terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cooperação Brasil - Rússia: monitoramento de lixo espacial

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Russos querem ajuda brasileira para monitorar lixo espacial

Brasília, 2 de dezembro de 2014 – A presença de uma quantidade crescente de detritos espaciais, como satélites inoperantes, ferramentas, estágios de foguetes lançadores em orbita ao redor da Terra é um problema cada vez maior para o uso do espaço devido ao risco de choques entre tais objetos e satélites em operação e do estrago que os mesmos podem causar caso reentrem na atmosfera sem controle.

Enquanto esse problema não atinge as pesquisas dos astrônomos, técnicas astronômicas podem ser utilizadas para contribuir para sua solução. Com proposta nesse sentido, a Agência Espacial da Federação Russa (Roscosmos), com intermediação da Agencia Espacial Brasileira (AEB), propôs ao Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG), a possibilidade de instalar, no Observatório Pico dos Dias (OPD), uma estação para identificar, catalogar e monitorar detritos espaciais.

Trata-se de parte do projeto Panoramic Electro-Opical System for Space Debris Detection (PanEOS), que prevê a construção e operação de uma rede de instalações desse tipo na Rússia e em vários outros pontos do planeta.

Cada uma dessas estações terá um telescópio de 75 cm de abertura com campo de visão largo, além de alguns telescópios de menor porte. Serão monitoradas as regiões do céu com maior probabilidade de passagem de detritos espaciais (principal, mas não exclusivamente, a região equatorial).

Estima-se que haverá imageamento de todas as regiões de interesse até cerca de magnitude 19 (em noites sem lua) a cada noite com tempo aberto.

Visita - Como parte das conversas preliminares sobre a implementação do projeto o LNA recebeu uma delegação da Roscosmos que avaliou as condições no OPD, instalado a 1864 metros de altitude entre os municípios mineiros de Brazópolis e Piranguçu. Os russos concluíram que as condições são bastante favoráveis e demonstraram interesse em concretizar a estação do PanESO no local.

Nesse sentido o representante da agência e o diretor do LNA assinaram uma Carta de Intenções, por meio da qual as instituições se comprometem em colaborar para negociar um contrato formal objetivando instalar e operar tal estação no OPD.

Caberá ao LNA disponibilizar o espaço necessário para a instalação da estação de monitoramento e o fornecimento de apoio logístico limitado na fase da construção. A Roscosmos arcará com os custos e cuidara da contratação de empresas para a construção do prédio e da mão-de-obra técnica para as operações e a manutenção da estação, sendo que as instalações técnicas serão importadas da Rússia.

Para o LNA os benefícios da parceria robustecem as vertentes estratégica e científica. Na primeira, a eventual instalação da estação será enquadrada em um acordo bilateral entre os governos do Brasil e da Rússia sobre a Cooperação na Pesquisa e nos Usos do Espaço Exterior para Fins Pacíicos, de 1997. O MCTI e a AEB demonstraram interesse na realização do projeto e apoiam o LNA nesse sentido.

Quanto a científica, todos os dados provindos dos telescópios do PanEOS no OPD ficarão disponíveis à comunidade astronômica nacional para qualquer uso cientifico a critério dos nossos astrônomos.

Fonte: LNA, via AEB.
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