quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Qualidade espacial russa em xeque

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Desde o final do ano passado, a Rússia tem enfrentado de forma mais intensa problemas relacionados ao controle de qualidade de seu programa espacial, acentuados por duas falhas em lançamentos.

A primeira ocorreu no início de dezembro de 2010, envolvendo um lançador Proton transportando três satélites de navegação da série Glonass. Após investigações, descobriu-se que o problema foi o excesso de propelentes no último estágio do foguete, causado por erro humano. Já em 1º de fevereiro, o foguete Rockot / Briz-KM falhou ao colocar na órbita errada o satélite Geo-IK-2, considerado um dos mais modernos de seu tipo já desenvolvidos no país.

Sobre a mais recente falha, os comentários iniciais davam conta de que estaria relacionada à deficiências no controle de qualidade do hardware, mas, essa semana, algumas notícias citando fontes não identificadas inovaram ao afirmar que uma potência estrangeira poderia estar por trás do ocorrido. "A provável causa pode envolver intrusão eletromagnética nos controles automáticos", afirmou uma autoridade não identificada em matéria da AFP.

Além dos claros prejuízos financeiros, as falhas também afetam a imagem da tecnologia espacial russa, considerada robusta e confiável. E isto, é claro, tem reflexos também no mercado internacional, tanto privado (lançamento de satélites de comunicações) como governamental. Há quem afirme que a Rússia está perdendo mercado na área espacial para novos players, como a China. Na América do Sul, por exemplo, alguns países (Venezuela e Bolívia) considerados mercados promissores pelos russos em matéria de defesa, preferiram a tecnologia espacial chinesa na hora de contratar os seus satélites.
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