quinta-feira, 30 de julho de 2015

Chile: Airbus DS amplia cooperação

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No último dia 29, a companhia europeia Airbus Defence and Space (Airbus DS) e a Universidad Técnica Federico Santa María (USM), do Chile, firmaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento de um programa universitário em matéria espacial.

Por meio deste acordo, as duas partes estabeleceram termos e condições para a criação do primeiro programa espacial universitário do Chile, que deverá ser implementado ao longo dos próximos meses.

"Temos uma grande e extensa experiência na formação de engenheiros e técnicos através de nossos programas de formação específicos e personalizados, de forma que estamos animados em poder transferir este conhecimento aos alunos da USM. Engenheiros chilenos já puderam de beneficiar, no programa Fasat Charlie, com este tipo de formação", afirmou Francois Auque, diretor de sistemas espaciais do grupo europeu.

Esta é mais uma medida do grupo para fortalecer sua presença e laços com o Chile, em particular no campo espacial, de forma a estar melhor posicionado para os futuros projetos espaciais do país andino. Como já abordado no blog Panorama Espacial nos últimos meses, o Chile está realizando uma concorrência para a seleção de um novo satélite de observação terrestre para complementar e substituir o Fasat Charlie, construído pela então EADS Astrium (hoje Airbus DS) e colocado em órbita em dezembro de 2011.
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Meteorologia: convênio entre INPE e entidade europeia

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INPE e ECMWF formalizam convênio

Terça-feira, 28 de Julho de 2015

O conselho do Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo (ECMWF, na sigla em inglês) comunicou a aprovação do convênio de cooperação proposto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O acordo garante a continuidade da parceria entre o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do INPE e o ECMWF que, entre outras atividades, desenvolveram em conjunto o Metview, um software livre para acesso, processamento e visualização de dados meteorológicos.

A cooperação é importante em termos científicos, especialmente nas áreas de desenvolvimento da modelagem, da assimilação dos dados e desenvolvimento conjunto de softwares meteorológicos.

Além disso, reforça o interesse comum dos órgãos em desenvolver pesquisa para melhoria da modelagem nos trópicos. O convênio garante ainda ao INPE o acesso aos cursos oferecidos pelo ECMWF.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 27 de julho de 2015

ACS: Decreto da denúncia do acordo

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DECRETO Nº 8.494, DE 24 DE JULHO DE 2015

Torna pública a denúncia, pela República Federativa do Brasil, do Tratado entre a República Federativa do Brasil e a Ucrânia sobre Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4 no Centro de Lançamento de Alcântara, firmado em Brasília, em 21 de outubro de 2003.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VIII, da Constituição, e

Considerando que o Tratado entre a República Federativa do Brasil e a Ucrânia sobre Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamento Cyclone-4 no Centro de Lançamento de Alcântara, firmado em Brasília, em 21 de outubro de 2003, foi promulgado pelo Decreto nº 5.436, de 28 de abril de 2005;

Considerando que, ao longo da execução do Tratado, verificou-se a ocorrência de desequilíbrio na equação tecnológico-comercial que justificou a constituição da parceria entre a República Federativa do Brasil e a Ucrânia na área do espaço exterior;

Considerando que o Tratado prevê, em seu Artigo 17, a possibilidade de denúncia, produzindo efeitos a partir de um ano, contado da data de notificação por uma das partes,

Considerando que, por meio da Nota SG/1/UCRA/ETEC, de 16 de julho de 2015, do Governo brasileiro ao Governo ucraniano, a parte brasileira indicou à parte ucraniana, nos termos do referido artigo, o desejo de denunciar o Tratado,

DECRETA:

Art. 1º Deixa de vigorar para a República Federativa do Brasil, a partir de 16 de julho de 2016, o Tratado entre a República Federativa do Brasil e a Ucrânia sobre Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4 no Centro de Lançamento de Alcântara, firmado em Brasília, em 21 de outubro de 2003.

Art. 2º Fica revogado o Decreto nº 5.436, de 28 de abril de 2005, a partir de 16 de julho de 2016.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Alfredo Graça Lima
Joaquim Vieira Ferreira Lrvy
Nelson Barbosa
Aldo Rebelo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.7.2015
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sábado, 25 de julho de 2015

ACS: comentários sobre o rompimento do acordo com a Ucrânia

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Ao longo desta semana, o que já se confirmava nos bastidores há vários meses, veio a público a comunicação oficial do governo brasileiro à Ucrânia sobre o rompimento do acordo binacional que deu origem à Alcântara Cyclone Space (ACS).

Desde a criação de um grupo de trabalho em julho de 2014, integrado por membros do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Defesa e Relações Exteriores, para a análise da situação da ACS, já se tinha como quase certeza o fim do acordo binacional.

Em abril, o governo rompeu o silêncio e começou a dar ao público indicativos mais claros, em entrevista dada por um diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB). “É um acúmulo de coisas”, afirmou o diretor, destacando problemas com orçamento, aspectos tecnológicos, relacionamento entre o Brasil e a Ucrânia e o mercado disponível para exportação.

Neste meio tempo, o lado ucraniano se esforçou em ações de "propaganda", em críticas até mesmo diretas (e não mais indiretas ou nas entrelinhas, como de costume) sobre a postura do lado brasileiro.

Fato é que, sem prejuízo da postura passível de críticas do governo brasileiro, não havia melhor opção do que o rompimento. O projeto, desde a sua concepção, apresentava problemas bastantes críticos que impossibilitavam sua viabilidade comercial (isto é, gerar lucros depois de amortizados todos os investimentos exigidos, na casa dos bilhões de reais).  A começar pela performance do lançador: o Cyclone 4 é muito grande para missões de órbita baixa e, ao mesmo tempo, pequeno para missões de órbita de transferência geoestacionária, os dois segmentos, em tese, mais “rentáveis” em serviços de lançamento. Ainda, a falta de um acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos, o que dificultaria o acesso ao mercado, e a tecnologia relativamente antiga do lançador ucraniano, em particular, de sua propulsão, bastante tóxica.

Ainda que o Brasil tenha boa parcela de culpa para o insucesso do programa, os argumentos públicos do governo ucraniano sobre a perda de um mercado em potencial (constelações de satélites de comunicações), pressões da Rússia e todos os investimentos realizados, dentre outros, ignoram sua realidade interna.

A Ucrânia transmite a imagem de que o acordo foi rompido em razão da crise econômica brasileira, mas omite suas dificuldades passadas para integralizar o capital da ACS e avançar com o desenvolvimento do lançador, de sua responsabilidade. Sua situação financeira foi ainda mais agravada com a anexação da Criméia pela Rússia e movimentos separatistas em determinadas regiões. Nesse sentido, reportagem publicada no jornal “Valor Econômico” de sexta-feira (24), reproduzida do “Financial Times”, revela as dificuldades do país europeu, próxima de um calote a credores internacionais.

Desta situação, duas são as consequências certas: deve haver um litígio internacional, com pedido de indenização pela Ucrânia (uma pessoa familiarizada, tempos atrás chegou a mencionar ao blog um pedido de R$800 milhões), e perde o Programa Espacial Brasileiro, não pelo rompimento, mas por ter destinado centenas de milhões de reais ao longo de anos numa iniciativa sem qualquer ganho tecnológico ou retorno comercial.
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quarta-feira, 22 de julho de 2015

INPE: Workshop sobre Hidrometeorologia

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Workshop no INPE recebe especialistas em hidrometeorologia

Quarta-feira, 22 de Julho de 2015

Representantes de 30 instituições participam do Workshop ZCAS/Monção, realizado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista (SP).

Cerca de 90 profissionais e especialistas das áreas de meteorologia, hidrologia e hidrometeorologia se reuniram para avaliar a relação entre a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e o Sistema de Monção da América do Sul (SMAS), bem como a situação hidrometeorológica dos verões de 2013, 2014 e 2015, assim como perspectivas futuras. O evento, que iniciou na segunda-feira (20) e se encerra nesta quarta (22), conta com uma intensa programação de palestras e apresentações de trabalhos científicos.

O Sistema de Monção da América do Sul (SMAS), definido pela inversão sazonal do vento nos baixos níveis da troposfera em resposta ao contraste térmico entre regiões continentais e oceânicas adjacentes, tem relação direta com a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), modulando o ciclo sazonal da precipitação sobre a América do Sul tropical em distintas estações seca e chuvosa durante o período de maior atividade convectiva. Como consequência, diversos setores produtivos são afetados diretamente pela atuação destes sistemas.

Participam do workshop representantes da WX Energy Comercializadora de Energia, BTG Pactual, Operador Nacional do Sistema Elétrico, Ecom Energia, Centro de Pesquisa de Energia Elétrica da Eletrobras, Furnas, Comando da Aeronáutica, Linhares Geração, Sistema Alerta Rio da Prefeitura do Rio de Janeiro, Sistema Meteorológico do Paraná, Defesa Civil de Duque de Caxias (RJ), Defesa Civil de Bebedouro (SP), Vigilantes da Chuva, Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Instituto Estadual do Ambiente (RJ), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Conmet Serviços de Meteorologia, Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos do Mato Grosso do Sul, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Tecnologia de São Paulo, Universidade Virtual do Estado de São Paulo, Universidade Iguaçu, Universidade Federal do ABC e Centro Universitário Serra dos Órgãos.

Fonte: INPE
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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Projeto Amazônia SAR avança

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Ministério da Defesa anuncia radar orbital para o combate ao desmatamento na Amazônia

Brasília, 20/07/2015 - O Ministério da Defesa (MD) anunciou nesta segunda-feira (20) o investimento de R$ 80,5 milhões para o Projeto Amazônia SAR, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da União. O projeto significa uma nova realidade no combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ocorridos contra a Amazônia Legal.

Coordenado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado a Defesa, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o radar orbital vai monitorar o desmatamento na Amazônia de outubro a abril, gerando alertas, dando suporte às ações de fiscalização, além de enviar as informações ao Inpe para compor os dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

O sistema vai monitorar cerca de 950 mil quilômetros quadrados (17% da Região Amazônica ou o equivalente aos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e um pouco mais do que Santa Catarina) mensalmente por um radar orbital - tecnologia que permite a observação da terra mesmo em condições climáticas adversas. Será a primeira vez que a Amazônia será monitorada sistematicamente com radar orbital.

Do total investido no Amazônia SAR, R$ 63,9 milhões de recursos não-reembolsáveis serão provenientes do Fundo Amazônia via contrato assinado com BNDES. Os outros R$ 16,6 milhões a serem investidos são oriundos do Orçamento da União.

Para o ministro da Defesa, Jaques Wagner, essa medida reafirma o compromisso do Brasil em preservar a região amazônica e confirma a decisão do ministério, de priorizar nossos recursos naturais, de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa. “A Amazônia representa um dos focos de maior interesse para a Defesa e o Amazônia SAR significa um grande avanço na proteção da Amazônia Legal, visto que possibilita gerar informações mais precisas, rápidas e o principal, em condições climáticas adversas, que dificultam a visualização por sensores ópticos”, afirma Wagner.

Segundo o diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes, a tecnologia de radar é a mais apropriada, já que permite observar através das nuvens. “A área que será monitorada mensalmente compreende o Arco do Desmatamento e corresponde a sete vezes o tamanho do estado do Amapá”, exemplifica.

Participaram da cerimônia de assinatura do acordo o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o secretário executivo do ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, a secretária-geral do ministério da Defesa, Eva Maria Chiavon, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, entre outras autoridades militares e civis.

Sobre o Amazônia SAR

O Amazônia SAR começou a ser implantado em outubro de 2013 utilizando imagens de radar aerotransportado na aeronave R-99 da Força Aérea Brasileira (FAB). Contudo, o alto custo financeiro para um monitoramento sistemático, além da resposta temporal, dificultou a continuidade do projeto.

Dessa forma, a previsão é de que em outubro desse ano, o mapeamento já seja realizado com recursos do BNDES. O Censipam comprará as imagens de radar para fazer o trabalho. Enquanto isso, o Centro providencia a construção e a aquisição de uma antena para receber e gravar as imagens de radar orbital.

Com a antena, o órgão passa a adquirir o sinal de satélite, baixando as imagens em tempo real (a cena é captada na medida em que o radar está varrendo o local), propiciando mais rapidez.

A antena, que terá de 11 a 15 metros de diâmetro, será instalada no entorno de Brasília, no Distrito Federal (Gama, Colorado, Santa Maria ou Formosa), em área militar. A maior parte dos recursos do BNDES será revertida para a compra do equipamento, previsto para começar a funcionar em 2018, e de fundamental importância para realizar um monitoramento sistemático.

A necessidade de um projeto para a vigilância da Amazônia nesses meses de clima adverso (com muitas nuvens) com radar orbital surgiu durante as reuniões do Grupo de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente (GGI-MA), que reúne diversos órgãos governamentais.

A partir daí, o projeto começou a ser construído em parceria com o Ibama e o Inpe. Após os quatro anos iniciais previstos para implantação, em 2019, o Censipam assumirá o custo de telemetria (sinal de satélite) e manutenção.

Como funciona
O radar de abertura sintética SAR (sigla em inglês para Synthetic Aperture Radar) funciona com pulsos de ondas eletromagnéticas, que independem da luz e são capazes de ultrapassar barreiras físicas como as nuvens. Por isso, é mais indicado para o período de excesso de nuvens na Amazônia.

Para criar uma imagem do SAR, pulsos sucessivos de ondas de rádio são transmitidos para “iluminar” a cena alvo e o eco de cada pulso é recebido e gravado.

Nos dois primeiros anos, no período de outubro a abril, as imagens de cerca de 950 mil quilômetros quadrados mensalmente serão baixadas por Protocolo de Transferência de Arquivos (FTP), numa resolução de 18 a 22 metros, possibilitando a identificação dos ilícitos. Depois de analisadas pelo Censipam, as imagens vão ser repassadas ao Ibama, que subsidiará e montará as ações de fiscalizações. Essas informações também serão enviadas ao Inpe para compor os dados do desmatamento da região amazônica.

Sobre o Censipam

Criado em 2002, o Censipam, órgão do Ministério da Defesa, é responsável pela produção de informações, dados e conhecimento atualizados sobre a Amazônia Legal, contribuindo para as políticas públicas de proteção e desenvolvimento sustentável da região.

Com larga experiência e tradição em análises de imagens de radar, trabalha desde a sua criação com imagens de sensor de radar, acoplado nos aviões R-99 da FAB.

Anualmente, fiscaliza o desmatamento em áreas de proteção por meio do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProaE), participa de ações de combate aos ilícitos e atua com os diversos órgãos parceiros produzindo informações sobre as atividades ilícitas na Amazônia.

Sobre o Fundo Amazônia


Instituído em 2008, por meio do Decreto 6.527, o Fundo Amazônia capta doações para investimentos não-reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável das florestas no bioma Amazônia.

O Fundo pode utilizar até 20% dos seus recursos para apoiar o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros e em outros países tropicais. É gerido pelo BNDES e recebe recursos do governo da Noruega, da República Federal da Alemanha e da Petrobras.

Fonte: Ministério da Defesa.
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sábado, 18 de julho de 2015

Contribuição brasileira ao programa GPM

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NASA reconhece contribuição brasileira ao programa científico GPM

Sexta-feira, 17 de Julho de 2015

Luiz Augusto Toledo Machado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi reconhecido pela NASA por sua atuação no Global Precipitation Measurement (GPM), um projeto internacional liderado pela agência espacial dos Estados Unidos para estudos sobre chuvas com base em dados de satélites.

Confira aqui o certificado recebido pelo pesquisador.

O GPM estimulou o Projeto Chuva, coordenado pelo pesquisador do INPE para estudar diferentes regimes de chuva no Brasil por meio de uma série de instrumentos para medidas atmosféricas, como, por exemplo, um radar de alta resolução para coleta de dados do interior das nuvens.

Para informações sobre o GPM/Projeto Chuva, acesse: http://chuvaproject.cptec.inpe.br/
Fonte: INPE

Comentário do blog: no passado, chegou-se a discutir uma participação brasileira no programa GPM por meio do desenvolvimento e construção de um satélite de pequeno porte, baseado na Plataforma Multimissão (PMM). As discussões, no entanto, não avançaram. Além dos EUA, contribuem para o GPM a União Europeia, França, Japão e Índia.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

CBERS 4 declarado operacional

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O satélite sino-brasileiro CBERS 4, lançado ao espaço em dezembro do ano passado, tornou-se oficialmente operacional em 14 de julho, segundo divulgou o governo chinês, após ser submetido a diversos testes em órbita.

Ao longo deste período, foram geradas por seus quatro sensores óticos mais de 200 mil imagens, muitas delas distribuídas não apenas para o Brasil e a China, mas também para outros países em desenvolvimento. "Nós demos acesso às imagens obtidas pelo CBERS 4 para mais de 10 países em dezenvolvimento, especialmente da África, apoiando suas atividades de exploração de recursos terrestres, proteção de florestas, projetos de hidrelétricas e prevenção de desastres", disse Tian Yulong, engenheiro chefe da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional.

"Cientistas dos dois países trabalharam juntos para desenvolver o satélite, e nós compartilhamos as tecnologias e os dados. Nós também planejamos trabalhar com o Brasil para desenvolver novas missões de meteorologia, comunicações e radar em nosso acordo de colaboração espacial", afirmou.
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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Star One C4 em órbita!

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O satélite Star One C4, da Embratel Star One, foi lançado com sucesso no final da tarde de hoje (16), a bordo de um foguete Ariane 5 voando a partir de Kourou, na Guiana Francesa. Esta foi a 66ª missão consecutiva bem sucedida do europeu Ariane 5, e a terceira este ano.

O sucesso marca os trinta anos de colaboração da Embratel com a operadora Arianespace, que já colocou dez satélites em órbita da companhia brasileira. O 11º satélite, o Star One D1, também deverá voar a bordo de um Ariane 5 em 2016. A Arianespace também foi contratada pela Visiona Tecnologia Espacial para o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), programada para o final do ano que vem.

Segundo informações da operadora brasileira, o Star One C4, construído pela SSL, do grupo canadense MDA, integrará a terceira geração de satélites da Embratel (denominada série C), juntamente com os satélites C1, C2, C12 e C3. Operará exclusivamente a Banda Ku, assegurando a expansão dos serviços de DTH (Direct to Home) da Claro hdtv no Brasil e das demais operadoras do Grupo América Móvil nas Américas do Sul e Central.
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Cubesats: Serpens próximo do lançamento

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Nanossatélite Serpens está no Japão para ser integrado ao lançador

Brasília, 14 de julho de 2015 – O satélite de pequeno porte Serpens, desenvolvido por estudantes da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com alunos de outras instituições de nível superior nacionais e internacionais já está em Tsukuba, no Japão.

A previsão é de que hoje (14) ele seja integrado ao veículo lançador japonês que, em 16 de agosto, o levará até Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) de onde será colocado em órbita em outubro.

Criado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o projeto Serpens – Sistema Espacial para a Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites – buscará coletar, armazenar e retransmitir dados ambientais, usando bandas de frequência de rádio. Sua missão é inspirada no Sistema Brasileiro de Coleta de Dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável por colher informações ambientais do país.

Em órbita ele pode captar qualquer tipo de informação, porém, neste início, enviará dados relacionados às condições do clima perto das universidades que integram o consórcio acadêmico. Da Terra, o pessoal envolvido no projeto poderá fazer o download desses dados.

Aluno do sétimo semestre de Engenharia Aeroespacial da UnB, Igor Kinoshita foi um dos responsáveis por levar o nanossatélite Serpens até Tsukuba, e acompanha a etapa de sua integração ao veículo lançador. “A experiência de construção do Serpens foi única, pois tivemos a oportunidade de ter contato com diversos profissionais da área de sistemas espaciais, o que possibilitou a absorção de um conhecimento de extrema complexidade e que o Brasil carece”, avalia.

Os estudantes dos cursos de Engenharia Aeroespacial e de Engenharia Elétrica dividiram tarefas com alunos das universidades federais de Santa Catarina (UFSC), do ABC (Ufabc), de Minas Gerais (UFMG), do Instituto Federal Fluminense (IFF), além de universidades da Espanha (Universidade de Vigo), dos Estados Unidos (Morehead State University e California State Polytechnic) e da Itália (Sapienza Università di Roma).

“Há também o crescimento pessoal, de trabalho em equipe, já que, para tirar do papel um sistema tão complexo quanto um satélite, todos devem desempenhar sua atividade de forma eficaz”, ressalta Kinoshita.

Desafios - Ex-aluno de Engenharia Mecatrônica da UnB e hoje bolsista da AEB, Gabriel Figueiró participou da construção do Serpens e também está no Japão acompanhando o projeto pela Agência.

“A experiência foi muito enriquecedora. Para tornar esse projeto possível, tivemos que lidar com desafios técnicos, dificuldades burocráticas, regulamentações nacionais e internacionais, entre outros.

No papel de líder de investigação emprestei meus conhecimentos técnicos aos estudantes e mantive todas essas atividades em andamento, sempre envolvendo pelo menos um estudante em cada processo”, conta Figueiró, que foi aprovado no primeiro concurso realizado pela AEB e aguarda nomeação.

Segundo ele, uma das atividades mais importantes na AEB é o apoio ao desenvolvimento tecnológico junto às universidades. “Fui estudante em formação com apoio da AEB. Trabalhar na Agência é muito legal, principalmente pelo órgão estar em conjunto com as universidades e por estender oportunidades semelhantes às que tive para os atuais estudantes”, diz Figueiró.

Coordenadora do projeto na UnB, a professora Chantal Cappelletti, da Faculdade de Tecnologia, explica que a instituição assumiu a liderança do Serpens porque há diversos docentes com experiência na área de microssatélites – há pelo menos outros quatro colegas envolvidos.

Chantal, por exemplo, desenvolveu e lançou quatro satélites nos últimos quatro anos. “Depois de compartilhar conhecimento com as outras universidades, a liderança passa para uma delas. O Serpens 2 (que dará sequência ao projeto atual) será liderado pela Federal de Santa Catarina”, afirma.

A professora ressalta que um dos usos mais relevantes dos nanossatélites é justamente em projetos educacionais. “Como envolvem menos recursos e podem assumir mais riscos, atividades espaciais, que eram muito exclusivas, passam a ser mais acessíveis a diferentes grupos. Missões de baixo custo com nanossatélites podem ser conduzidas com o envolvimento direto de jovens engenheiros, cientistas ou mesmo estudantes sem muita experiência”, detalha.

“O efeito esperado é que eles aprendam na prática sobre tecnologia espacial e, no futuro, possam contribuir com diferentes atividades-chave para o avanço da área no Brasil”, conclui.

Fonte: UnB, via AEB.
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segunda-feira, 13 de julho de 2015

SGDC: militares em visita à Europa

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Brasil treina militares do SGDC na Europa

12 de julho de 2015

Militares que compõem o Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NUCOPE-P), sediado em Brasília (DF), conheceram centros de monitoramento de satélites europeus. Os onze militares das Forças Armadas estiveram na França e na Itália entre os dias 30 de junho e 03 de julho para um intercâmbio de informações técnicas. O objetivo foi estudar a experiência de outros países para estabelecer o modelo brasileiro de controle do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) a ser lançado em 2016.

“Estamos conhecendo as estações de monitoramento com realidades próximas das nossas necessidades”, explicou o comandante do NUCOPE-P, coronel Hélcio Vieira Junior. O SGDC atenderá ao Plano Nacional de Banda Larga, gerenciado pela Telebras, e a comunicações estratégicas do Ministério da Defesa.

Na França, o grupo esteve no Comando Conjunto Espacial Francês, que gerencia os sistemas espaciais franceses, dentre os quais satélites óticos, um dos equipamentos previstos no Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), coordenado pelo Comando da Aeronáutica. O grupo também conheceu o Centro Militar de Observação Espacial, responsável pelos satélites de observação da terra, e o Conselho Internacional de Defesa, organização responsável por treinamentos para o Ministério de Defesa Francês. Na Itália, o roteiro incluiu centros espaciais e o órgão responsável pelos projetos na área.

O Centro Espacial de Fucino (Centro Spaziale “Piero Fanti” del Fucino) é o maior centro de operações espaciais multimissão do mundo, e de lá se controla a constelação Galileu (sistema europeu similar ao GPS americano de órbita média), o TLC/TV (satélites geoestacionários para difusão de comunicações estratégicas na Itália a cabo/satélite) e satélites científicos de órbita baixa. O grupo também esteve no Centro Espacial da Agência Espacial Italiana Giuseppe Colombo, responsável pela operação dos satélites de comunicação estratégicas do Sistema Italiano de Comunicações Reservadas e Alarme.

De acordo com o comandante do NUCOPE-P, este é o centro que mais se aproxima da operação inicial do monitoramento do SGDC. “Observamos a quantidade de pessoal militar utilizado em cada função. Lá também foi possível ver como eles fazem o Conhecimento da Situação no Espaço (SSA – Space Situation Awareness) utilizando as informações fornecidas pela Força Aérea Norte-Americana e por um telescópio de propriedade deles”, detalhou.

Os militares brasileiros ainda conheceram a “Projetos Especiais Italianos”, organização de estudos estratégicos e projetos espaciais que presta serviços ao Ministério de Defesa Italiano. “Fomos apresentados a várias possibilidades de parcerias na área espacial”, finaliza. Além dos centros europeus, o grupo já conheceu os métodos de trabalho de centros de monitoramento nos Estados Unidos, no Canadá e no Chile.

Fonte: Tecnologia & Defesa, com informações da Agência Força Aérea.
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domingo, 12 de julho de 2015

Star One C4: lançamento esta semana

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Está previsto para a próxima quarta-feira (15), o lançamento do Star One C4, satélite de comunicações da Star One, empresa do grupo Embratel. O satélite da empresa brasileira, construído pela Space Systems / Loral (SSL), dos Estados Unidos, terá como "companheiro" de missão o europeu MSG-4, de meteorologia.

A colocação em órbita estará a cargo da Arianespace, que utilizará seu lançador Ariane 5, voando a partir de Kourou, na Guiana Francesa. Esta missão terá alguns significados importantes: será o decimo satélite da operadora brasileira lançado pela Arianespace, e o 50º satélite construído pela SSL lançado pela companhia europeia.

O Star One C4 contará com 48 transpônderes em Banda Ku, garantindo a oferta de serviços como transmissão de vídeo e Internet diretamente aos usuários, além de telefonia em localidades remotas. Com massa total de 5.635 kg, terá vida útil estimada em 15 anos.

Para mais informações, veja o "launch kit" disponibilizado pela Arianespace.
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"BRICS quer paz e cooperação no espaço", artigo de José Monserrat Filho

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BRICS quer paz e cooperação no espaço

José Monserrat Filho *

"A coexistência pacífica entre as nações é impossível sem a aplicação universal, escrupulosa e coerente dos princípios e normas amplamente reconhecidos do Direito Internacional.”  Declaração de Ufá, Ponto 6, 7ª Cúpula do BRICS, 09/07/2015

A ameaça de guerra no espaço e a oportunidade e a necessidade da cooperação espacial entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mereceram atenção especial na Declaração de Ufá1 (Ponto 32), principal produto da 7ª Cúpula do foro, reunida em 9 de julho, na cidade russa de Ufá – fundada em 1574 e distante 1567 km de Moscou.

A Declaração, com cerca de 50 páginas, apresenta os resultados da parceria em suas inúmeras áreas de colaboração (no período de 2014-2015) e, sobretudo, as posições assumidas pelo BRICS com relação às cruciais questões globais da atualidade.

Realizada sob o tema “Parceria BRICS – Um Fator Pujante de Desenvolvimento Global”, a 7ª Cúpula do BRICS decidiu “aprimorar ainda mais nossa parceria estratégica com base nos princípios de abertura, solidariedade, igualdade, entendimento mútuo, inclusão e cooperação mutuamente benéfica”. O evento acordou em “intensificar os esforços coordenados para responder a desafios emergentes, garantir a paz e a segurança, promover o desenvolvimento de maneira sustentável, enfrentando os desafios da erradicação da pobreza, da desigualdade e do desemprego, em benefício de nossos povos e da comunidade internacional”.

Quanto às atividades espaciais, a Declaração vai direto ao âmago da crise atual no setor: a possibilidade de guerra no espaço, que vem sendo reiterada por altas patentes de grandes potências.

Diz ela: “Reafirmando que a exploração e o uso do espaço exterior devem ter finalidades pacíficas, enfatizamos que as negociações para a conclusão de um acordo ou acordos internacionais para evitar uma corrida armamentista no espaço exterior são uma tarefa prioritária da Conferência do Desarmamento e apoiamos os esforços para iniciar um trabalho substantivo, entre outros, baseado no projeto atualizado de tratado para a prevenção da instalação de armas no espaço exterior e da ameaça ou do uso da força contra objetos no espaço exterior, apresentado pela China e pela Federação da Rússia.”

Neste sentido, reitera-se “que o espaço exterior deve ser livre para exploração pacífica e para o uso de todos os Estados com base na igualdade, em conformidade com o Direito Internacional, e que a exploração e uso do espaço exterior devem ser realizados para o benefício e no interesse de todos os países, independentemente de seu grau de desenvolvimento científico ou econômico”, reafirmando as palavras do Art. 1º do Tratado do Espaço de 1967, que costuma ser definido pela comunidade internacional como “o código maior das atividades espaciais”.

Para o BRICS, “todos os Estados devem contribuir para promover a cooperação internacional sobre a exploração pacífica e o uso do espaço exterior levando em particular consideração as necessidades de países em desenvolvimento”, conforme consta da “Declaração sobre a Cooperação Internacional na Exploração e Uso do Espaço Exterior em Benefício e no Interesse de Todos os Estados, Levando em Espacial Consideração as Necessidades dos Países em Desenvolvimento”, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 13 dezembro de 1996 (Resolução 51/122).

Na mesma linha, o BRICS “opõe-se “a medidas unilaterais que podem impedir a cooperação internacional, bem como atividades espaciais nacionais de países em desenvolvimento”. E esclarece: “Estamos firmemente convencidos de que a comunidade internacional deve empreender esforços consistentes para elevar os patamares básicos de segurança de atividades e operações espaciais e evitar conflitos.”

“Nossos países” – reconhece a declaração – “podem se beneficiar de oportunidades para cooperação espacial de modo a promover a aplicação de tecnologias relevantes para propósitos pacíficos”. E propõe intensificar “nossa cooperação em áreas de aplicação conjunta de tecnologias espaciais, navegação por satélite, incluindo GLONASS e Beidou (Compass), e ciências espaciais”.2

O documento conclui no tópico espacial: “Dessa forma, nossos países podem cooperar na elaboração de abordagens comuns para essa área. Deve ser atribuída prioridade a questões relacionadas à segurança de operações espaciais, no contexto mais amplo de garantir sustentabilidade em longo prazo de atividades no espaço exterior, bem como a meios e formas de conservar o espaço exterior para fins pacíficos, que estão na agenda do Comitê da ONU para os Usos Pacíficos do Espaço Exterior (UNCOPUOS)”.

Cabe destacar a importância atribuída pelo BRICS às Nações Unidas e ao Direito Internacional. O encontro enalteceu os 70 anos das Nações Unidas, que se comemoram este ano: “Reafirmamos nosso forte compromisso com as Nações Unidas, organização universal multilateral incumbida do mandato de ajudar a comunidade internacional a preservar a paz e a segurança internacionais, impulsionar o desenvolvimento global e promover e proteger os direitos humanos.”

É intenção do BRICS “contribuir para salvaguardar uma ordem internacional justa e equitativa, baseada nos objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas, e de valer-nos plenamente do potencial da Organização como fórum para um debate aberto e honesto, bem como para coordenação da política global a fim de prevenir guerras e conflitos e promover o progresso e o desenvolvimento da humanidade”.

Recordando o documento final da Cúpula Mundial de 2005, a Declaração reafirma ”a necessidade de reforma abrangente das Nações Unidas, inclusive de seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais representativo e eficiente, de modo que possa responder melhor aos desafios globais”. E frisa: “China e Rússia reiteram a importância que atribuem ao status e papel de Brasil, Índia e África do Sul em assuntos internacionais e apoiam sua aspiração de desempenhar um papel maior nas Nações Unidas.”

A Declaração considera que “a coexistência pacífica entre as nações é impossível sem a aplicação universal, escrupulosa e coerente dos princípios e normas amplamente reconhecidos do Direito Internacional”, pois “a violação de seus princípios fundamentais resulta na criação de situações que ameaçam a paz e a segurança internacionais”.

O BRICS insiste que, “o Direito Internacional provê ferramentas para a realização da justiça internacional, com base nos princípios da boa fé e da igualdade soberana. E enfatiza “a necessidade da adesão universal aos princípios e normas de Direito Internacional em sua inter-relação e integridade, descartando o recurso a 'critérios duplos' e evitando que os interesses de alguns países sejam colocados acima dos de outros”.

“Reafirmamos” – diz a Declaração – “nosso compromisso com o cumprimento rigoroso dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e na Declaração de 1970 sobre Princípios de Direito Internacional relativos às Relações de Amizade e Cooperação entre os Estados em conformidade com a Carta das Nações Unidas.” Essa Declaração desempenhou importante papel nos anos da Guerra Fria (1947-1988).

O BRICS nota “o caráter global das ameaças e desafios atuais de segurança” e expressa “apoio aos esforços internacionais para enfrentar esses desafios de  maneira que proporcione segurança equitativa e indivisível para todos os Estados, por meio do respeito ao Direito Internacional e dos princípios da Carta das Nações Unidas”.

Os países do foro se comprometem a continuar os “esforços conjuntos na coordenação de posições sobre interesses compartilhados a respeito de questões de paz e de segurança globais para o bem-estar comum da humanidade”. E ressaltam o “compromisso com a solução pacífica e sustentável de controvérsias, de acordo com os princípios e objetivos da Carta das Nações Unidas”.

Eles condenam as “intervenções militares unilaterais e sanções econômicas em violação ao Direito Internacional e a normas universalmente reconhecidas das relações internacionais”. E enfatizam que “nenhum Estado deve fortalecer a sua segurança às custas da segurança de outros”.

“Desenvolvimento e segurança” – recorda o BRICS – “estão estreitamente interligados, reforçam-se mutuamente e são fundamentais à consecução da paz sustentável”.

Para o foro, “o estabelecimento de uma paz sustentável requer abordagem abrangente, concertada e determinada, baseada na confiança e no benefício mútuos, na equidade e na cooperação”.

A notória preocupação do BRICS com as Nações Unidas, as organizações multilaterais e o Direito Internacional intensifica-se em vista das iniciativas políticas e militares típicas da Guerra Fria e da corrida armamentista, cada vez mais frequentes e perigosas à estabilidade global e ao esforço conjunto indispensável à superação das múltiplas crises nas quais o mundo está imerso.

* Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica (IAA) e Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB). Esse artigo expressa exclusivamente a opinião do autor.

Referências

1) Nota 280 do Ministério das Relações Exteriores; veja no site www.itamaraty.gov.br.
2) GLONASS e Beidou são, respectivamente, os sistemas de navegação por satélite, semelhantes ao GPS norte-americano e ao Galileo europeu. Os sistemas russo e chinês concluíram recentemente um acordo para coopeeração e funcionamento conjunto.
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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Cooperação Brasil - Rússia

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Brasil e Rússia decidem aprofundar cooperação em ciência e tecnologia

Brasília, 09 de julho de 2015 – Temas ligados à área da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e a importância de ampliar a cooperação na área estiveram entre os itens abordados entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente russo Vladimir Putin ontem (8), no primeiro dia da agenda oficial da presidente na 7ª Cúpula dos Brics, que se realiza na cidade russa de Ufá.

No encontro, com a participação do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, Dilma destacou que a área científico-tecnológica é hoje um dos elementos propulsores da relação com a Rússia. Ela recordou que, em 2004, foi estabelecida uma parceria estratégica nesse setor entre os dois governos.

“Para nós, são prioridades importantes, na nossa relação bilateral, a adesão à missão Aster; a cooperação comercial e na área de parceria sobre lançamento de satélite”, enfatizou. A primeira Missão Brasileira de Espaço Profundo (Aster) é um projeto multi-institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB). Seu objetivo principal é a construção de uma sonda espacial de pequeno porte para explorar o asteroide triplo 2001SN263, descoberto em 2008 na região entre Marte e Júpiter.

Foram tratados pontos como a participação brasileira nas estações de calibração do sistema russo de posicionamento e navegação, o Glonass; a parceria para a instalação de uma estação para o monitoramento de resíduos espaciais em Minas Gerais; e a cooperação entre parques tecnológicos das duas partes. Esses assuntos foram abordados previamente em viagem do titular do MCTI a Moscou o mês passado. A reunião de ontem discutiu ainda a possibilidade de trabalho conjunto na área de energia atômica e no desenvolvimento de satélites e veículos lançadores.

“A reunião reafirmou o compromisso para uma ampliação da cooperação em CT&I envolvendo os governos, as agências governamentais, os institutos de pesquisa, universidades e empresas”, disse Rebelo.

No Brasil, já existem duas estações do Glonass instaladas na Universidade de Brasília (UnB). Outras duas serão instaladas em Recife e em Santa Maria (RS). Na reunião com a Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos), em junho, foi discutida a possibilidade de também equipar as regiões Norte e Sudeste com duas unidades.

A instalação de uma estação para o monitoramento de resíduos espaciais já teve início no Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG). Para o Brasil, essa cooperação também é importante para a formação de recursos humanos na área espacial.

Na ida a Moscou, o ministro Rebelo ainda visitou a Fundação Skolkovo, o maior parque tecnológico em construção na Rússia, e discutiu perspectivas de cooperação em áreas como formação de recursos humanos e desenvolvimento de pesquisas científicas e de tecnologias para a inovação. Levantou-se também a possibilidade de realizar a interação da Skolkovo com parques tecnológicos brasileiros, como o de São José dos Campos (SP).

Cúpula - Na agenda prioritária dos líderes dos Brics está o acordo sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) ou Banco do Brics, que entrou em vigor na última semana. Eles discutirão detalhes sobre o funcionamento da nova instituição, que terá sede na China e será presidida pelo banqueiro indiano K. V. Kamath, tendo como vice o economista Paulo Nogueira Batista Junior.

O grupo de países representa um quinto da economia mundial e 40% da população do planeta. A Cúpula também servirá para discutir ações de cooperação econômica e comercial entre os integrantes do bloco.

Fonte: MCTI e Presidência da República, via AEB.
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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Telebras garante: lançamento do SGDC em 2016

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Presidente da Telebras garante lançamento do SGDC para 2016

Brasília, 08 de julho de 2015 – Conhecendo as dificuldades para levar a banda larga para todo o Brasil em consequência da dimensão continental do país o governo deposita grande expectativa no Satélite Geoestacionário de Defesa e de Comunicações Estratégicas (SDGC-1).

Com ele, será possível transmitir banda larga para todo o território a uma velocidade de 60 Gigabytes por segundo (Gbps), mesmo que com um custo superior ao da fornecida pela fibra óptica.

A intenção é que o satélite seja lançado no segundo trimestre de 2016, com projeção de entrada em funcionamento e início do fornecimento de banda larga e de comunicações estratégicas de defesa no primeiro trimestre de 2017. O prazo de funcionamento do SGDC-1 é de 15 anos.

O investimento para a conclusão do projeto é avaliado em R$ 2,2 bilhões. Num momento em que se atravessa uma crise econômica, o projeto poderia ser ameaçado de sofrer cortes em função do ajuste das contas do governo. No entanto, o presidente da Telebras, Jorge Bittar, garantiu que os investimentos voltados para a infraestrutura de banda larga não perderão verbas.

Além do satélite geoestacionário, estão inclusos a construção de vias de cabos submarinos para a Europa e para os Estados Unidos, além do programa Banda Larga para Todos.

“Os recursos para o satélite estão absolutamente mantidos. Os investimentos para aumentar a capilaridade das nossas redes de fibras ópticas, tais como previstos, também estão assegurados, assim como a verba para os cabos submarinos. Sinceramente, apesar de vivermos um período de grandes restrições fiscais, registro que a banda larga é prioridade de governo e não sofreu corte”, garantiu Bittar em audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal, nesta terça-feira (7).

Fonte: Agência Gestão CT&I.
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Entrevista com Eduardo Bonini, presidente da Visiona Tecnologia Espacial

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Uma empresa brasileira para integração de sistemas espaciais

O presidente da Visiona fala à T&D

Criada em 28 de maio de 2012, a Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal de telecomunicações Telebras, nasceu com o propósito de atuar como integradora nacional (prime contractor) de sistemas espaciais, em linha com os preceitos do PNAE 2012-2021.

O SGDC, para o qual foi contratada pelo Governo Federal, em dezembro de 2013, é seu grande projeto, muito embora a companhia tenha outras ações e pretensões já bem definidas. Além de satélites de comunicações, se propõe a exercer o papel de prime contractor em futuras missões de satélites do PNAE e do PESE, e o SCD-Hidro, projetos que necessariamente devem envolver um maior envolvimento industrial nacional.

A Visiona tem analisado iniciativas no campo de tecnologias críticas para o setor espacial, como sistemas de controle de atitude e órbita. Em audiência no Senado Federal, em novembro de 2014, seu presidente, Eduardo Bonini, falou sobre a intenção em desenvolver algo nesse segmento. “Nós estamos analisando a possibilidade de começar um desenvolvimento sobre esse software, que é um sistema altamente preciso; consiste na manutenção de órbita e controle de posição de movimento do satélite, uma tecnologia que não é dominada pelo Brasil e é a tecnologia central para controle do satélite e integração dos sistemas”, afirmou.

Em maio último, Bonini concedeu a seguinte entrevista à revista:

Tecnologia & Defesa - A Visiona surgiu com o principal propósito de atuar como integradora em missões do Programa Espacial Brasileiro. Neste cenário, são consideradas possibilidades de aquisições de empresas como forma de consolidar este setor industrial no País?

Eduardo Bonini - A Visiona, antes de iniciar qualquer aquisição de empresas, pretende que, com novos projetos e contratos, possa fortalecer a cadeia de fornecedores locais já existentes, inclusive ajudar esses fornecedores a serem capacitados e incluídos na rede de fornecedores internacionais de componentes e subsistemas espaciais. No futuro, seriam identificados os processos industriais de maior sinergia com as atividades da empresa, que poderiam ser desenvolvidos na Visiona de forma orgânica ou por meio de aquisições.

Tecnologia & Defesa - O senhor poderia falar um pouco sobre o status do projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), tanto do segmento espacial quanto do terrestre?

Eduardo Bonini - O desenvolvimento do satélite vem acontecendo exatamente dentro do prazo planejado no início do programa, estando hoje algumas semanas adiantado em relação à programação original, mantendo a meta do lançamento para o início da janela programada, que é setembro de 2016.

Esta janela está relacionada ao serviço contratado junto ao fabricante do lançador do satélite, que pode ter uma variação de seis meses. Estamos trabalhando de forma coordenada entre a fabricação do satélite e a disponibilidade do lançador, para lançamento no início dessa janela. O processo de colocação do seguro de lançamento no mercado está concluído, inclusive com a participação de seguradoras e resseguradoras nacionais, e a contratação da apólice agora depende de decisão final da Telebras.

Os equipamentos que comporão os Centros de Controle do satélite estão prontos para serem embarcados para o Brasil, aguardando a disponibilização pela Telebras das salas técnicas onde deverão ser instalados. A contratação dos gateways e terminais de usuário está sendo conduzida pela Telebras dentro das suas capacidades técnicas e orçamentárias.

T&D - Quais são as perspectivas para a contratação de um segundo satélite de comunicações? A Visiona já mantém conversações com o governo neste sentido?

Eduardo Bonini - Esta é uma decisão única e exclusiva de nosso cliente, que deverá avaliar a necessidade ou não de um satélite adicional, baseado na demanda e nas capacidades deste primeiro satélite.

T&D - Em abril deste ano, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider, falou sobre o interesse da empresa em atuar no campo de lançadores, tendo citado, inclusive, o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), contando com a participação da Agência Espacial da Alemanha (DLR). O senhor poderia comentar a respeito?

Eduardo Bonini - Este assunto diz respeito à Embraer Defesa e Segurança, sem o envolvimento da Visiona.

T&D - Sabe-se que, além do SGDC, a Visiona está atenta a outras oportunidades mais imediatas na área como o projeto do SCD-HIDRO, e tecnologias de controle de satélites. Isso foi, aliás, citado pelo senhor em audiência pública no Senado Federal em novembro de 2014. Como estão tais iniciativas e quais são as suas expectativas?

Eduardo Bonini - A Visiona está e estará sempre atenta tanto a novas oportunidades para realização de novos negócios, como para a necessidade de desenvolvimento de tecnologias que ainda não sejam dominadas pelo País. Aguardamos, com todo interesse, que apareçam novas oportunidades onde nossa empresa possa contribuir para o desenvolvimento e entrega das necessidades satelitais demandadas pelo governo brasileiro. Nossa expectativa é que estes projetos sejam lançados o quanto antes, ainda neste ano de 2015.

Quanto à capacitação em tecnologias críticas, a Visiona iniciou o projeto de desenvolvimento de um sistema de controle de atitude para satélites de órbita baixa. Esse projeto permitirá um elevado grau de autonomia nacional nas futuras missões de satélite tanto para aplicações civis quanto de defesa.

T&D - O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), da Agência Espacial Brasileira (AEB), lista uma série de missões futuras de satélites, como o SGDC, em desenvolvimento; observação terrestre - incluindo tecnologia radar; meteorologia; entre outras. Como isso se inclui no planejamento da Visiona e, após o SGDC, quais serão os próximos passos no âmbito do PNAE?

Eduardo Bonini - O PNAE é um programa muito bem elaborado pela AEB e apresenta detalhes que ajudam as empresas a se prepararem para atender a essas futuras necessidades, através de seu desenvolvimento e capacitação. Assim como todas as empresas do setor, estamos nos preparando para esses projetos e aguardamos que o programa possa ser implantado da maneira mais rápida possível, entendendo a situação pela qual o País passa em relação ao ajuste fiscal.

T&D - O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), do Ministério da Defesa, é outra oportunidade que tem atraído atenções e gerado movimentações, apesar das questões orçamentárias que acabaram por atrasar a sua implementação. Qual é a visão e a estratégia da Visiona em relação ao assunto?

Eduardo Bonini - A estratégia é a mesma descrita em relação ao PNAE. Inclusive, para o PESE, parte das soluções que estão sendo estudadas para aplicações de plataformas satelitais, poderiam ter uso dual, tanto civil como militar, para diversos tipos de tecnologia, tais como ótico, radar, comunicação tática, etc. Estamos olhando para os dois planos de forma integrada, buscando soluções que possam ser aplicadas de forma conjunta, o que minimizará custos e potencializará o envolvimento da base industrial local.

T&D - O uso crescente de nanossatélites, como cubesats, é uma tendência mundial, havendo vários projetos sendo desenvolvidos no Brasil, com alguns já implementados com sucesso. A Visiona tem considerado esta tecnologia em seus planos e elaboração de propostas para o atendimento de demandas locais?

Eduardo Bonini - Temos acompanhado a evolução da tecnologia e concordamos que a tendência de redução do tamanho e custo dos satélites é um fato inexorável. Especificamente em relação aos nanossatélites, temos estudado o assunto em parceria com outras empresas e vemos que, de forma geral, ainda há poucas aplicações maduras para os nanossatélites, não só por limitações do “estado-da-arte” da tecnologia, mas principalmente por restrições físicas decorrentes do tamanho, vida esperada e capacidade de geração de energia destes satélites. Certamente existem nichos em que este conceito pode ser aplicado, mas acreditamos que as necessidades brasileiras requerem satélites de porte um pouco maior.

Fonte: revista Tecnologia & Defesa nº 141, junho de 2015.
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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Equipe do ITA em competição de foguetes

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Equipe ITA ROCKET DESIGN conquista 2º lugar nos EUA

30/06/2015

A equipe ITA Rocket Design, composta por alunos do ITA, obteve a segunda colocação na competição mundial de foguetes de sondagem universitários, ocorrida nos Estados Unidos.

A equipe, formada por alunos dos Cursos de Engenharia Aeroespacial, Aeronáutica e Mecânica-Aeronáutica do ITA, liderada pelo aluno Dalton Meneses (engenheirando da Turma ITA 2015) e pelo Engenheiro Eduardo Jourdan (Turma ITA 2014), obteve um excelente desempenho no ROCKET DESIGN, a competição mundial de foguetes de sondagem universitários, ocorrida em Green River, Utah, EUA, em 27 de junho.

A equipe ficou na segunda posição, dentre mais de 46 universidades de vários países do mundo, dividindo o pódio com a equipe do MIT, que foi a primeira colocada. O foguete atingiu uma altitude de 7.471 ft (2,2 km) e uma velocidade máxima de Mach 0,6 (758 km/h). O motor foi projetado e construído pela equipe. O foguete foi completamente recuperado com uso de paraquedas, após ter sido localizado no meio do deserto de Green River por meio da eletrônica embarcada, que forneceu as coordenadas precisas do ponto de queda.

Este é o melhor resultado da história da equipe e um grande destaque do Brasil em competições internacionais de estudantes de engenharia.

Fonte: ITA
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quarta-feira, 1 de julho de 2015

VSB-30 voa com sucesso na Europa

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Foguete Suborbital brasileiro VSB-30 V24 com a carga útil Mapheus 5 é lançado na Europa

Foi lançado com sucesso ontem (30, a partir do Centro de Lançamento de Esrange (ESC), na Suécia, o foguete suborbital VSB-30 V24 com a carga útil Mapheus 5.

Dados do lançamento:

Apogeu : 253 km
Alcance: 62 km
Dispersão: < 1 sigma (20 km).

O Mapheus é um programa de pesquisa científica da agência espacial da Alemanha (DLR, sigla em alemão) inicialmente dedicado a estudos de materiais. Na primeira fase do projeto, foram lançadas as cargas Mapheus 1 e 3 a bordo do foguete Nike-Orion, obtendo 3 minutos de microgravidade.

O Mapheus 4 foi lançado com um VS-30 em julho de 2013, obtendo cerca de 4 minutos de microgravidade. O Mapheus 5 é o primeiro da segunda fase do programa, utilizando o VSB-30 para 6 minutos de ambiente de microgravidade. Estão previstos cerca de 17 carga úteis científicas para a segunda fase.

Fonte: IAE/DCTA, com edição do blog.
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Cooperação Brasil - EUA

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Durante a visita da Presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos da América (EUA) esta semana, foram assinados três atos oficiais que tratam da cooperação entre os dois países no âmbito espacial.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, sigla em inglês) firmaram um memorando acerca da participação brasileira no programa da Constelação do Sistema de Observação para Meteorologia, Ionosfera e Clima (COSMIC-2), que se daria por meio da instalação de uma estação terrestre em território nacional, em local ainda a ser decidido, para a recepção de dados da futura constelação.

Segundo informações constantes do memorando, o COSMIC-2 tem por principais objetivos aumentar o número de medições globais por rádio ocultação (RO), além de fazer a transição da missão de demonstração do COSMIC para um sistema global e confiável apoiando tanto a pesquisa atmosférica como a previsão operacional do tempo. A constelação será composta de 6 satélites com uma inclinação de 24 graus e 6 satélites com uma inclinação de 72 graus, que deverão reforçar as observações atualmente coletadas pelo COSMIC na região equatorial. O primeiro lançamento do COSMIC-2 está planejado para o início de agosto de 2015 e a Capacidade Operacional Inicial do COSMIC-2 está prevista para 2017.

Um dos instrumentos assinados envolvem colaboração no campo educacional. A Agência Espacial Brasileira A(EB) firmou com a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) um acordo para participação brasileira no programa GLOBE, de ciência e educação ambiental internacional, que reúne estudantes, professores e cientistas para estudar o meio ambiente global.

O terceiro e último instrumento, um Ajuste Complementar assinado pela AEB e NASA, trata de atividades conjuntas envolvendo física solar e espacial (heliofísica) e pesquisa sobre clima espacial, campo em que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem destacada atuação e já coopera com outros países, inclusive com a China.

Atualização do blog (1º de julho, às 17h40): a AEB divulgou notas sobre os acordos assinados com a NASA e NOAA. Veja em "AEB e NASA firmam acordos em Ciência e Educação", e "Acordo prevê estação terrestre do programa de satélites COSMIC-2 no País".
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