quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ganem pede apoio ao Programa Espacial

.
Presidente da AEB pede apoio do Congresso ao Programa Espacial Brasileiro

7 de maio de 2009

Marcos Chagas Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, reuniu-se hoje (7) com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a quem pediu apoio ao Programa Espacial Brasileiro.

A principal preocupação apresentada por Ganem é quanto à descontinuidade do programa. Ele defendeu a necessidade do Congresso Nacional atuar para que o programa espacial assuma “um papel protagonista de programa de Estado”.

Segundo ele, o Programa Espacial Brasileiro “sofre descontinuidade a cada eleição”. Para ele, um programa desta espécie não pode “ficar pendurado num desígnio de um partido ou daquele outro que ganhe”. O presidente da AEB ressaltou que programa espacial é vital para setores como saúde, educação, integração de pesquisas e para as dimensões continentais do país.

Na conversa com o presidente do Senado, ele também reivindicou mais recursos. “Nós temos um pouquinho mais de dinheiro do que a Holanda para fazer um programa espacial completo com sítio de lançamentos, foguetes lançadores e uma família de satélites”, argumentou.

Ganem acrescentou que o Brasil se atrasa cada vez mais no desenvolvimento do programa. De acordo com ele, o Brasil iniciou os trabalhos na área espacial há 30 anos e, hoje, está atrás de vários países que "sequer eram protagonistas" nessa área, na época. Hoje, alguns deles estão à frente do Brasil, já tendo ultrapassado o resultado de pesquisas de cientistas brasileiros.

“Eles passaram a nossa frente, ganharam a corrida espacial, num negócio que é milhares de vezes mais compensador do que toda a balança comercial brasileira”, afirmou o presidente da AEB.Outro assunto tratado com Sarney, de acordo com Ganem, foi a necessidade de se criar mecanismos para que o Brasil conserve seus pesquisadores em instituições nacionais.

“É preciso permitir que a massa crítica do Brasil trabalhe no país em prol do Programa Espacial Brasileiro e não vá trabalhar em programas análogos como os da Nasa [Agência Espacial Americana] e da Roskosmos [Agência Espacial Russa], que são agências de grandíssimo porte que aproveitam a mão de obra formada no programa do Brasil, a um custo altíssimo, para que trabalhe por míseros salários, triviais, nestes programas espaciais”, disse.

Fonte: Agência Brasil
.

Um comentário:

Brazilian Space disse...

Olá Mileski!

Não posso negar que o Sr. Carlos Ganem tem se empenhado desde que assumiu a presidência da AEB em melhorar a situação do cambaleante Programa Espacial Brasileiro. Concordo com as colocações dele quando diz que é necessário que o programa deixe de ser programa de governo e torne-se programa de estado e que por falta disso sofre descontinuidade a cada eleição tanto financeiramente quanto politicamente. No entanto em minha opinião será necessário também diversas outras ações e que na área política se articule um esforço conjunto onde participem todos os órgãos e instituições envolvidas com o programa espacial para atuarem permanentemente junto ao Congresso e ao Governo Federal. Ou seja, uma Força Tarefa Espacial, Comandada pelo Ministro da Ciência & Tecnologia (Sr. Sergio Rezende) e pelo Ministro da Defesa (Sr. Nelson Jobim), com as participações ativas do presidente da AEB (Sr. Carlos Ganem), do comandante da Aeronáutica (Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito), do Comandante do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial - CTA (Major-Brigadeiro-do-Ar Ronaldo Salomone Nunes), pelo diretor do IAE (Cel. Eng. Francisco Carlos Melo Pantoja), pelo diretor do IEAv (Cel. Eng. Marco Antonio Sala Minucci), pelo diretor do INPE (Sr. Gilberto Câmara), pelo Diretor da parte brasileira da Alcântara Cyclone Space - ACS (Sr. Roberto Amaral), e pelo Diretor-Presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Eng. Walter Bartels). Com o esforço desses homens articulado em reuniões periódicas para estabelecer estratégias políticas conjuntas de atuação junto ao Congresso e ao Governo Federal, tenho certeza que a situação há de melhorar. O quanto será essa melhora? Isso dependerá muito da competência que esse grupo terá atuando em conjunto.

Abs

Duda Falcão