terça-feira, 21 de março de 2017

Descontinuação do blog Panorama Espacial

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Caros leitores,

A partir de hoje, 21 de março, o blog Panorama Espacial será descontinuado. O conteúdo já postado permanecerá disponível para acesso, mas não haverá postagem de novos conteúdos.

Agradecemos aos nossos leitores, amigos e colaboradores apelo interesse, participação e reconhecimento ao longo destes quase 9 anos.

Abraços,
André M. Mileski
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sexta-feira, 17 de março de 2017

SGDC: "Janela de oportunidades se abre para o Brasil"

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Janela de oportunidades se abre para o Brasil com operação do Satélite Geoestacionário

Foram adquiridas tecnologias, e o Brasil está se organizando para o futuro, em busca de se capacitar para que, logo, logo, tenha condições de também disputar esse mercado mundial de fabricação de satélites, afirma Jarbas Valente.

Com lançamento previsto para a próxima terça-feira (21), o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) representa uma janela de oportunidades para o Brasil, capaz de alavancar investimentos e benefícios para a população. A avaliação é do diretor técnico-operacional da Telebras, Jarbas Valente. O satélite, uma vez em órbita, deve ampliar a oferta de banda larga no território nacional, especialmente em regiões remotas, e garantir a segurança das comunicações militares do país.

Com isso, o SGDC deve contribuir para o desenvolvimento de diversas frentes tecnológicas, como agricultura de precisão, cidades inteligentes, educação pública, gestão hospitalar, industrialização do interior, infraestrutura de mineração, monitoramento e previsão de desastres naturais, plataformas petrolíferas, segurança rodoviária, sistema bancário e serviços de cidadania, como a emissão de passaportes e a previdência social.

Para Jarbas Valente, com a transferência de tecnologia, a partir da participação de 100 brasileiros na construção e montagem do SGDC, o país começa a se preparar para o desenvolvimento de um satélite desse porte. "Foram adquiridas tecnologias, e o Brasil está se organizando para o futuro, em busca de se capacitar para que, logo, logo, tenha condições de também disputar esse mercado mundial de fabricação de satélites."

MCTIC: Quais os objetivos principais do programa?

Jarbas Valente: O governo brasileiro quis atender aquilo que foi previsto no Decreto nº 7.769, de junho de 2012. Isso significa responder toda a demanda possível do PNBL [Programa Nacional de Banda Larga] a ser resolvida pelo satélite, em todos os rincões do país, de norte a sul, do leste ao oeste, para reduzir desigualdades com o provimento de serviços de internet de alta qualidade. O SGDC também pode servir ao governo, ao melhorar serviços de educação, saúde e segurança, e contribuir para a soberania nacional, ao resguardar as comunicações estratégicas da defesa. O equipamento vai operar nas bandas X e Ka. A primeira é uma faixa de frequência destinada ao uso militar e corresponde a 30% da capacidade total. Já a outra representa 70% e será usada para ampliar a oferta de banda larga pela Telebras.

MCTIC: É estratégico ao Brasil ter um satélite geoestacionário?

Jarbas Valente: Eu diria que é fundamental ao país possuir um satélite dessa dimensão e capacidade, 60 gigabits por segundo, e com essa extensão territorial, ou seja, essa quantidade de feixes, 67 da banda Ka e 5 canais da banda X, em que se mantenha a mesma qualidade de transmissão, seja no Amapá ou no Chuí.

MCTIC: Para quais aplicações o SGDC poderá servir?

Jarbas Valente: São dezenas de aplicações. Aí, você vai desde o uso pessoal, quer dizer, na sua residência, nas suas comunicações, até o uso na área agrícola, na educação, na saúde e na segurança. Vamos poder atender todas as escolas rurais do país, de níveis básico e médio, sem falar da conectividade de instituições de ensino superior no interior. O satélite permitirá, ainda, que postos de comunidades distantes tenham acesso a aplicações de saúde pública e gestão hospitalar utilizadas em grandes centros.

MCTIC: Quando a população poderá sentir essa diferença?

Jarbas Valente: A partir do segundo semestre deste ano, as operações se iniciam. As ativações acontecem e, aí sim, vamos enxergar esses resultados em todos esses pontos onde instalaremos esses equipamentos, para solucionar essas demandas. Por meio de uma antena e com o uso de circuitos locais ou de rádio, poderemos atender escolas, postos de saúde e órgãos da prefeitura, que se comunicarão com os estados e o governo federal.

MCTIC: Uma vez lançado o SGDC, qual será o trabalho da Telebras?

Jarbas Valente: Lançado o satélite, o trabalho da Telebras será viabilizá-lo do ponto de vista econômico e social, porque a gente tem que ter um lado econômico sempre na mente, para poder viabilizar o lançamento de novos satélites, com mais capacidade, para atender essa maior necessidade exigida pelo país. Então, vamos ter um trabalho muito árduo para viabilizar e atender essas demandas, essas questões de que o brasileiro reclama.

MCTIC: O SGDC pode alavancar a atuação da Telebras?

Jarbas Valente: O satélite vem complementar esse trabalho, mas não funciona sem a rede terrestre. Se tivermos um computador no Norte ou no Nordeste e quisermos atingir uma VSAT [terminal de abertura muito pequena, na sigla em inglês] distante, mais ao sul, os dados terão que trafegar por uma das cinco estações conhecidas como gateways, a serem instalados em Brasília, Campo Grande, Florianópolis, Rio de Janeiro ou Salvador. Então, a comunicação é intensa. Por isso, a gente necessita de uma rede terrestre saudável e capaz de atender essa demanda. De qualquer forma, o SGDC será fundamental para a Telebras se tornar autossustentável e viabilizar a construção e o lançamento de novos satélites no futuro, sem depender do Estado.

MCTIC: O SGDC poderá prover sinal para o padrão 5G de telefonia móvel?

Jarbas Valente: O satélite atende indiretamente o 5G. Como é que isso funciona? Através da antena, que vai ser colocada como backhaul, ou infraestrutura maior, para que se ligue ali a uma torre daquela que a gente chama de estação rádio base [ERB]. Das ERBs, todo mundo que tem um 5G, 4G, 3G ou mesmo um telefone comum pode ser alcançado. E por meio da nossa estação VSAT, isso sobe para o satélite, chega na operadora de celular e se liga ao mundo.

MCTIC: Como você avalia o processo de transferência de tecnologia?

Jarbas Valente: Foi muito interessante. Nós da Telebras participamos ativamente com especialistas em toda essa parte de formação. Engenheiros nossos tiveram a sorte e a capacidade de desenvolver softwares tão bons que permitiram, por exemplo, estender a capacidade do satélite, não só do nosso como dos demais equipamentos que virão. Houve profissionais da MCTIC, Ministério da Defesa, AEB e Visiona distribuídos pelas áreas de pesquisa envolvidas na construção, e inclusive das empresas que compraram tecnologia. Eu diria que mais de 100 brasileiros integraram esse processo.

MCTIC: O Brasil está apto para desenvolver um satélite desse porte?

Jarbas Valente: Eu diria que o país está começando a se preparar para chegar lá. Foram adquiridas tecnologias, e o Brasil está se organizando para o futuro, em busca de se capacitar para que, logo, logo, tenha condições de também disputar esse mercado mundial de fabricação de satélites.

MCTIC: Que mensagem a história do SGDC deixa à população brasileira?

Jarbas Valente: Eu acho que a mensagem é bem positiva. É muito importante ter desenvolvido esse projeto, não só do ponto de vista de segurança nacional, que é a base em que foi criada toda a sua estrutura, com a banda X, mas também por sua complementaridade, para tornar o projeto ideal do ponto de vista econômico, porque, senão, o Brasil ficaria eternamente dependente de orçamentos do governo federal para viabilizar um projeto desse porte. Sim, um país que tenha mais recursos faz isso normalmente. Mas nós temos que aproveitar essa janela, esse investimento que foi feito, e transformá-lo em novos investimentos, capazes de dar continuidade ao programa.

Fonte: MTCIC, via NOTIMP.
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quinta-feira, 16 de março de 2017

CBERS 4: ação em desastres naturais

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CBERS-4 grava imagem em ação de emergência

Quarta-feira, 15 de Março de 2017

Imagem do satélite sino-brasileiro CBERS-4 mostra destruição e alagamentos provocados pelo ciclone tropical Enawo, que em 7 de março atingiu Madagascar, um dos países mais vulneráveis a catástrofes naturais.

O monitoramento de desastres naturais é uma das aplicações mais importantes do sensoriamento remoto por satélites. Logo após a passagem do ciclone, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realizou uma aquisição emergencial de imagens do CBERS-4, utilizando o gravador de bordo.

"Esta aquisição funcionou como um teste para a gravação de imagens CBERS em situações de emergências", explica Laercio Namikawa, pesquisador da Divisão de Processamento de Imagens do INPE.

Para obter a imagem, a passagem do satélite foi programada com a China, parceira do Brasil no Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite).

A imagem foi obtida no dia 9 e, em seguida, retransmitida para a estação do INPE em Cuiabá. Logo após, foi realizado o seu processamento. O resultado está disponível na Galeria de Imagens de Observação da Terra.

O INPE faz parte do "International Charter Space and Major Disasters", um consórcio de instituições e agências espaciais que fornece dados orbitais em situações de emergências causadas por desastres naturais em todo o mundo.

"Considerando o sucesso desta aquisição emergencial dos dados do CBERS-4, esperamos fornecer imagens em outros casos, além da colaboração com o Charter", diz o pesquisador do INPE.

A resolução espacial da imagem é de 5 metros - as áreas alagadas estão apresentadas em preto e as águas com sedimentos estão em tons avermelhados.

A imagem em resolução completa pode ser acessada em http://www.dpi.inpe.br/charter/Madagascar2017/

Fonte: INPE

quarta-feira, 15 de março de 2017

INPE: combustível espacial limpo

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INPE desenvolve combustível espacial limpo

Quarta-feira, 15 de Março de 2017

Um combustível limpo e mais barato para foguetes e motores de satélites foi desenvolvido no Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

À base de etanol e etanolamina, o novo combustível é combinado ao peróxido de hidrogênio concentrado e começa a queimar espontaneamente, sem a necessidade de uma fonte de ignição externa (confira no vídeo disponível aqui).

Localizado no INPE de Cachoeira Paulista, o LCP é o único laboratório no Brasil que concentra peróxido de hidrogênio (popularmente conhecido como água oxigenada) para uso aeroespacial.

"A eficiência é próxima a dos propelentes tradicionalmente utilizados em propulsão, a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio. Porém, os nossos propelentes não são nocivos a saúde, ao contrário da hidrazina que é cancerígena e do tetróxido que é fatal a uma exposição de 10 minutos a uma concentração de 200 ppm no ar", explica Ricardo Vieira, chefe do LCP/INPE.

O novo combustível pode ser usado em motores de apogeu, ou seja, de transferência de órbita de satélites ou, ainda, em últimos estágios de veículos lançadores. O peróxido de hidrogênio é cedido ao INPE pela Empresa Peróxidos do Brasil e concentrado no LCP até 90% em peso.

"O mais interessante é comparar o custo destes propelentes. A importação de hidrazina e de tetróxido de nitrogênio custa, respectivamente, R$ 712,00/kg e R$ 1.340,00/kg. Já o peróxido de hidrogênio 90% é preparado no LCP a um custo aproximado de R$ 15,00/kg e o combustível à base de etanol/etanolamina de R$35,00/kg", completa Vieira.

O vídeo disponível aqui mostra teste de um motor-foguete de 50 N, que emprega água oxigenada 90% como oxidante e etanol/etanolamina como combustível, adicionando sais de cobre como catalisador para a reação.

O desenvolvimento tecnológico contou com financiamento da Fapesp, como parte da tese de doutorado de Leandro José Maschio (USP), orientada pelo chefe do LCP/INPE Ricardo Vieira.

Saiba mais sobre o LCP/INPE: www.lcp.inpe.br

Fonte: INPE
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Agenda espacial brasileira avança com lançamento do SGDC

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Agenda espacial brasileira avança com lançamento do SGDC

"Na medida em que a gente passa a dominar a tecnologia de satélites, podemos falar em outros lançamentos e dar sequência a novos empreendimentos", diz Álvaro Prata, que abriu simpósio sobre os impactos do SGDC para o país.

15/03/2017

O lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), previsto para a próxima terça-feira (21), na Guiana Francesa, coroa uma articulação bem sucedida entre o governo e empresas no desenvolvimento da agenda espacial brasileira. A afirmação é do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Alvaro Prata.

“Na medida em que a gente passa a dominar a tecnologia de satélites, podemos falar em outros lançamentos, dar sequência a novos empreendimentos e pensar em outras novas fases desse projeto. Não podemos deixar de comemorar a integração que houve entre o governo federal e as empresas nesse projeto complexo e muito bem desenvolvido do ponto de vista dos resultados que trará”, afirma.

A poucos dias do lançamento, o MCTIC promoveu em Brasília um simpósio para abordar os benefícios do SGDC para o país. Com investimentos de R$ 2,1 bilhões, o satélite tem como objetivos a ampliação do acesso à banda larga no Brasil, principalmente nas áreas remotas, e garantir a segurança das comunicações militares do país.

De acordo com o diretor Técnico-Operacional da Telebras, Jarbas Valente, o satélite deve entrar em operação no segundo semestre deste ano. A venda dos 60 Gbps de capacidade de conexão não será feita a usuários finais, mas a empresas que adquirirem os lotes em licitação. A estatal só vai operar diretamente na conexão a iniciativas de inclusão digital dos governos federal, estaduais e municipais.

“Para as demandas de governo, a gente viu que a melhor forma de atender é criar uma infraestrutura que a gente chamou de concentrador. Por meio de uma antena e com o uso de circuitos locais ou de rádio, podemos atender a escolas, postos de saúde e órgãos da prefeitura que podem se comunicar com os estados e o governo federal”, explica.

O coronel Anderson Hosken Alvarenga, representando o Ministério da Defesa, destaca que a operação do satélite garante soberania às comunicações do país. Outras vantagens são a alta capacidade de conexão, a segurança e o domínio nacional. Pelo menos 30% da banda disponível do equipamento será reservada às aplicações militares.

“O satélite se enquadra na estrutura de comando e controle. Nosso desafio é levar o comando a todos os lugares onde as Forças Armadas Brasileiras podem atuar. O Brasil possui mais de 7 mil quilômetros de litoral, mais de 15 mil quilômetros de fronteiras secas e uma área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, além das águas territoriais, uma superfície maior que a Europa”, relata.

O diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira, Petrônio Noronha Souza, ressalta os programas de transferência e absorção de tecnologia proporcionados pelo desenvolvimento do satélite, o que permitiu o trabalho de empresas e técnicos brasileiros na construção do equipamento. O conhecimento adquirido pode agora ser compartilhado em tecnologias nacionais.

“Os tópicos de transferência de tecnologia contratados estão todos voltados para aspectos fundamentais da construção de um segmento espacial, que não são aplicáveis exclusivamente a satélites geoestacionários, mas também a outros tipos de satélites”, diz.

Parceria

O Satélite Geoestacionário é uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa. O processo de construção e lançamento do SGDC também envolveu engenheiros e especialistas da Telebras e da Agência Espacial Brasileira, além da empresa Visiona.

Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o equipamento ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. Ele será operado por dois centros de controle, em Brasília e no Rio de Janeiro. Também há outros cinco gateways – estações terrestres com equipamentos que fazem o tráfego de dados do satélite – que serão instalados em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador (BA).

Fone: MCTIC.
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quinta-feira, 9 de março de 2017

INPE: Programa PIPE/PAPPE Espacial

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INPE, Fapesp e Finep promovem reunião com empresas selecionadas no Programa PIPE/PAPPE Espacial

Quinta-feira, 09 de Março de 2017 

No dia 15 de março (quarta-feira), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) receberão os representantes das empresas selecionadas por meio do Programa PIPE/PAPPE Subvenção, destinado a apoiar pesquisa voltada ao desenvolvimento de tecnologias e produtos para aplicações espaciais.

A reunião será às 9 horas no 1° andar do prédio do LIT, na sede do Instituto, em São José dos Campos (SP).

Na oportunidade, a Fapesp anunciará as empresas vencedoras dos desafios tecnológicos e serão dirimidas eventuais dúvidas sobre a contratação relacionada à chamada PIPE/PAPPE.

Para mais informações sobre a reunião, envie email para pappe.subvencao@inpe.br.

PIPE/PAPPE Espacial

O INPE busca fazer com que o Brasil obtenha autonomia em todo o processo que envolve o desenvolvimento, a integração, o lançamento e o controle de satélites. Para isso, adota uma política industrial que permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais.

Os desafios tecnológicos propostos nesta chamada do Programa PIPE/PAPPE estão divididos em sete grandes grupos: instrumentos embarcados da missão EQUARS; eletrônica e óptica espacial; propulsão; transponder digital e antena; suprimento de energia; integração de sistemas; controle de atitude e órbita.

Fonte: INPE
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terça-feira, 7 de março de 2017

Cooperação Brasil - China

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Profissionais de engenharia buscam novas oportunidades na China

06/03/2017

O engenheiro de energia solar Pedro Henrique Nogueira, 26 anos, natural de Luziânia (GO), participa do mesmo projeto de mestrado que seus colegas, Felipe Iglesias e Renan Felipe, na Beihang University of Aeronautics and Astronautics (BUAA), na China. Já Audrey Rodrigues de Siqueira, 26 anos, de Jaguaraí (SP), cursa o mestrado na mesma instituição, mas diferente dos três colegas trabalha com satélites de localização com foco em GPS.

Os quatro estudantes passaram por um rigoroso processo de avaliação intermediado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), parceira da Beihang University, e hoje estão na China, concluindo o mestrado na área espacial. Dois deles devem voltar para o Brasil no final de julho deste ano, um já foi convidado para trabalhar em outro país, e o quarto estudante conclui o mestrado em 2018.

Pedro Henrique conta que no primeiro semestre cursou todas as matérias, já no segundo participava de um projeto integrador, que envolvia todos os estudantes do mestrado. O grupo fez visitas técnicas a Shangai para conhecer a linha de produção da Longa Marcha, à Academia Espacial, e a empresas privadas em Xian, no centro da China, experiências que, para eles, fizeram a diferença.

Segundo o Pedro Henrique, a diversidade e a dinâmica da carga horária foram os fatores que mais lhe chamaram a atenção, como também foram decisivos para ser aprovado na seleção. Pedro trabalha com sistema de potência de energia que usa a energia solar. “Para mim foi uma oportunidade de continuar o que eu já conhecia, mas com uma aplicação diferente. No Brasil trabalhei com aplicação terrestre, aqui na China com aplicação espacial”, ressaltou.

Diferencial – “No Brasil acho a engenharia um pouco teórica, a gente aprende muito a teoria Matemática e a Física, mais do que desenvolve e gerencia o que é um desafio para trabalhar em projetos maiores. Aqui na China eles se preocupam mais em projetar ao invés de ensinar, o foco está em desenvolver. A parceria da Agência Espacial Chinesa com empresas privadas torna o processo de construção de um satélite bem mais rápido que no Brasil”, afirmou.

Para o engenheiro, os chineses têm disponibilidade de material e peças a um custo bem barato, não só pela aquisição de Pequim, mas por trabalharem com empresas que produzem esse tipo de material em outras províncias. Isso favorece a rapidez no escoamento da produção, principalmente, em razão de o país dispor de grande número de rodovias e ferrovias. “Esse fator contribui para que o desenvolvimento na área espacial na China seja bem forte”, afirmou Pedro.

Profissionais de engenharia buscam novas oportunidades na China - AudreyO engenheiro mecânico, Audrey Siqueira, graduado pela Universidade Estadual de Guaratinguetá (Unesp), trabalhou três anos como voluntário em programas que projetavam aeromodelos, um dos requisitos que o ajudou a ser selecionado para o mestrado na China. Audrey também participou de algumas competições desenvolvendo aeromodelos. No Brasil ele conquistou o segundo lugar em uma competição, mas em um mundial, em Atlanta (EUA), seu grupo fez o melhor avião e conquistou o prêmio. Essa competição, para ele, foi o diferencial no processo de seleção.

Requisitos - “Eles queriam candidatos que fossem fluentes no inglês e que conhecessem as áreas espacial e aeronáutica”. Esses dois fatores me favoreceram, pois fiz intercâmbio pelo programa Ciências sem Fronteira, na Alemanha, de 2012 a 2013.

Diferente dos outros três colegas que estudam microssatélites, Audrey estuda satélites de localização, que foca em GPS, área que segundo ele é direcionada para países em desenvolvimento que têm projetos na área espacial, como Brasil, Peru, Bolívia, Venezuela e Paquistão. Acho que vou trabalhar no sistema de comunicação de satélite, mas o que deve diferenciar dos outros três colegas é a área de pesquisa.

Para o engenheiro o que diferencia o ensino do Brasil em relação à China é que “aqui eles nos dão autonomia, aí no Brasil há o sentimento paternal, aqui há uma relação mais profissional. Por exemplo, aqui usamos o celular pra tudo, no Brasil somos repreendidos pelo uso do celular em sala de aula. Aqui os professores incentivam os alunos a usarem o celular, pois se precisarmos tirar fotos, pesquisar, temos o aparelho, a relação é diferente”.

Mesmo com culturas e população bem diferentes, Audrey impressiona com os dados do país e diz ser inevitável não fazer comparações. “No final dos anos 80 e início dos 90 a economia brasileira e a chinesa representavam a mesma porcentagem na economia mundial, hoje a participação do Brasil é de 1% e a dos chineses 12%, nota-se que em pouco tempo a China cresceu muito e nós ficamos para trás”, concluiu.

Filho de um técnico de manutenção da Embraer e de uma comerciante, Audrey sempre gostou da área e dos desafios da profissão e, apesar das barreiras encontradas no país oriental, como a dificuldade com a alimentação e com o idioma, os estudantes já se adaptaram ao novo estilo de vida. E até a angústia em se deparar com um prato apimentado eles já tiram de letra.

Fonte: AEB
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sexta-feira, 3 de março de 2017

SGDC: preparativos continuam

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Começa segunda etapa de preparação para o lançamento do SGDC

SGDC foi carregado com elementos combustíveis para o lançamento e funcionamento no espaço. Nos próximos dias, equipamento será integrado ao veículo lançador no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa.

03/03/2017

O lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) entrou na segunda fase de preparação com o carregamento dos elementos combustíveis do equipamento, que deve ir à órbita em 21 de março, a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana.

“O procedimento ficou a cargo da Arianespace. Está correndo tudo bem”, afirma o gerente de Engenharia e Operações de Satélites da Telebras, Sebastião Nascimento, que acompanha as atividades no centro de Kouru.

Nos próximos dias, o SGDC passará pela fase final de preparação para o lançamento ao espaço. O satélite brasileiro será acoplado ao veículo lançador Ariane VA 236, junto com um equipamento sul-coreano que será levado no mesmo módulo.

O primeiro satélite geoestacionário do Brasil terá uso civil e militar. O equipamento deve ampliar a oferta de banda larga em todo o território nacional, principalmente em regiões remotas do país, e garantir a segurança das comunicações na área de defesa.

O SGDC vai operar nas bandas X e Ka. A primeira é uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar, correspondendo a 30% da capacidade total do satélite. Já a banda Ka, que representa 70%, será usada para ampliar a oferta de banda larga pela Telebras.

Parceria

O Satélite Geoestacionário é uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Ministério da Defesa e conta com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões. O processo de construção e lançamento do SGDC também envolve engenheiros e especialistas da Telebras e da Agência Espacial Brasileira (AEB), além da empresa Visiona.

Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o equipamento ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. Ele será operado por dois centros de controle, em Brasília e no Rio de Janeiro. Também há outros cinco gateways – estações terrestres com equipamentos que fazem o tráfego de dados do satélite – que serão instalados em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador (BA).

Fonte: MCTIC, via AEB.
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quarta-feira, 1 de março de 2017

Mestrado na China: prorrogadas as inscrições

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Agência Espacial Brasileira prorroga inscrições para mestrado na China

24/02/2017

A Agência Espacial Brasileira (AEB) informa que as inscrições para o mestrado na Beihang University foram prorrogadas até a próxima sexta-feira, 03.03.2017, mantendo os demais prazos e condições inalterados.

O Centro Regional para Ciência Espacial e Educação Tecnológica na Ásia e no Pacífico (RCSSTEAP- China), oferece três bolsas de estudos. As áreas contempladas pelo Master Program on Space Technology Aplications (MASTA) são Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS), Sensoriamento Remoto e Sistemas de Geo-Informação (RS&GIS) e Tecnologias em Microssatélites (Micro-Sat Tech).

Os interessados em participar do processo seletivo devem acessar o site da Agência Espacial Brasileira (AEB), cabendo ao RCSSTEAP a seleção final. O curso tem duração estimada de 1 ano e 9 meses.

Mais informações clique no link: http://www.aeb.gov.br/centro-de-ciencia-espacial-na-asia-e-pacifico-oferece-bolsa-para-mestrado-na-china/

Fonte: AEB
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

SGDC: plano de negócios para capacidade em banda Ka

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Telebras apresenta plano de venda da banda Ka do SGDC a empresas

Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas terá 70% da capacidade voltada para ampliar a oferta de internet de alta velocidade por meio da banda Ka. Segundo a Telebras, plano de vendas vai permitir parcerias com operadoras que vão trazer equipamentos e tecnologias para expandir banda larga.

24/02/2017 

A Telebras apresentou nesta quinta-feira (23), durante audiência pública com representantes de empresas do setor de telecomunicações, o modelo do plano de venda de capacidade em banda Ka do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O equipamento, que deve ser lançado no dia 21 de março, terá 70% da sua capacidade voltada para ampliar a oferta de internet banda larga no país. Os 30% restantes são destinados às comunicações estratégicas das Forças Armadas Brasileiras.

De acordo com o presidente da Comissão Especial de Comercialização do SGDC, Bruno Henriques, a negociação da capacidade do satélite será dividida em quatro lotes principais, que terão 100% de cobertura em todo o território nacional. Um lote será exclusivo da Telebras. Outros três lotes serão vendidos em leilão, pelo maior preço, para empresas que atuam nos regimes de concessão, permissão e autorização de serviços de telecomunicações. O lote 1 será um pouco maior, e a empresa vencedora terá oferecer contrapartidas para a Telebras.

Contribuições ao modelo de plano de negócios apresentado poderão ser feitas até as 23h59 do dia 8 de março de 2017, pelo email sgdc@telebras.com.br . Além disso, as operadoras também poderão marcar reuniões presenciais na Telebras para discutir e apresentar sugestões. A previsão é que o edital para a seleção dos parceiros comerciais seja publicado em março, e a assinatura dos contratos ocorra em abril.

Durante a apresentação, Bruno Henriques destacou que o objetivo principal do plano de venda é atender às metas do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL): expansão do acesso à internet de alta velocidade em todo o Brasil, inclusão digital, redução das desigualdades sociais e regionais e ampliação dos serviços de governo eletrônico em áreas como saúde, educação e segurança.

“Estamos totalmente atentos a esse objetivo primordial do SGDC. Não existe outra maneira economicamente mais eficiente e ágil, com menos riscos e possibilidade de dar certo, do que a que estamos apresentando hoje.”

De acordo com o diretor técnico-operacional da Telebras, Jarbas Valente, o plano de vendas de capacidade do SGDC foi desenhado para permitir parcerias com grandes, médias e pequenas operadoras de telecomunicações. “Essas empresas vão trazer equipamentos e tecnologias modernas, com a velocidade que nós precisamos e com o preço mais adequado possível para ampliar a oferta de banda larga.”

O SGDC será o único satélite de alta capacidade em banda Ka com cobertura totalmente nacional. A vida útil do equipamento será de 18 anos. O satélite terá dois centros de controle (em Brasília e no Rio de Janeiro), além de contar com cinco gateways – estações terrestres com equipamentos que fazem o tráfego de dados do satélite – instalados em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis, Campo Grande e Salvador. As operações devem começar no segundo semestre de 2017.

O SGDC já está no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado no dia 21 de março próximo. A construção do satélite é uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa, e conta com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões.

Fonte: MCTIC, via AEB.
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

SGDC em testes na Guiana Francesa

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Na Guiana, SGDC passa por testes antes do lançamento

Primeiro satélite geoestacionário do Brasil, equipamento vai ampliar a oferta de banda larga em todo o território nacional, principalmente nas regiões remotas do país, e garantir a segurança das comunicações na área de defesa.

17/02/2017

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) já está no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, onde passará por uma fase de testes até a véspera do seu lançamento, previsto para 21 de março. O equipamento chegou à Guiana Francesa na terça-feira (14), depois de deixar a cidade de Cannes, na França, onde foi construído pela empresa Thales Alenia.

O primeiro satélite geoestacionário do Brasil terá uso civil e militar. O equipamento vai ampliar a oferta de banda larga em todo o território nacional, principalmente em regiões remotas do país, e garantir a segurança das comunicações na área de defesa.

Segundo o gerente de Satélites da Telebras, Sebastião Nascimento, que acompanhou a chegada do SGDC ao Centro Espacial de Kourou, nas próximas semanas, vários testes serão feitos para verificar as condições do SGDC e se a viagem causou algum dano ao equipamento. “Estamos trabalhando das 6 horas da manhã até 22 horas. Tudo está correndo bem, sem problemas, mas precisa ser checado”, revela.

Ele acrescenta que o satélite está dentro de uma “sala limpa”, onde não entra poeira nem resíduos, e o acesso dos técnicos deve ser feito usando roupas especiais. Nesse local, as equipes testam o sistema de comunicação, de movimentação e os sensores do artefato, por exemplo. Ao todo, a fase de pré-lançamento do SGDC envolve cerca de 200 pessoas. Depois de encerrada essa etapa, o satélite será levado para outra sala para ser inserido na cápsula do lançamento.

Transporte

O transporte do satélite teve início na segunda-feira (13), quando foi embarcado no Aeroporto de Nice, na França, com destino a Kourou, na Guiana Francesa. A bordo do avião russo Antonov, com alta capacidade de carga, o equipamento chegou na madrugada de terça-feira (14) à Guiana, depois de oito horas de viagem.

Em outra operação que levou cerca de 12 horas, o artefato foi retirado da aeronave e levado do aeroporto de Caiena até o Centro Espacial de Kourou, em um trajeto de 60 quilômetros. No local, o satélite foi retirado do contâiner, desembrulhado e colocado em uma sala, onde agora passa por uma série de testes.

Parceria

O Satélite Geoestacionário é uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Ministério da Defesa, e conta com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões e tempo de operação de aproximadamente 18 anos. O processo de construção e lançamento do SGDC também envolve engenheiros e especialistas da Telebras e da Agência Espacial Brasileira (AEB) – ambas entidades vinculadas ao MCTIC –, além da Visiona.

O satélite deverá ser lançado por volta das 17 horas do dia 21 de março. Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o equipamento ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico.

Fonte: MCTIC, via AEB.
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Cooperação Brasil - China

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Estudantes brasileiros contam experiência de cursar mestrado na China  

17/02/2017 

Quatro engenheiros brasileiros, três graduados pela Universidade de Brasília (UnB) e um pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp/Guaratinguetá) cursam desde setembro de 2015, um mestrado na área espacial na Beihang University of Aeronautics and Astronautics (BUAA), na China.  Lá eles participam da construção do microssatélite BUAASat, que será lançado em órbita baixa a 600 km da terra, com a missão de fazer o sensoriamento remoto de algumas regiões do país, além de tirar fotos de detritos espaciais.

O programa de bolsas de mestrado é patrocinado pelo Centro Regional para Ciência Espacial e Educação Tecnológica na Ásia e no Pacífico (RCSSTEAP – China). Os estudantes, Felipe Iglesias, Renan Felipe Nogueira, Pedro Henrique Nogueira e Audrey Rodrigues Siqueira foram selecionados, pelo Master Program on Space Technology Applications Global Navigation Satéllite Systems (GNSS). Todo o processo de seleção contou com a intermediação e apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Para os estudantes, o intercâmbio que fizeram no programa Ciências sem Fronteiras, Renan Felipe, em Lisboa, Felipe Iglesias na Normandia, Pedro Henrique na Escócia e Audrey na Alemanha, os ajudou a tomarem a decisão de fazer um mestrado na China e buscar novas oportunidades em um país de cultura tão diversa. O processo de seleção com a participação de 14 candidatos inscritos ocorreu em duas etapas, a inscrição, feita no site do programa, e uma entrevista, via internet, realizada por dois professores da Beijing University.

Felipe Iglesias, 28 anos, paulista de Araçatuba, formado em Engenharia Eletrônica pela UnB, foi selecionado para o mestrado em Sensoriamento Remoto e Sistema de Geo-Informação (RS&GIS) e Pedro Henrique e Renan Felipe, graduados em Engenharia de Energia, estudam Tecnologia de Microssatélites. O mestrado tem duração de um ano e nove meses, sendo que alguns deles estarão de volta em julho deste ano.

Oportunidades

Para Iglesias, o mestrado é uma ótima oportunidade de crescimento pessoal e profissional. “Além de aprender outra língua e vivenciar nova cultura, pretendo ampliar meus horizontes com essa experiência, pois no retorno ao Brasil quero trabalhar e contribuir com o desenvolvimento do setor espacial”, disse.

Já Renan Felipe conta que com dez meses no país oriental já teve uma base teórica e prática bastante significativas, principalmente na área de construção de satélites. “Agora estou focado no desenvolvimento da tese voltada para integração e testes na parte elétrica e eletrônica de todos os subsistemas. Vou tentar automatizar todo esse processo para torná-lo mais eficiente, e com isso reduzir os custos”, afirmou.

Como engenheiro de energia tenho acesso à parte solar do satélite. Trabalhar com energia solar está sendo ótimo, além de abrir um leque de oportunidades não apenas no Brasil, estudar na China abre oportunidades no mundo inteiro.

Segundo os estudantes, a oportunidade de cursar um mestrado na China os fez crescer não só profissionalmente, mas também culturalmente. “Desenvolvi minhas habilidades interpessoais, tentei estar inserido em uma empresa no contexto internacional e vou levar essa experiência para o Brasil”, ressaltou Felipe Iglesias. Sua contribuição para o Brasil deve ser adiada mais um pouco, no fechamento dessa matéria, ele nos informou que surgiu uma oportunidade de trabalho que talvez o leve para outro país. A proposta não está relacionada à área espacial, mas o mestrado contribuiu muito para receber esse convite, concluiu.

Renan Felipe ressalta que o mestrado entrou na fase de produção da tese sem muitos cursos para fazer, mas com prazo para entrega de relatórios e andamento da produção. Ele aproveita e manda uma mensagem aos colegas brasileiros: “Espero que a nossa experiência de sucesso na China ajude a quebrar o tabu em relação ao país e a acabar com o medo de os candidatos virem para cá. Aproveitem essa oportunidade”, concluiu.

Na próxima reportagem vocês vão conhecer a experiência dos engenheiros Pedro Nogueira e Audrey Siqueira, que também estão na China.

Interessados em participar do mestrado acesse o  link:

http://www.aeb.gov.br/centro-de-ciencia-espacial-na-asia-e-pacifico-oferece-bolsa-para-mestrado-na-china/

Fonte: AEB
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

CLBI: rastreio de missão do Ariane 5

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Foguete Ariane é rastreado pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno

16/02/2017

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) realizou com sucesso na noite de terça-feira (14.02) o rastreamento do veículo Ariane VA-235, lançado do Centro Espacial Guianês (CSG), em Kourou, na Guiana Francesa. O veículo foi lançado às 19h38 (horário brasileiro de verão) sendo monitorado pela Estação Natal durante a fase propulsada e nos momentos críticos de separação dos dois primeiros estágios.

Os processos operacionais de rastreamento são de alta complexidade, envolvendo grande número de profissionais, engenheiros e técnicos, do CSG e do CLBI, e conta com a participação direta de 41 servidores do CLBI. No apoio logístico, após a reestruturação da Força Aérea, as Operações contam com o suporte do Grupamento de Apoio de Natal (GAP-NT), disponibilizando recursos e meios para o fiel cumprimento do exercício operacional que caracteriza atividade fim do CLBI.

Segundo o adjunto do coordenador de Telemedidas, engenheiro Irineu Alexandre Silva Júnior, a alta cadência de rastreamento eleva a qualidade e a eficiência dos processos operacionais: “A gestão dos recursos humanos em seu aprimoramento técnico, associada à qualidade operacional e de manutenção dos equipamentos, garante a confiança necessária para a execução de todo planejamento inerente à operação”. Ele acrescenta, ainda: “O cronograma geral dos eventos é seguido em toda sua plenitude, com destaque para o ensaio técnico, repetição geral, lançamento e transferência dos dados para o Centro de Tratamento de Dados de Telemedidas na Guiana Francesa e Toulouse – França”, avalia o adjunto.

O veículo Ariane VA-235 transportará para órbita geoestacionária dois satélites de telecomunicações. O satélite SKY Brasil-1 proverá sinal de TV para Brasil e América Latina. Além deste, o engenho transportará o satélite TELKOM-35 responsável por expandir os serviços da empresa TELKOM na Indonésia.

A “Estação que não pára” já se prepara para o próximo rastreamento com previsão no calendário operacional para o dia 21 de março. De acordo com a coordenadora da seção de Interface (SICC), engenheira Maria Goretti Dantas, o lançamento do VA-236 tem um caráter particular para todos os brasileiros e, em especial, para os servidores do CLBI que participarão da campanha que levará à órbita o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC): “Será uma campanha especial, pois estaremos envolvidos diretamente na atividade que trará à sociedade brasileira resultados diretos em qualidade de comunicações e segurança”.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

SGDC embarca para a Guiana Francesa

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Satélite Geoestacionário embarca para Guiana Francesa

13/02/2017

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) embarcou, nesta segunda-feira (13), em direção ao Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado ao espaço no dia 21 de março. O equipamento saiu da cidade francesa de Cannes, local onde foi construído pela empresa Thales Alenia e supervisionado por engenheiros e especialistas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Ministério da Defesa, da Telebras e da Agência Espacial Brasileira (AEB) – ambas entidades vinculadas ao MCTIC –, além da Visiona.

O transporte do satélite é feito por um modelo Antonov – avião russo de alta capacidade de carga. O voo deve durar cerca de seis horas, com aterrisagem prevista para as primeiras horas desta terça-feira (14).

“Naquele avião vão o empenho, a energia e a inteligência de muitos profissionais, que aguardam pelo lançamento e pelo sucesso do satélite. É uma importante etapa que está sendo concluída. Um momento de grande satisfação, que pode ser comemorado por todos”, afirmou o engenheiro da Telebras Sebastião Nascimento, que aguarda a chegada do SGDC na Guiana Francesa.

Provedor de serviços

O SGDC vai garantir a segurança das comunicações de defesa das Forças Armadas brasileiras e o fornecimento de internet banda larga para todo o território nacional, especialmente para as áreas remotas do país. O projeto é fruto de uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa, com investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões e tempo de operação de aproximadamente 15 anos.

“Com o SGDC, o Brasil ganha qualidade na prestação dos seus serviços, seja ao dar mais eficiência ao sistema de segurança nacional, seja ao levar mais condições de banda larga para todos os cidadãos, em suas atividades pessoais ou profissionais”, afirmou o ministro Gilberto Kassab, em recente visita ao Comando de Operações Espaciais (Comae), da Força Aérea Brasileira (FAB), na Base Aérea de Brasília.

Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Rossato, o SGDC trará benefícios ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), operado pela Telebras, aos sistemas de telecomunicações militares e à absorção de tecnologia para o setor aeroespacial. O equipamento deve melhorar a fiscalização dos 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil com dez países sul-americanos e estender o PNBL a todo o território nacional.

Fonte: MCTIC
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23 anos da AEB: "Momento de reflexão", artigo de José Raimundo Braga Coelho

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Momento de reflexão

10/02/2017

No início dos anos 80, por motivos considerados estratégicos – acesso autônomo ao espaço - a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (Cobae) teve aprovada a Missão Espacial Completa Brasileira – MECB.

Um programa integrado, visando o desenvolvimento, a construção e a operação de satélites de fabricação nacional, a serem colocados em órbitas por foguetes projetados e construídos no país e lançados de uma base situada em território brasileiro.

Em 1988 acontece um fato interessante. Brasil e China decidem desenvolver uma família de Satélites de Observação da Terra (CBERS).

Inicia-se então um outro tipo de integração – a integração por necessidade e oportunidade, valendo-se de parcerias estratégicas, baseadas em dois fatores considerados de extrema importância – benefícios mútuos e desenvolvimento conjunto.

Passados tempos, em 1994, surgiu então a Agência Espacial Brasileira (AEB), como parte do Sistema, para coordenar, executar e fazerexecutar a Política Espacial Brasileira. Trouxe consigo a herança do programa sob supervisão da COBAE e implantou, baseado nele, o que hoje denominamos Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE.

Uma peça de planejamento estratégico com orientação explicitamente voltada aos interesses nacionais, aos benefícios da população brasileira. Ajustes de rota foram introduzidos ao longo do tempo, em todos os segmentos básicos do programa: satélites, lançadores e sítios de lançamentos.

Eis que hoje estamos prestes a presenciar, março próximo, o lançamento do nosso primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – o SGDC. O CBERS-4A e, o nosso primeiro Satélite Nacional de Observação da Terra, o Amazonia-1, e o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1), todos previstos para serem lançados em 2018/2019.

A Missão de coordenação efetiva atribuída à AEB, em sua lei de criação, deu oportunidade a uma nova fase: qualidade do relacionamento e integração entre os agentes ativos do programa, passam a ser e continuam sendo, o grande objetivo.

O Programa Espacial Brasileiro de hoje ultrapassa as fronteiras do PNAE. Estende-se a necessidades outras ditadas por segmentos importantes da nação. Como exemplos, citamos o nosso compromisso com o desenvolvimento de uma solução que atenda à Rede Hidro-meteorológica Brasileira, a cargo da Agência Nacional de Águas (ANA).

O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em busca do desenvolvimento de um sistema adequado à solução de questões relacionadas à observação e monitoramento de aspectos relevantes de suas atribuições de responsabilidade, assim como de outras atividades similares de outros órgãos de governo.

Não faltou também o apego à formação de recursos humanos e ao compromisso junto às Universidades e Centros de Pesquisas ao engajamento na área espacial.

E aquilo que nos parecia quase inatingível, também conseguimos. Eis que hoje contamos com os primeiros 63 jovens servidores efetivos da Agência. Há, entretanto, muito pela frente, a jornada não é simples, os óbices precisam ser transformados em desafios e os desafios tem que ser vencidos, todos vencidos.

Os braços que contamos são os braços que temos. Foram eles que, junto àqueles dos outros segmentos do Sistema, nos permitiram chegar até onde chegamos. E serão eles que nos permitirão vencer, antes de tombar. E é por isso, que no dia de hoje, a eles dedicamos a nossa mais sincera, profunda e justa homenagem.

Com muito orgulho, Parabéns Servidores da Agência Espacial Brasileira!

José Raimundo Braga Coelho
Presidente da AEB
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

SCD-1: 24 anos em operação

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Primeiro satélite brasileiro completa 24 anos em operação

Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2017 

Em 9 de fevereiro o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) completou 24 anos em órbita. Primeiro satélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o SCD-1 mantém a retransmissão de informações ambientais para o monitoramento das bacias hidrográficas, das marés, meteorologia, planejamento agrícola, estudos sobre mudanças climáticas e desastres naturais, entre outras aplicações.

Embora com limitações, o satélite continua operacional e cumprindo sua missão de coleta de dados ambientais, mais de duas décadas após seu lançamento, em 1993. Na época, o primeiro satélite brasileiro tinha expectativa de apenas um ano de vida operacional. A longevidade do SCD-1 comprova o alto grau de competência técnica não só das equipes de engenharia espacial e de integração e testes que participaram do desenvolvimento do satélite, como também das equipes de operação em voo do Centro de Rastreio e Controle de Satélites do INPE.

Em seu aniversário de 24 anos, o SCD-1 completou um total de 126.714 órbitas, tendo percorrido uma distância da ordem de 5.650.893.410 quilômetros, o que corresponde, por exemplo, a nada menos que 7.435 viagens de ida e volta à Lua.

O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou ainda o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que fornece informações para instituições nacionais governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como previsão meteorológica e climática, estudo da química da atmosfera, controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.

Dados

O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados é baseado em satélites de órbita baixa que retransmitem a um centro de missão as informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados (PCDs) espalhadas pelo Brasil.

As PCDs são equipamentos automáticos que possuem sensores eletrônicos para a medição de parâmetros ambientais, como o nível de água em rios e represas, a qualidade da água, a precipitação pluviométrica, a pressão atmosférica, a intensidade da radiação solar, a temperatura do ar, entre outros.

O satélite capta e retransmite os sinais das PCDs instaladas por todo o país e os envia para as estações de recepção e processamento do INPE em Cuiabá (MT) e em Alcântara (MA). Voando a uma velocidade de 27.000 km por hora, o SCD-1 leva aproximadamente uma hora e 40 minutos para completar uma volta em torno da Terra. Assim, a estação recebe várias vezes por dia os dados transmitidos por cada PCD.

Da estação de Cuiabá ou de Alcântara, os dados coletados pelo satélite são transmitidos para Centro Regional do Nordeste (CRN) do INPE, localizado em Natal (RN), onde atualmente está instalado o Sistema Integrado de Dados Ambientais (SINDA), para processamento e distribuição de suas informações aos usuários a partir do endereço http://sinda.crn2.inpe.br.

O Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais conta com uma rede de mais de mil plataformas instaladas e, nos últimos 24 anos, ininterruptamente, tem prestado serviços à sociedade através do monitoramento de parâmetros ambientais nas regiões mais remotas do território brasileiro.

Além do pioneiro SCD-1, integra o sistema de coleta de dados o satélite SCD-2, lançado em 1998.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

SGDC: visita do MCTIC e AEB ao Comando de Operações

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Presidente da AEB visita Comando de Operações do SGDC  

8/02/2017 

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, acompanhou na manhã desta quarta-feira (08.02), a comitiva do ministro da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, na visita ao Centro de Operações do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), satélite previsto para ser lançado do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, no dia 21 de março, às 19h.

Após a recepção de boas-vindas do Chefe do Centro Conjunto de Operações Aéreas, brigadeiro do ar, Arnaldo Silva Lima Filho, foi feita uma apresentação sobre o satélite e sua importância para o país. A comitiva também teve a oportunidade de conhecer a sala de decisão do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e as futuras estações e antenas do SGDC.

“Essa é a oportunidade que temos de melhorar os nossos serviços para que haja uma potencialização desses esforços, o país tem avançado muito no que diz respeito à fiscalização e para nós é motivo de orgulho.  Sobre os ganhos do país com o SGDC, primeiro vem a qualidade dos seus serviços, o Brasil ganha em eficiência em segurança nas comunicações, além de permitir a ampliação dos serviços de banda larga, que poderá ser universalizado, e avanço nos serviços prestados aos cidadãos”, afirmou o ministro Gilberto Kassab.

O presidente da AEB, José Raimundo, falou da necessidade de integração entre as instituições do governo, pois segundo ele, nenhum país do mundo desenvolve a área espacial de forma isolada. “É o momento de integrarmos os esforços para desenvolvermos a área espacial de forma inclusiva e não exclusiva”, afirmou.

Para o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, a união de esforços é essencial ao programa. “A gente deu um passo grande com esse projeto, mas destaco o aspecto de olhar para frente, porque a Aeronáutica e a Telebras montaram suas equipes. Temos que integrar esforços civis e militares, sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB).”

Já o secretário de Telecomunicações do MCTIC, André Borges, ressaltou o caráter estratégico do satélite para a conectividade do país. “Vencida a etapa de levar banda larga a 100% do território, um excelente passo, a questão será oferecer mais capacidade, porque todo o Brasil vai estar conectado, mas a capacidade ainda vai ser insuficiente para cobrir tudo o que é necessário.”

Segundo o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Rossato, o SGDC trará benefícios em três eixos: no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), operado pela Telebras, nos sistemas de telecomunicações militares e na absorção de tecnologia para o setor aeroespacial. Parceria do MCTIC com o Ministério da Defesa, o satélite deve melhorar a fiscalização dos 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil com dez países sul-americanos e estender o PNBL a todo o território nacional.

Comando de Operações

O Comando de Operações Aéreas é a principal unidade de controle das atividades desenvolvidas pelo satélite, que será monitorado 24 horas por dia. A infraestrutura conta com cinco prédios, uma antena de comando e controle de 13 metros, além de estações de trabalho de radiofrequência e de monitoramento do equipamento. O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), com lançamento previsto para 21 de março, vai garantir a segurança das comunicações de defesa das Forças Armadas brasileiras e o fornecimento de internet banda larga para todo o território nacional, especialmente para as áreas remotas do país.

Fonte: AEB
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

SGDC em destaque

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Por ocasião de uma visita de jornalistas, a francesa Thales Alenia Space divulgou no início do mês um material com algumas imagens do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O satélite está no momento nas instalações da fabricante em Cannes, no sul da França, de onde será enviado em breve para o Centro Espacial Guianês, em Kourou, na Guiana Francesa.

O material disponibilizado inclui também um vídeo (abaixo) destacando as principais características do satélite, que tem lançamento previsto para 21 de março, a bordo de um lançador Ariane 5, bem como informações gerais sobre o programa e benefícios gerados ao Brasil.


Curiosamente, num de seus parágrafos há uma referência ao futuro SGDC-2, que, imagina-se, teria mais participação da indústria nacional.

Clique aqui para acessar o material, disponível em inglês.
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Pós-graduação espacial na China

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Processo seleciona brasileiros para pós-graduação aeroespacial na China

Os interessados têm até 24 de fevereiro para se inscrever

A Agência Espacial Brasileira (AEB) abriu processo seletivo para pré-selecionar três brasileiros interessados em ter acesso a bolsas de estudo no programa de mestrado da Beihang University, na China. As oportunidades são nas áreas de sistemas globais de navegação por satélite, sensoriamento remoto e sistemas de geoinformação, e tecnologias em microssatélites. Os interessados têm até 24 de fevereiro para se inscreverem.

Os proponentes precisam ter menos de 35 anos de idade no ano de admissão; experiência profissional ou em pesquisa em tecnologias na área espacial; possuir o grau de bacharel (ou equivalente) em áreas do conhecimento afins ao programa; possuir histórico de atuação em pesquisa em áreas do conhecimento do programa; ter bom domínio da língua inglesa e capacidade de participar de aulas ministradas no referido idioma.

As bolsas de mestrado serão definidas pelo desempenho nas entrevistas e podem ser de dois tipos: integrais, que cobrem taxas de matrícula, acomodações, seguro médico e subsídio de US$ 438,96 por mês; e parciais, que cobrem somente as taxas de matrícula.

A escolha final dos candidatos fica a cargo do Centro Regional para Ciência Espacial e Educação Tecnológica na Ásia e no Pacífico (RCSSTEAP, na sigla em inglês). O resultado será divulgado até 10 de maio.

Para mais informações, acesse este link.

Fonte: Agência ABIPTI, com informações da AEB, via Jornal da Ciência.
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Cooperação Brasil - Rússia

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LNA e Roscosmos iniciam monitoramento de detritos espaciais no Brasil

06/02/2017

Um telescópio russo instalado no Observatório do Pico dos Dias, gerenciado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) em Brazópolis (MG), deve começar a operar até o fim do mês. O equipamento, que está na reta final de montagem, vai permitir o monitoramento de detritos espaciais. Segundo o diretor do LNA, Bruno Castilho, uma equipe formada por profissionais brasileiros e russos iniciou a instalação do telescópio de 75 centímetros em novembro de 2016.

“A previsão é que realize a primeira observação no fim de fevereiro. Toda a mecânica e óptica do telescópio já está pronta e agora se iniciam o alinhamento e a montagem da eletrônica de controle e de dados”, disse Castilho.

A instalação do telescópio faz parte do projeto da Agência Espacial Russa (Roscosmos) intitulado Panoramic Electro-Opical System for Space Debris Detection (PanEOS) que prevê a construção e operação de uma rede de instalações desse tipo de telescópio na Rússia e em vários outros pontos do planeta.

Com o novo equipamento, o LNA poderá detectar e mapear o lixo espacial para criar uma base de dados com a localização e a órbita de objetos que apresentam risco de colisão com satélites artificiais ativos ou, no caso de objetos maiores, com o planeta Terra depois de entrar na atmosfera.

A base de dados servirá de referência para a adoção de medidas para evitar eventuais colisões. Além disso, o LNA colocará as informações astronômicas obtidas pelo telescópio à disposição dos pesquisadores brasileiros.

As imagens geradas pelo telescópio russo serão transmitidas para a Roscosmos pela internet, e a base de dados ficará à disposição dos pesquisadores brasileiros. Com 1.864 metros de altitude, o Observatório do Pico dos Dias já possui quatro telescópios para pesquisa astronômica.

Fonte: MCTIC, via AEB.
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

SGDC pronto para o embarque

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Satélite brasileiro SGDC está pronto para embarcar para a plataforma de lançamento Kourou, na Guiana Francesa

São Paulo, 3 de fevereiro de 2016 – O Satélite Geoestacionário para Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), de duplo emprego (civil e militar), construído pela Thales Alenia Space para o Brasil, está pronto para embarque para a plataforma de lançamento Kourou, na Guiana Francesa, de onde será lançado pelo foguete Ariane 5 no próximo mês de março.

A Thales Alenia Space assinou o contrato do SGDC com a Visiona (uma joint venture entre a Embraer e a Telebrás) no fim de 2013. Esse programa desempenha papel-chave no plano de desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), ao mesmo tempo em que atende os requisitos estratégicos do Ministério da Defesa. O satélite foi projetado para satisfazer dois objetivos principais: a implementação de um sistema seguro de comunicações via satélite para as Forças Armadas e o governo brasileiro, e para o suporte à instalação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), coordenado pela Telebrás, que visa reduzir o fosso digital existente no país. O SGDC é parte integrante da estratégia brasileira de reforço da sua independência e soberania.

A AEB e a Thales Alenia Space também assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) referente a um ambicioso plano de transferência de tecnologia, concebido para dar apoio ao desenvolvimento do programa espacial brasileiro.

A parceria ganha-ganha entre a Thales Alenia Space e o Brasil já rendeu muitos frutos:

- A empresa estabeleceu uma unidade no parque tecnológico de São José dos Campos, no Brasil, para trabalhar de perto com seus clientes e parceiros.
-  Cumpriu seu compromisso de transferência de competências, uma vez que mais de 30 engenheiros brasileiros foram treinados para todas as técnicas de engenharia espacial, supervisionados pela equipe do programa da Thales Alenia Space.
-  Um painel de apoio com bateria de alumínio, produzido pela companhia brasileira CENIC, já foi integrado ao satélite SGDC.
-  O fechamento de contratos de transferência de tecnologia com indústrias brasileiras está em andamento, a fim de permitir seu envolvimento com futuros projetos espaciais.

Fonte: Thales Alenia Space.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

"As lições de Ets a um planeta autodestrutivo", artigo de José Monserrat Filho

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As lições de Ets a um planeta autodestrutivo

José Monserrat Filho *

“Tais extraterrestres teriam entendido que, para garantir sua sobrevivência a longo prazo, precisariam erradicar a desigualdade social.” Marcelo Gleiser (1)

Que civilização, que valores, que mentalidade, que tipo de vida estamos levando para o espaço cósmico, desde que aprendemos a construir foguetes, satélites e naves espaciais, nas décadas de 30, 40 e 50 do século XX? Quando usaremos o espaço somente para fins pacíficos?

Já no século XXI, em 25 de janeiro de 2017, o Relógio do Apocalipse – criado há 70 anos, em 1945, por cientistas do Projeto Manhattan que inventaram as primeiras bombas atômicas – passou a marcar apenas dois minutos e meio para a meia-noite, a hora estimada do colapso global da Terra. Quais foram as razões da histórica decisão do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim dos Cientistas Atômicos (fundado e editado nos EUA), que, antes, consultou o Conselho de Patrocinadores do Boletim, integrado também por 15 laureados com o Prêmio Nobel? (2) O Conselho assim resolveu com base em declarações sobre o uso e a proliferação de armas nucleares de uma única pessoa – o novo Presidente dos EUA, Donald Trump, no perigo das mudanças climáticas e em desenvolvimentos na Coreia do Norte, Rússia, Índia e Paquistão?

A declaração conclusiva do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim afirma: "Em 2016, o panorama da segurança global piorou. A comunidade internacional não logrou enfrentar com eficácia as ameaças mais urgentes da humanidade, as armas nucleares e as mudanças climáticas. (…) A situação mundial, por si já ameaçadora, foi o pano de fundo para o aumento do nacionalismo estridente no mundo todo, inclusive na campanha presidencial dos EUA. Nela, o vencedor, Donald Trump, fez comentários perturbadores sobre o uso e a proliferação de armas nucleares e manifestou descrença no consenso científico sobre as mudanças climáticas.” E acrescenta: "EUA e Rússia têm, juntos, mais de 90% das armas nucleares do mundo, e discordam em várias questões, da Síria à Ucrânia até as fronteiras da OTAN. Ambos continuaram modernizando amplamente suas forças nucleares, e não houve em parte alguma negociações sérias sobre o controle de armas. A Coreia do Norte realizou seus 4º e 5º testes nucleares subterrâneos e deixou claro que seguiria desenvolvendo capacidades de produzir armas nucleares. As ameaças da guerra nuclear perduraram, enquanto Paquistão e Índia se enfrentaram cautelosamente através da linha de controle em Caxemira, após militantes atacarem duas bases indianas do Exército.

Por que não são citadas a grave situação no Oriente Médio e a corrida armamentista de que participam ativamente os EUA, de um lado, e a China e a Rússia, de outro?

David Titley, Contra-almirante aposentado, membro do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim, Professor de Meteorologia da Universidade Estadual da Pensilvânia e diretor fundador do Centro de Soluções para o Clima e o Risco Climático, EUA, comentou: "A mudança climática não deve ser questão partidária. A física bem estabelecida do ciclo de carbono da Terra não é nem liberal nem conservadora em caráter. O planeta continuará a se aquecer a níveis extremamente perigosos e o dióxido de carbono seguirá sendo bombeado para a atmosfera – independentemente da liderança política. A atual situação política nos EUA é especialmente preocupante. O governo Trump precisa declarar clara e inequivocamente que aceita como realidade a mudança climática causada pela atividade humana. Nenhum problema pode ser resolvido a menos que sua existência seja reconhecida pela primeira vez. Não há ‘fatos alternativos’ aqui".

O General John Hyten, Chefe da Força Aérea e do Comando Estratégico (Stratcom) dos EUA, falou sobre “dissuasão no espaço” no Centro de Segurança e Cooperação da Universidade de Stanford, em 26 de janeiro, e disse que a Rússia e a China representarão, em breve, uma ameaça às naves espaciais dos EUA, por desenvolverem capacidades anti-satélite, inclusive armas a laser, e que “a melhor maneira de evitar a guerra é estar preparado para a guerra”, como informou o próprio DoD News, do Departamento de Defesa (Pentágono). A resposta russa veio de Konstantin Sivkov, especialista militar e vice-presidente da Academia de Assuntos Geopolíticos de Moscou, como noticiou a Agência Sputnik de Washington em 30 de janeiro: a declaração do Gal. Hyten de que a Rússia e a China logo serão uma ameaça às naves espaciais dos EUA mais parece uma tentativa de justificar a instalação de armas no espaço pelo Pentágono (com o apoio do Presidente Trump). (3)

Diante desse quadro de caos planetário, que inclui partes crescentes do espaço cósmico, embora infelizmente pouca gente saiba disso, o citado físico Marcelo Gleiser imaginou um “projeto alienígena em escala global de proteção aos recursos naturais e justiça social”, que, a seu ver, pode ser chamado de “socialismo natural” (4). O resultado do projeto ele considera “revolucionário”: os alienígenas “entenderam que uma relação predatória com o seu planeta e com outras formas de vida levaria, mais cedo ou mais tarde, à sua própria destruição” e que “seu planeta, mesmo sendo muito grande e fértil, tem recursos limitados” e “uma exploração irracional dele o transformaria num deserto”. E mais: “Os alienígenas teriam aprendido a viver com – e não contra – o seu planeta, respeitando seus recursos e planejando cuidadosamente como explorá-los de forma sustentável.” E mais ainda: “Os alienígenas teriam entendido a interconectividade de todas as criaturas vivas; saberiam que ocupar o topo da cadeia alimentícia significa ter a reponsabilidade de preservar a biosfera, de modo a entender o uso de seus recursos por períodos ilimitados. Teriam aprendido que, para viver, precisariam encontrar encontrar meios de respeitar a diversidade da vida. Isso só poderia ocorrer se houvessem redefinido sua relação com outras criaturas vivas.”

A utopia de Marcelo Gleiser vai além, como já realçamos: “Tais extraterrestres teriam entendido que, para garantir sua sobrevivência a longo prazo, precisariam erradicar a desigualdade social; teriam entendido que a disparidade financeira (se tivessem uma economia) e a exploração cultural levam à pobreza e à instabilidade social, ambas causas dominantes da predação planetária. Para assegurar sua sobrevivência como espécie, teriam criado valores morais que garantissem a igualdade social, dividindo recursos de forma justa e equilibrada.” Eles igualmente teriam entendido que as metas socioecnonômicas pedem pelo “sacrifício dos que detém mais recursos, mas saberiam também que esses sacrifícios seriam temporários, garantindo a sobrevivência de todos”.

Sobre o polêmico tema da competição entre as pessoas, Marcelo Gleiser conta que os alienígenas “não teriam erradicado a competição, pois saberiam que ela é essencial para a inovação e a felicidade individual e coletiva, mas teriam criado mecanismos para assegurar que todos tivessem as mesmas oportunidades de atingir o sucesso”. Talvez fosse melhor falar em “ser bem sucedido” ou “ficar plenamente satisfeito”, pois “atingir o sucesso” está muito ligado à “conquista do estrelato”, que alimenta o vício da egolatria, nem sempre digno e respeitável. No caso, tem-se em vista certamente a competição justa, a ação de disputar ou concorrer de maneira honesta, generosa, construtiva e socialmente benéfica, como costuma ocorrer, por exemplo, nas atividades esportivas. Por outro lado, a competição nos negócios, sobretudo nos negócios milionários e bilionários, pode ser devastadora. Basta ver o que escreve um renomado economista norte-americano (5): “Maximizing shareholder value displaced problems of competitiveness in a new and a Darwinian environment.” (“A maximização do valor das ações dos acionistas desloca o problema da competitividade para um terreno novo, o do darwinismo”, em tradução livre, sendo o darwinismo interpretado como luta desenfreada em que vence o mais apto, forte e/ou poderoso). Trata-se da competição selvagem, que desumaniza a nossa espécie.

Marcelo Gleiser conclui com um convite memorável: “Esses alienígenas teriam sobrevivido por milhões de anos, criando uma sociedade que mal podemos imaginar. Temos muito trabalho pela frente.” Ou seja, precisamos urgentemente mover para trás os ponteiros do Relógio do Apocalipse. Não há mais tempo a perder.

* Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica (IAA) e ex-Chefe da Assessoria Internacional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). E-mail: jose.monserrat.filho@gmail.com.

Referências

1) O que aprendi com os ETS – A Cartilha do “socialismo natural” dos alienígenas, artigo de Marcelo Gleiser, professor de Física, Astronomia e Filosofia Natural no Dartmouth College, EUA, publicado no caderno Ilustríssima da Folha de S. Paulo, de 29 de janeiro de 2017. Gleiser é autor de inúmeros livros, entre os quais A Simples Beleza do Inesperado, A Ilha do Conhecimento, O Fim da Terra e do Céu, A Dança do Universo.

2) Ver texto completa da Declaração da Comissão de Ciência e Segurança do Boletim no site: Http://thebulletin.org/sites/default/files/Final%202017%20Clock%20Statement.pdf. Em janeiro de 2015, o Relógio do Apocalipse avançou de cinco para três minutos para a meia-noite, o mais próximo desde a corrida armamentista dos anos 80. Em janeiro de 2016, seguiu marcando três minutos para a meia-noite. E agora, em janeiro de 2017, avançou 30 segundos.

3) Ver http://www.spacedaily.com/reports/Trump_could_reset_Star_Wars_at_full_throttle_ toward_militarization_of_space_999.html.

4) Ver artigo mencionado na primeira referência.

5) Cioffi, John W., Public Law and Private Power – Corporate Governance Reform in the Age of Finance Capitalism, USA: Cornell University Press, 2010, p. 85. Cioffi é Professor Assistente de Ciência Política na Universidade da Califórnia, Riverside. Vale ler também o livro Pilhagem – Quando o Estado de Direito é Ilegal, de Ugo Matei e Laura Nader, São Paulo: Martins Fontes Editora, 2013. Ugo Matei é Professor de Direito Internacional e Comparado da Universidade da Califórnia, Hastings, EUA, e da Universidade de Turim, Itália, e Laura Nader é Professora de Antropologia da Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA.
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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

CLBI inicia atividades com rastreamento do Soyuz

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CLBI inicia atividades com rastreamento do Soyuz

31/01/2017

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), por meio da Seção de Telemedidas, realizou na última sexta-feira (27.01) o rastreamento do Veículo Soyuz VS-16, lançado da Base Espacial Europeia de Kourou, na Guiana Francesa.

O lançamento ocorreu às 23h (horário brasileiro de verão) e teve a finalidade de colocar em órbita geoestacionária o satélite de telecomunicações Hispasat 36W-1 com previsão de vida útil de 15 anos. O satélite atuará na zona de cobertura da Europa, Ilhas Canárias e América do Sul, compondo uma cadeia de rastreamento que envolve cinco estações para os veículos lançados a leste.

A principal função operacional da Estação Natal ocorreu 6 minutos e 49 segundos após a decolagem, com a aquisição dos sinais transmitidos pelo veículo, tratamento e envio de dados ao Centro Espacial Guianês. Na cadeia de rastreamento, a Estação Natal atua em momento crítico do voo – separação dos três estágios e da coifa –, sendo operacionalmente a única Estação responsável pela coleta das informações transmitidas pelo veículo durante a fase propulsada, ratificando a importância dos serviços prestados.

Operações 2017 – O calendário operacional do CLBI no ano de 2017 prevê uma alta taxa de ocupação: oito operações de rastreio em prol da Agência Espacial Europeia (ESA), somadas às operações nacionais (lançamento e rastreio) no CLBI e no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Nesta elevada cadência de rastreamento, ressalta-se a elevada capacidade operacional e prontidão da Estação ao ter início a Operação Ariane VA235 dois dias após a finalização da Operação Soyuz VS-16.

Segundo a coordenadora da Estação de Telemedidas, engenheira Maria Goretti Dantas, o planejamento e execução das operações seguem um cronograma rígido para garantir a confiabilidade e a segurança necessárias ao sucesso das missões: “Concluímos a Operação do Soyuz e já estamos pensando nos ensaios e nas cronologias para a próxima Operação Ariane”.

Ela acrescenta ainda que durante um período as duas operações recebem atenção da equipe de engenheiros e técnicos da Estação: “Alguns profissionais finalizam a operação com a confecção dos relatórios e envios administrativos à ESA, enquanto outros profissionais acompanham os processos da operação subsequente”.

Na análise do diretor do Centro, considerando a nova Concepção Estratégica da Força Aérea Brasileira para consolidar a eficácia das atividades operacionais e administrativas, a primeira atividade operacional do CLBI focando a atividade fim, com o apoio do Grupamento de Natal (GAP-NT) na execução logística da Operação, foi um sucesso: “Ajustamos os procedimentos internos e recebemos do GAP-NT todo apoio logístico necessário que garantiu a qualidade da Estação, nesse primeiro evento operacional, na nova configuração da Força Aérea que prioriza a atividade fim de suas organizações militares”.

Lançador Soyuz

A família de lançadores Soyuz, de fabricação russa, assegura os serviços de lançamento confiáveis desde o início da pesquisa espacial. Atualmente, os veículos desta família, que colocaram em órbita o primeiro satélite e o primeiro homem, contabilizam um total de 1.865 lançamentos.

O Soyuz é utilizado para voos habitados ou não, em proveito da Estação Espacial Internacional, para os lançamentos do governo da Rússia e também para voos comerciais dentro do programa Arianespace da União Europeia. O primeiro lançamento a partir de Kourou ocorreu em 24 de junho de 2003, transportando o satélite O3B sendo o primeiro de uma rede de quatro satélites a oferecer serviços de internet de alta velocidade para clientes dos mercados emergentes em todo o mundo.

Fonte: AEB.
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domingo, 29 de janeiro de 2017

Arianespace e sua primeira missão de 2017

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A Arianespace deu início na última sexta-feira (27) ao seu bastante ocupado ano com o voo de um lançador Soyuz a partir de Kourou, na Guiana Francesa, transportando o satélite Hispasat 36W-1, do grupo espanhol HISPASAT, numa missão que marcou múltiplos ineditismos.

O primeiro feito inédito foi a estreia do Soyuz voando de Kourou com uma carga útil destinada a órbita de transferência geoestacionária.

O lançamento marcou ainda a colocação em órbita do primeiro satélite de comunicações da família SmallGEO, que também representa a estreia da alemã OHB System - experiente em missões de navegação, como o Galileo, e observação, no segmento de satélites de comunicações.

O novo satélite, com vida útil estimada em 15 anos, terá cobertura na América do Sul e Europa, e oferecerá capacidade em banda Ku (vídeo e backhaul celular), e banda Ka (transmissão de dados em banda larga).

Desenvolvido como parte do programa ARTES (Advanced Research in Telecommunications Systems), da Agência Espacial Europeia (ESA), o SmallGEO e uma plataforma flexível de satélite geoestacionário que pode ser adaptada para diferentes missões, tais como comunicações, observação terrestre e teste de novas tecnologias. Com estrutura modular, tem versões com massa total variando de 2.500 a 3.500 kg, com cargas úteis entre 450 e 900 kg.

Próximas missões

A próxima missão da Arianespace será a primeira do Ariane 5 este ano, e levar'a a bordo dois satélites de comunicações, sendo um deles destinado a atender o mercado brasileiro (SKY-Brasil-1, da DIRECTV Latin America).

Em março voará também outro Ariane 5, tendo por "passageiros" o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), do governo brasileiro, e um satélite coreano.
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sábado, 28 de janeiro de 2017

Picosats: sinais captados do Tancredo - 1

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Picosatélite Tancredo -1 tem sinais captados em diversas partes do Planeta

27/01/2017

O picosatélite Tancredo 1, projeto UbatubaSat, desenvolvido por alunos do ensino fundamental de Ubatuba (SP), iniciou as transmissões de telemetria na frequência de 437.200 MHz. As gravações de áudio já foram recebidas por vários radioamadores ao redor do planeta.

Segundo o professor de Matemática e coordenador do projeto UbatubaSat, Cândido Oswaldo de Moura, a primeira informação sobre os sinais do pequeno satélite foi enviada pelo radioamador Drew Glasbrenner, KO4MA, no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Drew enviou uma gravação de áudio onde é possível ouvir as mensagens de voz gravadas por alunos da escola e as transmissões em AX.25 com dados de telemetria.

“Além dessa informação a equipe também recebeu várias notificações de rastreio e recepção de colegas radioamadores pelo mundo que nos forneceram dados via e-mail, como fotos, gráficos, áudio e frames de telemetria recebidos do Tancredo-1”, explicou Cândido.

A equipe foi à cidade de Pardinho, no interior paulista, no dia 19 de janeiro para acompanhar o rastreio do picosatélite. O membro da AMSAT-BR, grupo de trabalho da Liga de Amadores Brasileiros de Radioemissão (LABRE), Edson Pereira, disponibilizou para a equipe sua infraestrutura de rastreio de satélites.

O Tancredo 1 foi enviado ao espaço levando dois experimentos científicos para testar em órbita. Um deles é o gravador chip com uma mensagem da escola Tancredo Neves que será transmitida em órbita. O outro é o experimento do Inpe que vai estudar as bolhas de plasmas da atmosfera, fenômeno que compromete a captação de sinais e antenas parabólicas localizadas na linha do Equador.

O áudio recebido nas várias passagens em diferentes locais comprovou o total funcionamento do gravador de voz. A análise dos frames de telemetria, junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) comprovam que os dados da sonda estavam sendo coletados e transmitidos.

Aprendizado - Para a equipe envolvida no projeto UbatubaSat é difícil mensurar o tamanho do aprendizado que esse picoSat trouxe aos envolvidos. Para a parte adulta da equipe, todo o processo, desde desenvolvimento, concepção, construção de placas e subsistemas, testes ambientais, obtenção de licenças de uso de frequências, envio de hardware para a Itália/Japão, lançamento, rastreio e por final, análise de dados de missão, foi um aprendizado que poucos têm a oportunidade de vivenciar.

“Para os estudantes, o principal aprendizado foi a oportunidade tanto de conhecer como se envolver no universo da Ciência e Tecnologia. Após esse trabalho, muitos deles realizaram diversas atividades que nem imaginavam aprender um dia”, destacou o coordenador do projeto.

UbatubaSat -  O Tancredo 1 foi lançado em órbita no dia 16 de janeiro a partir da Estação Espacial Internacional (ISS sigla em inglês). O satélite foi colocado em órbita, por meio do módulo Kibo JEM (Jaapanese Experimental Modulo) operando o deployer CubeSat JJOD. Com o peso de 650 gramas e aproximadamente 9 centímetros de diâmetro e 13 cm de altura, o pequeno satélite faz a volta em torno da Terra no tempo de 90 minutos. O projeto teve o apoio do Inpe e foi custeado pela Agência Espacial Brasileira (AEB).

Para ouvir a gravação em áudio captada pelo radioamador Drew Glasbrenner clique aqui: http://migre.me/vWMqs

Fonte: AEB
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Participação brasileira no radiotelescópio BINGO

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INPE participa da construção do radiotelescópio BINGO

Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participa do consórcio internacional para a construção de um radiotelescópio que deverá fornecer detalhes da distribuição de matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada “energia escura”.

“A matéria escura é certamente um dos principais temas de pesquisa na física do século 21”, diz Carlos Alexandre Wuensche, pesquisador do INPE. O Baryon acoustic oscillations in Neutral Gas Observations (BINGO) foi concebido por cientistas do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) nas frequências de rádio.

BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender os processos de formação de aglomerados de galáxias, medir a expansão do Universo e a quantidade de matéria escura. A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura.

O INPE participa diretamente no design, construção e testes das cornetas e parte da eletrônica do radiotelescópio, desenvolvimento e testes de técnicas de calibração e análise de dados, bem como do comitê gestor do projeto. A coordenação geral da parte brasileira do projeto está sob a responsabilidade do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).

O desenvolvimento dos componentes para módulos receptores e a construção e montagem de antena têm o apoio da FAPESP no âmbito do projeto temático O telescópio BINGO: a nova janela de 21cm para exploração do universo escuro e outras questões astrofísica.

O radiotelescópio BINGO fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros que iluminarão cerca de 50 cornetas de 4,7 metros de comprimento e 1,90 metros de abertura. O custo estimado é de US$ 4,9 milhões.

O consórcio internacional é formado pelo Jodrell Bank Centre for Astrophysics/Universidade de Manchester, Universidade de Portsmouth e University College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurich, na Suíça; a Universidade da República, no Uruguai; bem como o INPE e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que coordena a parte brasileira do projeto.

“A equipe envolvida no INPE é principalmente da Divisão de Astrofísica da Coordenação Geral de Ciências Espaciais e Atmosféricas, sendo constituída pelos tecnologistas Luiz Reitano, Alan Cassiano, Cesar Strauss e Renato Branco (cedido em tempo parcial pela Coordenação Geral de Engenharia e Tecnologia Espaciais), pela pós-doc Karin Fornazier e pelos pesquisadores Thyrso Villela e José Williams Vilas-Boas”, informa Wuensche, que lidera o projeto no INPE.


Fonte: INPE, com informações da FAPESP.
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Alcântara: AST com EUA de volta à pauta

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Brasil assume de vez negociação espacial com americanos

Planalto já prepara minuta de proposta para que EUA usem Centro de Lançamento de Alcântara
   
POR GABRIELA VALENTE, ELIANE OLIVEIRA E ROBERTO MALTCHIK 
23/01/2017 4:30 / atualizado 23/01/2017 13:38

BRASÍLIA - Após o fracasso na parceria com os ucranianos para o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, que causou prejuízo de pelo menos meio bilhão de reais ao Brasil, o Palácio do Planalto está pronto para negociar o uso da base com os Estados Unidos. A ideia é oferecer aos americanos acesso ao centro de lançamento, cobiçado por sua localização rente à Linha do Equador, que diminui o gasto de propelente em cada empreitada especial, para, em troca, utilizar equipamentos fabricados pelos potenciais parceiros.

O uso dos modernos sistemas espaciais dos Estados Unidos, jamais obtidos pela indústria nacional, porém, não significará transferência tecnológica ao setor privado brasileiro. Pelo contrário: para que a negociação avance, o Brasil terá que aprovar uma lei que indique de forma técnica e pormenorizada a proteção que será dada a todo componente tecnológico manipulado em solo brasileiro. O mesmo texto precisa ser avalizado pelo Congresso americano. Se parte das exigências dos EUA forem alteradas pelos parlamentares do Brasil, e as mesmas forem consideradas insatisfatórias pelos congressistas americanos, não tem negócio.

O tema sempre esbarra na proteção à soberania nacional, uma vez que setores do Centro de Lançamento de Alcântara poderiam ficar inacessíveis aos técnicos brasileiros justamente pela proteção à propriedade intelectual do país parceiro. Foi esta a argumentação, que provoca polêmica entre diferentes setores dentro e fora do governo, que impediu o avanço da primeira tentativa de acordo, costurada ainda no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

PROPOSTA ANTERIOR EMPERROU

À época, a proposta não avançou no Congresso Nacional. Os parlamentares consideravam o acordo desequilibrado e conflitante com as leis brasileiras. A maior crítica é que o governo dos EUA manteria controle sobre áreas segregadas em território brasileiro.

Agora, o país deve apresentar uma nova versão de Acordo de Salvaguardas Tecnológicas ao Parlamento. O Ministério das Relações Exteriores avalia junto aos ministérios da Defesa. Ciência e Tecnologia e Agência Espacial Brasileira os termos que podem ser oferecidos aos americanos. A ideia é ser pragmático e propor um acordo que permita acelerar um acordo definitivo.

José Serra, ministro das Relações Exteriores, confirmou que oferecerá aos americanos um acordo. Segundo ele, esta é uma das primeiras providências nas relações com o novo presidente americano, Donald Trump.

— Vamos tomar a iniciativa de propor a reabertura de negociação em torno de vários acordos e tratados que não se concretizaram. Um deles se refere à base de Alcântara. O assunto foi muito debatido no passado e, agora, vamos tentar uma parceria — revelou José Serra.

O primeiro passo para que o diálogo avance foi dado com uma medida prática: o Planalto obteve vitória no Congresso para retirar da Casa o texto rejeitado há quase 15 anos. Como os Estados Unidos sempre foram resistentes à ideia de uma negociação que flexibilize o acesso de brasileiros aos locais sensíveis à proteção tecnológica, os diplomatas daqui devem entregar uma proposta sem tantas exigências. Assim, acreditam, o dispositivo de segurança nacional tem maior chance de não ser derrubado pelos parlamentares americanos.

Em dezembro, o plenário da Câmara de Deputados aprovou o fim da tramitação do texto antigo. Já neste mês, os ministério das Relações Exteriores e da Defesa começaram a elaboração de um novo acordo.

Em 2004, logo depois do incêndio nunca totalmente esclarecido que matou 21 técnicos e engenheiros que trabalhavam no lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) brasileiro, e, em 2012, quando o acordo com os ucranianos já dava os primeiros sinais de fracasso, o Brasil tentou retomar o acordo com os americanos. O Itamaraty fez as tratativas em absoluto sigilo, mas, em julho de 2013, entretanto, esse início de negociação foi suspenso.

As conversas estariam estavam avançadas, mas naufragaram por causa da redução no ritmo do diálogo bilateral entre o governo Dilma Rousseff e os americanos, depois da revelação que o serviço de inteligência dos Estados Unidos espionou o governo brasileiro.

— Há disposição para buscar soluções alternativas. A assunção de novo governo nos EUA poderia representar oportunidade para uma reavaliação do cenário, buscando-se ambiente de flexibilidade de lado a lado, em que novos entendimentos possam prosperar — contou um técnico do governo a par do assunto.

Sem citar nomes, José Serra criticou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que optou por um acordo com a Ucrânia, para o lançamento de satélites da base de Alcântara, que ainda enfrenta obstáculos domésticos. O principal deles é a resistência das comunidades locais à expansão do centro de lançamento, hoje dentro do perímetro da base militar. O acordo com a Ucrânia foi rompido e ainda deixou um problema para o Brasil: como houve denúncia unilateral do tratado, ou seja, o Brasil optou sozinho por não prosseguir na empreitada com o país europeu, a Ucrânia pode — e já ameaçou fazer — exigir ressarcimento pelos prejuízos causados pela parceria mal sucedida.

Fonte: Jornal "O Globo".
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