segunda-feira, 31 de março de 2014

Nanossatélites brasileiros na "direção correta"

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Especialista diz que projetos de pequenos satélites do país estão na direção correta

Brasília, 31 de março de 2014 – O estágio alcançado no desenvolvimento de pequenos satélites pelos projetos que são apoiados na atualidade pela Agência Espacial Brasileira (AEB) é bastante positivo e seguem numa direção promissora. A avaliação é do professor Jordi Puig-Suari, da Universidade Politécnica da Califórnia (Cal Poly), dos Estados Unidos, apontado como uma dos maiores especialistas nesse segmento espacial.

Co-criador dos CubeSats ele considerou a capacitação e a formação de recursos humanos especializados um dos pontos mais importante do desenvolvimento de pequenos satélites do país. Estas observações estão no pré-relatório que Puig-Suari entregou nesta segunda-feira (31) ao presidente da AEB, José Raimundo Coelho, após uma semana no país participando da revisão crítica de alguns projetos.

Além do projeto Serpens, CubeSat em desenvolvimento na AEB, Puig-Suari também conheceu os projetos do NanossatC-Br1,  e AESP-14, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). Na cidade de Ubatuba (SP) ele visitou a Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, onde conheceu o grupo de estudantes que desenvolveu um CanSat com a orientação de técnicos do Inpe. Todos os projetos conhecidos pelo engenheiro aeroespacial têm programação para lançamento no segundo semestre do ano.

O professor ainda visitou o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN), e proferiu uma palestra para estudantes da Universidade de Brasília (UnB), na sede da AEB, seguida de uma rodada de debate.

Fonte: AEB
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domingo, 30 de março de 2014

INPE e o International Charter “Space and Major Disasters”

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INPE fornece imagens de satélites à Defesa Civil por meio do International Charter Space and Major Disasters

Quinta-feira, 27 de Março de 2014

Para apoio a ações da Defesa Civil em relação à cheia no Rio Madeira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) analisa imagens de satélites que foram providas através do International Charter “Space and Major Disasters”, um consórcio de instituições e agências espaciais que fornece dados orbitais para gestão de desastres naturais em todo o mundo.

Para atuar no Brasil, o International Charter deve ser acionado a pedido do Ministério da Defesa ou do CENAD, o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres do Ministério da Integração Nacional, coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, que são os usuários autorizados no País.

Para prover imagens das regiões inundadas em Rondônia, o consórcio foi ativado pelo CENAD no dia 21 de março. A partir daí, como membro do Internacional Charter, o INPE passou a receber e selecionar imagens de satélites que, após análise e processamento, geram dados e informações úteis à Defesa Civil.

O primeiro dado foi gravado por radar a bordo do satélite europeu TerraSAR-X no dia 23 de março, sobre o distrito de Mutum-Paraná, no município de Porto Velho, em Rondônia.

A imagem bruta do TerraSAR-X foi disponibilizada ao INPE pela agência espacial alemã (DLR) em 25 de março e, após tratada pelos técnicos do Instituto, foi enviada ao CENAD logo no dia seguinte, 26 de março.

O produto gerado no INPE mostra inundação de 11 quilômetros na BR-364 e, ainda, que o distrito de Mutum-Paraná está totalmente alagado e isolado.

Imagem do satélite Ikonos-2 registrada em 2011 pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) permite a comparação com a imagem registrada agora pelo TerraSAR-X. Confira aqui em alta resolução.

Novas imagens serão liberadas pela equipe do INPE assim que estiverem prontas.

Outras informações sobre a ação do International Charter na cheia do Rio Madeira estão disponíveis aqui.

Consórcio

O INPE é membro do International Charter “Space and Major Disasters” desde novembro de 2011. Mesmo antes de seu ingresso formal no consórcio, no início daquele ano o Instituto analisou e forneceu à Defesa Civil imagens da região serrana do Rio de Janeiro, atingida pelas chuvas que provocaram mortes, intensas enchentes e deslizamentos.

Desde 2000, quando foi criado, o International Charter beneficiou vários países em centenas de episódios como terremotos, furacões, ciclones, inundações e incêndios, entre outros desastres naturais.

A aquisição e liberação gratuita de dados espaciais a países autorizados pelo Charter acontece em situações de emergências. Fora do consórcio, as imagens geradas pelas agências membros muitas vezes não estão disponíveis gratuitamente.

Diante de um desastre, tão logo o International Charter seja acionado, os membros mobilizam-se na aquisição prioritária de dados de satélite com foco na região atingida. Há um esforço concentrado para geração de produtos que possam auxiliar as autoridades e agentes locais, como a Defesa Civil.

Mais informações: www.disasterscharter.org

Fonte: INPE
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sexta-feira, 28 de março de 2014

NanosatC-Br1: concluídos os testes no Brasil

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Nanossatélite nacional finaliza testes

Terminou na quinta-feira (27) a última bateria de testes do segundo nanossatélite brasileiro e primeiro Cubesat nacional, o NanosatC-Br1, no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP).

Na quarta-feira (26), foram concluídos os testes de vibração, que simulam as condições na fase de lançamento, e que também são os únicos requeridos para o procedimento. Os testes de ontem (27) foram todos voltados para a avaliação da massa do artefato. De acordo com o engenheiro Otávio Durão, gerente do projeto no Inpe, em nota divulgada no dia 26, hoje (28) o satélite seria embalado para ser levado para a Holanda, onde também serão feitos alguns testes antes do seu embarque para a Russia, de onde tem lançamento previsto para 19 de junho.

Desenvolvido com recursos da Agência Espacial Brasileira (AEB), o NanosatC-Br1é um dos quatro artefatos nacionais programados para lançamento este ano. No segundo semestre está previsto o lançamento dos satélites AESP-14, desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) com apoio do Inpe; do Serpens, cuja produção envolve diversas universidades coordenadas pela AEB, e do UbatubaSat, que é um CanSat produzido pelos alunos da Escola Municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba (SP), com a orientação do Inpe.

Compõem as três cargas do NanosatC-Br1 um magnômetro para utilização dos seus dados pela comunidade científica; um circuito integrado projetado pela Santa Maria Design House da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul (RS), e o hardware FPGA, que deve suportar as radiações no espaço em função de um software desenvolvido pelo Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Continuidade - O Br1 é um pequeno satélite científico (pouco mais de um quilo) e o primeiro cubesat desenvolvido no país, produzido em parceria do CRS, do Inpe e da UFSM. Também esteve envolvida na sua preparação a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as empresas Emsisti, Innovative Solution in Space (ISS), empresa holandesa fornecedora da plataforma do cubesat, e a brasileira Lunus Aeroespacial.

Segundo Durão, as equipes envolvidas no projeto já trabalham no desenvolvimento do NanosatC-Br2 “para o qual já temos a plataforma e algumas especificações de cargas úteis”. Entre as cargas está o primeiro sistema de determinação de atitude nacional (com tripla redundância), já em fase de produção cooperativa entre o Inpe e as universidade federais de Minas Gerais (UFMG) e do ABC (UFABC).

O NanosatC-Br2 é um cubesat 2U (o dobro do Br1 que é 1U – um litro de volume) tendo assim muito mais capacidade de carga útil. A carga útil científica será uma sonda de Langmuir para dados da ionosfera, a cargo de pesquisadores do Inpe.


[Na imagem acima, o NanosatC-Br1 em testes numa câmara de vácuo do LIT/INPE]

Fonte: AEB, com edição do blog Panorama Espacial.
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quarta-feira, 26 de março de 2014

Tecnologia & Defesa nª 136

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Já está nas bancas o número 136 da revista Tecnologia & Defesa, que ao longo de suas mais de 140 páginas traz um variado conteúdo sobre espaço. A edição conta com uma reportagem exclusiva sobre o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), um perfil sobre a canadense MDA e sua controlada Space Systems/Loral, abordando seus planos para o Brasil, um amplo artigo sobre a cooperação entre o Brasil e a Itália nos campos aeroespacial e de defesa, e um artigo de Otávio Durão, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sobre projetos de cubesats no Brasil.

Destacamos abaixo os principais conteúdos:

- Entrevista com o Comandante da Aeronáutica
- A Aviação de Combate na América do Sul
- Conhecendo a Rockwell Collins
- Escritório de Projetos Estratégicos do Exército
- Centro de Defesa Cibernética
- Cooperação entre Brasil e Itália
- Programa Estratégico de Sistemas Espaciais - PESE
- Cubesats no Brasil
- MDA e Space Systems/Loral: planos para o Brasil
- Exercício Agulhas Negras
- E muito mais!
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terça-feira, 25 de março de 2014

Novo edital de direitos de exploração de satélites

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Publicado edital de licitação de até quatro direitos de exploração de satélites

24 de Março de 2014

O recebimento dos documentos de identificação, das propostas de preço e da documentação de habilitação dos interessados em participar da licitação de até quatro direitos de exploração de satélites, com 15 anos de duração, prorrogáveis por igual período, será no dia 29 de abril de 2014, às 10h, no miniauditório da Anatel, em Brasília.

O objetivo da licitação é reforçar a capacidade do País para transmissão de dados e voz. O preço mínimo de referência por direito de exploração é de R$ 12.223.484,27. As condições para participação constam do Edital nº 1/2014, publicado hoje (24) na página da Anatel na internet.

O Aviso de Licitação nº 1/2014/SOR/SPR/CD-ANATEL também foi publicado na edição da segunda-feira no Diário Oficial da União.

Em 6 de maio de 2014, às 10h, também no miniauditório da Anatel, será iniciada a sessão de abertura, análise e julgamento das propostas de preço.

Fonte: Anatel
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domingo, 23 de março de 2014

Amazonas 4A em órbita

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Foi realizado com sucesso na noite de ontem (22), o lançamento do satélite Amazonas 4A, destinado ao mercado sul-americano, a partir de Kourou, na Guiana Francesa, a bordo de um lançador Ariane 5, da Arianespace.

O Amazonas 4A, com vida útil nominal de 15 anos, cobrirá a América do Sul, desde a Venezuela e a Colômbia até o sul da Argentina e do Chile, oferecendo capacidade em banda Ku. Será operado pela brasileira Hispamar Satélites, joint-venture da Hispasat (80%) e da Oi (20%), ampliando a oferta de serviços audiovisuais na região.

Elena Pisonero, presidente da Hispasat, declarou em nota: “o Amazonas 4A é a resposta do Grupo Hispasat a um desafio: proporcionar, em tempo recorde, capacidade espacial adicional à América Latina de modo a satisfazer o aumento da demanda por serviços audiovisuais que será gerado durante a celebração dos importantes eventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos".

Sobre a colocação em órbita proporcionada pelo Ariane 5, a executiva ainda afirmou: "Seu profissionalismo excepcional nunca frustra a confiança que colocamos nesta empresa [Arianespace]. È por causa de seu prestigio e reputação que nós esperamos continuar colaborando com a Arianespace para nosso próximo projeto de satélite."
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sábado, 22 de março de 2014

Mais notícias sobre nanossatélites brasileiros

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A Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou nos últimos dias algumas notícias relacionadas aos projetos de nanossatélites brasileiros.

Segundo a AEB, na quinta-feira passada (20), foram iniciados os últimos testes do do segundo nanossatélite brasileiro e primeiro cubesat nacional, o NanosatC-Br1, em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As atividades, que estão sendo executadas no Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos (SP), prosseguirão até o dia 28. Em seguida, o artefato será levado para a Holanda, onde será submetido a testes adicionais, com posterior embarque para a Rússia, de onde será lançado por um foguete Dnepr em 19 de junho. Para mais informações sobre o cubesat, seus testes e preparativos para operação, clique aqui.

Outra notícia é a vinda ao País, a partir deste sábado (22), do engenheiro Jordi Puig-Suari, professor da Universidade Politécnica da Califórnia (Cal Poly), convidado pela AEB para fazer uma revisão crítica de alguns projetos de nanossatélites financiados com recursos da Agência. São eles o NanosatBR1, AESP-14, Projeto Serpens, ITASat, UbatubaSat e o transpônder (placa para coleta de dados), do INPE, que deve ser embarcado no ITASat. Saiba mais em "AEB traz um dos ciradores dos nanossatélites ao Brasil".
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quinta-feira, 20 de março de 2014

Espaço em destaque na FIDAE 2014

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Entre os dias 25 e 30 de março, acontece em Santiago do Chile a tradicional Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), considerada um dos principais eventos dos setores aeroespacial, defesa e segurança na América Latina.

Espaço será um dos segmentos abordados na exibição, com a presença confirmada de alguns dos principais fabricantes de satélites. A europeia Airbus Defence and Space, nascida da fusão da Cassidian (segurança & defesa), Airbus Military (aeronaves militares de transporte) e Astrium (espaço), apresentará seus produtos de observação terrestre e telecomunicações.

Já a franco-italiana Thales Alenia Space promoverá suas soluções em observação terrestre de alta resolução, tanto ótica como radar. Outro fabricante que mencionou satélites de sensoriamento como um de seus destaques no evento foi a Israel Aerospace Industries (IAI), que apresentará a pequena plataforma Opsat 3000.

Na FIDAE, o foco principal destes fabricantes é a futura substituição e complementação do FASat-Charlie, primeiro satélite de sensoriamento remoto do Chile, também conhecido pela sigla SSOT (Sistema Satelital de Observación Terrestre) (ilustração acima). O artefato, construído pela EADS Astrium (atual Airbus DS) foi lançado ao espaço em dezembro de 2011 e tem vida útil nominal de 5 anos. Ainda, outros países na região, como o Peru e Colômbia também têm suas pretensões internas de contar com sistemas espaciais próprios de sensoriamento remoto.

No mercado, frequentemente também é mencionado o interesse em chileno em dispor de um satélite de comunicações, seguindo o exemplo da Argentina (Arsat), Brasil (SGDC), Bolívia (Tupac Katari) e Venezuela (Venesat-1), que desenvolveram ou desenvolvem seus programas próprios.

Conferência

Paralelamente à feira de negócios, será realizada a 2ª Conferência Espacial, promovida pelo Grupo de Operaciones Espaciales e o Servicio Aerofotogramétrico da força aérea chilena, com painéis tratando do "Espaço como ferramenta de desenvolvimento" e "Informação geoespacial para a tomada de decisões".

Tecnologia & Defesa, publicação a qual o blog Panorama Espacial é vinculado estará presente e fará uma cobertura completa sobre a feira.
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Cubesats brasileiros: lançamentos a partir da ISS

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Nanossatélites brasileiros serão lançados ao espaço a partir da ISS

Brasília, 19 de março de 2014 – A empresa Japan Manned Space Systems Corporation (JAMSS), parceira da Agência Espacial Japonesa (Jaxa), firmou acordo com a Agência Espacial Brasileira (AEB), para lançamento de três pequenos satélites a partir da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) no segundo semestre do ano.

Os entendimentos para o envio dos nanossatélites AESP-14, Serpens (Sistema Espacial para a Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) e UbatubaSat para a ISS foram discutidos na AEB com o engenheiro Yuchiro Nogawa da JAMSS, no último dia 1º de fevereiro.

O AESP-14 é um Cubesat desenvolvido pelos institutos Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ambos em São José dos Campos (SP). O Serpens é um programa coordenado pela AEB, que envolve diversas universidades brasileiras, uma espanhola e duas norte-americanas e o UbatuSat é um CanSat criado por alunos do ensino médio da Escola Municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba (SP), com apoio do Inpe. Todos os projetos têm o apoio e recursos da AEB.

A ISS se encontra em uma órbita baixa entre 340 e 404 quilômetros e se locomove a uma velocidade de 27.700 Km por hora. Os pequenos satélites brasileiros serão lançados ao espaço por meio de um braço robótico desenvolvido e operação pela Jaxa.

Participaram também da reunião com o representante da JAMSS a professora Chantal Cappelletti, da Universidade de Brasília (UnB), que coordena o programa Serpens, os bolsistas da AEB, Gabriel Figueiró e Pedro Luiz Kaled, o estudante do ITA, Cleber Hoffman Toss, o professor Cândido Moura, da escola Tancredo Neves, e Jean Robert Batana, Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Diretoria de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB.

Fonte: AEB
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terça-feira, 18 de março de 2014

Missão Espacial Canadense ao Brasil

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Ontem (18) foi o primeiro dia do evento "Missão Espacial Canadense ao Brasil", organizado pela Agência Espacial Brasileira, o Consulado Geral do Canadá em São Paulo e a Agência Espacial Canadense, promovido com o objetivo de encontrar formas e meios conjuntos para o desenvolvimento de ambos os países no setor espacial, bem como criar oportunidade às suas empresas para estreitarem contatos.

O evento contou com a presença de vários pesquisadores, empresários e militares interessados no campo espacial. A reportagem de Tecnologia & Defesa, publicação à qual o blog Panorama Espacial está vinculado, esteve presente e relata o que aconteceu de mais importante. Veja em "Agências Espaciais do Brasil e Canadá assinam acordo".

A edição n.º 136 de T&D, que começa a circular a partir da próxima semana, também traz uma reportagem exclusiva sobre a MDA e seus negócios e interesses no Brasil.
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MCTI: posse de Campolina e despedida de Raupp

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O novo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Cleio Campolina Diniz, foi empossado na manhã de ontem (17) pela presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto. Em seu discurso, Campolina afirmou que dará sequência às atividades de seu antecessor, Marco Antonio Raupp.

A transmissão do cargo também aconteceu ontem, na parte da tarde, na sede do MCTI. Em seu discurso de despedida, Raupp fez um balanço destacando os avanços obtidos ao longo dos mais de dois anos de sua gestão. Ao menos na nota divulgada pelo MCTI, não houve referência ao setor espacial. Campolina também não fez declarações relacionadas ao setor.

Abaixo, reproduzimos os links das notas oficiais divulgadas pelo Ministério:

Novo ministro destaca missão de criar programa ousado para a ciência

“Estou certo de ter cumprido o meu dever”, diz Raupp

Para Campolina, desenvolvimento deve priorizar objetivos humanos

Apesar de não ter colhido muitos frutos, a gestão de Raupp à frente do MCTI teve aspectos positivos ao menos em termos de Política Espacial, com a reedição do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), e também as discussões voltadas à reorganização institucional ("fusão" da AEB com o INPE). Resta saber se as ações iniciadas terão continuidade.

Analisando as ações concretas, Raupp não logrou sorte com a falha do lançador chinês Longa Marcha 4B no lançamento do CBERS 3, em dezembro do ano passado. A viabilização e contratação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) também não pode ser creditada a ele. Com ideias arrojadas no início, o ex-ministro também não conseguiu resolver o crescente imbróglio que se tornou a binacional Alcântara Cyclone Space.
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67º aniversário do DCTA

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DCTA COMEMORA SEU 67º ANIVERSÁRIO

17/03/2014

Na última sexta-feira, dia 14, uma cerimônia militar marcou a comemoração dos 67 anos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A data da comemoração é uma mescla entre o ano de criação do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em 1947, e a data de 13 de março, quando, 1969, foi instituído o Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DPED). A atual estrutura do DCTA é resultado da fusão entre DPED e CTA, que ocorreu em 2006.

Na cerimônia de aniversário, foram entregues medalhas por tempo de serviço a cinco militares, e houve homenagens ao graduado, praça e servidor civil padrão, por terem se destacado em suas funções no último ano.

Em seu discurso, o Diretor-Geral do DCTA Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira resgatou um pouco da história do Departamento, destacando as ideias de vanguarda do Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro Filho, fundador do CTA. “Sem soberania, um Estado não passa de mera referência geográfica. Sem capacidade militar, nenhum Estado é razoavelmente soberano, e sem estar profundamente ligada a seu povo, nenhuma Força Armada é capaz de alcançar a coesão, a unidade, a disciplina e o apoio indispensáveis para garantir a soberania nacional”, afirma o Diretor-Geral.

Fonte: DCTA
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sábado, 15 de março de 2014

Notas sobre a Satellite 2014

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Na semana passada, aconteceu em Washington, capital dos Estados Unidos, mais uma edição da conferência Satellite, considerada um dos principais eventos anuais da indústria de satélites de comunicações. O blog Panorama Espacial esteve presente e apresenta abaixo algumas notas sobre o que aconteceu de mais importante.

Ausência de grandes anúncios

A edição de 2014 do evento não veio acompanhada de grandes anúncios de encomendas de satélites ou contratos de lançamento, como em edições passadas. Executivos consultados pelo blog afirmaram, no entanto, que o mercado continua muito aquecido, com várias consultas e pedidos de propostas em andamento.

Satélites de propulsão elétrica

Nos painéis de discussões sobre tecnologias de satélites, o tom foi o de inovação, girando em torno da propulsão elétrica. O assunto, de fato, não é novo. Em março de 2012, a Boeing causou um frenesi no mercado ao anunciar a venda de quatro modelos com propulsão inteiramente elétrica para operadores no México (Satmex, hoje parte do grupo Eutelsat) e na Ásia (ABS). A própria tecnologia, aliás, não é nova, mas não é usual em satélites comerciais em razão do longo tempo, na casa dos meses, exigido para que o artefato chegue a sua órbita planejada e comece a operar. Sua vantagem está no reduzido peso, não havendo necessidade de combustível químico a bordo (geralmente, cerca da metade da massa total é de combustível). E o efeito prático disto é, principalmente, economia nos fretes de lançamento. A desvantagem, como já colocado, é o tempo exigido para se chegar à posição final. No caso do modelo da Boeing, são estimados de 6 a 8 meses, tempo que se reflete na ausência de receitas da operadora com a venda de capacidade.

Na prática, hoje existem três possibilidades: propulsão química, a mais comum; a elétrica; e a híbrida. Esta última, um meio termo, proporcionaria a chegada em órbita mais rapidamente, em dias, utilizando-se propulsão química, enquanto que o sistema elétrico serviria para ajustes orbitais ao longo da vida operacional do satélite. No final de janeiro, John Celli, presidente da Space Systems/Loral, afirmou ao blog que via boas perspectivas para soluções híbridas.

Mas, passados dois anos do surgimento do primeiro produto comercial, não surgiram novas encomendas. A Boeing, porém, afirmou que vendeu três unidades para um cliente governamental confidencial dos EUA, e um novo contrato comercial estaria prestes a ser assinado, em semanas. Eric Béranger, da Airbus Defence and Space (antiga Astrium), revelou que dos pedidos de propostas em elaboração por sua companhia, cerca de 20% envolvem opções de propulsão elétrica, dando um indicativo de dimensão do mercado para a tecnologia.

Ao final, e parece haver acordo quanto a isso entre os principais players do setor, o fato é que a imaginada revolução trazida por esta tecnologia é bem mais complicada e tem bases na relação custo versus benefício. É possível ter alguma economia com o frete de lançamento, mas, por outro lado, o satélite levará mais tempo para iniciar sua operação comercial (com impacto na geração de receitas). Ainda, há que se considerar também as eventuais mudanças de posições orbitais, que levariam mais tempo e também teriam reflexos negativos nas receitas.

Este tema, aliás, tem uma importância particular para o Brasil, e daí a importância de se acompanhá-lo. A binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), que pretende operar o foguete Cyclone 4 a partir de um sítio no Maranhão, tem usado como argumento de sua viabilidade o advento da propulsão elétrica, que terá reflexos na redução das massas dos satélites. Em missões de transferência geoestacionária, o Cyclone 4 pode transportar cargas de até 1.600 kg. Até o momento, porém, não surgiram modelos elétricos compatíveis com a capacidade do lançador ucraniano (acredita-se que os modelos da Boeing tenham massa em torno de 2.000 kg).

SGDC mencionado pela Thales Alenia Space

Ao menos por um momento, o Brasil foi assunto no painel dos fabricantes. Ao fazer sua introdução, Bertrand Maureau, vice-presidente da linha de negócios de telecomunicações da franco-italiana Thales Alenia Space, destacou o contrato do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), firmado com a Visiona Tecnologia Espacial em dezembro último, como um negócio chave. “[É] mais do que apenas um satélite. Trata-se de um pacote para treinamento de pessoa, de transferência de tecnologia ao longo de cinco anos”.

Um Ariane 5 "americanizado"?

No painel sobre lançadores, que tradicionalmente conta com a participação de líderes das principais provedoras de lançamento do mundo, o destaque foi a declaração de Stéphane Israël, presidente da Arianespace, que criticou o fato do mercado governamental norte-americano não ser aberto a provedores estrangeiros. "Nós estamos certos de que estamos em posição de oferecer as melhores soluções para os clientes e os contribuintes. E se a questão é [geração de] empregos, nós estamos prontos para ver como podemos "americanizar" nosso lançador", afirmou, sem, no entanto, detalhar.

Um novo lançamento ou seu dinheiro de volta

Ainda quanto aos lançadores, a Lockheed Martin, que comercializa o foguete Atlas 5, anunciou sua estratégia para obter novos contratos, baseada no histórico de confiabilidade de seu veículo. Num cenário de falha no lançador, a companhia oferecerá a clientes que não sejam o governo dos EUA um novo voo, sem custo, ou a devolução do valor pago pelo frete. A presença da Lockheed Martin no segmento de lançamentos comerciais geoestacionários é bastante tímida, em razão de seus preços mais altos (cerca de 30% acima de soluções concorrentes), mas há intenção de ampliá-la. O Atlas V é um dos foguetes, ao lado do Delta IV, da Boeing, utilizado pelo governo norte-americano para a colocação em órbita de satélites geoestacionários.

Presença brasileira

Na área de exposição, do Brasil, apenas uma trading estava presente. A ACS, que participou em 2013, este ano não compareceu. Representantes de companhias nacionais, como a Star One, Oi e Visiona Tecnologia Espacial circularam nas conferências e tiveram encontros com parceiros e fornecedores.
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sexta-feira, 14 de março de 2014

Amazônia-1: qualificação dos propulsores

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INPE qualifica propulsores para o Amazônia-1

Sexta-feira, 14 de Março de 2014

Os ensaios para aceitação dos propulsores com 5 N (newtons) de empuxo que serão utilizados no satélite Amazônia-1 foram realizados no Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nos meses de janeiro e fevereiro. Propulsores são utilizados em várias manobras no espaço, necessárias para o posicionamento e manutenção das órbitas de satélites e plataformas espaciais.

Para a qualificação de dez propulsores, o tanque foi carregado com 45 Kg de hidrazina e pressurizado com nitrogênio a 22 bars. O subsistema completo de propulsão já havia sido qualificado no BTSA em 2012, quando foram executadas as operações de carregamento do tanque com hidrazina anidra e pressurização com nitrogênio ultrapuro.

Dos dez propulsores testados, seis equiparão o satélite Amazônia-1.

O subsistema de propulsão da PMM - a Plataforma Multimissão criada pelo INPE para satélites como o Amazônia-1 - foi desenvolvido pela empresa brasileira Fibraforte com a coordenação de engenheiros do Instituto.

Completo, o subsistema é composto por seis propulsores, o tanque de propelente e mais as válvulas para controle dos propulsores e para carregamento do tanque, com as respectivas tubulações e seus acessórios.

Todos os testes foram preparados e executados pela equipe técnica do BTSA, desde o recebimento dos propulsores, integração na célula de testes e realização das atividades. A análise química do propelente utilizado (hidrazina anidra) foi, também, realizada em laboratório próprio no BTSA.

O BTSA está instalado no Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP), localizado na unidade de Cachoeira Paulista do INPE. Está dimensionado para testar e qualificar propulsores de até 200 N de empuxo, em um ambiente que simula as condições do espaço. O BTSA possui ainda um Laboratório de Análise de Propelentes - hidrazina, mono-metil-hidrazina, dimetil-hidrazina assimétrica, tetróxido de nitrogênio, entre outros.

Amazônia-1

O INPE se prepara para as atividades de integração e testes do Amazônia-1, satélite com lançamento previsto para 2016 que conta com uma câmera óptica de visada larga capaz de gerar imagens do planeta a cada quatro dias. Sua característica de revisita rápida permitirá a melhora nos dados de alerta de desmatamento na Amazônia em tempo real. O Amazônia-1 também fornecerá imagens frequentes das áreas agrícolas brasileiras.

O satélite Amazônia-1 é baseado na Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo INPE. A PMM é plataforma genérica para satélites na classe de 500 kg. Com massa de 250 kg, ela provê os recursos necessários, em termos de potência, controle, comunicação e outros, para operar, em órbita, uma carga útil de até 280 kg.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 13 de março de 2014

Mudança no MCTI: sai Raupp e entra Clélio Campolina

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A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje (13) uma nova etapa da reforma ministerial iniciada no início deste ano, com trocas em seis pastas, uma delas, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O ministro Marco Antonio Raupp dará lugar a Clélio Campolina, atual reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A posse está prevista para a próxima segunda-feira (17).

Reitor da UFMG desde 2009, Campolina é graduado em engenharia mecânica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-MG), com doutorado em Ciências Econômicas pela UNICAMP e pós-doutorado nos Estados Unidos, pela University of Rutgers.

Impactos no setor espacial?

Com a mudança no MCTI, surge a dúvida sobre eventuais impactos institucionais no Programa Espacial. Antes de assumir o Ministério em janeiro de 2012, Raupp, que tem origem no setor, ocupava a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB). A ele é creditado o plano de reorganização institucional do programa brasileiro (atualmente "adormecido"), que envolveria a "fusão" da AEB e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O ministro também acompanhava de perto as ações do País no campo espacial, reunindo-se quase semanalmente com o presidente da AEB, José Raimundo Coelho.
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Primeiro FTB de 2014 lançado em Alcântara

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Centro de Lançamento de Alcântara lança primeiro foguete de treinamento do ano

12/03/2014 16:40h

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) realizou na tarde desta quarta-feira (12/3) o lançamento de um Foguete de Treinamento Básico (FTB), que faz parte das atividades da Operação Falcão I/2014. Esse foi o primeiro lançamento do ano na unidade localizada no Maranhão. O objetivo da operação é manter a operacionalidade das equipes do Centro e testar todos os meios (antenas, radares, servidores, sistemas, softwares) que operam nos voos dos veículos lançados a partir de Alcântara.

Além disso, são coletos dados para a certificação e qualificação do veículo junto ao Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), órgão responsável pela observação e normatização de parâmetros técnicos dos veículos espaciais lançados no país, subordinado ao Comando da Aeronáutica.

Durante o voo iniciado às 13 horas (horário de Brasília), o veículo seguiu a trajetória prevista do disparo até sua queda no Oceano Atlântico. Ao todo, o voo durou  2 minutos e 46 segundos e o veículo percorreu 15,76 quilômetros em linha reta até o impacto na área prevista. O FTB alcançou 32,04 quilômetros de altitude máxima (apogeu) em 77 segundos de voo.

A Operação Falcão I/2014 é realizada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e pela Agência Espacial Brasileira por meio do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A atividade contou com o apoio da Marinha do Brasil, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e do Primeiro Comando Aéreo Regional (I COMAR).

Em entrevista à Radio Força Aérea FM, o Chefe da Divisão de Operações do CLA, Tenente-Coronel Sidney Miguel Lima, fala sobre a importância desse lançamento, a previsão para os próximos e a preparação para a operação com o Veículo Lançador de Satélites (VLS). Para ouvir a entrevista, clique aqui.

Fonte: FAB
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quarta-feira, 12 de março de 2014

INPE e CONAB discutem parceria

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INPE e CONAB discutem parceria para aprimorar monitoramento da safra brasileira

Quarta-feira, 12 de Março de 2014

A agricultura é uma das áreas que mais se beneficiam das imagens de satélites, capazes de monitorar grandes áreas em intervalos regulares com custos relativamente baixos. Informações obtidas a partir do espaço são usadas nas estimativas de safras, análises de mercado e gestão de estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Dados orbitais e metodologias desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) podem ser utilizados para aprimorar o monitoramento agrícola brasileiro.

Especialistas do INPE e da CONAB devem levantar áreas de interesse para possíveis projetos em conjunto durante reunião nesta quinta-feira (13/3) na sede do Instituto, em São José dos Campos (SP). Uma cooperação entre ambas as instituições pode resultar, ainda, na instituição formal da participação brasileira no GEOGLAM.

O GEOGLAM (Global Agriculture Monitoring) é um programa internacional liderado pelo GEO(Group on Earth Observations) que está na agenda do G20, grupo dos vinte países de maior economia. Um dos produtos do GEOGLAM é o “Crop Monitor”, que gera informações mundiais sobre o status da produção das principais commodities agrícolas, que são enviados mensalmente para o sistema AMIS (Agriculture Market Information System) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A CONAB já mapeia por satélites as principais commodities brasileiras, como soja, milho, trigo e arroz. A ideia é aprimorar e agregar dados e ferramentas que possammelhorar a informação sobre a oferta de alimentos.

“É uma das prioridades do G20, pois a falta de acesso à comida provoca conflitos mundiais, distúrbios sociais, alta de preços generalizada, entre outros problemas socioeconômicos. O INPE pode colaborar com a CONAB para análises de áreas específicas e mesmo no desenvolvimento de novos produtos, como modelos de produtividade”, diz João Vianei Soares, pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto do INPE.

Os Estados Unidos e a China acompanham por satélites a produção no mundo todo, e alguns países contam com ferramentas para acompanhar suas safras, como o Brasil. A Europa também possui um programa de monitoramento que se prepara para ser global. Mas falta um sistema operacional que reúna dados que possam ser comparados e usados por qualquer país.

Experiência

O INPE participa de grandes projetos de monitoramento, como o TerraClass Cerrado, em desenvolvimento com a Embrapa e outras instituições, que entre seus resultados deve trazer o mapeamento de culturas no Cerrado, bioma que concentra boa parte da produção agrícola brasileira. Além disso, criou o projeto Canasat, que utiliza técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento para mapear a área cultivada e fornecer informações sobre a distribuição espacial da cultura de cana-de-açúcar.

“Temos estudos e produtos que interessam a parceiros como a CONAB. O trabalho em conjunto deve trazer ganhos para ambas as instituições e favorecer o estabelecimento de um sistema operacional brasileiro para monitorar a produção de alimentos no Brasil, cujo mandato legal é da CONAB”, conclui o pesquisador do INPE.

Fonte: INPE
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terça-feira, 11 de março de 2014

Cooperação Brasil - Canadá

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BRASIL E CANADÁ FIRMAM COOPERAÇÃO PARA ÁREA ESPACIAL

Brasília, 11 de março de 2014 – A Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial Canadense (CSA) firmam na próxima segunda-feira (17) um programa de cooperação para a formação de profissionais e estudantes qualificados em disciplinas relacionadas ao espaço por meio do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF).

A assinatura do documento pelos presidentes da AEB, José Raimundo Coelho, e da CSA, Luc Brûlé, se realiza na abertura do evento “Missão Espacial Canadense ao Brasil”, no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).

O objetivo dessa cooperação é intensificar a colaboração entre as duas agências dentro de missões e projetos na área espacial, a fim de avançar seus conhecimentos em áreas relacionadas à ciência, tecnologia e inovação no domínio espacial.

Desta forma, a cooperação prevê o intercâmbio de estudantes, pesquisadores, estagiários, engenheiros, tecnólogos, gestores e juristas, em instituições acadêmicas, científicas e industriais de alto nível, identificadas em comum acordo, assim como em programas de treinamento e estudos de graduação, especialização, doutorado e pós-doutorado.

Negócios – Da programação da Missão Espacial, que termina na terça-feira (18), constam três painéis e várias palestras, além de um encontro de negócios entre representantes de empresas do setor aeroespacial brasileiro e canadense.

O primeiro painel, mediado pelo diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Carlos Alberto Gurgel Veras, tem como tema “Aplicações de Tecnologia Espacial para o Desenvolvimento Social e Econômico”. O segundo, com a mediação de William Mackey, conselheiro da CSA, trata das “Iniciativas Conjuntas entre Brasil e Canadá para a Construção de Capacitação em Tecnologias Espaciais”. Ambas as atividades ocorrem no primeiro dia do evento.

O terceiro painel, marcado para a manhã de terça-feira (18), tem como tema “Setor Privado Espacial Brasil-Canadá para a Construção de Parcerias de Sucesso”, com mediação do diretor Técnico de Operações do Parque Tecnológico de São José dos Campos, Elso Alberti Júnior, e de David McCabe, gerente geral do Grupo de Desenvolvimento da Missão.

Fonte: AEB
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segunda-feira, 10 de março de 2014

"Mais espaço para os engenheiros aeronáuticos", reportagem do Valor

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Mais espaço para os engenheiros aeronáuticos

Edson Valente

Até pouco tempo os institutos de pesquisa espacial absorviam a maior parte dos profissionais. Nos últimos cinco anos, porém, projetos patrocinados pelo governo começaram a mobilizar toda a cadeia privada do setor

Os engenheiros aeronáuticos e aeroespaciais têm alçado novos voos no mercado de trabalho brasileiro. As oportunidades para esses profissionais cresceram nos últimos anos com investimentos do governo em programas de defesa e de ampliação da frota de caças e de helicópteros, entre outras iniciativas.

De acordo com Diogo Forghieri, gerente regional da Randstad Professionals - empresa de recrutamento que possui uma divisão especializada no mercado aeroespacial -, até pouco tempo os institutos de pesquisa espacial absorviam a maior parte dos formados pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Nos últimos cinco anos, porém, projetos patrocinados pelo governo começaram a mobilizar toda a cadeia privada do setor.

"Multinacionais passaram a demandar profissionais de alto desenvolvimento acadêmico não só para escritórios de representação, mas para encabeçar projetos com enfoque em tecnologia na área de defesa, como os programas de satélites brasileiros", diz. Outro que se destaca é o Inova Aerodefesa, que tem o objetivo de apoiar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação nas empresas brasileiras da área.

Forghieri estima que, desde 2010, esses investimentos crescem no ritmo de 10% ao ano no Brasil - entre 2011 e 2012, o montante saltou dos US$ 6,8 bilhões para os US$ 7,5 bilhões anuais. Tal movimentação, afirma o gerente da Randstad, é alimentada por um contingente de 25.064 pessoas (dados de 2012) que integram o setor aeroespacial brasileiro e que possuem alto nível salarial e acadêmico.

Em dois ou três anos, o número de engenheiros formados, além do ITA, em instituições como a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) não será suficiente para atender à demanda existente. Os projetos, em geral, são de médio e longo prazos - de cinco a dez anos. Assim, o aquecimento do setor em termos de necessidade de mão de obra, que se estende aos formados em engenharia mecânica, mecatrônica, eletrônica e até civil e química, deverá se manter por um tempo considerável.

A questão da escassez de talentos é agravada pela concorrência com outros segmentos que empregam os engenheiros aeronáuticos e aeroespaciais. Segundo Forghieri, 60% deles permanecem no setor e os demais migram para mercados que, em geral, oferecem remunerações mais polpudas - caso da indústria de óleo e gás. Desse modo, muitas vezes as companhias do segmento aeroespacial importam mão de obra de países como França, Alemanha e Estados Unidos. "Os gastos com um engenheiro brasileiro e com um europeu acabam se equivalendo", afirma.

Também é percebida uma mudança no perfil dos profissionais procurados, que tem se tornado mais complexo diante das novas frentes de atuação. Deles, é requerida uma visão de gestão e de negócios a longo prazo, alinhada com o mercado e com práticas de marketing. Encontrar quem tenha essas características, no entanto, não é tarefa fácil. Estar atento a novas tendências em aeronáutica também é um pré-requisito, na opinião de Pedro Lacava, chefe da divisão de engenharia aeronáutica e coordenador do curso de engenharia aeroespacial do ITA. "O conceito de aeronave vai evoluir em aspectos como o desenho de fuselagem e o uso de combustíveis que emitam menos gases que provoquem o efeito estufa", ressalta.

Os salários de entrada, de acordo com a Randstad, ficam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil mensais. Um gerente de um programa da cadeia aeroespacial, por sua vez, recebe de R$ 10 mil a R$ 15 mil por mês. Os ganhos de executivos mais seniores na liderança desses programas ficam no patamar dos R$ 25 mil aos R$ 35 mil mensais. Mestrados e doutorados fora do país são corriqueiros em seus currículos.

Os engenheiros, porém, podem progredir na carreira sem ter de, necessariamente, trilhar caminhos gerenciais. A chamada "carreira em Y" é uma realidade em empresas como a Helibras, fabricante brasileira de helicópteros sediada em Itajubá (MG) e subsidiária da Airbus Helicopters, divisão do grupo Airbus. "O profissional pode seguir dentro de sua especialidade técnica ou em um eixo mais administrativo", explica Walter Filho, diretor do centro de engenharia e de ensaios em voo da Helibras. Em sua opinião, abrir opções é uma das formas de atrair e reter os melhores talentos. Além disso, o programa de cargos e salários estabelece remunerações compatíveis nos dois braços da bifurcação.

O crescimento recente da Helibras espelha o momento favorável vivido pelo setor aeroespacial no Brasil. Em 2008, a empresa assinou com o governo federal um contrato para o fornecimento de 50 helicópteros modelo EC725 à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica. A partir do acordo, desenvolveu seu centro de engenharia e compôs um novo time. Se, em 2009, eram 209 funcionários, hoje o número passa de 850. O objetivo é entregar um projeto de helicóptero nacional, adaptado às necessidades específicas de nossas Forças Armadas, até 2020.

De acordo com Walter Filho, a composição da equipe de engenheiros da companhia é bastante heterogênea. "Há os jovens com grande potencial e os que têm mais bagagem na aeronáutica". Com a idade na casa dos 30 aos 35 anos, os profissionais geralmente já têm experiência internacional - muitos fizeram intercâmbio na Airbus da França, o que o diretor caracteriza como treinamento "on the job" na matriz para "absorver" tecnologia e multiplicá-la por aqui. "A formação acadêmica no Brasil é compatível com o que há lá fora, mas a área requer muita atualização de conhecimento", afirma Ana Renó, vice-presidente administrativa e de recursos humanos da empresa. Buscar talentos nas universidades também é uma política adotada pela fabricante.

A Helibras mantém convênio com a EESC-USP para captar jovens e enviá-los à França para que conheçam o cenário internacional do negócio de helicópteros. A trajetória entre ser trainee e assumir um cargo de engenheiro pleno sênior leva de três a quatro anos. Entre as estratégias de atração está também um pacote de benefícios que inclui participação nos resultados e bônus relacionados a desenvolvimento e cumprimento de metas.

Forghieri, da Randstad, chama a atenção para uma carência que se agrava com o aquecimento do setor: a de docentes nas universidades. "Assediados pelas grandes empresas, os especialistas optam por chefiar projetos nessas organizações em busca de salários melhores", afirma. Em contrapartida, o meio acadêmico também busca incrementar seus quadros. O ITA, por exemplo, deve aumentar o número de professores em todos os seus cursos dos atuais 150 para 300 em cinco anos. Boa parte deles deverá integrar o projeto de um laboratório de inovações no segmento aeronáutico, que deve começar a operar em três anos, segundo Lacava.

Em 2008, em paralelo ao curso de engenharia aeronáutica - focado em projetar aeronaves -, o ITA inaugurou o de engenharia aeroespacial, mais voltado para projetos de satélites e veículos lançadores desses artefatos. O coordenador salienta que o surgimento desse curso, que formou sua segunda turma em 2013, deveu-se ao fomento do governo brasileiro a programas aeroespaciais, sobretudo o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM).

Nesse segmento, empresas como Mectron, da Organização Odebrecht, e Visiona, fruto de associação entre Telebras e Embraer, são importantes "players". "O ITA deverá dobrar seu número de alunos em cinco anos", afirma o coordenador. No último vestibular, as vagas já passaram de 120 para 180. Hoje há 20 para o curso de engenharia aeronáutica e 10 para o de aeroespacial. Dentro de dois anos, serão 40 para cada um deles.

Fonte: jornal Valor Econômico, 10/03/2014, via JC E-mail.
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domingo, 9 de março de 2014

Lançadores: teste do Tronador II argentino

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Frequentemente, abordamos os planos da Argentina de desenvolver meios autônomos de acesso ao espaço, a exemplo do Brasil, com o VLS. Nos últimos anos, o projeto aos poucos tem avançado, com a realização de testes de pequenos foguetes da família Tronador visando o desenvolvimento de tecnologia e capacitações para a posterior construção de um veiculo lançador de pequeno porte, o Tronador II.

No início do mês, o diário "Clarin" publicou uma reportagem informando sobre a suposta falha da missão VEX 1A, discretamente realizada em 26 de fevereiro, em Punta Indio, coordenada pela Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE). Após sua ignição, o VEX 1A, monoestágio e com cerca de 14,5 metros de altura, teria subido apenas 2 metros e depois caído próximo a plataforma (esperava-se um apogeu de 16 km). A CONAE reconheceu a falha na decolagem, mas afirmou que o lançamento proporcionou o teste de subsistemas do veículo, classificando o de "positivo e exitoso".

Os argentinos optaram por desenvolver o Tronador II a partir do desenvolvimento de vários veículos experimentais (além da missão de fevereiro, outros cinco testes estão programados para os próximos anos), tendo o objetivo de ensaiar vários subsistemas a um custo mais reduzido antes de incorporá-los ao lançador final.

Polêmica com o combustível

Na quinta-feira passada (6), o "Clarín" publicou outra reportagem sobre a missão, desta vez noticiando que o combustível utilizado pelo foguete (hidrazina), seria "contaminante e cancerígeno". No mesmo dia, a CONAE divulgou nota dando maiores informações e divulgando as medidas de segurança que foram tomadas para evitar contaminações ou danos.

A nota da agência argentina também destaca que este tipo de combustível é utilizado por outros lançadores, como da família Longa Marcha (China), PSLV e GSLV (Índia), e também pelo Cyclone 4, da binacional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space. No caso do lançador ucraniano, os três estágios exigirão cerca de 180 mil kg de hidrazina e ácido nítrico em cada operação de lançamento.

De fato, embora ainda seja utilizada em alguns veículos espaciais, os projetos mais modernos têm buscado outros combustíveis, considerados menos poluentes e mais seguros. No meio especializado, existe uma piada de que "a hidrazina é um combustível que ninguém sabe o cheiro que tem, pois ninguém sobreviveu para contar"...
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sexta-feira, 7 de março de 2014

Concurso público do INPE

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Publicados editais para concurso público no INPE

Sexta-feira, 07 de Março de 2014

O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (7/3) os editais para a realização de concurso público no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os documentos trazem as normas para a seleção, procedimentos e datas para inscrição, descrição das vagas, remuneração, entre outras informações.

No Edital N° 1, estão os procedimentos do concurso para o provimento de 14 vagas de nível superior, em cargos de Pesquisador – Classe Assistente de Pesquisa – Padrão I, da carreira de Pesquisa em Ciência e Tecnologia.

Confira aqui o Edital N° 1, sobre as vagas de pesquisador.

Já o Edital N° 2 traz as informações sobre a seleção que irá preencher 54 vagas em cargos de Tecnologista Júnior Padrão I da carreira de Desenvolvimento Tecnológico.

Confira aqui o Edital N° 2, sobre as vagas de tecnologista.

Fonte: INPE
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quinta-feira, 6 de março de 2014

Inova Aerodefesa: projetos selecionados

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[Nota atualizada às 15h40 para explicitar que no projeto MMM apenas os ICTs receberam recursos]

Sem alarde, a FINEP divulgou no último dia 25 o resultado final do programa Inova Aerodefesa, revelando os nomes das empresas que receberão recursos, a natureza (se reembolsáveis, não reembolsáveis, ou em arranjo com instituições científicas e tecnológicas (ICTs) nacionais), e também a identificação dos projetos (não reembolsáveis e em arranjo cooperativo com ICTs). Veja aqui.

Os recursos não reembolsáveis foram pulverizados entre os projetos selecionados, sendo que o máximo destinado a cada um foi pouco mais de R$6,238 milhões. Há várias iniciativas no campo espacial, como já havíamos destacado anteriormente. A Avibras, por exemplo, obteve cerca de R$4,658 milhões para o projeto Veículo Lançador de Microssatélites. Ainda em lançadores, a Cenic terá R$6,209 milhões para o desenvolvimento dos módulos inter-estágios para o VLM, e mais R$5,637 milhões para o desenvolvimento de redes elétricas do mesmo veículo, em parceria com a JTDH Engenharia. A Opto Eletrônica, de São Carlos (SP), receberá pouco mais de R$4,734 milhões para desenvolver um sistema imageador multiespectral reflexivo (VIS/NIR/SWIR).

Arranjo cooperativo

No arranjo cooperativo entre empresas e ICTs, os sistemas de controle de atitude e órbita (ACDH, em inglês), área considerada crítica no Brasil, foram o destaque. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) terá cerca deR$1,3 milhão para um projeto com a Compsis para ACDHs destinados a satélites e ao projeto SARA (Satélite de Reentrada Atmosférica), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), e mais R$3,963 milhões para o "desenvolvimento do Sistema de Supervisão de Bordo e de Controle de Atitude e Órbita e sua integração na segunda geração da Plataforma Multimissão", este último em conjunto com a Odebrecht Defesa e Tecnologia (controladora da Mectron).

Iniciativas em propulsão também serão beneficiadas: o IAE terá a disposição R$4 milhões para o "desenvolvimento e absorção de tecnologias aplicáveis à fabricação do Motor Foguete a Propelente Líquido L75", em conjunto com a Globo Central de Usinagem. A Fibraforte e o INPE também tiveram um projeto para um propulsor mono-propelente de 400N, que receberá cerca e R$1,238 milhão.

Ainda, no projeto apresentado pela AEL Sistemas, de Porto Alegre (RS), os ICTs (PUC-RS, Unisinos, UFSM e UFRGS) receberão pouco menos de R$5 milhões, valor bem abaixo do montante total inicialmente requerido.
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"A Agência Espacial Brasileira em seus 20 anos", artigo de José Monserrat Filho

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A Agência Espacial Brasileira em seus 20 anos

Em 2014, estão previstos cinco lançamentos e o primeiro concurso para novos funcionários

José Monserrat Filho *

A AEB, fundada em 10 de fevereiro de 1994, começou este ano comemorando seu 20º aniversário. A festa contou com a presença de três dos cinco presidentes da agência que antecederam o atual, José Raimundo Braga Coelho: Mucio Roberto Dias, Sérgio Maurício Gaudenzi e Carlos Ganen. Só não puderam vir Luís Gilvan Meira Filho e Luiz Bevilacqua, respectivamente o primeiro e o terceiro da série. Apesar das diferenças de gestão, ficou claro o respeito existente entre eles.

Num momento emocionante do encontro, a AEB – que tem hoje cerca de 135 funcionários – homenageou os 24 mais antigos. Entre eles destacava-se a Sra. Maria de Fátima Braga, que trabalhou no órgão que antecedeu a AEB, a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE), criada pelo regime militar em 1971.

Falando em funcionários, a AEB ganhou de presente de aniversário a permissão necessária para montar seu primeiro plano de carreira. O sonho de um quadro efetivo na AEB não é novo, e ganhou força nos anos 2000. Atendendo, enfim, à justa reivindicação, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorizou, em 19 de fevereiro último, a realização de concurso público na AEB. Estão abertas 66 vagas: 24 para Tecnologistas; 30 para Analistas em Ciência e Tecnologia; e 12 para Assistente em Ciência e Tecnologia. Mas essa conquista tem que se efetivar sem demora. O Presidente da AEB quer promover o concurso até abril próximo.

CBERS-4 subirá em 2014 – Em 9 de dezembro de 2013, o CBERS-3 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) deveria ter entrado em órbita, mas houve um problema com o segundo estágio do veículo lançador da China, o Long March 4B, e como resultado o satélite foi perdido. Os dois países lamentaram muito a falha, mas, sem mais delongas, decidiram antecipar para 2014 o lançamento do satélite CBERS-4, que estava marcado para 2015. As equipes de ambos os lados já trabalham com afinco para lançar o novo satélite, o mais tardar, em dezembro vindouro. A antecipação é essencial para podermos dispor de seus dados o quanto antes.

Plano Decenal de Cooperação Espacial Brasil-China – Também neste ano, os dois países devem concluir o detalhamento deste plano de dez anos, assinado em suas linhas gerais em 2013, para logo iniciar sua execução. Esse é o primeiro plano decenal de cooperação espacial nos 56 anos da história das atividades espaciais. Nunca antes dois países pensaram em adotar um plano por tanto tempo em sua parceria espacial.

Quatro pequenos satélites também subirão em 2014 – Está programado para este ano o lançamento dos seguintes pequenos satélites, com participação da AEB:

1) SERPENS – Este será o primeiro resultado do Projeto da AEB para lançar vários nanosatélites – um por ano –, construídos por estudantes universitários, a fim de qualificar os cursos de engenharia aeroespacial no Brasil (ministrados nas seguintes universidades: UnB, UFSC, UFABC, ITA, UFMG, UFU e USP-São Carlos). A iniciativa abre aos estudantes a chance de se envolverem em um projeto real e absorverem conhecimento de parceiros internacionais. O primeiro SERPENS (3u) deve ser lançado da Estação Espacial Internacional (ISS), em 12 de setembro de 2014, transportando três cargas úteis: um micro propulsor e dois rádios de comunicação de dados. Seu principal objetivo em órbita é testar diferentes soluções que podem ser futuramente adotadas para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados.

2) UbatubaSat – Este tubesat deve ser igualmente lançado da Estação Espacial Internacional, em 20 de novembro de 2014, com o apoio da AEB. Idealizado por um professor de matemática apaixonado pela ciência espacial, o UbatubaSat é considerado uma ideia inovadora para levar o ensino prático de ciência espacial a jovens alunos de ensino fundamental e médio de uma escola pública de Ubatuba, município do interior paulista. Os alunos dessa escola já visitaram a NASA, EUA, e Nagoya, Japão, onde apresentaram artigo científico escrito por jovens de 13-14 anos no maior congresso aeroespacial do país.

3) AESP–14 – Esse nano-satélite (1u), criado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com o apoio da AEB, deve ser lançado pelo foguete ucraniano-russo DNEPR, em 17 de junho de 2014. Seu principal objetivo é ensinar engenharia de sistemas a graduandos do curso de Engenharia Aeroespacial do ITA. Eles participam de todas as fases do projeto, desde a concepção até a operação em órbita. Os alunos de pós-graduação, por sua vez, participam do desenvolvimento da arquitetura física do cubesat.

4) NanoSatC – BR1 – Esse nanosat (1u), da Universidade de Santa Maria (UFSM), RS, também será lançado pelo foguete DNEPR, só que em 19 de junho. Ele levará a bordo dois instrumentos científicos: um magnetômetro e um detector de partículas de precipitação, que fornecerão dados para o estudo da Anomalia Magnética no Atlântico Sul (SAMA). Trata-se de testar, em ambiente espacial, o circuito integrado projetado pela UFSM e produzido por uma indústria brasileira.

Programa de formação de recursos humanos qualificados – Iniciativa de grande envergadura, criada em 2013, deverá ganhar considerável projeção em 2014. Conta com bolsas do Programa Ciência Sem Fronteiras, do CNPq e Capes, e já conta com o apoio de agências espaciais e empresas de países desenvolvidos, como Alemanha, Canadá, China, EUA, França, Itália, Japão, Rússia, Ucrânia e outros. Dois são os seus objetivos: mandar jovens para fazer cursos de especialização e pós-graduação em instituições de excelência no exterior e trazer ao Brasil renomados cientistas, pesquisadores, tecnólogos e engenheiros, para ensinar e/ou trabalhar durante certo período, ajudando a preparar nossos recursos humanos.

As atividades da AEB previstas para 2014, claro, não se esgotam nesta lista. Ela não inclui, por exemplo, os eventos e resultados concretos dos programas de cooperação internacional, como o seminário “Missão Espacial Canadense no Brasil”, a ter lugar no Parque Tecnológico de São José dos Campos, SP, nos dias 17 e 18 de março, com três painéis e uma rodada de negociações entre empresários dos dois países. Os painéis abordarão os seguintes temas: As tecnologias espaciais e o desenvolvimento social e econômico; As experiências do Brasil e Canadá na formação de recursos humanos para a área espacial; A cooperação empresarial e a criação de parcerias de sucesso.

Este breve relato já permite ter uma boa ideia do que o Brasil pode esperar do espaço, neste novo ano, além das transmissões da Copa do Mundo e das eleições gerais no país.

* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), Diretor Honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial e Membro Pleno da Academia Internacional de Astronáutica.
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segunda-feira, 3 de março de 2014

VLM em discussão na AEB

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Desenvolvimento do Projeto VLM é tema de reunião na AEB
Brasília, 28 de fevereiro de 2014 – Diversos aspectos do projeto e das fases de desenvolvimento do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) foram discutidos nesta sexta-feira (28) em reunião realizada na Agência Espacial Brasileira (AEB).

O encontro, com a participação de dirigentes da Agência, de representantes do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCTA), do Comando da Aeronáutica, e do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), ambos em São José dos Campos (SP), serviu também para ajustar pontos a serem debatidos com técnicos da Agência Espacial Alemã (DRL), parceira no desenvolvimento do projeto, em reunião a ser agendada para março próximo.

O projeto VLM visa ao desenvolvimento de um foguete destinado ao lançamento de cargas úteis especiais ou microssatélites, de até 150 kg, em órbitas equatoriais e polares ou de reentrada. Em sua configuração básica é formado de três estágios, dois com o motor S50, com cerca de dez toneladas de propelente e um estágio orbitalizador com o motor S44.

Outras configurações do veículo empregarão um quarto estágio em propelente sólido ou líquido e uma versão triestágio com motor de apogeu em propelente líquido. Alemanha e Brasil estudam a possibilidade de utilizar o lançador para transportar o veículo alemão Shefex 3 em uma trajetória de reentrada na atmosfera terrestre em 2015.

Da reunião liderada pelo presidente da AEB, José Raimundo Coelho, participaram o diretor de Administração, José Iram Mota Barbosa, o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos, Petrônio Noronha de Souza, o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento, Carlos Alberto Gurgel, e os coordenadores Francisco Cleodato Porto Coelho, Jean Robert Batana Pires Ferreira e Ricardo Douglas Baia Lira.

Pela Aeronáutica compareceram o Tenente Brigadeiro Gerson Nogueira Machado de Oliveira, diretor geral do DCTA, o Brigadeiro Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel, diretor do IAE, o Major Brigadeiro Alvani Adão da Silva, vice-diretor do DCTA, o Brigadeiro Leonardo Magalhães Nunes da Silva, o Coronel Avelino Santana Júnior, e o engenheiro Luiz Eduardo Vergueiro Loures da Costa, do IAE.

Fonte: AEB
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