segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

23 anos da AEB: "Momento de reflexão", artigo de José Raimundo Braga Coelho

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Momento de reflexão

10/02/2017

No início dos anos 80, por motivos considerados estratégicos – acesso autônomo ao espaço - a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (Cobae) teve aprovada a Missão Espacial Completa Brasileira – MECB.

Um programa integrado, visando o desenvolvimento, a construção e a operação de satélites de fabricação nacional, a serem colocados em órbitas por foguetes projetados e construídos no país e lançados de uma base situada em território brasileiro.

Em 1988 acontece um fato interessante. Brasil e China decidem desenvolver uma família de Satélites de Observação da Terra (CBERS).

Inicia-se então um outro tipo de integração – a integração por necessidade e oportunidade, valendo-se de parcerias estratégicas, baseadas em dois fatores considerados de extrema importância – benefícios mútuos e desenvolvimento conjunto.

Passados tempos, em 1994, surgiu então a Agência Espacial Brasileira (AEB), como parte do Sistema, para coordenar, executar e fazerexecutar a Política Espacial Brasileira. Trouxe consigo a herança do programa sob supervisão da COBAE e implantou, baseado nele, o que hoje denominamos Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE.

Uma peça de planejamento estratégico com orientação explicitamente voltada aos interesses nacionais, aos benefícios da população brasileira. Ajustes de rota foram introduzidos ao longo do tempo, em todos os segmentos básicos do programa: satélites, lançadores e sítios de lançamentos.

Eis que hoje estamos prestes a presenciar, março próximo, o lançamento do nosso primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – o SGDC. O CBERS-4A e, o nosso primeiro Satélite Nacional de Observação da Terra, o Amazonia-1, e o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1), todos previstos para serem lançados em 2018/2019.

A Missão de coordenação efetiva atribuída à AEB, em sua lei de criação, deu oportunidade a uma nova fase: qualidade do relacionamento e integração entre os agentes ativos do programa, passam a ser e continuam sendo, o grande objetivo.

O Programa Espacial Brasileiro de hoje ultrapassa as fronteiras do PNAE. Estende-se a necessidades outras ditadas por segmentos importantes da nação. Como exemplos, citamos o nosso compromisso com o desenvolvimento de uma solução que atenda à Rede Hidro-meteorológica Brasileira, a cargo da Agência Nacional de Águas (ANA).

O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em busca do desenvolvimento de um sistema adequado à solução de questões relacionadas à observação e monitoramento de aspectos relevantes de suas atribuições de responsabilidade, assim como de outras atividades similares de outros órgãos de governo.

Não faltou também o apego à formação de recursos humanos e ao compromisso junto às Universidades e Centros de Pesquisas ao engajamento na área espacial.

E aquilo que nos parecia quase inatingível, também conseguimos. Eis que hoje contamos com os primeiros 63 jovens servidores efetivos da Agência. Há, entretanto, muito pela frente, a jornada não é simples, os óbices precisam ser transformados em desafios e os desafios tem que ser vencidos, todos vencidos.

Os braços que contamos são os braços que temos. Foram eles que, junto àqueles dos outros segmentos do Sistema, nos permitiram chegar até onde chegamos. E serão eles que nos permitirão vencer, antes de tombar. E é por isso, que no dia de hoje, a eles dedicamos a nossa mais sincera, profunda e justa homenagem.

Com muito orgulho, Parabéns Servidores da Agência Espacial Brasileira!

José Raimundo Braga Coelho
Presidente da AEB
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