quarta-feira, 31 de março de 2010

Tecnologia & Defesa nº 120

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Já está nas bancas a edição nº 120 da revista Tecnologia & Defesa, que tem como principais matérias:

- Panorama sobre aviação militar de transporte na América do Sul

- Entrevista com Miguel Jorge, ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), sobre o papel do ministério na promoção da indústria brasileira de Defesa

- "Embraer - Além do Avião" - primeira parte de uma série de reportagens sobre as atividades da companhia brasileira além dos aviões, no caso, C4ISR

- "Helibras - Ampliando horizontes" - ampliação da fábrica em Itajubá (MG) e modernização dos helicópteros Pantera, do Exército Brasileiro

- Atual status do programa VBTP/MR, de veículos blindados do Exército

- Coluna Defesa & Negócios, notícias sul-americanas, da ABIMDE, e muito mais.
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segunda-feira, 29 de março de 2010

Tupac Katari: assinatura do contrato está próxima

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Segundo a imprensa boliviana, o presidente da Bolívia, Evo Morales, estuda viajar em abril à China com o objetivo de firmar definitivamente o acordo para a construção do primeiro satélite boliviano, o Tupac Katari, de comunicações. A informação foi dada pelo vice-ministro de Defesa, José Luiz Prudencio.

Prudencio afirmou ainda que a China também ofereceu ao seu país transferência de tecnologia e capacitação de profissionais para operação do satélite. "É por isso que um número ainda não determinado de pessoal da Bolívia irá viajar à China e acompanhará a construção do satélite durante os três anos", disse.

Paralelamente à possível viagem de Morales à China, a Agência Boliviana Espacial (ABE), criada em fevereiro último para gerir o incipiente programa do país andino, tem realizado reuniões para a revisão de aspectos básicos do projeto do satélite de comunicações.

Nota do blog: colaborou Ildefonso.
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domingo, 28 de março de 2010

FIDAE 2010: Tímida participação espacial

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Encerra-se hoje (28), a 15ª edição da Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), realizada desde 1980, a cada dois anos, em Santiago, Chile. É inegável que o terremoto que assolou o país sul-americano no final de fevereiro afetou consideravelmente a feira que, ao menos aparentemente, contou com um menor público profissional, além da falta de um grande tema ou foco. Não fosse a presença do caça norte-americano F-22 Raptor e o apoio da Força Aérea Brasileira,que enviou um considerável número de aeronaves para exposição ("FIDAE 2010: Apoio ao Chile"), e que reforçaram o lado de entretenimento da feira, o show definitivamente teria sido bem mais "fraco". Para o blog, o mais surpreendente, no entanto, foi a quase inexistência de qualquer temática ou exposição em matéria de tecnologia espacial.

A edição anterior da FIDAE, de 2008, contou com mais temática espacial do que a deste ano. Na época, encontrava-se em fase final a seleção, pelo governo chileno, de seu satélite de observação terrestre (SSOT), com várias empresas (israelenses e europeias) ainda participando da licitação. O satélite, aliás, que foi contratado junto a EADS Astrium em agosto de 2008, não foi tema de nenhum estande ou exibição, nem mesmo no da Agencia Chilena del Espacio.

Os expositores russos, liderados pela Roscosmos, a agência espacial do país tiveram presença basicamente institucional, exibindo maquetes de lançadores e satélites, aparentemente sem demonstrar uma grande ambição no mercado sul-americano. Na região, as oportunidades de cooperação espacial da Rússia estão bem concentradas no Brasil, onde participaram ou ainda participam de projetos de foguetes (revisão do VLS, propulsão líquida), buscam parcerias e negócios em sistema de geoposicionamento por satélite (Glonass), entre outros interesses em estágios mais preliminares. Preterida na Venezuela e Bolívia em favor dos chineses quanto a satélites de comunicações, a Rússia busca ainda fornecer o seu primeiro satélite para região, com a empresa ISS Reshetnev participando da concorrência colombiana Satcol.

Outros expositores com alguma atuação na área espacial, como a argentina INVAP e grandes grupos estrangeiros preferiram focar suas atenções em possibilidades consideradas mais promissoras na região, como sistemas de radares (caso da INVAP), comunicações terrestres, entre outros.
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sábado, 27 de março de 2010

Avanços na Missão SAC-D/Aquarius

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No último dia 19, foi realizado em Bariloche, na Argentina, um seminário de apresentação da missão do satélite ambiental SAC-D/Aquarius, desenvolvido pela Comision Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), em parceria com universidades e centros de pesquisa de vários países, inclusive do Brasil.

O modelo de voo completo do satélite foi apresentado (veja fotos clicando aqui), e em breve deve ser enviado para as instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), para a execução de ensaios ambientais. Uma vez concluídos, o SAC-D será encaminhado para o centro espacial de Vandenberg, nos EUA, de onde em 2011 será lançado por um foguete Delta II.

O seminário foi presidido pelo ministro argentino de Relações Exteriores, Jorge Taiana, tendo contado ainda com a presença de outros ministros, dirigentes de órgãos de pesquisa, e os embaixadores do Brasil, Estados Unidos, Canadá, Itália e França.

O SAC-D, certamente um dos mais avançados satélites já construídos na América do Sul, contará com oito instrumentos para a realização de medições e pesquisas relacionadas ao oceano, clima e meio-ambiente. A missão é desenvolvida em relevante cooperação associativa entre a CONAE, NASA (EUA), e centros de pesquisas do Brasil, Canadá, França e Itália.
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sexta-feira, 26 de março de 2010

Chat sobre o Programa Espacial Brasileiro: íntegra

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No início desta semana, a Câmara dos Deputados promoveu um chat sobre o Programa Espacial Brasileiro (PEB), que contou com a presença do Deputado Rodrigo Rollemberg, além de representantes de algumas instituições brasileiras, estudiosos e profissionais do setor.

Para acessar a íntegra do bate-papo, disponibilizada pela Câmara e que contém várias informações interessantes sobre o que esperar do estudo sobre o PEB ora em execução, e também sobre a situação de alguns projetos brasileiros, clique aqui.
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quinta-feira, 25 de março de 2010

Visita do Rei da Suécia ao LIT/INPE

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Rei da Suécia visita laboratório de testes de satélites e produtos industriais

25/03/2010

O rei Carl XVI Gustaf, da Suécia, visita nesta sexta-feira (26/3) o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, onde conhecerá as instalações do Laboratório de Integração e Testes (LIT) e assistirá a uma palestra sobre o monitoramento por satélites da Amazônia.

O LIT/ INPE é o único laboratório do gênero no Hemisfério Sul capacitado para a realização de atividades de montagem, integração e testes de satélites e seus subsistemas.

A impossibilidade de conserto em órbita torna imprescindível a simulação em Terra de todas as condições que um satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o fim de sua vida útil no espaço. Por isso, o LIT/INPE possui câmaras e equipamentos para ensaios de vibração e choque, medidas de propriedades de massa, testes elétricos, acústicos e de compatibilidade eletromagnética, além da própria simulação do ambiente espacial em câmara vacuotérmica.

No LIT/INPE, idealizado conforme as necessidades do programa espacial brasileiro, também são prestados serviços à indústria, pois este moderno laboratório reúne instrumentos sofisticados para a qualificação de produtos com exigência de alto grau de confiabilidade. Empresas nacionais e multinacionais usam as instalações do LIT para testes de certificação. Os produtos testados vão desde antenas e componentes eletroeletrônicos até veículos de grande porte.

O monitoramento da Amazônia

Desde que começou a receber imagens do satélite Landsat, da Nasa - e o Brasil foi um dos primeiros a ter dados orbitais de observação da Terra, em 1973 -, o INPE está de olho na cobertura florestal da Amazônia.

A partir de 1988, com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), o INPE passou a realizar o mapeamento de forma operacional. Como resultado, o Brasil possui um sistema reconhecido internacionalmente por sua excelência e pioneirismo. Hoje estão em operação três sistemas, que atuam de forma independente, porém complementares.

O Prodes é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de Km² todos os anos. O resultado do Prodes revela a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia brasileira e tem orientado a formulação de políticas públicas para a região.

Desde 2004, o INPE também opera o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), voltado para orientar a fiscalização por identificar corte raso e degradação florestal com mais agilidade. Em 2008, o aumento de áreas degradadas indicado pelo Deter motivou a criação do Degrad, sistema destinado a mapear áreas ainda em processo de desmatamento.

A tecnologia nacional para o monitoramento florestal por satélites, bem como a capacitação técnica, está sendo oferecida pelo INPE a outros países. A iniciativa coloca o Brasil na liderança para o monitoramento global de florestas tropicais.

Fonte: INPE

Comentário: para saber mais sobre a relação do Brasil e Suécia na área espacial, acessem as postagens "AEB: missão empresarial à Suécia", e "Cooperação Brasil - Suécia".
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quarta-feira, 24 de março de 2010

Avanços no Projeto SARA

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IAE realiza revisão crítica da rede elétrica do projeto Sara

24/03/2010

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a empresa Mectron - Engenharia, Indústria e Comércio S.A, realizaram no dia 19 de março a Revisão Crítica de Projeto (CDR) do Subsistema de Redes Elétricas do Sara Suborbital.

A Rede Elétrica do Sara Suborbital comandará o veículo de sondagem VS-40 e poderá ser recuperada e reutilizada depois do vôo, após a necessária avaliação e manutenção de seus componentes.

O diretor da Mectron, engenheiro Carlos Alberto, após uma apresentação sobre o tema ao grupo de revisão, realizou uma demonstração do Modelo de Engenharia das Redes Elétricas nos laboratórios da empresa.

O grupo de revisão, que é presidido pela Chefe da Divisão de Eletrônica (AEL) do IAE, engenheira Mara Lucia Storino Teodoro da Silva, especialistas da AEL e doutores da Embraer, avaliou os temas que culminarão com a elaboração de Relatórios de Itens de Discrepâncias (RIDs).

A qualidade de uma revisão de projeto se mede pela qualidade e quantidade das RIDs emitidas pela Comissão de Revisão. “Sob este aspecto, a revisão foi um sucesso, pois os membros da comissão fizeram uma profunda avaliação das soluções apresentadas e identificaram potenciais discrepâncias que poderiam acarretar dificuldades futuras”, como explica o gerente do projeto Sara, Dr. Luis Eduardo Loures.

Os próximos passos no desenvolvimento das Redes Elétricas envolvem um importante ensaio de qualificação funcional. “As Redes serão agora testadas funcionalmente na mesa de mancal a ar de um eixo, situada no Laboratório de Propriedades de Massa do IAE”, informa Loures.

O engenheiro do IAE esclarece ainda que, a partir dessa etapa, “o grupo poderá estudar a montagem e a integração do subsistema, além de testar as principais funcionalidades em conjunto, como o funcionamento do sistema de controle acoplado aos atuadores de gás frio”.

Pretende-se, já durante o processo de desenvolvimento, realizar a industrialização das redes elétricas do Sara Suborbital, de modo a garantir com que as soluções de projeto estejam compatíveis com o parque industrial nacional.

Fonte: IAE/DCTA
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Imagens COSMO-SkyMed para o SIPAM

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Telespazio Brasil e e-GEOS em parceria com a IMAGEM, forneceram imagens Radar do sistema COSMO-SkyMed de alta e média resolução para o Sistema de Proteção da Amazônia

a Imagem, empresa brasileira do setor de sensoriamento remoto, em parceria com a e-GEOS e a Telespazio Brasil, sociedade controlada pela Telespazio Itália, (Finmeccanica / Thales), venceu o pregão eletrônico do CENSIPAM - Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), para fornecer imagens radar do sistema COSMO-SkyMed, de alta e média resolução. O press-release, datado de 17 de março, foi divulgado hoje (24), na FIDAE 2010, em Santiago do Chile, à reportagem de Tecnologia & Defesa.

A base do acordo entre a Imagem, e-GEOS e Telespazio Brasil é de fornecer ao CENSIPAM imagens radares de satélites que garantirão a cobertura de uma superfície mínima de 1.026.000 km2 da região amazônica.

Devido às características diferenciadas e o fato de serem três satélites (o quarto será lançado durante o ano de 2010), o sistema COSMO-SkyMed é capaz de monitorar uma área extensa e com uma alta frequência de aquisição.

Este sucesso representa para a e-GEOS e Telespazio Brasil o primeiro passo de uma estratégia para entrar no mercado brasileiro de Observação da Terra. Tal estratégia prevê ainda mais a oferta de serviços de valor agregado junto a aplicações inovadoras que a e-GEOS já disponibilizou com sucesso no mercado internacional, principalmente na Europa.

Fonte: Telespazio Brasil, com alterações de Panorama Espacial.

Comentários: em julho de 2009, publicamos aqui no blog uma notícia sobre a nomeação da Telespazio Brasil como representante dos produtos COSMO-SkyMed no País ("COSMO-SkyMed no Brasil"). Também em julho de 2009, o SIPAM também adquiriu imagens-radar (SAR, sigla em inglês), só que geradas pelo satélite japonês ALOS (Advanced Land Observing Satellite).

Como já abordado em diversas ocasiões, uma das maiores carências do Programa Espacial Brasileiro, particularmente nos projetos e iniciativas relacionadas ao monitoramento da região amazônica (DETER, PRODES, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE) é a falta de um satélite dotado de sensores SAR, capazes de imagear o solo mesmo com a cobertura de nuvens.
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segunda-feira, 22 de março de 2010

Chat da Câmara sobre o Programa Espacial

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Relator critica falta de recursos para ampliar o programa espacial

22/03/2010 18:20

O relator do Conselho de Altos Estudos para o Programa Espacial Brasileiro, deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), e os participantes do chat realizado pelo e-democracia, rede social da Câmara dos Deputados, concluíram nesta segunda-feira que, para a reestruturação e efetividade do programa, é preciso que a sociedade brasileira tenha consciência de sua importância.

Durante os debates, foram apontadas as deficiências de orçamento, material humano e importância política e também a lentidão com que avançam os projetos na área aeroespecial. Todas as sugestões e questões levantadas servirão para subsidiar o estudo que está sendo realizado pelo conselho sobre o tema.

De acordo com o parlamentar, o relatório será propositivo no sentido de construir mecanismos inovadores e eficientes para dar uma injeção de recursos no programa espacial. “Os fundos setoriais destinaram pouquíssimos recursos para a política espacial, e o maior banco de desenvolvimento do País, o BNDES, tem programas para financiar da TV Digital à produção cinematográfica, porém, passa ao largo das demandas do setor espacial”, disse.

Modelo 'esquizofrênico'

Rollemberg explicou que o estudo analisa os aspectos institucionais, orçamentários, econômicos, ambientais, de formação de recursos humanos, de segurança nacional, além de contar com artigos de autoridades sobre o tema. Ele afirmou que o processo de debates para sua elaboração já conseguiu recolocar o tema na agenda política do País, e se pensa, inclusive, em levar a Agência Espacial Brasileira (AEB) para o núcleo estratégico do governo.

O deputado afirmou que a pesquisa espacial no Brasil está esvaziada de sua alma, relegada a uma política de segunda grandeza, feita nos gabinetes burocráticos e com base em ritos e normas limitantes. Rollemberg disse que há problemas de coordenação política, que é pulverizada; no planejamento e gestão dos projetos, que não recebem recursos nem os instrumentos necessários à sua execução; na gestão de pessoas, que não são valorizadas à altura de seu conhecimento; no modelo organizacional, que é um tanto "esquizofrênico".

Política espacial

Ele deu como exemplo a Agência Espacial Brasileira, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, praticamente no mesmo nível dos órgãos que deve coordenar, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e bem distante do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), que está subordinado à área militar.

Ele destacou que a AEB deve ter uma visão geral do programa, fazer o controle e o planejamento, ter projetos de longo prazo e coordenar os vários órgãos executores da política espacial. No entanto, afirmou, parece que hoje a AEB apenas repassa recursos com destinação já definida. Rollemberg lembrou, porém, que, com apenas 80 técnicos, todos requisitados, não se pode ir muito longe.

Desconhecido da população

O parlamentar concordou com participantes que vêem a política espacial descolada da vida nacional. Ele afirmou que a população precisa conhecer todas as aplicações do Política Espacial, como controle do desmatamento, mudanças climáticas, a previsão de safras, telecomunicações, telemedicina, GPS etc. O deputado destacou que é preciso fazer com que o Congresso e o Executivo percebam que o Programa Espacial deve ser tratado como política de Estado, e não como política de governo.

Em resposta a um profissional do Jornal da Ciência, o deputado afirmou que projetos como o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS) ou o Veículo Lançador de Satélites (VLSI) que, apesar de terem mais de 20 anos, ainda não foram concluídos, são projetos estruturantes do Programa Espacial Brasileiro.

Ele citou que o CBERS permite que o Brasil tenha se projetado no mundo como um dos maiores distribuidores de imagens de sensoriamento remoto. O deputado afirmou que o projeto é um bom exemplo de uma parceria bem sucedida, com a China, mas que ainda não logrou resultados.

“Não conseguimos adquirir tecnologia, em anos de parceria, para desenvolver um satélite desse porte sozinho”, lamentou. O deputado se mostrou contrário ao abandono do projeto do VLSI. “No estudo, vamos apontar sua importância porque os lançadores são a parte mais delicada de qualquer programa espacial, por se tratar de uma tecnologia dual”, disse.

Fonte: Agência Câmara (Reportagem - Vania Alves / Edição - Newton Araújo)

Comentário: o blog disponibilizará em breve o conteúdo, na íntegra, do bate-papo.
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sábado, 20 de março de 2010

Star One C3: mais informações

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Algumas informações adicionais, em "bullet points", sobre a contratação do satélite geoestacionário de comunicações Star One C3, em complemento à postagem "Star One C3 será fabricado pela Orbital", do início desta semana:

- O contrato do Star One C3 foi assinado com a Orbital Sciences Corporation (OSC) em dezembro de 2009, no valor de US$ 270 milhões, incluindo a colocação em órbita. De acordo com as demonstrações financeiras da Embratel, controladora da Star One, em dezembro de 2009, a empresa já havia liberado R$ 52 milhões relacionados ao projeto.

- A fabricação do satélite já está em curso nas instalações da Orbital (Satellite Manufacturing Facility - SMF) localizadas na cidade de Dulles, Virgínia, a pouco menos de 50 km da capital norte-americana, Washington (DC). Apesar de nem a Star One e nem a OSC terem divulgado o fechamento do negócio, a informação de que a fabricante norte-americana já trabalha na construção do satélite consta em "fact sheet" disponível em seu próprio website [www.orbital.com/NewsInfo/Publications/SMF_Fact.pdf].

- O novo satélite será lançado por um Ariane 5, da Arianespace. Ótima notícia para a companhia europeia, que este ano comemora 30 anos e desde a origem da Embratel (antiga denominação da Star One), foi responsável pela colocação no espaço de todos os seus satélites.

- O Star One C3 irá operar em Banda C, faixa destinada para comunicações em geral, e em Banda Ku, usada para transmissão de sinais de vídeo, dados, internet e voz diretamente para os usuários.

- Os representantes da OSC no Brasil são ex-funcionários da Embratel, na época em que ainda era estatal e contava com uma divisão de satélites. Estas pessoas, de acordo com o apurado pelo blog, participaram das missões dos satélites Brasilsat de primeira e segunda geração (A e B), fabricados pela canadense Spar Aerospace e americana Hugues (série A) e Hugues (série B) (em 2000, a divisão de satélites da Hugues foi adquirida pela Boeing).

- Existe uma razão especial pela qual o blog tem dado cobertura ao segmento espacial da Star One: por ter origem estatal (a Embratel foi privatizada em julho de 1998, e em 2004 passou para as mãos de seu atual controlador, o grupo mexicano Telmex, do empresário Carlos Slim), a empresa conta no País com equipe responsável pelas especificações e contratações de satélites de comunicações. Praticamente todo o processo é feito a partir do Brasil, diferentemente de outras operadoras de satélites que ocupam posições orbitais nacionais, que, às vezes, nem sequer controlam e operam seus satélites em órbita por meio de centros instalados no território nacional. A Star One conta com um centro de operações de satélites, considerado o maior da América Latina, instalado em Guaratiba (RJ), e que em novembro de 2009 completou 25 anos de existência.
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sexta-feira, 19 de março de 2010

Cooperação Brasil - China: Ganem vai a Pequim

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Cooperação científica e tecnológica

19-03-2010

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, integra a delegação interministerial que estará em Pequim, na China, entre os dias 24 e 26 de março, para tratar da cooperação em ciência e tecnologia, em áreas como nanotecnologia, informática, biotecnologia e espaço. Na pauta da AEB consta a continuidade do Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers). A intenção é ampliar e diversificar o Programa na busca de novas formas de parcerias.

Os integrantes da delegação brasileira participarão de reuniões técnicas e temáticas com vistas à discussão sobre o andamento e eventual ampliação de projetos bilaterais de cooperação em ciência, tecnologia e informação. “As relações, no âmbito espacial, entre China e Brasil, são um marco emblemático construído a partir dos anos 80, e avançam, agora, a ponto de oferecer novos modelos e perspectivas”, diz Carlos Ganem. Segundo ele, há expectativas de se estabelecer parcerias, oferecendo oportunidades de acesso às tecnologias espaciais a outras nações do continente africano. Esta rodada de debates antecede a visita, em abril, do presidente chinês Hu Jintao, ao Brasil.

Fonte: AEB
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Espaço na FIDAE 2010

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Na próxima semana, entre os dias 23 e 28 de março, acontece em Santiago do Chile, a Feria Internacional del Aire y del Espacio - FIDAE 2010, um dos mais tradicionais e importantes eventos de negócios dos setores aeronáutico e espacial da América do Sul. Tecnologia & Defesa estará presente cobrindo a feira (notícias e fotos serão postadas todos os dias em seu website), e algumas notícias e informações relacionadas ao setor espacial serão publicadas no blog.

Embora a feira conte com o termo "Espaço" em seu nome, este nunca foi o seu foco principal. Nesta edição, porém, existe certa expectativa com o setor, já que o Chile está prestes a ter o seu primeiro satélite governamental em órbita, o SSOT, encomendado da EADS Astrium em agosto de 2008. A Roscosmos, a agência espacial russa, também comparecerá, pela primeira vez, promovendo seus projetos e programas, certamente em busca de novas parcerias e negócios no continente sul-americano.

Do lado brasileiro, não se tem notícias sobre a participação de representantes dos órgãos governamentais ligados às atividades espaciais, o que, aliás, justificará o não comparecimento de vários responsáveis de áreas de empresas interessadas no setor. De todo modo, algumas empresas com negócios e interesses no Programa Espacial Brasileiro, como a Aeroeletrônica, Orbisat, INVAP, EADS Astrium, Thales Alenia Space, e IAI se farão presentes.
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quinta-feira, 18 de março de 2010

Chat na Câmara: horário alterado

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O horário do chat para discussão sobre o Programa Espacial Brasileiro, organizado pela Câmara dos Deputados e que contará com a participação do Dep. Rodrigo Rollemberg, e do ex-ministro e atual diretor da Alcântara Cyclone Space, Roberto Amaral (ver postagens anteriores), foi alterado. O chat ocorrerá às 15h00. Vejam abaixo o e-mail recebido da Câmara com mais informações:

"Prezado(a) Senhor(a),

Gostaríamos de lembrá-lo(a) da discussão virtual sobre a Política Espacial Brasileira no dia 22 de março, próxima segunda-feira com a presença do Deputado Rodrigo Rollemberg. Salientamos que o horário do chat foi alterado para às 15 horas.

Os links para acessar a sala de bate-papos estarão disponíveis no dia do evento na página inicial da Câmara dos Deputados ( http://www.camara.gov.br) e na Comunidade da Política Espacial Brasileira no Portal E-Democracia (http://www.edemocracia.camara.gov.br/comunidades/politicaespacial/). O chat terá a duração de 1h30min.

Lembramos também que suas idéias sobre o tema podem ser manifestadas a qualquer tempo. Para tanto, basta cadastrar-se no Portal E-Democracia e na Comunidade Política Espacial Brasileira e postar sua opinião nos fóruns de discussão.

Não deixe de participar! Sua participação constará no Estudo sobre o tema que será publicado em breve!

Equipe E-Democracia &
Conselho de Altos Estudos"
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quarta-feira, 17 de março de 2010

Tecnologia espacial brasileira

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Brasil desenvolve tecnologia espacial para lançamento de foguetes

16-03-2010

No passado se dizia que dominar os mares era ter autoridade sobre o mundo. Hoje, não se pode dizer o mesmo com o espaço, pois pertence a toda a humanidade. Mas a plena capacidade de acesso e, consequentemente, de participar dos benefícios de se colocar em órbita satélites que servirão para comunicações, meteorologia, observação da Terra e posicionamento, por exemplo, ainda é privilégio de poucos. E o Brasil com a presença da Agência Espacial Brasileira se torna um desses, capaz de fortalecer a soberania nacional com o lançamento de satélites artificiais e até mesmo foguetes.

A importância dos satélites está na observação da Terra através de câmeras, fazendo o mapeamento e o monitoramento ambiental. Conforme o diretor de Política e Investimento Estratégico da AEB, Himilcon Carvalho, a tecnologia espacial permite a previsão da safra, a quantidade de alimentos que será produzida a cada ano e, principalmente, o tempo, ainda mais agora nesse cenário de mudanças globais e climáticas.

“Temos a maior floresta do mundo e nossa responsabilidade ambiental é imensa perante o resto da comunidade internacional. Sem falar em comunicação via satélite, que coloca aquelas comunidades mais remotas, aonde não chega fibra ótica, em contato com o resto do Brasil, e colocar o estado presente nessas comunidades”, afirma o diretor.

Potência Espacial - Para o Brasil ser considerado uma potência espacial é uma questão de tempo. Segundo Carvalho, nesse tema o País pode ser comparado somente aos Estados Unidos, China, Índia e Rússia. Os quatro países dominam a tecnologia de foguetes lançadores, algo que a AEB está a desenvolver. Do ponto de vista tecnológico, o Brasil já possui satélite de observação da Terra e satélite de coletas de dados.

Atualmente, a agência desenvolve o Veículo Lançador de Satélites (VLS). Já ocorreram três tentativas de lançamento e em 2012 será executada a quarta experiência. Com a cooperação da Ucrânia, o Brasil irá lançar um foguete Ucraniano chamado Ciclone 4. O lançamento será através da base de Alcântara, no Maranhão, que é a melhor posicionada do mundo, pois fica muito próximo à linha do Equador, o que proporciona o aproveitamento da velocidade de rotação da Terra. E, principalmente, a base fica de frente para o mar, o que oferece mais segurança ao procedimento, pois o foguete não passa por cima de áreas habitadas.

“Em 2012, será a quarta tentativa de lançamento. A torre de lançamento foi reformulada, e está apta a receber não só o nosso foguete VLS, mas os foguetes futuros e com uma solução que não é completamente nacional, mas uma excelente oportunidade de negócio”, diz Carvalho.

Desde 1988, o Brasil também tem uma cooperação com a China. A partir dessa colaboração já foram lançados três satélites de observação. São satélites de grande porte com tecnologia avançada. Mais dois satélites ainda serão lançados em 2012 e 2014.
Incentivo aos jovens

A Agência Especial Brasileira criou, em 2003, o Programa AEB Escola com o objetivo de atuar como instrumento gerador de iniciativas de divulgação do programa espacial brasileiro e colaborar para a formação de pesquisadores, técnicos e empreendedores para a área. O projeto é direcionado às escolas do Ensino Fundamental e Médio de todo o Brasil.

De acordo com o diretor de Política e Investimento Estratégico da AEB, é importante ter ações voltadas para a juventude. “Nós queremos que a juventude se empolgue, comece a sonhar também com o programa espacial. Mostrar que o Brasil tem capacidade, engenhosidade e bastante criatividade”, diz Carvalho.

Para auxiliar os professores na elaboração de metodologias, a AEB oferece cursos, palestras e oficinas sobre os temas do programa. Conforme Carvalho, por meio da integração entre a comunidade escolar e as ações brasileiras no campo espacial, a AEB pretende fortalecer uma cultura do saber que possibilite ao País responder à sua capacidade de modificar, para melhor, a própria realidade.

No nível universitário a AEB também possui dois programas, o Microgravidade e Uniespaço. Esses projetos têm como objetivo integrar o ensino superior à realização de pesquisas para o desenvolvimento de núcleos especializados capazes de executar projetos na área espacial. “É importante ressaltar também que o ITA começou o curso de graduação de engenharia espacial”, conclui o diretor.

Fonte: Secom, via AEB.
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terça-feira, 16 de março de 2010

EXCLUSIVO: Star One C3 será fabricado pela Orbital

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No início desse mês, postamos no blog a informação de que a decisão sobre o satélite Star One C3, da Star One, subsidiária da companhia de comunicações brasileira Embratel, já havia sido tomada, embora ainda se mantivesse todo um mistério sobre qual seria o fabricante. No páreo final da concorrência, restavam as fabricantes Thales Alenia Space, da Europa, e Orbital Sciences Corporation (OSC), dos EUA. Os americanos levaram a melhor.

Apesar de, até o momento, não ter havido qualquer divulgação oficial sobre a escolha, na feira Satellite 2010, que acontece esta semana em Washington (DC), nos EUA, a OSC exibiu um "fact sheet" sobre o Star One C3, descrito como "C-band/Ku-band Hybrid Satellite for Star One S.A." ("Satélite Híbrido Bandas C e Ku para a Star One S.A.").

Dentro dos próximos dias, o blog voltará a abordar o assunto, dando mais informações sobre o negócio.
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Bate-papo na Câmara: Roberto Amaral participará

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Diretor-geral da ACS participará de chat sobre Programa Espacial Brasileiro

16/03/2010

O diretor-geral brasileiro da Alcântara Cyclone Space, Roberto Amaral, participará de um bate-papo virtual sobre o Programa Espacial Brasileiro. Promovido pelo Conselho de Altos Estudos da Câmara dos Deputados, o encontro ocorrerá às 16h do dia 22 de março no Portal E-Democracia da Casa (www.edemocracia.gov.br). O relator do estudo sobre o Programa Especial Brasileiro, deputado Rodrigo Rollemberg, também participará.

O estudo sobre o Programa Espacial Brasileiro está sendo realizado pelo Conselho de Altos Estudos da Câmara dos Deputados com a colaboração da Consultoria Legislativa da Casa, com o objetivo de propor sugestões para aperfeiçoar a política espacial no Brasil. O resultado final do estudo será publicado nos próximos meses.

O E-Democracia é um portal na Internet que tem por objetivo promover a discussão e elaboração de políticas públicas e projetos de lei junto à sociedade.

Fonte: ACS

Comentário: para saber mais sobre o chat e conhecer os estudos sobre o Programa Espacial Brasileiro realizados pela Câmara dos Deputados, acessem "Bate-papo sobre o Programa Espacial Brasileiro" e o hot-site "Fique por Dentro: Política Espacial Brasileira".
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Parceiros estrangeiros

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A edição de ontem (15) do jornal Valor Econômico noticiou a parceria da empresa brasileira Akaer, de São José dos Campos (SP), com o grupo francês Altran, no campo de integração de aeroestruturas. O acordo deverá envolver uma participação acionária da Altran na Akaer, além da constituição de uma joint-venture. Uma das primeiras iniciativas a serem tomadas após a conclusão do negócio será a construção de uma fábrica de estruturas aeronáuticas, provavelmente em São José dos Campos.

Em press release divulgado na França, a Altran classificou o acordo com a Akaer como uma parceria estratégica. "Esta parceria com a Akaer demonstra nosso comprometimento com o mercado aeroespacial brasileiro e nosso desejo de contribuir para o seu desenvolvimento por meio de cooperação com players locais", disse Yves de Chaisemartin, CEO da Altran.

A Akaer foi criada em 1992 e desde então tem participado de vários projetos nos campos aeronáutico, como fornecimentos turb-key, desenvolvimento de componentes, entre outros, e também espacial. Na área de Espaço, a empresa tem ou teve especial atuação no projeto e cálculo de estruturas de satélites (família CBERS), além do desenvolvimento da primeira plataforma do foguete VLS-1.

Interesse estrangeiro

A associação da Altran e Akaer é o mais recente movimento estrangeiro no sentido de aproveitar, com presença industrial, as oportunidades nos setores aeroespacial e de defesa que estão surgindo no Brasil. Outros grupos estrangeiros, particularmente europeus e israelenses já contam com atividades industriais no País, e/ou consideram ampliar seus negócios locais. Apesar de alguns setores do governo não verem esses movimentos de maneira positiva, em outros países, como a África do Sul, as parcerias com grupos estrangeiros têm rendido bons resultados. Para aqueles que se interessam pelo assunto, recomendamos a leitura de análise sobre o caso sul africano, "Denel’s Strategic Equity Partnerships Paying Off", divulgada na última sexta-feira (12).
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domingo, 14 de março de 2010

Entrevista do Gilberto Câmara para o G1

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Supercomputador permitirá ao Inpe ter previsão do tempo em 'alta resolução'

Instituto estará mais preparado para prever eventos extremos.

Iberê Thenório
Do G1, em São Paulo

Até o final de 2010 o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pretende estar preparado para conseguir prever o tempo em uma escala muito pequena, portanto mais precisa. Com a compra de um dos computadores mais rápidos do mundo para essa tarefa, o instituto conseguirá saber, por exemplo, a diferença entre a chuva que poderá cair na Zona Leste e no Centro da cidade de São Paulo.

Em entrevista exclusiva ao G1, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, disse que a compra do supercomputador vai custar R$ 50 milhões e faz parte das estratégias do instituto para lidar com eventos climáticos cada vez mais extremos, como as tempestades que causaram enchentes e deslizamentos no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2008.

Também está dentro das ambições do Inpe o desenvolvimento de um satélite brasileiro para a leitura do tempo, pois hoje é utilizado um equipamento dos EUA. “Estamos vivendo de satélite emprestado”, disse Câmara.

Veja, abaixo, alguns trechos da conversa com o diretor do instituto brasileiro responsável, entre outras coisas, pela previsão do tempo oficial, a medição do desmatamento, o inventário dos gases de efeito-estufa e o desenvolvimento de tecnologia espacial.

G1 - Com eventos climáticos extremos, monitorar e prever o tempo se torna cada vez mais importante. O Inpe está preparado para essa exigência?

Gilberto Câmara - Estamos terminando de comprar um novo supercomputador. Vamos ter uma máquina de 16 teraflops [16 trilhões de operações matemáticas por segundo]. Deverá ser a maior máquina de previsão do tempo do mundo, e esperamos que até meados do ano ela já esteja funcionando.

Hoje temos um modelo de previsão do tempo com uma grade de 20 quilômetros. Isso significa que cada ponto onde é calculada a previsão fica a 20 quilômetros do mais próximo. Até o final do ano vamos passar para 5 km, e poderemos capturar eventos mais localizados. A gente conseguiria, em São Paulo, saber a diferença entre a chuva que vai cair na Zona Leste e a que vai ocorrer no Centro.

Fizemos uma simulação para saber como teria sido a previsão dos eventos climáticos em Santa Catarina [que ocorreram em 2008] se nós já tivéssemos um supercomputador desses. A previsão teria sido bem mais apurada. Ela não foi ruim, mas não teve detalhes suficientes para antecipar a magnitude do evento.

G1 - E quanto a nova máquina vai custar?

Gilberto Câmara - Ao todo nós recebemos R$ 50 milhões do governo, em uma cooperação entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Isso inclui a máquina, que deverá custar entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões, manutenção, pessoal e outros custos, já que um computador desses puxa 600 kVA de energia. Tem que ter uma central de ar condicionado e uma central elétrica só para manter essa máquina.

G1 - Em dezembro, a desativação do satélite Goes 10 mostrou que dependemos dos norte-americanos para monitorar o tempo a partir do espaço. O Brasil tem condições de ter os seus próprios satélites com essa função? Existem planos para isso?

Gilberto Câmara - O satélite Goes 10 tinha sido emprestado pelos EUA para a América Latina. Antes, ele ficava mais ou menos em cima de Quito, no Equador, para ver furacões no Golfo do México, e depois foi movido para cima do Brasil. Era um satélite de segunda mão, pois já tinha sido usado e foi substituído por outro. Eles vão emprestar mais um a partir de maio. Então estamos vivendo de satélite emprestado.

Em médio prazo, o Brasil precisa ter um satélite nessa posição para não depender dos norte-americanos. Temos uma relação excelente com a NOAA [órgão americano que mede as condições do oceano e da atmosfera], mas o plano é ter um satélite geoestacionário nosso.
O Inpe já apresentou esse plano para a Agência Espacial Brasileira [AEB], e agora é questão de dinheiro. Custa cerca de R$ 800 milhões. Eu acho que não é muito para o Brasil, que está comprando Rafales [caças de fabricação francesa, que disputam contrato com suecos e americanos] a bilhões de reais, usando tecnologia dos outros. Esses R$ 800 milhões seriam para desenvolver com tecnologia nacional. Não nos interessaria comprar satélites prontos. Isso o Inpe não faz.

O Brasil é um país tropical onde o território tem uma enorme importância econômica, política, até quase afetiva com seu território. O Brasil precisa monitorar a Amazônia, o Cerrado, a costa, o oceano, o clima. Temos que melhorar sempre a capacidade de tomar conta do país. Estamos discutindo isso com a AEB e estamos otimistas.

G1 - No início de 2008 houve uma polêmica com o governo de Mato Grosso sobre o monitoramento da Amazônia, depois uma rusga com o Ministério de Minas e Energia por causa do apagão. Isso mostra que o trabalho do Inpe pode incomodar o poder público. Os cientistas têm conseguido trabalhar com liberdade dentro desse ambiente?

Gilberto Câmara - Se nós fizermos uma escala de liberdade de ação dos institutos do estado como o Inpe, IBGE e Embrapa, veremos que o Brasil está em um grau superior de maturidade em comparação com a China, Índia ou Rússia. Temos as melhores práticas públicas de transparência do mundo. O ponto de referência são os EUA, mas mesmo lá os cientistas da Nasa chegaram a ser censurados.

A partir do governo Lula, o Inpe consolidou a política de disseminação ampla de todos os seus dados. Uma política aberta facilita muito a assimilação da sociedade e reduz os riscos de manipulação. Eu já tive divergências com vários ministros, mas nunca me pediram para tirar alguma coisa da internet.

G1 - O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) está sofrendo uma crise, primeiro com o vazamento de mensagens trocadas entre cientistas, depois com a acusação de que seu presidente faz assessoria para empresas. Muitas pessoas dizem que tudo isso é orquestrado. Qual sua opinião sobre esses casos?

Gilberto Câmara - O IPCC está com as verdades inconvenientes. Algumas dessas verdades são muito graves e têm um impacto enorme na sociedade atual e no futuro. É mais fácil desconstruir o IPCC do que enfrentar o fato de que é preciso mudar as práticas de uso de energia do mundo. É uma campanha orquestrada, do mesmo jeito que, nos anos 1960, os institutos de pesquisa associados aos grandes produtores de cigarro negavam insistentemente que havia risco à saúde ao fumar.

No caso daqueles e-mails [que vazaram], não há nada de anormal, de excepcional. São comentários que os cientistas fazem, às vezes por gozação. Além disso, os dados de evidências de mudanças climáticas não são só trabalhados por aquele grupo britânico. A quantidade de dados consistentes sobre aquecimento global são muito grandes, de muitas fontes independentes, de observação de muitos fenômenos, desde gelo do Ártico, temperaturas observadas no Havaí, aumento do nível do mar, diminuição das geleiras, temperaturas mais quentes no verão europeu, aumento das chuvas e tempestades no Brasil.

Fonte: Portal G1

Comentários: Curiosa a colocação de Gilberto Câmara acerca da compra de caças franceses Rafale pela Força Aérea Brasileira (FAB), "usando a tecnologia dos outros", dentro do Programa F-X2. Sem querer entrar na discussão sobre o Programa F-X2, que tem vários requisitos de transferência de tecnologia, o exemplo talvez não tenha sido o mais adequado. Afinal, qual é a situação do próprio INPE em termos de sistemas de controle de atitude e órbita de satélites? A tecnologia que está sendo absorvida não é nacional, mas sim argentina.

Quanto aos satélites geoestacionários, é difícil acreditar que a indústria nacional hoje disponha de capacidade autônoma para o desenvolvimento e construção de artefatos deste porte. Certamente, várias das tecnologias a ele relacionadas já são dominadas pela indústria, mas em muitas outras sequer existe qualquer experiência. Vale sempre lembrar que a teoria é uma coisa, enquanto que a prática é outra. Neste caso, vale citar o exemplo de sistemas de controle em órbita (ACDH), em que o Brasil desenvolveu vários estudos acadêmicos, mas sem muita aplicação concreta.
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quinta-feira, 11 de março de 2010

Panorama sobre propulsão líquida no IAE/DCTA

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Brasil pesquisa propulsão líquida para foguetes

11/03/2010

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) pretende dominar o ciclo completo do desenvolvimento dos motores impulsionados por propelente líquido, uma tecnologia que ainda não está disponível no mercado espacial brasileiro. Os trabalhos foram iniciados na década de 90, com a finalidade de dar autonomia e independência ao país nessa área tecnológica.

"Não é uma tecnologia encontrada na prateleira do mercado, por isso optamos por dominar o ciclo completo de desenvolvimento dos Motores Foguetes a Propelente Líquido (MFPL) e repassá-lo para a indústria nacional", afirma o coordenador dos trabalhos no IAE, Capitão Marco Fabius de Carvalho Torres, engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

A meta do grupo pioneiro no Brasil, formado por cerca de dez engenheiros e técnicos, é possibilitar o aprimoramento de uma indústria brasileira no setor, especificamente para a produção de motores foguetes. A propulsão sólida já garantiu o início da era espacial no Brasil, graças aos trabalhos realizados há mais de 40 anos, tornando o IAE capaz de produzir e lançar foguetes para fins científicos, como os veículos lançadores e os foguetes de sondagem.

Empregando uma tecnologia de fabricação e integração mais simples, porém mais confiável, os motores a propelentes sólidos possuem menor desempenho em relação aos Motores Foguetes a Propelente Líquido (MFPL). O desafio agora é impulsionar os foguetes com propelente líquido, sucessores naturais para equipar lançadores de satélites, demonstrados por países que hoje detêm essa capacidade com alta confiabilidade, como a Rússia e os Estados Unidos.

A utilização dessa tecnologia nas futuras gerações de veículos tem por objetivo elevar significativamente o desempenho do foguete e a precisão de inserção de satélites. Isso, entretanto, dependerá da atuação efetiva do Brasil no setor, nas parcerias realizadas com instituições de países detentores do conhecimento e na formação de uma mão de obra de elevada especialização. Dentro desse contexto de desenvolvimento, o primeiro foguete da família do Programa Cruzeiro do Sul (VLS Alfa), planejado pelo IAE como sucessor do VLS-1, é constituído por propulsores sólidos no primeiro e segundo estágios, idênticos ao do atual veículo lançador, e um terceiro estágio com propulsor a propelente líquido, que substituiria com vantagem o terceiro e quarto estágios sólidos, atualmente usados pelo VLS-1.

Os primeiros passos para esse fim são recentes, efetuados há 15 anos pelo IAE por meio da formação dos recursos humanos em cursos de especialização na Rússia e, mais recentemente, no programa de Mestrado Profissional em Engenharia Aeroespacial (MPEA), no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos.

O curso é ministrado em parceria com o Moscow Aviation Institute (MAI), uma das mais renomadas instituições de ensino da Rússia no setor aeroespacial, com o apoio da Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF). Desde 1996, 40 especialistas já concluíram o curso e mais 40 devem participar do programa nos próximos três anos.

Outras ações, buscando aproveitar o grupo de pesquisadores especializados na nova tecnologia nacional, foram postas em andamento e já mostram seus resultados. O IAE montou bancos de testes, para o ensaio de motores e de componentes, na mais nova divisão do instituto, criada em 2007 com a missão de conduzir o desenvolvimento das tecnologias de propulsão espacial para os atuais e futuros veículos espaciais.

Atualmente encontra-se em operação na Divisão de Propulsão Espacial (APE) um banco com capacidade de testes de motores até 20 kN e, em fase de especificação, bancos com capacidade de ensaios de motores até 400 kN. "A tecnologia de fabricação de MFPL está sendo desenvolvida em três projetos: L5, L15 e L75", explica Carvalho. "Todos os projetos, a formação dos recursos humanos e as instalações de testes, até o presente momento, totalizam investimentos na ordem 15 milhões de reais".

O MFPL L5, projetado inicialmente para substituir o atual propulsor de quarto estágio do VLS-1, a propelente sólido, em um veículo "hipotético" denominado VLS-L4, continuará servindo para a capacitação técnica dos engenheiros e técnicos. Ele foi o primeiro motor desenvolvido em 2003, no IAE, utilizando propelente líquido.

Este motor foi projetado para gerar 5 kN de empuxo no vácuo e funcionar com sistema de alimentação por tanques pressurizados, utilizando querosene e oxigênio líquido como propelentes. "Inicialmente este motor foi testado com álcool como combustível, por apresentar benefícios em relação à segurança de operação", comenta o capitão.

O trabalho da APE também leva em consideração o emprego de propelentes não agressivos ao meio ambiente, ou que apresentem baixo grau de toxicidade. É o caso do MFPL L15, um motor projetado para operar com álcool etílico e oxigênio líquido.

O motor foguete L15 tem como especificação funcional gerar empuxo de 15kN ao nível do mar para aplicação no foguete de sondagem VS-15, também utilizando tanques pressurizados como sistema de alimentação. Em 2008, foram realizados ensaios a frio e o primeiro ensaio do modelo de desenvolvimento, criado em parceria entre o IAE e a empresta Orbital Engenharia, com recursos orçamentários da FINEP, Orbital e AEB.

O motor L75, que está em sua fase de projeto preliminar, operará com querosene e oxigênio líquido e terá um sistema de alimentação por turbobomba, em vez de tanques pressurizados. Essa turbobomba representará um salto tecnológico devido à complexidade de operar com rotação acima de 30.000 RPM, além de estar submetida a gradientes de temperatura da ordem de 1000 K.

"É um projeto desafiador e diferente dos demais do ponto de vista tecnológico. Ele abre portas para que a indústria nacional participe como parceira e fornecedora do setor espacial brasileiro. É este o nosso anseio", comenta Marco Fabius.

O IAE planeja lançar o primeiro foguete entre 2013 e 2015, o que representará o domínio do ciclo completo dessa tecnologia para projetar, fabricar, testar e operar motores-foguete a propulsão líquida. O objetivo da instituição é compartilhar o conhecimento com a indústria, gerando novos negócios na cadeia produtiva. “O IAE não tem a missão de produzir esses equipamentos em série. Essa função será repassada à indústria brasileira, que já está envolvida no programa”, comenta.

Não há dúvidas de que o domínio da tecnologia de sistemas propulsivos na área espacial foi e sempre será um dos requisitos para o domínio da tecnologia de foguetes. A meta a ser seguida é a transferência gradual dos conhecimentos para a indústria até a completa independência para a consolidação de uma nova realidade, a do desenvolvimento de uma nova geração de foguetes no país.

Fonte: IAE/DCTA
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Encontro Empresarial sobre o Glonass

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As agências espaciais do Brasil (AEB) e Rússia (Roscosmos) promoverão em 6 de abril, na capital paulista, um encontro empresarial sobre o sistema de geoposicionamento global por satélites Glonass. O objetivo do evento é apresentar a empresários brasileiros possibilidades de cooperação sobre o sistema com empresas russas.

Como noticiamos em novembro de 2009, as negociações visando a um possível envolvimento do Brasil com o programa Glonass estão relativamente avançadas, discutindo-se, inclusive, a possibilidade de fabricação, no País, de receptores terrestres (vejam as postagens "Glonass, Rússia e Brasil" e "Os russos estão chegando (no Brasil)").
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Valor Econômico: Suécia quer mais VSB-30

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Suécia negocia compra de foguete brasileiro

Virgínia Silveira

11/03/2010

A estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC), dedicada ao desenvolvimento de tecnologia espacial, está negociando a compra de novos foguetes de sondagem VSB-30, produzidos no Brasil pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Segundo o executivo-chefe da SSC, Lars Persson, a empresa já utilizou o VSB-30 em 11 lançamentos de experimentos científicos e tecnológicos apoiados pela Agência Espacial Europeia (ESA).

Os dois lançamentos mais recentes ocorreram durante os meses de novembro e dezembro do ano passado, no campo de Esrange, em Kiruna, na Suécia. O VSB-30 começou a ser desenvolvido em 2001, a pedido da Agência Espacial Alemã (DLR), para atender ao programa europeu de microgravidade e também para substituir o foguete inglês Skylark 7, que deixou de ser produzido. O desenvolvimento do VSB-30 foi feito com investimentos de cerca de R$ 5 milhões e o DLR arcou com 40% desse valor. O foguete custa cerca de R$ 750 mil.

O programa europeu de microgravidade, conhecido em inglês como "Unified Microgravity Sounding Rocket Program for the Future", reúne um consórcio de organizações formado pela DLR e pelas companhias Astrium, Kayser-Threde e SSC . Até o momento, o VSB-30 acumula um total de nove lançamentos de sucesso, sendo dois a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) e sete do Centro de Esrange, na Suécia.

"O VSB-30 é o melhor do mundo em sua categoria. É tão bom e confiável que não vamos gastar tempo, dinheiro e energia para inventar o que já existe", afirmou Persson. Segundo ele, as organizações europeias envolvidas no programa de microgravidade já trabalham nos experimentos científicos e tecnológicos que serão lançados, em abril de 2011, por meio de três foguetes de sondagem do IAE.

Em 2004, quando o programa de lançadores brasileiro sofreu um revés, com a explosão do foguete VLS-1 na torre de Alcântara, a companhia canadense Bristol Aerospace chegou a oferecer ao consórcio europeu um voo gratuito do foguete de sondagem Black Brant, visando à substituição do VSB-30. Segundo o IAE, a agência espacial alemã DLR se manteve firme na manutenção dos lançamentos com o foguete de sondagem brasileiro.

"O nosso foguete foi o primeiro produto espacial brasileiro a ser comercializado no mercado externo e também o primeiro a receber uma certificação de nível internacional, o que demonstra o alto nível de capacitação brasileira no segmento espacial", disse o diretor do IAE, coronel Francisco Carlos Melo Pantoja.

A certificação do VSB-30, emitida em outubro de 2009, contou com uma rigorosa avaliação da ESA e das companhias europeias do programa de microgravidade, afirmou Pantoja.

A missão do foguete de sondagem brasileiro é lançar um conjunto de experimentos (carga útil) com massa de até 400 quilos, a uma altitude máxima de 250 quilômetros, permanecendo no ambiente de microgravidade por seis minutos. Durante esse período, a carga útil aciona um sistema que elimina qualquer movimento angular. Com isso, a formação de cristais torna-se uniforme, conferindo melhores propriedades aos produtos químicos, orgânicos e inorgânicos, e às ligas metálicas.

Nos dois mais recentes lançamentos do VSB-30 feitos na Suécia, o foguete levou ao espaço experimentos científicos com o objetivo de testar novos materiais e o comportamento de células humanas e metais em ambiente de microgravidade, informou Persson.

Em visita recente ao Brasil, o executivo-chefe da SSC reuniu-se com os pesquisadores do IAE para reforçar a parceria que a empresa mantém com o instituto na área de foguetes de sondagem e para apresentar um combustível inédito que a companhia pretende testar, em breve, no lançamento do seu mais novo satélite, o Prisma. "Trata-se de um combustível ecológico, feito à base de compostos salinos e que já demonstrou, em laboratório, ser 30% mais potente que os compostos líquidos normalmente utilizados pelos atuais lançadores", disse o executivo.

Persson informou que a SSC também tem interesse em colaborar no desenvolvimento do programa brasileiro de lançadores e que considera o foguete VLS-1 muito promissor, porque pode atuar em um nicho de mercado novo, que está crescendo bastante.

"Para os microssatélites e nanossatélites de até 400 quilos não existe quase nenhum lançador disponível, o que nos obriga a procurar o serviço dos grandes lançadores, nem sempre disponíveis quando precisamos", disse Persson. O Brasil, segundo o executivo, tem interesse em dominar a tecnologia de microssatélites e a SSC quer oferecer uma parceria nessa área, que poderá facilitar o acesso do país a esse mercado.

O lançamento de dois satélites Prisma, planejado para o próximo mês, será feito pelo foguete russo Dnieper, disse Persson. Avaliado em US$ 75 milhões, o Prisma é um microssatélite demonstrador de tecnologia, que será usado como plataforma para várias aplicações, especialmente na área de observação da Terra.

Com faturamento anual de US$ 250 milhões e 650 profissionais em 11 países, a SSC é especializada no desenvolvimento de câmeras para satélites de observação da Terra, prestação de serviços de recepção de dados de satélites, pesquisas em ambiente de microgravidade e vigilância marítima por meio de radares, câmeras e sensores.

Fonte: Jornal Valor Econômico, 11/03/2010, via NOTIMP
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quarta-feira, 10 de março de 2010

Cyclone 4: empresa ucraniana anuncia contrato

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A agência de notícias russa Interfax noticiou hoje (10) que a companhia ucraniana OJSC Azovobschemash, parte do grupo Azovmash, assinou um contrato para o fornecimento de equipamentos para o lançador Cyclone 4, a ser operado pela binancional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS).

De acordo com a notícia, os equipamentos, que não foram melhor descritos, serão fornecidos num período de 14 a 18 meses a contar do recebimento dos pagamentos previstos no contrato, cujo valor também não foi divulgado. A primeira parcela já teria sido paga, afirmou a companhia ucraniana.

A indústria Azovobschemash é especializada em materiais de transporte terrestre, o que permite a suposição de que os equipamentos a serem fornecidos para o Cyclone 4 na realidade são para o segmento terrestre de operação do foguete, provavelmente o sistema de transporte até a plataforma.

terça-feira, 9 de março de 2010

Bate-papo sobre o Programa Espacial Brasileiro

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Reproduzimos abaixo mensagem recebida do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica (CAEAT), da Câmara dos Deputados, sobre um bate-papo virtual com o Dep. Rodrigo Rollemberg, a ser realizado no próximo dia 22. O chat terá como objetivo discutir o Programa Espacial Brasileiro.

O CAEAT tem promovido diversas discussões e estudos sobre a Política Espacial Brasileira, como debates e programas televisivos, e deve em breve finalizar um amplo documento com um diagnóstico e orientações para o futuro do programa nacional.

"Prezado(a) Senhor(a),

Gostaríamos de convidá-lo para participar de um bate-papo virtual (chat) sobre o Programa Espacial Brasileiro a ser realizado no dia 22 de março, às 16 horas, no Portal E-Democracia da Câmara dos Deputados (www.edemocracia.gov.br), com a presença do Relator do Estudo, o Deputado Rodrigo Rollemberg.

O Estudo sobre o Programa Espacial Brasileiro está sendo realizado pelo Conselho de Altos Estudos da Câmara dos Deputados com a colaboração da Consultoria Legislativa da Casa, com o objetivo de propor sugestões para aperfeiçoar a política espacial no Brasil. O resultado final do Estudo será publicado nos próximos meses.

O E-Democracia é um portal na Internet que tem por objetivo promover a discussão e elaboração de políticas públicas e projetos de lei junto à sociedade.

Assim, gostaríamos de convidá-lo(a) para participar do debate de um tema tão importante para o desenvolvimento da atividade aeroespacial no Brasil. Para tanto basta cadastrar-se no Portal E-Democracia e na Comunidade Política Espacial Brasileira. Suas contribuições também podem ser postadas a qualquer tempo nos fóruns da Comunidade.

Sua participação é fundamental nesse processo e temos certeza de irá enriquecer sobremaneira as conclusões do estudo sobre tema tão estratégico para a sociedade brasileira.

Atenciosamente,

Equipe E-Democracia
Conselho de Altos Estudos"
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3ª Edição da AAB Revista

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A terceira edição (jan-mar) da AAB Revista, editada pela Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), de São José dos Campos (SP), já está disponível em seu website. Este número, maior que os anteriores, conta com artigos sobre o Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE) ("LIT/INPE: Um Laboratório Espacial Brasileiro"), o foguete de sondagem VSB-30 ("VSB-30 – Primeiro Foguete Brasileiro Certificado"), V Jornada Espacial, e sobre o Programa F-X2, da Força Aérea Brasileira (FAB), este último de autoria do editor do blog, André M. Mileski.

Para acessar a revista, em arquivo PDF, cliquem aqui.
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domingo, 7 de março de 2010

"Por que só o INPE não consegue vagas?"

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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem realizado nos últimos meses vários concursos para contratação de novos funcionários, de modo a suprir a sua necessidade de pessoal. Embora, em princípio, a contratação de mais pessoal para o Programa Espacial Brasileiro pareça benéfica, há quem critique o fato de algumas das contratações serem temporárias. Este é o caso, por exemplo, do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T (SindCT), que em seu último informativo questionou o fato de apenas o INPE, na área de C&T, não conseguir vagas.

Sem fazer qualquer juízo de valor, reproduzimos abaixo a nota do SindCT. A questão de falta de pessoal no Programa Espacial e as soluções buscadas para a resolução deste problema serão abordadas no blog em breve de modo mais aprofundado.

"Por que só o INPE não consegue vagas?

A decisão do INPE e do MCT de contratar pessoal para o INPE através de contrato temporário, segundo o Instituto, é para suprir a necessidade de pessoal.

Se há assumidamente falta de pessoal, por que o INPE não consegue contratar novos servidores pelo RJU [nota do blog: RJU significa Regime Jurídico Único]?

A Fiocruz (RJ) acaba de conseguir autorização do Ministério do Planejamento para a realização de concurso para 700 vagas. De 2006 para cá, já são 1.834 vagas para a Fiocruz. Assim como a Fiocruz, outros órgãos, inclusive da carreira de C&T, têm conseguido vagas junto ao Governo. Só o INPE não consegue!

Falta empenho da direção do INPE e do MCT para a realização de Concurso ou há outros interesses por trás da da decisão de se contratar pessoal através de contrato temporário? Está na hora de caírem as máscaras ou de vestirem as camisas do INPE.

Defendemos a reposição de pessoal através de concurso público pelo RJU, em defesa da carreira de C&T e dos servidores públicos!"

Fonte: Rapidinha nº 2, de 4 de março de 2010, informativo do SindCT.
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quinta-feira, 4 de março de 2010

Notícias sobre lançadores no Valor Econômico

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A edição de hoje (04) do jornal Valor Econômico traz algumas reportagens sobre o Programa Espacial Brasileiro, em especial quanto ao subprograma de lançadores e o projeto do satélite universitário Itasat. Para lê-las, cliquem aqui (NOTIMP, clipping da Força Aérea Brasileira).

Embora com algumas informações interessantes, as reportagens não apresentam grandes novidades. Fala-se em retomada do desenvolvimento de lançadores pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), como se em algum momento recente estes projetos tivessem sido interrompidos. O IAE tem realizados diversos estudos tendo em vista a fase pós-VLS-1, havendo, de fato, várias possibilidades "na mesa" (recomendamos a leitura da reportagem "Lançadores espaciais: Os planos do IAE/CTA", disponível no web-site da revista Tecnologia & Defesa). Considerando que este ano é eleitoral é até em razão de limitações legais, a chance de qualquer grande decisão concreta sobre o que virá após o VLS-1 é bastante remota.

Um tema talvez mais interessante e com elementos mais palpáveis que poderiam ser abordados na reportagem do Valor Econômico é a retomada, esta sim concreta, do projeto VLS-1. Nos últimos meses, foram realizados vários ensaios e testes visando a realização de voos experimentais já nos próximos anos. A plataforma de lançamento está em construção em Alcântara (MA) e deve ser concluída até o final do ano. Adicionalmente, ao menos uma dezena de contratos já foram assinados para o desenvolvimento e fabricação de componentes e/ou prestação de serviços para o VLS-1 ("Contratos do Programa VLS").
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terça-feira, 2 de março de 2010

Engenharia Aeroespacial no ITA: curso é iniciado

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COMEÇA O CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL DO ITA

02/03/2010 14:13 — No dia 2 de março de 2010, o iteano Maurício Pazini Brandão, Brig Eng, ministrou a primeira aula da Disciplina “Introdução à Engenharia Aeroespacial”, do Curso de Graduação em Engenharia Aeroespacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Este curso objetiva formar recursos humanos especializados de modo a atender à demanda do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e que tem como principais executores o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (Ministério da Defesa/DCTA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Ministério da Ciência e Tecnologia, Inpe).

O primeiro passo neste sentido foi dado pelo então presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi que, em 2006, ministrou a aula inaugural do ITA com o tema “Programa Espacial Brasileiro” e, ao concluir sua palestra, solicitou ao Reitor do Instituto, Reginaldo dos Santos, que avaliasse a necessidade de formar engenheiros também na área espacial. A partir daí estudos foram realizados com a participação de representantes dos diversos Institutos do DCTA e do Inpe, resultando em uma proposta aprovada pelo Comandante da Aeronáutica e que levou à criação do curso de Graduação em Engenharia Aeroespacial do ITA, em 1º de fevereiro de 2010 (Portaria Nº 52/GC3).

A estrutura do curso está relacionada a áreas críticas do PNAE identificadas por Navegação e Guiamento, Propulsão e Aerodinâmica, e Eletrônica para Aplicações Espaciais. Os temas comuns abordados são: Propulsão básica, Aerodinâmica básica, Telecomunicação básica, Navegação e Guiamento Básico, Estruturas, Materiais e processos, Engenharia de sistemas, Gestão e garantia do produto, Campos de lançamento e rastreio, Dinâmica do vôo e orbital, Computação, Ensaios e Sistemas elétricos.

Ocupam as dez vagas disponibilizadas para esta primeira turma, alunos selecionados entre aqueles aprovados para o 3º ano de graduação e que, voluntariamente, optaram por migrar das outras modalidades de Engenharia oferecidas pelo Instituto.

Fonte: ITA/DCTA
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Star One C3: decisão já foi tomada

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Segundo o blog apurou, a "licitação" promovida pela Star One para a aquisição de seu próximo satélite de terceira geração (Star One C3) já foi concluída, embora o seu resultado ainda não tenha sido divulgado. Participavam da última fase a norte-americana Orbital Sciences Corporation, e a europeia Thales Alenia Space (vejam a postagem "Star One C3: Thales X Orbital").

Já há algumas semanas, o blog busca obter informações sobre qual dos dois competidores levou o contrato, sem sucesso. Foram contatadas algumas fontes e todas disseram desconhecer ou se negaram a dar informações. Alguns indícios sobre o resultado da "licitação" foram dados de maneira psicologicamente enigmática por uma de nossas fontes, mas como não foi possível confirmá-la, preferimos não repercutir a informação. A conferir. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Star One também afirmou que não havia "previsão para anúncio".

Foi levantada uma hipótese, não confirmada, de que um anúncio oficial ocorra no evento "Satellite 2010", que acontece em Washington (DC), EUA, daqui a pouco menos de duas semanas. O blog continuará a acompanhar o tema. Tão logo seja feito o anúncio oficial, será postada uma nota com algumas informações sobre os bastidores da "licitação".
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Campanha do Projeto GPM em Alcântara

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Campanha científica em Alcântara irá aperfeiçoar modelos de previsão de chuva

02/03/2010

Começou nesta segunda-feira (01/03), no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, a campanha científica “GPM 2010 Chuva”, com o objetivo de estudar a formação das gotas de chuva de “nuvens quentes”. O objetivo é aperfeiçoar modelos de previsão de tempo e a estimativa da precipitação a partir de dados de satélites meteorológicos.

O experimento, previsto para encerrar no dia 20 de março, faz parte do programa internacional Global Precipitation Measurement (GPM; em português, Medidas Globais de Precipitação), liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa) e do Japão (Jaxa). Instituições de pesquisa do País colaboram com o GPM-Brasil (http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm), lançado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em 2004, para fomentar a participação brasileira no programa que visa compreender o papel das chuvas em nível global.

Alcântara (MA) foi escolhida pela facilidade logística do CLA, mas também porque grande parte da precipitação na região está relacionada à formação de nuvens quentes, isto é, sem formação de gelo. A expectativa é de que a melhor compreensão deste regime de chuva resultará no aperfeiçoamento dos modelos de precipitação com dados obtidos por satélites em operação e também por aqueles que farão parte do GPM.

A campanha tem o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e organização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A coordenação científica está sob a responsabilidade do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Mais de 50 especialistas participam do experimento, entre técnicos e pesquisadores.

Entre as instituições estrangeiras, participam da campanha a Nasa, Colorado State University, dos Estados Unidos e a University of Bonn, da Alemanha. Do lado brasileiro, além do INPE e DCTA, participam o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da USP, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto Tecnológico SIMEPAR, Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME).

Os resultados preliminares da campanha serão apresentados em junho deste ano em Helsinque, na Finlândia, no Workshop Global Precipitation Measurement (GPM) Ground Validation (Validação de Solo). Os dados coletados serão discutidos com o intuito de validar medidas de instrumentos que serão levados a bordo dos satélites do programa GPM. O projeto prevê sete satélites. Está em análise pela AEB a possibilidade de o Brasil participar do programa com o desenvolvimento de um satélite, com uso da Plataforma Multimissão (PMM), projeto do INPE.

Durante a campanha, serão utilizados os seguintes instrumentos: um radar polarimétrico, do CLA, para medidas de precipitação e de estrutura de nuvens; um avião Bandeirante, da UECE, para dados sobre gotas de nuvens; um micro-radar e um radiômetro avançado de microondas, ADMIRARI, da University of Bonn, radiômetros de microondas passivo, radar de laser LIDAR, GPS, do INPE, e disdrômetros (para distribuição do tamanho das gotas de chuva), da Nasa, para compreender a micro-física das nuvens.

Fonte: INPE
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Brasil e Portugal juntos no Espaço?

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Portugueses e brasileiros querem ir rumo às estrelas

Investigadores da UM propõe criação da Agência Espacial Luso-Brasileira

2010-03-01

Um sonho aparentemente megalómano pode tornar-se exequível, segundo dois físicos da Universidade do Minho (UM): a criação da Agência Espacial Luso-Brasileira. "O Brasil é um verdadeiro tecnólogo no domínio aeroespacial e Portugal, por seu turno, é membro da Agência Espacial Europeia, mas não tem conseguido liderar projectos. Uma articulação entre os dois países poderá potenciar ambas as valências", disse o director da Agência de Energia da UM, Joaquim Carneiro.

Juntamente com seu colega e pró-reitor Vasco Teixeira, Carneiro passou toda esta semana a fazer contactos no Brasil com prestigiadas instituições de ensino e empresas. Os dois físicos visitaram o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), a Opto Aeroespacial, Embrapa, Centro Tecnológico Aeronáutico (CTA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto de Estudos Avançados (IEAv).

Em Brasília, foram recebidos pelo chefe da assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Monserrat Filho, e representantes do Ministério da Educação, a quem apresentaram a sua proposta da Agência Espacial Luso-Brasileira.

Segundo os físicos, este projecto, que ainda não tem custo avaliado, já conta com o apoio do Governo português. "A origem desta proposta é apenas um caso particular de um desafio mais global de criar um programa luso-brasileiro na área de ciência, tecnologia e inovação multidisciplinar", explicou Vasco Teixeira.

Segundo a avaliação do director do Programa Internacional de Estudos e Projectos para a América Latina e coordenador do Instituto de Estudos Avançados da USP, Sérgio Mascarenhas, a iniciativa dos físicos portugueses poderá "abrir fronteiras".

"Ao nível académico, há muita abertura para que se concretize este projecto estratégico para os dois países. Seria a volta das caravelas com a união Brasil-Portugal em tecnologia", salientou o professor brasileiro.

Joaquim Carneiro e Vasco Teixeira regressam a Portugal neste domingo e, na bagagem, levam a esperança de que tenha sido lançada a primeira pedra para inaugurar uma nova etapa nas relações luso-brasileiras. Certeza têm de que, "se houver vontade política, deixará de ser apenas um sonho", resumiu Joaquim Carneiro.

Fonte: Ciência Hoje Portugal

Comentários: vejam também a postagem "Cooperação Brasil - Portugal", de 19/02, que trata da vinda da missão governamental portuguesa ao Brasil. A matéria acima, publicada na imprensa de Portugal, repercute a visita e conversas mantidas com autoridades e empresários brasileiros. Parece pouco provável que a ideia de uma agência espacial luso-brasileira vingue. Até onde se sabe, não existe sequer um projeto conjunto em discussão entre os dois países.
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segunda-feira, 1 de março de 2010

ACS: "Sem lançamento"

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Da coluna "Brasil Confidencial", da revista IstoÉ, edição 2102 (19/02):

"Sem lançamento

O ex-ministro Roberto Amaral (PSB), diretor da Alcântara Cyclone Space, tem evitado encontros com o presidente Lula. Não quer passar pelo constrangimento de informar que o prazo para lançamento do foguete da base de Alcântara até o fim do ano não será cumprido."

Comentários: já há tempos escrevíamos aqui sobre o quão remota era a chance do Cyclone 4 ser lançado de Alcântara em 2010. É curioso observar que o complexo de lançamento do foguete russo Soyuz na vizinha na Guiana Francesa, em Kourou teve as suas obras iniciadas em 2006 e até agora não foi concluído. Haveria, inclusive, a possibilidade de que o primeiro lançamento ocorra apenas em 2011 e não mais este ano, como planejado. E as obras da ACS em Alcântara nem sequer começaram.
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