sexta-feira, 27 de junho de 2008

Cooperação Brasil - França

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Brasil e França firmam acordo de cooperação na área espacial

27/06/2008 18:21:00

Representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) se reuniram, nos dias 23, 24 e 25 de junho, com membros do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), da França.

O encontro, que aconteceu em São José dos campos, teve como objetivo fortalecer a parceria estratégica entre Brasil e França na área espacial. Três temas de interesse foram considerados relevantes.

Inpe e CNES vão elaborar uma proposta de missão espacial conjunta, envolvendo a construção de um satélite para compor o sistema Global Precipitation Measurement (GPM), com possibilidade de utilização da Plataforma Multimissão (PMM) e de instrumentos meteorológicos científicos tanto franceses quanto brasileiros. A proposta deverá ser apresentada, em 2009, no Seminário de Prospectiva Científica a ser promovido pela França e pela AEB. Caso seja aceito pelos dois lados, o projeto iniciará sua fase de concepção conjunta.

O segundo ponto relevante diz respeito ao projeto brasileiro do Satélite Geoestacionário, destinado à área de comunicações e outras aplicações governamentais, como meteorologia, que ainda está em fase de concepção. O CNES poderá dar tsuporte técnico e participar das etapas de revisões de projeto. Além disso, ficou acertado que, no âmbito do projeto brasileiro da Plataforma Multimissão, haverá intercâmbio de especialistas entre os dois países e que profissionais do Inpe farão parte das atividades de padronização de pataformas espaciais conduzidas pelo CNES.

Para finalizar será constituído um grupo técnico de discussão para avaliar os métodos ligados à utilização de componentes comerciais em sistemas espaciais.

O encontro foi um desdobramento da reunião que aconteceu no dia 30 de maio, em Brasília, na sede da AEB, quando ficou acertado entre o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem e o presidente do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França, Yannick d' Escatha o início da elaboração de um plano de cooperação internacional para a área espacial.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Programa Terra

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Foi publicado hoje, 26, no web-site da Tecnologia & Defesa, um pequeno artigo sobre o chamado Programa Terra, acrônimo de Tecnologia de Reatores Rápidos Avançados, um projeto em estudo pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), na área de tecnologia nuclear para aplicações espaciais, como propulsão e produção de energia elétrica e calor. Para ler o artigo, clique aqui.
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terça-feira, 24 de junho de 2008

Câmera MUX do CBERS 3

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Lente espacial

Uma câmera feita no Brasil para fotografar a Terra vai equipar o satélite sino-brasileiro Cbers-3

Yuri Vasconcelos escreve para a “Revista Pesquisa Fapesp”:

O lançamento do próximo Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers-3), previsto para abril de 2010, será um momento importante não apenas para o programa espacial brasileiro – já que este é o quarto artefato da série e boa parte dele está sendo desenvolvida no país –, mas também para a Opto Eletrônica, empresa com sede em São Carlos, no interior paulista, responsável pelo projeto e fabricação de uma das câmeras do satélite capaz de fotografar a crosta terrestre.

O aparelho, batizado de câmera multiespectral MUX, representa um importante salto tecnológico para a indústria nacional, porque é o primeiro do gênero a ser inteiramente feito no país. As imagens geradas dos territórios do Brasil e da China serão destinadas ao monitoramento ambiental e ao gerenciamento de recursos naturais.

Para conseguir tal feito, a imagem terá uma resolução da superfície terrestre de 20 metros de lado, característica responsável pela nitidez, num parâmetro que não é pouca coisa, levando-se em conta que o Cbers-3 será colocado em órbita a 800 quilômetros de altitude. Isso equivale a enxergar um trem na superfície da Terra ou uma mosca a cerca de 400 metros. A faixa de largura imageada, que é a extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 quilômetros de largura.

“A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do programa espacial brasileiro de fomentar o desenvolvimento de tecnologia de ponta dentro da indústria do país, capacitando nossas empresas para participar de forma competitiva no mercado espacial internacional”, ressalta o engenheiro Mario Selingardi, responsável técnico pelo projeto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Além disso, a fabricação desse subsistema do Cbers-3 por um parceiro nacional auxilia o país a obter independência tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico. A fa¬se atual do desenvolvimento da câmera é a de realização de testes funcionais no modelo de engenharia da MUX. Esse modelo é um protótipo que vem antes do modelo de qualificação e do equipamento que efetivamente vai voar. O modelo de engenharia deve seguir até o mês de julho para a China, onde vai passar por testes elétricos na integração com outros sistemas.

Nos experimentos realizados aqui a câmera é submetida a ensaios destinados a confirmar se suporta as cargas de lançamento e as condições de temperatura e vácuo no espaço, além de verificar se ela atende aos requisitos de envelhecimento e compatibilidade eletromagnética mantendo seu desempenho funcional. Segundo o Inpe, os ensaios, feitos no Laboratório de Integração e Testes do instituto, mostraram que não houve degradação do desempenho óptico do equipamento. “A câmera tem passado com sucesso pelos testes”, informa Selingardi, do Inpe.

A realização desses experimentos é um importante passo na longa caminhada iniciada em dezembro de 2004, quando a Opto venceu a licitação internacional para fabricação da câmera. A MUX começou a ser projetada já no mês seguinte e a primeira etapa do trabalho (a conclusão do projeto preliminar) ficou pronta no final daquele ano. Para ter idéia da complexidade do projeto preliminar, basta dizer que ele foi composto por mais de 450 documentos e 16 mil páginas.

Fonte: Agência FAPESP, via JC E-mail
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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mudanças na Diretoria da AEB

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Na quarta-feira passada, 18 de junho, o Major-Brigadeiro-do-Ar Antônio Hugo Pereira Chaves assumiu a Diretoria de Transporte Espacial e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira (AEB). Desde que Carlos Ganem assumiu a Presidência da Agência, uma renovação de seu corpo diretor foi iniciada. Thyrso Villela, astrofísico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) assumiu a Diretoria de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento, no lugar de Miguel Henze, que retornou ao INPE. Outras mudanças são aguardadas.
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sexta-feira, 20 de junho de 2008

CBERS: Conexão Nova Iorque

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Ontem (19), o Departamento do Tesouro do governo norte-americano “descongelou” ativos da empresa chinesa China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) e de sua subsidiária nos EUA, a G.W. Aerospace, que desde junho de 2006 estavam congelados em razão do envolvimento dessas empresas com o programa de mísseis do Irã. Uma legislação norte-americana criada há cerca de três anos permite que o governo congele ativos (contas bancárias, instalações, créditos, etc.) de entidades, empresas e indivíduos envolvidos com a proliferação de armas de destruição em massa.

A CGWIC é a empresa estatal chinesa responsável pela comercialização e execução de todos os lançamentos espaciais realizados a partir dos centros espaciais do gigante asiático.

Mas, afinal, qual é a relação da notícia com a América Latina, ou mais especificamente com o Brasil? Reza a lenda que entre os ativos da CGWIC congelados desde 2006 estava uma conta de compensação (“escrow account”) numa agência do Banco da China em Nova Iorque com recursos pagos pelo Brasil à CGWIC para o lançamento dos dois primeiros satélites de observação terrestre da série CBERS. Algo em torno de US$ 15 milhões. Em troca do lançamento, foi negociada uma contrapartida da China em benefício do Brasil: o país asiático deveria usar os recursos depositados para adquirir bens fabricados no País com alto conteúdo tecnológico, preferencialmente na área espacial. Até onde se sabe, esta contrapartida nunca ocorreu.
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quinta-feira, 19 de junho de 2008

Empresas espaciais francesas prospectam o mercado brasileiro

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Hoje, 19 de junho, começa na cidade de São José dos Campos, a Expo Aero Brasil 2008, uma das maiores feiras de aviação do País, que já está em sua 11a edição. Apesar do evento ser focado principalmente no mercado aeronáutico, a edição deste ano terá vários expositores do ramo espacial francês, graças a uma parceria da Embaixada da França no Brasil, e do Grupo das Indústrias Francesas Aeroespaciais (GIFAS) com a organização do evento.

Reunidas numa área chamada "Espaço França", 19 empresas de pequeno e médio porte apresentarão seus produtos e serviços, seis delas - Draka Fileca, E.S.P.A.C.E, Groupe Lauak, Saft Batteries, SMP e Themocoax - com atuação no setor espacial. Todas vieram ao Brasil para prospectar o mercado interno, e também estabelecer parcerias. Para mais informações sobre as empresas, suas atividades e seus objetivos no Brasil, acesse o catálogo da delegação francesa.
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terça-feira, 17 de junho de 2008

Artigo sobre Alcântara no Valor Econômico

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A edição de hoje, 17/06, do jornal Valor Econômico traz um interessante artigo sobre a parceria espacial Brasil - Ucrânia. Intitulado "Brasil marca data para lançar Ciclone 4", e de autoria do jornalista Raymundo Costa, o texto traz algumas informações relevantes referentes à data prevista para o primeiro lançamento do Cyclone 4, julho de 2010 (data bastante ousada, aliás), e também a importância de se firmar um acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos.

Recomendamos a leitura. Para acessá-lo, clique aqui.
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Programa Uniespaço

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Apresentados novos projetos no III Seminário Uniespaço

16/06/2008 14:26:49

A Agência Espacial Brasileira (AEB) promoveu, nos dias 12 e 13 de junho, em São José dos Campos (SP), o III Seminário Programa Uniespaço. Durante o evento foram apresentados projetos para a área espacial desenvolvidos por várias universidades brasileiras.

Professor e coordenador de um grupo de pesquisas da Universidade de Brasília, Carlos Gurgel Veras expôs o Desenvolvimento de um Motor Híbrido, com Empuxo Variável, para foguetes de sondagem; Marcelo Tosin, da Universidade Estadual de Londrina, juntamente com seus colaboradores, pretende desenvolver um Determinador de Atitude de Satélites. Pedro Teixeira Lacava do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), desenvolverá o projeto sobre Controle de Instabilidade de Combustão em Motores Foguete a Propelente Líquido.

Representantes de outras instituições como Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, também, participaram do seminário.

O evento faz parte do Programa Uniespaço que tem como principal objetivo estimular a formação e aperfeiçoamento de núcleos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias espaciais, nas universidades.

Com esse propósito, o Programa lança, periodicamente, anúncios de oportunidades (editais) definindo temas e condições para que as instituições interessadas possam inscrever seus projetos. Cada proposta é, então, avaliada por uma comissão - formada por um integrante do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um representante da Academia Brasileira de Ciências, o Comando Geral de Tecnologia Aéro-espacial (CTA), destaca alguém do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) - que fará uma análise técnico-científica de todas as propostas recebidas.

O processo de seleção passa por duas etapas, uma eliminatória e outra classificatória. A execução das propostas é acompanhada por assessores técnicos. Anualmente é realizado um encontro entre os membros da Comissão de Coordenação, Gerência de Programa, Gerentes de Projetos para avaliação de resultados alcançados. Fonte: AEB

Comentários: o Uniespaço não é o único programa de fomento voltado à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para o setor espacial brasileiro. A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia também tem exercido esta função através de um programa de concessão de subvenção econômica de (recursos não-reembolsáveis). Em 2006, foram selecionados vários projetos de P&D relacionados à cadeia aeroespacial, como o desenvolvimento de uma câmera espacial de imageamento para a região amazônica, computadores de bordo para satélites, softwares embarcados, motores de propulsão líquida, e outros. A FINEP lançou este ano um novo edital para a seleção de projetos de inovação, devendo destinar até R$ 80 milhões para programas estratégicos, como projetos de posicionamento georeferenciado, navegação, controle e guiamento, incluindo simuladores; e propulsão de artefatos, entre outros. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) também tem apoiado projetos aeroespaciais, através do Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (PIPE). Um dos exemplos bem-sucedidos deste apoio envolveu a Orbital Engenharia, que desenvolve e produz painéis solares para satélites como o CBERS e futuramente para a Plataforma Multi-Missão.
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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Brasil no COPUOS

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Presidente da AEB faz pronunciamento no Copuos

13/06/2008 13:32:00

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, fez um pronunciamento, nessa quinta-feira (12/06), na 51º sessão do Comitê para os Usos Pacíficos do Espaço Exterior (Copuos). O evento que começou na quarta-feita (11/06), em Viena (Áustria), acontece anualmente, sempre no mês de junho.

Em seu discurso, Ganem lembrou que a humanidade tem percorrido um longo caminho desde que o primeiro satélite foi lançado. Dessa época em diante, o espaço se tornou essencial para as áreas de telecomunicações, agricultura, saúde pública, educação, monitoramento dos recursos naturais e muitos outros segmentos.

“Felizmente, o Brasil tem usufruído desses benefícios há muitos anos. As aplicações do desenvolvimento tecnológico na área espacial são fundamentais para uma nação de proporções continentais e de grande diversidade geográfica como o nosso País”, destacou.

Ganem reforçou a importância da cooperação internacional para o desenvolvimento das atividades espaciais no Brasil e lembrou que com a criação da AEB, em 1994, o País não tem medido esforços para fortalecer suas relações de parceria com outros países. Vários acordos foram celebrados com Argentina, China, França, Índia, Peru, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e, também, com a Agência Espacial Européia (ESA). “Nós estamos firmando, ainda, acordos com Chile e Colômbia e olhando com atenção para outras possibilidades de cooperação”, disse.

Nesse sentido, ele destacou os esforços nacionais de construção do conhecimento no campo espacial em cooperação com parceiros Latino-Americanos. Muitas dessas iniciativas foram defendidas juntamente com o México, através da United Nations Regional Center for Space Science and Technology Education for Latin America an the Caribbean (CRECTEALC).

“Se hoje nós podemos colher os benefícios da cooperação internacional para o uso pacífico do espaço, isso se deve ao muito que tem sido feito pela comunidade internacional nas últimas cinco décadas e por este comitê”, concluiu.

Durante sua explanação, o presidente da Agência Espacial Brasileira, apresentou para os participantes do Coupos o Programa AEB Escola, uma inciativa desenvolvida com o apoio da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), que realiza anualmente a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. “Este ano, nós atingimos a marca de 500 mil participantes. Isso mostra que o espaço é capaz de entusiasmar as pessoas muito mais do que podemos imaginar”, enfatizou Ganem.

Órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), o Copuos foi criado em 1959, dois anos depois do início da “Era Espacial”, marcada pelo lançamento em órbita, no dia 4 de outubro de 1957, do primeiro satélite feito pelo homem, o Sputnik I, da ex-União Soviética.

Seu principal objetivo é regulamentar os Tratados na área do Espaço. O Copuos estimula pesquisas e dissemina informações sobre o assunto, além de discutir as questões políticas e jurídicas que emergem das atividades espaciais, permitindo a elaboração de tratados, convenções e recomendações.

Fonte: AEB
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Argentina: Projeto Tronador

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A Argentina deu no mês passado mais um passo na difícil missão de desenvolver um pequeno lançador de satélites. Em 16 de maio, na região de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, foi realizado com êxito, em operação coordenada pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), um ensaio de validação em vôo de um pequeno motor de propulsão líquida e sua correspondente estrutura aerodinâmica relacionado ao projeto do foguete balístico Tronador I. Após a conclusão do Tronador I, a empresa estatal VENG, especialmente constituída para os projetos de sistemas de lançamento, pretende construir o Tronador II, veículo espacial de maior porte, cuja trajetória será controlada através de sistemas de navegação, guiagem e controle desenvolvidos e produzidos no próprio país.

Apesar dos avanços, os projetos argentinos por enquanto estão restritos a foguetes de sondagem, havendo um longo caminho a se percorrer até o desenvolvimento e a produção de um veículo lançador de satélites completo.
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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Novo objetivo da Alcântara Cyclone Space

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) divulgaram há alguns dias notícias sobre a Alcântara Cyclone Space (ACS), mais especificamente sobre uma recente visita oficial de comitiva à Ucrânia para tratar sobre o projeto.

As notícias em si não apresentam grandes novidades, a não ser o novo objetivo, apontado pelo MCT e AEB, da joint-venture binacional. Segundo uma das notícias divulgadas, "o Projeto Cyclone-4 foi estabelecido para o desenvolvimento de um Veículo Lançador avançado e de um Sistema de Lançamento Espacial com o objetivo de suprir os programas brasileiro e ucraniano, sendo também extensivo a outros países". A informação transmitida contraria todo o histórico da parceria ucraniano-brasileira na área de espaço, desde o início desenhada com o intuito de inserir um novo “player” no mercado global de lançamentos espaciais. Isto é, tratava-se de projeto comercial, e não focado em atender as necessidades governamentais.

Há pouco mais de um ano, tive a oportunidade de entrevistar o presidente da AEB na época, Sérgio Gaudenzi, para uma reportagem publicada na revista Tecnologia & Defesa. Uma das questões formuladas tratava da existência de dois projetos de lançadores em desenvolvimento no País, um em parceria com a Ucrânia, e outro do CTA, algo em tese conflitante. Gaudenzi respondeu: “Na realidade, na área de Pesquisa & Desenvolvimento de veículos lançadores existe, no Brasil hoje, um único programa que é desenvolvido pelo IAE e que objetiva concluir e qualificar o VLS-1 e, em seguida, criar capacitação nacional em propulsão líquida para um lançador denominado VLS-Alfa. Já o empreendimento com a Ucrânia constitui-se em uma parceria comercial, uma visão de negócios que o Brasil abraça com aquele país, para lançamentos de satélites, envolvendo um mercado bilionário internacional. Portanto, são projetos muito diferentes. Um tem a perspectiva de atender à demanda brasileira de lançadores brasileiros para lançar satélites brasileiros e de outros países. O outro é lançar, de base brasileira, satélites em foguetes ucranianos, numa perspectiva mais imediata de negócios.”

A ACS parece de fato ter um novo objetivo, mas não faz sentido afirmar que a parceria foi desde o início planejada para suprir as necessidades de seus programas espaciais. O que as notícias divulgadas pelo MCT e AEB evidenciam é que finalmente os envolvidos na iniciativa binacional se deram conta da dificuldade de inserir a ACS no mercado mundial de lançamentos comerciais, levando-se em conta, entre outros fatores, a reduzida capacidade de satelitização do Cyclone-4, a atual realidade do mercado, e a pequena, quase inexistente experiência do Brasil e da Ucrânia no ramo.
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sábado, 7 de junho de 2008

Cooperação Brasil - França


Brasil e França negociam acordo de cooperação

30/05/2008 15:38:50

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, recebeu nessa sexta-feira (30/05), em Brasília, o presidente da Agência Espacial Francesa (CNES), Yannick d` ESCATHA. Durante o encontro, eles dicutiram possibilidades de aprofundamento da cooperação existente entre os dois países. “Vamos montar uma proposta de trabalho, nesse primeiro momento, com temas de interesses do Brasil e da França e apresentá-los aos presidentes dos dois países”, afirmou Ganem.

Ficou acertada a formação de grupos de trabalho que discutirão temas de interesse dos dois países. Nos próximos dias o presidente da CNES irá enviar ao Brasil a proposta e os termos de entendimentos operacionais preliminares.

Carlos Ganem porpôs ainda que que a cooperação não representasse apenas troca de papéis, mas de experiências. “Ambicionamos construir uma ampla cooperação, incluindo trocas de especialistas onde aposentados do programa francês ou estudantes possam vir ao Brasil, por meio de bolsas científicas, para trabalharem ou concluir mestrados e doutorados em nosso país”, disse.

Para d`ESCATHA, por conta da longa cooperação entre Brasil e França, nossos engenheiros já se conhecem, mas que na sua opinião, para um acordo ser bem sucedido é necessário, sim, haver trocas de experiências. “Os especialistas precisam se conhecer e aprender a trabalhar juntos”. Ele sugeriu que assim que for concluído o acordo, as formas de intercâmbio sejam discutidas.

Fonte: AEB

Comentários: o Brasil e a França já cooperam há muitos anos na área de espaço. Desde o final da década de setenta, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) participa das missões de lançamento realizadas pela Agência Espacial Francesa (CNES) e Arianespace a partir do centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, com o rastreio dos foguetes Ariane 5 pelo radar de trajetografia Bearn, de origem francesa. No futuro, o CLBI também deverá rastrear as missões dos lançadores Soyuz e Vega. Os dois países também já cooperaram no desenvolvimento de um microssatélite científico, o French-Brazilian Microssatelite (FBM), projeto cancelado pela CNES em 2003 devido à restrições orçamentárias na época. Outro programa relevante que contou e ainda conta com a participação brasileira é o COROT, para pesquisa de planetas fora do sistema solar. Freqüentemente também são realizadas missões conjuntas entre a CNES e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para o lançamento de balões atmosféricos com experimentos científicos na zona equatorial.
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terça-feira, 3 de junho de 2008

Negócios à vista

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Dentro das próximas semanas, deve ser publicado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o edital de licitação dos serviços de integração e fornecimento do computador de bordo, e softwares do subsistema de controle de atitude e supervisão de bordo (Attitude Control and Data Handling - ACDH), da Plataforma Multi-Missão (PMM). É um negócio estimado em cerca de 30 milhões de dólares, um dos últimos subsistemas ainda não contratados da PMM, e que deve atrair o interesse de alguns grupos estrangeiros já atuantes no Programa Espacial Brasileiro. O trabalho da empresa selecionada será basicamente o de integrar os componentes da PMM já adquiridos pelo INPE, como sensores, GPS, e atuadores, entre outros, desenvolver os softwares de bordo e de testes, e finalmente qualificar o subsistema como um todo.

Uma outra concorrência no setor espacial na América do Sul também avança, esta já na fase final. Segundo informações extra-oficiais obtidas pelo blog, o processo de aquisição de um satélite de sensoriamento remoto de pequeno porte pelo Chile (ver a postagem "Satélite para o Chile") deve ser concluído ainda este mês. Permanecem na concorrência chilena apenas duas empresas, a canadense MDA, e a européia EADS Astrium, de um total de vinte e quatro que inicialmente receberam o Request for Information (RFI).
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