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CBERS-4 grava imagem em ação de emergência
Quarta-feira, 15 de Março de 2017
Imagem do satélite sino-brasileiro CBERS-4 mostra destruição e alagamentos provocados pelo ciclone tropical Enawo, que em 7 de março atingiu Madagascar, um dos países mais vulneráveis a catástrofes naturais.
O monitoramento de desastres naturais é uma das aplicações mais importantes do sensoriamento remoto por satélites. Logo após a passagem do ciclone, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realizou uma aquisição emergencial de imagens do CBERS-4, utilizando o gravador de bordo.
"Esta aquisição funcionou como um teste para a gravação de imagens CBERS em situações de emergências", explica Laercio Namikawa, pesquisador da Divisão de Processamento de Imagens do INPE.
Para obter a imagem, a passagem do satélite foi programada com a China, parceira do Brasil no Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite).
A imagem foi obtida no dia 9 e, em seguida, retransmitida para a estação do INPE em Cuiabá. Logo após, foi realizado o seu processamento. O resultado está disponível na Galeria de Imagens de Observação da Terra.
O INPE faz parte do "International Charter Space and Major Disasters", um consórcio de instituições e agências espaciais que fornece dados orbitais em situações de emergências causadas por desastres naturais em todo o mundo.
"Considerando o sucesso desta aquisição emergencial dos dados do CBERS-4, esperamos fornecer imagens em outros casos, além da colaboração com o Charter", diz o pesquisador do INPE.
A resolução espacial da imagem é de 5 metros - as áreas alagadas estão apresentadas em preto e as águas com sedimentos estão em tons avermelhados.
A imagem em resolução completa pode ser acessada em http://www.dpi.inpe.br/charter/Madagascar2017/
Fonte: INPE
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quinta-feira, 16 de março de 2017
quarta-feira, 15 de março de 2017
INPE: combustível espacial limpo
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INPE desenvolve combustível espacial limpo
Quarta-feira, 15 de Março de 2017
Um combustível limpo e mais barato para foguetes e motores de satélites foi desenvolvido no Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
À base de etanol e etanolamina, o novo combustível é combinado ao peróxido de hidrogênio concentrado e começa a queimar espontaneamente, sem a necessidade de uma fonte de ignição externa (confira no vídeo disponível aqui).
Localizado no INPE de Cachoeira Paulista, o LCP é o único laboratório no Brasil que concentra peróxido de hidrogênio (popularmente conhecido como água oxigenada) para uso aeroespacial.
"A eficiência é próxima a dos propelentes tradicionalmente utilizados em propulsão, a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio. Porém, os nossos propelentes não são nocivos a saúde, ao contrário da hidrazina que é cancerígena e do tetróxido que é fatal a uma exposição de 10 minutos a uma concentração de 200 ppm no ar", explica Ricardo Vieira, chefe do LCP/INPE.
O novo combustível pode ser usado em motores de apogeu, ou seja, de transferência de órbita de satélites ou, ainda, em últimos estágios de veículos lançadores. O peróxido de hidrogênio é cedido ao INPE pela Empresa Peróxidos do Brasil e concentrado no LCP até 90% em peso.
"O mais interessante é comparar o custo destes propelentes. A importação de hidrazina e de tetróxido de nitrogênio custa, respectivamente, R$ 712,00/kg e R$ 1.340,00/kg. Já o peróxido de hidrogênio 90% é preparado no LCP a um custo aproximado de R$ 15,00/kg e o combustível à base de etanol/etanolamina de R$35,00/kg", completa Vieira.
O vídeo disponível aqui mostra teste de um motor-foguete de 50 N, que emprega água oxigenada 90% como oxidante e etanol/etanolamina como combustível, adicionando sais de cobre como catalisador para a reação.
O desenvolvimento tecnológico contou com financiamento da Fapesp, como parte da tese de doutorado de Leandro José Maschio (USP), orientada pelo chefe do LCP/INPE Ricardo Vieira.
Saiba mais sobre o LCP/INPE: www.lcp.inpe.br
Fonte: INPE
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INPE desenvolve combustível espacial limpo
Quarta-feira, 15 de Março de 2017
Um combustível limpo e mais barato para foguetes e motores de satélites foi desenvolvido no Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
À base de etanol e etanolamina, o novo combustível é combinado ao peróxido de hidrogênio concentrado e começa a queimar espontaneamente, sem a necessidade de uma fonte de ignição externa (confira no vídeo disponível aqui).
Localizado no INPE de Cachoeira Paulista, o LCP é o único laboratório no Brasil que concentra peróxido de hidrogênio (popularmente conhecido como água oxigenada) para uso aeroespacial.
"A eficiência é próxima a dos propelentes tradicionalmente utilizados em propulsão, a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio. Porém, os nossos propelentes não são nocivos a saúde, ao contrário da hidrazina que é cancerígena e do tetróxido que é fatal a uma exposição de 10 minutos a uma concentração de 200 ppm no ar", explica Ricardo Vieira, chefe do LCP/INPE.
O novo combustível pode ser usado em motores de apogeu, ou seja, de transferência de órbita de satélites ou, ainda, em últimos estágios de veículos lançadores. O peróxido de hidrogênio é cedido ao INPE pela Empresa Peróxidos do Brasil e concentrado no LCP até 90% em peso.
"O mais interessante é comparar o custo destes propelentes. A importação de hidrazina e de tetróxido de nitrogênio custa, respectivamente, R$ 712,00/kg e R$ 1.340,00/kg. Já o peróxido de hidrogênio 90% é preparado no LCP a um custo aproximado de R$ 15,00/kg e o combustível à base de etanol/etanolamina de R$35,00/kg", completa Vieira.
O vídeo disponível aqui mostra teste de um motor-foguete de 50 N, que emprega água oxigenada 90% como oxidante e etanol/etanolamina como combustível, adicionando sais de cobre como catalisador para a reação.
O desenvolvimento tecnológico contou com financiamento da Fapesp, como parte da tese de doutorado de Leandro José Maschio (USP), orientada pelo chefe do LCP/INPE Ricardo Vieira.
Saiba mais sobre o LCP/INPE: www.lcp.inpe.br
Fonte: INPE
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quinta-feira, 9 de março de 2017
INPE: Programa PIPE/PAPPE Espacial
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INPE, Fapesp e Finep promovem reunião com empresas selecionadas no Programa PIPE/PAPPE Espacial
Quinta-feira, 09 de Março de 2017
No dia 15 de março (quarta-feira), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) receberão os representantes das empresas selecionadas por meio do Programa PIPE/PAPPE Subvenção, destinado a apoiar pesquisa voltada ao desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais.
A reunião será às 9 horas no 1° andar do prédio do LIT, na sede do Instituto, em São José dos Campos (SP).
Na oportunidade, a Fapesp anunciará as empresas vencedoras dos desafios tecnológicos e serão dirimidas eventuais dúvidas sobre a contratação relacionada à chamada PIPE/PAPPE.
Para mais informações sobre a reunião, envie email para pappe.subvencao@inpe.br.
PIPE/PAPPE Espacial
O INPE busca fazer com que o Brasil obtenha autonomia em todo o processo que envolve o desenvolvimento, a integração, o lançamento e o controle de satélites. Para isso, adota uma política industrial que permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.
Os desafios tecnológicos propostos nesta chamada do Programa PIPE/PAPPE estão divididos em sete grandes grupos: instrumentos embarcados da missão EQUARS; eletrônica e óptica espacial; propulsão; transponder digital e antena; suprimento de energia; integração de sistemas; controle de atitude e órbita.
Fonte: INPE
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INPE, Fapesp e Finep promovem reunião com empresas selecionadas no Programa PIPE/PAPPE Espacial
Quinta-feira, 09 de Março de 2017
No dia 15 de março (quarta-feira), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) receberão os representantes das empresas selecionadas por meio do Programa PIPE/PAPPE Subvenção, destinado a apoiar pesquisa voltada ao desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais.
A reunião será às 9 horas no 1° andar do prédio do LIT, na sede do Instituto, em São José dos Campos (SP).
Na oportunidade, a Fapesp anunciará as empresas vencedoras dos desafios tecnológicos e serão dirimidas eventuais dúvidas sobre a contratação relacionada à chamada PIPE/PAPPE.
Para mais informações sobre a reunião, envie email para pappe.subvencao@inpe.br.
PIPE/PAPPE Espacial
O INPE busca fazer com que o Brasil obtenha autonomia em todo o processo que envolve o desenvolvimento, a integração, o lançamento e o controle de satélites. Para isso, adota uma política industrial que permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.
Os desafios tecnológicos propostos nesta chamada do Programa PIPE/PAPPE estão divididos em sete grandes grupos: instrumentos embarcados da missão EQUARS; eletrônica e óptica espacial; propulsão; transponder digital e antena; suprimento de energia; integração de sistemas; controle de atitude e órbita.
Fonte: INPE
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
SCD-1: 24 anos em operação
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Primeiro satélite brasileiro completa 24 anos em operação
Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2017
Em 9 de fevereiro o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) completou 24 anos em órbita. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 mantém a retransmissão de informações ambientais para o monitoramento das bacias hidrográficas, das marés, meteorologia, planejamento agrícola, estudos sobre mudanças climáticas e desastres naturais, entre outras aplicações.
Embora com limitações, o satélite continua operacional e cumprindo sua missão de coleta de dados ambientais, mais de duas décadas após seu lançamento, em 1993. Na época, o primeiro satélite brasileiro tinha expectativa de apenas um ano de vida operacional. A longevidade do SCD-1 comprova o alto grau de competência técnica não só das equipes de engenharia espacial e de integração e testes que participaram do desenvolvimento do satélite, como também das equipes de operação em voo do Centro de Rastreio e Controle de Satélites do INPE.
Em seu aniversário de 24 anos, o SCD-1 completou um total de 126.714 órbitas, tendo percorrido uma distância da ordem de 5.650.893.410 quilômetros, o que corresponde, por exemplo, a nada menos que 7.435 viagens de ida e volta à Lua.
O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou ainda o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que fornece informações para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.
Dados
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.
As PCDs são equipamentos automáticos que possuem sensores eletrônicos para a medição de parâmetros ambientais, como o nível de água em rios e represas, a qualidade da água, a precipitação pluviométrica, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar, entre outros.
O satélite capta e retransmite os sinais das PCDs instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.
Da estação de Cuiabá ou de Alcântara, os dados coletados pelo satélite são transmitidos para Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE, localizado em Natal (RN), onde atualmente está instalado o Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA), para processamento e distribuição de suas informações aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br.
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais conta com uma rede de mais de mil plataformas instaladas e, nos últimos 24 anos, ininterruptamente, tem prestado serviços à sociedade através do monitoramento de parâmetros ambientais nas regiões mais remotas do território brasileiro.
Além do pioneiro SCD-1, integra o sistema de coleta de dados o satélite SCD-2, lançado em 1998.
Fonte: INPE
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Primeiro satélite brasileiro completa 24 anos em operação
Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2017
Em 9 de fevereiro o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) completou 24 anos em órbita. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 mantém a retransmissão de informações ambientais para o monitoramento das bacias hidrográficas, das marés, meteorologia, planejamento agrícola, estudos sobre mudanças climáticas e desastres naturais, entre outras aplicações.
Embora com limitações, o satélite continua operacional e cumprindo sua missão de coleta de dados ambientais, mais de duas décadas após seu lançamento, em 1993. Na época, o primeiro satélite brasileiro tinha expectativa de apenas um ano de vida operacional. A longevidade do SCD-1 comprova o alto grau de competência técnica não só das equipes de engenharia espacial e de integração e testes que participaram do desenvolvimento do satélite, como também das equipes de operação em voo do Centro de Rastreio e Controle de Satélites do INPE.
Em seu aniversário de 24 anos, o SCD-1 completou um total de 126.714 órbitas, tendo percorrido uma distância da ordem de 5.650.893.410 quilômetros, o que corresponde, por exemplo, a nada menos que 7.435 viagens de ida e volta à Lua.
O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou ainda o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que fornece informações para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.
Dados
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.
As PCDs são equipamentos automáticos que possuem sensores eletrônicos para a medição de parâmetros ambientais, como o nível de água em rios e represas, a qualidade da água, a precipitação pluviométrica, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar, entre outros.
O satélite capta e retransmite os sinais das PCDs instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.
Da estação de Cuiabá ou de Alcântara, os dados coletados pelo satélite são transmitidos para Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE, localizado em Natal (RN), onde atualmente está instalado o Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA), para processamento e distribuição de suas informações aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br.
O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais conta com uma rede de mais de mil plataformas instaladas e, nos últimos 24 anos, ininterruptamente, tem prestado serviços à sociedade através do monitoramento de parâmetros ambientais nas regiões mais remotas do território brasileiro.
Além do pioneiro SCD-1, integra o sistema de coleta de dados o satélite SCD-2, lançado em 1998.
Fonte: INPE
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sábado, 28 de janeiro de 2017
Picosats: sinais captados do Tancredo - 1
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Picosatélite Tancredo -1 tem sinais captados em diversas partes do Planeta
27/01/2017
O picosatélite Tancredo 1, projeto UbatubaSat, desenvolvido por alunos do ensino fundamental de Ubatuba (SP), iniciou as transmissões de telemetria na frequência de 437.200 MHz. As gravações de áudio já foram recebidas por vários radioamadores ao redor do planeta.
Segundo o professor de Matemática e coordenador do projeto UbatubaSat, Cândido Oswaldo de Moura, a primeira informação sobre os sinais do pequeno satélite foi enviada pelo radioamador Drew Glasbrenner, KO4MA, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Drew enviou uma gravação de áudio onde é possível ouvir as mensagens de voz gravadas por alunos da escola e as transmissões em AX.25 com dados de telemetria.
“Além dessa informação a equipe também recebeu várias notificações de rastreio e recepção de colegas radioamadores pelo mundo que nos forneceram dados via e-mail, como fotos, gráficos, áudio e frames de telemetria recebidos do Tancredo-1”, explicou Cândido.
A equipe foi à cidade de Pardinho, no interior paulista, no dia 19 de janeiro para acompanhar o rastreio do picosatélite. O membro da AMSAT-BR, grupo de trabalho da Liga de Amadores Brasileiros de Radioemissão (LABRE), Edson Pereira, disponibilizou para a equipe sua infraestrutura de rastreio de satélites.
O Tancredo 1 foi enviado ao espaço levando dois experimentos científicos para testar em órbita. Um deles é o gravador chip com uma mensagem da escola Tancredo Neves que será transmitida em órbita. O outro é o experimento do Inpe que vai estudar as bolhas de plasmas da atmosfera, fenômeno que compromete a captação de sinais e antenas parabólicas localizadas na linha do Equador.
O áudio recebido nas várias passagens em diferentes locais comprovou o total funcionamento do gravador de voz. A análise dos frames de telemetria, junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) comprovam que os dados da sonda estavam sendo coletados e transmitidos.
Aprendizado - Para a equipe envolvida no projeto UbatubaSat é difícil mensurar o tamanho do aprendizado que esse picoSat trouxe aos envolvidos. Para a parte adulta da equipe, todo o processo, desde desenvolvimento, concepção, construção de placas e subsistemas, testes ambientais, obtenção de licenças de uso de frequências, envio de hardware para a Itália/Japão, lançamento, rastreio e por final, análise de dados de missão, foi um aprendizado que poucos têm a oportunidade de vivenciar.
“Para os estudantes, o principal aprendizado foi a oportunidade tanto de conhecer como se envolver no universo da Ciência e Tecnologia. Após esse trabalho, muitos deles realizaram diversas atividades que nem imaginavam aprender um dia”, destacou o coordenador do projeto.
UbatubaSat - O Tancredo 1 foi lançado em órbita no dia 16 de janeiro a partir da Estação Espacial Internacional (ISS sigla em inglês). O satélite foi colocado em órbita, por meio do módulo Kibo JEM (Jaapanese Experimental Modulo) operando o deployer CubeSat JJOD. Com o peso de 650 gramas e aproximadamente 9 centímetros de diâmetro e 13 cm de altura, o pequeno satélite faz a volta em torno da Terra no tempo de 90 minutos. O projeto teve o apoio do Inpe e foi custeado pela Agência Espacial Brasileira (AEB).
Para ouvir a gravação em áudio captada pelo radioamador Drew Glasbrenner clique aqui: http://migre.me/vWMqs
Fonte: AEB
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Picosatélite Tancredo -1 tem sinais captados em diversas partes do Planeta
27/01/2017
O picosatélite Tancredo 1, projeto UbatubaSat, desenvolvido por alunos do ensino fundamental de Ubatuba (SP), iniciou as transmissões de telemetria na frequência de 437.200 MHz. As gravações de áudio já foram recebidas por vários radioamadores ao redor do planeta.
Segundo o professor de Matemática e coordenador do projeto UbatubaSat, Cândido Oswaldo de Moura, a primeira informação sobre os sinais do pequeno satélite foi enviada pelo radioamador Drew Glasbrenner, KO4MA, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Drew enviou uma gravação de áudio onde é possível ouvir as mensagens de voz gravadas por alunos da escola e as transmissões em AX.25 com dados de telemetria.
“Além dessa informação a equipe também recebeu várias notificações de rastreio e recepção de colegas radioamadores pelo mundo que nos forneceram dados via e-mail, como fotos, gráficos, áudio e frames de telemetria recebidos do Tancredo-1”, explicou Cândido.
A equipe foi à cidade de Pardinho, no interior paulista, no dia 19 de janeiro para acompanhar o rastreio do picosatélite. O membro da AMSAT-BR, grupo de trabalho da Liga de Amadores Brasileiros de Radioemissão (LABRE), Edson Pereira, disponibilizou para a equipe sua infraestrutura de rastreio de satélites.
O Tancredo 1 foi enviado ao espaço levando dois experimentos científicos para testar em órbita. Um deles é o gravador chip com uma mensagem da escola Tancredo Neves que será transmitida em órbita. O outro é o experimento do Inpe que vai estudar as bolhas de plasmas da atmosfera, fenômeno que compromete a captação de sinais e antenas parabólicas localizadas na linha do Equador.
O áudio recebido nas várias passagens em diferentes locais comprovou o total funcionamento do gravador de voz. A análise dos frames de telemetria, junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) comprovam que os dados da sonda estavam sendo coletados e transmitidos.
Aprendizado - Para a equipe envolvida no projeto UbatubaSat é difícil mensurar o tamanho do aprendizado que esse picoSat trouxe aos envolvidos. Para a parte adulta da equipe, todo o processo, desde desenvolvimento, concepção, construção de placas e subsistemas, testes ambientais, obtenção de licenças de uso de frequências, envio de hardware para a Itália/Japão, lançamento, rastreio e por final, análise de dados de missão, foi um aprendizado que poucos têm a oportunidade de vivenciar.
“Para os estudantes, o principal aprendizado foi a oportunidade tanto de conhecer como se envolver no universo da Ciência e Tecnologia. Após esse trabalho, muitos deles realizaram diversas atividades que nem imaginavam aprender um dia”, destacou o coordenador do projeto.
UbatubaSat - O Tancredo 1 foi lançado em órbita no dia 16 de janeiro a partir da Estação Espacial Internacional (ISS sigla em inglês). O satélite foi colocado em órbita, por meio do módulo Kibo JEM (Jaapanese Experimental Modulo) operando o deployer CubeSat JJOD. Com o peso de 650 gramas e aproximadamente 9 centímetros de diâmetro e 13 cm de altura, o pequeno satélite faz a volta em torno da Terra no tempo de 90 minutos. O projeto teve o apoio do Inpe e foi custeado pela Agência Espacial Brasileira (AEB).
Para ouvir a gravação em áudio captada pelo radioamador Drew Glasbrenner clique aqui: http://migre.me/vWMqs
Fonte: AEB
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
Participação brasileira no radiotelescópio BINGO
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INPE participa da construção do radiotelescópio BINGO
Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participa do consórcio internacional para a construção de um radiotelescópio que deverá fornecer detalhes da distribuição de matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada “energia escura”.
“A matéria escura é certamente um dos principais temas de pesquisa na física do século 21”, diz Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador do INPE. O Baryon acoustic oscillations in Neutral Gas Observations (BINGO) foi concebido por cientistas do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) nas frequências de rádio.
BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender os processos de formação de aglomerados de galáxias, medir a expansão do Universo e a quantidade de matéria escura. A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura.
O INPE participa diretamente no design, construção e testes das cornetas e parte da eletrônica do radiotelescópio, desenvolvimento e testes de técnicas de calibração e análise de dados, bem como do comitê gestor do projeto. A coordenação geral da parte brasileira do projeto está sob a responsabilidade do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
O desenvolvimento dos componentes para módulos receptores e a construção e montagem de antena têm o apoio da FAPESP no âmbito do projeto temático O telescópio BINGO: a nova janela de 21cm para exploração do universo escuro e outras questões astrofísica.
O radiotelescópio BINGO fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros que iluminarão cerca de 50 cornetas de 4,7 metros de comprimento e 1,90 metros de abertura. O custo estimado é de US$ 4,9 milhões.
O consórcio internacional é formado pelo Jodrell Bank Centre for Astrophysics/Universidade de Manchester, Universidade de Portsmouth e University College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurich, na Suíça; a Universidade da República, no Uruguai; bem como o INPE e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que coordena a parte brasileira do projeto.
“A equipe envolvida no INPE é principalmente da Divisão de Astrofísica da Coordenação Geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas, sendo constituída pelos tecnologistas Luiz Reitano, Alan Cassiano, Cesar Strauss e Renato Branco (cedido em tempo parcial pela Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espaciais), pela pós-doc Karin Fornazier e pelos pesquisadores Thyrso Villela e José Williams Vilas-Boas”, informa Wuensche, que lidera o projeto no INPE.
Fonte: INPE, com informações da FAPESP.
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INPE participa da construção do radiotelescópio BINGO
Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participa do consórcio internacional para a construção de um radiotelescópio que deverá fornecer detalhes da distribuição de matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada “energia escura”.
“A matéria escura é certamente um dos principais temas de pesquisa na física do século 21”, diz Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador do INPE. O Baryon acoustic oscillations in Neutral Gas Observations (BINGO) foi concebido por cientistas do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) nas frequências de rádio.
BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender os processos de formação de aglomerados de galáxias, medir a expansão do Universo e a quantidade de matéria escura. A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura.
O INPE participa diretamente no design, construção e testes das cornetas e parte da eletrônica do radiotelescópio, desenvolvimento e testes de técnicas de calibração e análise de dados, bem como do comitê gestor do projeto. A coordenação geral da parte brasileira do projeto está sob a responsabilidade do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).
O desenvolvimento dos componentes para módulos receptores e a construção e montagem de antena têm o apoio da FAPESP no âmbito do projeto temático O telescópio BINGO: a nova janela de 21cm para exploração do universo escuro e outras questões astrofísica.
O radiotelescópio BINGO fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros que iluminarão cerca de 50 cornetas de 4,7 metros de comprimento e 1,90 metros de abertura. O custo estimado é de US$ 4,9 milhões.
O consórcio internacional é formado pelo Jodrell Bank Centre for Astrophysics/Universidade de Manchester, Universidade de Portsmouth e University College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurich, na Suíça; a Universidade da República, no Uruguai; bem como o INPE e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que coordena a parte brasileira do projeto.
“A equipe envolvida no INPE é principalmente da Divisão de Astrofísica da Coordenação Geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas, sendo constituída pelos tecnologistas Luiz Reitano, Alan Cassiano, Cesar Strauss e Renato Branco (cedido em tempo parcial pela Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espaciais), pela pós-doc Karin Fornazier e pelos pesquisadores Thyrso Villela e José Williams Vilas-Boas”, informa Wuensche, que lidera o projeto no INPE.
Fonte: INPE, com informações da FAPESP.
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Ubatubasat lançado com sucesso
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Satélite feito por alunos do ensino fundamental é lançado com sucesso
16/01/2017
O primeiro satélite construído por alunos do ensino fundamental – o Ubatubasat – foi lançado em órbita nesta segunda-feira (16.01), às 9h49 – horário de Brasília a partir da Estação Espacial Internacional (ISS sigla em inglês). O satélite foi colocado em órbita, por meio do módulo Kibo JEM (Jaapanese Experimental Modulo) operando o deployer CubeSat JJOD.
Desenvolvido por alunos da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves (ETEC), na cidade de Ubatuba (SP), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), todo o custo do lançamento do pequeno satélite foi arcado pela Agência Espacial Brasileira (AEB).
O Ubatubasat vai testar em órbita dois experimentos científicos. Um deles é o gravador chip com uma mensagem da escola Tancredo Neves que será transmitida em órbita. O outro é o experimento do Inpe que vai estudar as bolhas de plasmas da atmosfera, fenômeno que compromete a captação de sinais e antenas parabólicas localizadas na linha do Equador.
O pequeno satélite pesa 650 gramas, mede aproximadamente 9 centímetros de diâmetro e 13 cm de altura. O Ubatubasat será colocado em órbita baixa (cerca de 400 km de altitude), com duas cargas úteis formadas por dois experimentos de pesquisa. O pequeno satélite está na categoria de picosatélite com medida de até 1 kg. A expectativa de vida útil no espaço é de três a quatro meses. O equipamento tem em sua estrutura cinco placas, e células fotovoltaicas que envolvem o cilindro são responsáveis pela geração de energia para alimentar os componentes do Tancredo-1.
Os alunos e o coordenador do projeto Cândido Moura assistiram na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP), a transmissão ao vivo do lançamento no canal da agência espacial do Japão (JAXA). De acordo com o coordenador do projeto toda a equipe envolvida no desenvolvimento do satélite está ansiosa para ver o picosatélite funcionando em órbita. “O Ubatubasat é uma ferramenta pedagógica que permitiu que centenas de alunos de nossa escola participassem de um projeto científico real. Depois de tanto trabalho estamos com a expectava em ver o satélite funcionando no espaço”, afirmou.
O professor Cândido esclareceu que a equipe vai acompanhar o satélite a partir do próximo dia 18 de janeiro quando todos estarão na cidade de Pardinho, no interior paulista, pois em Ubatuba não existe estação de rastreio e controle. O projeto também conta com diversos parceiros pelo mundo, como por exemplo, o professor Bob Twiggs da Morehead State University, que vai nos ajudar nesta tarefa.
Trajetória - O Ubatubasat foi lançado em 9 de dezembro rumo à ISS por um foguete da JAXA dentro de um adaptador TuPOD, de fabricação italiana.
Segundo o coordenador do projeto, o Tancredo-2, segunda versão do projeto já está em desenvolvimento. Trata-se de um cubesat com uma carga útil ótica para detectar raios do espaço. A expectativa é que a segunda versão entre em órbita em 2019.
O lançamento foi transmitido no canal do YouTube da JAXA no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=R4xq_rj0QiQ
Para que as crianças se interessem pelas ciências espaciais, o Inpe disponibiliza uma dobradura para montar uma réplica de papel do Ubatubasat. Confira o modelo com as instruções para a montagem: http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Modelo-Maquete-UbatubaSat-Tancredo-I_PaperMockUp-1.pdf
Fonte: AEB
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
Nova edição do "INPE Informa"
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) disponibilizou esta semana a oitava edição de seu boletim institucional, o "INPE Informa".
O destaque deste número é uma extensa entrevista com Leila Fonseca, coordenadora da Coordenação de Observação da Terra (OBT) do Instituto, responsável pelo processamento e análise de imagens captadas por satélites de observação, e monitoramento do desmatamento na região amazônica, dentre outras atividades. Dentre os vários assuntos abordados, destaques para os programas de monitoramento da Amazônia como o PRODES e DETER, perspectivas para o processamento de dados de novos satélites, formação de recursos humanos, apoio do Fundo Amazônia, entre outros.
Clique aqui para acessar o boletim.
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) disponibilizou esta semana a oitava edição de seu boletim institucional, o "INPE Informa".
O destaque deste número é uma extensa entrevista com Leila Fonseca, coordenadora da Coordenação de Observação da Terra (OBT) do Instituto, responsável pelo processamento e análise de imagens captadas por satélites de observação, e monitoramento do desmatamento na região amazônica, dentre outras atividades. Dentre os vários assuntos abordados, destaques para os programas de monitoramento da Amazônia como o PRODES e DETER, perspectivas para o processamento de dados de novos satélites, formação de recursos humanos, apoio do Fundo Amazônia, entre outros.
Clique aqui para acessar o boletim.
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sábado, 31 de dezembro de 2016
Cubesat SPORT: parceria INPE, ITA e NASA
Em parceria com INPE, ITA desenvolverá nanossatélite financiado pela NASA
Equipamento deve ser lançado a partir da Estação Espacial Internacional e deve ajudar na compreensão do clima espacial
30/12/2016 08:00h
O desenvolvimento de um nanossatélite com a participação de dois institutos brasileiros, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), acaba de ser selecionado, dentre mais de 70 propostas apresentadas, para financiamento pela NASA, a agência espacial norte-americana. O equipamento terá como finalidade investigar o clima espacial.
“Espera-se que esta missão possa reunir dados que aumentem a compreensão dos fenômenos que ocorrem nesta importante camada da atmosfera e permitam assim alimentar os modelos teóricos da ionosfera que modelem o seu comportamento, permitindo uma melhoria na previsibilidade destes fenômenos”, afirma o gerente da plataforma e professor doutor do ITA, Luís Loures.
A iniciativa é coordenada pelo Marshall Space Flight Center, centro de pesquisas civil do governo dos Estados Unidos, que inclui também universidades norte-americanas, e visa lançar o equipamento a partir da Estação Espacial Internacional (ISS) entre novembro de 2018 e março de 2019. O cronograma prevê o início da missão em março de 2017. A vida útil do nanossatélite é estimada em um ano, em função da atividade solar no período e da dinâmica de voo para o lançamento da ISS.
O nanossatélite, um cubesat de aproximadamente seis quilos, servirá a estudos sobre a formação de bolhas de plasma ionosférico, que são as fontes principais de reflexões de radar na região equatorial. A missão denominada de SPORT (sigla em inglês para Scintillation Prediction Observation Research Task) investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma. Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélites com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.
A ionosfera é a camada superior da atmosfera terrestre que se estende de 50 km a 1000 km de altitude, sendo composta basicamente por elétrons e átomos carregados eletricamente devido à forte incidência da radiação solar que induz a estes estados. Esta camada é extremamente importante para a transmissão de ondas de rádio e para a precisão do sinal de sistema de posicionamento global (GPS). O que ocorre é que a camada ionosférica é suscetível à formação de bolhas de plasma e cintilações, principalmente nas regiões próximas ao equador magnético, e estes fenômenos causam distúrbios diversos. A situação pode ser agravada pela ocorrência de tempestades solares que lançam grandes quantidade de radiação ionizante em direção à Terra.
“O projeto SPORT permitirá ao instituto a consolidação de sua competência na área de cubesats, criando as condições para uma evolução constante na pesquisa em engenharia de pequenos satélites”, resume Loures.
Tarefas - Ao ITA caberá o projeto, a integração e os ensaios da plataforma. As universidades americanas serão responsáveis pela carga útil, ou seja, em elaborar os instrumentos de medição da ionosfera. O INPE terá a tarefa de coordenar o segmento de solo, ou seja, controlar o satélite, receber os dados, tratá-los e disponibilizá-los para a comunidade científica.
Além da Engenharia Aeroespacial, o Departamento de Física do instituto está envolvido na tentativa de compreensão dos fenômenos que regem a ionosfera.
Sob o ponto de vista científico, o projeto SPORT contará com a liderança do professor do ITA Abdu Mangalathayil, considerado o principal pesquisador brasileiro na área de ionosfera e com atuação internacional reconhecida. O professor coordenará os trabalhos de estudo da ionosfera que serão desencadeados pela pesquisa. Também estão envolvidos especialistas em plasma e em sensores aeroespaciais. Outros professores e alunos de doutorado e pós-doutorado também participam.
Fonte: ITA/INPE, com edição da Agência Força Aérea, por Ten Jussara Peccini.
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Cooperação Brasil - EUA: cubesat SPORT
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NASA financiará nanossatélite desenvolvido em parceria com o INPE e o ITA
Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2016
A missão SPORT - Scintilation Prediction Observations Research Task, que prevê um nanossatélite para estudos de bolhas de plasma na ionosfera, foi selecionada entre projetos apresentados à NASA para financiamento. A iniciativa é coordenada pelo Marshall Space Flight Center, da agência espacial americana, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O nanossatélite, um cubesat de aproximadamente seis quilos, servirá a estudos sobre a formação de bolhas de plasma ionosférico, que são as fontes principais de reflexões de radar na região equatorial. A missão SPORT investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma. Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélites com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.
Os instrumentos a bordo do satélite serão desenvolvidos pelo centro da NASA e universidades dos Estados Unidos, com a participação de pesquisadores brasileiros. Já a plataforma poderá ser semelhante à do Itasat, nanossatélite universitário realizado em parceria pelo ITA, INPE e instituições de ensino.
No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP), será realizada a montagem e ensaios necessários para o lançamento do nanossatélite. A responsabilidade pela operação em órbita será do Centro de Controle de Satélites (CCS) do INPE e estações brasileiras de cubesats.
O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do INPE fará o processamento, armazenamento e distribuição dos dados científicos da missão SPORT. As informações da rede de sensores de solo do Embrace na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), combinadas com os dados obtidos pelo cubesat, conferem características pioneiras à missão.
O lançamento, de responsabilidade da NASA, será pela Estação Espacial Internacional (ISS). O cronograma prevê o início da missão em março de 2017, sendo que o seu lançamento e comissionamento deverá ocorrer entre novembro de 2018 e março de março de 2019, com uma vida útil de um ano, em função da atividade solar no período e a dinâmica de voo para o lançamento da ISS.
Pesquisadores e tecnologistas de várias áreas do INPE participaram do desenvolvimento da proposta agora contemplada pela NASA. Sob o encaminhamento do ITA, está sendo submetido à FAPESP um projeto temático para o orçamento da parte nacional da missão, bem como sua extensão.
Fonte: INPE
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NASA financiará nanossatélite desenvolvido em parceria com o INPE e o ITA
Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2016
A missão SPORT - Scintilation Prediction Observations Research Task, que prevê um nanossatélite para estudos de bolhas de plasma na ionosfera, foi selecionada entre projetos apresentados à NASA para financiamento. A iniciativa é coordenada pelo Marshall Space Flight Center, da agência espacial americana, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O nanossatélite, um cubesat de aproximadamente seis quilos, servirá a estudos sobre a formação de bolhas de plasma ionosférico, que são as fontes principais de reflexões de radar na região equatorial. A missão SPORT investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma. Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélites com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.
Os instrumentos a bordo do satélite serão desenvolvidos pelo centro da NASA e universidades dos Estados Unidos, com a participação de pesquisadores brasileiros. Já a plataforma poderá ser semelhante à do Itasat, nanossatélite universitário realizado em parceria pelo ITA, INPE e instituições de ensino.
No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP), será realizada a montagem e ensaios necessários para o lançamento do nanossatélite. A responsabilidade pela operação em órbita será do Centro de Controle de Satélites (CCS) do INPE e estações brasileiras de cubesats.
O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do INPE fará o processamento, armazenamento e distribuição dos dados científicos da missão SPORT. As informações da rede de sensores de solo do Embrace na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), combinadas com os dados obtidos pelo cubesat, conferem características pioneiras à missão.
O lançamento, de responsabilidade da NASA, será pela Estação Espacial Internacional (ISS). O cronograma prevê o início da missão em março de 2017, sendo que o seu lançamento e comissionamento deverá ocorrer entre novembro de 2018 e março de março de 2019, com uma vida útil de um ano, em função da atividade solar no período e a dinâmica de voo para o lançamento da ISS.
Pesquisadores e tecnologistas de várias áreas do INPE participaram do desenvolvimento da proposta agora contemplada pela NASA. Sob o encaminhamento do ITA, está sendo submetido à FAPESP um projeto temático para o orçamento da parte nacional da missão, bem como sua extensão.
Fonte: INPE
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terça-feira, 13 de dezembro de 2016
Resultados da chamada FAPESP - FINEP
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Fapesp e Finep anunciam propostas selecionadas em chamada para aplicações espaciais
Terça-feira, 13 de Dezembro de 2016
O resultado da seleção pública do Programa PIPE/PAPPE Subvenção para apoiar pesquisa voltada ao desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais foi anunciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Confira aqui as propostas selecionadas
Puderam participar da chamada, lançada pela Fapesp com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), microempresas, pequenas e médias empresas brasileiras sediadas no Estado de São Paulo.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participou da elaboração do edital junto a Fapesp e Finep.
As propostas deveriam responder a desafios tecnológicos nas áreas de instrumentos embarcados da missão EQUARS; eletrônica e óptica espacial; propulsão; transponder digital e antena; suprimento de energia; integração de sistemas; controle de atitude e órbita.
O INPE busca auxiliar o Brasil a obter autonomia em todo o processo que envolve o desenvolvimento, a integração, o lançamento e o controle de satélites. Assim, adota uma política industrial que permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.
Fonte: INPE
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Fapesp e Finep anunciam propostas selecionadas em chamada para aplicações espaciais
Terça-feira, 13 de Dezembro de 2016
O resultado da seleção pública do Programa PIPE/PAPPE Subvenção para apoiar pesquisa voltada ao desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais foi anunciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Confira aqui as propostas selecionadas
Puderam participar da chamada, lançada pela Fapesp com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), microempresas, pequenas e médias empresas brasileiras sediadas no Estado de São Paulo.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participou da elaboração do edital junto a Fapesp e Finep.
As propostas deveriam responder a desafios tecnológicos nas áreas de instrumentos embarcados da missão EQUARS; eletrônica e óptica espacial; propulsão; transponder digital e antena; suprimento de energia; integração de sistemas; controle de atitude e órbita.
O INPE busca auxiliar o Brasil a obter autonomia em todo o processo que envolve o desenvolvimento, a integração, o lançamento e o controle de satélites. Assim, adota uma política industrial que permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.
Fonte: INPE
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Tancredo-1: tubesat escolar brasileiro
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Satélite de escola pública de Ubatuba, a bordo de foguete japonês, será enviado nesta sexta-feira para ISS
Quinta-feira, 08 de Dezembro de 2016
Com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), estudantes de 10 a 15 anos foram capazes de construir um pequeno satélite, que deve ser enviado ao módulo japonês Kibo da Estação Espacial Internacional (ISS) nesta sexta-feira, 9 de dezembro, às 11h26 (hora de Brasília).
Clique aqui para acompanhar a transmissão ao vivo do lançamento.
O voo do Tancredo-1 irá coroar os esforços de alunos e professores da Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba (SP), que desde 2011 atuam para colocar em órbita o picossatélite, um tubesat de aproximadamente 600 gramas.
O Tancredo-1 será enviado para a ISS-Kibo dentro do adaptador TuPOD, fabricado pela empresa italiana GAUSS Srl, a bordo de um foguete da JAXA, a agência espacial japonesa.
"Espera-se que o TuPOD seja ejetado da ISS em 19 de dezembro e, em 21 de dezembro, o Tancredo-1 deve ser finalmente ejetado do TuPOD para o espaço", informa Auro Tikami, do INPE, que acompanha as atividades com o picossatélite.
Quando em órbita, a uma altitude de cerca 400 km da Terra, o Tancredo-1 transmitirá dados de telemetria e mensagem gravada pelos estudantes brasileiros e radioamadores. Além disso, o picossatélite leva a bordo um pequeno experimento para estudo da formação de bolhas de plasma, preparado pelo pesquisador Polinaya Muralikrishna, da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA) do INPE.
Para tornar real o Tancredo-1, a escola criou o projeto UbatubaSat, que nos últimos anos vem proporcionando ricas experiências aos estudantes, professores e, também, pesquisadores do INPE. Desde o início do projeto, foram inúmeros os encontros entre os alunos e especialistas, visitas de engenheiros à escola e do grupo de Ubatuba às instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT) e da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE) do INPE, em São José dos Campos (SP).
O projeto é liderado pelo professor de matemática Cândido Oswaldo de Moura, que teve a ideia ao ler numa revista de divulgação científica sobre satélites pessoais. Ele buscou então apoio no INPE, que abraçou a iniciativa como parte de sua missão de difundir conhecimento e incentivar novos talentos para a área espacial.
Antes mesmo de voar, o Tancredo-1 levou a viagens e conquistas inesquecíveis. A história do grupo mais jovem do mundo a ingressar na área espacial foi contada pelos próprios estudantes no Japão, em 2014, quando tiveram um artigo científico aceito em congresso aeroespacial daquele país. Também puderam conhecer as instalações da NASA e da Interorbital, empresa dos Estados Unidos que criou o "kit" para montagem de tubesats.
O kit teve que passar por uma completa reengenharia, tema de mestrado na área Engenharia e Gerenciamento de Sistemas Espaciais de Auro Tikami no INPE. "Como o Tancredo-1 tem vida útil aproximada de três meses, a reengenharia foi feita atendendo aos requisitos de segurança exigidos pela JAXA e utilizando praticamente os mesmos componentes originais".
O INPE mantém o apoio aos estudantes e professores, que continuam o projeto e esperam lançar outros satélites. "Uma afirmação que sempre lembramos neste projeto voluntário é que a parte mais importante ficará perenizada em terra com seus participantes e no conhecimento gerado, podendo servir de ponto de partida para novas iniciativas de difusão em Ciência", afirma Walter Abrahão dos Santos, pesquisador que coordena o projeto no INPE.
Os participantes do projeto agradecem o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), da comunidade de radioamadores, da GAUSS (Itália), JAMSS (Japão), Morehead State University (Estados Unidos), além dos vários pesquisadores, engenheiros e especialistas voluntários de divisões da ETE, CEA e LIT do INPE, bem como do Centro Regional Sul (CRS/INPE) e do ITA, e todos que colaboraram para tornar possível o voo do Tancredo-1.
Fonte: INPE
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Satélite de escola pública de Ubatuba, a bordo de foguete japonês, será enviado nesta sexta-feira para ISS
Quinta-feira, 08 de Dezembro de 2016
Com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), estudantes de 10 a 15 anos foram capazes de construir um pequeno satélite, que deve ser enviado ao módulo japonês Kibo da Estação Espacial Internacional (ISS) nesta sexta-feira, 9 de dezembro, às 11h26 (hora de Brasília).
Clique aqui para acompanhar a transmissão ao vivo do lançamento.
O voo do Tancredo-1 irá coroar os esforços de alunos e professores da Escola Municipal Tancredo Neves, de Ubatuba (SP), que desde 2011 atuam para colocar em órbita o picossatélite, um tubesat de aproximadamente 600 gramas.
O Tancredo-1 será enviado para a ISS-Kibo dentro do adaptador TuPOD, fabricado pela empresa italiana GAUSS Srl, a bordo de um foguete da JAXA, a agência espacial japonesa.
"Espera-se que o TuPOD seja ejetado da ISS em 19 de dezembro e, em 21 de dezembro, o Tancredo-1 deve ser finalmente ejetado do TuPOD para o espaço", informa Auro Tikami, do INPE, que acompanha as atividades com o picossatélite.
Quando em órbita, a uma altitude de cerca 400 km da Terra, o Tancredo-1 transmitirá dados de telemetria e mensagem gravada pelos estudantes brasileiros e radioamadores. Além disso, o picossatélite leva a bordo um pequeno experimento para estudo da formação de bolhas de plasma, preparado pelo pesquisador Polinaya Muralikrishna, da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA) do INPE.
Para tornar real o Tancredo-1, a escola criou o projeto UbatubaSat, que nos últimos anos vem proporcionando ricas experiências aos estudantes, professores e, também, pesquisadores do INPE. Desde o início do projeto, foram inúmeros os encontros entre os alunos e especialistas, visitas de engenheiros à escola e do grupo de Ubatuba às instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT) e da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE) do INPE, em São José dos Campos (SP).
O projeto é liderado pelo professor de matemática Cândido Oswaldo de Moura, que teve a ideia ao ler numa revista de divulgação científica sobre satélites pessoais. Ele buscou então apoio no INPE, que abraçou a iniciativa como parte de sua missão de difundir conhecimento e incentivar novos talentos para a área espacial.
Antes mesmo de voar, o Tancredo-1 levou a viagens e conquistas inesquecíveis. A história do grupo mais jovem do mundo a ingressar na área espacial foi contada pelos próprios estudantes no Japão, em 2014, quando tiveram um artigo científico aceito em congresso aeroespacial daquele país. Também puderam conhecer as instalações da NASA e da Interorbital, empresa dos Estados Unidos que criou o "kit" para montagem de tubesats.
O kit teve que passar por uma completa reengenharia, tema de mestrado na área Engenharia e Gerenciamento de Sistemas Espaciais de Auro Tikami no INPE. "Como o Tancredo-1 tem vida útil aproximada de três meses, a reengenharia foi feita atendendo aos requisitos de segurança exigidos pela JAXA e utilizando praticamente os mesmos componentes originais".
O INPE mantém o apoio aos estudantes e professores, que continuam o projeto e esperam lançar outros satélites. "Uma afirmação que sempre lembramos neste projeto voluntário é que a parte mais importante ficará perenizada em terra com seus participantes e no conhecimento gerado, podendo servir de ponto de partida para novas iniciativas de difusão em Ciência", afirma Walter Abrahão dos Santos, pesquisador que coordena o projeto no INPE.
Os participantes do projeto agradecem o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), da comunidade de radioamadores, da GAUSS (Itália), JAMSS (Japão), Morehead State University (Estados Unidos), além dos vários pesquisadores, engenheiros e especialistas voluntários de divisões da ETE, CEA e LIT do INPE, bem como do Centro Regional Sul (CRS/INPE) e do ITA, e todos que colaboraram para tornar possível o voo do Tancredo-1.
Fonte: INPE
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Cooperação Brasil - China: ciência espacial
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INPE realiza 1º Workshop Brasil-China em Ciência Espacial
Segunda-feira, 05 de Dezembro de 2016
Ciências espaciais e atmosféricas, sensoriamento remoto, lixo espacial e formação de novos talentos estão entre os temas do 1º Workshop Brasil-China em Ciência Espacial, que reunirá especialistas e gestores de ambos os países, nos dias 6 e 7 de dezembro, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
Em cooperação com a Academia Chinesa de Ciências e o Centro Nacional Chinês para Ciência Espacial (CAS e NSSC, nas siglas em inglês), o INPE mantém em suas instalações, desde 2014, um laboratório conjunto de clima espacial. A iniciativa tem facilitado as pesquisas na área, promovendo o intercâmbio de cientistas entre os dois países e a formação de pós-doutorandos.
Juntos, Brasil e China promoveram campanhas científicas de coleta de dados e instalaram instrumentos para aperfeiçoar estudos sobre clima espacial. Com o avanço neste setor, os dois países buscam expandir a parceria no campo da ciência espacial e do sensoriamento remoto. A participação em atividades de monitoramento de lixo espacial e estudos para o desenvolvimento de um satélite na área de clima espacial estão entre as possibilidades que serão discutidas no encontro.
"Cumprimos todas as atividades previstas com a implantação do laboratório conjunto e estamos iniciando as discussões para os próximos passos da cooperação. Este será um workshop exploratório", define Clezio Marcos De Nardin, pesquisador que coordena o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do INPE, responsável por acompanhar fenômenos que podem afetar satélites e sistemas tecnológicos como GPS e linhas de transmissão, entre outros.
Além de INPE, CAS e NSSC, participarão do workshop representantes do Ministério das Relações Exteriores e de outros institutos de pesquisa e universidades. "O objetivo é estender a parceria em áreas de interesse mútuo", conclui o pesquisador do INPE.
Fonte: INPE
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INPE realiza 1º Workshop Brasil-China em Ciência Espacial
Segunda-feira, 05 de Dezembro de 2016
Ciências espaciais e atmosféricas, sensoriamento remoto, lixo espacial e formação de novos talentos estão entre os temas do 1º Workshop Brasil-China em Ciência Espacial, que reunirá especialistas e gestores de ambos os países, nos dias 6 e 7 de dezembro, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
Em cooperação com a Academia Chinesa de Ciências e o Centro Nacional Chinês para Ciência Espacial (CAS e NSSC, nas siglas em inglês), o INPE mantém em suas instalações, desde 2014, um laboratório conjunto de clima espacial. A iniciativa tem facilitado as pesquisas na área, promovendo o intercâmbio de cientistas entre os dois países e a formação de pós-doutorandos.
Juntos, Brasil e China promoveram campanhas científicas de coleta de dados e instalaram instrumentos para aperfeiçoar estudos sobre clima espacial. Com o avanço neste setor, os dois países buscam expandir a parceria no campo da ciência espacial e do sensoriamento remoto. A participação em atividades de monitoramento de lixo espacial e estudos para o desenvolvimento de um satélite na área de clima espacial estão entre as possibilidades que serão discutidas no encontro.
"Cumprimos todas as atividades previstas com a implantação do laboratório conjunto e estamos iniciando as discussões para os próximos passos da cooperação. Este será um workshop exploratório", define Clezio Marcos De Nardin, pesquisador que coordena o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do INPE, responsável por acompanhar fenômenos que podem afetar satélites e sistemas tecnológicos como GPS e linhas de transmissão, entre outros.
Além de INPE, CAS e NSSC, participarão do workshop representantes do Ministério das Relações Exteriores e de outros institutos de pesquisa e universidades. "O objetivo é estender a parceria em áreas de interesse mútuo", conclui o pesquisador do INPE.
Fonte: INPE
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domingo, 4 de dezembro de 2016
Cooperação Brasil - China: CBERS 4A
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Brasil e China acertam operação do satélite CBERS-4A
Terça-feira, 29 de Novembro de 2016
Técnicos brasileiros e chineses se reuniram no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), na segunda-feira (28/11), para discutir assuntos relacionados ao Programa CBERS e à cooperação nas atividades de rastreio, telemetria e telecomando para o CBERS-4A, satélite que tem lançamento previsto para 2018.
Sexto satélite do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), o CBERS-4A garantirá a continuidade do fornecimento de imagens para monitorar o meio ambiente, verificar desmatamentos, desastres naturais, a expansão da agricultura e das cidades, entre outras aplicações.
Segundo Valcir Orlando, chefe do Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC) do INPE, os técnicos já se preparam para as ações durante a crítica fase de lançamento e órbitas iniciais do satélite.
"Discutimos qual seria a participação do INPE na realização das atividades operacionais do satélite durante esta fase, além de detalhes importantes sobre a comunicação de dados na ocasião. Outro ponto importante abordado na reunião foi o modo pelo qual a responsabilidade pelo controle em rotina do CBERS-4A seria compartilhado entre INPE e CLTC (China Satellite Launch and Tracking Control General)", explicou o chefe do CRC/INPE.
O CLTC é o órgão responsável pelas bases de lançamentos e estações de rastreio chinesas, bem como pelo centro de controle de satélites de Xian. No âmbito da cooperação no Programa CBERS, enquanto o desenvolvimento dos satélites está sob a responsabilidade do INPE junto com a CAST (China Academy of Space Technology), as operações em órbita, a partir do lançamento, são realizadas em parceria com o CLCT.
Para a reunião, o diretor do INPE Ricardo Galvão recepcionou a delegação chinesa do CLTC coordenada por Wu Shuangtie, consultor do CLTC. Após as discussões, foi assinada a minuta acordando que, em geral, serão consideradas as mesmas soluções adotadas para o CBERS-4, satélite lançado em 2014 e atualmente em operação.
Pelo INPE, também participaram Maurício Gonçalves Vieira Ferreira e Jun Tominaga, do CRC/INPE, Antonio dos Reis Bueno, do Programa CBERS, e Adriana Cursino Thomé, da Seção de Relações Internacionais.
Após a reunião técnica, a delegação chinesa visitou o Laboratório de Integração e Testes (LIT) e o Centro de Controle de Satélites (CCS) do INPE.
Sobre o Programa CBERS: www.cbers.inpe.br
Fonte: INPE
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Brasil e China acertam operação do satélite CBERS-4A
Terça-feira, 29 de Novembro de 2016
Técnicos brasileiros e chineses se reuniram no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), na segunda-feira (28/11), para discutir assuntos relacionados ao Programa CBERS e à cooperação nas atividades de rastreio, telemetria e telecomando para o CBERS-4A, satélite que tem lançamento previsto para 2018.
Sexto satélite do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), o CBERS-4A garantirá a continuidade do fornecimento de imagens para monitorar o meio ambiente, verificar desmatamentos, desastres naturais, a expansão da agricultura e das cidades, entre outras aplicações.
Segundo Valcir Orlando, chefe do Centro de Rastreio e Controle de Satélites (CRC) do INPE, os técnicos já se preparam para as ações durante a crítica fase de lançamento e órbitas iniciais do satélite.
"Discutimos qual seria a participação do INPE na realização das atividades operacionais do satélite durante esta fase, além de detalhes importantes sobre a comunicação de dados na ocasião. Outro ponto importante abordado na reunião foi o modo pelo qual a responsabilidade pelo controle em rotina do CBERS-4A seria compartilhado entre INPE e CLTC (China Satellite Launch and Tracking Control General)", explicou o chefe do CRC/INPE.
O CLTC é o órgão responsável pelas bases de lançamentos e estações de rastreio chinesas, bem como pelo centro de controle de satélites de Xian. No âmbito da cooperação no Programa CBERS, enquanto o desenvolvimento dos satélites está sob a responsabilidade do INPE junto com a CAST (China Academy of Space Technology), as operações em órbita, a partir do lançamento, são realizadas em parceria com o CLCT.
Para a reunião, o diretor do INPE Ricardo Galvão recepcionou a delegação chinesa do CLTC coordenada por Wu Shuangtie, consultor do CLTC. Após as discussões, foi assinada a minuta acordando que, em geral, serão consideradas as mesmas soluções adotadas para o CBERS-4, satélite lançado em 2014 e atualmente em operação.
Pelo INPE, também participaram Maurício Gonçalves Vieira Ferreira e Jun Tominaga, do CRC/INPE, Antonio dos Reis Bueno, do Programa CBERS, e Adriana Cursino Thomé, da Seção de Relações Internacionais.
Após a reunião técnica, a delegação chinesa visitou o Laboratório de Integração e Testes (LIT) e o Centro de Controle de Satélites (CCS) do INPE.
Sobre o Programa CBERS: www.cbers.inpe.br
Fonte: INPE
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terça-feira, 8 de novembro de 2016
INPE de Cachoeira Paulista: 46 anos
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INPE comemora 46 anos da Unidade de Cachoeira Paulista
Segunda-feira, 07 de Novembro de 2016
Nesta quinta-feira (10/11), às 10 horas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemorará os 46 anos de sua Unidade Regional de Cachoeira Paulista.
Na mesma cerimônia, o diretor do INPE, Ricardo Galvão, dará posse ao nosso coordenador-geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Antonio Divino Moura.
Além do CPTEC, o INPE mantém em Cachoeira Paulista instalações do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), o Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), a Divisão de Geração de Imagens (DGI) e o Projeto BDA para monitoramento da atividade solar, entre outros experimentos e atividades.
Servidores das diversas áreas serão homenageados na cerimônia, em reconhecimento aos anos de trabalho e dedicação a esta unidade do INPE.
Saiba aqui sobre a história do INPE de Cachoeira Paulista.
Fonte: INPE
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INPE comemora 46 anos da Unidade de Cachoeira Paulista
Segunda-feira, 07 de Novembro de 2016
Nesta quinta-feira (10/11), às 10 horas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemorará os 46 anos de sua Unidade Regional de Cachoeira Paulista.
Na mesma cerimônia, o diretor do INPE, Ricardo Galvão, dará posse ao nosso coordenador-geral do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Antonio Divino Moura.
Além do CPTEC, o INPE mantém em Cachoeira Paulista instalações do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), o Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), a Divisão de Geração de Imagens (DGI) e o Projeto BDA para monitoramento da atividade solar, entre outros experimentos e atividades.
Servidores das diversas áreas serão homenageados na cerimônia, em reconhecimento aos anos de trabalho e dedicação a esta unidade do INPE.
Saiba aqui sobre a história do INPE de Cachoeira Paulista.
Fonte: INPE
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terça-feira, 1 de novembro de 2016
T&D: "Satélites de Observação Terrestre na América do Sul"
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Satélites de Observação Terrestre na América do Sul
André M. Mileski
Nos últimos anos, o número de países que passaram a deter meios autônomos de observação terrestre a partir do espaço cresceu consideravelmente, seguindo uma tendência global de disseminação da tecnologia espacial entre os chamados emergentes. Na América do Sul, não tem sido diferente, com países que já têm tradição nesse campo, como Brasil e Argentina, lançando novas missões de observação, o Chile e a Venezuela se juntando ao clube, e outros como Peru e Bolívia prestes a integrá-lo.
A seguir, um panorama sobre os programas e projetos de satélites de observação terrestre na América do Sul, numa atualização de artigo similar publicado no final de 2013, na edição n.º 133 de T&D.
Argentina
O programa argentino de satélites de observação é hoje um dos mais avançados da América do Sul, ao lado do brasileiro, abrangendo missões tanto óticas como radar, geralmente implementadas em regime de parceria internacional. Seu primeiro sistema de sensoriamento remoto foi o SAC-C, lançado em 21 de novembro de 2000, e que contava com dois sensores óticos com resoluções nas faixas de 35 a 350 metros, destinados a produzir imagens multiespectrais para estudos da Terra, além de sensores científicos específicos. A missão foi realizada em cooperação com a agência espacial norte-americana (NASA), além de institutos de pesquisa da Europa e o Brasil, que executou os testes finais do artefato no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
Passo seguinte foi dado com o SAC-D/Aquarius, uma parceria internacional, com participação de institutos dos Estados Unidos, França, Itália, Canadá e Brasil, e colocado em órbita em 10 de junho de 2011. Muito embora a missão tenha caráter mais científico (o sensor Aquarius, fornecido pela NASA, é um radiômetro em banda L para medição da salinidade dos oceanos), o satélite também foi equipado com uma câmera de alta sensibilidade (visualização de iluminação urbana, embarcações, tormentas elétricas, cobertura de neves), com 200/300 metros de resolução, e um sensor infravermelho (imageamento de incêndios e atividades vulcânicas), com resolução de 350 metros. Atualmente, a Argentina é o único país sul-americano a desenvolver de fato uma constelação de satélites com tecnologia de radar de abertura sintética (SAR, sigla em inglês), capaz de imagear a superfície terrestre independente de luz e cobertura de nuvens, no âmbito do projeto SAOCOM. O projeto, que integra o Plano Espacial Nacional e é tocado pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE) prevê a construção de duas constelações, a SAOCOM 1 e SAOCOM 2, cada uma sendo composta por dois satélites. Os artefatos da primeira constelação estão em desenvolvimento e devem ser lançados a partir de 2017, tendo vida útil estimada em cinco anos. Contarão com um sensor radar operando em banda L, com resolução espacial entre 10 e 100 metros e cobertura de 35 a 350 km, com diferentes ângulos de observação. Quando em operação, o SAOCOM integrará o Sistema Ítalo-Argentino de Satélites para a Gestão de Emergências (SIASGE), considerado único no mundo, que envolverá a integração dos satélites argentinos com a constelação italiana COSMO-SkyMed.
Outro projeto nos planos argentinos é o do Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marítimas - SABIA-Mar (designado localmente como SAC-E), discutido desde o final de 1998 com o vizinho, mas que apenas recentemente recebeu um novo impulso para a sua viabilização.
Bolívia
Apesar de ser um dos países mais pobres da América do Sul, durante o governo de Evo Morales a Bolívia buscou estruturar um programa espacial, e seu primeiro projeto concretizado foi o de um satélite geoestacionário de comunicações, o Tupac Katari, adquirido na China em dezembro de 2010 e lançado ao espaço no final de 2013. Desde então, um sistema de observação também está nos planos do governo local, para aplicações como o monitoramento de recursos minerais, muito embora não existam indicativos claros sobre a negociação e mesmo disponibilização de recursos para a aquisição. O satélite já tem até um nome definido – Bartolina Sisa, esposa de Tupac Katari, uma liderança indígena da história boliviana, com especificações também já definidas pela Agência Boliviana Espacial (ABE).
Apesar do programa espacial ter se iniciado com apoio chinês, o caminho para a obtenção de seu satélite de observação não necessariamente passa por Pequim. Segundo declarações dadas por representantes da ABE, várias empresas demonstraram interesse em cooperar com a Bolívia na obtenção de seu próprio satélite, dentre as quais a China, França, Reino Unido, Espanha, Argentina, Rússia e Japão. Nota-se que o governo e empresas francesas, que nos últimos anos já fecharam negócios com a Bolívia envolvendo a venda de helicópteros e sistemas de radares, estão bastante empenhadas em participar.
As estimativas de custos do projeto oscilam entre US$ 100 e 200 milhões, a depender da especificação final do sistema, e aguarda-se para breve uma definição sobre a disponibilização de recursos e definição do fabricante.
[Nota do blog: após o fechamento do artigo (setembro de 2016), surgiram notícias na imprensa boliviana indicando que o governo teria decidido "atrasar" o projeto de seu satélite de observação, passando a priorizar a encomenda de um segundo satélite de comunicações, o Túpac Katari II, para lançamento em 2021. A alegada razão seria o fato de que o satélite de comunicações geraria receitas financeiras, enquanto que o sistema de observação exigiria investimentos públicos que não seriam facilmente recuperados, não sendo o momento atual o mais adequado para tal investimento.]
Brasil
O Brasil foi pioneiro no continente sul-americano na exploração espacial, inclusive em sensoriamento remoto a partir do espaço. Em abril de 1973, o País se tornou o terceiro no mundo – depois dos Estados Unidos e do Canadá – a dispor de uma estação terrena de imagens de satélite, no caso, o norte-americano ERTS-1 (que originou a família Landsat), instalada em Cuiabá (MT) e operada pelo INPE. A busca pelo desenvolvimento de alguma autonomia em imageamento a partir do espaço veio com a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), lançada pelo governo no final da década de 1970, objetivando capacitações nos segmentos de lançadores (programa VLS), satélites e infraestrutura terrestre (laboratórios e centros de lançamento). A MECB previu o desenvolvimento e construção de dois satélites de sensoriamento, começando-se pelo SSR-1, que mais tarde veio a ser conhecido como Amazônia-1.
Após uma série de dificuldades tecnológicas e administrativas, a conclusão do Amazônia-1 é aguardada para os próximos anos, em 2018, após investimentos de cerca de R$ 200 milhões, e que contou com extensa contratação junto à indústria nacional. Baseado na Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo INPE em conjunto com a indústria nacional, será equipado com uma câmera de visada larga com 40 metros de resolução e faixa de cobertura superior a 700 km, que produzirá imagens da Terra para aplicações no agronegócio, meio-ambiente, monitoramento de recursos naturais e em outros fins. Após o lançamento do Amazônia-1, espera-se que outros dois artefatos sejam colocados em órbita nos anos seguintes, o Amazônia-1B e o Amazônia-2.
Quase dez anos após a MECB, os governos do Brasil e da China assinaram um acordo de cooperação tecnológica visando ao desenvolvimento de dois avançados satélites de sensoriamento emoto, dentro do programa denominado CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), que desde então tem contribuído significativamente para a capacidade nacional em obter, processar e interpretar imagens geradas a partir do espaço.
O acordo assinado em 1988 contemplava o desenvolvimento e construção de dois satélites idênticos de sensoriamento remoto equipados com sensores óticos. Nos dois primeiros satélites, as responsabilidades não foram divididas igualitariamente: à China, caberia o desenvolvimento, fabricação e custeio do equivalente a 70% do projeto, enquanto que à parte brasileira os 30% restantes. O primeiro modelo, o CBERS 1, foi colocado em órbita heliossíncrona, a 778 km de altitude, em 14 de outubro de 1999, e operou até 2003, superando em quase 100% o tempo de sua vida útil estimada de dois anos. O segundo, por sua vez, subiu ao espaço em 21 de outubro de 2003. Em novembro de 2002, os dois governos firmaram um novo acordo prevendo a continuidade do CBERS com a construção de outras duas unidades - CBERS 3 e 4, maiores e mais sofi sticados, com sensores óticos com resoluções na faixa de 5 a 70 metros. Nesse novo acordo, definiu-se também uma nova divisão dos investimentos, agora igualitária, cada um respondendo por 50%.
Após a colocação em órbita do CBERS 2, e considerando que o CBERS 3 seria lançado apenas mais adiante, o INPE e sua contraparte chinesa decidiram construir um novo satélite idêntico aos de primeira geração, chamado CBERS 2B, de modo a cobrir o hiato da retirada de operação do último satélite da primeira série e a entrada de seu sucessor da segunda série. O CBERS 2B foi lançado em setembro de 2007.
O CBERS 3 foi perdido numa falha do lançador chinês no início de dezembro de 2013, o que levou a uma aceleração do cronograma para a colocação em órbita do CBERS 4, de forma a minimizar os danos causados pela ausência de um satélite da série em funcionamento. Na manhã de 7 de dezembro, a partir da base de Taiyuan, a cerca de 700 km de Pequim, o foguete Longa Marcha 4B decolou e, 12,5 minutos mais tarde, inseriu em órbita o CBERS 4.
Em razão da perda do CBERS 3 e considerando a vida útil estimada em três anos do CBERS 4, os governos do Brasil e da China optaram por construir um terceiro artefato da segunda geração da família, o CBERS 4A, que se aproveitará de componentes e subsistemas já contratados e construídos no processo de desenvolvimento dos modelos anteriores. O equipamento deve ser lançado ao espaço em setembro de 2018, e o desenvolvimento de uma terceira família, com mais dois satélites (CBERS-5 e 6) está em discussão no âmbito do Plano Decenal de Cooperação Espacial Brasil-China 2013-2022.
As imagens geradas pelo CBERS são utilizadas em programas de monitoramento do desmatamento na Amazônia, bem como em aplicações voltadas para a vegetação, a agricultura, o meio ambiente, o gerenciamento hídrico, a cartografia, a geologia, o gerenciamento de desastres naturais e a educação sobre temas ambientais.
O INPE tem também trabalhado há vários anos no conceito de um satélite radar (SAR), que inicialmente seria desenvolvido em conjunto com instituições da Alemanha, baseado na PMM. O sistema é tido como essencial para as necessidades brasileiras, em particular no monitoramento do desmatamento na Amazônia, tendo em vista sua capacidade de imageamento em quaisquer condições de tempo. No projeto atual, conforme previsto no Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE 2012 - 2021, o SAR deverá dotado de um imageador radar de abertura sintética, operando em vários modos, com múltiplas resoluções na faixa de 5 a 30 metros, destinado a aplicações voltadas ao meio-ambiente, agricultura, defesa, entre outras. Seu lançamento é previsto para 2020, muito embora ainda faltem definições quanto a tecnologia a ser adotada e possível cooperação internacional.
Outra missão nos planos da Agência Espacial Brasileira (AEB) e INPE é a SABIA-Mar, desenvolvida em conjunto pelo Brasil e a Argentina. Trata-se de um sistema completo de observação da Terra dedicado ao sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros incluindo águas interiores, baseado em uma constelação de dois satélites. Junto à missão primária, os artefatos poderão, também, observar águas interiores, e obter dados em escala global da cor dos oceanos. Suas imagens poderão ser usadas em aplicações relacionadas à pesca e na aquicultura, no gerenciamento costeiro, no monitoramento de recifes de coral, de florações de algas nocivas e de derrames de óleo, na previsão do tempo, na análise da qualidade das águas, entre outras. A partilha das tarefas no desenvolvimento dos satélites será de 50% para cada país, sendo que o projeto se encontra em fase preliminar.
No campo militar, desde a aprovação pelo Comando da Aeronáutica das diretrizes para a aprovação do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), passou-se a ter um panorama mais claro sobre as demandas das Forças Armadas por dados gerados a partir do espaço, assim como as estratégias para o seu atendimento. O PESE considera a constituição de uma constelação própria de satélites para fins de observação terrestre – tanto óticos como radares, meteorologia, navegação e comunicações, dentre outras finalidades, cuja viabilização depende da disponibilização de recursos orçamentários. No rol de prioridades do PESE, meios de observação, em especial óticos, ocupam o topo, e acredita-se que uma concorrência possa ser iniciada dentro dos próximos anos.
Mais recentemente, embora ainda em fase muito embrionária, começou a ser discutido um projeto de pequeno satélite de observação para o atendimento de demandas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) quanto ao monitoramento de propriedades rurais. Um acordo de cooperação técnica foi assinado em maio entre o INCRA e a Agência Espacial Brasileira (AEB), e a depender da disponibilidade de orçamento e interação com outros projetos constantes do PNAE e PESE, poderia levar à operação de um pequeno satélite ótico, a ser denominado Incra Sat, a partir de 2021.
Colômbia
Um dos países do continente que mais tem crescido nos últimos anos - a previsão é de que nos próximos anos supere a Argentina, tornando-se a terceira maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil e México - a Colômbia também considera em seus planos estratégicos a obtenção de capacidade autônoma de observação terrestre a partir do espaço. Há gestões da Comisión Colombiana del Espacio (CCE), vinculada à Vice-Presidência da República, para o desenvolvimento de um programa satelital, iniciativa que deverá envolver parcerias com governos e indústrias estrangeiras.
Em setembro de 2015, os processos iniciais visando à aquisição de seu satélite foram interrompidos por orientação do vice-presidente, Gérman Vargas Llera, sob o argumento de que a compra de imagens diretamente por entidades governamentais apresentaria um custo inferior à aquisição de um sistema próprio, argumentação sujeita à críticas e questionamentos mesmo em seu país.
Chile
Em julho de 2008, após um processo de seleção que envolveu os principais fabricantes do mundo, o Chile se tornou o terceiro país do continente a contratar um sistema espacial de observação, encomendando um microssatélite junto à europeia Astrium, hoje parte da Airbus Defence and Space, num negócio avaliado em US$ 72 milhões.
Lançado no final de 2011, o SSOT (Sistema Satelital de Observación de la Tierra), também conhecido localmente como Fasat Charlie, é uma missão dual, com aplicações civis e militares, encomendado pelo Ministério da Defesa do Chile em julho de 2008. O satélite tem 117 kg de massa e conta com um sensor ótico capaz de produzir imagens com 1,45 metros de resolução, para aplicações como mapeamento, agricultura e gerenciamento de recursos e desastres naturais. Sua vida útil é estimada em cinco anos. A partir de uma estação terrestre em Santiago, o satélite é operado por uma equipe de engenheiros chilenos, treinados nas instalações da Airbus Defence and Space, em Toulouse, no sul da França, onde o sistema e o satélite foram desenvolvidos e construídos.
Com a proximidade do término da vida útil do SSOT, Santiago tem considerado alternativas para a manutenção e mesmo ampliação de sua capacidade de observação a partir do espaço, em nova concorrência que deverá atrair a participação dos principais fabricantes globais. O governo francês e a Airbus Defence and Space firmaram novos acordos e iniciativas de cooperação com entidades chilenas visando pavimentar o caminho para a continuidade da parceria iniciada com o Fasat Charlie, mas outros países e empresas interessadas, com destaque para a China e Israel também tem buscado se posicionar para fornecer suas tecnologias ao país andino.
Peru
Seguindo o exemplo de seus vizinhos, o Peru também avançou na busca dessa capacidade. As intenções peruanas datam de 2006, mas foram celeradas a partir do momento em que o Chile, um rival histórico, passou a contar com seu sistema próprio, em julho de 2008, culminando, em abril de 2014, com a contratação da Airbus Defence and Space para o desenvolvimento e construção de seu primeiro satélite, denominado PerúSAT-1. A contratação se deu após uma intensa concorrência promovida pelo Ministério da Defesa e pela Agência Espacial do Peru (CONIDA), da qual participaram fabricantes da França, Israel, Espanha e Coréia do Sul, entre outros.
A seleção da proposta da Airbus Defence and Space por parte do governo peruano foi fundamental para a consolidação de sua presença na região, um mercado que, embora pequeno, é considerado muito importante, segundo Christophe Roux, vice-presidente do grupo para a América Latina. A Airbus está atenta a outras possibilidades na América do Sul, como o Chile, Bolívia e Brasil, e tem seguido uma estratégia de oferecer treinamento, transferência de conhecimento e acesso a serviços de imagens, e em determinados casos, como no Brasil, industrialização local e transferência tecnológica.
O projeto peruano, estimado em cerca de US$ 200 milhões, inclui um satélite ótico de última geração dotado de um sensor de alta resolução (derivado da família Naomi), assim como um centro de controle, recepção e processamento de imagens, chamado Centro Nacional de Operaciones de Imágenes Satelitales del Perú (CNOIS), que abrigará o segmento terrestre de controle, recepção e processamento dos dados do satélite. Também abrange um pacote de absorção tecnológica por meio do treinamento de engenheiros e técnicos peruanos, além do fornecimento de imagens geradas por satélites óticos e radares da constelação própria da Airbus Defence and Space.
O PerúSAT-1 foi construído em torno de uma plataforma AstroBus-S, compacta e altamente flexível, utilizada em missões como as do Pléiades, SPOT 6 e 7, Ingenio (Espanha) e KazEOSat-1 (Cazaquistão). Contará com um sensor ótico com resolução de 70 centímetros, a mais avançada da América Latina. O modelo, que terá massa próxima de 400 kg e será posicionado a 694 km de altitude, foi construído em menos de dois anos, e produzirá dados para gestão de áreas terrestres, controle de fronteiras e combate ao tráfico de drogas. Suas imagens poderão também ser utilizadas para apoio e gestão de missões humanitárias e em casos de desastres naturais, como enchentes, incêndios florestais, deslizamentos e erosões.
No início de agosto, o PerúSAT-1 foi transportado de Toulouse para Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado ao espaço em setembro, a bordo de um foguete Vega, operado pela Arianespace.
[Nota do blog: o PerúSAT-1 foi colocado em órbita com sucesso em 16 de setembro. No início de outubro, a Airbus divulgou publicamente a entrega de suas primeiras imagens, como a tela abaixo, da mina de cobre Cuajone, localizada no sul do Peru.]
Venezuela
Em seu governo, o falecido presidente Hugo Chávez buscou colocar a Venezuela em situações de independência em alguns setores considerados estratégicos, como comunicações e observação terrestre. O primeiro passo dado foi a aquisição de um satélite de comunicações, o Venesat-1, comprado da chinesa China Great Wall Industry Corporation (CWIC) e inserido em órbita no final de 2008. O passo seguinte, seguindo a tendência mundial, foi um satélite de observação terrestre, gozando da parceria espacial mantida com os chineses desde o Venesat-1, num investimento de US$ 140 milhões.
A contratação para a construção do satélite, chamado de Francisco Miranda, mas também designado como VRSS-1 (Venezuelan Remote Sensing Satellite) ocorreu em maio de 2011, e representou o segundo satélite desenvolvido pela estatal CGWIC para o governo venezuelano - o primeiro, lançado em outubro de 2008, foi o satélite de comunicações Venesat-1. O VRSS-1 também representa o primeiro satélite de observação exportado pela hina, que se busca firmar como player nesse segmento, a exemplo do que já acontece em comunicações.
O Francisco Miranda foi lançado ao espaço em outubro de 2011 por um foguete Longa Marcha 2D, a partir do centro espacial de Jiquan, no noroeste da China. O VRSS-1 é capaz de produzir imagens com 2,5 metros de resolução, gerando em torno de 350 imagens por dia. Seus dados têm sido utilizados para operações de planejamento urbano, monitoramento ambiental, de mineração ilegal e tráfico de drogas, além de aplicações em defesa. Sua operação está a cargo da Estação Terrena de Controle Satelital localizada na Base Aeroespacial Capitán Manel Rios (BAMARI), a cerca de 190 km de Caracas. Apesar da forte crise política e econômica, a Venezuela segue adiante com suas iniciativas em sensoriamento remoto com o satélite José Antonio de Sucre (VRSS-2), com lançamento previsto para setembro de 2017 e investimentos totais estimados em US$ 170 milhões. A exemplo dos modelos anteriores, o Sucre está sendo construído na China e recentemente teve concluída com êxito a fase de revisão crítica do projeto (CDR, sigla em inglês), conduzida por especialistas chineses e venezuelanos. De acordo com informações divulgadas na mídia local, o Sucre terá massa estimada em 1.000 kg, contando com um sensor ótico de alta resolução, apto a produzir imagens de até 1 metro com faixa de 30 km, e também com uma câmera infravermelha.
Fonte: Tecnologia & Defesa n.º 146 (setembro de 2016).
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Satélites de Observação Terrestre na América do Sul
André M. Mileski
Nos últimos anos, o número de países que passaram a deter meios autônomos de observação terrestre a partir do espaço cresceu consideravelmente, seguindo uma tendência global de disseminação da tecnologia espacial entre os chamados emergentes. Na América do Sul, não tem sido diferente, com países que já têm tradição nesse campo, como Brasil e Argentina, lançando novas missões de observação, o Chile e a Venezuela se juntando ao clube, e outros como Peru e Bolívia prestes a integrá-lo.
A seguir, um panorama sobre os programas e projetos de satélites de observação terrestre na América do Sul, numa atualização de artigo similar publicado no final de 2013, na edição n.º 133 de T&D.
Argentina
O programa argentino de satélites de observação é hoje um dos mais avançados da América do Sul, ao lado do brasileiro, abrangendo missões tanto óticas como radar, geralmente implementadas em regime de parceria internacional. Seu primeiro sistema de sensoriamento remoto foi o SAC-C, lançado em 21 de novembro de 2000, e que contava com dois sensores óticos com resoluções nas faixas de 35 a 350 metros, destinados a produzir imagens multiespectrais para estudos da Terra, além de sensores científicos específicos. A missão foi realizada em cooperação com a agência espacial norte-americana (NASA), além de institutos de pesquisa da Europa e o Brasil, que executou os testes finais do artefato no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
Passo seguinte foi dado com o SAC-D/Aquarius, uma parceria internacional, com participação de institutos dos Estados Unidos, França, Itália, Canadá e Brasil, e colocado em órbita em 10 de junho de 2011. Muito embora a missão tenha caráter mais científico (o sensor Aquarius, fornecido pela NASA, é um radiômetro em banda L para medição da salinidade dos oceanos), o satélite também foi equipado com uma câmera de alta sensibilidade (visualização de iluminação urbana, embarcações, tormentas elétricas, cobertura de neves), com 200/300 metros de resolução, e um sensor infravermelho (imageamento de incêndios e atividades vulcânicas), com resolução de 350 metros. Atualmente, a Argentina é o único país sul-americano a desenvolver de fato uma constelação de satélites com tecnologia de radar de abertura sintética (SAR, sigla em inglês), capaz de imagear a superfície terrestre independente de luz e cobertura de nuvens, no âmbito do projeto SAOCOM. O projeto, que integra o Plano Espacial Nacional e é tocado pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE) prevê a construção de duas constelações, a SAOCOM 1 e SAOCOM 2, cada uma sendo composta por dois satélites. Os artefatos da primeira constelação estão em desenvolvimento e devem ser lançados a partir de 2017, tendo vida útil estimada em cinco anos. Contarão com um sensor radar operando em banda L, com resolução espacial entre 10 e 100 metros e cobertura de 35 a 350 km, com diferentes ângulos de observação. Quando em operação, o SAOCOM integrará o Sistema Ítalo-Argentino de Satélites para a Gestão de Emergências (SIASGE), considerado único no mundo, que envolverá a integração dos satélites argentinos com a constelação italiana COSMO-SkyMed.
Outro projeto nos planos argentinos é o do Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marítimas - SABIA-Mar (designado localmente como SAC-E), discutido desde o final de 1998 com o vizinho, mas que apenas recentemente recebeu um novo impulso para a sua viabilização.
Bolívia
Apesar de ser um dos países mais pobres da América do Sul, durante o governo de Evo Morales a Bolívia buscou estruturar um programa espacial, e seu primeiro projeto concretizado foi o de um satélite geoestacionário de comunicações, o Tupac Katari, adquirido na China em dezembro de 2010 e lançado ao espaço no final de 2013. Desde então, um sistema de observação também está nos planos do governo local, para aplicações como o monitoramento de recursos minerais, muito embora não existam indicativos claros sobre a negociação e mesmo disponibilização de recursos para a aquisição. O satélite já tem até um nome definido – Bartolina Sisa, esposa de Tupac Katari, uma liderança indígena da história boliviana, com especificações também já definidas pela Agência Boliviana Espacial (ABE).
Apesar do programa espacial ter se iniciado com apoio chinês, o caminho para a obtenção de seu satélite de observação não necessariamente passa por Pequim. Segundo declarações dadas por representantes da ABE, várias empresas demonstraram interesse em cooperar com a Bolívia na obtenção de seu próprio satélite, dentre as quais a China, França, Reino Unido, Espanha, Argentina, Rússia e Japão. Nota-se que o governo e empresas francesas, que nos últimos anos já fecharam negócios com a Bolívia envolvendo a venda de helicópteros e sistemas de radares, estão bastante empenhadas em participar.
As estimativas de custos do projeto oscilam entre US$ 100 e 200 milhões, a depender da especificação final do sistema, e aguarda-se para breve uma definição sobre a disponibilização de recursos e definição do fabricante.
[Nota do blog: após o fechamento do artigo (setembro de 2016), surgiram notícias na imprensa boliviana indicando que o governo teria decidido "atrasar" o projeto de seu satélite de observação, passando a priorizar a encomenda de um segundo satélite de comunicações, o Túpac Katari II, para lançamento em 2021. A alegada razão seria o fato de que o satélite de comunicações geraria receitas financeiras, enquanto que o sistema de observação exigiria investimentos públicos que não seriam facilmente recuperados, não sendo o momento atual o mais adequado para tal investimento.]
Brasil
O Brasil foi pioneiro no continente sul-americano na exploração espacial, inclusive em sensoriamento remoto a partir do espaço. Em abril de 1973, o País se tornou o terceiro no mundo – depois dos Estados Unidos e do Canadá – a dispor de uma estação terrena de imagens de satélite, no caso, o norte-americano ERTS-1 (que originou a família Landsat), instalada em Cuiabá (MT) e operada pelo INPE. A busca pelo desenvolvimento de alguma autonomia em imageamento a partir do espaço veio com a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), lançada pelo governo no final da década de 1970, objetivando capacitações nos segmentos de lançadores (programa VLS), satélites e infraestrutura terrestre (laboratórios e centros de lançamento). A MECB previu o desenvolvimento e construção de dois satélites de sensoriamento, começando-se pelo SSR-1, que mais tarde veio a ser conhecido como Amazônia-1.
Após uma série de dificuldades tecnológicas e administrativas, a conclusão do Amazônia-1 é aguardada para os próximos anos, em 2018, após investimentos de cerca de R$ 200 milhões, e que contou com extensa contratação junto à indústria nacional. Baseado na Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo INPE em conjunto com a indústria nacional, será equipado com uma câmera de visada larga com 40 metros de resolução e faixa de cobertura superior a 700 km, que produzirá imagens da Terra para aplicações no agronegócio, meio-ambiente, monitoramento de recursos naturais e em outros fins. Após o lançamento do Amazônia-1, espera-se que outros dois artefatos sejam colocados em órbita nos anos seguintes, o Amazônia-1B e o Amazônia-2.
Quase dez anos após a MECB, os governos do Brasil e da China assinaram um acordo de cooperação tecnológica visando ao desenvolvimento de dois avançados satélites de sensoriamento emoto, dentro do programa denominado CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite), que desde então tem contribuído significativamente para a capacidade nacional em obter, processar e interpretar imagens geradas a partir do espaço.
O acordo assinado em 1988 contemplava o desenvolvimento e construção de dois satélites idênticos de sensoriamento remoto equipados com sensores óticos. Nos dois primeiros satélites, as responsabilidades não foram divididas igualitariamente: à China, caberia o desenvolvimento, fabricação e custeio do equivalente a 70% do projeto, enquanto que à parte brasileira os 30% restantes. O primeiro modelo, o CBERS 1, foi colocado em órbita heliossíncrona, a 778 km de altitude, em 14 de outubro de 1999, e operou até 2003, superando em quase 100% o tempo de sua vida útil estimada de dois anos. O segundo, por sua vez, subiu ao espaço em 21 de outubro de 2003. Em novembro de 2002, os dois governos firmaram um novo acordo prevendo a continuidade do CBERS com a construção de outras duas unidades - CBERS 3 e 4, maiores e mais sofi sticados, com sensores óticos com resoluções na faixa de 5 a 70 metros. Nesse novo acordo, definiu-se também uma nova divisão dos investimentos, agora igualitária, cada um respondendo por 50%.
Após a colocação em órbita do CBERS 2, e considerando que o CBERS 3 seria lançado apenas mais adiante, o INPE e sua contraparte chinesa decidiram construir um novo satélite idêntico aos de primeira geração, chamado CBERS 2B, de modo a cobrir o hiato da retirada de operação do último satélite da primeira série e a entrada de seu sucessor da segunda série. O CBERS 2B foi lançado em setembro de 2007.
O CBERS 3 foi perdido numa falha do lançador chinês no início de dezembro de 2013, o que levou a uma aceleração do cronograma para a colocação em órbita do CBERS 4, de forma a minimizar os danos causados pela ausência de um satélite da série em funcionamento. Na manhã de 7 de dezembro, a partir da base de Taiyuan, a cerca de 700 km de Pequim, o foguete Longa Marcha 4B decolou e, 12,5 minutos mais tarde, inseriu em órbita o CBERS 4.
Em razão da perda do CBERS 3 e considerando a vida útil estimada em três anos do CBERS 4, os governos do Brasil e da China optaram por construir um terceiro artefato da segunda geração da família, o CBERS 4A, que se aproveitará de componentes e subsistemas já contratados e construídos no processo de desenvolvimento dos modelos anteriores. O equipamento deve ser lançado ao espaço em setembro de 2018, e o desenvolvimento de uma terceira família, com mais dois satélites (CBERS-5 e 6) está em discussão no âmbito do Plano Decenal de Cooperação Espacial Brasil-China 2013-2022.
As imagens geradas pelo CBERS são utilizadas em programas de monitoramento do desmatamento na Amazônia, bem como em aplicações voltadas para a vegetação, a agricultura, o meio ambiente, o gerenciamento hídrico, a cartografia, a geologia, o gerenciamento de desastres naturais e a educação sobre temas ambientais.
O INPE tem também trabalhado há vários anos no conceito de um satélite radar (SAR), que inicialmente seria desenvolvido em conjunto com instituições da Alemanha, baseado na PMM. O sistema é tido como essencial para as necessidades brasileiras, em particular no monitoramento do desmatamento na Amazônia, tendo em vista sua capacidade de imageamento em quaisquer condições de tempo. No projeto atual, conforme previsto no Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE 2012 - 2021, o SAR deverá dotado de um imageador radar de abertura sintética, operando em vários modos, com múltiplas resoluções na faixa de 5 a 30 metros, destinado a aplicações voltadas ao meio-ambiente, agricultura, defesa, entre outras. Seu lançamento é previsto para 2020, muito embora ainda faltem definições quanto a tecnologia a ser adotada e possível cooperação internacional.
Outra missão nos planos da Agência Espacial Brasileira (AEB) e INPE é a SABIA-Mar, desenvolvida em conjunto pelo Brasil e a Argentina. Trata-se de um sistema completo de observação da Terra dedicado ao sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros incluindo águas interiores, baseado em uma constelação de dois satélites. Junto à missão primária, os artefatos poderão, também, observar águas interiores, e obter dados em escala global da cor dos oceanos. Suas imagens poderão ser usadas em aplicações relacionadas à pesca e na aquicultura, no gerenciamento costeiro, no monitoramento de recifes de coral, de florações de algas nocivas e de derrames de óleo, na previsão do tempo, na análise da qualidade das águas, entre outras. A partilha das tarefas no desenvolvimento dos satélites será de 50% para cada país, sendo que o projeto se encontra em fase preliminar.
No campo militar, desde a aprovação pelo Comando da Aeronáutica das diretrizes para a aprovação do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), passou-se a ter um panorama mais claro sobre as demandas das Forças Armadas por dados gerados a partir do espaço, assim como as estratégias para o seu atendimento. O PESE considera a constituição de uma constelação própria de satélites para fins de observação terrestre – tanto óticos como radares, meteorologia, navegação e comunicações, dentre outras finalidades, cuja viabilização depende da disponibilização de recursos orçamentários. No rol de prioridades do PESE, meios de observação, em especial óticos, ocupam o topo, e acredita-se que uma concorrência possa ser iniciada dentro dos próximos anos.
Mais recentemente, embora ainda em fase muito embrionária, começou a ser discutido um projeto de pequeno satélite de observação para o atendimento de demandas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) quanto ao monitoramento de propriedades rurais. Um acordo de cooperação técnica foi assinado em maio entre o INCRA e a Agência Espacial Brasileira (AEB), e a depender da disponibilidade de orçamento e interação com outros projetos constantes do PNAE e PESE, poderia levar à operação de um pequeno satélite ótico, a ser denominado Incra Sat, a partir de 2021.
Colômbia
Um dos países do continente que mais tem crescido nos últimos anos - a previsão é de que nos próximos anos supere a Argentina, tornando-se a terceira maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil e México - a Colômbia também considera em seus planos estratégicos a obtenção de capacidade autônoma de observação terrestre a partir do espaço. Há gestões da Comisión Colombiana del Espacio (CCE), vinculada à Vice-Presidência da República, para o desenvolvimento de um programa satelital, iniciativa que deverá envolver parcerias com governos e indústrias estrangeiras.
Em setembro de 2015, os processos iniciais visando à aquisição de seu satélite foram interrompidos por orientação do vice-presidente, Gérman Vargas Llera, sob o argumento de que a compra de imagens diretamente por entidades governamentais apresentaria um custo inferior à aquisição de um sistema próprio, argumentação sujeita à críticas e questionamentos mesmo em seu país.
Chile
Em julho de 2008, após um processo de seleção que envolveu os principais fabricantes do mundo, o Chile se tornou o terceiro país do continente a contratar um sistema espacial de observação, encomendando um microssatélite junto à europeia Astrium, hoje parte da Airbus Defence and Space, num negócio avaliado em US$ 72 milhões.
Lançado no final de 2011, o SSOT (Sistema Satelital de Observación de la Tierra), também conhecido localmente como Fasat Charlie, é uma missão dual, com aplicações civis e militares, encomendado pelo Ministério da Defesa do Chile em julho de 2008. O satélite tem 117 kg de massa e conta com um sensor ótico capaz de produzir imagens com 1,45 metros de resolução, para aplicações como mapeamento, agricultura e gerenciamento de recursos e desastres naturais. Sua vida útil é estimada em cinco anos. A partir de uma estação terrestre em Santiago, o satélite é operado por uma equipe de engenheiros chilenos, treinados nas instalações da Airbus Defence and Space, em Toulouse, no sul da França, onde o sistema e o satélite foram desenvolvidos e construídos.
Com a proximidade do término da vida útil do SSOT, Santiago tem considerado alternativas para a manutenção e mesmo ampliação de sua capacidade de observação a partir do espaço, em nova concorrência que deverá atrair a participação dos principais fabricantes globais. O governo francês e a Airbus Defence and Space firmaram novos acordos e iniciativas de cooperação com entidades chilenas visando pavimentar o caminho para a continuidade da parceria iniciada com o Fasat Charlie, mas outros países e empresas interessadas, com destaque para a China e Israel também tem buscado se posicionar para fornecer suas tecnologias ao país andino.
Peru
Seguindo o exemplo de seus vizinhos, o Peru também avançou na busca dessa capacidade. As intenções peruanas datam de 2006, mas foram celeradas a partir do momento em que o Chile, um rival histórico, passou a contar com seu sistema próprio, em julho de 2008, culminando, em abril de 2014, com a contratação da Airbus Defence and Space para o desenvolvimento e construção de seu primeiro satélite, denominado PerúSAT-1. A contratação se deu após uma intensa concorrência promovida pelo Ministério da Defesa e pela Agência Espacial do Peru (CONIDA), da qual participaram fabricantes da França, Israel, Espanha e Coréia do Sul, entre outros.
A seleção da proposta da Airbus Defence and Space por parte do governo peruano foi fundamental para a consolidação de sua presença na região, um mercado que, embora pequeno, é considerado muito importante, segundo Christophe Roux, vice-presidente do grupo para a América Latina. A Airbus está atenta a outras possibilidades na América do Sul, como o Chile, Bolívia e Brasil, e tem seguido uma estratégia de oferecer treinamento, transferência de conhecimento e acesso a serviços de imagens, e em determinados casos, como no Brasil, industrialização local e transferência tecnológica.
O projeto peruano, estimado em cerca de US$ 200 milhões, inclui um satélite ótico de última geração dotado de um sensor de alta resolução (derivado da família Naomi), assim como um centro de controle, recepção e processamento de imagens, chamado Centro Nacional de Operaciones de Imágenes Satelitales del Perú (CNOIS), que abrigará o segmento terrestre de controle, recepção e processamento dos dados do satélite. Também abrange um pacote de absorção tecnológica por meio do treinamento de engenheiros e técnicos peruanos, além do fornecimento de imagens geradas por satélites óticos e radares da constelação própria da Airbus Defence and Space.
O PerúSAT-1 foi construído em torno de uma plataforma AstroBus-S, compacta e altamente flexível, utilizada em missões como as do Pléiades, SPOT 6 e 7, Ingenio (Espanha) e KazEOSat-1 (Cazaquistão). Contará com um sensor ótico com resolução de 70 centímetros, a mais avançada da América Latina. O modelo, que terá massa próxima de 400 kg e será posicionado a 694 km de altitude, foi construído em menos de dois anos, e produzirá dados para gestão de áreas terrestres, controle de fronteiras e combate ao tráfico de drogas. Suas imagens poderão também ser utilizadas para apoio e gestão de missões humanitárias e em casos de desastres naturais, como enchentes, incêndios florestais, deslizamentos e erosões.
No início de agosto, o PerúSAT-1 foi transportado de Toulouse para Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado ao espaço em setembro, a bordo de um foguete Vega, operado pela Arianespace.
[Nota do blog: o PerúSAT-1 foi colocado em órbita com sucesso em 16 de setembro. No início de outubro, a Airbus divulgou publicamente a entrega de suas primeiras imagens, como a tela abaixo, da mina de cobre Cuajone, localizada no sul do Peru.]
Venezuela
Em seu governo, o falecido presidente Hugo Chávez buscou colocar a Venezuela em situações de independência em alguns setores considerados estratégicos, como comunicações e observação terrestre. O primeiro passo dado foi a aquisição de um satélite de comunicações, o Venesat-1, comprado da chinesa China Great Wall Industry Corporation (CWIC) e inserido em órbita no final de 2008. O passo seguinte, seguindo a tendência mundial, foi um satélite de observação terrestre, gozando da parceria espacial mantida com os chineses desde o Venesat-1, num investimento de US$ 140 milhões.
A contratação para a construção do satélite, chamado de Francisco Miranda, mas também designado como VRSS-1 (Venezuelan Remote Sensing Satellite) ocorreu em maio de 2011, e representou o segundo satélite desenvolvido pela estatal CGWIC para o governo venezuelano - o primeiro, lançado em outubro de 2008, foi o satélite de comunicações Venesat-1. O VRSS-1 também representa o primeiro satélite de observação exportado pela hina, que se busca firmar como player nesse segmento, a exemplo do que já acontece em comunicações.
O Francisco Miranda foi lançado ao espaço em outubro de 2011 por um foguete Longa Marcha 2D, a partir do centro espacial de Jiquan, no noroeste da China. O VRSS-1 é capaz de produzir imagens com 2,5 metros de resolução, gerando em torno de 350 imagens por dia. Seus dados têm sido utilizados para operações de planejamento urbano, monitoramento ambiental, de mineração ilegal e tráfico de drogas, além de aplicações em defesa. Sua operação está a cargo da Estação Terrena de Controle Satelital localizada na Base Aeroespacial Capitán Manel Rios (BAMARI), a cerca de 190 km de Caracas. Apesar da forte crise política e econômica, a Venezuela segue adiante com suas iniciativas em sensoriamento remoto com o satélite José Antonio de Sucre (VRSS-2), com lançamento previsto para setembro de 2017 e investimentos totais estimados em US$ 170 milhões. A exemplo dos modelos anteriores, o Sucre está sendo construído na China e recentemente teve concluída com êxito a fase de revisão crítica do projeto (CDR, sigla em inglês), conduzida por especialistas chineses e venezuelanos. De acordo com informações divulgadas na mídia local, o Sucre terá massa estimada em 1.000 kg, contando com um sensor ótico de alta resolução, apto a produzir imagens de até 1 metro com faixa de 30 km, e também com uma câmera infravermelha.
Fonte: Tecnologia & Defesa n.º 146 (setembro de 2016).
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domingo, 16 de outubro de 2016
"Aplicações de cube e nanosats no Brasil e no mundo nos últimos anos", artigo de Otavio Durão
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Aplicações de cube e nanosats no Brasil e no mundo nos últimos anos
Otavio Durão*
Há dois anos e meio, em artigo publicado por Tecnologia & Defesa (edição nº 136), diversas projeções foram feitas sobre a utilização de cube e nanosats e, desde então, aquelas estimativas vieram se materializando não só no Brasil, mas também no exterior. No primeiro caso, com três lançamentos de cubesats e vários outros em desenvolvimento, e, lá fora, com aplicações cada vez mais ambiciosas e sofisticadas, inclusive com missões à Lua e Marte (aqui como apoio de comunicação entre um satélite em órbita e um veículo no solo daquele planeta, funcionando com um relay de comunicação).
Cubesats brasileiros
Em 19 de junho de 2014 foi lançada a primeira missão brasileira utilizando um cubesat, da base russa de Yasni, com um lançador DNEPR, a 20 km ao norte da fronteira com o Cazaquistão. Denominado NanosatC-Br1, integra uma missão que utiliza um cubesat do tipo 1U (um litro de volume, um quilo de massa e em formato cúbico com 10 cm de aresta). A missão foi desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), gerenciada pelo seu Centro Regional Sul, localizado no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e em cooperação com este estabelecimento de ensino.
Um de seus três experimentos é um magnetômetro para medidas do campo magnético da Terra, especialmente na Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS). Um segundo experimento é o primeiro circuito integrado projetado no Brasil para resistência à radiação, que utilizou no projeto biblioteca própria desenvolvida pela Santa Maria Design House, da UFSM. O outro é um FPGA, com um software tolerante a falhas, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O NanosatC-Br1 completou dois anos no espaço e continua a transmitir dados de seus experimentos e de seus subsistemas. É o primeiro satélite brasileiro a obter dados do meio espacial, tornando-se também a primeira missão espacial científica brasileira a gerar dados no espaço. A figura abaixo mostra o traço de uma órbita do NanosatC-Br1 sobre a região da AMAS. À esquerda da reta o tempo da leitura e à direita os valores do campo magnético naquela órbita a 614 km. de altitude. As curvas representam valores do campo magnético naquela região obtidas por modelos conhecidos.
Medidas do campo magnético da Terra obtidas pelo NanosatC-Br1
sobre a AMAS. Crédito da imagem: Dr. Marlos Rockenbach, do INPE
Os outros dois experimentos no NanosatC-Br1 também geraram informações valiosas sobre os efeitos da radiação em componentes eletrônicos e possíveis mitigações por projetos ou software, este no caso do uso de FPGAs industriais. Todos esses resultados já foram divulgados em eventos e/ou publicações nacionais e internacionais.
AESP-14
Este cubesat, também um 1U, foi desenvolvido por alunos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), com suporte de bolsistas do Laboratório de Integração e Testes do INPE. Ele diferenciou-se em seu propósito na medida que todos os seus subsistemas foram desenvolvidos localmente, tendo sido o primeiro neste aspecto. Foi lançado em 5 de fevereiro de 2015, da Estação Espacial Internacional (ISS), com uma vida útil pretendida de três meses. Infelizmente, o AESP-14 nunca chegou a se comunicar e, por isso, não se pode ter certeza do que realmente falhou no projeto, embora testes anteriores em solo de abertura de antena tenham indicado problemas técnicos de falha neste procedimento.
Programa SERPENS
Trata-se de um programa de cubesats organizado e coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para envolver um maior número de universidades brasileiras no desenvolvimento de missões com a utilização desses engenhos. A primeira missão, o SERPENS-1, foi lançada em 18 de agosto de 2015, também através da Estação Espacial Internacional, e já reentrou na atmosfera tendo encerrado seu ciclo. A coordenação das universidades foi da Universidade de Brasília e utilizou um cubesat do tipo 3U (3 litros de volume, aprox. 10x10x30 cm.). O projeto contou também com uma parceria com a Universidade de Vigo, na Espanha, com cada país ocupando aproximadamente metade do cubesat com seus experimentos.
O Programa, no momento, desenvolve o seu segundo cubesat, denominado SERPENS-2. Desta vez a coordenação das universidades brasileiras é da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A AEB já planeja o desenvolvimento de outros cube e nanosats, posteriormente, no mesmo Programa.
Outros nacionais
Vários outros projetos de cube e nanosats estão em desenvolvimento no Brasil com lançamentos próximos. O primeiro deles é o ITASAT, um 6U, desenvolvido pelo ITA e já concluído, cujo lançamento a bordo de um foguete Falcon 9 deve ocorrer nos próximos meses, possivelmente em 2017. Ele contém vários experimentos desenvolvidos por outras universidades e instituições brasileiras, como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), INPE e AMSAT-Br. Possui também uma câmera para sensoriamento remoto de baixa resolução.
Dentro do Programa NanosatC-Br, há o NanosatC-Br2, desta vez um 2U, com o dobro da capacidade de experimentos do que o seu predecessor, o NanosatC-Br1. Além de versões mais avançados dos três experimentos que estão voando no NanosatC-Br1, o segundo cubesat levará também uma sonda de Langmuir, para medidas na ionosfera, um subsistema de determinação de atitude (o primeiro desenvolvido no Brasil para satélites) com tripla redundância (cooperação UFMG, INPE e UFABC) e um experimento de transmissão de dados entre radioamadores da AMSAT-Br/LABRE. O lançamento do NanosatC-Br-2 está previsto para abril de 2017.
O INPE, através de um outro de seus centros regionais, o do Nordeste (CRN), no campus da UFRN, em Natal, desenvolve o CONASAT, um cubesat 8U com missão idêntica à dos satélites brasileiros de coleta de dados (SCD-1 e 2), lançados na década de 1990. Esses tinham mais de 100 kg., enquanto o CONASAT, com redundância de todos os seus subsistemas, tem massa de 8,4 kg. O transpônder para a retransmissão dos dados foi desenvolvido pelo CRN e fará o seu primeiro teste em voo como uma das cargas úteis do ITASAT. A plataforma do modelo de engenharia do CONASAT já está disponível.
Projetos internacionais
Em 2015, mais de 200 cubesats foram lançados. Em 2014, em um único lançamento, foram 36 satélites, sendo a grande maioria cubesats. Este recorde será quebrado este ano com o lançamento de mais de 80 satélites, entre eles o ITASAT, em um lançamento único através do Falcon 9, da empresa Space X. A National Aeronautics and Space Administration (NASA) realizou concorrência e selecionou três empresas para desenvolver lançadores de pequeno porte para este tipo de satélite em grande número, simultaneamente, e não mais de “carona” com um lançamento onde todos os demais satélites são subordinados à órbita do satélite principal lançado. A Estação Espacial Internacional tem lançado dezenas de cubesats regularmente. Há dois mecanismos específicos a bordo para isso; um, de uma companhia norte- americana; e outro; japonês. Lançamentos da ISS de cubesats têm a vantagem de reentrar na atmosfera em meses, evitando o acúmulo do lixo espacial.
A tecnologia evolui aceleradamente permitindo missões em sensoriamento remoto com nanosats em torno de 10U com resolução abaixo de 5 metros. Melhores rádios para comunicação em distâncias muito maiores do que as de órbita baixa (em torno de 600 km) e em frequências de comunicação em bandas que permitem uma taxa de transmissão de dados ao solo cada vez maiores. O desenvolvimento de pequenos propulsores para uso por cubesat também trará missões cada vez mais complexas com manobras de órbitas e o uso de formações e constelações de cubesats para sensoriamento remoto e comunicações, com revisitas cada vez menores.
Uma ideia do desenvolvimento dessa tecnologia já contempla missões interplanetárias à Lua e a Marte, já em desenvolvimento e com lançamento previsto para 2018. No caso dos testes do SLS – Space Launch System, o novo ançador de grande porte da NASA, que levará seis cubesats 12U e, pelo menos um deles, para exame do gelo na Lua. Na missão à Marte, dois cubesats farão o papel de relay de dados entre um veículo na superfície e um satélite em órbita daquele planeta. O Jet Propulsion Lab (JPL), que é nos Estados Unidos o responsável pela maioria das missões interplanetárias tem promovido regularmente workshops internacionais para tratar dessas missões, atraído pelo baixo custo e as possibilidade que apresentam.
Livre iniciativa
O setor privado rapidamente compreendeu o potencial das aplicações dos cubesats como uma tecnologia disruptiva para o setor espacial. Várias empresas no exterior que propõem missões com cube e nanosats têm conseguido obter investimentos de fundos privados que somam dezenas e até centenas de milhões de dólares. A mais bem sucedida tem sido a PlanetLabs (recentemente renomeada apenas Planet) que já lançou dezenas de cubesats 3U para a formação de uma constelação de mais de 100 cubesats em uma missão de sensoriamento remoto que inclui vídeos. A resolução pretendida é de 5 metros. Várias outras empresas de sensoriamento remoto no exterior estão em formação e em processo de captação para obter resoluções de até 1 metro com nanosats com suas constelações, uma delas argentina.
Empresas também estão em formação no exterior para explorar o uso de constelações com cube/nanosats em comunicações de dados e voz, que podem atingir tempo real para determinadas faixas de latitudes. Uma dessas empresas utilizará um dos novos lançadores mencionados acima resultado da concorrência da NASA para os seus pretendidos 200 cubesats 3U em latitude de +15° a -15°, o que inclui uma boa parte da população brasileira. Outras dedicam-se a aplicações diversas utilizando o baixo custo dos cubesat e a possibilidade de formação de constelações numerosas. Por exemplo, em aplicações de localização de embarcações ou aeronaves. Ou mesmo usando o resultado de missões científicas para fins comerciais, como no caso de uma empresa que utiliza constelação de cubesats para missões de radio ocultação com GPS para o fornecimento para outras empresas de previsão meteorológica no sentido de refinar a previsão para micro-regiões.
A maioria desses empreendimentos está em formação e deverão estar em operação plena nos próximos anos, mas também quase todos já lançaram cubesat precursores de suas constelações. São os prestadores de serviços com o uso de cubesats. Outras empresas, mais numerosas, e em geral de pequeno e médio portes, mas em crescimento, fornecem os cubesats. Não raro são oriundas de universidades que lançaram seus cubesats e que tiveram pequenas empresas fundadas por seus alunos, as quais crescem há anos regularmente e profissionalizam-se cada vez mais, expandindo sua estrutura de desenvolvimento, marketing e fabricação. São exemplos a ISIS (Holanda, da Technical University of Delft), Clyde Space (Escócia, da Universidade de Glasgow), Blue Canyon (Estados Unidos) e GOMSpace (Dinamarca, da Universidade de Aalborg). Esta última lançou recentemente suas ações na bolsa de Estocolmo.
No Brasil houve algum movimento de empresas que já atuam no setor espacial em desenvolver cubesats, mas sem progressos de monta. Entretanto, as primeiras empresas brasileiras que anteriormente atuaram em aplicações relacionadas ao setor espacial começam a se movimentar no sentido de oferecer serviços com suas constelações próprias de cube e nanosats, em sensoriamento remoto e comunicação de dados. Será interessante observar em futuro próximo se estas iniciativas se materializarão.
Aplicações em defesa
Em junho último, o Núcleo do Centro de Operações Espaciais (NuCOPE-P) do Comando da Aeronáutica, organizou o 1° Intl. CubSat Sumposium of Brasilia, em cooperação com universidades norte-americanas e o Comando Sul da Força Aérea dos Estados Unidos, com grande participação civil e militar. Pelo Brasil estiveram presentes apresentando projetos com cubesats, muitos com possibilidades de aplicações em defesa, representantes de instituições como o INPE, ITA, Universidade de Brasília (UnB), UFSC, UFRGS, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de São Paulo (USP). Um dos objetivos do simpósio foi o de promover possíveis cooperações no tema.
Entre as possíveis aplicações apresentadas estão as de sensoriamento remoto para monitoramento, na Amazônia, para detecção de pistas clandestinas e cartografia, comunicação ponto a ponto de pacotes de dado ou em tempo real, sistemas de identificação automática (AIS) e outras. Foi mostrado que algumas dessas aplicações são próximas a algumas que serão executadas em missões com cube e nanosats já em andamento e com lançamento próximo pelo Brasil.
Foi apresentado o Programa SNAP – SMDC Nanosatellite Program, onde o SMDC é o US Army Space and Missile Defense Command. Este Programa utiliza cubesats 3U para comunicação ponto a ponto além do horizonte em caráter experimental para comunicações de dados e voz, e que já realizou mais de um lançamento destes cubesats.
Nos Estados Unidos, o National Reconnaissance Office (NRO), responsável pelas missões de observação da Terra em defesa daquele país, está passando do estágio de utilização dos cube e nanosats de demonstração de tecnologias para missões de aplicações, de acordo com a sua diretora, Betty Sapp, em palestra proferida no GEOINT 2016, da US Geospatial Inteligence Foundation, em maio último.
* Otavio Durão é engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Referências
1 – “NanosatC-Br1 The First Brazilian CubeSat, and Beyond”; Otavio Durão e Nelson Jorge Schuch; Small Satellite Conference; Utah, USA; 2015 (http://digitalcommons.usu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=3297&context=smallsat)
3 – “Sky and Space to launch 200 nano-satellites with Virgin Galactic”; Corinne Reichert; ZD Net; Junho 2016 (http://www.zdnet.com/article/sky-and-space-to-launch-200-nano-satellites-with-virgin-galactic/)
4 – “FAB promove Simpósio Internacional de Nanossatélites”; WWW.fab.mil.br; Junho 2016 (http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/26057/TECNOLOGIA%20-%20FAB%20promove%20Simp%C3%B3sio%20Internacional%20de%20Nanossat%C3%A9lites)
5 – “NRO Embraces Cubesats for Testing Advanced Technologies”; Amy Clamper; Space News; Agosto, 10, 2009.
Fonte: Tecnologia & Defesa, edição nº 146, setembro de 2016.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2016
INPE e OTCA: capacitação em imagens de radar
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INPE e OTCA promovem curso de capacitação em imagens de radar
Segunda-feira, 10 de Outubro de 2016
Técnicos da Colômbia, Equador, Guiana e Peru participaram no Centro Regional da Amazônia (CRA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Belém (PA), da segunda edição do Curso de Capacitação em Imagens de Radar.
Realizado em parceria com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), entre os dias 3 e 7 de outubro, o curso apresentou fundamentos sobre radar e promoveu a capacitação no uso e interpretação das imagens, bem como nas aplicações para o estudo e monitoramento das florestas.
Além dos profissionais estrangeiros, participaram representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria de Estado de Transportes do Amapá (Setrap).
Os participantes aprimoraram técnicas baseadas nos princípios do imageamento por radar, como geometria das imagens e resolução espacial, conceitos de interferometria e polarimetria, e aplicações em monitoramento de floresta. Foram realizados exercícios práticos, em aplicativos gratuitos, sobre processamentos digitais de imagens SAR (radar de abertura sintética).
"O curso ministrado no Centro Regional da Amazônia visa capacitar para o entendimento das imagens de radar e as suas aplicações, em especial as aplicações para floresta, permitindo que os participantes conheçam o que se pode fazer com tais imagens, que tipo de informação pode ser gerada a partir desses dados", enfatiza Waldiza Brandão, instrutora do curso, especialista em radar e mestre em sensoriamento remoto. O pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutor em Radar, Arnaldo Queiroz, foi convidado a ministrar o módulo que abordou polarimetria.
As imagens de radar podem ser utilizadas, por exemplo, para mapeamento da vegetação, geração de modelos de elevação do terreno, acompanhamento de alterações na floresta, além de mapear e identificar os diferentes alvos da superfície, como vegetação, área urbana, entre outros.
O curso foi sugerido pelos países membros da OTCA que, no contexto do projeto BNDES e com recursos do Fundo Amazônia, pode contratar, por solicitação do executor técnico do projeto, CRA/INPE, a compra de imagens e a realização de capacitação para difundir as tecnologias para análise de imagens de radar, que é uma das propostas do Projeto Capacitree. A primeira edição aconteceu em agosto, para o nivelamento dos instrutores e avaliação do conteúdo dos próximos cursos.
Chefe do Centro Regional da Amazônia e coordenadora do Projeto Capacitree, Alessandra Gomes destaca que "há perspectivas de cursos de radar num prazo de seis a oito meses inclusos no Projeto Capacitree. Os instrutores precisam antes se capacitar e essa capacitação é, em média, de 200 a 300 horas para se tornarem aptos a conduzir um curso com tal tecnologia. Obviamente os cursos são oferecidos por demanda e, havendo demanda, parceiros e países serão convidados.
Fonte: INPE
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INPE e OTCA promovem curso de capacitação em imagens de radar
Segunda-feira, 10 de Outubro de 2016
Técnicos da Colômbia, Equador, Guiana e Peru participaram no Centro Regional da Amazônia (CRA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Belém (PA), da segunda edição do Curso de Capacitação em Imagens de Radar.
Realizado em parceria com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), entre os dias 3 e 7 de outubro, o curso apresentou fundamentos sobre radar e promoveu a capacitação no uso e interpretação das imagens, bem como nas aplicações para o estudo e monitoramento das florestas.
Além dos profissionais estrangeiros, participaram representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria de Estado de Transportes do Amapá (Setrap).
Os participantes aprimoraram técnicas baseadas nos princípios do imageamento por radar, como geometria das imagens e resolução espacial, conceitos de interferometria e polarimetria, e aplicações em monitoramento de floresta. Foram realizados exercícios práticos, em aplicativos gratuitos, sobre processamentos digitais de imagens SAR (radar de abertura sintética).
"O curso ministrado no Centro Regional da Amazônia visa capacitar para o entendimento das imagens de radar e as suas aplicações, em especial as aplicações para floresta, permitindo que os participantes conheçam o que se pode fazer com tais imagens, que tipo de informação pode ser gerada a partir desses dados", enfatiza Waldiza Brandão, instrutora do curso, especialista em radar e mestre em sensoriamento remoto. O pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutor em Radar, Arnaldo Queiroz, foi convidado a ministrar o módulo que abordou polarimetria.
As imagens de radar podem ser utilizadas, por exemplo, para mapeamento da vegetação, geração de modelos de elevação do terreno, acompanhamento de alterações na floresta, além de mapear e identificar os diferentes alvos da superfície, como vegetação, área urbana, entre outros.
O curso foi sugerido pelos países membros da OTCA que, no contexto do projeto BNDES e com recursos do Fundo Amazônia, pode contratar, por solicitação do executor técnico do projeto, CRA/INPE, a compra de imagens e a realização de capacitação para difundir as tecnologias para análise de imagens de radar, que é uma das propostas do Projeto Capacitree. A primeira edição aconteceu em agosto, para o nivelamento dos instrutores e avaliação do conteúdo dos próximos cursos.
Chefe do Centro Regional da Amazônia e coordenadora do Projeto Capacitree, Alessandra Gomes destaca que "há perspectivas de cursos de radar num prazo de seis a oito meses inclusos no Projeto Capacitree. Os instrutores precisam antes se capacitar e essa capacitação é, em média, de 200 a 300 horas para se tornarem aptos a conduzir um curso com tal tecnologia. Obviamente os cursos são oferecidos por demanda e, havendo demanda, parceiros e países serão convidados.
Fonte: INPE
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sábado, 8 de outubro de 2016
INPE: balões para comunicações
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Conexão entre INPE e Fatec demonstra uso de internet via balão
Quinta-feira, 06 de Outubro de 2016
O funcionamento do Conectar, idealizado para levar internet a comunidades distantes por meio de balões, será demonstrado na manhã desta sexta-feira (7/10) na comunicação entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável pelo projeto, e a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos.
Um balão com transceptores de rádio será içado no campus da Fatec, onde professores e alunos receberão o contato que será feito pela equipe de pesquisadores, na sede do INPE.
Além de demonstrar como funciona a tecnologia, que permite a cobertura de áreas com até 50 km com apenas um balão, o objetivo da ação do INPE com a Fatec é fomentar a colaboração entre as duas instituições.
"A Fatec muito pode contribuir para que instituições como o INPE e o CPqD, que vêm participando dos desenvolvimentos, possam gerar novos produtos, tanto no sentido de melhorar seu desempenho quanto para otimizar os custos de produção e manutenção do sistema Conectar", defende o pesquisador José Ângelo Neri, coordenador do projeto.
Inteiramente nacional, o projeto conta com a participação de empresas brasileiras para a produção e operação com balões e o uso da tecnologia de rádios comunicadores digitais.
Além da difusão para pontos de difícil acesso do país a partir de cidades servidas por fibras ópticas, uma das aplicações possíveis para o Conectar é a ampliação da cobertura nas vizinhanças dos terminais de internet banda larga do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), previsto para entrar em operação em 2017. A iniciativa seria competitiva principalmente em áreas de difícil acesso como a Amazônia.
"Este é um projeto que permite, claramente, 'conectar' ciência, tecnologia, inovações e comunicações", conclui o pesquisador, citando as áreas de atuação do ministério (MCTIC) ao qual o INPE é vinculado.
Fonte: INPE
Comentários do blog: demonstrações envolvendo balões para aplicações em comunicações chegaram a ser realizadas no final de 2013, em ações que envolveram o INPE, as empresas brasileiras Telebrás e Altave, e o grupo americano Google (veja em “Telebras e balões para comunicações”). Interessante observar a aparente tendência do uso de balões para comunicações, observação e vigilância, inclusive para Defesa & Segurança. A multinacional SES, uma das maiores provedoras de serviços de comunicações por satélite, anunciou há algumas semanas o lançamento de uma solução de comunicações e vigilância envolvendo balões para este mercado específico.
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Conexão entre INPE e Fatec demonstra uso de internet via balão
Quinta-feira, 06 de Outubro de 2016
O funcionamento do Conectar, idealizado para levar internet a comunidades distantes por meio de balões, será demonstrado na manhã desta sexta-feira (7/10) na comunicação entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), responsável pelo projeto, e a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos.
Um balão com transceptores de rádio será içado no campus da Fatec, onde professores e alunos receberão o contato que será feito pela equipe de pesquisadores, na sede do INPE.
Além de demonstrar como funciona a tecnologia, que permite a cobertura de áreas com até 50 km com apenas um balão, o objetivo da ação do INPE com a Fatec é fomentar a colaboração entre as duas instituições.
"A Fatec muito pode contribuir para que instituições como o INPE e o CPqD, que vêm participando dos desenvolvimentos, possam gerar novos produtos, tanto no sentido de melhorar seu desempenho quanto para otimizar os custos de produção e manutenção do sistema Conectar", defende o pesquisador José Ângelo Neri, coordenador do projeto.
Inteiramente nacional, o projeto conta com a participação de empresas brasileiras para a produção e operação com balões e o uso da tecnologia de rádios comunicadores digitais.
Além da difusão para pontos de difícil acesso do país a partir de cidades servidas por fibras ópticas, uma das aplicações possíveis para o Conectar é a ampliação da cobertura nas vizinhanças dos terminais de internet banda larga do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), previsto para entrar em operação em 2017. A iniciativa seria competitiva principalmente em áreas de difícil acesso como a Amazônia.
"Este é um projeto que permite, claramente, 'conectar' ciência, tecnologia, inovações e comunicações", conclui o pesquisador, citando as áreas de atuação do ministério (MCTIC) ao qual o INPE é vinculado.
Fonte: INPE
Comentários do blog: demonstrações envolvendo balões para aplicações em comunicações chegaram a ser realizadas no final de 2013, em ações que envolveram o INPE, as empresas brasileiras Telebrás e Altave, e o grupo americano Google (veja em “Telebras e balões para comunicações”). Interessante observar a aparente tendência do uso de balões para comunicações, observação e vigilância, inclusive para Defesa & Segurança. A multinacional SES, uma das maiores provedoras de serviços de comunicações por satélite, anunciou há algumas semanas o lançamento de uma solução de comunicações e vigilância envolvendo balões para este mercado específico.
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quarta-feira, 5 de outubro de 2016
Inscrições para pós-graduação no INPE
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Abertas as inscrições para mestrado e doutorado no INPE
Segunda-feira, 03 de Outubro de 2016
Astrofísica, Engenharia e Tecnologia Espaciais, Geofísica Espacial, Computação Aplicada, Meteorologia, Sensoriamento Remoto e Ciência do Sistema Terrestre. Estas são as áreas em que Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mantém programas de pós-graduação, cujas inscrições permanecem abertas até 31 de outubro.
Gratuita, a pós-graduação no INPE oferece bolsas de estudos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Também há possibilidade de solicitação de bolsas à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e outros órgãos públicos e privados.
Os interessados em ingressar em um dos programas de pós-graduação do INPE devem enviar o formulário de inscrição preenchido e com foto, acompanhado de três cartas de apresentação, curriculum vitae e histórico escolar de graduação, sendo que para se candidatar ao doutorado também é preciso encaminhar o histórico de mestrado e cópia da dissertação.
O formulário e informações adicionais sobre o processo de admissão estão disponíveis na página www.inpe.br/pos_graduacao/inscricoes.
Mais informações: www.inpe.br/pos_graduacao
Fonte: INPE
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Abertas as inscrições para mestrado e doutorado no INPE
Segunda-feira, 03 de Outubro de 2016
Astrofísica, Engenharia e Tecnologia Espaciais, Geofísica Espacial, Computação Aplicada, Meteorologia, Sensoriamento Remoto e Ciência do Sistema Terrestre. Estas são as áreas em que Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mantém programas de pós-graduação, cujas inscrições permanecem abertas até 31 de outubro.
Gratuita, a pós-graduação no INPE oferece bolsas de estudos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Também há possibilidade de solicitação de bolsas à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e outros órgãos públicos e privados.
Os interessados em ingressar em um dos programas de pós-graduação do INPE devem enviar o formulário de inscrição preenchido e com foto, acompanhado de três cartas de apresentação, curriculum vitae e histórico escolar de graduação, sendo que para se candidatar ao doutorado também é preciso encaminhar o histórico de mestrado e cópia da dissertação.
O formulário e informações adicionais sobre o processo de admissão estão disponíveis na página www.inpe.br/pos_graduacao/inscricoes.
Mais informações: www.inpe.br/pos_graduacao
Fonte: INPE
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