sexta-feira, 29 de abril de 2011

Informações sobre o satélite chileno SSOT

A Agencia Chilena del Espacio (ACE) lançou recentemente um novo website. Dentre as várias informações sobre as iniciativas espaciais do país sul-americano, destaque para o programa do Sistema Satelital de Observación de la Tierra (SSOT) (veja aqui). O pequeno satélite foi adquirido pelo governo chileno em julho de 2008 junto à europeia Astrium, do grupo EADS, ao custo de 72,5 milhões de dólares, depois de uma concorrência que envolveu os principais fabricantes mundiais.

O SSOT, que no momento se encontra nas instalações da Astrium em Toulouse, no sul da França, contará com dois sensores óticos: uma câmera pancromática ("preto e branco") de 1,45 metros de resolução, e outra multiespectral ("colorido"), de 5,8 metros de resolução.

A previsão era de que o satélite fosse lançado em fevereiro de 2010, a partir de Kourou, na Guiana Francesa, por um foguete Soyuz. Mas, problemas no programa Soyuz ocasionados pelo lado russo ocasionaram vários atrasos no cronograma. O primeiro voo do Soyuz-ST está previsto para o final de agosto ou começo de setembro. O SSOT deve voar na segunda missão, programada para o terceiro trimestre, numa missão que também colocará em órbita o satélite de observação Pleiades-1, da agência espacial francesa, e outros pequenos satélites militares.
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Alcântara Cyclone Space em pauta no MCT

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Ministro se reúne com ucranianos para discutir cooperação bilateral

27-04-2011

A cooperação bilateral Brasil-Ucrânia foi discutida nesta terça-feira (26) no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Pela primeira vez neste ano, o ministro Aloizio Mercadante se reuniu com os representantes da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) e com o presidente da Agência Estatal Espacial da Ucrânia (Nsau), Yuriy Alexeyev.

Mercadante fez questão de lembrar que o projeto de lançamento de foguetes é estratégico para o Brasil. "Apesar de vivermos em um período de reajuste fiscal os projetos prioritários não terão cortes", explicou o ministro. "Precisamos cumprir o cronograma. Não há mais espaço para erros."

Entre maio e junho, o presidente da Nsau prometeu enviar o cronograma ucraniano para o aporte de recursos no projeto. "Temos o apoio do nosso primeiro ministro [Nikolai Azarov] e do presidente [Vicktor Yanukovich]. O projeto é benéfico para os dois países e os prazos serão cumpridos", garantiu Alexeyev.

Para o Brasil, a parceria garantirá a troca de experiência e de tecnologia na construção de foguetes. A Ucrânia será beneficiada pelo uso da base de lançamento de foguetes em Alcântara (MA). O local é considerado privilegiado por estar próximo à linha do Equador, o que garante boas condições climáticas e um menor custo para impulsionar o foguete até a órbita.

A expectativa é a de que o primeiro voo do foguete brasileiro-ucraniano Cyclone-4 ocorra até dezembro de 2012. Desde 2003, os países já investiram juntos cerca de US$ 170 milhões. Segundo Mercadante, a cooperação pode ser ampliada. "A Ucrânia tem conhecimentos também na construção de satélites. A médio prazo precisaremos de um satélite geoestacionário para ajudar na previsão do tempo e integrar o Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres", disse.

Participaram também do encontro, o secretário-executivo do MCT, Luiz Elias, o diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, e os presidentes da ACS Reinaldo Melo e Oleksander Serdyuk.

Fonte: MCT
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Novo livro sobre Direito Espacial

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Recentemente, foi lançado no Brasil uma nova doutrina sobre Direito Espacial, de autoria de Olavo de Oliveira Bittencourt Neto. A obra, intitulada “Direito Espacial Contemporâneo - Responsabilidade Internacional" é baseada na dissertação de mestrado do autor, defendida na Universidade de São Paulo (USP), em 2008.

Para aqueles que têm interesse no tema, e levando-se também em conta a carência de doutrina em português de Direito Espacial (fato lembrado pelo leitor Daniël Konrad Link, que indicou o livro ao blog), recomendamos a leitura de resenha ("Novo livro sobre responsabilidade nas atividades espaciais") preparada por José Monserrat Filho, vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA) e um dos maiores especialistas sul-americanos no tema.
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terça-feira, 26 de abril de 2011

Lançamentos da Barreira do Inferno

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CLBI realiza operações de lançamento

26-04-2011

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) realizará, entre os dias 25 de abril e 15 de maio deste ano, as Operações Barreira IV e Camurupim.

Durante a Operação Barreira IV, será lançado e rastreado um Foguete de Treinamento Básico (FTB) sem carga útil tecnológica. Sua finalidade é obtenção de dados para qualificação e certificação do FTB e, também, o treinamento operacional para o lançamento do foguete Orion V4, que será realizado durante a Operação Camurupim. Estima-se que o voo do FTB terá duração de 2 minutos e 45 segundos e que o foguete atingirá o apogeu de 31 km.

O FTB foi desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), para garantir a qualificação técnica dos recursos humanos e a manutenção dos meios operacionais necessários às atividades do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae).

Na Operação Camurupim, no dia 10 de maio, será lançado um foguete alemão Orion 4 para testar o Lançador Móvel de Foguetes de Sondagem, fabricado na Alemanha, que o CLBI recebeu recentemente. O Orion levará carga útil tecnológica desenvolvida pelo Centro Espacial Alemão. O voo durará cerca de cinco minutos, atingirá altura máxima entre 95 e 105 km e cairá entre 70 e 80 km da costa.

Fonte: CLBI, via AEB.
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ITA: Cooperação Internacional em Astrofísica

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O Instituto Tecnológico de Aeronáutica assina Protocolo Internacional de Cooperação Científica com o Icranet

26-04-2011

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, representado pelo Reitor Dr. Reginaldo dos Santos, assinou esta semana, o Protocolo Internacional de Cooperação Científica e Tecnológica com o International Center for Relativistic Astrophysics Network (Icranet), representado pelo Diretor, Prof. Remo Ruffini. Esse Protocolo ampara o acordo do estabelecimento da rede internacional de centros para astrofísica relativística – Icranet assinado pelo Governo Brasileiro em 21 de setembro de 2005 e aprovado pelo decreto legislativo no. 292 (Diário Oficial da União 205 – 24/10/2007).

Esse acordo vai vigorar pelos próximos três anos e tem entre suas ações, o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa nas áreas de cosmologia; a relatividade e a astrofísica; a organização de eventos científicos e culturais; a realização de cursos de formação de docentes e pesquisadores em linhas de pesquisa associadas a programas locais de pós-graduação na área de física nuclear e astrofísica de altas energias, do curso de Pós-Graduação em Física do ITA, com a participação de professores do Departamento de Física, da Divisão de Ciências Fundamentais do ITA.

Um acordo semelhante foi assinado em 23 de agosto de 2010, entre o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), sediado no Rio de Janeiro; um Instituto de Física do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e o Icraet. Em breve, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também vai assinar um acordo próprio.

As atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico já em andamento entre o Icranet e o Inpe visam construir o satélite Mirax. Este satélite será destinado à pesquisa em astrofísica e vai possuir instrumentos astrofísicos italianos para medições a bordo. Essa produção tende a gerar novas oportunidades de estágio e pesquisa para os estudantes do Curso de Engenharia Aeroespacial, recém criado no ITA.

O Icranet é uma rede internacional de institutos de relatividade e astrofísica, sediada em Pescara, na Itália, com representações em diversos países como Brasil, Índia, Coréia, Armênia, China, Vaticano e Estados Unidos. Mais informações sobre o ICRANet podem ser encontradas em http://www.icranet.org/.

Fonte: ITA/DCTA, via AEB

Comentário: o satélite Mirax mencionado no penúltimo parágrafo da notícia, na realidade, será uma das missões do satélite Lattes, em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e que terá por base a Plataforma Multimissão (PMM).
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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Programa Espacial e Forças Armadas

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Durante a LAAD 2011, o blog teve a oportunidade de conversar com várias pessoas, particularmente do meio empresarial, com atuação no setor espacial. Nesta conversas, informais, a primeira pergunta que fazíamos estava relacionada ao enfoque dado pelas empresas a tecnologias espaciais para atenderem necessidades militares, do Ministério da Defesa, e como viam a inserção dessas necessidades no Programa Espacial Brasileiro, assim entendido o programa sob coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB). As respostas, em sua maioria, foram relativamente óbvias, afinal, tratava-se de uma feira de defesa e segurança, de modo que o objetivo principal das empresas presentes era as Forças Armadas.

Numa visão extremamente racional, prevalece entre as empresas - especialmente aquelas com negócios ainda tímidos no País, mas com grande apetite - o entendimento de que as oportunidades mais interessantes em se tratando de espaço estão no Ministério da Defesa, e não no da Ciência e Tecnologia (AEB, INPE). E há elementos objetivos que fundamentam este posicionamento: enquanto o orçamento do Programa Espacial gira em torno de R$ 300 milhões por ano (excluídos custos de pessoal), dividido em várias iniciativas, a rubrica das Forças Armadas atinge montantes na casa das dezenas de bilhões de reais (o terceiro maior orçamento do governo em 2011), embora a maior fatia desses valores seja destinada ao pagamento de salários e pensões. Ainda assim, a capacidade de investimento do Ministério da Defesa, especialmente se considerarmos os novos projetos em planejamento e desenvolvimento, é bem superior ao do Ministério da Ciência e Tecnologia para espaço. Em 2010, segundo dados do Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo (Sipri), os investimentos no setor foram de R$ 7,7 bilhões, e segundo reportagem da revista IstoÉ Dinheiro que circula esta semana, nos próximos 15 anos, mais R$ 30 bilhões devem ser gastos para reaparelhar as Forças Armadas.

Mas, ainda que o foco sejam as Forças Armadas (SISFRON e SisGAAz, principalmente, com suas demandas que exigirão segmentos espaciais), os comentários de quem acompanha o assunto é de que há a necessidade do envolvimento dos órgãos espaciais brasileiros nos projetos para atenderem as necessidades militares, integrando os meios já disponíveis com os planejados, não apenas pelo Ministério da Defesa, mas também pela AEB e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os projetos do Ministério da Defesa demandarão capacidades de observação satelital ótica e radar, meteorologia e comunicações seguras, e iniciativas também nesses campos já são desenvolvidas ou planejadas pela AEB e INPE.

A "integração" das iniciativas é uma grande equação que ainda precisa ser resolvida, e neste momento, não parece haver dúvidas de que quem liderará o processo será o setor militar, e não as entidades espaciais. Resta saber como a comunidade espacial se envolverá, alinhando as necessidades nacionais com os propósitos de desenvolvimeno e capacitação tecnológica. Em sua palestra na LAAD, o presidente da AEB, Marco Antonio Raupp deu uma boa sinalização ao afirmar que a Estratégia Nacional de Defesa é uma das demandas concretas do Programa Espacial, o que foi visto por observadores como uma importante mudança de paradigma.

PPA 2012-2015

Falando em investimentos e futuro do Programa Espacial Brasileiro, o Governo Federal está trabalhando na definição do Plano Plurianual 2012-2015 (PPA 2012-2015), que entrará em vigor no início do próximo ano. Grosso modo, o PPA estabelece os projetos e os programas de longa duração do governo, definindo objetivos e metas para um período de quatro anos. Significa dizer que as principais iniciativas de qualquer área, inclusive a espacial, devem constar nele. Segundo informações recebidas pelo blog, as entidades envolvidas com o programa espacial estão promovendo discussões internas para a definição das principais iniciativas, com previsão de conclusão para junho. É quase certo que projetos tidos como estratégicos, como o do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB) e meteorologia, dentre outros, acabem figurando no PPA do próximo período.
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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Yuri Gagarin e aniversário do blog

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Os leitores do blog que acompanham a história da exploração espacial saberão que em 12 de abril foi celebrado o 50º aniversário do voo de Yuri Gagarin, o primeiro homem a entrar na órbita terrestre. A celebração teve considerável cobertura na mídia, inclusive no Brasil. Diversos artigos e reportagens especiais foram publicados, e destacamos o texto "A Terra é azul!", de Othon Winter, professor da Unesp e membro do conselho deliberativo da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), publicado na edição 280 da revista Ciência Hoje.

Curiosamente, numa grande e interessante coincidência, o blog Panorama Espacial foi criado em 12 de abril, em 2008, fato, aliás, percebido apenas este mês. Normalmente, por ocasião do aniversário, publico postagens de agradecimento aos leitores e colaboradores, mas o volume de trabalho ao longo das últimas semanas, especialmente por conta da LAAD 2011, me impediu de fazer a lembrança na data exata. Portanto, agradeço agora: obrigado a todos os colaboradores, leitores e entrevistados por mais um ano de apoio!

André M. Mileski
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terça-feira, 19 de abril de 2011

Um impulso para a ACS?

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As dificuldades dos sócios ucranianos da Alcântara Cyclone Space (ACS) em capitalizar a binacional são públicas já há algum tempo. Mas, parece haver um esforço dea Ucrânia em buscar uma solução para o problema, que estaria, inclusive, gerando estresse nas relações entre os dois países.

No início do mês, conforme a própria ACS noticiou (ver abaixo), foi aprovada uma mudança legislativa na Ucrânia para viabilizar a tomada de empréstimos internacionais para financiar o projeto Cyclone 4, o que dá novo ânimo à iniciativa.

E por falar em ACS, a empresa foi notícia ("Ukraine And Brazil Prepare Cyclone-4 Launch") no website da revista especializada Aviation Week & Space Technology.

"Em 05 de abril de 2011, o Parlamento da Ucrânia aprovou a Lei "Da introdução de Alterações no item 3 da seção VI "Considerações finais e transitórias" do Código Orçamentário da Ucrânia" (projeto da lei № 8316, registrado 31.03.2011), de acordo com o qual é dada autorização para a emissão de garantias governamentais de retorno de empréstimos contraídos para financiar as obrigações internacionais da Ucrânia no âmbito do projeto Cyclone-4.

Conforme informações da NSAU, já foi iniciada a formalização do Decreto do Governo da Ucrânia para providenciar garantias pelo Ministério da Fazenda da Ucrânia, e começada a realização da licitação para escolha da Instituição de Crédito. A próxima integralização da Ucrânia ao capital da ACS é esperada para o fim de maio de 2011."
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Reunião de avaliação crítica do Programa Espacial

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AEB faz segunda reunião para avaliação crítica do Programa Espacial

19-04-2011

A segunda parte da série de reuniões intitulada “Alinhamento Estratégico e Revisão Crítica do Programa Espacial Brasileiro”, coordenada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, aconteceu, ontem (18), no auditório da AEB.

Nesse novo encontro, a intenção era conhecer as demandas de órgãos de governo para área espacial. Várias instituições, inclusive as que não atuam diretamente no Programa Espacial como a Agência Nacional das Águas (ANA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foram convidadas a explanarem sobre suas necessidades. A intenção é que, uma vez conhecidas as demandas, elas direcionem as ações do Programa Espacial.

Ao fim do encontro, que teve a aplicação e uso de satélites como pauta principal, foi verificada a importância de se dar prosseguimento ao programa sino-brasileiro de satélites que já colocou no ar os Cbers 1, 2 e 2B e, também, dar continuidade aos estudos e projetos de viabilidade do satélite GPM. Existem, ainda, diversas demandas para o uso de satélites radar, de telecomunicações e de meteorologia. Este último, inclusive, foi destaque na fala do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, que ressaltou a importância desse tipo de satélite, para o novo projeto coordenado por ele, na prevenção de desastres naturais.

Para Raupp esta série de encontros está sendo de vital importância para o futuro do Programa Espacial. Além de serem discutidos todos os aspectos inerentes ao Programa, ela conta com a participação de todos os seus protagonistas. “Todos Estiveram envolvidos neste esforço em prol do desenvolvimento do Programa. Isso é fundamental. Espero que continue tudo desta maneira”, disse Raupp.

Na visão do diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos, Himilcon Carvalho, este segundo encontro servirá para definir ações futuras. “É a partir do conhecimento das demandas geradas pelos órgãos de governo e da iniciativa privada que poderemos reavaliar e, onde necessário, reformular o programa de satélites”, finalizou Himilcon.

Fonte: AEB
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domingo, 17 de abril de 2011

LAAD 2011: notícias sobre espaço

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A seguir, apresentamos algumas notas sobre os principais destaques e notícias na área espacial durante a LAAD 2011, que aconteceu no Rio de Janeiro entre os dias 12 e 15 de abril.

Balanço da feira

A LAAD 2011, maior evento de defesa e segurança da América do Sul, foi encerrada na última sexta-feira, 15 de abril, com um número recorde de expositores e visitantes. Foram ao todo 663 expositores de 40 países, e 25 mil visitantes.

A edição de 2011 da LAAD certamente ficará conhecida pelos anúncios de aquisições e parcerias, em linha com o movimento de consolidação dos setores aeroespacial e de defesa ora em curso no País. Tecnologia & Defesa foi a responsável pela produção do Show News, inédito, durante os quatro dias da feira. Para acessá-los e saber mais sobre as principais notícias e acontecimentos na feira, clique aqui.

Raupp: "prime-contractor" e VLS

O novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, abordou em sua palestra no III Seminário de Defesa o processo de avaliação crítica pelo qual o Programa Espacial Brasileiro será submetido. Raupp também destacou a necessidade do programa nacional contar com um "prime-contractor" que exerça a função de integradora dos projetos de satélites e lançadores. O dirigente fez questão de frisar que esta é sua opinião pessoal e que qualquer definição neste sentido terá que ser discutida e aprovada como uma política espacial.

Marco Antonio Raupp também falou sobre a evolução do programa VLS, com possibilidades de cooperação com a Rússia e Alemanha (DLR). A cooperação espacial com a Alemanha, aliás, completará 40 anos em 2011.

José Monserrat Filho na AEB

Durante a LAAD 2011, o blog Panorama Espacial recebeu a notícia de que José Monserrat Filho substituirá o Embaixador Carlos Campelo na chefia da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB. Monserrat, renomado especialista em Direito Espacial, ocupou a chefia de cooperação internacional do Ministério da Ciência e Tecnologia durante a gestão do ministro Sérgio Resende.

Problemas com polibutadieno

Em sua apresentação no seminário, o Brig. Kasemodel informou que de dois anos para cá o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) tem encontrado dificuldades para adquirir a resina polibutadieno, um dos componentes do combustível sólido usado pelos foguetes brasileiros (os outros dois são o perclorato de amônio e alumínio em pó). A Petroflex fabricava a resina, mas depois de ter sido adquirida por um grupo alemão (Lanxess), a fabricação foi descontinuada. O IAE está em busca de recursos financeiros para viabilizar a fabricação por uma indústria nacional, e a Avibras é uma das candidatas.

Sensor ótico da Equatorial Sistemas

Discretamente, no estande do grupo EADS na feira, estava em exposição o sensor HIRIS (Hyperspectral Imager for Remote Intelligence & Surveillance), desenvolvido pela brasileira Equatorial Sistemas, da Astrium, com recursos da FINEP. Além de satélites, o sensor, adaptado, pode ser usado numa variedade de plataformas, tais como aviões, helicópteros e veículos aéreos não tripulados. A Equatorial, aliás, venceu a licitação para a fabricação do gravador digital de dados do satélite Amazônia-1, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Presença italiana

Além da AEB, outra entidade espacial governamental esteve presente na LAAD, a Agência Espacial Italiana (ASI). O foco da presença europeia foi observação terrestre, particularmente por meio de radares, campo em que a Itália é líder na Europa com a constelação COSMO-SkyMed. Os italianos, a propósito, não escondem o grande interesse em cooperar com o Brasil nesse campo, colocando-se, inclusive, como alternativa para o desenvolvimento conjunto da missão radar pretendida pelo INPE.

14-X: veículo hipersônico do IEAv

Um dos destaques na LAAD 2011 da área de ciência e tecnologia do Comando da Aeronáutica foi a apresentação de um mock-up do veículo hipersônico 14-X, em desenvolvimento pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv/DCTA). Dois jornalistas estrangeiros presentes no evento procuraram o blog para ter mais informações sobre o projeto, que foi, aliás, notícia no portal da revista especializada Flight International (veja aqui). O voo do primeiro protótipo, previsto para 2012 ou 2013, será realizado acoplado no foguete VSB-30. A iniciativa do IEAv conta com a participação de indústrias nacionais, como a Britanite e a Flight Technologies.

Star One e "hosted payloads"

Lincoln Oliveira, vice-presidente da Star One, da Embratel, fez interessante apresentação no seminário sobre "hosted payloads" para o mercado de defesa. O Ministério da Defesa já é usuário deste conceito com a própria Star One, dispondo de transponders de banda X (para comunicações militares - SISCOMIS) a bordo de satélites da operadora brasileira. Existe a expectativa de que o satélite geoestacionário Star One C5, que poderá ser contratado pela operadora em 2012, disponha de um novo transponder banda X para o SISCOMIS, uma vez que substituirá o Brasilsat B4, colocado em órbita em 2000 e que conta com um transponder de mesma banda.

Star One C4

E por falar em Star One, está em andamento uma concorrência promovida pela empresa para a contratação do Star One C4, de grande porte. De acordo com o apurado pelo blog, a concorrência deve ser concluída até meados deste ano, e estão participando dois fabricantes dos EUA (Boeing e Loral) e dois do continente europeu (Thales Alenia Space e Astrium). Seguindo o exemplo do que ocorreu na contratação do Star One C3, o valor do dólar frente ao euro deve ser determinante na escolha.
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Livro sobre segurança de voo

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Divulgamos abaixo notícia sobre o lançamento de livro sobre segurança de voo, de autoria do Brig. Nelson de Souza Taveira, engenheiro aeronáutico com mais de 50 anos de experiência e que já ocupou a diretoria administrativa da Alcântara Cyclone Space (ACS):

"ALÉM DOS MANUAIS – UMA CONVERSA SOBRE SEGURANÇA DE VOO

Engenheiro aeronáutico com mais de 50 anos de experiência lança, no próximo dia 29, em Brasília, obra destinada a pilotos, com enfoque particular na segurança de voo

Acidente aéreo é sinônimo de grande tragédia. Em muitos casos, o número de vítimas passa das centenas. A comoção proporcionada por um acidente desse tipo não tem fronteiras: ganha repercussão mundial. Famílias destruídas, pessoas em choque, empresas e governos em estado de alerta. Observando essa triste realidade, e sabendo que sua experiência de mais de 50 anos na Aeronáutica poderia contribuir para evitar fatos como esses, o engenheiro aeronáutico Nelson de Souza Taveira lança Além dos Manuais – Uma Conversa Sobre Segurança de Voo (264 páginas, R$ 45,00, Somos Editora), no dia 29 de abril, às 19h, no Salão Águia do Clube da Aeronáutica de Brasília."

Para saber mais sobre a obra, clique aqui.
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Artigo de Marco Antonio Raupp, presidente da AEB

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Espaço: Instrumento de poder e soberania para o Brasil

Marco Antonio Raupp

O Programa Espacial Brasileiro contribui diretamente com a soberania e a capacidade de auto-gestão do País por meio de suas aplicações de observação e monitoramento do território, proteção ambiental e coleta de dados meteorológicos. Entretanto, para uma atividade iniciada em 1961, resta um histórico de poucos resultados, atrasos e baixa prioridade em comparação com outras políticas públicas.

Decorridas cinco décadas, restam três tentativas de lançamento do veículo lançador de satélites (VLS), que deixam como legado um importante progresso no desenvolvimento tecnológico de lançadores, dois satélites de coleta de dados (SCD) em funcionamento, três satélites de observação desenvolvidos e lançados em cooperação com a China, e a cooperação com a Ucrânia para lançamento de foguetes daquele país a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Comparado com países como a Índia e China - originalmente em estágios de desenvolvimento semelhantes ao nosso - o Brasil apresenta resultados bastante sofríveis.

Tal situação aponta para a necessidade de formular novas ações, de natureza estruturante e mobilizadora, capazes de redirecionar o Programa Espacial, nos seus aspectos político e estratégico de longo prazo, alinhando melhor a sua execução com os grandes objetivos de desenvolvimento sócio-econômico nacionais. Nesse sentido, as principais linhas de ação deverão estar focadas em alguns eixos principais.

Em primeiro lugar, o Programa Espacial deverá passar a ser considerado como verdadeiro programa de Estado, co foco no atendimento às principais necessidades governamentais e da sociedade, atrelado a uma estratégia de política de encomendas/compras governamentais. A Estratégia Nacional de Defesa e ações voltadas à previsão e gerenciamento de desastres naturais estão entre as prioridades a serem atendidas.

Pelo lado do desenvolvimento industrial, almeja-se a constituição de uma empresa integradora, capaz de fornecer sistemas espaciais completos (satélites, foguetes e sistemas de solo) que favoreça a organização de uma cadeira produtiva de fornecedores e serviços do setor espacial, orientada para os mercados interno e externo.

Para tanto é imprescindivel que o Brasil tenha o domínio de algumas tecnologias críticas, muitas delas já dominadas por outros países, e de novas tecnologias para o futuro, por meio de uma rede de parcerias entre a academia e a indústria. Os projetos em cooperação internacional deverão privilegiar a transferência tecnológica.

Esse esforço de redirecionamento deverá ser apoiado pela melhoria e pelo aperfeiçoamento do sistema de gestão das atividades espaciais, com a maior capacitação técnica e gerencial de suas instituições, entre as quais, a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespaciais (DCTA).

Esses eixos e problemas, há muito identificados e conhecidos, deverão ser atacados sem medo caso o País queira contar com um verdadeiro programa espacial, estratégico em sua natureza, capaz de fornecedor, a tempo e com eficiência, as capacidades de observação, de previsão meteorológica, de comunicações e de acesso ao espaço, que lançarão o Brasil com poder e soberania no cenário geopolítico atual.

N. da R.: Marco Antonio Raupp é presidente da Agência Espacial Brasileira

Fonte: Revista Tecnologia & Defesa nº 124 (Reprodução autorizada desde que citada a fonte).
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sábado, 16 de abril de 2011

Interesses espaciais da Finmeccanica no Brasil

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Francesco Guarguaglini, chairman do grupo italiano Finmeccanica, um dos maiores conglomerados aeroespaciais e de defesa da Europa deu uma entrevista para a edição da revista Tecnologia & Defesa lançada durante a LAAD 2011 (em breve nas bancas). Dentre os vários pontos destacados na entrevista, Guarguaglini falou um pouco sobre os interesses do grupo no campo espacial. Veja abaixo:

"E quanto às perspectivas futuras? Em que áreas ou negócios a Finmeccanica está interessada no Brasil e na região?

[...]

No setor espacial, em médio prazo, esperamos que o Brasil inicie o desenvolvimento de novos programas de satélites para defesa e segurança, principalmente o programa SGB (Satélite Geoestacionário Brasileiro) - um programa de satélite de comunicações - e o programa de Satélite de Observação da Terra, ambos de interesse para empresas aeroespaciais do grupo Finmeccanica, a Telespazio e a Thales Alenia Space. Vale lembrar que a Telespazio comercializa na América Latina imagens adquiridas pela constelação de satélites italianos COSMO-SkyMed, o mais avançado sistema espacial de radar do mundo, de propriedade da Agência Espacial Italiana e do Ministério da Defesa da Itália. As imagens COSMO-SkyMed permitem o desenvolvimento de aplicações como segurança marítima, controle de fronteiras, monitoramento de desmatamento, inteligência, todas de interesse extremo para o governo brasileiro."

Fonte: revista Tecnologia & Defesa, edição nº 124
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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Visita de Raupp à LAAD 2011

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Presidente da AEB visita Laad


14-04-2011

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, visitou, nesta quinta-feira (14), a Laad 2011 – maior feira de tecnologia de defesa e segurança da América Latina. Durante a visita, ele esteve nos estandes da AEB, da Opto Eletrônica, da Alcantara Cyclone Space (ACS) e do Cluster Aeroespacial Brasileiro.

Amanhã (15), Raupp ministrará palestra sobre o Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae).

No estande da Opto Eletrônica, empresa de tecnologia no ramo de optoeletrônica, que desenvolve peças e tecnologias para o Programa Espacial Brasileiro, estão expostas as câmeras MUX e a “Wide Field Imager” (WFI), desenvolvidas para o satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers, sigla em inglês).

Esta é a segunda vez que a ACS participa da Laad. A primeira participação, em 2009, ocorreu de maneira institucional. Este ano, a empresa também se apresenta de forma comercial, fazendo prospecção de negócios.

Em seu estande, a ACS está expondo uma maquete virtual do complexo de lançamento em Alcântara e vídeos institucionais e comerciais. Raupp disse estar satisfeito com o que viu na feira. “A cada nova versão da Laad percebo um aumento na quantidade das empresas se apresentando e na qualidade dos trabalhos desenvolvidos.”, afirmou o presidente.

Em sua palestra, Raupp abordará o processo de implementação e coordenação do Pnae, apresentará sua visão do cenário brasileiro, sobre as tecnologias prioritárias para o País e, também, sobre as principais demandas futuras na área espacial.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 13 de abril de 2011

LAAD 2011 e Espaço

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Começou ontem (12) a LAAD 2011, no Rio de Janeiro, considerada a maior feira de defesa na América do Sul. A revista Tecnologia & Defesa, à qual o blog Panorama Espacial está vinculado é a publicação oficial nacional do evento, e também a responsável pela edição do boletim diário com notícias sobre o show.

No primeiro número do show daily, disponível para acesso também na internet (veja aqui), na área espacial merecem destaque as entrevistas com Luis Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, e com Bruno Gallard, diretor-geral do grupo europeu EADS no Brasil.

Abaixo, reproduzimos o trecho em que Gallard destaca a atuação e interesses da EADS em espaço:

'"No caso do setor espacial, a Astrium está no País desde 2006 com a Equatorial Sistemas, de São José dos Campos (SP), já tendo participado de alguns projetos da AEB e INPE. No todo, porém, sua participação é ainda modesta, e há objetivos claros de ampliá-la. "Estamos conversando com os clientes, com o Ministério da Ciência e Tecnologia", disse Bruno Gallard. "A Astrium tem todo o espectro de conhecimento e tecnologias para acompanhar o Brasil em sua ambição de se tornar uma potência espacial." Três campos são citados como os de maior interesse do grupo no Brasil no campo espacial: observação terrestre, lançadores e telecomunicações, com Gallard dando destaque para os dois primeiros.'

Trecho da entrevista com Carlos Aguiar, da Embraer Defesa e Segurança, em que fala sobre espaço:

"Espaço - Capacitação da Embraer, necessidades do SISFRON e SisGAAz quanto a satélites

A questão do espaço não está descartada. Ela está inserida em um processo, e é natural que isso venha a acontecer, mas nós ainda não temos a forma de como poderíamos participar, definida. Isso não vai demorar muito para acontecer. Temos que colocar todos esses aspectos de pé ainda neste ano. Não que se vá ter contratos assinados agora. Mas ter a a modelagem de cada uma dessas vertentes muito bem definida, e com coisas concretas tendo ocrrido até o final do ano. Então, eu diria que, em espaço, nós estamos olhando com atenção, vendo quais são as tendências, observando a movimentação dos "players"...

A Orbisat e sua tecnologia de sensoriamento SAR tem esse componente. Só que são projetos que vão muito mais longe. Realmente, tem-se que olhar, se dedicar, ver a questão do satélite geoestacionário, de baixa altitude. Quer dizer, estamos acompanhando todos os projetos e vendo qual é a melhor maneira de nos inserirmos neles, para adicionar valor. De repente, a participação da Embraer, do ponto de vista do negócio, junto com a Orbisat, pode até nos ajudar no SISFRON e venha a reforçar nossa posição nesses sistemas que vão ser criados, como também ajudar o sistema hoje existente. Acho que o fato da Embraer participar ajuda."

Ao longo desta semana, o blog divulgará mais notícias e análises sobre atividades espaciais.
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Cooperação Brasil - China: CBERS

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Área espacial é tema de discussão durante visita da presidente Dilma à China

12/04/2011

Nesta terça-feira (12/4), o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, participou do seminário “Diálogo de Alto Nível Brasil–China em Ciência, Tecnologia e Inovação”, evento que abriu a programação oficial da presidente Dilma Rousseff em Pequim. Além da sessão sobre o espaço, foram promovidas discussões sobre energias renováveis, nanotecnologia, agricultura e segurança alimentar, tecnologia da informação e políticas de inovação.

Ainda na segunda-feira, ao lado do ministro Aloizio Mercadante e secretários do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o diretor do INPE visitou a Academia de Ciências da China, para fomentar a colaboração nas áreas de observação da Terra, aplicações de sensoriamento remoto e clima espacial.

A delegação do MCT esteve também na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), parceira do INPE no Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), considerado um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China.

Satélites

Desde a assinatura do acordo de cooperação, em 1988, Brasil e a China já colocaram em órbita três satélites e se preparam para novos lançamentos. Graças ao CBERS, o Brasil é hoje um dos maiores distribuidores de imagens orbitais do mundo.

Os satélites da família CBERS são utilizados para as mais diversas aplicações, como monitorar desmatamentos e expansão da agropecuária, planejamento urbano e gerenciamento hídrico.

Além do fornecimento gratuito de imagens de satélite, que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro, o Programa CBERS promove a inovação na indústria espacial nacional, gerando empregos em um setor de alta tecnologia fundamental para o crescimento do País.

Desde junho de 2004, quando ficaram disponíveis na internet, mais de 600 mil imagens já foram distribuídas pelo Brasil para cerca de 20 mil usuários, em mais de duas mil instituições públicas e privadas. Em média, têm sido registrados diariamente 750 downloads no Catálogo CBERS.

Em 2008, Brasil e China decidiram oferecer gratuitamente as imagens do CBERS para todo o continente africano. A distribuição das imagens deve contribuir para que governos e organizações na África monitorem desastres naturais, desmatamento, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública.

Fonte: INPE
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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Embraer e Espaço

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Esta semana, a reportagem de Tecnologia & Defesa, publicação a qual o blog Panorama Espacial está vinculado, conversou com Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança. Um dos tópicos abordados foi um suposto interesse da empresa pelo setor espacial. Abaixo, reproduzimos um trecho da entrevista na qual Aguiar fala sobre o setor:

"A questão do espaço não está descartada. Ela está inserida em um processo, e é natural que isso venha a acontecer, mas nós ainda não temos a forma de como poderíamos participar, defi nida. Isso não vai demorar muito para acontecer. Temos que colocar todos esses aspectos de pé ainda neste ano."

O executivo destacou também que tem acompanhado questões relacionadas a satélites geoestacionários e de órbita baixa, e falou ainda da Orbisat e sua tecnologia em sensores SAR. Semana que vem, durante a LAAD 2011, divulgaremos o texto integral da entrevista, assim como vários outros conteúdos relacionados a atividades espaciais.
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Cooperação Brasil - Argentina: Sabia-Mar

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Brasil e Argentina discutem cooperação em assuntos espaciais

07/04/2011

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, viajou para a Argentina nesta quinta-feira (7), para discutir o acordo de cooperação vigente entre os dois países. Até sexta-feira (8), Raupp participa da reunião de gestores do Mecanismo de Integração e Coordenação Brasil-Argentina (Micba), que acontece em Buenos Aires.

Durante o encontro, que terá participação da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (Conae), será apresentado o estágio de desenvolvimento do Satélite Argentino-Brasileiro de Informação em Alimento, Água e Ambiente–Mar (Sabia-Mar). Também serão discutidas ações futuras em prol da garantia de continuidade desta cooperação.

Em novembro de 2007, Brasil e Argentina assinaram um acordo que propunha uma missão espacial conjunta, que inclui projetar, produzir e lançar um satélite de observação da Terra para pesquisas ambientais e oceânicas. A decisão foi ratificada pelos dois governos em nota conjunta publicada durante a visita da presidenta argentina Cristina Kirchner ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Sabia-Mar destina-se à observação dos oceanos – dita cor do oceano (ocean color) – e tem aplicações importantes para o estudo dos ecossistemas oceânicos, ciclo do carbono, mapeamento do habitat marinho e observação costeira.

Dados deste tipo de satélites são usados no estudo da biosfera oceânica, sua dinâmica e impactos das atividades antropogênicas (interferência humana na biosfera marinha, como por exemplo toneladas de lixo e de esgoto doméstico, agrotóxicos, metais pesados, detergentes que são jogados no mar) . Tais informações são necessárias para quantificar mudanças oceânicas globais em diversas escalas de tempo (de meses a décadas). Metade da produção primária da Terra ocorre no mar. Os dados de cor do oceano são essenciais na estimativa de produção primária de fitoplancton, que se relaciona diretamente à absorção de dióxido de carbono (CO2).

Esses mesmos dados têm importante aplicação em monitoramento da qualidade da água e do transporte de sedimentos (erosão) nas regiões costeiras, gerando informações para atividades pesqueiras e de aquicultura (arte de criar e multiplicar animais e plantas aquáticas).

Existe, ainda, o estudo da influência dos oceanos sobre as mudanças climáticas, que exige séries de dados longas e contínuas. Dessa forma, a missão Sabia-Mar, além de contribuir para os estudos regionais argentinos e brasileiros, poderá beneficiar a comunidade internacional na área de clima e mudanças globais, reforçando o papel dos dois países no cenário mundial.

O projeto será gerenciado por meio de um comitê conjunto e paritário, com representantes da Argentina e do Brasil. O comitê coordenará as atividades de grupos de trabalho para desenvolvimento do satélite, operações de controle em solo, atividades de processamento, distribuição e arquivo de dados, e atividades de lançamento.

O satélite está orçado em US$ 156 milhões. O custo de lançamento está estimado em US$ 50 milhões.

Fonte: MCT
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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Memória: Jornal "Espacial", do INPE

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Memória do INPE: edições históricas do jornal “Espacial” na Biblioteca On-line

06/04/2011

No ano de seu cinqüentenário, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) disponibiliza na internet o acervo do jornal “Espacial”, que circulou de abril de 1972 a novembro de 1990. As edições trazem matérias sobre os projetos desenvolvidos naquela época, além de acontecimentos da área acadêmica. Para acessar, clique aqui.

No início, os leitores do jornal limitavam-se às pessoas diretamente ligadas à instituição. A primeira edição surgiu com o objetivo de atingir os bolsistas do INPE no exterior. Logo o “Espacial” tornou-se um veículo que sintetizava a vida do instituto e era distribuído para mais de 700 instituições assinantes, em aproximadamente 25 países em todo o mundo.

Temas técnicos e científicos, lançamentos de livros e o andamento dos programas eram apresentados de maneira viva e dinâmica com a colaboração da comunidade inpeana.

“O jornal ‘Espacial’, de inquestionável valor histórico, está agora disponível no Repositório Digital da Instituição, garantindo assim sua preservação e ampliando a divulgação”, comenta Marciana Leite Ribeiro, do Serviço de Informação e Documentação (SID) do INPE, uma das organizadoras do acervo na Biblioteca On-Line.

Foi digitalizada a maioria das edições dos 18 anos de vida do jornal. Os arquivos estão em formato aberto, o que permite a reprodução de seu conteúdo desde que preservados os créditos aos autores.

Doze edições (4, 24, 27, 28, 31, 33, 34, 38, 56, 74, 75 e 76) ainda estão faltando no Repositório Digital. “Pedimos a colaboração de quem tiver alguma dessas edições, por gentileza, que sejam cedidas ao SID/Memória para completar o acervo original”, solicita Marciana.

Fonte: INPE
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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Comunicações via satélite na LAAD 2011

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Comunicações militares via satélite deve ser um dos principais tópicos da área espacial abordados durante a LAAD 2011 - Defence & Security, evento que acontece no Rio de Janeiro, entre os dias 12 e 15 de abril. Várias empresas atuantes no setor, estrangeiras e nacionais, irão apresentar produtos e serviços desse segmento, como satélites, soluções em serviços e equipamentos terrestres.


Hoje (06), por exemplo, a brasileira OnixSat Telecom, que comercializa sistemas de comunicações via satélite de diferentes constelações (Iridium, Inmarsat), divulgou nota informando que o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (MB) adquiriu aparelhos de comunicação IsatPhone Pro. Os equipamentos têm sido usados pela MB no Haiti, e em outras operações e exercícios no país e no exterior, e permitem comunicações de voz, mensagens (SMS) e e-mails.


Ficamos muito honrados por esse relacionamento com a Marinha. Acreditamos que ele acontece por oferecermos tecnologias extremamente confiáveis para serem utilizadas em terra, mar e ar. Os Fuzileiros Navais também já operaram BGANs e telefones Iridium”, afirmou em nota Igor Falcão, gerente de Telecom da OnixSat.
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Avaliação crítica do Programa Espacial Brasileiro

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AEB faz avaliação crítica do Programa Espacial

06-04-2011

A Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), vai avaliar o estado atual do Programa Espacial Brasileiro e propor medidas e projetos para o próximo período de governo e do Plano Plurianual de Investimentos (PPA).

Serão realizadas cinco reuniões que abordarão temas como a gestão do programa, as principais demandas e vulnerabilidades nacionais relativamente a produtos e serviços espaciais, o diagnóstico dos atuas projetos de satélites e lançadores e o aumento da capacitação e participação da indústria nacional no setor espacial.

A primeira reunião ocorrerá no dia 7 de abril, nas dependências do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), onde serão discutidos os métodos e instrumentos de gestão do programa. Em seguida, nos dias 18 e 20 de abril serão discutidas, na sede da AEB, em Brasília, as demandas nacionais e seu atendimento por meio de programas de foguetes e satélites.

Participarão dessa fase os principais usuários dos dados, imagens e serviços espaciais, além dos órgãos de governo envolvidos na sua execução do programa. A política industrial será discutida no dia 26 de abril, com participação das principais empresas do setor e as conclusões do ciclo de reuniões serão apresentadas ao Ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), no dia 27.

Os resultados e recomendações dessa avaliação nortearão as ações e os investimentos governamentais no programa espacial pelos próximos anos de modo que o setor esteja alinhado com as metas de desenvolvimento do país.

Fonte: AEB
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terça-feira, 5 de abril de 2011

Brasil, China e CBERS

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Brasil quer parceria maior com a China para construir satélites

Sergio Leo
De Brasília

O governo brasileiro aproveitará a visita da presidente Dilma Rousseff à China para discutir com os chineses a ampliação do programa de cooperação em matéria de satélites. O programa sofreu atrasos e o próximo lançamento, do satélite conhecido como CBERS-3, programado originalmente para 2009, deverá ser adiado, mais uma vez, para 2012. Ainda assim, é apontado como o mais bem sucedido programa de cooperação científica e tecnológica entre países emergentes e tem incentivado o desenvolvimento de equipamentos sofisticados em empresas brasileiras.

"Queremos diversificar, ver possibilidades de trabalho conjunto com a China", disse o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela. O programa CBERS, hoje, é voltado à construção de satélites para captação de imagens da superfície da Terra, com aplicações na agricultura, no controle de desmatamento, na atuação contra catástrofes naturais e em outras atividades sujeitas a sensoriamento remoto.

A AEB acredita que pode aumentar a cooperação com os chineses em técnicas de sensoriamento remoto, interpretação de dados e estudos científicos como os realizados sobre o clima espacial. "Queremos intercâmbio de técnicos, simpósios, cursos mais extensos, de onde podem surgir outras ideias importantes para a diversificação", acrescenta o chefe da assessoria de Cooperação Internacional da AEB, Carlos Campelo. A cooperação em ciência e tecnologia será objeto de um seminário, com a presença da presidente.

O programa de cooperação entre chineses e brasileiros teve de enfrentar bloqueio de componentes sensíveis por parte dos Estados Unidos, onde a lei de controle no tráfico de armas (Itar) proíbe a venda de produtos americanos com determinadas tecnologias passíveis de uso militar. É forte a sensibilidade no Congresso e no Executivo americanos contra a venda de componentes e artefatos eletrônicos sofisticados à China e subsistemas criados no Brasil para o satélite binacional sofreram atrasos e remodelações provocadas pelo veto ao embarque de componentes comprados e faturados de firmas americanas.

"Não é simples, há uma lista de produtos sujeitos ao Itar, mas ela é constantemente atualizada", diz Vilella. A proibição de compra de um componente pode exigir o redesenho de todo um equipamento, como ocorreu com a Opto, firma brasileira de artefatos ópticos para uso médico que, após trabalhar com o Centro Tecnológico da Aeronáutica para desenvolvimento de mísseis teleguiados, foi escolhida, em concorrência, para fabricar câmeras para os satélites sino-brasileiros. "Houve componentes que compramos, pagamos e, quando iam ser embarcados, o fornecedor nos telefonou avisando que não poderia nos enviar a encomenda", diz o diretor-comercial da Opto, Antônio Fontana.

O veto americano acabou servindo de estímulo para desenvolvimento de tecnologia nacional, "Itar free", ou livre de risco de embargo, como foi classificada a câmera apresentada no ano passado pela Opto, para o CBERS-3. Obrigados a trocar componentes eletrônicos por circuitos, maiores, os técnicos da empresa usaram o conhecimento em óptica para reduzir o tamanho das lentes da câmera.

O programa espacial hoje responde por 30% a 50% do faturamento da empresa, que chegou a pouco mais de US$ 70 milhões em 2010. A tecnologia desenvolvida para o satélite já foi usada em artefatos para uso médico, como o laser de uso oftalmológico.

Os atrasos no programa espacial levaram a AEB a aproveitar equipamentos criados para o CBERS-2 para enviar ao espaço, em 2007 o CBERS-2B, em lugar do CBERS-3, que se pensou em lançar ainda em 2009. O CBERS-3, primeiro a ter 50% de componentes feitos no Brasil, nos testes recentes, mostrou problemas em um de seus subsistemas, chamado pelos técnicos de "atitude", que permite ao satélite controlar a direção em que são apontados seus instrumentos. Foi um dos motivos para se decidir pelo adiamento de sua colocação em órbita, para 2012.

Fonte: jornal Valor Econômico, via NOTIMP.
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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Cooperação Brasil - Comissão Europeia

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MCT recebe conselheiro espacial da Comissão Européia

04/04/2011 - 12:13

O ministro em exercício da Ciência e Tecnologia, Luiz Antônio Elias, recebeu, nesta segunda-feira (4), a visita do conselheiro espacial do gabinete da vice-presidência da Comissão Européia (CE), Jaime Silva. Na ocasião, o conselheiro expressou o interesse, por meio da European Space Agency (ESA), em retomar a cooperação espacial com o Brasil, especialmente no âmbito do Projeto Galileo.

A proposta européia detalhou algumas possíveis áreas de cooperação: ciência e observação da terra, sistemas globais de navegação por satélite, satélites de comunicações, ciência espacial e exploração espacial.

A proposta européia também inclui a assinatura de Carta de Intenções entre o MCT e a vice-presidência da Comissão Européia para Assuntos de Indústria e Empreendorismo, a realização de um workshop bilateral, e a assinatura de um acordo de cooperação em radionavegação por Satélite.

O ministro em exercício manifestou interesse na proposta de cooperação da CE e, juntamente com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT), irá estudá-la. Para Elias o Projeto Galileo é interessante ao ministério, pois envolve a transferência de tecnologia para o fortalecimento da área espacial.

Participaram também da reunião a chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCT, Carmen Lídia Moura, a coordenadora Geral de Cooperação Internacional, Bárbara Sant’anna, e o diretor de Satélites, Aplicações, Desenvolvimento da AEB/MCT, Thyrso Villela.

Projeto

O Galileo tem importante e variada aplicação em diferentes setores entre os quais se destacam os sistemas de transporte terrestre, marítimo e aeronáutico. Uma das principais vantagens do sistema é sua capacidade de oferecer um sinal garantido de elevada precisão para serviços de alta qualidade. Ele ampliará os serviços de procura e resgate em tempo real, baseados em balizas automáticas que sinalizam o lugar em que ocorre a emergência, melhorando de forma global as operações de resgate.

Hoje, o projeto conta com cooperação dos Estados Unidos, China e Israel. Brasil, Ucrânia, Índia, Argentina, México, Chile, Marrocos, Coréia, Japão mostraram interesse em participar do Galileo.

Fonte: MCT
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Cooperação Venezuela - Uruguai

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Semana passada, os governos da Venezuela e Uruguai assinaram acordos de cooperação em variadas áreas, inclusive em comunicações via satélite. Basicamente, o acordo prevê o uso pelo governo uruguaio de capacidade do satélite Simon Bolívar, lançado em outubro de 2008. O satélite, de fabricação chinesa, ocupa uma posição orbital de direito do Uruguai, tendo como contrapartida o uso de parte de sua capacidade.

Na reportagem que divulgou o acordo, são reproduzidas algumas declarações de Hugo Chávez, mandatário venezuelano, mostrando sua ira em relação aos EUA.

O projeto do satélite "Simon Bolívar" "era uma ideia antiga, da década de setenta", afirmou Chávez, mas devido a "interesses estrangeiros", nunca foi completado.

No entanto, "outros países desenvolvidos com uma visão progressiva do mundo nos ofereceram ajuda", disse o presidente venezuelano. "Com a ajuda dos governos chinês e russo, nós começamos nosso programa de satélites".

"Graças ao Uruguai, o satélite venezuelano pôde ser colocado em órbita, pois nós fomos bloqueados; nós não tivemos uma posição orbital para colocar nosso satélite por causa da hegemonia que também existe no espaço e é controlado pelos Estados Unidos e outras nações desenvolvidas", detalhou.

Chávez continuou: "o governo norte-americano envio um pedido aos chineses pedindo a eles que suspendessem o lançamento do satélite, pois ele não estava seguro sobre o seu uso, que poderia interferir em outra órbita... eles apenas inventaram qualquer desculpa". "Mas, o presidente Hu Jintao disse que ele tinha firmado um compromisso com a Venezuela e que iria realizar o lançamento do satélite. E aí está, em órbita Uruguai, e nós estamos dividindo isso".
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