sexta-feira, 25 de julho de 2008

O Futuro do Sistema de Coleta de Dados

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O Sistema de Coleta de Dados, um dos mais bem sucedidos projetos do Programa Espacial Brasileiro, consiste de uma rede de satélites em órbita baixa que captam e retransmitem a um centro de missão os dados ambientais recebidos de cerca de 790 plataformas de coleta de dados (PCDs) distribuídas por todo o território nacional. Atualmente, o sistema é composto pelos satélites SCD-1, SCD-2, CBERS-2 e CBERS-2B, sendo que os dados por ele coletados são utilizados em diversas aplicações, como previsão de tempo, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras.

Desde o lançamento do SCD-2, há quase dez anos, nenhum satélite integralmente dedicado ao sistema foi lançado ao espaço. Até hoje, sua manutenção se deve à incrível longevidade dos SCDs, e à estratégia de incluir transpônderes retransmissores como cargas secundárias nos satélites de imageamento da série CBERS, mas que em razão de sua órbita heliossíncrona têm um número de passagens menor do que os SCDs, de órbita equatorial.

Ciente da relevância do Sistema de Coleta de Dados para o País, cujos dados, aliás, têm sido a cada dia mais demandados, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem considerado o assunto em seu planejamento estratégico. Há uma proposta que prevê o desenvolvimento e a construção de dois microssatélites (até 100 kg) totalmente dedicados, com lançamento a partir de 2012, e custo unitário em torno de dois milhões de dólares.

Embora não esteja completamente equacionado dentro do INPE, o projeto já é mencionado e descrito em seus relatórios de atividades e de gestão de 2007, sendo sua concretização considerada como bastante provável. A iniciativa precisa ainda ser aprovada pela Agência Espacial Brasileira, que terá que garantir recursos orçamentários para a sua execução.

Se concretizada, a iniciativa não garantirá apenas a continuidade de um importante e reconhecido projeto do Programa Espacial Brasileiro, mas também possibilitará o amadurecimento da “expertise” brasileira em pequenos satélites.
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