sexta-feira, 30 de março de 2012

Programa Espacial: R$2,2 bilhões até 2015

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Política Espacial deverá receber R$ 2,2 bi até 2015

30/03/2012

Brasília - A Política Espacial deverá receber até 2015 R$ 2,2 bilhões. Os recursos, previstos no plano plurianual, serão usados para colocar em prática três ações prioritárias: a construção do centro de lançamento, de veículos lançadores e de satélites, principalmente aqueles que atendam as demandas concretas dos ministérios, afirmou o diretor em exercício da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela.

De acordo com o site Contas Abertas, somente para este ano a política terá R$ 422,3 milhões. Do orçamento destinado à AEB, 6% foram empenhados, disse Villela. A maior fatia do orçamento vai para a implantação do complexo espacial de Alcântara. Pelo levantamento feito por Contas Abertas, R$ 112.011.455 - dos quais R$ 14.576 foram empenhados.

Além da construção da Base de Lançamentos, outro ponto considerado prioritário é terminar o projeto Cybers 3 [sic], um projeto que vem sendo feito em cooperação com governo chinês. Villela explica que o cronograma do projeto está em dia e o lançamento deverá ocorrer no fim do ano. "Equipes tanto da AEB quanto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais já estão na China, para completar o desenvolvimento".

No fim do ano passado, ganhou força dentro do governo a criação do Conselho Nacional de Política Espacial, vinculada à Presidência da República. Villela afirma, no entanto, que discussões sobre o assunto ainda estão em fase inicial. O tema deverá ser debatido na próxima reunião do Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira, marcada para abril.

A ideia é que o conselho nacional seja formado por ministros, ao contrário do que ocorre atualmente com o conselho superior, que tem entre em seus quadros integrantes de ministérios de diferentes hierarquias. "O Conselho Superior vai definir políticas, prioridades", definiu. A expectativa é que o projeto do novo conselho esteja formatado no próximo semestre. Uma das preocupações é de fazer com que a política espacial atenda às demandas dos diferentes ministérios. "As necessidades são várias. Satélites para agricultura, para forças armadas, para meio ambiente e defesa civil, por exemplo".

Fonte: Agência Estado
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quarta-feira, 28 de março de 2012

SSOT: testes em órbita concluídos com sucesso

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Após três meses de seu lançamento, os testes em órbita do primeiro satélite operacional de observação terrestre do Chile, o SSOT (Sistema Satelital para la Observación de la Tierra), também conhecido como FASat Charlie, foram concluídos pela companhia europeia Astrium, do grupo EADS, tendo sido oficialmente entregue para operação pela Força Aérea Chilena (FACh).

"A Astrium está orgulhosa de ter desenvolvido e entregue às autoridades chilenas o mais capaz satélite de observação terrestre da América Latina, tendo feito isso em condições ótimas, com performances atendendendo perfeitamente os requisitos e mesmo excedendo as expectativas do cliente", disse François Auque, diretor-presidente da companhia.

"Nós estamos honrados em ter tido a oportunidade de demonstrar nossas capacidades e consolidar nossa posição como líder mundial no mercado de observação da Terra. Estamos entusiasmados a contnuar a trabalhar com as autoridades europeias e, além disso, com as autoridades de outros países na região para ajudar a identificar as soluções espaciais que são mais adequadas as suas necessidades", completou.

A partir de uma estação terrestre em Santiago, o satélite será operado por uma equipe de vinte engenheiros chilenos, treinados nas instalações da Astrium em Toulouse, no sul da França, onde o sistema e o satélite foram desenvolvidos e construídos. O SSOT, com apenas 117 kg, conta com uma câmera pancromática com resolução de 1,45 metros.
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Cooperação Brasil - Índia: SGB?

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A visita oficial que a presidente Dilma Rousseff fazà Índia esta semana tem dentre as pautas projetos de cooperação no campo de Ciência & Tecnologia, inclusive espacial. Reportagem de hoje da Agência Estado e Agência Brasil destaca a possibilidade de cooperação entre o Brasil e a Índia para o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), citando declarações do ex-presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. "Vamos fazer um concurso internacional que abre a possibilidade a uma cooperação tecnológica importante", afirmou o ministro.

A Índia, aliás, tem projetos relativamente maduros em termos de satélites de comunicações geoestacionários, como o programa Insat (Indian National Satellite System), iniciado no início da década de oitenta e que já teve vários satélites lançados. Soluções em comunicações, aliás, fazem parte do portfólio de produtos e serviços oferecidos pela Antrix, o braço comercial da agência espacial indiana (Indian Space Research Organization - ISRO).

Abaixo, reproduzimos o trecho "espacial" da reportagem:

"Satélites - O Brasil prepara o lançamento de um satélite geoestacionário de comunicação para proporcionar banda larga a todos os municípios do País, e busca na Índia uma cooperação técnica. A construção e o lançamento, sob responsabilidade da Telebras e da Embraer, têm um custo avaliado de R$ 750 milhões. "Vamos fazer um concurso internacional que abre a possibilidade a uma cooperação tecnológica importante", disse o ministro. O satélite de comunicação dará opção a todos os municípios brasileiros a acessar a banda larga para os serviços de internet e telefonia móvel 3G.

Brasil, Índia e África do Sul também discutirão nos próximos dias o lançamento de outro satélite para a observação do clima no Atlântico Sul, o que permitirá fazer as medições necessárias para "entender as anomalias com o campo magnético terrestre que deixam passar as radiações ultravioletas".

Com a China, país com o qual mantém uma intensa cooperação desde a década de 1980 - com o lançamento conjunto de três satélites -, o Brasil prevê o lançamento de um satélite este ano e outro em 2014, informou o ministro, que considera "estratégica" a cooperação."
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segunda-feira, 26 de março de 2012

"Brazil in space": VLS e CIA

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O website especializado The Space Review publicou um interessante artigo ("Brazil in space") sobre o interesse do governo norte-americano, por meio da Central Intelligence Agency (CIA), no programa brasileiro de foguetes e lançadores.

O interesse e preocupação por parte dos EUA com o programa brasileiro sempre foi conhecido e tem reflexos até hoje (restrições ITAR, por exemplo), e o artigo, embora não aprofunde o tema, apresenta um relatório produzido pela CIA no início da década de oitenta, alguns anos após o lançamento oficial do projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS), como parte da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB).

Para quem se interessa pelo tema, vale a leitura, em especial do relatório preparado pela agência de inteligência. Clique aqui para acessá-lo.

Agradecimentos a Nivaldo Hinckel pelo envio do link.
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Embraer e SGB no Valor de hoje

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Satélites vão encorpar carteira da Embraer

26/03/2012

A entrada da Embraer no segmento espacial, com o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), poderá representar valor adicional superior a R$ 700 milhões em sua carteira de pedidos, que em 2012 está estimada em cerca de US$ 3,4 bilhões.

Desse valor, segundo o presidente da empresa, Luiz Carlos Aguiar, US$ 2 bilhões estão relacionados ao desenvolvimento do cargueiro militar KC-390 e outros US$ 1,1 bilhão aos programas de modernização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Marinha. O restante se divide entre as vendas do Super Tucano, das aeronaves de vigilância aérea e serviços.

O primeiro satélite SGB, que será adquirido no exterior, pelo prazo relativamente curto definido pelo governo para se ter o equipamento, estará voltado para comunicação governamental e internet em banda larga. O projeto já foi incluído no PPA de 2012-2015, com uma previsão de investimentos da ordem de R$ 716 milhões.

A contratação da Embraer e da Telebras para o projeto do SGB, segundo Aguiar, ainda não está formalizada, mas a expectativa do executivo é que o processo seja efetivado em breve. As duas empresas anunciaram, em novembro do ano passado, a celebração de um memorando de entendimento para a constituição de sociedade, na qual a Embraer terá 51% de participação e a Telebras de 49%.

Aguiar explica que num primeiro momento o papel da Embraer no projeto do SGB será o de fazer a gestão da cadeia de suprimento e de logística de todo o satélite, que será comprado de um fornecedor externo. "Também estará sob nossa responsabilidade a montagem de uma metodologia de absorção e retenção de tecnologia desses fornecedores para que futuramente a empresa tenha capacidade de desenvolver um satélite 100% brasileiro", explicou.

A localização da nova empresa, segundo o executivo, provavelmente será em São José dos Campos (SP), onde está concentrado hoje todo know-how brasileiro em tecnologia espacial. O executivo disse que pelo fato de a Embraer não ter atuação nessa área, as parcerias tecnológicas com outras empresas serão um caminho natural. "A Embraer já se vê no futuro como uma fabricante de satélites", afirmou o executivo.

O plano de negócios da Embraer Defesa e Segurança, diz o executivo, prioriza o crescimento da empresa por meio da diversificação de atividades. "Estávamos focados em aeronáutica e agora estamos avançando para área de segurança. O crescimento é desafiador, pois saímos de uma participação de 6% na receita global da Embraer em 2006 para chegar a quase 15% em 2011", disse. A perspectiva para 2020, segundo ele, é que a área de defesa e segurança responda por entre 20% e 25% do faturamento da companhia.

Grande parte desse crescimento, afirma ele, foi motivado pela mudança de postura do governo em relação à área de defesa ao definir a Estratégia Nacional de Defesa (END) com objetivos claros de apoio ao fortalecimento da indústria nacional.

"Temos a visão de cumprir a missão de fornecer soluções competitivas para as Forças Armadas, procurando fortalecer as capacitações existentes no Brasil e, pontualmente, gerar algumas parcerias internacionais, mas não de maneira genérica", afirma o executivo ao comentar sobre a possibilidade de novas parcerias estratégicas em áreas onde ainda não possui domínio.

Aguiar cita o exemplo da joint-venture Harpia, criada a partir de uma associação com a Aeroeletrônica, empresa controlada pelo grupo israelense Elbit e que hoje tem uma participação expressiva nos programas de modernização de aeronaves da FAB.

"A Harpia, que estará focada no desenvolvimento de vants (veículo aéreo não tripulado), tem um componente estrangeiro, mas toda a configuração destes veículos será desenvolvida no Brasil e com propriedade intelectual nacional", afirmou.

Além da Aeroeletrônica, da qual adquiriu uma participação de 25%, a Embraer também estabeleceu parceria em 2011 com as empresas brasileiras Atech, onde detém 50% de participação e a divisão de radares da Orbisat, com 64,7% do capital social da empresa.

As parcerias anunciadas em 2011, segundo Aguiar, já permitem à empresa disputar com competência aos projetos do governo em áreas estratégicas da defesa, incluindo radares de vigilância, vants, C41 (soluções integradas de comando, controle, comunicação, computação e inteligência) e sensoriamento remoto.

Aproveitando o expertise da parceira Atech em integração de sistemas, que adquiriu com o projeto do Sivam (Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia), a Embraer quer ainda canalizar boa parte dos seus esforços no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), projeto do Exército Brasileiro, que em 15 anos prevê movimentar investimentos da ordem de R$ 12 bilhões.

Fonte: Valor Econômico, 26/03/2012
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domingo, 25 de março de 2012

Comunicações na América Latina: demanda em alta

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A edição da semana passada da Space News, publicação norte-americana especializada no setor espacial, traz uma reportagem destacando a alta demanda na América Latina para serviços de comunicações via satélite. O texto cita vários executivos de companhias com atuação na região, como a Telespazio, Hispasat, Star One, entre outras.

"O problema hoje é que nós não temos capacidade suficiente", afirmou Marzio Laurenti, presidente da Telespazio Brasil. "A falta de capacidade, em bandas C e Ku, é a principal questão que estou enfrentando", disse.

A reportagem também destaca que vários operadores estrangeiros estão buscando ampliar a capacidade em termos de comunicações por satélite, mas não numa velocidade suficiente para atender a crescente demanda. Rafael Molina, executivo da Hispasat, que no Brasil é sócia da empresa de comunicações Oi na Hispamar, afirmou que além do satélite Amazonas 3, que deve ser lançado em 2013, a companhia preparar para breve uma solicitação de propostas aos fabricantes para o Amazonas 4, para ser colocado em órbita por volta de 2014.

Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui.
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quinta-feira, 22 de março de 2012

Testes do CBERS-3

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Brasil e China realizam novos testes no satélite Cbers-3

21-03-2012

Especialistas brasileiros e chineses realizaram testes de compatibilidade com o segmento de aplicação do satélite Cbers-3 entre os dias 29 de fevereiro e 7 de março, na China.

Em parceria com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mantém o Programa Cbers. O Brasil possui o domínio da tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto, e divide igualmente com a China o desenvolvimento dos Cbers-3 e 4.

De modo a garantir o perfeito funcionamento do quarto satélite a ser lançado pelo programa, foi verificada a comunicação entre os equipamentos dos subsistemas transmissores de dados do satélite e o software do sistema de ingestão e gravação desenvolvido pela empresa AMS Kepler.

Nesta etapa foram validadas as alterações implantadas no sistema para atender às alterações nos formatos dos dados. Foram ainda criadas ferramentas de apoio para permitir a investigação de anomalias nos dados e a identificação de suas causas.

Em março de 2011, a AMS Kepler também esteve presente em Cuiabá onde participou dos testes de compatibilidade entre o satélite e as estações terrenas para garantir a recepção das imagens e a correta decodificação e recuperação dos dados auxiliares transmitidos junto a elas, tais como os dados de telemetria das câmeras e os dados de órbita e altitude. De acordo com o Plano de Desenvolvimento e Testes do Programa Cbers, no próximo mês serão realizados na China os testes no modelo de voo do sistema.

Fonte: MundoGeo - Alexandre Scussel, com informações da AMS Kepler
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terça-feira, 20 de março de 2012

Raupp: quatro satélites até 2015

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Raupp confirma o lançamento de quatro satélites do Brasil até 2015

O ministro de CT&I afirmou em palestra na Coppe que pretende que a indústria brasileira passe de fornecedora de partes a contratante principal.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, voltou a falar, na última sexta-feira (16), que até 2015 o Brasil lançará quatro satélites, um deles totalmente construído no País. Raupp proferiu a aula inaugural do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), onde realizou a palestra 'Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentável do Brasil'.

Até janeiro de 2012, quando assumiu o Ministério da CT&I, Raupp esteve à frente da Agência Espacial Brasileira (AEB). Ele lembra que o programa espacial brasileiro "foi reestruturado e atualizado para os próximos quatro anos" e que "entre 2012 e 2015, está orçado o lançamento de quatro satélites".

São os dois satélites sino-brasileiros oriundos da cooperação com a China; o novo satélite geoestacionário de comunicações estratégicas para o Governo, que servirá ao Programa Nacional de Banda Larga; e o satélite Amazônia 1, "totalmente construído no Brasil, de 500 quilos, com sensor de observação, para ser usado no monitoramento da Amazônica".

O ministro também lembrou os voos de qualificação previstos para dois veículos lançadores, relacionados aos projetos de cooperação com a Ucrânia, citando o foguete Cyclone-4, "veículo que tem capacidade de levar cinco mil quilos à órbita de 700 km de altura". Também garante que a partir do fim deste ano a base de Alcântara (MA) volta a ter condições para fazer testes de qualificação. "Em 2014, esperamos que essa tecnologia possa ser usada, talvez com um programa de parceria internacional, para termos um lançador de porte médio, diferente desse Cyclone, que conta com lançador de porte maior", detalha.

Contratante principal - Com relação ao satélite geoestacionário de comunicações, Raupp destacou o "novo protagonismo da indústria nacional neste tipo de programa". De acordo com o ministro, até o momento, as indústrias nacionais, "pequenas indústrias", agiam como fornecedoras de partes de subsistemas de satélites e de lançadores, em cujo programa a concepção, integração e contratação eram de fora. Ele lembra que o satélite geoestacionário será operado pela Telebrás, que concebeu uma empresa junto com a Embraer para ser a contratante principal, "será a arquiteta do programa, que vai articular toda a cadeia com as empresas fornecedoras internacionais e nacionais".

"Estamos depositamos grandes esperanças que, com essa nova formulação, possamos inverter a lógica do programa espacial. Vai passar a ser um grande desafio e estímulo para a criação e participação da indústria da tecnologia de porte no País", acredita. Raupp destaca que isso corre em paralelo com iniciativas na área de Defesa, como a construção de submarinos e sublinha que "grandes empreiteiras estão aceitando o desafio de se associarem a empresas menores, de cunho tecnológico maior".

O ministro lembrou algumas parcerias em projetos na área de Defesa, junto com a Aeronáutica, o Exército e a Marinha, como a elaboração de sistemas de navegação inerciais de aplicação aeroespacial, usado também na indústria petrolífera e no fundo do mar. "O fundo do mar e o espaço são coisas semelhantes. São situações extremas e que implicam grandes desafios para C&T", explica.

Outros projetos - Raupp também aproveitou para citar projetos como a rede nacional de pesquisa, "que está sendo reforçada e ampliada sua infraestrutura", com um aumento de 280% da capacidade de agregar, beneficiando 27.500 grupos e 3,5 milhões de usuários. Destacou a inclusão de todos os estados da Amazônia na rede por meio de fibras óticas, lembrando que os novos satélites serão "um elemento fundamental para comunicações da Amazônia, sobretudo seus municípios que não são cobertos pelos backbones".

Além disso, voltou a citar o desenvolvimento de reator nuclear multipropósito [que estava previsto no Plano de Ação do MCTI de 2007 e terá uso nos campos da medicina nuclear, energia, agricultura e meio ambiente], "um incremento no programa nuclear que vai criar condições de multiplicar nossa produção de radioisótopos". "Também vai oferecer suporte para a formação de recursos humanos e para a realização de atividades de P&D em áreas de geração de energia e propulsão nuclear", completa.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial e Inovação (Embrapii) também foi lembrada como "agente articulador da demanda empresarial em P&D e serviços tecnológicos, com soluções geradas por centros tecnológicos do País". O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Senai Cimatec são alguns centros de excelência envolvidos. O ministro afirma que em breve a Coppe e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefato participarão da Emprapii.

Fonte: Clarissa Vasconcellos - Jornal da Ciência, 20/03/2012.
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sexta-feira, 16 de março de 2012

FTB lançado de Alcântara

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CLA Lança Foguete de Treinamento

16-03-2012

Foi lançado no dia 14 de março de 2012, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), um Foguete de Treinamento Básico (FTB), como objetivo da Operação Falcão I/ 2012. Essa foi a primeira operação de lançamento realizada neste ano pelo CLA.

O veículo foi lançado de Alcântara às 15h 39min pelo horário de Brasília e teve por objetivo capacitar a equipe técnica e testar os meios operacionais do CLA.

A condição climática desfavorável da região nesta época do ano foi um desafio à equipe técnica. O lançamento ocorreu em tempo nublado e foi importante para testar a robustez do Projeto Foguete de Treinamento (FOGTREIN). Conforme as informações preliminares de telemetria, o veículo seguiu dentro da margem de trajetória prevista e foi rastreado pelos radares Atlas e Adour ao longo de seus 1min e 30s de vôo. A partir da avaliação de rastreio será possível aperfeiçoar os meios operacionais com vistas aos próximos lançamentos.

Ainda estão previstas outras operações de lançamento do Foguete de Treinamento Básico (FTB) e do Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) como parte do Projeto FOGTREIN ao longo de 2012. O próximo lançamento será também de um Foguete de Treinamento Básico (FTB) e está previsto para ocorrer na segunda quinzena de abril dentro das atividades da Operação Falcão II/ 2012.

Fonte: DCTA
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quarta-feira, 14 de março de 2012

Dados meteorológicos via satélite para o SIPAM

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Novas antenas prometem ampliar a proteção da Amazônia Legal via satélite

Brasília, 13/03/2012 – A Amazônia Legal terá mecanismos de controle mais efetivos sobre áreas desmatadas e queimadas. A população também usufruirá de um sistema de previsão climática melhor, permitindo a prevenção de catástrofes e a redução dos efeitos de enchentes nos centros urbanos.

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), órgão do Ministério da Defesa, investiu R$ 8,2 milhões na aquisição de três antenas e demais equipamentos de recepção de dados por satélites, instaladas nos centros de Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Belém (PA). Serão beneficiados os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além de uma parte de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

Cada antena tem 2,4 metros de circunferência e está protegida por uma esfera (radome) de proteção de mais de quatro metros. Esse equipamento possibilitará o recebimento diário e em tempo real de imagens de satélites da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA 15, 16, 17, 18 e 19), da Agência Espacial Europeia (Metop 2) e da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA), como Terra, Acqua, NPP e NPOESS.

“Com a resolução temporal (frequência de imagens) podemos identificar desmatamentos, repassando essa informação ao órgão parceiro”, explica a coordenadora operacional Jaci Saraiva, do Centro Regional de Belém.

O sistema permite, também, ampliar os dados sobre pressão e umidade do ar, além de determinar tipos, temperaturas e tamanhos de nuvens. “As informações serão utilizadas para a previsão do tempo e estudos climáticos”, ressalta o diretor Técnico do Sipam, Cristiano Cunha.

Segundo ele, são captadas características físicas da terra e oceanos, indicações de calor na superfície terrena, medição dos níveis de ozônio e concentração de clorofila.

Precisão

Segundo a coordenadora de Operações do Centro Regional de Porto Velho, Ana Cristina Strava, o processamento, independente das imagens, permitirá aprofundamento e ganho de qualidade em trabalhos já realizados pelo Sipam. “O monitoramento de queimadas e a avaliação do desmatamento em áreas especiais são alguns exemplos”, afirma.

Os dados captados pelas antenas são “traduzidos” por um sistema denominado Terascan, que possibilita a recepção automática, processamento e visualização das informações do satélite para posterior elaboração de produtos. Além disso, todo o monitoramento será disponibilizado às instituições parceiras que utilizam sensoriamento remoto nas áreas ambientais, oceanográficas e meteorológicas.

Com investimento de R$ 1,4 milhão, foram instaladas mais duas antenas exclusivas, nos centros Regional de Manaus e de Coordenação Geral em Brasília (DF). Os equipamentos recepcionam dados dos satélites GOES (11, 12, 13 e 14), compatível com upgrade para GOES-R, que devido às suas características geoestacionárias requerem um receptor fixo (diferente dos demais, que acompanham a passagem dos satélites). Cada antena tem 3,7 metros de circunferência.

De acordo com o meteorologista Renato Senna, do Centro Regional de Manaus, o equipamento possibilita o acesso imediato às imagens de satélite da série GOES sobre a América do Sul em alta resolução.

O software adquirido (LEADS) proporciona uma série de recursos que vão melhorar a interpretação dos sistemas meteorológicos atuantes na região. “Isso facilita o nosso trabalho e acarreta em maior acuidade de previsões de curtíssimo prazo trazendo como consequência mais segurança à população”, ressalta Senna.

Ainda de acordo com o meteorologista, a instalação dos equipamentos implicou em novas rotinas operacionais que permitem a animação de sequências de imagens de satélite e a colocação de "alvos" em pontos específicos que facilitam o monitoramento em tempo contínuo dos sistemas meteorológicos.

Fonte: Ministério da Defesa
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EUA interessados no SGB

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Satélite geoestacionário brasileiro poderá ter componentes fornecidos por empresas norte-americanas

13/03/2012 - 16h06

Gilberto Costa e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Empresas norte-americanas poderão ser fornecedoras de componentes do programa Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) – a ser produzido totalmente no país, para observação militar e comunicação. A informação é do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp. Segundo ele, a coordenação geral do programa será da Agência Espacial Brasileira (AEB).

O SGB está sendo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), que é privada, com a estatal Telebras. “Estamos começando, agora, a cooperação, que se destina a atender à banda larga. É um projeto puramente industrial, pelo qual já foi constituída uma empresa da Telebras e Embraer”, disse Raupp.

De acordo com o ministro, o programa do SGB envolve compras estrangeiras e a coordenação brasileira da produção do satélite. “Duas coisas caracterizam esse projeto: as compras internacionais, que serão bastante grandes e, certamente, existem empresas norte-americanas que poderão participar dessa escolha, e será a empresa integradora, a principal”, disse.

Ele também destacou a importância da transferência de tecnologia que ocorrerá por meio do programa. “[O segundo aspecto, que é paralelo] é um programa de [transferência de] tecnologia que coordena esse processo e que está sob o âmbito da Agência Espacial Brasileira. É algo em que, certamente, haverá cooperação. Certamente, será em nível empresarial e de indústrias”.

Além de componentes para o SGB, o Brasil tem interesse no intercâmbio de informações com os norte-americanos para a prevenção de desastres naturais e observação oceanográfica. Os temas fizeram parte de uma série de reuniões iniciadas ontem (12) e concluídas hoje (13), em Brasília, da Comissão Mista de Ciência e Tecnologia Brasil-Estados Unidos.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, disse que a “experiência norte-americana é muito importante” nas práticas de prevenção de desastres. Segundo ele, já há uma série de ações iniciadas entre os Estados Unidos e o Brasil nessa área, que incluem programas referentes ao sistema de alerta de desastres naturais.

Edição: Lana Cristina

Fonte: Agência Brasil

Comentário: o blog recebeu a informação de que na semana passada, representantes da companhia norte-americana Space Systems/Loral estiveram em Brasília (DF) para demonstrar interesse no projeto do SGB. A Loral foi contratada no final de 2011 para a construção do satélite Star One C4, da Star One, subsidiária da Embratel.
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segunda-feira, 12 de março de 2012

Simpósio Aeroespacial Brasileiro

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Simpósio Aeroespacial Brasileiro acontece em maio

Segunda-feira, 12 de Março de 2012

A Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) informa que estão abertas as inscrições do simpósio que será realizado entre os dias 29 e 31 de maio no MAB, em São José dos Campos.

O “Simpósio Aeroespacial Brasileiro” acontece simultaneamente ao encontro anual da AAB, que tem entre seus associados pesquisadores e técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O objetivo do simpósio é congregar profissionais atuantes nas áreas de aeronáutica e de espaço, associados ou não da AAB, para discutir temas relevantes dessas áreas e criar um ambiente para divulgação e exposição de assuntos relacionados a sistemas aeronáuticos e espaciais, bem como suas aplicações.

Estão programadas sessões técnicas para apresentação de trabalhos sobre aerodinâmica, estruturas, materiais, combustão & propulsão, sistemas aeronáuticos (asas rotativas; comerciais; militares; vants) e sistemas espaciais (satélites; foguetes suborbitais; lançadores de satélites; missões espaciais).

Além da apresentação de trabalhos técnicos/científicos, serão promovidas palestras com especialistas e dirigentes institucionais e empresariais.

A programação completa do evento e o link para realizar inscrições estão disponíveis na página http://www.aeroespacial.org.br/sab_2012/

Fonte: INPE
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Deep Space 3: antena europeia na Argentina

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Está em construção em Malargue, na província de Mendoza, a estação da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) para o acompanhamento de missões de exploração do espaço profundo. A região foi selecionada pela ESA em 2009, depois de um processo que considerou outras vinte localidades no continente americano.

Ainda em 2009, a ESA e o governo argentino assinaram um convênio para a instalação da estação, que contará com uma antena de 35 metros de diâmetro denominada Deep Space 3, além de instalações associadas a sua operação. Como parte do acordo, a comunidade científica argentina poderá utilizar 10% do tempo de operação da antena.

Para mais informações sobre a antena europeia em Malargue, acesse a postagem "ESA terá antena na Argentina".

quarta-feira, 7 de março de 2012

Imagens de satélites em desastres naturais

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Uso de dados de satélites para avaliar e mitigar desastres naturais é apresentado no INPE

Quarta-feira, 07 de Março de 2012

Filiado ao International Charter “Space and Major Disasters”, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) recebe especialistas das agências espaciais europeia, inglesa e canadense que representam esse consórcio de instituições para fornecimento de dados de satélites em situação de catástrofe.

De 5 a 7 de abril, a comitiva do International Charter tem a oportunidade de conhecer os projetos de satélites e as instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT) e do Centro de Rastreio e Controle (CRC), em São José dos Campos, e do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Centro de Dados de Sensoriamento Remoto (CDSR), em Cachoeira Paulista.

O objetivo do International Charter é fornecer um sistema unificado de recepção e disseminação de dados de satélite para usuários autorizados em localidades que foram afetadas por desastres naturais.

“Os dados devem ser distribuídos com o compromisso de ajudar a mitigar os efeitos que esses desastres naturais ou tecnológicos possam causar para a vida humana e em suas propriedades”, comenta Ivan Barbosa, chefe da Divisão de Geração de Imagens do INPE.

No início de 2011, através da atuação do INPE no International Charter, o Brasil foi beneficiado com diversas imagens de satélites da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, sem que houvesse custos para o país na aquisição dessas imagens.

Desde 2000, quando foi criado, o International Charter beneficiou aproximadamente uma centena de países, em cerca de 300 episódios como terremotos, furacões, ciclones, inundações e incêndios, entre outros.

Além do Brasil, por meio do INPE, integram o International Charter para fornecimento de dados instituições e agências espaciais do Canadá, França, Japão, Alemanha, Coréia do Sul, Argentina, China, Índia, Inglaterra e Estados Unidos.

Mais informações sobre a atuação do International Charter “Space and Major Disasters” no site http://www.disasterscharter.org/home

Fonte: INPE
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segunda-feira, 5 de março de 2012

José Raimundo Coelho na presidência da AEB

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José Raimundo Coelho será o novo presidente da Agência Espacial

Por Virgínia Silveira / Valor

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – O diretor do Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), José Raimundo Braga Coelho, está deixando o cargo para assumir a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB). A nomeação do cientista no "Diário Oficial da União" é esperada para os próximos dias.

Coelho foi convidado para assumir a agência pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, com quem trabalhou no Parque Tecnológico até março do ano passado.

Físico por formação, Coelho tem mestrado pelo Courant Institute For Mathematics Science . É considerado uma das pessoas de confiança de Raupp, tendo trabalhado como chefe de cooperação internacional e de gabinete do atual ministro, no tempo em que ele era diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1985 e 1989. Foi no Inpe também que Coelho coordenou a área de engenharia e tecnologia e o programa de satélites feito com a China (CBERS), do qual participou desde o início.

À frente da direção do Parque de São José dos Campos desde março de 2011, quando Raupp assumiu a presidência da AEB, Coelho será substituído por Horácio Forjaz, graduado em engenharia eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e mestre em informática aplicada pelo Inpe.

Forjaz deixou a Embraer, onde trabalhou por mais de 30 anos, em maio do ano passado.
Sua última função na empresa foi a de vice-presidente de assuntos corporativos, mas também acumulava responsabilidade sobre as áreas de desenvolvimento social, marketing, comunicação externa e relações institucionais. Ocupou ainda diversas posições nas áreas de engenharia de sistemas e design, tendo sido diretor técnico no período em que a companhia ainda era estatal.

Membro do conselho diretor da SAE Brasil, associação global especializada nos mercados aeroespacial e automotivo, Forjaz também foi presidente da entidade entre 1997 e 1998.

Fonte: Virgínia Silveira, Valor Online.
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domingo, 4 de março de 2012

Cooperação Brasil - Argentina: Alcântara

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Reproduzimos abaixo um novo artigo enviado ao blog pelo Prof. José Monserrat Filho sobre a visita de uma delegação argentina ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Delegação argentina de alto nível visita Alcântara

José Monserrat Filho, Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB)

No próximo dia 15 de março, quinta-feira, uma delegação de alto nível da Argentina visitará o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, considerado um dos locais mais privilegiados do mundo para lançamentos espaciais seguros, econômicos e competitivos.

A visita atende ao convite formulado, em 2011, pelo então Presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Raupp, hoje Ministro da Ciência, Tecnologia e Informática, durante reunião no Itamaraty sobre a cooperação entre os dois países para o uso pacífico do espaço exterior.

A comitiva visitante será presidida pelo Embaixador Luis María Kreckler, representante do Governo da Argentina em Brasília. Seus demais membros são: Ministro Gustavo Eduardo Ainchil, Diretor de Segurança Internacional, Assuntos Nucleares e Espaciais do Ministério das Relações Exteriores; Conrado Franco Varotto, físico, Diretor Executivo e Técnico da da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE); Brigadeiro Genaro Sciola, membro da Diretoria da CONAE; dois Ministros da Embaixada da Argentina em Brasília, Fernando Brun e Fabián Oddone (Cônsul Geral e coordenador dos assuntos de Política Externa, Defesa e Segurança), e o Secretário Jorge Maximiliano Alaniz Rodríguez.

De parte do Brasil, acompanharão a comitiva argentina representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e da Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como da Agência Espacial Brasileira.

Esta é a primeira visita ao CLA de uma delegação oficial da Argentina.

Os visitantes vão conhecer as instalações já existentes e as que estão em construção no CLA, além de participar de um sobrevoo panorâmico em helicóptero sobre Alcântara para ter uma visão ampla da região e do projeto como um todo. No prédio principal, encontra-se o Centro Técnico, que ocupa área de cerca de 10.000m2, em três pavimentos. É o epicentro do conjunto completo de estações. Ali serão feitas para os argentinos apresentações sobre a história, a evolução e o potencial do CLA, revelando dados, imagens e perspectivas dos programas e projetos em andamento.

No novo Centro de Comando e Controle de lançamentos, estão os terminais de todos os sistemas de modo integrado e sincronizado. A visão da nova e moderna plataforma de lançamento para o VLS-1 e os lançadores que vierem a seguir é impressionante. A plataforma especial para lançar o Cyclone 4, em 2013, está em construção e também será visto pela delegação argentina. O Cyclone 4 é fruto da cooperação Brasil-Ucrânia e busca entrar no mercado mundial de lançamentos comerciais, com uma opção capaz de garantir segurança e preço competitivo.

A delegação argentina também terá oportunidade de conhecer a antiga cidade de Alcântara, relíquia histórica dos tempos coloniais.

O CLA pode vir a ser parte importante da cooperação espacial Brasil-Argentina, se objetivos mais ambiciosos e arrojados forem adotados mutuamente. Lançadores e satélites do programa espacial argentino certamente terão ganhos e benefícios consideráveis ao serem lançados do CLA, a começar pelas vantagens da própria geografia do local, que permite lançamentos tanto equatoriais quanto polares, com alto nível de segurança.

O Centro Espacial Guianês, em Kourou, na Guiana Francesa, é definido como “A Porta Europeia para o Espaço”, conforme se lê no alto de seu majestoso portão de entrada.

Pois o Centro Espacial de Alcântara (CLA) poderá passar a ser visto como “A Porta Latino-Americana para o Espaço”.

O CLA oferece todas as condições e qualidades para estimular o desenvolvimento dos programas espaciais dos países da região. E a Argentina, em especial, tem tudo para ser o primeiro país do continente a poder vislumbrar ganhos concretos e efetivos com essa espécie de integração espacial. A ideia me parece promissora e sedutora. Há não só possibilidades, mas probabilidades verdadeiras. Daí que é hora de sentar e conversar. A visita ao CLA pode ser o início de um grande salto na colaboração entre Brasil-Argentina. Um salto capaz de atingir o espaço exterior, de onde podemos retirar – juntos – muitas riquezas, dados preciosos e serviços de primeira necessidade.

Comentários do blog: interessante observar que, assim como o Brasil, a Argentina também mantém pretensões de acesso independente ao espaço. O país vizinho desenvolve uma família de foguetes de sondagem e também o projeto de um lançador de pequeno porte (leia a postagem "Lançadores: Argentina quer entrar para o clube").
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sexta-feira, 2 de março de 2012

Integração da AEB com o INPE

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Ministro confirma integração da AEB com o Inpe

29/02/2012 - 7h59 (Karina Toledo - FAPESP)

Agência FAPESP – Em visita à sede da FAPESP realizada em 27 de fevereiro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, deu como certa a integração da Agência Espacial Brasileira (AEB) com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Raupp revelou ainda haver no governo federal consenso de que os institutos de pesquisa deverão se alinhar às políticas executadas pelas secretarias e agências subordinadas ao ministério.

A integração da AEB com o Inpe é defendida por Raupp desde o tempo em que ele presidia a agência, como forma de aperfeiçoar o programa espacial brasileiro.

“A AEB foi criada muito depois do Inpe e apenas para mostrar ao mundo que o programa brasileiro era civil. Mas não atribuíram a ela o comando das entidades tecnológicas. Isso prejudicou muito o funcionamento do sistema”, afirmou o ministro.

Segundo Raupp, a integração seria a única forma de contornar o problema sem criar grandes conflitos. “A ideia já foi aceita no governo. O diretor do Inpe será membro da diretoria da AEB”, explicou.

Seguindo a mesma linha, o ministro pretende aumentar a influência das outras agências e secretarias ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sobre todos os institutos de pesquisa federais. “Hoje eles têm uma atuação completamente autônoma e independente em relação às políticas que esses agentes estão desenvolvendo”, disse.

Para exemplificar, Raupp disse que a Secretaria de Política de Informática ficaria responsável por supervisionar o trabalho de todos os institutos que trabalham com estudos nessa área. “Acho isso muito importante para justificar a existência desses institutos. Não tem sentido eles ficarem se comportando como institutos universitários”, completou.

O objetivo da visita à FAPESP, segundo Raupp, foi “aumentar e qualificar” os projetos realizados em parceria com a entidade. O ministro ressaltou que alguns dos projetos “mobilizadores da política pública de ciência e tecnologia” estão em São Paulo, como o do primeiro reator nuclear multipropósito. Entre as finalidades do equipamento estão a produção de radioisótopos para uso na medicina nuclear e pesquisas em campos diversos, como energia, agricultura, indústria e meio ambiente.

“Já temos parcerias bem estabelecidas com a FAPESP nos institutos federais, como a do supercomputador instalado no Inpe para pesquisas climáticas. Mas queremos a participação da FAPESP também nos projetos novos”, afirmou Raupp.

O presidente da FAPESP, Celso Lafer, destacou que a área de ciência, tecnologia e inovação é de interesse nacional. “É um capítulo de política de Estado e não de governo. Olhamos isso com a perspectiva de São Paulo, nossa base, mas como uma questão do país, que nos cabe cooperar e ajudar”, disse.

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirmou que a entidade tem interesse em colaborar com o ministério, como já vem fazendo no caso dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

O programa foi lançado em 2008 pelo MCTI, com recursos de R$ 607 milhões obtidos em parceria com as fundações de amparo à pesquisa estaduais.

“A FAPESP financia 50% dos recursos destinados aos 44 institutos sediados no Estado de São Paulo. Responsável por R$ 113,4 milhões do total de recursos investidos nos INCTs, a FAPESP só fica atrás do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico entre as fontes financiadoras”, destacou Brito.
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