sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cooperação Brasil - Bélgica

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Empresas aeroespaciais belgas e brasileiras reúnem-se no INPE

26/02/2010

A Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realizam no dia 1º de março (segunda-feira), em São José dos Campos, o Encontro de Empresas do Setor Aeroespacial Brasil-Bélgica. O objetivo é promover uma aproximação de empresas dos dois países que atuam na área e divulgar o Programa Espacial Brasileiro, visando a identificação de oportunidades empresariais de interesse mútuo, assim como o fortalecimento do setor.

O encontro contará com a participação de representantes de 12 empresas brasileiras e 10 empresas belgas. Cada empresa fará uma breve apresentação de suas atividades. Nos dias 2 e 3 de março, serão realizadas visitas individuais às empresas, organizadas pela Embaixada da Bélgica no Brasil.

Fonte: INPE. Colaborou Ildefonso.

Comentário: em outubro de 2009, a AEB e o Centro Espacial de Liège, na Bélgica, assinaram um programa de cooperação no setor espacial, compreendendo as áreas de educação - principalmente no âmbito das ciências e técnicas espaciais-; técnicas de observação da Terra; concepção de instrumentos espaciais; testes de instrumentos, cargas úteis e satélites; nanossatélites com participação de estudantes; técnicas ópticas e tecnologias específicas ligadas ao setor espacial.
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CLBI: foguete de treinamento é lançado com sucesso

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CLBI lança Foguetes de Treinamento Básico

25-02-2010

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, participou, na tarde desta quinta-feira (25), da operação de lançamento dos Foguetes de Treinamento Básico (FTB), no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Parnamirim (RN). A campanha, denominada Operação Barreira I – FTB, acontece até sexta-feira (26).

“O lançamento foi um sucesso”, resumiu Ganem. Na ocasião, o dirigente enfatizou a importância da atividade das Forças Armadas e dos institutos parceiros do Programa Espacial Brasileiro. “É preciso manter essas operações durante todo o ano, pois contribuem para capacitar os institutos e centros com vistas ao aprimoramento”, disse.

O objetivo dessa atividade é lançar e rastrear os foguetes, com telemetria, sem carga útil tecnológica. Além disso, permite o treinamento operacional das equipes de logística, telecomunicações, preparação, integração, montagem, lançamento, rastreio, segurança, coleta e tratamento de dados. A Operação Barreira I-FTB foi realizada sob direção do tenente-coronel Aviador Luiz Guilherme de Silveira de Medeiros e do capitão-aviador Clóvis Martins de Souza.

O CLBI participou, em 2009, de quatro lançamentos desse tipo: dois em São Luís (MA) e dois em Parnamirim (RN). Todos alcançaram o resultado esperado que foi garantir a qualificação técnica dos recursos humanos e a manutenção dos meios operacionais necessários às atividades do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae). Além da preocupação de manter a excelência técnica do efetivo do Centro, a campanha mantém a operacionalidade dos equipamentos para futuros lançamentos de foguetes de maior porte.

Fonte: AEB (foto abaixo, CLBI)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Contratos do Programa VLS

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Nos últimos dias, foram publicados no Diário Oficial da União, vários extratos de contratos relacionados ao Programa VLS, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA), de São José dos Campos (SP), firmados no final de 2009. A maior parte dos contratos trata de serviços de usinagem e são de valores considerados pequenos para o setor (em torno de R$ 60-150 mil), mas alguns são mais substanciais e relacionados a áreas mais sensíveis, como equipamentos eletrônicos, sistema auxiliar de contenção de propulsores, e desenvolvimento de motor-foguete.

A RSA Engenharia, do Rio de Janeiro (RJ), empresa criada há alguns anos por profissionais oriundos da Força Aérea Brasileira, levou dois dos maiores contratos. Um de R$ 20,7 milhões para o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos de bordo do VLS-1, e outro para a prestação de "serviços de estudo e desenvolvimento da integração dos sistemas eletrônicos a serem embarcados" em três estágios do VLS-1.

A Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (FUNCATE), ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi contratada para a prestação de "serviços técnicos especializados para apoio às atividades de desenvolvimento tecnológico de motor foguete sob responsabilidade do IAE", negócio de mais de R$ 8,3 milhões. Já a Orbital Engenharia, de São José dos Campos, assinou contrato de R$ 1,4 milhão prevendo a "fabricação e montagem de um sistema auxiliar para a contenção dos propulsores e do corpo central do VLS".

Reproduzimos abaixo os extratos destes contratos mais importantes:

EXTRATO DE CONTRATO Nº 40/2009

Nº Processo: 67720009028200902.
Contratante: COMANDO DA AERONÁUTICA.
CNPJ Contratado: 04407640000171.
Contratado: RSA ENGENHARIA LTDA.
Objeto: Serviços de desenvolvimento de equipamentos eletrônicos de bordo para utilização no VLS-1 do IAE.
Fundamento Legal: ÷ 3º do art. 22 da Lei 8.666/93
Vigência: 30/12/2009 a 30/06/2014.
Valor Total: R$ 20.732.292,05.
Data de Assinatura: 30/12/2009

(SICON - 24/02/2010) 120016-00001-2009NE901128

EXTRATO DE CONTRATO Nº 54/2009

Nº Processo: 67720008842200900.
Contratante: COMANDO DA AERONÁUTICA.
CNPJ Contratado: 04407640000171.
Contratado: RSA ENGENHARIA LTDA.
Objeto: Serviços de estudo e desenvolvimento da integração dos sistemas eletrônicos a serem embarcados no 1º, 3º e 4º estágio do VLS-1 do IAE.
Fundamento Legal: ÷ 3º do art. 22 da Lei 8.666/93
Vigência: 30/12/2009 a 30/06/2011.
Valor Total: R$ 1.450.150,00.
Data de Assinatura: 30/12/2009.

(SICON - 24/02/2010) 120016-00001-2009NE901128

EXTRATO DE CONTRATO No- 62/2009

Nº Processo: 67720009034200951.
Contratante: COMANDO DA AERONÁUTICA.
CNPJ Contratado: 04318188000171.
Contratado: ORBITAL ENGENHARIA LTDA.
Objeto: Fabricação e montagem de um sistema auxiliar para a contenção dos propulsores e do corpo central do VLS.
Fundamento Legal: parágrafo II do art.22 da Lei 8666/93
Vigência: 30/12/2009 a 30/12/2010.
Valor Total: R$ 1.430.920,00.
Data de Assinatura: 30/12/2009.

(SICON - 15/01/2010) 120016-00001-2009NE901128

EXTRATO DE CONTRATO No- 30/2009

Nº Processo: 67720008780200928.
Contratante: COMANDO DA AERONÁUTICA.
CNPJ Contratado: 51619104000110.
Contratado: FUNDAÇÃO DE CIÊNCIA APLICACÕES E TECNOLOGIA ESPACIAIS.
Objeto: Serviços técnicos especializados para apoio às atividades de desenvolvimento tecnológico de motor foguete sob responsabilidade do IAE.
Fundamento Legal: parágrafo I do art.22 da Lei 8.666/93
Vigência: 14/12/2009 a 14/12/2013.
Valor Total: R$ 8.317.613,21.
Data de Assinatura: 14/12/2009.
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Colômbia: Satcol está de volta

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O Ministério das Comunicações da Colômbia realizará hoje (25), em Bogotá, reuniões com empresas interessadas no projeto do primeiro satélite de comunicações do país, o Satcol. Uma licitação já havia sido lançada em 2009, mas cancelada no final daquele mesmo ano em razão de nenhuma das proposta apresentadas atender todos os termos do edital ("Licitação do Satcol: encerrada sem sucesso").

"O objetivo dos encontros individuais é terminar a fase prévia de análises para iniciar o processo de aquisição do satélite colombiano e continuar com um processo aberto, competitivo e transparente na seleção do contratista que se encarregará da construção, lançamento e validação do satélite em órbita", divulgou em nota o Ministério da Comunicações colombiano.

Nas reuniões preparatórias as empresas terão a oportunidade de fazer comentários, sugestões e apresentação de propostas. A agenda inclui seis companhias: Orbital Sciences Corporation (EUA), Intelsat (EUA), Telesat - Loral Space (Canadá, EUA), ISS Reshetnev (Rússia), SES World Skies (Holanda) e Thales Alenia Space (França).
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Alcântara: o mesmo de sempre

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Como mencionado na postagem "ACS: audiência pública no Senado", a discussão numa das casas do Congresso Nacional sobre os esforços para o desenvolvimento da Alcântara Cyclone Space (ACS) colocaria o projeto ucraniano-brasileiro novamente em evidência na imprensa. Hoje (24), a Agência Senado divulgou duas pequenas reportagens: "Entraves burocráticos atrasam lançamento de satélites, afirma diretor de binacional"; e "Especialistas cobram decisão sobre domínio do espaço aéreo brasileiro". Os textos em si não trazem muitas novidades, apenas a constatação e críticas sobre a burocracia que emperra as atividades da ACS em Alcântara (MA), e a possibilidade de País estar abrindo mão de posição mais relevante no setor espacial.

Fica a expectativa de que notícias mais concretas sobre a ACS, sejam positivas ou negativas, surjam em breve.
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Avanços no Projeto GPM: experimentos em Alcântara

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Experimentos sobre dados meteorológicos no CLA

24-02-2010

Entre os dias 1º e 20 de março de 2010 ocorrerá, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, um conjunto de experimentos denominado Chuva. Liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa) e do Japão (Jaxa), os testes visam a validação de solo de dados meteorológicos que serão colhidos por satélites ainda em desenvolvimento. Os testes fazem parte do projeto Medição Global de Precipitação (GPM, sigla em inglês), que pretende tornar possível a medição de chuva em uma região por meio de dados colhidos por satélites.

O projeto GPM prevê uma constelação de satélites desenvolvidos pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa), Japão (Jaxa) e Europa (ESA). O Brasil participará com um dos satélites, que utilizará a Plataforma Multimissão, e poderá ter participação francesa em um dos instrumentos científicos a bordo.

Cabe à Agência Espacial Brasileira (AEB) coordenar as atividades do Chuva, assegurar livre acesso aos dados coletados, manter um responsável por receber e avaliar os dados e, ao final, elaborar um relatório técnico. A participação brasileira como protagonistas do programa no experimento é importante pelo conjunto de dados o país receberá ter quando a constelação estiver em órbita.

Há chuvas constantes em Alcântara nesta época do ano e as nuvens da cidade são de topo quente (com temperaturas até 0º Celcius), por isso foi escolhida para os experimentos. As nuvens de topo frio (Com temperaturas até – 70º C)não são estudadas no experimento por serem de mais fácil acesso e já existirem dados sobre elas.

Fonte: AEB
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Operação Barreira I: lançamento do CLBI

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Barreira retoma atividades de lançamentos de foguetes

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno – CLBI, unidade do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial planeja lançar o Foguete de Treinamento Básico (FTB), no dia 25 de fevereiro, às 15 horas - Operação Barreira I.

A campanha que está sendo realizada no CLBI de 22 a 26 de fevereiro de 2010, chamada de Operação Barreira I- FTB, sob a direção do Tenente Coronel Aviador Luiz Guilherme de Silveira de Medeiros e do Capitão Aviador Clóvis Martins de Souza, permitirá exercitar toda a estrutura de coordenação, além de validar os procedimentos e de garantir o treinamento das equipes nas áreas de logística, telecomunicações, preparação,integração,montagem, lançamento, rastreio, segurança de vôo,segurança de superfície, coleta e tratamento de dados.

O objetivo de se realizar esta operação é lançar e rastrear Foguete de Treinamento Básico, com telemetria, sem carga útil tecnológica, tendo como finalidade o treinamento operacional do Centro de Lançamento, que proporcionará aos Pesquisadores e Engenheiros que participam do Programa Espacial Brasileiro manter a condição ideal do Centro estar sempre pronto para o cumprimento da sua missão seja para os lançamentos de interesse da Agência Espacial e Comando da Aeronáutica.

O CLBI participou, em 2009, de quatro lançamentos deste tipo, 02 em São Luiz do Maranhão e 02 em Natal, e todos alcançaram o resultado esperado: o de garantir a qualificação técnica dos recursos humanos e a manutenção dos meios operacionais necessários às atividades do Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE.

Além da preocupação de manter a excelência técnica do efetivo do Centro, a Campanha mantem a operacionalidade dos equipamentos para futuros lançamentos de foguetes de maior porte. Outro benefício de igual importância é o desenvolvimento da Indústria Nacional. A AVIBRAS, localizada em São Paulo, desenvolveu e instrumentou estes foguetes para treinamentos dos Centros Nacionais.

Fonte: Centro de Lançamento da Barreira do Inferno
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Investimentos espaciais governamentais em 2009

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A tradicional empresa de consultoria Euroconsult divulgou esta semana relatório sobre os investimentos governamentais em programas espaciais (“Profiles of Government Space Programs: Analysis of 60 Countries & Agencies”). O estudo, que analisou os gastos dos governos de sessenta países, indica que os investimentos aumentaram 10% em 2009 quando comparado com 2008, alcançando o número histórico de US$ 68 bilhões. O estudo ainda indica que cerca de cinquenta países atualmente investem em programas espaciais domésticos, sendo que destes, seis superaram a marca anual de US$ 1 bilhão destinados aos seus projetos: EUA, Rússia, Japão, China, França e Alemanha.

Os EUA responderam pela maior parte dos recursos destinados (US$ 48,8 bilhões), vindo em seguida a União Europeia, com US$ 7,9 bilhões. Em 2009, os governos do Japão e da Rússia destinaram US$ 3 bilhões e US$ 2,8 bilhões, respectivamente, aos seus programas espaciais governamentais.

Uma tendência identificada por este mais recente estudo da Euroconsult foi o surgimento de novos programas espaciais ao redor do mundo. 26 países, como a Venezuela, México, Algéria, Egito, Nigéria, Indonésia, Tailândia e Vietnã, entre outros, iniciaram seus programas domésticos com investimentos, geralmente, entre 5 e 50 milhões de dólares, focando em um tipo de aplicação, frequentemente observação terrestre ou comunicações. Muitos desses países estão investindo em capacidades satelitais e também buscando adquirir conhecimento por meio de transferência de tecnologia, com o objetivo de progressivamente desenvolver capacidades locais em tecnologias espaciais mais avançadas. Uma questão chave para os próximos anos, indica o relatório, será se esses países terão interesse político e recursos financeiros adequados para sustentar ou aumentar seus investimentos em aplicações espaciais.

Para acessar o press release sobre o estudo, que disponibiliza algumas outras informações, cliquem aqui.
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nova Etapa do Projeto ITASAT

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23/02/2010 09:04 — Nos dias 23 e 24 de fevereiro, representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) estarão reunidos no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para participar do processo de Revisão de Definição de Missão (MDR - Mission Definition Review) do Projeto ITASAT.

A crescente importância dos satélites de pequeno porte utilizados na observação da Terra e para as mais variadas finalidades levou a AEB a propor a criação de um programa de desenvolvimento tecnológico destinado a promover a capacitação brasileira para atender a demanda pelas futuras gerações de micro e nanossatélites deu origem ao Projeto “Missão ITASAT-1”. Este projeto está inserido no Plano Plurianual “Desenvolvimento e Lançamento de Satélites Tecnológicos de Pequeno Porte” (PPA/Ação 4934), que prevê a realização de uma série de missões destinadas a realizar experimentos, desenvolver e testar inovações tecnológicas de satélites e cargas úteis, além de capacitar a indústria espacial brasileira neste segmento.

O ITASAT tem por objetivo a realização da missão espacial de desenvolvimento, lançamento e operação de um satélite universitário — ITASAT-1 — de pequeno porte (~ 80kg, ~60x60x70 cm) em baixa órbita terrestre (~ 600 km) para prover serviços de coleta de dados em compatibilidade com o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais, além de possibilitar a realização de testes em cargas úteis experimentais. E, ainda, formar recursos humanos em nível de graduação e pós-graduação em todos os segmentos do projeto. Além de atividades técnicas, organizacionais e gerenciais, o ITASAT é dividido em subsistemas que envolvem: estrutura, controle térmico, suprimento de energia, computador de bordo, controle de atitude, telemetria e telecomando, carga útil: transponder de coleta de dados e experimentos.

A coordenação geral do Projeto cabe à AEB, tendo o ITA como responsável pela execução do projeto e o Inpe como provedor de consultoria técnica, de infraestrutura laboratorial e gestor financeiro. Os gerentes técnicos são o Eng. Katuchi Techima (AEB), Eng. Wilson Yamaguti (Inpe) e o Prof. David Fernandes (ITA).

Sob a coordenação do ITA participam, além de professores e alunos de graduação e pós-graduação do Instituto, professores e alunos de graduação e de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade de Brasília (UnB), do Inpe e da Technical University of Berlin (TU Berlin), esta última através de estudantes bolsistas do Programa UNIBRAL da CAPES/DAAD. Durante 2009 trabalharam no projeto: 32 alunos de graduação, 23 mestrandos e 5 doutorandos.

Está previsto para o final de março de 2010 a Revisão de Requisitos Preliminares (PRR - Preliminary Requiremesnt Review), com a participação de revisores do Inpe, da AEB e da TU Berlin.

Fonte: ITA/DCTA (Regina França / assessoria de imprensa)

Comentário: em janeiro de 2007, escrevi uma pequena reportagem sobre o projeto ITASAT. O texto está com várias informações desatualizadas, mas para lê-lo, cliquem aqui.
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

INPE sedia reunião do CEOS

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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sedia nos dias 23 e 24 de fevereiro a reunião do Grupo de Estudo da Constelação de Satélites para Imageamento da Superfície Terrestre do CEOS - Comitê de Satélites de Observação da Terra. O principal objetivo da reunião é avaliar o progresso do Plano de Trabalho de 2009 e o desenvolver o Plano de Trabalho para 2010.


O Brasil, representado pelo INPE, assumiu a presidência do CEOS durante a Plenária do Comitê realizada de 3 a 5 de novembro de 2009, em Phuket na Tailândia. O mandato termina em outubro de 2010, quando será realizada nova Plenária no Rio de Janeiro.


Estabelecido em 1984, o CEOS é responsável pela coordenação global de programas espaciais civis e pelo intercâmbio de dados de satélites de observação da Terra em benefício da sociedade.

O intercâmbio de dados de satélites proporcionado pelo CEOS une esforços e permite a obtenção de mais informações para o estudo do desmatamento, previsão de desastres naturais, conservação da biodiversidade, entre outras aplicações importantes no atual cenário de mudanças climáticas. Quanto mais dados e satélites disponíveis, melhor o gerenciamento dos recursos naturais de nosso planeta.


A missão principal da Constelação de Imageamento da Superfície Terrestre é promover, de forma abrangente e eficiente, a coleção, distribuição e aplicação de imagens satelitais da superfície terrestre. Esta missão inclui tanto a construção e lançamento de sistemas de satélites quanto o desenvolvimento e operação de sistemas de solo e eficiência de disseminação destes aos usuários finais.


Constelações Virtuais do CEOS


Química da Atmosfera

Qualidade do ar, CO2

Imageamento Superfície

Monitoramento ecossistemas

(Brasil: CBERS, Amazonia-1)

Topografia dos Oceanos

Variabilidade climática

Precipitação

Previsão do tempo

(Brasil: GPM-BR)

Cor dos Oceanos

Ecossistemas marinhos

(Brasil: SABIA-MAR)

Ventos do Oceano

Previsão do tempo



Fonte: INPE
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Política Espacial Brasileira na TV Câmara

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Reproduzimos abaixo mensagem recebida do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, da Câmara dos Deputados, sobre programas com o tema "Política Espacial Brasileira", que serão veiculados na TV Câmara entre os dias 22 e 26:

"Brasília, 22 de fevereiro de 2010.

Prezados Senhores,

Vimos informar que a TV Cãmara estará veiculando, de hoje, dia 22, até sexta-feira, dia 26, uma série de reportagens sobre o tema "Política Espacial Brasileira". Os programas serão veiculados nos seguintes horários: segunda a quinta, durante o telejornal Câmara Hoje (21h, com reprises), e, na sexta-feira, durante a revista eletrônica Panorama (21h), com reprises no final de semana. Trata-se de uma ótima oportunidade para quem deseja conhecer o tema, de grandeza fascinante.

O Conselho de Altos Estudos iniciou estudo sobre a Política Espacial Brasileira, em 2009.

Desde então, muitas ações foram implementadas com vistas a enriquecer o estudo: visitas a centros especializados, entrevistas com representantes e especialistas da AEB, DCTA/Comando da Aeronáutica, INPE, e CPTEC, reunião com autoridades no Maranhão e em Alcântara, debates e seminário na TV Câmara, inserção do tema no portal virtual do programa E-democracia e, ainda, parceria com o programa Plenarinho.

Acrescentamos que o estudo tem como relator o Deputado Rodrigo Rollemberg.

Respeitosamente,

Secretaria Executiva
Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica"
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domingo, 21 de fevereiro de 2010

ACS: audiência pública no Senado

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CCT debate em audiência pública importância de empresa aeroespacial para a economia

19/02/2010 - 18h33

A importância da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) para a economia brasileira será tema de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) na próxima quarta-feira (24), às 9h.

Com atuação no setor aeroespacial, a ACS é uma empresa pública binacional de capital brasileiro e ucraniano, criada para explorar o mercado de lançamento de satélites. A empresa opera no Centro de Lançamento de Alcântara e utiliza tecnologia russo-ucraniana do foguete Tsyklon. Este foguete foi desenvolvido a partir do míssil balístico intercontinental R-36, criado como armamento em 1966 no auge da guerra fria.

O R-36 tem 40 metros de altura, pode pesar até 180 toneladas no lançamento e utiliza como combustível propelente tetróxido de nitrogênio e UDMH (Unsymetrical Dimethil Hidrazine), que é um derivado de hidrazina, mais estável que esta. Existe um acordo entre o governo brasileiro e o ucraniano para compartilhamento da tecnologia desse foguete, aqui denominado Veículo Lançador de Satélites (VLS), e das instalações do Centro de Lançamento de Alcântara.

Em agosto de 2003, um defeito no sistema de ignição de um dos quatro motores do corpo principal do foguete causou uma explosão durante simulação de lançamento, que matou 21 técnicos civis do Centro de Tecnologia da Aeronáutica. Na época, chegou-se a levantar a hipótese de sabotagem, devido ao fato de que o VLS é um foguete mais barato que os demais concorrentes.

Foram convidados para a audiência pública o diretor-geral brasileiro da empresa, Roberto Amaral, e o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem. A audiência foi requerida pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), com aditamento do senador Flávio Arns (PSDB-PR).

Fonte: Ricardo Icassatti / Agência Senado

Comentário: a reportagem da Agência Senado é bastante confusa, confundindo Cyclone 4 com VLS. O ponto relevante da reportagem é a promoção de audiência pública no Senado Federal, que deve colocar a Alcântara Cyclone Space novamente em evidência na imprensa.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CBERS 3: em órbita, não antes de 2011

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O boletim JC E-mail, informativo editado diariamente pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) publicou em sua edição de hoje (19) notícia dando conta de que o lançamento do satélite CBERS 3, construído pelo Brasil em parceria com a China será adiado para 2011.

A notícia do JC E-mail repercute reportagem da agência chinesa Xinhua, de pouco mais de uma semana atrás (11 de fevereiro), intitulada "Brazil, China to postpone joint satellite launching to 2011".

Embora as duas reportagens apresentem o adiamento como algo novo, já há muito tempo que não era segredo o fato de que o CBERS 3 será lançado em 2011, ou mesmo em 2012. Ressalte-se que vários dos subsistemas e cargas úteis do primeiro CBERS de segunda geração não têm sequer seus modelos de voo finalizados.

O último satélite brasileiro colocado em órbita foi o CBERS 2B, lançado em setembro de 2007. Considerando que o seu sucessor, CBERS 3, será lançado não antes que 2011, o Programa Espacial Brasileiro terá mais um longo hiato (de, no mínimo, quatro anos) entre seus feitos mais significativos. Um longo tempo para um País que busca se colocar como verdadeira potência mundial.

Espera-se que a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), ora em curso, busque soluções para os frequentes problemas e atrasos do Programa Espacial Brasileiro.
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Cooperação Brasil - Portugal

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Missão portuguesa para projetos aeroespaciais chega hoje ao Brasil

18/02/2010...6:04 PM

Equipe levará a Brasília projeto para criação da Agência Espacial Luso-Brasileira (AELB)

Nos descobrimentos espaciais, Brasil e Portugal serão parceiros. Pelo menos isso é o que propõem pesquisadores da Universidade do Minho, que aterrisam nesta sexta-feira (19), no Brasil para apresentar ao governo Lula e também à entidades de pesquisa, uma proposta de intenções.

Antes de seguir para o Planalto Central, os físicos Joaquim Carneiro e Vasco Teixeira, virão à São Carlos a convite do coordenador do Instituto de Estudos Avançados da USP, Sérgio Mascarenhas, também integrante da comitiva que visa desenvolver tecnologias espaciais entre os dois países. Na cidade, os pesquisadores irão visitar e tratar de detalhes do projeto com representantes do Departamento de Engenharia Aeronáutica da USP e da Embrapa.

A chegada a Brasília está prevista para o dia 23 de fevereiro, onde encontrarão o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionaisdo Ministério de Ciência e Tecnologia , José Monserrat Filho e representantes do Ministério da Educação. O objetivo é estabelecer protocolos de colaboração e intercâmbio entre instituições e pesquisadores da Universidade do Minho, USP São Carlos, Embrapa e Ministério da Defesa na área de pesquisa de nanomateriais para energia renovável e revestimentos de componentes aeronáuticos e aeroespaciais.

Na sequência, os pesquisadores portugueses irão para São José dos Campos, onde irão se encontrar com o Coronel Sala Minucci, do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Defesa.

Fonte: Agência CiênciaWeb (Reportagem: Mariana Estevo)

Comentários: Brasil e Portugal mantém acordos de cooperação no setor aeronáutico que incluem, inclusive, investimentos em empresas no setor. A Embraer é acionista da Indústria Aeronáutica de Portugal S.A. (OGMA), especializada em manutenção de aeronaves, e também atualmente constrói unidades industriais no país europeu. Especula-se que Portugal também poderia se envolver no desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, da Embraer e Força Aérea Brasileira.
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Os avanços não foram poucos"

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) disponibilizou em seu web-site a entrevista com o seu presidente, Carlos Ganem, publicada na mais recente edição da revista Tecnologia & Defesa. Foram respondidas doze questões elaboradas pelo editor do blog, André M. Mileski, abordando todos os principais projetos do Programa Espacial Brasileiro, como o CBERS, programa de lançadores, cooperação internacional e participação da indústria. Para acessar a entrevista, cliquem aqui.

Para saber mais sobre a edição especial de Tecnologia & Defesa, vejam a postagem "T&D: “O que o Brasil busca no Espaço”.
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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Satélite chileno pronto para o lançamento

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Representantes do governo chileno estiveram no início de fevereiro nas instalações da EADS Astrium em Toulouse, no sul da França, para reconhecerem a conclusão do satélite de observação terrestre SSOT (Sistema Satelital de Observación de la Tierra).

O SSOT foi encomendado em julho de 2008, tendo o programa de desenvolvimento e construção do pequeno satélite sido concluído em apenas 18 meses, um recorde para satélites de tal precisão, capazes de gerar imagens de 1,5 metros de resolução, afirmou a EADS Astrium. Em 2009, o segmento terrestre do sistema foi instalado em Santiago, onde a empresa europeia também concluiu a última fase das atividades de treinamento dos operadores chilenos.

"Um passo importante do programa foi atendido com sucesso, e nós estamos muito satisfeitos", disse Raúl Vergara, Subscretário de Aviação do Ministério da Defesa do Chile.

O SSOT ficará na unidade da Astrium em Toulouse até ser enviado para Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado pela Arianespace, provavelmente ainda este ano, por um foguete russo Soyuz.
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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Brasil na 47ª Sessão do Copuos/ONU

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Sustentabilidade espacial em debate no Copous

12-02-2010

A 47ª Sessão do Subcomitê Científico e Técnico do Comitê para Usos Pacíficos do Espaço Externo (Copous, sigla em inglês) acontece até o dia 19 de fevereiro, em Viena (Áustria). O Brasil participa do evento apresentando o resumo das atividades do ano passado e, também, acompanhando o resultado dos outros países membros do comitê. O diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Himilcon Carvalho, representa a agência. “É importante participar do Copous porque, além da troca de informações e contatos com outras agências, o comitê envolve assuntos que podem ter impacto em nosso programa espacial”, diz.

Este ano, as novidades do comitê científico e técnico serão as discussões em torno das discussões sobre o clima espacial - estudo das relações entre o Sol e a Terra. O espaço interplanetário, o campo magnético terrestre (Magnetosfera) e a natureza da atmosfera interferem no clima e, por isso, é importante que haja estudo e controle do que acontece no espaço.

Outro ponto novo a ser abordado será a sustentabilidade a longo prazo das atividades no espaço exterior. Desde o início da atividade espacial mundial, não houve cuidado com o lixo deixado no espaço. Atualmente, há uma quantidade enorme de satélites fora de funcionamento e pedaços de foguetes em órbita. “Para que a atividade espacial continue, é necessário que tomemos cuidado”, observa Himilcon Carvalho. Segundo ele, a grande quantidade de lixo no espaço pode causar acidentes, fazer com que não haja lugar para que novos satélites sejam colocados em órbita, fator que influenciará o clima espacial.

Será discutida, também, a criação de uma coordenação internacional para cuidar da movimentação da órbita geoestacionária – onde ficam os satélites artificiais de comunicações e grande parte dos de meteorologia. “A Aeronáutica tem um sistema que faz com que não haja acidentes com os aviões. No espaço deveria existir algo semelhante É necessário que quando um satélite for colocado ou movido no espaço todos saibam. Isso fará com que acidentes sejam evitados que saibamos o que podemos esperar dessa movimentação.”, esclarece Himilcon Carvalho.

Tratados - O Copous, orgão da Organização das Nações Unidas (ONU), foi criado em 1959 com o objetivo principal de regulamentar os tratados na área espacial. Considerado o mais alto fórum intergovernamental para o exame, a avaliação e a regulamentação das atividades espaciais para fins pacíficos, o órgão possui dois subcomitês – o científico e técnico e o jurídico – e uma reunião plenária, que será realizada, em junho, na Áustria. Dos 192 países que integram a ONU, 69 participam do Copous.

Os cinco tratados internacionais hoje em vigor e as seis declarações da Assembleia Geral da ONU que, hoje, configuram o Direito Espacial Internacional são frutos dos trabalhos realizados pelo Copous. Em 15 de julho de 2006, a proposta brasileira intitulada “Cooperação Internacional na Promoção do Uso de Dados Geoespaciais para o Desenvolvimento Sustentável” fez parte da agenda de debates.

Fonte: AEB

Comentário: para saber mais sobre o Copuos, acessem o seu web-site (inglês): http://www.oosa.unvienna.org/oosa/COPUOS/copuos.html
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Fragilidades do Programa Espacial Brasileiro: estudo

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Estudo alerta para baixo investimento em política espacial

Orçamento caiu de R$ 415 milhões em 2009 para R$ 353 milhões em 2010, valor bem menor do que o de outros países do Bric

Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, divulgado nesta semana, alerta para a fragilidade institucional e orçamentária da atual Política Espacial Brasileira. Para 2010, o orçamento previsto na proposta orçamentária é de R$ 353 milhões, contra R$ 415 milhões em 2009. Segundo o diretor da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, para fazer frente a todos os desafios, seria necessário o dobro dos recursos atuais.

Os outros países do Bric, no mesmo patamar de desenvolvimento do Brasil, destinam muito mais recursos públicos aos seus programas. A China investe mais de US$ 1 bilhão e planeja vôos tripulados à Lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a US$ 800 milhões ao ano e a agência espacial russa conta com orçamento da ordem de US$ 2 bilhões.

Atrasos

As conseqüências são a postergação das metas estabelecidas pelo programa espacial brasileiro. Alguns exemplos, apenas para mencionar os principais projetos, são: atraso no lançamento do Cbers-3, inicialmente previsto para 2009 e adiado para 2011, e atraso no lançamento do VLS 1, cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 - e agora está marcado, para efeito de teste, para 2011.

A Agência Espacial Brasileira planeja lançar três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB, Satélite Geoestacionário Brasileiro. Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Fatia pequena

Em todo o mundo, a necessidade crescente de telecomunicações e a evolução tecnológica no setor, como a implantação da TV Digital, estão transformando o setor de satélites numa indústria multibilionária.

Segundo dados de 2008 da Space Foundation, a atividade espacial mundial, incluindo bens e serviços, indivíduos, corporações e governos, movimentou US$ 257 bilhões, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais; 32% em infraestrutura comercial; 26% só do orçamento espacial do Governo dos EUA; 6% dos outros governos; e somente 1% com lançadores e indústria de suporte.

Os Estados Unidos detêm 41% do mercado global de satélites, deixando 59% para o restante do mundo, sendo de 1,9% a participação do mercado brasileiro.

A íntegra do estudo está disponível em:
http://www2.camara.gov.br/internet/fiquePorDentro/Temasatuais/politica-espacial-brasileira/documento-de-referencia-da-consultoria-legislativa-1

Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara dos Deputados, via JC E-mail, 11/02.

Comentário: para saber mais sobre os estudos referentes ao Programa Espacial Brasileiro realizados pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, acessem a postagem "Discussões sobre Política Espacial no CAEAT".
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Criada a Agência Boliviana Espacial

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O presidente boliviano, Evo Morales, aprovou ontem (10), por meio do Decreto 423, a criação da Agência Espacial Boliviana ("Agencia Boliviana Espacial - ABE"). Ao seu orçamento, foi inicialmente destinado US$ 1 milhão.

A agência espacial boliviana será responsável pela coordenação da construção, lançamento e operação do satélite de comunicações Tupac Katari, que será construído por indústrias chinesas. A previsão é que a construção do satélite seja iniciada no próximo mês, março. Além do Tupac Katari, a ABE também buscará promover outros programas de satélites que beneficiem o país por meio de cooperação internacional.

Com a criação da ABE, a Bolívia se soma ao Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Peru e Colômbia, nações sul-americanas que já possuem programas espaciais estruturados.
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Participação da AEB em evento da NASA

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AEB participa de Conferência na Nasa

11-02-2010

A conferência PM Challenge 2010 - Desafio Gerenciamento de Projetos 2010 coordenada pela Academia de Lideranca em Gerenciamento de Programas, Projetos e Engenharia (APPEL - Academy of Program, Project and Engineering Leadership) da Agência Especial Americana (Nasa), reuniu mais de mil especialistas dos 10 centros, em Galveston, no estado do Texas, entre os dias 9 e 10. O objetivo foi compartilhar as experiências, práticas e métodos de trabalho no desenvolvimento e gerenciamento de projetos espaciais.

Pela primeira vez, desde sua primeira edição, em 2004, a APPEL convidou participantes internacionais, entre os quais a Agência Espacial Brasileira (AEB), representada pelo diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos, Himilcon de Castro Carvalho. O Brasil, juntamente com a Índia, apresentrou seus métodos de trabalho no gerenciamento de projetos espaciais.

Os títulos dos painéis e sessões do evento revelam o conjunto de assuntos que contribuem para o sucesso dos empreendimentos da Nasa: engenharia de sistemas espaciais, análise de riscos, formação e gerenciamento de equipes, lições aprendidas, palavras de sabedoria (para novos gerentes), projetos complexos e inovação, entre outros tópicos.

A APPEL é responsável pelo treinamento e capacitação dos futuros gerentes de projetos e programas espaciais da Nasa, promovendo o desenvolvimento profissional e a carreira de seus especialistas. Entre os debates, também se destacaram as negociações para que o Brasil possa enviar técnicos para serem treinados pela Academia.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Uniespaço: AEB divulga projetos selecionados

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou ontem (09), em seu web-site, a listagem final dos projetos selecionados no Programa Uniespaço, no Anúncio de Oportunidades de 2009. Foram ao todo 33 iniciativas de dezenas de universidades (USP, ITA, UnB, PUC e várias federais, entre outras), e alguns de estudos de pesquisa como o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), ligado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Os projetos são os mais diversos, cobrindo desde tecnologias de satélites, sistemas embarcados e de controle, a até tecnologias em propulsão. Para acessar a lista e ler a relação completa das iniciativas selecionadas, cliquem aqui (arquivo em PDF).

O Programa Uniespaço, coordenado pela AEB, tem como principal objetivo estimular a formação e aperfeiçoamento de núcleos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias espaciais, nas universidades.

Atualização, 10/02, às 14h24: a AEB liberou um press release sobre a divulgação dos selecionados. De acordo com o texto, dos 59 projetos inscritos, apenas 33 foram selecionados, aos quais serão destinados R$ 3 milhões. Dentro da temática “Veículos Espaciais”, foram aprovados 17 projetos. Sete são sobre “Controle Embarcado de Satélites Artificiais”, três sobre “Sensoriamento Remoto”, e seis sobre “Materiais”. As instituições que mais tiveram projetos aprovados foram o ITA e o IEAv.
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

SCD-1: 17 anos em órbita

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Primeiro satélite brasileiro completa 17 anos em operação

09/02/2010

Primeiro satélite projetado, construído e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 completa 17 anos em órbita neste dia 9 de fevereiro. Quando lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993, a expectativa era de apenas um ano de vida útil. Contudo, o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) se mantém operacional e retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.

O lançamento do SCD-1 foi o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que consiste em uma rede de satélites em órbita baixa que retransmite as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados espalhadas pelo território nacional. Atualmente, o Sistema de Coleta de Dados é composto pelos satélites SCD-1, SCD-2 (lançado em 1998), e CBERS-2B (2007), sendo que suas informações são distribuídas a diversas instituições no Brasil e no exterior.

O satélite capta e retransmite os sinais das plataformas para a estação de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e depois os dados são transmitidos para a unidade de Cachoeira Paulista (SP), onde ficam à disposição das empresas e instituições usuárias do sistema. Os dados coletados pelo satélite SCD-1 são utilizados em diversas aplicações, como previsão de tempo, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, entre outras. Uma aplicação de grande relevância é o monitoramento das bacias hidrográficas, que fornecem dados fluviométricos e pluviométricos. Os dados estão disponíveis no endereço:
http://satelite.cptec.inpe.br/PCD/

Fonte: INPE
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

T&D: “O que o Brasil busca no Espaço”

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Até o final desta semana, deve chegar às bancas de todo o Brasil a mais recente edição especial da revista Tecnologia & Defesa, intitulada “O que o Brasil busca no Espaço”. Elaborada desde o final do ano passado, esta edição busca abordar os principais projetos nacionais associados à área espacial, não apenas do Programa Espacial Brasileiro (coordenado pela Agência Espacial Brasileira - AEB), mas também de iniciativas e atividades menos conhecidas do público, como o Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa, uso de imagens de satélites pelo governo (que vai muito além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE), entre outros tópicos.

O blog voltará a tratar deste número muito em breve, compartilhando parte do conteúdo com os leitores, e também fazendo os devidos agradecimentos a todos que de alguma forma tornaram possível a sua viabilização e concretização.

Abaixo, um breve descritivo sobre os artigos e reportagens que integram este número da revista:

- Apresentação: artigo ("A Importância do Programa Espacial Brasileiro") do Deputado Federal Rodrigo Rollemberg, um dos mais atuantes congressistas no setor espacial e relator dos estudos sobre o Programa Espacial Brasileiro no Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados.

- Entrevista com Carlos Ganem, presidente da AEB, com abordagem de temas como a revisão do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), avanços no programa brasileiro, cooperação internacional, orçamento, entre outros.

- Programa CBERS: reportagem sobre o Programa do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), tratando de sua história, atualidade e futuro.

- "A caminho do Espaço": reportagem sobre os esforços brasileiros na busca de autonomia no lançamento de satélites.

- "Celeiro de Tecnologias": artigo sobre a atuação da Opto Eletrônica, indústria de São Carlos (SP), no setor Aeroespacial.

- "Comunicações Militares por Satélite - O panorama brasileiro": a reportagem trata do SISCOMIS e suas perspectivas e planos para o futuro, abordando também o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

- "Perspectivas para o Programa Espacial Brasileiro": artigo de Otávio Durão, tecnologista-sênior do INPE, e membro do conselho deliberativo da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB).

- "Spin-offs - Os benefícios derivados das atividades espaciais": pequena reportagem sobre os benefícios indiretos da tecnologia espacial, em que tratamos de casos brasileiros (diamantes CVD para aplicações odontológicas, produtos ortopédicos, motores a etanol, materiais para calçados, etc.)

- "Olhando de cima": reportagem analítica sobre o uso de imagens de sensoriamento remoto geradas por satélites pelo governo brasileiro.

- "Desafios do Programa Espacial Brasileiro: 1980-2010": artigo de Gilberto Câmara, diretor do INPE.
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Relações Brasil - Ucrânia

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Tecnologia e estratégia política marcam relação Brasil-Ucrânia

Ucranianos marcam posição frente à Rússia e Brasil quer aproveitar tecnologia barata

Maurício Moraes, do R7

País que até 1991 fazia parte da antiga União Soviética, a Ucrânia não parece ter grande importância na agenda externa brasileira. Mas os dois países mantêm uma relação estratégica: Brasília tira proveito da avançada tecnologia nuclear e espacial ucraniana (herança soviética), enquanto os ucranianos procuram diversificar suas relações para marcar posição frente à Rússia, que ainda tenta dar as cartas no país 18 após sua independência.

Segundo o pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Pedro Silva Barros, professor da PUC-SP, a Ucrânia é um dos países que mais desenvolveram a tecnologia espacial e nuclear. Ele diz que boa parte da energia usada no país vem de usinas nucleares. Mas, mais que importância econômica, a tecnologia tem um forte apelo político no país, que vive em constante tensão:

- Em alguns momentos, o país pende para o leste, para a Rússia. Em outros, para o oeste, para a União Europeia. Para manter uma certa autonomia em relação à Rússia, faz-se necessário manter o desenvolvimento da tecnologia espacial e nuclear, o que para eles é quase uma questão de identidade nacional, de não submissão à Rússia.

Segundo o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Paulo Edgar Resende, o desenvolvimento nuclear da Ucrânia aconteceu junto com o da Rússia, no tempo da União Soviética:

- Para o Brasil, a aproximação da Ucrânia é um jeito de tirar proveito de uma alta tecnologia. O Brasil poderia ter escolhido a Rússia, mas talvez uma aliança com os russos fosse despertar mais atenção de países como os Estados Unidos.

Lula visitou o país em novembro

Em novembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a Ucrânia para discutir o futuro da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), responsável por boa parte do programa espacial brasileiro.

A ACS foi criada em 1996, mas só foi saiu do papel em 2006. O investimento inicial de cada país foi de R$ 8,5 milhões (US$ 4,5 milhões). E o plano dos dois governos é aumentar seu capital para até R$ 709 milhões (US$ 375 milhões), segundo a própria empresa.

Lula foi à Ucrânia justamente para não deixar o programa naufragar, oferecendo financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para os ucranianos manterem seus investimentos. O país europeu foi atingido em cheio pela crise global e viu sua economia derreter, com a queda de 15% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em 2009.

Em linhas gerais, a Ucrânia entra com a tecnologia e o Brasil cede sua base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão - o que não é pouca coisa. A base está situada próxima à linha do Equador, onde a rotação terrestre facilita, por questões de física, a chegada dos satélites em órbita. Só por causa da localização privilegiada, a ACS prevê gastar 30% menos combustível nos veículos aeroespaciais. Com isso, espera ganhar competitividade e operar o lançamento de satélites de outros países.

Além disso, o comércio entre Brasil e Ucrânia cresceu dez vezes entre 2002 e 2008, enquanto que o fluxo comercial com o resto do mundo cresceu em 3,5 vezes no período, segundo dados do Ipea. O pesquisador Pedro Silva Barros lembra, no entanto, que os negócios despencaram com a crise:

- A corrente de comércio (exportações mais importações) entre os dois países em 2002 foi de US$ 111 milhões (R$ 210 milhões), já em 2008 foi de US$ 1,175 bilhões (R$ 2,221 bilhões). Mas a crise bateu forte no comércio Brasil-Ucrânia e a corrente caiu para US$ 400 milhões (R$ 756,4 milhões).

Fonte: R7

Comentários: a reportagem dá a entender, embasada na declaração do Prof. Paulo Edgar Resende, da PUC-SP, que a tecnologia espacial ucraniana é independente e autônoma, o que não é de todo verdade. Kiev é dependente em vários itens da cadeia industrial russa, o que, aliás, é frequentemente mencionado por especialistas como um dos riscos do lado ucraniano da Alcântara Cyclone Space, dada a instável relação entre os dois países. Em junho de 2009, a propósito, Rússia e Ucrânia firmaram uma espécie de acordo de salvaguardas tecnológicas para a criação de condições legais visando ao cumprimento de medidas de proteção de tecnologias sensíveis em projetos espaciais, um dos quais o da ACS. Será interessante observar as implicações da aparente vitória do líder da oposição, Viktor Yanukovich, de inclinação pró-Rússia, na eleição presidencial ucraniana.
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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Graduação em Engenharia Aeroespacial no ITA

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Criado curso de graduação em engenharia aeroespacial no ITA

05/02/2010

O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, assinou portaria (nº 52/GC3) criando curso de graduação em engenharia aeroespacial no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). A decisão saiu publicada no Diário Oficial da União do dia 2 de fevereiro.

Fonte: DCTA

Comentário: já há muito era aguardada a criação do curso de graduação em Engenharia Aeroespacial no ITA/DCTA. A falta de mão-de-obra qualificada foi sempre uma das grandes carências do Programa Espacial Brasileiro, em especial na área de lançadores e foguetes. O acidente com o VLS-1 V03, em agosto de 2003, que resultou na perda de 21 especialistas do IAE/DCTA tornou o problema ainda mais crítico.
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ACS: moradores satisfeitos com audiência pública

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Ibama satisfeito com Audiência Pública realizada em São Luís

No dia 21 de Janeiro, uma segunda Audiência Pública foi realizada e coordenada pelo Ibama. O pedido havia sido feito Ministério Público Federal (MPF) no Estado do Maranhão, que não participou da Audiência Pública realizada em Alcântara, mas, desta, fez-se presente.

Novamente moradores das comunidades de remanescentes de quilombolas, representantes da sociedade alcantarense, representantes dos poderes públicos municipal, estadual e federal, integrantes de Organizações Não Governamentais, sindicatos e estudantes de São Luís assistiram aos esclarecimentos prestados pela Alcântara Cyclone Space (ACS).

Ficou bastante evidente que as comunidades de remanescentes de quilombolas de Mamuna, Baracatatiua e Brito participarão do processo de negociação que definirá as ações práticas a serem adotadas para mitigar os impactos ambientais gerados pela instalação do Complexo Terrestre Cyclone-4.

Todos os integrantes da mesa, inclusive o representante do Ibama e presidente da mesa, demonstraram estarem satisfeitos com o resultado da Audiência. Cerca de 200 pessoas estiveram presentes, com presença menor de moradores de Alcântara, o que reforçou a importância da Audiência Pública realizada no final de 2009, em Alcântara.

Fonte: Alcântara Cyclone Space, 05/02/2010
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cooperação Peru - Tailândia

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Em 15 de janeiro, a Comisión Nacional de Investigación y Desarrollo Aeroespacial (CONIDA), órgão responsável pelo Programa Espacial Peruano, e a a agência espacial da Tailândia (GISTDA) assinaram um memorando de entendimentos para colaboração em matéria espacial. Não foram divulgados detalhes mais específicos sobre o escopo da colaboração entre os dois países, mas na ocasião da assinatura, foi feita por autoridades da GISTDA uma apresentação sobre o satélite THEOS, de observação terrestre, e suas aplicações.

O Programa Espacial Tailandês hoje é fortemente baseado em seu satélite THEOS (THailand Earth Observation Satellite), desenvolvido e construído pela EADS Astrium, da França, e lançado ao espaço em 1º de outubro de 2008. O THEOS conta com dois sensores óticos: uma câmera multiespectral de 15 metros de resolução, e outra pancromática, de 2 metros. Dentre as aplicações das imagens geradas pelo satélite, destacam-se a cartografia, monitoramento agrícola e gerenciamento de florestas.

Já o programa do país vizinho tem projetos em aplicações em sensoriamento remoto (imagens geradas por satélites estrangeiros), alguns estudos e iniciativas em matéria de foguetes de sondagem e cubesats. Já há algum tempo, o Peru também estuda o desenvolvimento e/ou aquisição de um satélite próprio de observação terrestre.
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Missão CoRoT no Correio Braziliense

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Olho brasileiro no espaço

Missão do satélite CoRoT é prorrogada devido aos bons resultados que alcançou, como a descoberta do primeiro exoplaneta com características semelhantes às da Terra

Foi-se o tempo em que o Brasil assistia de longe às grandes descobertas do mundo espacial. A participação do país em empreendimentos do setor é cada vez maior. Exemplo disso é o CoRoT, satélite desenvolvido por meio de um convênio entre Brasil, França e seis países europeus. O equipamento acumula tantas descobertas que a duração de sua missão foi ampliada em três anos. Assim, ele deve permanecer no espaço pelo menos até 2012.

O CoRoT - sigla para Convection rotation and planetary transitssatelite - tem dois objetivos principais: descobrir exoplanetas (planetas localizados fora do Sistema Solar) e estudar as vibrações das estrelas, conhecidas como estelemotos (equivalente espacial aos terremotos). Os dados enviados para a Terra são analisados por cientistas do Brasil e da França, além de outros seis países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Holanda e Itália).

"A grande vantagem de nossa participação no projeto é que todo nosso investimento está sendo revertido em desenvolvimento. Estão direcionados para nossos pesquisadores, nossas bases. Contribuímos com 2% do orçamento e temos acesso a 100% da pesquisa", explica o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela.

De acordo com o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Janot, também presidente do Comitê CoRoT-Brasil, o satélite abre um novo caminho para a pesquisa espacial brasileira. "Essa é a primeira vez que nós temos direitos totais às pesquisas de um satélite. Até hoje, nós apenas podíamos usar, quase que emprestados, os satélites de outros países", comemora.

Parece que o país começou com o pé direito. O CoRoT já está fazendo história, ao ser responsável pela descoberta, feita em fevereiro de 2009, do primeiro exoplaneta semelhante à Terra.

Batizado pelos cientistas de CoRoT-7B, ele orbita uma estrela denominada CoRoT-7, um pouco menor, mais fria e mais jovem do que o Sol. Localizada na constelação de Unicórnio, a estrela está a cerca de 500 anos-luz da Terra. "Foi a primeira vez que um planeta com essas características foi localizado. Foi esta descoberta que comprovou que podem sim existir outros corpos semelhantes à Terra", explica Janot.

O interesse dos pesquisadores em encontrar planetas semelhantes ao nosso se deve à possibilidade de identificar vida extraterrestre. "Para que a vida se desenvolva é preciso que haja condições como temperatura e composição rochosa parecidas com as da Terra. E o primeiro que poderia preencher estes requisitos é o CoRoT-7B", conta o professor da USP.

No entanto, pesquisas já mostraram que não foi desta vez que provamos que não estamos sós no universo. O planeta completa uma translação em torno de sua estrela em pouco mais de 20 horas, estando 23 vezes mais próximo dela do que Mercúrio está do Sol. "Portanto, ele é muito quente para abrigar qualquer tipo de vida, mesmo das formas mais primitivas. Mas como descobrimos esse, podemos achar outros ainda mais promissores", completa.

Softwares

Os programas que comandam e garantem o funcionamento do CoRoT foram totalmente desenvolvidos por engenheiros brasileiros. "Quando entramos no projeto, enviamos seis engenheiros para Toulouse, na França, onde o projeto é baseado, e eles desenvolveram toda a parte de software do satélite", explica Eduardo Janot.

Outra contribuição fundamental para o sucesso das pesquisas vem da base aeroespacial de Alcântara, no Maranhão. É para lá que são direcionados os dados colhidos quando o satélite está orbitando o Hemisfério Sul. "São apenas três centos de recepção de dados: dois no Hemisfério Norte, localizados na França e no Ártico, e o do Brasil", conta Janot.

Além de identificar novos planetas, o CoRoT ajuda em estudos sobre os chamados estelemotos, que são espécies de terremotos que ocorrem dentro de estrelas. O fenômeno pode ajudar a compreender o comportamento e a estrutura das estrelas. "Nós estudamos estrelas mais velhas na tentativa de prever como será o comportamento do Sol, que é a principal fonte da vida na Terra", diz Janot. "Uma pequena alteração em sua densidade seria fatal para nós. Daí a importância de conhecer tão bem as estrelas."

Depois de três anos em órbita, o satélite seria desativado no fim do ano passado. Entretanto, a missão do CoRoT foi tão bem-sucedida que os pesquisadores do consórcio de sete países que o controlam decidiram prorrogar sua missão por mais três anos.

"É um custo muito alto manter equipes em várias partes do mundo monitorando e recebendo os dados de um satélite, mas as descobertas foram tantas que as agências espaciais optaram por não interromper o experimento agora", explica o cientista paulista.

Com sua data de aposentadoria marcada para 2012, o CoRoT já tem um sucessor em desenvolvimento. Quando parar de funcionar, será substituído pelo Planto, uma versão muito maior e mais moderna. A participação brasileira já está garantida nessa segunda etapa. "No setor espacial, a cooperação internacional é muito importante, e nós estamos cada vez mais ampliando nossa participação", comenta o diretor da Agência Espacial Brasileira, Thyrso Villela.

Fonte: jornal Correio Braziliense, 2/2, via JC E-mail.

Comentário: interessante reportagem, em especial por apresentar informação sobre possível participação brasileira na segunda etapa da missão (último parágrafo). O título do texto, porém, não é o mais adequado. Embora envolvido com a missão, o satélite é majoritariamente europeu.

Atualização 04/02/2010, às 10h35: a Agência FAPESP também divulgou reportagem sobre o CoRot: "Vida útil duplicada".
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Material do "Encontro Galileo para a Indústria"

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Em novembro de 2009, o blog divulgou nota do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre o "Encontro Galileo para a Indústria", que aconteceria na sede do INPE, em São José dos Campos (SP), entre os dias 24 e 25 daquele mês. O evento abordou o projeto europeu de posicionamento global, suas aplicações e perspectivas, com enfoque na região latinoamericana.

Recentemente, o Centro de Informações sobre o Galileo para a América Latina, que organizou o encontro, disponibilizou as apresentações realizadas. Para acessá-las, cliquem aqui.
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