domingo, 25 de setembro de 2016

Teletime: atualizações sobre o SGDC

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SGDC terá como foco principal o atendimento do mercado de provedores, diz Telebras

sábado, 24 de setembro de 2016 , 00h48

SAMUEL POSSEBON | samuca@convergecom.com.br

A Telebras parece ter definido que a prioridade das aplicações comerciais do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), a ser lançado em fevereiro de 2017, será mesmo o atendimento ao mercado de provedores de acesso em localidades com pouca capacidade. A estatal mandou mensagens erráticas ao mercado nos últimos anos sobre o uso do SGDC. Em um momento, insinuou que faria oferta direta ao consumidor, depois se colocou exclusivamente como uma prestadora de serviços ao governo. Agora, ao que tudo indica, voltou ao plano original. Quem apresentou esse planejamento foi Alex Magalhães, novo diretor comercial da estatal, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites. Segundo ele, a venda direta só vai no caso da população não atendida pela operadoras, e mesmo assim não será prioridade. "Vamos começar com os maiores parceiros terrestres, mas queremos chegar aos menores que ainda não sejam clientes", disse. Sobre o uso pelo governo, ele diz que é algo que está distante ainda porque é preciso avaliar para que tipos de aplicações o satélite pode ser utilizado, em função da latência e da disponibilidade do serviço. A parte comercial do SGDC tem capacidade de 58 Gbps em banda Ka.

Durante o evento, a StarOne até indicou que teria a disposição de contratar capacidade do SGDC para complementar a sua cobertura, já que o satélite brasileiro tem cobertura em todo o território. Magalhães disse que todas as possibilidades poderão ser olhadas, mas que a prioridade é o atendimento aos ISPs.

Sobre os eventuais atrasos no projeto em função da determinação do Tribunal de Contas da União para suspender a licitação de contratação das gateways e hubs, Magalhães reconheceu que isso tem o potencial de prejudicar o cronograma de início de operações, mas que a estatal está tentando contornar o problema correndo em outras etapas para compensar o atraso e manter os prazos finais. Ele não explicou como a Telebras pretende convencer o TCU a liberar a contratação dos equipamentos licitados.

Defesa

Já as aplicações militares decorrentes do uso da banda X do SGDC, segundo o Coronel Hélcio Vieira Júnior, comandante do Núcleo de Operações Espaciais, devem ser muito parecidas com as atuais. "Não vamos ver nenhuma mudança qualitativas das aplicações, mas quantitativa. A rede de comando e controle chegará a níveis mais intermediários, com aumento quantitativo significativo. E serviços que demandam mais banda serão providos em capacidade maior", explicou.

"As forças armadas das nações mais desenvolvidas têm um projeto chamado soldado digital, em que o combatente tem o máximo de informação possível na ponta. Com o SGDC a gente chega no nível intermediário de comando e controle, mas ainda precisamos chegar na ponta, inclusive com outras bandas que não sejam a banda X".

Em relação ao planejamento de um segundo satélite, tanto Telebras quanto a Defesa acreditam que o lançamento do primeiro satélite deve provocar essa discussão dentro do governo. Segundo o comandante, ainda é preciso ter redundância nessa comunicação, o que em parte é feito com a capacidade contratada da StarOne. "Mas precisamos de um backup, porque quem tem um não tem nenhum. Qual é a prioridade disso em relação às comunicações é algo a ser discutido ainda. E com o sucesso do SGDC 1 e sua operação, nós vamos sentar com os demais players do governo e refletir. Espero que o lançamento seja uma luz para outras áreas. Mas a necessidade de redundância se coloca já", disse.

Ele lembrou que em função dos cortes orçamentários e a prioridade ao pagamento da construção do satélite, os dois centros de operação funcionarão em instalações provisórias num primeiro momento, mas que já estão abrigando os treinamentos práticos dos controladores, com plenas condições. Segundo ele, o aprendizado das equipes que acompanharam a construção do SGDC (cerca de 30 pessoas) foi extremamente valioso em termos de transferência de conhecimento e experiência e que isso será fundamental na fase operacional do satélite.

Fonte: Teletime.
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