algum sintoma de falha dos conversores que veio a ocorrer mais tarde?

2) levando em conta que um número significativo de componentes apresentou falhas, a simples substituição destes por outros sobressalentes do mesmo lote não contribuiria para uma diminuição indesejável do nível de confiança do satélite, colocando em risco a própria missão, como ocorreu com o satélite indiano?

3) assumindo-se que houve erros tanto por parte da empresa fornecedora dos componentes (MDI), quanto do INPE e da Mectron (contratada para fabricar partes do satélite CBERS), quem deverá arcar com os gastos financeiros extras decorrentes da substituição das peças e retrabalho dos equipamentos? A União?

Engenheiros do INPE consultados pela reportagem comentaram possibilidades de solução para o dilema do lançamento do CBERS 3. As alternativas apontadas foram:

1) Levar os componentes à MDI, acompanhar a inspeção de cada um e ir corrigindo suas falhas: Pode ser uma solução mais rápida, mas como se trata de uma empresa que mostrou ter antecedentes de problemas que não foram sanados --vide o caso da Índia-- talvez possa ser um risco considerável.

2) Trocar de fornecedor, utilizando o serviço de um fabricante mais conceituado no mercado para este tipo de dispositivo: um alternativa mais segura, no entanto, demandaria mais tempo, pois ao adquirir componentes novos, seria necessário reanalisar e reprojetar as placas de circuito de todo o sistema, o que poderia levar a um atraso de até dois anos no lançamento do satélite.

A reportagem apurou ainda que está havendo muita pressão do MCTI, para que o CBERS-3 seja lançado o mais rapidamente possível (fala-se em fevereiro de 2013), como forma de se evitar desgastes políticos ainda maiores com os parceiros chineses. Entretanto, técnicos e engenheiros do INPE estão receosos de que se tome uma decisão pela pressa e cause o maior de todos os desastres para uma missão não tripulada: o não funcionamento do satélite em órbita.

O impasse é proporcional à gravidade do problema, e há rumores diversos no INPE sobre o desdobramento do fato. Inclusive, no dia 23 de outubro, os chineses foram ao Instituto para discutir um acordo sobre o que fazer com relação às falhas dos dispositivos DC/DC.

Mas, como esta parte do satélite é de responsabilidade do Brasil, teriam se eximido de opinar sobre o assunto para aguardar um posicionamento brasileiro sobre as próximas ações. Dias antes da visita chinesa, o ministro Marco Antonio Raupp (MCTI), esteve, sem aviso prévio, nas instalações do INPE reunido a portas fechadas com os responsáveis pelo programa CBERS, muito provavelmente para tratar dos desdobramentos das falhas dos conversores DC/DC ocorridas na China, bem como avaliar os impactos das mesmas sobre o cronograma de lançamento do satélite.

A direção do INPE foi procurada para comentar o assunto mas informou que preferia não emitir opinião neste momento.

Fonte: Jornal do SindCT

Comentários do blog: no início de setembro, publicamos a postagem "CBERS 3: lançamento ameaçado", informando sobre o problema no sistema de suprimento de energia do CBERS 3. Na ocasião, o blog Panorama Espacial foi prontamente atendido pelo diretor do INPE, Leonel Perondi, que prestou todos os esclarecimentos solicitados acerca do problema identificado. Perondi mencionou que teria um posicionamento sobre a extensão do atrasamento (caso ocorresse) até meados de setembro, conforme é mencionado na postagem. Desde o início de outubro, o blog tentou por diversas ocasiões um contato com o diretor do INPE para obter atualizações sobre o status da missão, sem no entanto ter sido atendido. Segundo sua assessoria, o diretor do INPE estaria sem agenda disponibilidade para nos atender.

A reportagem de Shirley Marciano traz uma informação interessante sobre o possível papel da Mectron na falha dos conversores. Em matéria de sistemas de suprimento de energia, o CBERS 3 não é o único problema da Mectron, que também tem enfrentado grandes dificuldades com um subsistema similar para a Plataforma Multimissão (PMM).
.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O futuro do acesso europeu autônomo ao espaço


Está acontecendo esta semana em Nápoles, no sul da Itália, uma importante reunião com ministros dos vinte países membros da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) para discutir e definir o futuro do programa espacial europeu, em meio a uma severa crise financeira naquele continente.

"Este encontro é crucial para sustentar o acesso europeu autônomo ao Espaço...", disse o ministro da Pesquisa da França, Genevieve Fioraso, em seu discurso na abertura. Existe também muita expectativa quanto à definição do orçamento da ESA para os próximos três anos. Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da Agência, afirmou esperar um comprometimento dos membros com um orçamento de 12 bilhões de euros para o período, mas destacou que ficaria feliz com algo "em torno de 10 bilhões de euros".

Um dos principais tópicos na agenda da reunião é a decisão quanto a uma futura geração de lançador de grande porte para substituir o bem sucedido Ariane 5. Os defensores de uma nova geração sustentam que um novo foguete deve oferecer maior flexibilidade em opções de lançamento, em linha com as mudanças no mercado comercial.

França versus Alemanha

Não há até o momento um consenso na Europa sobre o futuro em termos de lançadores de grande porte. A França propõe o desenvolvimento de um novo lançador, chamado Ariane 6, de menor porte e cujo desenvolvimento exigiria investimentos de 4 bilhões de euros. O primeiro voo ocorreria em 2021. Grosso modo, o Ariane 6 seria similar em termos conceituais ao Ariane 4, com diferentes configurações dependendo da dimensão e massa das cargas úteis.

A Alemanha, por outro lado, propõe um projeto considerado menos ambicioso: o Ariane 5 ME (Midlife Evolution, ou em português, Evolução de Meia Vida), que custaria cerca de 2 bilhões de euros e envolveria a ampliação da capacidade do Ariane 5, com redução de seus custos operacionais.

O legado Ariane

Para os interessados em lançadores espaciais, em especial sobre a família Ariane, e para aqueles que desejam entender todo o racional por trás do interesse europeu em contar com acesso autônomo ao espaço, recomendamos a leitura do excelente artigo "A boost for Europe - The evolution of the European launcher sector", publicado num boletim da ESA em agosto deste ano. Para acessá-lo, clique aqui (a partir da página 30).
.

Lançamento de VS-30/ORION em dezembro


IAE inicia Operação Iguaiba

Campo Montenegro, 19/11/2012

No dia 18 de novembro de 2012, iniciou-se oficialmente a Operação Iguaiba. Às 09h50min uma aeronave C-99 do 1º/2º GT transportou os integrantes do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e outros membros da equipe para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Esta Operação tem como objetivo realizar o lançamento e o rastreio do foguete de sondagem VS-30/ORION V10, portando uma carga útil tecnológica e científica com experimentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do IAE, de forma a permitir além desses experimentos em voo suborbital, a transmissão e recepção das medidas realizadas durante esse voo.

Após a chegada ao Centro de Lançamento, todos os participantes foram instalados na Vila D. No dia 19 de novembro serão iniciadas as atividades de preparação para o lançamento, previsto para ocorrer entre os dias 10 e 13 de dezembro.

Fonte: IAE, com edição do blog.
.

domingo, 18 de novembro de 2012

Simpósio sobre Engenharia Inercial


De 27 a 29 de novembro, acontece no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), o VII Simpósio Brasileiro de Engenharia Inercial (VII SBEIN), encontro bianual organizado pelo ITA e pela Sociedade Brasileira de Engenharia Inercial.

O evento tem apoio de diversos setores do governo, como o Ministério da Defesa, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e é patrocinado por empresas atuantes em tecnologia inercial, dentre as quais as brasileiras Navcon e Equatorial Sistemas.

As inscrições de participantes podem ser feitas pelo website www.sobein.org.br/sbein2012
.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Encontro sobre Observação da Terra


Foz do Iguaçu sedia encontro sobre Observação da Terra. Plenária do GEO acontece pela 1ª vez no Brasil 

Quarta-feira, 14 de Novembro de 2012

O intercâmbio de informações e o acesso a um número cada vez maior de dados podem melhorar as previsões de desastres climáticos e as políticas de uso da terra, entre outras tantas aplicações em benefício da ciência e da sociedade. Este é o objetivo do Grupo Intergovernamental de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) que, pela primeira vez, realiza no Brasil sua plenária anual.

Em Foz do Iguaçu, de 19 a 23 de novembro, será discutido como ampliar o acesso a dados que contribuam para o bem-estar da humanidade e a preservação do planeta. Atualmente, 88 países, a Comissão Europeia e 61 organismos internacionais, como Unesco e Organização Meteorológica Mundial, participam do GEO, que tem sede em Genebra, Suíça.

Por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil ganhou destaque no GEO por ter sido o primeiro no mundo a adotar uma política de livre distribuição de imagens de satélites, em 2004, quando os dados do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) passaram a ser oferecidos sem custo, pela internet, a qualquer usuário. O sucesso desta iniciativa pioneira levou outros países, como os Estados Unidos, a também disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução.

Outra importante ação brasileira consiste no “CBERS for Africa”, programa criado pelo INPE com o apoio da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), parceira no programa de satélites, para disponibilizar imagens gratuitas aos países da África. Antenas e estações de recepção de dados de satélites estão sendo instalados para cobertura de todo o continente africano.

“Sediar a Plenária do GEO coloca o Brasil em merecido patamar de destaque. Com o ‘CBERS for Africa’, o Brasil mostrou à comunidade internacional que é possível fazer muito quando se coloca a política pública de dados de observação da terra a serviço de mecanismos de cooperação internacional”, diz Julio D’Alge, coordenador de Observação da Terra do INPE.

Aproximadamente 350 pessoas que representam os vários países e instituições participarão da Reunião Plenária do GEO. Na pauta, a implantação até 2015 de um sistema global para fornecimento de observações detalhadas da Terra. Denominado GEOSS (Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra), seu objetivo é reunir e permitir a combinação de dados múltiplos de observação sobre oceanos, florestas, biodiversidade e desenvolvimento urbano, entre outros aspectos.

Estarão presentes na Reunião Plenária o ministro Fabio Pitaluga, chefe da Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço do Itamaraty e chefe da delegação brasileira no evento, o diretor do INPE, Leonel Perondi; o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Petrônio Noronha de Souza; autoridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Ministério do Meio Ambiente (MMA), entre outros representantes de instituições brasileiras e internacionais.

A Plenária será nos dias 22 e 23 no Mabu Thermas & Resort. No mesmo local, entre os dias 19 e 21, acontece uma série de reuniões preparatórias e eventos paralelos. Entre eles, o GEO Brasil, no dia 20, destinado a reunir instituições que atuam no país com dados de observação da Terra, como INPE, Embrapa, Agência Nacional das Águas (ANA), Serviço Florestal Brasileiro, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre outras.

Mais informações na página http://www.earthobservations.org/geo9.shtml

Fonte: INPE
.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CBERS 4: Opto envia câmera para a China


Opto envia à China câmera do satélite CBERS-4

A Opto enviou para a China, na manhã da última segunda, 12/11, o segundo modelo de voo da câmera MUX, que irá equipar o satélite sino-brasileiro CBERS-4. Hoje, apenas outros sete países (EUA, França, Rússia, Índia, Japão, China e Israel) detêm o conhecimento e a tecnologia necessários para construir uma câmera como esta. A Opto é a única companhia da América Latina capacitada a desenvolver e produzir tal equipamento – e de forma independente –, colocando o Brasil entre o seleto grupo de nações a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. Chamada de MUX FM2 (multiespectral, flight model 2), a câmera é destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais.

Em 30/03, uma câmera idêntica a esta também foi enviada para a China, mas para equipar o satélite CBERS-3 (cujo lançamento está programado para janeiro de 2013, por meio do foguete chinês “Longa Marcha”). A MUX tem massa superior a 120 kg e é capaz de produzir imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília/DF. A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura.

Independência tecnológica

A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do Programa Espacial Brasileiro de fomentar a capacitação e o desenvolvimento de tecnologia de ponta pela indústria nacional. O trabalho da companhia também contribui para a independência tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico.

Construída para auxiliar de forma decisiva no monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais (trabalhando em quatro bandas espectrais de luz), as imagens produzidas pela câmera têm capacidade de mostrar, com precisão, queimadas, desmatamentos, alteração de cursos d’água, ocupação urbana desordenada, entre outras funções. As imagens poderão ser utilizadas em todo o mundo, gratuitamente, por meio do site do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Projeto

O projeto da câmera teve início em 2004, quando a Opto venceu a licitação internacional para o desenvolvimento e fabricação da câmera. O projeto sofreu diversos aperfeiçoamentos, principalmente em razão do não compartilhamento de tecnologias e venda de componentes “sensíveis” por outros países. Contudo, a companhia de São Carlos conseguiu, de forma inédita, desenvolver soluções próprias e inovadoras, dominando todo o ciclo de construção do equipamento. Para se ter ideia, somente o projeto preliminar da câmera foi composto por mais de 450 documentos, totalizando mais de 16 mil páginas.

Nesse período, foram construídas versões sucessivas de protótipos, denominadas modelos de engenharia, de qualificação e de voo (modelo final) da câmera MUX. O modelo de qualificação, por exemplo, foi exaustivamente testado (como em provas extremas de choque e vibração). O objetivo da bateria de testes e ensaios foi assegurar que o projeto (e consequentemente o equipamento) suporta as cargas de lançamento e as condições de temperatura, radiação e vácuo no espaço, além de verificar se ele atende aos requisitos de envelhecimento e compatibilidade eletromagnética com os outros sistemas do satélite, mantendo sempre o melhor desempenho funcional.

Fonte: Opto, com edição do blog Panorama Espacial.
.

Simulação de uso de satélites pela FAB


CRUZEX - Exercício de comando e controle simula o uso militar de satélites

12/11/2012 - 10h53

A CRUZEX C2 2012 treina o uso de aeronaves em um conflito moderno, como aviões de caça, helicópteros e Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANT). Mas, pela primeira vez, o exercício inclui a simulação do uso de satélites. “É um cenário bem realista para as guerras da atualidade”, diz o Coronel José Vagner Vital, da Força Aérea Brasileira. Durante todo o exercício, o planejamento e a execução das missões ocorrem com o apoio das informações enviadas por uma constelação simulada de satélites em órbitas que vão até os 36.000 km de altitude.

Do espaço é possível, por exemplo, fazer imagens da área em conflito, facilitar as comunicações e até espionar as forças hostis. Um dos aspectos mais explorados da constelação de satélites simulada, no entanto, é a guiagem de bombas. Com informações mais precisas sobre a localização dos alvos, as aeronaves de combate podem fazer ataques com precisão maior que com o uso de guiagem laser. “Os satélites tornam a guerra mais eficiente e eficaz”, explica o Coronel Vital, que lembra ainda que a precisão também ajuda a evitar danos colaterais, como atingir a população civil por engano.

Os primeiros ataques reais com bombas guiadas por satélite ocorreram durante a Operação Allied Force, em 1999, quando uma coalizão da Organição do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atuou na região dos Balcãs para acabar com a escalada de violência no Kosovo. Em um contexto bastante semelhante com o que agora é simulado na CRUZEX C2 2012, a tecnologia ajudou a reduzir erros dos bombardeios e hoje é utilizada por países que fazem parte da OTAN.

Projetos no Brasil

A constelação de satélites na CRUZEX C2 2012 é simulada, mas a Força Aérea Brasileira utiliza o exercício para definir seus projetos na área. “Não se concebe no século XXI uma Força Aérea que não utilize o espaço para executar suas missões”, afirma o Coronel João Batista Xavier, da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), grupo que planeja o lançamento em 2017 do primeiro satélite de uma futura constelação que irá cobrir todo o país.

De acordo com o Coronel Xavier, esta simulação que ocorre agora é fundamental para que os brasileiros possam conhecer as potencialidades dos satélites e também definir os requisitos operacionais para os satélites que o país necessita. “A CRUZEX é um cenário ideal para iniciar uma doutrina de uso antes mesmo de possuí-los. A gente precisa ter a doutrina para saber exatamente o que precisamos”, explica.

O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) da FAB prevê ainda que a constelação de satélites brasileiros terá funções civis, além das militares. Segundo o Coronel Xavier, dentre outras utilidades, a constelação poderá ajudar na previsão do tempo, na prevensão de catástrofes naturais, no apoio à agricultura e na segurança da navegação marítima, dentre outras.

Fonte: Agência Força Aérea

Comentário: para saber mais sobre a CCISE, veja a postagem "END, Sistemas Espaciais e a CCISE". 
.

domingo, 11 de novembro de 2012

Star One C3 em órbita


No último sábado (10), ocorreu com sucesso a partir de Kourou, na Guiana Francesa, a sexta missão deste ano do lançador europeu Ariane 5, colocando em órbita dois satélites geoestacionários de comunicações, entre eles o brasileiro Star One C3, da companhia Star One, subsidiária da Embratel.

"Esta [missão] dá continuidade a nossa série de recordes com o 52º sucesso consecutivo de nosso lançador Ariane 5, o que representa um nível de confiabilidade inigualável em nossa indústria e garante o acesso europeu ao espaço em benefício de nossos clientes institucionais e comerciais", afirmou em nota Jean-Yves Le Gall, presidente da Arianespace.

Este foi o nono satélite da Star One / Embratel inserido em órbita por lançadores operados pela Arianespace.

Construído pela Orbital Sciences Corporation, dos EUA, o Star One C3 possui 28 transpônderes de banda C e 16 de banda Ku, e substituirá o Brasilsat B3, na posição orbital 75º Oeste. Sua cobertura abrange o sul dos EUA (Flórida) e toda a região sul-americana, incluindo a Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, permitindo a expansão da capacidade e cobertura para serviços de transmissão de sinais de TV, voz e dados.
.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Programa Espacial na revista "Problemas Brasileiros"


A edição de novembro/dezembro da revista "Problemas Brasileiros", editada pelo SESC de São Paulo, tem como reportagem de capa uma matéria sobre o Programa Espacial Brasileiro, abordando as perspectivas do País em matéria de satélites e lançadores, e também a participação da iniciativa privada.

A reportagem apresenta informações interessantes dadas pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, e o diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), Brig. Carlos Kasemodel. Para acessá-la, clique aqui.
.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

SARA: entrega do subsistema de telemetria


Entrega do Subsistema de Telemetria do Modelo de Voo do Sara Suborbital

Campo Montenegro, 01/11/2012

No dia 25 de outubro foi realizada a entrega do Subsistema de Telemetria do Modelo de Voo do Sara Suborbital pelas empresas CENIC e MECTRON. Os testes com essa Rede de Telemetria, realizados nas dependências da empresa MECTRON com a presença da equipe do IAE, tiveram como objetivo demonstrar o correto funcionamento desse Subsistema antes de sua integração no Modelo Mecânico. Para esse teste foi desenvolvido um setup completo para excitação dos canais de leitura de sensores da Rede de Telemedidas, bem como para aquisição de dados das outras redes: RES (Rede de Serviços), REC (Rede de Controle) e REG (Rede de Segurança).

Para o teste de funcionamento do quadro de medição PCM (Pulse-Code Modulation), foi utilizado o sistema APDT (Aquisição e Processamento dos Dados de Telemetria) do projeto VSISNAV, onde todos os parâmetros foram verificados.

Os sinais analógicos de baixa frequência de amostragem, referentes aos sensores de pressão e temperatura, foram gerados por um quadro de potenciômetros ajustáveis, de forma a simular a aquisição destes dados em voo. Os sensores de alta frequência de amostragem, relativos aos parâmetros de aceleração e vibração, foram excitados por um gerador de sinais ajustáveis.

O quadro de telemetria do SARA é composto de 169 (cento e sessenta e nove) parâmetros, sendo que o setup foi possível demonstrar com sucesso o funcionamento da Telemetria do SARA Suborbital, concluindo, assim, mais uma etapa desse projeto.

O Subsistema de Telemetria segue agora para os laboratórios da Divisão de Eletrônica do IAE, visando cumprir a etapa de integração e realização de outra sequencia de testes.

Fonte: IAE/DCTA
.

Operações de lançamento no CLBI


Operações de Lançamento e Rastreio movimentam Barreira do Inferno 

05-11-2012

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno realizará, entre 5 e 14 de novembro, as Operações Barreira VIII e Tangará I. A previsão é que sejam lançados Foguete de Treinamento Básico (FTB), no dia 7, e um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), no dia 13.

As operações têm como finalidade garantir a qualificação técnica e operacional das equipes do Centro, a manutenção dos meios operacionais e a obtenção de dados para a qualificação e a certificação dos veículos FTB e FTI, cumprindo as metas do Programa Nacional de Atividades Espaciais.

Será o primeiro lançamento do Foguete de Treinamento Intermediário a partir das plataformas do CLBI. Com massa total de 490 kg, a previsão do apogeu, alcance e duração do voo do FTI são, respectivamente, 56 km, 80 km e 3m44.

Simultaneamente às Operações de Lançamento, o CLBI rastreará, no dia 9, o veículo Ariane VA210, lançado a partir da Guiana Francesa.

Fonte: CLBI, via Agência Espacial Brasileira.
.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

XII ENEE: "O Setor Espacial Brasileiro: Cenário Atual e Perspectivas"


Entre os dias 7 e 9 de novembro, acontece na Escola Naval, no Rio de Janeiro (RJ), o XII ENEE - Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, que terá como temática "O Setor Espacial Brasileiro: Cenário Atual e Perspectivas". O evento é organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

O encontro terá palestras de especialistas de praticamente todos os segmentos do Programa Espacial Brasileiro, inclusive da indústria. Estão confirmadas as presenças do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, de  diretores da AEB, como Petrônio Noronha de Souza (diretoria de Política Espacial e Investimentos Estratégicos) e Carlos Alberto Gurgel (diretoria de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi, e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), Brig. Carlos Kasemodel, além de representantes dos Ministérios das Comunicações, Agricultura e da Defesa, da Embrapa, Cemaden, dentre vários outros órgãos governamentais.

Do setor industrial, haverá representantes da Embraer e Visiona Tecnologias Espaciais, Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), e também estrangeiros, como Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil. Esta fará uma exposição sobre a participação da Boeing nos programas de desenvolvimento de tecnologias e sistemas espaciais do Brasil.

Para saber mais sobre o encontro e também para se inscrever, acesse http://www.sae.gov.br/enee/
.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Brasil, África do Sul e Índia: satélite IBAS


Brasil, Índia e África do Sul retomam projeto do satélite IBAS

01-11-2012

Técnicos do Brasil, Índia e África do Sul, reunidos em Bangalore, Índia, em 23 de outubro, na sede da Agência Espacial da Índia (ISRO, sigla em inglês), retomaram as discussões sobre o desenvolvimento conjunto do microssatélite científico IBAS sobre Clima Espacial.

O encontro começou com apresentação dos programas existentes na área de Clima Espacial – estudo de fenômenos solares e sua influência em sistemas terrestres naturais e tecnológicos. Logo após, iniciou-se a avaliação dos resultados do workshop de 2010 ligado ao desenvolvimento do projeto.

A África do Sul propôs o uso da plataforma de microssatélite já desenvolvida no âmbito do projeto SumbandilaSat – microssatélite para imageamento óptico de superfície. A plataforma, adaptada aos instrumentos científicos já propostos, poderia ser lançada como “carona” (piggyback) de um lançamento principal do lançador indiano PSLV. Passou-se, então, à discussão das características da plataforma e desse lançamento “carona”. A plataforma pode ser a base para o microssatélite IBAS.

Ficou acordado, também, que  cada país deve apresentar, até o fim de novembro deste ano, um texto conceitual (concept paper) sobre as características científicas da missão e sobre os instrumentos candidatos a integrar a carga útil do microssatélite

Histórico – A ideia de criação de um satélite IBAS foi lançada, em 2008, pelo então Ministro das Relações Exteriores, hoje Ministro da Defesa, Celso Amorim. Os entendimentos para desenvolver o projeto iniciaram-se, em 2009, na África do Sul, durante seminário sobre Espaço e Astronomia, reunindo pesquisadores do Brasil, Índia e África do Sul. Ficou acertado criar um satélite de monitoramento de clima espacial. O estudo do clima espacial interessa aos pesquisadores dos três países, mas tem também sérias implicações práticas: influenciam os sistemas de navegação por satélite (sistemas GPS e similares), as linhas de transmissão de energia e os enlaces de telecomunicações.

Em 2010, em Brasília, Brasil e África do Sul deram sequência às negociações sobre o projeto. E formularam uma definição preliminar da missão, seus requisitos e instrumentos científicos para a carga útil, além de um cronograma de curto prazo para refinamento das especificações da missão. A Índia não pôde comparecer à reunião.

Em outubro de 2011, governantes dos três países se reuniram na V Cúpula do Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS), de que participou a Presidente Dilma Rousseff. O três chefes de Estado e de Governo enfatizaram a necessidade de retomada do projeto do satélite IBAS. Ficou agendada a reunião agora realizada em Bangalore.

Fonte: AEB

Comentário: de acordo com as discussões iniciais quanto às responsabilidades de cada país parceiro no projeto do satélite IBAS, as cargas úteis seriam fornecidas pelo Brasil, por meio do setor de Ciência Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
.

CLA: mais um FTB lançado com sucesso


CLA lança com sucesso o sexto Foguete de Treinamento do ano

01-11-2012

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, lançou com sucesso, na quarta-feira, 31 de outubro, o sexto Foguete de Treinamento Básico (FTB) do ano. O lançamento integra as atividades da Operação Falcão VI que tem por objetivo testar os meios e capacitar as equipes envolvidas com as operações de lançamentos nos centros espaciais brasileiros.

O FTB foi lançado às 15h03, horário local, atingiu uma distância em linha reta de 16 quilômetros do local de lançamento. As informações do sistema de rastreio mostraram que o veículo seguiu os parâmetros previstos. O foguete atingiu 32,06 quilômetros de altitude (apogeu) em 78 segundos de voo. Ao todo, o veículo gastou 167 segundos em sua trajetória de voo até alcançar o ponto de impacto determinado para a operação.

Com o lançamento de hoje o FTB, foguete de fabricação nacional, fica cada vez mais próximo de obter qualificação e certificação junto ao Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI). A partir disso, será possível repassar tecnologias utilizadas em atividades do tipo à indústria para o aperfeiçoamento do projeto e desenvolvimento de novos produtos.

A Operação Falcão VI faz parte do cronograma de atividades do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) para 2012. Na primeira quinzena de dezembro, o CLA deve voltar a lançar mais um foguete de treinamento e outro de sondagem durante a Operação Iguaíba, que será realizada a partir do próximo dia 19 de novembro em Alcântara.

Fonte: CLA, via AEB.
.