domingo, 30 de junho de 2013

Projetos do INPE com a Embrapa

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Diretor do INPE destaca projetos com a Embrapa

Sexta-feira, 28 de Junho de 2013

Leonel Perondi, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), enalteceu a parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nesta quinta-feira (27/6), durante o lançamento de mais uma iniciativa em conjunto: o Projeto de Desenvolvimento de Sistema de Monitoramento para Gestão Ambiental da Aquicultura no Reservatório de Furnas.

Coordenado pela Embrapa Meio Ambiente, o projeto permitirá estabelecer um modelo de monitoramento e avaliação de impactos na criação de peixes em tanques-rede em reservatórios públicos. Além disso, contribuirá para a realização de boas práticas de manejo e para a gestão produtiva e ambiental de parques aquícolas.

“A participação do INPE neste projeto se dá tanto pela utilização de tecnologias de sensoriamento remoto desenvolvidas no âmbito da Coordenação de Observação da Terra, quanto pelo uso de sistemas espaciais desenvolvidos nas áreas de engenharia do INPE, particularmente os serviços providos pelos satélites SCD-1 e SCD-2”, discursou Leonel Perondi na cerimônia de lançamento, que contou com a presença do ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella.

Desenvolvido pelo INPE, o Sistema Integrado de Monitoramento Ambiental (SIMA) objetiva a coleta e o monitoramento de dados liminológicos e meteorológicos, de forma remota e com alta frequência temporal, através de plataformas de coleta de dados especiais instaladas em boias ancoradas em pontos de parques aquícolas. Os dados coletados são armazenados em um banco de dados georreferenciados, possibilitando uma análise detalhada e sistemática dos reservatórios monitorados. Além do sistema de coleta de dados, o projeto faz uso de aplicativos na área de sistemas de informações geográficas, desenvolvidos pelo Instituto, como o SPRING.

“Assim, a participação do INPE no Projeto Furnas bem sintetiza a missão do Instituto – o desenvolvimento de atividades, associadas ao acesso ao espaço e suas aplicações, que vão da pesquisa básica até a disponibilização de serviços e produtos inovadores à sociedade”, enfatizou o diretor.

Leonel Perondi destacou também outros projetos desenvolvidos em parceria, como o TerraClass, realizado em conjunto pelo INPE e pela Embrapa Amazônia Oriental e Embrapa Informática Agropecuária. Citou ainda a criação do Banco de Dados Geomorfométricos do Brasil e o evento do Projeto Amazalert, realizado nesta semana em Belém (PA) com o objetivo de apresentar cenários de uso e cobertura da terra.

Confira aqui a íntegra do discurso do diretor.

Fonte: INPE
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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rastreio do Soyuz pela Barreira do Inferno

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MAIS UMA PARTICIPAÇÃO DO CLBI NO CENÁRIO INTERNACIONAL: RASTREAMENTO DO GIGANTE RUSSO

Brasília, 27 de junho de 2013 - Às 6 horas da manhã da última terça-feira (25), o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) estava guarnecido e apontava suas antenas em direção ao gigante russo estacionado em Sinnamary, na Guiana Francesa, após um dia inteiro de testes entre as seis estações da cadeia operacional equatorial, preparadas para o rastreamento do veículo Soyuz, lançado a partir do Centro Espacial Guianês (CSG). Às 16h25, o veículo foi lançado e rastreado pela Barreira do Inferno.

Além de Galliot (Guiana Francesa), Ascension (Atlântico Sul), Libreville (Gabão) e Malindi (Quênia), mais uma estação compôs a cadeia de rastreamento: Perth (Hawaí). Esse conjunto de estações trabalhando em sincronia permitiu ao nosso cliente compreender a viagem do veículo em torno da terra, com dupla visibilidade para alguns meios e a ejeção dos satélites passageiros.

Para executar este primeiro rastreamento do Soyuz equatorial, a estação de Natal foi a que mais sofreu modificações e também recebeu franceses e russos para complementar os trabalhos. Novos equipamentos foram instalados no sítio do CLBI e todos os procedimentos operacionais existentes tiveram que ser reeditados para incluir o modo de recepção das Telemedidas Soyuz – Fregat.

O lançador Soyuz, composto de três estágios, já foi lançado quase duas mil vezes pela Agência Espacial Russa, desde a  sua  versão original. Para os lançamentos equatoriais, o terceiro estágio foi modificado para receber o motor Fregat, com quatro câmaras de combustão a querosene reagindo com oxigênio líquido, o que aumentou significativamente o desempenho geral do veículo. Com este novo arranjo, o lançador ficou com um comprimento de 46,2 m, um diâmetro de 10,3m e massa ao solo de 308 toneladas.

Os quatro satélites passageiros destinados às órbitas de 8 mil Km de altura são os primeiros a integrar a constelação O3B, cujas características permitirão:

- uma maior cobertura de internet em regiões da América Latina, Oriente Médio, Ásia, Austrália e África (quase 180 países);

- aumentar a velocidades de download para até 1.2Gbps, ou seja, conexões com qualidade similar ao serviço do Google Fiber; e

- uma redução dos custos de banda larga em até 95% nos locais onde hoje seu uso é extremamente caro.

Fonte: AEB

Comentário: desde 1977, todas as missões espaciais lançadas de Kourou, inicialmente da família Ariane e mais recentemente com a inclusão dos lançadores Soyuz e Vega, têm determinadas etapas de seus vôos rastreadas pelo CLBI, com base em acordo firmado com a agência espacial francesa.
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Nova estação do Glonass no Brasil

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Glonass terá nova estação no Brasil a partir de agosto

27/06/2013 
Giovanni Lorenzon, especial para Gazeta Russa

O sistema de localização global Glonass, único do gênero no mundo a oferecer serviços gratuitos na sua resolução máxima, estará mais preciso a partir de fins de agosto com o complemento da parceria entre Rússia e Brasil.

A segunda estação de ajuste de dados entrará em funcionamento no campus da UnB (Universidade de Brasília) bem ao lado de onde já opera a primeira há alguns meses.

Com as duas estações, as únicas fora da Federação Russa, o Glonass não deixará nada a dever aos concorrentes mais famosos, o Navstar GPS, dos Estados Unidos, e o Galileo, da Europa.

Como explica o professor Ícaro dos Santos, um dos responsáveis pelas duas bases, quanto mais um satélite possuir pontos de referência espalhados pelo globo melhor é sua precisão e mais fácil torna-se sua correção orbital.

“No caso do sistema russo, com a nossa participação, suas estações estão próximas da linha do Equador, o que o torna ainda mais eficiente”, diz o engenheiro elétrico, que, ao lado do professor Geovani Borges, coordena a parceria com a Agência Espacial da Federação Russa (Roscosmos).

O Glonass também afere, além de latitude e longitude, a velocidade dos ventos, a hora e, inclusive, passará a ser mais confiável no acompanhamento de estudos de movimentos geológicos, entre eles a movimentação das placas tectônicas.

A ponta brasileira do programa para uso civil russo, lançado em operação em 1982 e desde então com uma “constelação” de novos satélites adicionados ao sistema –até ser completada sua cobertura global em 2011– está orçada em aproximadamente em US$ 2,5 milhões, segundo as estimativas dos equipamentos gerenciados pela equipe de Santos na UnB.

As estações

Na primeira Estação de Medição Unidirencional, professores e alunos de pós-graduação recolhem os dados captados por uma antena, fazem um pré-processamento e enviam ao centro espacial russo.

Na segunda, a Estação Laser Óptica, que consistirá em um canhão de raio laser apontado ao Glonass, o controle em terra ficará responsável pela decisão de acionamento e desligamento, sempre em monitoramento em relação ao tráfego aéreo.

“Quando acionado, o laser rebate no Glonass e envia os dados diretamente à Rússia, que, se for o caso, faz a correção até em decímetros”, explica Ícaro.                    

A equipe do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da universidade comemorou a parceria firmada com a Rússia dentro dos acordos de cooperação das Roscosmos e a Agência Espacial Brasileira visto que a participação do time de professores vai além do controle e manutenção dos equipamentos.

Embora o Brasil ainda engatinhe nas pesquisas aeroespaciais, a Roscosmos reconhece a capacitação técnica e os trabalhos de investigação da UnB em várias áreas, o que “nos permite também, segundo o acordo, fazer modelos matemáticos de calibragem e os enviar para os engenheiros responsáveis do Glonass”.

“Além disso”, continua Ícaro, “teremos de três a quatro alunos por semestre dos cursos de pós-graduação tendo aulas com professores russos no Brasil e na Rússia”.

Numa primeira etapa, serão discentes da Engenharia Elétrica, com previsão de incorporação posterior de alunos da Computação e da Mecatrônica.

A transferência de conhecimento vai ajudar o Brasil a formar novos técnicos, que poderão ser incorporados ao Programa Espacial Brasileiro, uma vez que a parceria firmada vai até 2020.

Não há perspectiva, porém, segundo Ícaro, de o entendimento atual ser suspenso após a data, na medida em que a Rússia necessita da localização das estações no Brasil e da capacitação da UnB.

“Até porque nossos parceiros prezam o avanço da cooperação em todas as áreas”, diz Ícaro.

Fonte: Gazeta Russa
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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Testes de propulsor do INPE

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INPE testa com sucesso propulsor espacial

Segunda-feira, 24 de Junho de 2013

Um propulsor monopropelente a hidrazina de 200N de empuxo foi testado com sucesso pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). De forma inovadora, foi utilizado um novo catalisador de decomposição da hidrazina, o carbeto de tungstênio (W2C), muito mais barato do que o catalisador comercial feito de uma alumina especial que serve de suporte ao irídio (Ir), elemento raro e caro, o que inviabiliza seu emprego em grandes quantidades em propulsores de maior empuxo e tempo curto de acionamento. Os testes foram realizados em maio no Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), no INPE de Cachoeira Paulista.

O propulsor de 200N faz parte de um grande projeto do Grupo de Propulsão do INPE, cuja etapa inicial avaliou com sucesso um propulsor de 35N e que busca o desenvolvimento de motores monopropelentes e bipropelentes com empuxo de até 800 N. Motores bipropelentes nesta faixa de empuxo são utilizados em blocos de aceleração de apogeu de satélites geoestacionários. Motores monopropelentes são largamente utilizados em controle de rolamento de veículos lançadores ou em manobras orbitais com requisitos de incrementos de velocidade inferiores a 200 m/s.

O desenvolvimento desta tecnologia, de caráter multidisciplinar, envolve especialistas de diferentes áreas, como propulsão, química e catálise, além de diversos setores do INPE, como a Divisão de Mecânica Espacial e Controle da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espacial (DMC/ETE), o Laboratório de Integração e Testes (LIT) e o próprio LCP.

Projetado na DMC/ETE sob a coordenação de José Nivaldo Hinckel, o propulsor de 200N foi produzido pela Meson Engenharia. A produção do catalisador e a operação de carregamento foram realizadas por José Augusto Jorge Rodrigues, do LCP. Já a avaliação dos propulsores deste desenvolvimento foi realizada no Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA) do LCP, cujo responsável é Aguinaldo Martins Serra Junior.

“O desempenho obtido com o propulsor de 200N foi excelente. O empuxo e impulsão específica previstos no projeto foram atingidos, indicando que mais uma etapa do desenvolvimento foi vencida. O propulsor foi testado em modo contínuo e modo pulsado por um tempo acumulado de teste superior a 300s. Desta forma, o INPE se insere no rol das instituições a nível mundial a dominar esta tecnologia de propulsão, com o diferencial de empregar catalisador de baixo custo, inédito na literatura especializada”, comemora José Augusto Jorge Rodrigues, do LCP/INPE.

Com o êxito do propulsor de 200N, o Grupo de Propulsão do INPE inicia uma nova etapa do projeto, que consiste no desenvolvimento de um propulsor de 400N.

Fonte: INPE
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domingo, 23 de junho de 2013

"Qual o futuro que queremos para a Amazônia?"

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Oficina discute possíveis cenários para Amazônia em 2050

Sexta-feira, 21 de Junho de 2013

Qual o futuro que queremos para a Amazônia? Em torno desta questão, representantes de organizações da sociedade civil e do setor produtivo estarão reunidos em Belém (PA), de 24 a 26 de junho, na Oficina de Cenário Participativo do Projeto AMAZALERT.

Organizada pela Embrapa Monitoramento por Satélite (CNPM) e pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para discutir cenários alternativos de futuro para a Amazônia Brasileira em 2050, a oficina abordará desde recursos naturais e o desenvolvimento social no campo e cidades, passando por atividades econômicas, infraestrutura e tecnologia, até o contexto institucional e político da região.

"A discussão estará estruturada em três etapas: o presente, o futuro e a trajetória. Ou seja, vamos falar da situação atual e tendências, da visão do futuro desejado e não desejado em 2050 e, ainda, da evolução da situação atual para os dois opostos, com ênfase na trajetória para o futuro desejado", explica a pesquisadora Ana Paula Aguiar, do CCST/INPE.

Como resultado do evento, um relatório será disponibilizado para a sociedade combinando informações qualitativas sobre os cenários (narrativas sobre o futuro) e quantitativas (geradas por modelos computacionais de mudanças de uso da terra representando os cenários alternativos), além de uma síntese das ações discutidas pelos participantes sobre como alcançar os objetivos propostos, com foco em políticas públicas.

Em Belém, a oficina acontece no Hotel Crowne Plaza. No segundo semestre, em Brasília, será realizada uma segunda oficina com representantes de diversas instituições de pesquisa da região e do Governo.

AMAZALERT

O projeto AMAZALERT busca entender como mudanças globais e regionais no clima e uso da terra irão impactar a Amazônia e suas florestas, agricultura, hidrologia e população. Financiado pela União Europeia, o projeto reúne várias instituições nacionais e internacionais, como o INPE, EMBRAPA, Alterra (Países Baixos) e o MetOffice (Reino Unido).

A construção de cenários de uso da terra é parte central do projeto, como base para entender as possíveis interações futuras entre as mudanças climáticas globais e regionais através de modelos computacionais. Os cenários, construídos com a participação da sociedade, serão representados em modelos computacionais capazes de gerar projeções espacialmente explícitas do uso da terra na região nas próximas décadas. Tais projeções serão, por sua vez, utilizadas por modelos climáticos para estudar as interações entre clima e uso da terra.

"A participação de diferentes setores da sociedade neste processo é essencial para que os cenários reflitam múltiplas perspectivas sobre o futuro, mas também - e talvez principalmente - para que o próprio processo de cenários possa, em certa medida, contribuir para o futuro da região, proporcionando um espaço comum de reflexão sobre ações necessárias para a construção de um futuro sustentável, apontando também consensos e divergências sobre o que seria este futuro", defende a pesquisadora do INPE.

Mais informações sobre o projeto na página http://www.eu-amazalert.org/home

Fonte: INPE
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sábado, 22 de junho de 2013

Supercomputador do INPE

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Brasil avança na previsão do tempo com supercomputador

19/06/2013

No Brasil, novos investimentos estão revolucionando a previsão do tempo e pesquisas sobre o clima. O último avanço chega com a versão 5.0 do modelo regional BRAMS de previsão de tempo, cobrindo toda a América do Sul, e que gera previsões mais confiáveis, com mais dias de antecedência, e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para cinco quilômetros, contra 20 quilômetros do modelo anterior. Hoje, é possível saber a quantidade e localização das chuvas, além da ocorrência de eventos extremos, como chuvas intensas, granizo, geadas, nevoeiros, ventos fortes e ondas de calor.  Isto só está sendo possível devido à alta capacidade de processamento do novo supercomputador CRAY , batizado de Tupã, instalado no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), em Cachoeira Paulista.

Os desenvolvimentos para tornar a nova versão do BRAMS operacional levaram cerca de um ano. Para cobrir toda a extensão da América do Sul, foram necessárias 1360 x 1480 células horizontais e 55 níveis verticais. As células de grade, num total de 110 milhões aproximadamente, são processadas simultaneamente nos 9.600 processadores do CRAY, em computação paralela.

Este esforço pôs o CPTEC/INPE em posição de competitividade em relação aos principais centros operacionais do mundo. O centro de previsão do National Centers for Environmental Prediction (NCEP), por exemplo, gera previsões a partir de um modelo similar – o National Mesoscale Model – de 4 quilômetros, 70 níveis verticais e grade de 1371 x 1100 células, que cobre toda a região continental dos Estados Unidos.

“Ao longo de anos, o apoio da FINEP nos levou a desenvolver uma infraestrutura que nos permite hoje acompanhar as tendências mundiais. Os saltos de qualidade se devem a este financiamento”, disse Jairo Panetta, chefe do Grupo de Processamento de Alto Desempenho do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do INPE, em matéria de capa sobre clima, publicada na Revista Inovação em Pauta, da FINEP. Nos últimos 20 anos, a FINEP já investiu cerca de R$ 100 milhões em infraestrutura e projetos na área, especialmente nos dois centros de meteorologia e pesquisas climáticas do País, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A chegada do novo supercomputador também traz expectativas de avanços para os monitoramentos ambientais e de qualidade do ar do CPTEC/INPE. As previsões, geradas atualmente para até três dias de antecedência, serão estendidas para seis, com boa confiabilidade. Já as previsões de qualidade do ar incluirão gases, como monóxido e dióxido de carbono e óxido nitroso, e aerossóis - material particulado de queimadas e de emissões urbanas e industriais.

Fonte: CPTEC/Inpe, via website da FINEP.
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Notas de Le Bourget

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Esta semana, está acontecendo em Le Bourget, nos arredores de Paris, França, a 50ª edição do tradicional Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço. A revista Tecnologia & Defesa e o blog Panorama Espacial estiveram presentes nos primeiros dias e apresenta a seguir algumas notas com as principais notícias no setor espacial, em especial relacionadas ao Programa Espacial Brasileiro.

Embraer: interesse em lançadores? Não!

Na noite de segunda-feira (17), a Embraer promoveu um encontro com a imprensa com a presença de seus principais executivos, entre eles Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa & Segurança. O dia, aliás, foi histórico para a companhia brasileira, anunciando contratos para a venda de até 365 de novas aeronaves regionais a serem desenvolvidas.

Questionado pela reportagem de T&D sobre um eventual interesse da Embraer no segmento de lançadores, Aguiar foi taxativo ao afirmar que não vê a companhia entrando neste mercado. No passado, algumas empresas estrangeiras e a própria Alcântara Cyclone Space chegaram a falar com a Embraer. O caminho hoje parece livre para grupos como a Odebrecht e a Camargo Corrêa, além da Avibras, que têm olhado nessa direção.

Embraer, Visiona e o PNAE

Aguiar também falou sobre o interesse da Embraer, por meio da Visiona, em participar de outras missões do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), nomeadamente, de observação terrestre e meteorologia. A Visiona deve funcionar como plataforma de contratação e integração, e outras empresas o grupo poderão também participar (a Orbisat, por exemplo, tem expertise em tecnologia de imageamento por radar). Questionado pelo blog sobre a participação da Telebras, estatal de comunicações, numa empresa que buscará atuar em outros projetos espaciais, o executivo da Embraer respondeu afirmando que a Telebras pode em algum momento vir a deixar o capital da sociedade.

SGDC: a proposta da Thales Alenia Space

Durante o Paris Air Show, T&D teve a oportunidade de conversar com Sérgio Bertolino, vice-presidente para o segmento de comunicações para a América Latina da Thales Alenia Space (TAS), uma das três finalistas da concorrência do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Em bom português, Bertolino destacou o enorme interesse do grupo em conquistar o negócio, enfatizando a proposta de transferência de tecnologia em campos não apenas de comunicações, mas observação terrestre (sensores óticos e radares) e meteorologia, dentre outros. O executivo relevou que, em fevereiro, quando da solicitação de propostas pelo governo brasileiro, a TAS decidiu contratar a fabricação dos tubos de banda Ka (TWT) a serem usados na construção do satélite caso venha a ser selecionada. A decisão, que envolve certo risco, teria por objetivo garantir a entrega do SGDC no prazo de 31 meses contados de sua contratação.

SGDC: especulações sobre a proposta da Loral

Nos bastidores, muito se comentou sobre a proposta da norte-americana Space Systems / Loral. A fabricante teria oferecido um satélite com capacidade em banda Ka próxima de 80 gigabytes por segundo (o requisito inicial feito no RFP era de 40 gigabytes). Sua proposta de transferência tecnológica também seria satisfatória e iria além do que foi solicitado pelo governo. Ainda, bastante conhecida no mercado por seus preços competitivos, acredita-se que a sua oferta seria mais barata, aspecto que deve ter significativa influência na decisão (note-se que a valorização do dólar frente ao real. Adicionalmente, já se discute uma ampliação orçamentária para o SGDC, tendo em vista a insuficiência dos recursos inicialmente destinados: R$716 milhões). Não se trata de um consenso, mas a Loral é considerada como favorita.

SGDC: o processo de escolha

A decisão de quem fornecerá o SGDC, prevista para o final de julho, funcionará da seguinte forma: a Visiona analisará as propostas e apresentará um relatório bastante detalhado para o Comitê Diretor do Projeto (três membros, um indicado pelo Ministério das Comunicações, outro pela pasta da Defesa, e o terceiro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), instância decisória máxima do SGDC. As contrapartidas tecnológicas e de transferência tecnológica, conhecidos como offsets, estão a cargo da Agência Espacial Brasileira (AEB), que também deverá opinar. Neste momento, a Visiona não está envolvida em tais discussões, estando responsável pelas avaliações técnicas e financeiras.

ACS e as obras em Alcântara

A binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) é uma das empresas de capital brasileiro que estão presentes no evento, no pavilhão ucraniano. Questionado sobre a situação das obras do complexo de lançamento do Cyclone-4 em Alcântara, Olexander Serdyuk, diretor da ACS, informou que as mesmas estão paralisadas aguardando a liberação de recursos adicionais provenientes do aumento de capital recentemente aprovado. Caso os recursos sejam liberados até julho, a expectativa é que o primeiro voo do foguete Cyclone 4 ocorra até o final de 2014. Segundo o diretor, o desenvolvimento do lançador segue de acordo com o planejado e deve ser concluído até o final do ano.

Satélite italiano a bordo do Cyclone 4

Serdyuk também revelou que a ACS assinará hoje (20), com uma universidade italiana, um contrato para o lançamento de um pequeno satélite científico, somando-se ao satélite japonês Nano-JASMINE. Também foi revelado que um satélite científico ucraniano e outro da Estônia, ambos de pequeno porte, devem compor a primeira missão.

Arianespace, Vega e Göktürk-1

Na terça-feira (18), a Arianespace anunciou sua seleção para o lançamento do satélite de observação Göktürk-1, do governo da Turquia, a bordo do foguete italiano Vega, a partir de 2015. Trata-se do nono contrato assinado apenas este ano e o segundo contrato comercial para o lançador Vega num mercado aberto. No mesmo dia, em conferência para a imprensa, Stéphane Israël, CEO da companhia, destacou o excelente momento e boas perspectivas, assuntos que serão abordados pelo blog em nota específica dentro dos próximos dias.
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Recursos da FINEP para o LIT/INPE

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INPE recebe R$ 45 milhões da FINEP para ampliação de laboratório

17/06/2013

O Brasil não precisará contratar empresas estrangeiras para construir o seu Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, de seis toneladas. O Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), já está sendo preparado para montá-lo. O laboratório precisará triplicar a sua capacidade, que atualmente é de até duas toneladas, para realizar as operações. Para isso, receberá investimento de R$ 185 milhões até 2017, sendo que R$ 45 milhões já foram liberados pela FINEP para a primeira fase da ampliação.

O laboratório é o único que poderá atender às demandas de satélites brasileiros de maior porte. “O Brasil não faz satélites. Só fez até hoje um de 200 quilos para coleta de dados ambientais, outro de duas toneladas, e que sempre ficam entre 600 e 800 quilômetros de altitude. Agora, nós vamos fazer satélites de órbitas de 36 mil km, com cerca de seis toneladas e dimensão de seis metros”, afirmou Geilson Loureiro, Chefe do LIT e coordenador do projeto.

O Laboratório de Integração e Testes possui infraestrutura essencial para integrar, testar e montar satélites de grande porte, com salas limpas e equipamentos. Porém, ampliações são necessárias, como explicou Loureiro. “Precisamos de um vibrador de até 320 quilonewtons – o dobro do que temos hoje - para os ensaios dinâmicos, uma câmera de medida de antenas em campo próximo (distância entre a antena transmissora e a receptora) – que não possuímos atualmente – e também teremos que aumentar o pé direito da sala de integração para 18 metros, que hoje é de 10 metros.”

Após feita a expansão, o LIT terá capacidade equivalente aos melhores laboratórios de testes aeroespaciais e de defesa do mundo, ao lado da Alemanha, França, Estados Unidos, Japão, China, Rússia e Índia. A ampliação do laboratório faz parte da estratégia nacional de ciência, tecnologia e inovação do Governo Federal.

Fonte: FINEP
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terça-feira, 18 de junho de 2013

Presidente da AEB visita a Visiona


Presidente da AEB visita instalações da Visiona no Parque Tecnológico

São José dos Campos, 17 junho, 2013- A Visiona Tecnologia Espacial, empresa dos grupos Embraer e Telebrás, recebeu, na tarde da última sexta-feira, dia 14 de junho, a visita do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho.

Na ocasião, o Presidente da AEB foi recebido pelo Diretor Presidente da Visiona, Nelson Salgado, e teve a oportunidade de conhecer as novas instalações da Visiona, no Parque Tecnológico – São José dos Campos, assim como debater temas de interesse vinculados ao programa do novo satélite geoestacionário brasileiro, em que a Visiona desempenha papel estratégico, liderando as atividades de integração e coordenação com as demais empresas fornecedoras, nacionais e internacionais.

O satélite geoestacionário brasileiro terá finalidades civil e militar, permitindo disponibilizar internet em banda larga a milhões de lares brasileiros bem como atender a necessidades de comunicações estratégicas de defesa. Criada em maio de 2012, a Visiona Tecnologia Espacial é fruto de uma joint venture entre a Embraer, detentora de 51% do capital social da companhia, e a Telebrás, que detém os 49% restantes.

“Fiquei muito satisfeito em conhecer as instalações da Visiona, cuja operação toda inspira a inovação no modelo de gestão das atividades espaciais do Brasil”, ressaltou o presidente da AEB, José Raimundo Coelho.

“A Agência Espacial Brasileira é a força condutora do Programa Nacional de Atividades Espaciais, do qual faz parte o SGDC, primeiro grande sistema espacial com integração a cargo da Visiona. Foi uma satisfação para nós da Visiona recebermos a visita do presidente da agência às nossas instalações”. Nelson Salgado, Presidente.

SOBRE A VISIONA

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. é uma empresa dos grupos Embraer e TeleBras, constituída com o objetivo inicial de atuar na integração do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo brasileiro. O sistema visa atender às necessidades de comunicação satelital do Governo Federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e um amplo espectro de comunicações estratégicas de defesa.

A Visiona tem como objetivo também atuar como empresa integradora de satélites para atender as demandas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE/AEB) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE/FAB).

Fonte: Parque Tecnológico de São José dos Campos
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segunda-feira, 17 de junho de 2013

INPE, LIT e SGDC

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Inpe faz aporte em laboratório de satélite

Virgínia Silveira

O Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começa este ano a ser preparado para integrar, testar e montar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, de seis toneladas, o que dispensará a necessidade de contratação desses serviços de empresas do exterior. O laboratório é o único desse gênero na América do Sul, atualmente, e está capacitado para realizar operações de até duas toneladas.

Para triplicar sua atual capacidade, o laboratório receberá investimento de R$ 185 milhões até 2017, disse o chefe da unidade, Geilson Loureiro. O pontapé inicial já foi dado com a liberação de recursos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a primeira fase da ampliação, que demandará investimento de R$ 45 milhões. Desse montante, R$ 10 milhões serão aplicados neste ano e R$ 35 milhões em 2014.

O laboratório poderá atender às demandas de satélites brasileiros de maior porte, como o geoestacionário, projetos futuros de um satélite meteorológico e outro de radar, e também prover serviços relativos a satélites comerciais em todo o mundo.

Loureiro tem a expectativa de que o laboratório possa ajudar a atender a demanda por serviços de qualificação de produtos espaciais da empresa francesa Intespace.

Controlada pelas gigantes EADS Astrium (87%) e Thales Alenia Space (13%), a Intespace prestou consultoria ao Inpe na concepção de seu laboratório, na década de 80, e continua na parceria, segundo Loureiro.

O programa espacial da Argentina também tem sido um usuário frequente das instalações do laboratório do Inpe. No ano passado, o satélite de telecomunicações Arsat-1 realizou uma campanha de testes no laboratório brasileiro, durante oito meses. Foi a primeira experiência dessa unidade com um satélite de telecomunicações e o quarto satélite argentino que passou pelo laboratório.

A estrutura de um laboratório como o do Inpe é considerada essencial para que se consiga projetar, fabricar e integrar um satélite. Por meio de suas salas limpas e equipamentos é possível simular as condições reais de vibração, aceleração e choque durante o lançamento de um equipamento, assim como as condições de temperatura e vácuo presentes no ambiente espacial.

O projeto de expansão do laboratório contempla a compra de um vibrador de maior porte, para simular a vibração do satélite durante o lançamento, e de uma nova câmara para medir parâmetros de antenas em campo próximo (distância entre a antena transmissora e a receptora). A atual câmara mede interferência em campos distantes.

O laboratório também precisará de uma nova área de integração e testes com pé direito mais elevado, de 18 metros, para abrigar satélites de maior porte. A área atual é de 8 metros. "Com essa nova facilidade teremos capacidade para testar até quatro cargas úteis ao mesmo tempo", disse Loureiro.

Com os novos investimentos, segundo Loureiro, a unidade reforça a sua posição no restrito clube de laboratórios de testes aeroespaciais e de defesa existentes no mundo, ao lado da Alemanha, da França, dos Estados Unidos, do Japão, da China, da Rússia e da Índia. A Coreia, o Casaquistão e a Argentina também estão desenvolvendo laboratórios similares, mas de menor porte e somente para atender a projetos espaciais.

O programa espacial responde por um terço das demandas de serviços do laboratório do Inpe, na área de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas. A mesma proporção é dedicada ao atendimento dos projetos internos do Inpe e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, e o restante atende à indústria, que gera uma receita entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões por ano para o Inpe.

Disponível em apenas 13 países, a câmara blindada anecóica do laboratório tem capacidade para fazer testes de compatibilidade e interferência eletromagnética em componentes eletroeletrônicos, assim como em veículos de grande porte, como caminhões, ônibus, carros militares de combate e satélites. A câmara anecóica é uma sala projetada para conter reflexões, tanto de ondas sonoras quanto eletromagnéticas, além de ter isolamento de ruídos externos.

O laboratório atende às indústrias dos setores automobilístico, de telecomunicações, informática e hospitalar, nas áreas de certificação e qualificação de novos produtos. A Embraer e suas fornecedoras também são clientes, para realizar testes de qualificação em equipamentos de comunicação instalados nas aeronaves.

Sem a infraestrutura que existe hoje no laboratório do Inpe, muitas empresas teriam que recorrer a unidades de outros países. A expansão do laboratório integra a lista de projetos estruturantes do governo federal, dentro da estratégia nacional de ciência, tecnologia e inovação, disse Loureiro.

Fonte: Valor Econômico
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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Alcântara: oitavo lançamento de um FTI

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FOGUETE DE TREINAMENTO INTERMEDIÁRIO É LANÇADO COM SUCESSO EM ALCÂNTARA

Brasília, 13 de junho de 2013 - O Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) foi lançado com sucesso, nesta quinta-feira (13), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Este é o oitavo Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) lançado em Alcântara. A ação faz parte da Operação Águia I/ 2013, que tem como objetivo realizar o lançamento e o rastreio do foguete para o treinamento operacional do Centro de Lançamento e, ainda, obter dados para qualificação e certificação do veículo.

Ao ser lançado, o foguete atingiu 52.595 quilômetros. Ele caiu a 82 km do ponto de impacto previsto no oceano. O Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) faz parte do Projeto Foguete de Treinamento (FOGTREIN). Sua por missão é treinar operacionalmente o efetivo e testar a prontidão da infraestrutura dos Centros de Lançamento de Alcântara e da Barreira do Inferno para lançamentos, exercitando as principais funções de comunicação, telemetria, rastreamento e gerenciamento dos procedimentos de segurança e comandos para lançamentos. O último lançamento realizado no CLA foi de um FTB em 23 de maio deste ano durante a Operação Falcão I/2013.

A operação Águia I/ 2013 é realizada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) por meio do CLA e conta com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Primeiro Comando Aéreo Regional (I COMAR), da Segunda Força Aérea (FAE II), da Capitania dos Porto do Maranhão (CPMA), do Institituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e participação de equipes do Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAv) e do Terceiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (3°/7° Gav).

Fonte: CLA, via AEB.
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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Preparativos para voo do VLS-1 em 2014


IAE inicia o carregamento dos propulsores do VSISNAV

Campo Montenegro, 13/06/2013

O projeto VLS-1 entrou em uma importante fase para realização do voo do VSISNAV em 2014. Foram iniciados os procedimentos para se carregar seus propulsores com combustível sólido. Este trabalho é realizado na Usina Coronel Abner – UCA, que consiste em uma área industrial modernamente equipada, pertencente ao DCTA, distante 25 km do campus principal. A UCA é o setor responsável pela fabricação de propelentes sólidos compósitos, fabricação e aplicação de proteções térmicas flexíveis, preparação, carregamento e estocagem de motores.

A Usina Coronel Abner é um patrimônio importante do Programa Espacial Brasileiro. A capacidade que o Brasil tem hoje em fabricar, processar, carregar e utilizar motores foguetes de alto desempenho é estratégica e deve ser preservada.  Como os demais setores, laboratórios e oficinas, a UCA requer investimentos apropriados e oportunos para que possamos sempre contar com sua pronta resposta às nossas necessidades.

O carregamento é um procedimento complexo e envolve um alto grau de padronização. O processo requer equipamentos especiais e mão de obra altamente especializada. Nos últimos dois anos foram carregados 16 motores S30, 8 motores S31 e um motor S40, totalizando-se aproximadamente 27 toneladas de propelente sólido. Até dezembro de 2013 serão carregados cinco motores S43 com propelente ativo, os quais irão compor o primeiro e segundo estágios do VLS-1/VSISNAV. Na sequência, os motores S40 e S44, dos terceiro e quarto estágios, respectivamente, serão carregados com propelente inerte. Ao todo serão processadas, carregadas e curadas mais de 35 toneladas de combustível ativo, e cerca de 6 toneladas de combustível inerte.

Antes de ser enviado à UCA, o envelope motor deve ser produzido dentro dos padrões de qualidade exigidos, seguindo-se a seguinte sequência: fabricação da chapa de aço 300M, laminação, calandragem e soldagem do cilindro, inspeções não destrutivas, tratamento térmico em forno especial, ensaios hidráulicos, usinagem final e aplicação de proteções térmicas internas. Após liberado pelo setor de garantia da qualidade do IAE, o motor segue para carregamento. Na usina, realizam-se as seguintes tarefas: preparação da superfície interna; preparação e fabricação de proteções térmicas flexíveis; aplicação de adesivos e revestimento; e  posicionamento do cilindro na câmara de carregamento. Paralelamente, é realizada a síntese de matérias primas utilizadas no processamento do propelente sólido. O motor é então carregado e a cura do propelente é detalhadamente acompanhada. Finalmente, faz-se o acabamento final e o motor é devidamente armazenado.

O VSISNAV é um protótipo do VLS-1 que será lançado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara - CLA em 2014, com os objetivos principais de qualificar em voo: o SISNAV, sistema inercial autônomo que será o componente de navegação primário nos próximos veículos lançadores; sistema de separação do primeiro e segundo estágios; soluções de amortecimento das redes pirotécnicas; terminação de voo; estabilidade de queima dos motores S-43, sob aceleração; e aquisição dos dados de telemetria. Além disso, serão testados em operação de lançamento: o novo Sistema de Plataforma, que inclui a Torre Móvel de Integração - TMI, Casamata, Banco de Controle e Prédios de Preparação; e as Estações Operacionais do CLA, CLBI e Estação Móvel de Telemetria - EMT.

Fonte: IAE/DCTA.
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Ensaios aerodinâmicos do VLM-1


IAE realiza ensaios Aerodinâmicos do VLM-1

Campo Montenegro, 12/06/2013

A Divisão de Aerodinâmica (ALA) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) vem realizando campanha de ensaios com modelo do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) em seu Túnel Transônico Piloto (TTP). Esta campanha, de caráter preliminar, representa o primeiro passo de uma ampla análise experimental a ser desenvolvida em colaboração com a Divisão de Sistemas Espaciais (ASE) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Os trabalhos serão executados pela equipe da ALA em apoio às atividades de um aluno de graduação do ITA, para elaboração de seu Trabalho de Graduação em Engenharia Aeroespacial, com o tema “Procedimento Experimental para a Análise Aerodinâmica do Veículo Lançador de Microssatélite VLM-1”.

O TTP é um túnel moderno, considerado semi-industrial, com área da seção de testes de 30 cm x 25 cm e com controles automáticos para ajustes de número de Mach (de 0,2 a 1,3), pressão total (de 0,5 bar a 1,2 bar), temperatura total e umidade, sendo adequado para ensaios de modelos com geometria simples, como os veículos espaciais. Para esta classe de veículos, o conhecimento do comportamento aerodinâmico na faixa transônica, embora presente em um breve período, é fundamental para que o artefato possa navegar ao longo de toda sua trajetória e, portanto, para que cumpra sua missão.

O TTP já tem executado ensaios com outros veículos, como o Sonda III e o VS-40, com apoio da AEB e do CNPq, e tem apoiado a formação e capacitação em ensaios transônicos dos cursos de Engenharia Aeroespacial do ITA e de Pós-graduação do IAE.

Nesta primeira campanha de ensaios serão investigados parâmetros globais de desempenho por meio da visualização do escoamento no entorno do modelo por meio da técnica Schlieren de visualização e os esforços serão determinados por meio da balança interna multi-componentes. A obtenção da distribuição de pressão sobre a superfície do modelo será feita com base na moderna técnica de tinta sensível a pressão (PSP). Alguns ensaios de esforços já foram realizados com a obtenção da curva de coeficiente de arrasto para ângulo de ataque nulo (CD_zero), polares de arrasto e efeitos de variação do número de Reynolds.

Fonte: IAE/DCTA.
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Visita à Thales Alenia Space

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Semana passada, um repórter da revista Tecnologia & Defesa, publicação a qual o blog Panorama Espacial está vinculado, esteve em instalações da companhia europeia Thales Alenia Space (TAS) em Cannes, no sul da França, e Roma, na Itália, para conhecer as capacidades da companhia e seus planos para o Brasil.

A TAS é uma das três finalistas na concorrência do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), ao lado da norte-americana Space Systems / Loral e da japonesa Melco.

Para acessar a reportagem, rica em imagens e com informações exclusivas sobre a proposta da TAS para o SGDC e outros projetos do Programa Espacial Brasileiro, clique aqui.

Em breve, teremos mais conteúdo exclusivo sobre o SGDC e outros projetos do Programa Espacial Brasileiro.
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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nova diretoria da Associação Aeroespacial Brasileira


Em 6 de junho, a Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), com sede em São José dos Campos (SP), elegeu e empossou sua nova diretoria e novos membros do Conselho Deliberativo. Foram eleitos para a diretoria:

_ Aydano Carleial (Presidente);
_ Otávio Durão (Vice-Presidente);
_ Rafael Sfair (Diretor-Secretário);
_ José Nivaldo Hinckel (Diretor Técnico-Científico);
_ Luiz Siqueira Martins Filho (Diretor-Tesoureiro);
_ César Celeste Ghizoni (Suplente);
_ Décio Mourão (Suplente); e
_ Flávio de Azevedo Correa Junior (Suplente).

Os membros eleitos para o Conselho Administrativo são:

_ Ana Paula Marins Chiaradia;
_ Abel de Lima Nepomuceno;
_ Sérgio Costa;
_ Adalberto Pacífico Comiram (Suplente);
_ Carlos de Oliveira Lino (Suplente); e
_ Ediraldo Bernardi Carvalho.

Fundada em 2004 e com sede em São José dos Campos, a AAB tem por objetivo incentivar o desenvolvimento das atividades aeroespaciais brasileiras, contando entre seus membros com profissionais do setor espacial e aeronáutico. Desde a sua criação, tem promovido iniciativas relacionadas à discussão e a promoção do Programa Espacial Brasileiro. Em dezembro de 2010, a Associação divulgou o documento "Visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro", que foi considerado na edição do Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE 2012-2021.
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ACS e lançadores no Valor Econômico

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Brasil e Ucrânia ampliam capital da binacional ACS

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José

O governo brasileiro aprovou, no dia 29 de maio, aumento de capital na empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), no valor de aproximadamente US$ 420 milhões. Com a decisão, que também já havia recebido sinal verde do governo ucraniano, sócio na companhia, o capital da ACS passará dos atuais US$ 498 milhões para US$ 920 milhões. Os custos desse aumento serão divididos em partes iguais entre os dois países, informou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp.

O aumento de capital, segundo Raupp, acontece porque os recursos destinados às atividades da ACS - desenvolvimento do foguete Cyclone 4 e a construção de uma base de lançamento para o foguete em Alcântara - foram considerados insuficientes.

Com a injeção de novos recursos, de acordo com Raupp, as obras no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, para o Cyclone 4 poderão ser retomadas. As obras tinham sido paralisadas por conta da falta de pagamento às empreiteiras, informação que o ministro não confirma.

"As obras não foram paralisadas. Apenas diminuíram de intensidade por causa do regime de chuvas na região. A ACS é devedora às empreiteiras, mas como essas empresas são grandes, as obras não são paralisadas porque se deixou de pagar um mês", explicou.

O aumento de capital e a melhoria da questão meteorológica, na opinião do ministro, devem resolver de vez os problemas relacionados à preparação da base de Alcântara para o Cyclone 4.

Atualmente, segundo o ministro, 40% das obras do sítio do Cyclone 4 estão concluídas. Na área de lançamento do VLS, o governo finalizou a construção da Torre de Lançamento, assim como pequenas melhorias e modernizações dos sistemas de operação da base. A nova torre de lançamento custou cerca de R$ 44 milhões.

O Centro de Lançamento de Alcântara apresenta uma localização estratégica, próximo da linha do Equador e a vantagem de ter o Oceano Atlântico a leste e ao norte. Desta forma, parte dos foguetes lançados dali caem no mar, longe de áreas habitadas. Segundo estudos feitos pela ACS, a estimativa para lançamento de satélites até 2020 é da ordem de 1.145, dos quais 244 são satélites comerciais. O objetivo da binacional é lançar de três a quatro satélites por ano.

"O programa com a Ucrânia se justifica comercialmente por ter a oportunidade de prestar esse serviço de lançamento e por razões estratégicas e de interesse do Brasil de ter em Alcântara dois sítios de lançamento, um para o VLS e outro para o Cyclone 4", disse.

A operação comercial de lançamentos de satélites em Alcântara, no entanto, depende de um acordo com os Estados Unidos, já que mais de 80% dos satélites comerciais lançados hoje no mundo são de origem americana.

"O Ministério das Relações Exteriores já retomou as negociações com os EUA em relação à definição de um novo acordo de salvaguardas tecnológicas. O acordo do passado está sendo rediscutido em outras condições", disse o ministro. Raupp se refere ao acordo de salvaguardas tecnológicas barrado pelo Congresso em 2002, principalmente por conta das restrições feitas ao desenvolvimento do Brasil na área espacial.

Com o novo acordo, segundo ele, o negócio da ACS tem mais condições de ser viabilizado, já que os clientes americanos representam uma parcela significativa desse mercado. "Se fizermos acordo com os EUA, não será difícil depois fazer o mesmo com o Japão e a Europa", disse. O ministro lembra que o Brasil já tem acordos de salvaguarda tecnológica com a Ucrânia e a Rússia.

Com a Ucrânia, especialistas argumentam que o acordo assinado não é vantajoso para o Brasil, porque não permite que o país tenha acesso às tecnologias espaciais associadas ao Cyclone 4, de forma proporcional à participação financeira brasileira no programa.

Programa de lançadores sofre escassez de investimento

De São José dos Campos

O programa brasileiro de lançadores também sofre com a falta de investimentos. Segundo o Valor apurou, os recursos que estavam previstos no PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais) para os foguetes em 2013 ainda não foram liberados. Os foguetes VLS Alfa e VLS Beta, por exemplo, que tinham R$ 19 milhões planejados, não receberam nada até agora.

No VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), dos R$ 25 milhões programados, chegaram somente R$ 10 milhões. O VLS-1 recebeu R$ 16 milhões, de um total de R$ 45,7 milhões previstos no orçamento do PNAE. Os voos de qualificação do foguete, que estavam previstos para o primeiro trimestre de 2014, foi replanejado para entre 2016 e 2017.

Para tentar resolver o problema, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, disse que propôs em parceria com o ministro da Defesa, Celso Amorim, reformulação do orçamento previsto para o desenvolvimento de foguetes no PNAE.

O ministro admite que existe um déficit e que a revisão dos valores de investimento é necessária. "Necessitamos de um pouco mais de investimento para dar prosseguimento aos projetos. Já estamos negociando os novos valores com os órgãos financeiros do governo", disse.

Segundo ele, a proposta que será levada à presidente Dilma prevê um valor de R$ 293 milhões para a qualificação do VLS-1 e do VLM. No PNAE, os dois projetos têm recursos previstos da ordem de R$ 270 milhões.

O pedido de revisão já foi assinado pelo ministro, que aguarda apenas a assinatura de Amorim, para encaminhar a exposição de motivos à presidente Dilma.

O volume reduzido de aportes em projetos como o VLS e o VLM, segundo o Valor apurou, também já afeta as empresas fornecedoras do programa espacial que, devido à falta de contratos e de novos projetos, estão fazendo demissões. Este é o caso das empresas Orbital, Mectron e Equatorial.

A reformulação do orçamento ao programa de lançadores, de acordo com o ministro, foi proposta pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão responsável pelo desenvolvimento dos foguetes do programa espacial.

Para dinamizar ainda mais o processo de domínio do Brasil na área de lançadores de satélites, o governo incentiva a formação de uma empresa integradora de lançadores, a exemplo do que foi feito com a Visiona, na área de satélites.

A Visiona, criada a partir de uma associação entre a Telebrás (49%) e a Embraer (51%), tem como foco o programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O primeiro satélite, que está sendo adquirido de fornecedores externos, está previsto para ser lançado entre o fim de 2014 e início de 2015.

O ministro disse que empresas como a Odebrecht já teriam manifestado o interesse em participar de uma composição empresarial na área de lançadores, assim como a Avibras.

"Seria uma formulação empresarial com diferentes acionistas, inclusive uma empresa internacional, mas a articulação do programa continuaria nas mãos do DCTA." Entre as empresas internacionais interessadas, o ministro citas as europeias Astrium e Avio. (VS)

Fonte: Valor Econômico, via NOTIMP.
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segunda-feira, 10 de junho de 2013

SES-6, Oi e o mercado de comunicações por satélite

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No segmento de comunicações comerciais por satélite, a principal notícia na semana passada foi o lançamento do satélite SES-6, da operadora SES, com sede em Luxemburgo, no dia 2, missão com significado especial para o mercado brasileiro: o SES-6, construído pela europeia Astrium e baseado na tradicional e confiável plataforma Eurostar E3000, teve toda a sua capacidade em banda Ku (28 transpônderes operacionais) contratada pela empresa de comunicações Oi, tornando-se a principal cliente do satélite.

O contrato é considerado relevante, uma vez que aquisições de capacidade nesta extensão são incomuns. Indicativo da relevância do contrato, que foi inclusive objeto de reportagem no boletim especializado Space News, foi a colocação do logotipo da Oi na coifa do lançador Proton (no canto superior, acima do logotipo da SES), algo raro (usualmente, são inseridos os logotipos dos operadores do satélite e do lançador, e não de clientes).

Mercado aquecido

O lançamento do SES-6 e o contrato com a Oi são os mais recentes elementos que demonstram o aquecimento do mercado de comunicações por satélite no continente latino-americano, embora não os únicos. Especificamente sobre o Brasil, em setembro de 2012 publicamos uma nota sobre o interesse da Telespazio Brasil em deter uma posição orbital brasileira e operar um satélite de comunicações até o início de 2016, possivelmente com um parceiro local.

A companhia europeia Astrium, do grupo EADS, também está em processo de constituição de uma empresa no Rio de Janeiro (RJ) para o fornecimento de serviços de telecomunicações via satélite para o mercado brasileiro.

No início do ano, foi colocado em órbita o Amazonas 3, primeiro satélite com capacidade em banda Ka para a América Latina, operado e comercializado pela Hispamar (joint-venture da Oi com a operadora espanhola Hispasat). O Brasil, aliás, hoje responde por metade do faturamento da Hispasat, sendo o seu maior mercado. A banda Ka é ideal para disponibilização de internet em banda larga.

Para os próximos meses, é aguardada a publicação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de editais sobre novas posições orbitais brasileiras para satélites geoestacionários operando em banda Ka, processo que deve gerar grande disputa entre operadores. Em agosto de 2011, a Anatel licitou quatro direitos, arrecadando mais de R$254 milhões.
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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Recursos humanos para a AEB


Presidenta Dilma sanciona PL que insere a AEB no plano de carreira de Ciência e Tecnologia

Brasília, 6 de junho de 2013 - O Programa Espacial Brasileiro dá um importante salto nesta quinta-feira (6). A Presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou o projeto de lei que insere a Agência Espacial Brasileira (AEB) no plano de carreira de Ciência e Tecnologia e cria quadro próprio de pessoal para a instituição. Assim, a AEB está próxima de realizar o seu primeiro concurso público.

“O concurso é de vital importância para o PEB. Desde 2000, a AEB luta para ter um quadro próprio. Como órgão central do sistema e do Programa Espacial Brasileiro, é necessário que a instituição tenha um quadro de servidores efetivos consistente, com qualificação adequada às atividades desenvolvidas pela Agência evitando, inclusive, problemas de descontinuidade na execução do Programa”, afirma o presidente da AEB, José Raimundo Coelho.

O próximo passo é a inclusão do concurso na previsão orçamentária de 2014. Depois, o certame deverá ser aprovado pelo Ministério Público. Antes da sanção presidencial, o projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Novo recorde do Ariane 5


Foi realizado com sucesso ontem (05) a noite, a partir de Kourou, na Guiana Francesa, mais um lançamento bem sucedido - o 55º seguido - do lançador europeu Ariane 5, operado pela Arianespace. O foguete levou ao espaço a quarta unidade do ATV (Automated Transfer Vehicle), veículo de transporte de cargas para a Estação Espacial Internacional.

A missão de ontem tem um significado especial: tratou-se da carga útil mais pesada 20.252 kg (incluindo os 19.887 kg do ATV) já orbitada por um lançador Ariane.

"Eu estou muito satisfeito com este sucesso, o 69º lançamento de um Ariane 5 e, tão importante como, o 55ª sucesso consecutivo deste lançador, que continua a alcançar recordes não apenas por sua confiabilidade, mas também por sua disponibilidade, conforme demonstrada mais uma vez com a perfeita contagem regressiva desta noite", afirmou o diretor-presidente da Arianespace, Stéphane Israël.

Albert Einstein no espaço

O quarto ATV foi batizado de Albert Einstein, seguindo a tradição de homenagear eminentes figuras europeias: os modelos anteriores homenagearam Jules Verne (setembro de 2008), Johannes Kepler (fevereiro de 2011) e Edoardo Amaldi (março de 2012). Para junho do próximo ano, está prevista a missão do quinto ATV, o Georges Lemaítre.
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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Polo espacial do RS avança

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Estado dá mais um passo para implantação de polo espacial no RS

Governador Tarso Genro recebe autoridades da área espacial e de tecnologia nesta quarta

Da Redação

Porto Alegre  - O governo do Estado dá mais um passo, nesta quarta-feira, dia 5, rumo a implantação de um polo espacial no Estado. Em um almoço com o governador Tarso Genro, às 12h30 desta quarta, no Palácio Piratini, o vice-presidente de Operações da AEL Sistemas, Vitor Neves, o presidente da Telebrás, Caio Bonilha e o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Braga Coelho deverão discutir a iniciativa. Durante o encontro, ainda deverá ser instalada a Comissão Especial para execução do programa de criação do polo, conforme protocolo de intenções assinado em Israel no início de maio. Participam também o secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov, e o secretário em exercício da Secretaria do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Enéas Costa de Souza.

O protocolo de intenções assinado durante a missão a Israel visa "promover a pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica no setor espacial no Rio Grande do Sul, através de incentivos financeiros, fiscais e de infraestrutura para a criação do Polo Espacial". Esta é uma proposta que vem sendo desenvolvida pelo governo em função do alto potencial que o Estado possui. "Existe um conjunto de empresas e uma série de pesquisas nas universidades na área espacial, assim como os laboratórios da Cientec, que nos credenciam para sediar o segundo polo espacial do Brasil", diz o secretário Cleber Prodanov. O País já possui um polo, em São José dos Campos (SP), e uma política estratégica na área, com o programa espacial brasileiro, com atividades desde a década de 60. Em 1994 foi criada a Agência Espacial Brasileira, que coordena todas as atividades do setor no Brasil.

Potencial gaúcho

Com o recente edital do governo federal que prevê a compra de 16 satélites, num investimento que chegará a R$ 9 bilhões, o Rio Grande do Sul se lança como um potencial fornecedor de insumos e técnicos para a construção desses satélites, que precisam ter, obrigatoriamente, uma parte oriunda de empresas nacionais. De acordo com o documento firmado em Israel, a implantação do Polo Espacial no Rio Grande do Sul vai trazer "um claro benefício econômico e desenvolvimentista para o Estado, com a possibilidade de investimentos, parcerias e de apoio tecnológico de empresas internacionais." O portfólio de empresas gaúchas é representado em parte pela GetNet, Digicom e TSM, que podem, entre outras empresas, fornecer insumos necessários para as atividades do polo espacial no Estado.

A Comissão Especial para a execução do Programa de Criação do Polo Espacial será formada por membros do Estado e empresários indicados pela AEL. Também foram convidados a participar da reunião desta quarta-feira reitores Universidade Federal do Rio Grande do Sul, PUC e Unisinos, universidades que estiveram na missão em Israel, e da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Diário de Canoas
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segunda-feira, 3 de junho de 2013

'O Instituto de Pesquisas Espaciais está no fundo do poço'

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Entrevista de Gilberto Câmara, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, publicada no Estadão

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) "está no fundo do poço", segundo seu ex-diretor Gilberto Câmara, que pediu demissão do cargo há um ano. Não só o Inpe, diz, como vários outros institutos e universidades federais que se esforçam para produzir ciência e tecnologia, mas não conseguem, por causa de uma legislação "arcaica". Indignado, Câmara escreveu um artigo para o Jornal da Ciência, publicado na edição online em 22 de maio. Na sequência, conversou com exclusividade com o Estado.

O que o senhor quer dizer com "fundo do poço"?
Gilberto Câmara - Que o Inpe perdeu a capacidade de cumprir suas missões porque os meios necessários são limitados pelo sistema de administração direta e pelo controle da Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU), em que predomina a regra do 'não pode' e funcionários são contratados para a vida eterna.

O Inpe opera nesse sistema há muito tempo. O que mudou?
Gilberto Câmara - O sistema ficou muito mais apertado. Até certo tempo atrás, havia certa tolerância, por exemplo, em relação à captação de recursos externos via fundações e ao uso da lei de licitações para compra de bens tecnológicos. Mas essa tolerância está cada vez menor.

Quando as dificuldades começaram?
Gilberto Câmara - De uns cinco anos para cá, quando a AGU passou a interpretar leis de forma mais estrita. A posição é que qualquer recurso que entre nas universidades tem de ir para o orçamento da União e ser gasto segundo a lei de licitações. Essa posição liquida as instituições, tirando delas o mínimo de autonomia que existia.

Como ser mais eficiente?
Gilberto Câmara - O certo seria cultivar um sistema de mérito, só que isso é impossível na administração direta. Há incompatibilidade entre cultura de mérito e sistema baseado no controle dos meios - por exemplo, com licitações baseadas em menor preço e contratação de funcionários vitalícios. Não dá para comprar satélite como se compra carro, comparando três modelos e escolhendo o mais barato. Quero contratar pessoas por tempo determinado, não funcionários para o resto da vida.

O que o senhor quer dizer com cultura de mérito?
Gilberto Câmara - Uma cultura de mérito pressupõe que quem recebe recurso recebe para produzir determinado resultado. O sistema atual é totalmente antagonista à cultura de mérito necessária à produção de conhecimento. A exceção é São Paulo, porque a Fapesp julga fins, não meios. AGU, CGU e TCU não estão nem aí para resultados.

Qual seria a solução?
Gilberto Câmara - Essencialmente, um novo regime administrativo para institutos e universidades - e o melhor regime para isso hoje é o de organização social (OS). Não é o melhor que poderíamos criar, mas é o melhor que temos.

Quais são os reflexos no Inpe?
Gilberto Câmara - Há paralisia total nas decisões. Todos os editais do CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), por exemplo, estão sendo feitos pela Agência Espacial Brasileira, porque a AGU disse que o Inpe não pode mais contratar para o programa CBERS.

Os serviços prestados pelo Inpe estão ameaçados?
Gilberto Câmara - O risco é mais sutil. Serviços continuarão a ser prestados, mas não serão melhorados. A previsão do tempo não deixará de ser feita, mas a capacidade do Inpe de melhorar essa previsão está comprometida. O mesmo vale para o monitoramento da Amazônia: não vai acabar, mas não vai melhorar. Em resumo, o sistema está bichado.

(Herton Escobar/O Estado de S.Paulo)

Leia também o artigo "Perspectivas do fundo do poço", de Gilberto Câmara, publicado na página 4 do Jornal da Ciência de 31 de maio de 2013: http://www.jornaldaciencia.org.br/impresso/JC738.pdf
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