terça-feira, 29 de abril de 2014

CBERS 4: testes do gerador solar

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Gerador solar do Cbers-4 passa por ciclo de testes no Inpe

Brasília, 29 de abril de 2014 – O Gerador Solar (SAG, na sigla em inglês) do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers-4) passa na próxima semana pelos últimos testes no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP).

Seu envio para a China, país parceiro do Brasil no desenvolvimento do projeto Cbers, onde será integrado ao corpo do satélite, em fase de montagem, está programado para o próximo dia 8 de maio. Com mais de 16 metros quadrados (6,3 x 2,6 m) o SAG é responsável por captar a luz do Sol e convertê-la em energia para alimentar os equipamentos do satélite.

Apesar da dimensão avantajada, o SAG pesa só 55 quilos, pois a avançada tecnologia empregada na sua fabricação pelas empresas Orbital Engenharia Ltda e Cenic Indústria e Comércio Ltda, ambas de São José dos Campos, utiliza materiais leves, mas de alta resistência e durabilidade.

Eficiência – Durante o tempo em que o satélite fica iluminado no espaço, o SAG além de abastecer os diversos equipamentos de bordo também completa a carga das baterias para energizar os equipamentos na fase de eclipse, ou seja, período em que a luz solar não atinge o equipamento. Desenvolvido com tecnologia moderna de células de tripla junção de alta eficiência energética o SAG do Cbers-4 gera até três mil watts de potência elétrica em condições normais de iluminação.

Até o momento, o gerador já passou pelos testes de desempenho elétrico de capacidade de geração de potência, ensaio de vácuo térmico, isolamento elétrico, aterramento, continuidade elétrica, tempo de abertura do painel e vibração acústica. Até a próxima semana serão realizados ainda os testes acústicos, inspeções visuais e elétricas e de abertura do painel.

O Cbers-4 está programado para ser lançado da China na segunda semana de dezembro próximo.

Fonte: INPE

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"Pioneiros do Direito Espacial", artigo de José Monserrat Filho

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Pioneiros do Direito Espacial

José Monserrat Filho

"Nenhum novo poder ao homem sem um imediato controle jurídico. Cabe ao Direito proteger o homem contra os desmandos do próprio homem. A cada novo progresso social, econômico ou técnico, outra cobertura jurídica à pessoa humana. No limiar duma nova era, o alvorecer dum novo direito." Haroldo Valadão, 1957¹

Pioneiro provém do francês "pionnier". É alguém que primeiro abre caminho numa região, área ou atividade desconhecida ou mal conhecida. É também o precursor, o desbravador, o descobridor. É ainda o empreendedor: antecipa-se às outras pessoas na criação de ideias inovadoras. Pioneiros e empreendedores descortinam novos horizontes e lançam novas perspectivas.

O pioneiro, não raro, é um lutador solitário e obstinado que enfrenta grandes dificuldades e preconceitos para apresentar e ver aceitas suas teorias, explicações, iniciativas e propostas originais.

Notável no Brasil, embora nem sempre lembrado como deveria, é "O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" - lançado em 1932 por 26 visionários, entre os quais Fernando de Azevedo, Afrânio Peixoto, Anísio Teixeira, Roquete Pinto, Júlio de Mesquita Filho, Delgado de Carvalho, Hermes Lima, Cecilia Meireles e Paschoal Lemme - que antecipava em sua primeira linha um conceito ainda hoje plenamente válido: "Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação."

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.
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domingo, 27 de abril de 2014

Mais informações sobre o satélite peruano

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Na quinta-feira passada (24), o governo peruano finalmente encerrou uma concorrência para a aquisição de uma sistema espacial de observação terrestre, tendo escolhido a proposta apresentada pela europeia Airbus Defence and Space (Airbus DS) (veja a nota "Peru escolhe Airbus DS para satélite de observação"). A seguir, apresentamos mais algumas informações.

Acordo governo - governo. A aquisição do satélite foi realizada por meio de um acordo governo - governo entre o Peru e a França, "que garante a sua colocação órbita e também permite estabelecer mecanismos de controle duplo". "Este [acordo] garante um processo de transferência tecnológica, dirigido não apenas ao âmbito comercial, mas também ao fortalecimento de uma relação que no caso do Peru e França é histórica", declarou na cerimônia de assinatura Pedro Cateriano, ministro da Defesa. "O projeto dará ao Peru uma capacidade de aprimorar sua soberania e segurança com a assistência da França, que supervisionará a execução do contrato no âmbito do acordo governamental bilateral", afirmou em nota e o congênere francês.

Quatro propostas. Foram avaliadas quatro propostas para o fornecimento do sistema de observação, em ordem de classificação: da Airbus Defence and Space, da israelense IAI, da espanhola Deimos, e da britânica SSTL. A proposta da Airbus DS está avaliada em 213 milhões de dólares - a mais cara, mas os aspectos técnicos prevaleceram sobre os termos financeiros.

Resolução submétrica. O satélite peruano será o primeiro da América Latina com capacidade submétrica, de 70 centímetros, o que deve ter alguma repercussão em programas de países da região, em especial, no Chile, um rival histórico. Suas imagens serão utilizadas para prevenção e resposta frente a desastres naturais, mineração, monitoramento pesqueiro, desmatamento, segurança e defesa. Sua vida útil será de 10 anos.
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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Peru escolhe Airbus DS para satélite de observação

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[Nota atualizada às 19h00]

A empresa europeia Airbus Defence and Space (Airbus DS), que no início do ano incorporou as atividades da Astrium, anunciou na tarde de hoje (24) sua seleção como contratada principal para a construção do primeiro sistema satelital de observação terrestre do Peru.

O projeto, estimado em cerca de 200 milhões de dólares, inclui um satélite ótico de última geração dotado de um sensor de alta resolução (derivado da família Naomi), assim como um segmento terreno de controle, recepção e processamento de imagens. O satélite será baseado na plataforma Astrobus, utilizada em missões como as do Pléiades, SPOT 6 e 7, Ingenio (Espanha) e KazEOSat-1 (Cazaquistão).

Também faz parte um programa completo de formação de engenheiros e técnicos peruanos, que abrange desde a operação do satélite até o desenvolvimento de aplicações baseadas em suas imagens.

Até que o satélite seja colocado em órbita, a Airbus DS fornecerá imagens geradas por sua constelação de satélites óticos e de radar por meio de uma estação de recepção instalada em território peruano. A previsão é que o lançamento ocorra em maio de 2016.

Em janeiro, repercutindo informações da imprensa local, o blog Panorama Espacial já havia indicado que o Peru estava próximo de anunciar a escolha de seu primeiro satélite (veja a postagem "Peru próximo de seu primeiro satélite").

Com este anúncio, o país andino se soma à Argentina, Brasil, Chile e Venezuela, nações sul-americanas que já contam com sistemas espaciais próprios de observação terrestre. Outros países da região, como a Bolívia e a Colômbia também têm planos de adquirir seus meios próprios.
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"Por dentro do PESE"

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Por dentro do PESE - Conhecendo os seus propósitos e objetivos

André M. Mileski

a edição n.º 132, Tecnologia & Defesa traçou um panorama sobre as ações hoje em curso nas Forças Armadas brasileiras envolvendo sistemas espaciais, em particular, satélites, em linha com o preconizado pela Estratégia Nacional de Defesa (END), documento hoje basilar para qualquer política associada à defesa no País [veja a reportagem]. Na ocasião, foi focado o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), finalmente contratado no final de 2013, e que proverá capacidade para o Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS).

Também já esteve na pauta da revista, ainda que brevemente, a criação da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), constituída pelo Comando da Aeronáutica (ComAer), em fevereiro de 2012, para coordenar o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).

Origem e justificativas

O Comando da Aeronáutica, juntamente com outros órgãos governamentais, foi incumbido na END da responsabilidade de buscar autonomia do ciclo completo associado ao campo espacial, que inclui a produção, lançamento, operação e reposição de sistemas espaciais, abrangendo desde veículos lançadores a satélites e seu segmento solo.

As diretrizes de implantação do PESE foram aprovadas pelo ComAer em maio de 2012, considerando um cenário de ações de curto, médio e longo prazos, num horizonte de 20 anos. O PESE aponta várias premissas operacionais e técnicas necessárias ao emprego de sistemas espaciais pelas Forças Armadas, com foco na definição de suas necessidades e requisitos. Os sistemas considerados no PESE devem atender, no campo militar, à modernização de variados sistemas atualmente em operação, como o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), o Sistema de Enlaces de Digitais da Aeronáutica (SISCENDA), o SISCOMIS, o Sistema Militar de Comando e Controle (SISMC2), e outros que estão em fase de planejamento ou implantação, como o Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (SISFRON) e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz).

Planeja-se ainda o uso de tais sistemas em apoio a iniciativas civis, como, por exemplo, em prevenção e ação em casos de grandes catástrofes ambientais, no Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), e no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), entre outros.

Premissas

Em sua arquitetura, o PESE apresenta alguns requisitos mínimos e premissas, como a realização de lançamentos anuais de satélites, a preferência por satélites de menor porte e com ciclo de vida mais reduzido, destinados a órbitas baixas, minimizando assim os custos de lançamento. Nos casos de comunicações e meteorologia, até pela natureza das missões, estão previstos satélites geoestacionários de maior porte. Ainda, as contratações dos sistemas quando realizadas no exterior deverão ser acompanhadas de cláusulas de compensação (conhecidas como offsets), buscando aumentar o conteúdo nacional e ganhos com participação industrial e transferência tecnológica em áreas críticas.

Tais premissas são fortemente inspiradas na busca de autonomia, não apenas operacional e técnica, mas também industrial, por meio do envolvimento crescente da Base Industrial de Defesa (BID).

Principais características

Inspirado pelo conceito de guerra centrada em rede (Net Centric Warfare), uma das principais inovações do PESE é o objetivo de se criar um Centro de Operações Espaciais (COPE), que será subordinado ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e sediado em Brasília (DF). Prevê-se a instalação de um COPE reserva, situado numa localidade diferente e afastada do centro principal, contando com alto grau de automação para minimizar a necessidade de pessoal.

Caberá ao COPE coordenar todas as atividades operacionais que façam uso de constelações de sistemas espaciais, oferecendo serviços nas áreas de comunicações, observação, mapeamento de informações, posicionamento e monitoramento espacial para o Ministério da Defesa e seus três Comandos, e outros usuários oficiais.

Em sua concepção, o PESE tem seis classes principais de “produtos” que deverão ser gerados por seus satélites e sensores em órbita: Comunicações; Observação da Terra; Mapeamento de Informações; Monitoramento do Espaço; Posicionamento; e o COPE, os quais são melhor detalhados em subclasses. No caso da Observação da Terra, por exemplo, figuram demandas como sensoriamento remoto ótico e radar, além de dados meteorológicos. É com base nessas classes e subclasses, que representam as necessidades operacionais das Forças Armadas em termos de dados gerados a partir do espaço, que serão definidos os requisitos técnicos e as constelações de satélites a serem implementados pelo programa, identificados especificamente como cada subprograma ou projeto.

Dependendo do contexto, também poderão ser levadas em conta alternativas que envolvam conceitos como Hosted Payloads (cargas úteis hospedadas), missões Piggyback (voo de “carona”) e Constelação Virtual, que podem resultar em economia de recursos e agilidade no acesso ao serviço buscado. Como no caso de Hosted Payloads, onde sensores são “hospedados” em satélites de terceiros, comerciais ou não. Este é o modelo até então utilizado pelo SISCOMIS, que tem transpônderes em banda X a bordo de satélites comerciais da operadora brasileira Star One, do grupo Embratel.

As missões em perfil Piggyback, significam o aproveitamento de capacidade ociosa em algum lançamento para acomodar satélites de menor porte. Já o conceito de Constelação Virtual, comumente utilizado na Europa e também por aliados dos norte-americanos em comunicações, envolve a participação numa constelação já existente por meio de acordos e contratos, de forma a viabilizar a utilização imediata dos dados ou capacidade de uma rede já em órbita, até que um satélite próprio seja incluído.

Num primeiro momento, o interesse do ComAer é por uma constelação de satélites de observação, mais precisamente óticos, que atenderiam a situações mais imediatas, em operação até o final desta década. Em seguida, viriam satélites radar, capazes de imagear diuturnamente a superfície terrestre mesmo com cobertura de nuvens.

Perspectivas mais imediatas

O orçamento federal aprovado pelo Congresso Nacional destina ao Ministério da Defesa recursos de R$113 milhões, montante suficiente para a implantação de alguns elementos previstos no PESE.

Segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas por T&D, são aguardados avanços concretos do PESE para 2014, muito embora há que se considerar que possam haver atrasos em função do corte de R$ 3,5 bilhões anunciado no orçamento do Ministério da Defesa. Há quem entenda que não haverá tempo hábil para a assinatura de um primeiro contrato (ainda que haja recursos disponíveis), mas acredita-se que neste ano seja iniciado um processo visando à contratação de sistemas, como o envio de solicitações de propostas para fabricantes interessados.

Em paralelo, também começam a surgir movimentações industriais de grupos e empresas estrangeiras e nacionais visando participar do programa. Pelo que a reportagem de T&D pode apurar, o Ministério da Defesa trabalha com a ideia de contratar os sistemas do PESE lançando mão do mesmo artifício utilizado para o SGDC, isto é, por meio de uma prime contractor nacional, que atuaria como integradora dos satélites. Neste sentido, a Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a estatal de telecomunicações Telebras, cuja criação foi “patrocinada” pelo SGDC, desponta como uma candidata natural. Junto às atividades de telecomunicações, a empresa já publicamente divulgou sua intenção de buscar oportunidades relacionadas ao PESE e também ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira.

Nos bastidores, comenta-se sobre a possibilidade de que outras companhias e conglomerados industriais nacionais também buscarem exercer o papel de prime contractor do programa. Seria o caso da Odebrecht Defesa e Tecnologia e sua controlada Mectron, de São José dos Campos (SP), que já possui alguma atuação no setor espacial fornecendo subsistemas para satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre outros.

Fonte: revista Tecnologia & Defesa n.º 136, março de 2014.
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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cooperação INPE - FAO em monitoramento de florestas

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 INPE e FAO firmam acordo para capacitação no monitoramento de florestas por satélites

Terça-feira, 22 de Abril de 2014

Países da África, Ásia e América do Sul serão beneficiados pelo termo de cooperação firmado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em prol da capacitação na área de monitoramento de florestas a partir de satélites.

No Centro Regional da Amazônia do INPE, localizado em Belém (PA), os técnicos estrangeiros terão a oportunidade de aprender a utilizar tecnologias desenvolvidas pelo instituto brasileiro – o INPE é reconhecido internacionalmente por manter o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, capaz de calcular taxas anuais de desmatamento bruto, estimativas de degradação e monitorar em tempo quase real alterações na Amazônia brasileira.

Pelo acordo, cabe ao INPE empregar sua experiência para o ensino de técnicas de sensoriamento remoto e uso de imagens de satélites voltado para monitoramento de florestas. Os participantes conhecerão ainda as funcionalidades do TerraAmazon, sistema desenvolvido pelo Instituto para seus programas de monitoramento, como o PRODES e o DETER. De sua parte, a FAO garantirá a vinda dos participantes estrangeiros aos cursos, bem como equipamentos e consultoria técnica.

Serão realizados seis cursos ao longo de 2014 e 2015, em português, espanhol, francês e inglês. Participarão técnicos do Uruguai, Argentina, Chile, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé, Marrocos, Argélia, Tunísia, Congo, Filipinas, Laos, Tailândia, Miamar, Butão, Papua Nova Guiné, Sri Lanka, Nigéria, Gana, África do Sul, Quirquistão e Tajiquistão.

O acordo foi assinado nesta terça-feira (22/4) na sede do INPE, em São José dos Campos (SP), pelo diretor do instituto, Leonel Perondi, e pelo representante da FAO/Brasil, Alan Jorge Bojanic Helbingen.

Fonte: INPE
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terça-feira, 22 de abril de 2014

Exportações: propulsores e serviços de rastreio

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Pode ser uma surpresa para muitos, mas o Brasil exporta tecnologia e serviços no campo espacial, ainda que de forma e dimensão muito simbólicos. Nesta primeira parte, trataremos das exportações de foguetes de sondagem realizadas pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e da prestação de serviços de rastreio pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI).

O IAE/DCTA mantém há décadas uma bem-sucedida cooperação com a agência aeroespacial da Alemanha (DLR), que resultou no desenvolvimento de foguetes de sondagem e motores. Até o momento, ocorreram onze lançamentos do VSB-30 (motores S30 e S31), a partir do campo de Esrange, Kiruna, na Suécia, 7 lançamentos de VS-30/Orion, utilizando motores S30 (segundo estágio do VSB-30), no Campo de Lançamento de Andoya, Andenes, na Noruega, e outros quatro voos do VS-30 (motor S30) também de Andoya.

Restam ainda alguns foguetes negociados com a DLR, cujos voos estão previstos para ocorrerem entre este ano e 2015. Até o final deste mês de abril, aliás, está em andamento no campo de Esrange as campanhas TEXUS 50 e 51, de experimentos em microgravidade, que utilizarão veículos VSB-30.

Segundo informações dadas ao blog pelo Cel. Avandelino Santana Júnior, vice-diretor do IAE/DCTA, a compra mais recente de motores brasileiros ocorreu em 2011, quando a DLR adquiriu 21 unidades, que serviram para montar oito VSB-30, e outros cinco destinados aos veículos VS-30 e VS-30/Orion. Na época, tal aquisição foi avaliada em cerca de 3 milhões de euros. Antes disso, para o desenvolvimento do VSB-30, a DLR realizou investimentos da ordem de 700 mil euros. De acordo com o IAE, após a integração dos motores e sistemas, cada VSB-30 custa cerca de 320 mil euros.

Rastreios do CLBI

Outra exportação espacial brasileira vem na forma de prestação de serviços de rastreios de missões espaciais realizadas pela Arianespace a partir do Centro Espacial Guianês, localizado em Kourou, na Guiana Francesa. Os rastreios são realizados pela estação terrena do CLBI, no Rio Grande do Norte, no âmbito de um acordo de cooperação firmado em 1977 entre o governo brasileiro e a Agência Espacial Europeia.

No caso dos foguetes Ariane 5, durante o curto intervalo de tempo de rastreio, o CLBI é responsável por registrar três eventos essenciais para sucesso de cada operação: o fim da queima do 1º estágio do lançador, a separação desse estágio do conjunto embarcado e a ignição do motor do 2º estágio.

Desde janeiro, o blog Panorama Espacial tem tentado obter junto à assessoria do CLBI informações sobre o montante recebido por cada operação, não tendo havido, porém, retorno. Fonte consultada pelo blog, no entanto, informou que o País fatura algumas dezenas de milhares de euros em cada missão.

Apesar de serem tecnicamente exportações, tanto no caso dos rastreios como nos propulsores, há pouca ou nenhuma participação da indústria nacional. Fato é que, ocasionalmente, surge à tona a questão da industrialização e transferência da fabricação do VSB-30 para a indústria nacional, mas que até o momento não teve resultados concretos.

Numa futura postagem, trataremos das exportações de componentes e serviços relacionados a satélites, campo em que a indústria local está mais presente.
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domingo, 20 de abril de 2014

Alcântara Cyclone Space: o status do projeto

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A binacional Alcântara Cyclone Space divulgou em seu website imagens do desenvolvimento do veículo lançador Cyclone 4, previsto para entrega no segundo semestre de 2015. Segundo a empresa, "os eventos atuais na Ucrânia não impactaram o desenvolvimento do projeto do Cyclone 4". É também informado que uma "parte significativa" da construção civil do sítio de lançamento foi completada, com a maior parte dos equipamentos de suporte em solo já tendo sido contratados e alguns inclusive entregues em Alcântara (MA).

Clique aqui para visualizar as imagens.
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sábado, 19 de abril de 2014

CENSIPAM: 12 anos

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Censipam completa 12 anos de atividades na proteção da Amazônia

Na manhã do último dia 16, os servidores do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) comemoraram 12 anos de atividades da instituição. Na solenidade, o secretário-geral do Ministério da Defesa, Ari Matos, e o diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes, ressaltaram as conquistas nesse período.

“A Secretaria Geral do Ministério da Defesa reconhece o trabalho do Censipam. Um trabalho de excelência e essencial para a consolidação da Amazônia”, disse Matos em seu discurso, assistido pelos servidores dos Centros Regionais do Censipam por videoconferência. Rogério Guedes fez um balanço das atividades no período e reafirmou o trabalhou de parceria com as instituições na proteção da região amazônica. “Nessa curta trajetória estamos trilhando um caminho sólido junto aos parceiros, com apoio do Ministério da Defesa e com empenho decisivo de nossos servidores”, enfatizou o diretor-geral.

Durante a cerimônia, Guedes destacou a importância das parcerias, nacionais e internacionais. Citou como exemplo o acordo que será firmado com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o desenvolvimento de projetos na área de meteorologia, descargas atmosféricas, monitoramento hidrológico, mineração de dados.“ Esse acordo ampliará as nossas pesquisas. Hoje, temos 26 em andamento”, completou. Disse ainda que há 657 antenas de comunicação via satélite, instaladas em áreas remotas da Amazônia, levando comunicação. É o caso das antenas para cadastrar pessoas de baixa renda no programa Bolsa Família.

O diretor também falou dos resultados do Projeto da Cartografia da Amazônia, que acabará com o vazio cartográfico de 1,8 milhões de quilômetros quadrados. Segundo ele, os dados produzidos pelas cartas já estão criando mapas temáticos, mapas de suscetibilidade e já atualizaram várias cartas náuticas dos rios amazônicos. Guedes ressaltou que com os recursos financeiros do Projeto, a Aeronáutica concluiu a modernização das aeronaves R99, a Marinha recebeu 4 avisos hidrográficos (o último navio será entregue esse ano) e o Exército construiu um centro de processamento de imagens.

Por último, o diretor-geral citou que mês que vem chegará a estação de processamento das imagens do sensor aerotransportado ADS 80. “Com a aquisição, vamos reduzir de 20 para um dia o tempo necessário para decodificação de cada hora de imagem coletada pelo sensor”. A aquisição ampliará a capacidade de decodificar as imagens com mais celeridade.  Atualmente, existe apenas uma estação que processa imagens geradas pelo ADS-80, que está localizada em Recife, atendendo todas as demandas brasileiras de imageamento de alta resolução espacial realizadas pelas aeronaves R35-A da Força Aérea Brasileira.

Fonte: CENSIPAM, com edição do blog Panorama Espacial.

Nota do blog: o SIPAM utiliza imagens de satélite, tanto óticas como radar, para cumprir com suas funções. O sistema, concebido no final da década de noventa, dispõe  de uma estação de recepção, fornecida pela canadense MDA, capaz de receber dados de cinco diferentes satélites comerciais; referida estação, no entanto, atualmente não se encontra operacional.
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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Direito Espacial: o Brasil na sessão do UNCOPUOS

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O Brasil esteve presente na última sessão do Subcomitê Jurídico do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (UNCOPUOS), realizada em Viena, na Áustria, de 24 de março a 4 de abril. A delegação oficial brasileira, formada por especialistas em Direito Espacial, realizou uma apresentação em plenário sobre o projeto de Lei Geral das Atividades Espaciais no Brasil.

Este projeto está sendo desenvolvido desde o começo de 2013 por um grupo de trabalho especialmente criado para esse fim no Núcleo de Estudos de Direito Espacial (NEDE), da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA). Para mais informações sobre a apresentação, clique aqui.
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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sobre a nota da ACS postada no início da semana

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No último dia 13, publicamos uma nota com notícias sobre a binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), na qual informamos que o "Cyclone 4 contém alguns componentes críticos de origem russa [...]". Sergiy Guchenkov, diretor comercial da ACS, entrou em contato com o Panorama Espacial para dizer que a informação não é verdadeira. Reproduzimos a seguir o seu e-mail, na íntegra, e posteriormente fazemos comentários adicionais:

"Prezado Mileski,

Sou leitor do seu blog Panorama Espacial, que acho uma fonte interessante e respeitável de informação. Porém, na postagem mais recente sobre a ACS (http://panoramaespacial.blogspot.com.br/2014/04/noticias-da-alcantara-cyclone-space.html), fui surpreendido com a seguinte afirmação:

“O Cyclone 4 contém alguns componentes críticos de origem russa”

Informo-lhe que isso não corresponde à verdade, pois o Veículo Lançador Cyclone-4 não contém quaisquer componentes russos, sejam críticos ou não. Peço o favor de publicar uma respectiva correção no seu blog. A crise atual com a Rússia não tem impactado o andamento do Projeto Cyclone-4, e amanhã postaremos uma atualização na seção Project Status com novas fotos, confirmando que o desenvolvimento do Cyclone-4 está de acordo com o cronograma, e que o mesmo estará pronto para entrega no Brasil na segunda metade do ano 2015.

Quanto ao acordo de salvaguardas Ucrânia-Russia, esse foi assinado para facilitar a cooperação dos dois países na área espacial. Como é de seu conhecimento, a Ucrânia lança alguns dos seus foguetes, como Dnepr e Zenit, a partir do território russo, e esse acordo serve também para proteção das tecnologias espaciais ucranianas na Rússia.

Respeitosamente,

Sergiy Guchenkov
Chief Commercial Officer
Alcantara Cyclone Space"

Comentários do blog: a informação de que o Cyclone 4 possui componentes de origem russa é oriunda de fonte ligada a própria ACS, obtida em 2010. Referida informação, aliás, é dada em alguns artigos e análises anteriores à concretização do acordo binacional (ver artigo "Russia-Brazil: a space partnership", publicado pela agência RIA Novosti em abril de 2007).

A propósito, a questão sobre os interesses russos no projeto do Cyclone 4 não é nova, havendo inclusive questões relacionadas à propriedade intelectual de componentes utilizados pelo lançador ucraniano (motor RD261 que equipa o 1º estágio do foguete, por exemplo). Neste sentido, recomendamos a leitura do relatório "Ukraine: space deal with Brazil uncertain", elaborado pelo governo americano e datado de 22 de dezembro de 2009, "vazado" pelo Wikileaks.

A Rússia e a Ucrânia integraram a União Soviética por várias décadas, havendo ainda hoje uma grande interdependência em diversos campos, com destaque para os setores aeroespacial e de defesa. Por coincidência, aliás, o assunto foi tema de uma detalhada análise no boletim da última semana preparado pela ADIT, firma francesa de inteligência estratégica, que deu mais ênfase à dependência russa do parque industrial ucraniano.
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Contratos industriais do CBERS 4

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AEB firma contratos industriais para montagem do Cbers-4

Brasília, 16 de abril de 2014 – A Agência Espacial Brasileira (AEB) firmou oito contratos com empresas nacionais do setor aeroespacial visando à integração e montagens de diversos equipamentos do Cbers-4, quinto exemplar da série do programa de satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres.

Os contratos com as empresas Equatorial Sistemas, AEL Sistemas Mectron Engenharia, Orbital Engenharia, Omnisys Engenharia e Opto Eletrônica, englobam em sua maioria equipamentos das áreas de eletrônica, conversores de energia e câmeras para imageamento.

Todas estas empresas já foram fornecedoras de peças e equipamentos para a família de satélites Cbers, desenvolvida em parceria entre Brasil e China. Os contratos também estão em concordância com o preceituado no Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) de “recorrer à indústria para reproduzir equipamentos já desenvolvidos e qualificados, capazes de atender a parte da demanda corrente a um custo menor, com prazos menores, além de manter a base industrial ativa”.

O lançamento do Cbers-4, inicialmente programado para 2015, foi antecipado para a segunda semana de dezembro próximo da China, conforme entendimento entre os dois países após a falha ocorrida com o veículo chinês lançador do Cbers-3, no final de 2013.

Fonte: AEB

Nota do blog: os contratos, somados, superam poucos milhões de reais.
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AEB e ANA discutem microssatélites

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Encontro analisa adoção de sistema de satélites para recursos hídricos

Brasília, 16 de abril de 2014 – A viabilidade e alternativas de configuração de microssatélites para contribuir na missão da Agência Nacional de Águas (ANA) em sua coleta de dados hidrometeorológicos, com a cooperação gerencial e técnica da Agência Espacial Brasileira (AEB) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram debatidas nesta terça-feira (15) na sede da AEB.

O encontro, que teve também a participação de representantes de empresas do setor aeroespacial, foi aberto pelos presidentes da AEB, José Raimundo Coelho, e da ANA, Vicente Andreu Guillo. Para eles, é de vital importância que o país obtenha cada vez mais ferramentas que permitam não só ampliar o planejamento de recursos naturais, como mitigar os efeitos em maior escala de fenômenos como seca e chuva.

Os primeiros entendimentos para um serviço de satélites para coletar dados e reforçar a rede hidrometeorológica nacional se iniciaram em 2012, quando foi criado um grupo de trabalho formado pelas duas agências e o Inpe. Para as instituições, o uso de sistemas espaciais é imprescindível para coletar dados em áreas geográficas em que se têm dificuldades de acesso.

Com o uso de satélites pode-se avaliar, com rapidez e razoável precisão, eventos dependentes das mudanças meteorológicas relativas à variação do tempo, especificando-se com precisão sua localização geográfica.

Iniciativas - O presidente da AEB disse ser muito importante que os usuários dos serviços de satélites apresentem suas necessidades e sugestões para o corpo técnico das instituições encarregadas do desenvolvimento de tecnologias espaciais e que dessa iniciativa faça parte o segmento industrial.

Guillo, por sua vez, lembrou ser necessário atrair outros parceiros para a proposta, o que ajudaria a robustecer os projetos. Para ele, a atual rede de coleta de dados presta um bom serviço ao país, mas poderia ser mais completa, evitando que fenômenos mais intensos como a atual seca no Nordeste e as enchentes no Sul tenham seus sinais detectados e avaliados com antecedência.

O encontro discutiu ainda algumas propostas de configurações de satélites, cargas úteis, tecnologias e órbitas. Todo esse conjunto de questões será formatado num relatório a ser analisado em breve num próximo encontro.

Fonte: AEB
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Exposição "De Yuri Gagarin a Marcos Pontes"

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A União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis, a Agência Federal de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes, de Compatriotas no Exterior e de Cooperação Internacional Humanitária da Rússia (Rossotrudnichestvo) em São Paulo e o Consulado Geral da Rússia em São Paulo estão promovendo a exposição "De Yuri Gagarin a Marcos Pontes", que apresenta fotos e documentos com o objetivo de homenagear os 80 anos do primeiro cosmonauta russo, e também os 53 anos da primeira missão tripulada ao espaço.

A exposição começou em 12 de abril (aniversário do voo de Gagarin) e vai até 12 de maio, no CEU Paraisópolis, na Rua Dr. José Augusto de Souza e Silva, na capital paulista.
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Anomalia no satélite Amazonas 4A

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O grupo espanhol Hispasat divulgou hoje (14) nota informando sobre uma anomalia identificada no subsistema de energia do satélite geoestacionário de comunicações Amazonas 4A, lançado em 22 de março (veja a postagem "Amazonas 4A em órbita").

A Hispasat e a Orbital Sciences Corporation, construtora do satélite, estão investigando a possível causa da falha e adotando ações corretivas. A companhia também informou que não haverá impacto econômico decorrente da anomalia, uma vez o satélite está coberto por seguro, e que um plano de contingência está em andamento para evitar interrupções nos serviços prestados a seus clientes.

O Amazonas 4A cobre a América do Sul, desde a Venezuela e a Colômbia até o sul da Argentina e do Chile, oferecendo capacidade em banda Ku. Os planos são de que seja operado pela brasileira Hispamar Satélites, joint-venture da Hispasat (80%) e da Oi (20%), ampliando a oferta de serviços audiovisuais na região, já a partir da Copa do Mundo, entre os próximos meses de junho e julho.
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domingo, 13 de abril de 2014

Notícias da Alcântara Cyclone Space

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A companhia ucraniana Azovmash, uma das principais contratadas da Alcântara Cyclone Space (ACS) para o desenvolvimento, fabricação e entrega de vários sistemas chave para a operação do sítio de lançamento do Cyclone 4 em Alcântara, no Maranhão, publicou em seu website em 9 de abril uma notícia com informações sobre o status atual de suas atividades relacionadas ao projeto.

O press release, em russo, menciona a fabricação de diversos componentes, como tanques para propelentes, sistemas para abastecimento e transporte do lançador à plataforma, entre outros. De acordo com a ACS, as atividades contratadas junto à Azovmash estão de acordo com o cronograma.

Crise com a Rússia

Apesar de, ao menos publicamente, o projeto da joint-venture ucraniano-brasileira seguir adiante, há setores do governo brasileiro que avaliam as consequências que a crise entre Kiev e Moscou podem gerar para a binacional.

O Cyclone 4 contém alguns componentes críticos de origem russa e, de fato, os dois países firmaram em junho de 2009 uma espécie de acordo de salvaguardas tecnológicas para a proteção mútua de tecnologias de lançadores (veja a postagem "Atualizações do lado ucraniano da ACS").
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Artigo sobre o Programa Espacial Brasileiro

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Revista do CGEE traz artigo sobre o Programa Espacial Brasileiro

Brasília, 10 de abril de 2014 – A edição de número 37 da revista Parcerias Estratégicas, publicada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), disponibilizada online este mês traz artigo sobre o Programa Espacial Brasileiro.

De autoria da especialista na área espacial Meireluce Fernandes da Silva o artigo “O Programa Espacial Brasileiro em Perspectiva Histórica: do início a 2010” faz parte do livro Rumo a uma Nova Estratégia para o Programa Espacial para o Brasil, que ela lançou em 2012.

A revista apresenta ainda nove textos voltados a assuntos como inovação, tecnologia, gestão, interação universidade-empresa, recursos humanos, prospecção, meio ambiente e educação. A edição é composta de quatro seções, que enfocam desenvolvimento regional; política em ciência, tecnologia e inovação; planejamento; e avaliação.

O periódico apresenta também artigos sobre desenvolvimento sustentável e a atuação de mulheres artesãs na Vila do Incra, no Acre, e uma análises sobre a execução orçamentária do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do ponto de vista regional, e sobre a atuação das unidades de pesquisa da pasta.

Acesse a revista e as edições anteriores: http://www.cgee.org.br/parcerias/parcerias.php

Fonte: CGEE, via AEB.
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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Bolívia, Tupac Katari e comunicações militares

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Na semana passada, o presidente da Bolívia, Evo Morales, inaugurou a conexão do sistema de comunicação militar das forças armadas do país com o satélite geoestacionário Tupac Katari, lançado ao espaço em dezembro do ano passado e apenas recentemente declarado operacional.

Segundo noticiado pela agência oficial de informações do governo, a conexão com o satélite é realizada por meio do Sistema de Comunicación Multipropósito para la Seguridad y Defensa, Defensa Civil y Apoyo al Desarrollo Nacional (SICOMI), desenvolvido pelas forças armadas locais. O sistema oferecerá capacidades em telefonia fixa e celular, tráfego de dados (dados, voz e vídeo), e videoconferências, transmitida por meio de 220 antenas que serão instaladas nos próximos três meses em unidades militares em áreas fronteiriças e comunidades distantes desprovidas de meios de comunicações.

"Estou certo de que o sistema de comunicação como o satélite, acompanhado de radares, proporcionará a defesa dos recursos naturais e também ajudará na luta contra o narcotráfico e o contrabando", afirmou. A Bolívia pretende adquirir em breve radares para a cobertura do país, com propostas sendo apresentadas por empresas europeias.

Construído na China, o Tupac Katari custou cerca de 300 milhões de dólares e conta com 30 transpônderes em banda C, Ku e Ka. Sua vida útil é estimada em 15 anos.

Contrato com estatal

Na última quarta-feira (9), o governo boliviano também divulgou uma notícia informando sobre a aquisição de cerca de 50% da capacidade do Tupac Katari pela estatal de comunicações Entel, ao custo anual de cerca de 10 milhões de dólares, valor que deve ser "progressivamente incrementado" ao longo dos próximos anos.

O país andino está oferecendo parte da capacidade para clientes em países vizinhos, e alguns já demonstraram interesse, do Paraguai, Equador e Peru (veja a nota "Tupac Katari atrai interesse regional").
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AEB: novo Diretor de Transporte Espacial e Licenciamento

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AEB tem novo diretor de transporte e licenciamento

Brasília, 10 de abril de 2014 – O coronel da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB), Marco Antônio Vieira de Rezende, é o novo diretor de Transporte Espacial e Licenciamento, da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Ex-diretor do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN), ele substitui o também militar Nilo Sérgio de Oliveira Andrade, que foi para a iniciativa privada.

Rezende, que assumiu a função nesta semana, se diz empolgado com os desafios do novo posto e mantem a meta de continuar contribuindo com o desenvolvimento aeroespacial do país. “Estou honrado pela oportunidade e contente por dar continuidade a meu trabalho na área espacial. Espero ajudar na empreitada que o Brasil tem pela frente para alcançar um lugar de maior destaque no setor espacial”.

Com uma carreira de 30 anos na FAB, com passagem por diversos setores da corporação, Rezende foi piloto de caça e por seis anos trabalhou como piloto vip presidencial.

Fonte: AEB
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Novo diretor do DCTA

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Com a presença do Comandante da Aeronáutica, novo diretor assume DCTA

10/04/2014

Na última quarta-feira, dia 9, em cerimônia militar com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Alvani Adão da Silva assumiu a Direção do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

O substituído, Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, que esteve na direção do DCTA desde agosto de 2013, segue para a Chefia de Logística do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, subordinada ao Ministério da Defesa. “O século XX foi marcado pela dicotomia entre países industrializados, os desenvolvidos, e países produtores de matéria-prima, subdesenvolvidos. Hoje, o que diferencia é a capacidade de um país desenvolver e exportar sua própria tecnologia, e, nesse sentido, o DCTA é um complexo estratégico de fundamental importância para soberania nacional”, analisa o Tenente-Brigadeiro Machado.

Segundo o Comandante da Aeronáutica, apesar da rápida passagem do ex-Diretor pelo DCTA, sua gestão foi marcada por importantes decisões, como o estabelecimento de ações decisivas para o VSISNAV – um protótipo do Veículo Lançador de Satélite (VLS-1), que deverá ser lançado ainda em 2014 – e o prosseguimento ao programa de expansão do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

O novo Diretor do DCTA, Tenente-Brigadeiro Alvani, que esteve durante quatro anos na vice-direção, ingressou na Força Aérea Brasileira em 1972, possui mais de 2800 horas de voo em sete aeronaves distintas, além de ser bacharel em administração pela Universidade de Brasília (UnB).

Fonte: DCTA
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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Cooperação Brasil - Etiópia

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Delegação da Etiópia visita AEB para conhecer programa espacial

Brasília, 9 de abril de 2014 – Uma delegação da Etiópia, liderada pelo vice-primeiro-ministro Demeke Mekonnen, visitou nesta quarta-feira (9) a Agência Espacial Brasileira (AEB), em Brasília (DF). A comitiva foi recebida pelo diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos, Petrônio Noronha de Souza, e pelo chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, José Monserrat Filho.

O país africano tem interesse em conhecer os sistema de inovação e a relação entre o setor científico e o industrial no Brasil, bem como discutir as possíveis áreas com potencial para uma cooperação bilateral na área científica e tecnológica.

Os etíopes pediram muitas informações sobre o Programa Espacial Brasileiro, sobre a política de gestão de projetos e sobre os centros de lançamentos de Alcântara, no Maranhão, e da Barreira do Inferno, em Natal, no Rio Grande do Norte. A AEB sugeriu a Mekonnen que estude a criação na Etiópia de um centro para recepção de dados de satélite de sensoriamento remoto a exemplo de outros já instalados em alguns países africanos.

Incentivo – A cooperação entre Brasil e Etiópia na área de C&T é recente. As primeiras conversas se iniciaram em 2012 e resultaram na assinatura de um acordo um ano depois. O documento objetiva estimular a colaboração e promover a capacitação tecnológica e científica entre as duas nações, formando e fortalecendo os laços entre comunidades científicas.

Integram também a delegação etíope Demitu Hambisa, Solomon Getachew, Abdissas Yilma, Negash Tola, Stamm Andreas, todos ligados a área de ciência e tecnologia, e Ahmed Abtew, do Ministério do Interior.

Além do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), onde esteve na segunda-feira (7), os etíopes também têm agenda com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com as fundações Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e com a Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: AEB
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Sentinel-1A e o Programa Copernicus

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No último dia 3, foi realizado com sucesso o lançamento do satélite de observação Sentinel-1A, da Agência Espacial Europeia (ESA), a partir do Centro Espacial da Guiana, em Kourou, ao norte da América do Sul. A missão coube à versão europeia do lançador russo Soyuz, operado pela Arianespace. Foi liberado um vídeo de câmeras a bordo do foguete, que tem feito sucesso na internet e mostra uma sequência de imagens, desde a decolagem até a separação dos estágios e a liberação do satélite no espaço. Veja abaixo:


Programa Copernicus

Anteriormente conhecido como Global Monitoring for Environment and Security (GMES), o Copernicus é hoje considerado o mais ambicioso programa [conhecido] de observação por satélites já criado. Quando em órbita, seus satélites produzirão imagens para gestão do meio ambiente, entendimento e mitigação dos efeitos de mudanças climáticas, e segurança civil.

O Sentinel-1, primeiro membro da constelação (da série 1, serão dois satélites, o 1A e 1B, este último previsto para lançamento no final de 2015) conta com um sensor de imageamento radar em banda L destinado à produção de imagens para aplicações terrestres e oceânicas.

No futuro, o segmento espacial contará ainda com o Sentinel-2, que gerará imagens óticas de alta resolução para aplicações terrestres e oceânicas, e com o Sentinel-3, que produzirá dados para aplicações oceânicas e da superfície terrestre. Os satélites Sentinel-4 e Sentinel-5, por sua vez, fornecerão dados para monitoramento da composição atmosférica a partir de órbitas geoestacionárias e polares, respectivamente. Por fim, o Sentinel-6 terá a bordo um radar altímetro para medição global da superfície do mar, primariamente para aplicações em oceanografia e mudanças climáticas.

Para mais informações sobre o Copernicus, visite o hotsite da ESA.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Novo diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço

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Instituto de Aeronáutica e Espaço realiza cerimônia militar de passagem de direção

07/04/2014
 
Na última sexta-feira, 4, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) realizou Cerimônia Militar de Passagem de Direção. Na ocasião, o Brigadeiro Engenheiro Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel transmitiu o cargo para o Brigadeiro Engenheiro Leonardo Magalhães Nunes da Silva. A solenidade foi presidida pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Durante as palavras de despedida, tanto do cargo de Diretor do IAE quanto do Serviço Ativo da Força Aérea Brasileira (FAB), o Brigadeiro Kasemodel ressaltou a importância dos desafios encontrados e das superações alcançadas no período que esteve à frente da Instituição.

“Na área de espaço, destaco que preparamos e participamos do lançamento de sete foguetes suborbitais no Brasil e no exterior, concluímos os ensaios de separação de estágio do Veículo Lançador de Satélites, efetuamos o carregamento de propelente dos propulsores do VSISNAV, realizamos a Operação Salina e os ensaios de qualificação em solo do estágio propulsivo líquido. Na área de Aeronáutica e Defesa, destaco a conclusão das etapas de navegação e controle e de decolagem e pouso automático do VANT, os ensaios em banco de provas da turbina aeronáutica de pequena potência e a participação das nossas equipes em operações de ensaios e armamentos”, aponta o Brigadeiro Kasemodel.

Segundo o Tenente-Brigadeiro Machado, os projetos em desenvolvimento no IAE representam um desafio institucional para o Comando da Aeronáutica, para o País e para o próprio Instituto: “reconheço o trabalho desenvolvido pelo Brigadeiro Kasemodel, como o VANT, os foguetes VS40 e o VS30 Orion, lançados da Noruega e de Alcântara, respectivamente”.    

Para o Brigadeiro Magalhães, o Diretor-Geral do DCTA frisou a importante passagem como Chefe do Subdepartamento de Administração: “o DCTA tem plena confiança no seu trabalho e tenho certeza dará continuidade aos projetos que seus antecessores iniciaram”.
   
A Instituição. Cabe ao Instituto de Aeronáutica e Espaço desenvolver soluções científico-tecnológicas no setor Aeroespacial Brasileiro através da Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação, Operações de Lançamento e Serviços Tecnológicos em sistemas aeronáuticos, espaciais e de defesa. Entre as atribuições da organização, está o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS).

Fonte: DCTA
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domingo, 6 de abril de 2014

Via Satellite: reportagens recomendadas

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A edição de abril da Via Satellite, revista norte-americana especializada em telecomunicações por satélite, traz duas reportagens interessantes.

Um dos textos se refere diretamente ao Brasil: "Broadcasting from Brazil: How the Industry Prepares for Major Sporting Events", que trata dos preparativos de grandes grupos de comunicações por satélite, como a Intelsat, a europeia SES e a brasileira Star One, para a Copa do Mundo, que começa em junho, e para os Jogos Olímpicos em 2016.

Já a reportagem de capa ("The Evolution of a Launch Giant") aborda o momento atual da provedora de lançamentos espaciais Arianespace. Produzido a partir de entrevistas com os executivos da companhia europeia, o texto trata, dentre outros assuntos, das perspectivas para 2014, o mercado de lançamentos, propulsão elétrica em satélites, concorrência com a SpaceX e o futuro lançador Ariane 6.
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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Concurso público do INPE: inscrições abertas

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Abertas as inscrições ao concurso público do INPE

Quinta-feira, 03 de Abril de 2014

De 3 a 25 de abril, estão abertas as inscrições do concurso público para a contratação de 14 pesquisadores e 54 tecnologistas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As inscrições devem ser feitas das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30 - exceto sábados, domingos e feriados – nos seguintes locais:

• INPE - Sede: Av. dos Astronautas, 1758, Jardim da Granja, São José dos Campos (SP) – Prédio da Administração – Divisão de Gestão de Pessoas – sala 4.

• INPE - Unidade Regional de Cachoeira Paulista: Rodovia Presidente Dutra, km 40 – Cachoeira Paulista (SP) – Prédio da Administração – sala RH.

Oportunidade

Nos cargos da carreira de Pesquisa, há oportunidades nas áreas de Meteorologia, Oceanografia, Geografia, Ciências Atmosféricas, Ciências Exatas e da Terra, Computação Aplicada, Ciências da Computação, Ciências do Sistema Terrestre, Física, Ciências Matemáticas e Naturais, Ciências Biológicas, Ecologia, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas ou áreas correlatas. A remuneração inicial para os cargos da carreira de Pesquisa pode chegar a R$ 9.828,05 (com doutorado). A seleção terá prova escrita, prova oral de defesa pública de memorial e análise de títulos e currículo. A primeira etapa será realizada no período provável de 19 a 20 de maio - todas as etapas da seleção serão realizadas em São José dos Campos.

Nos cargos da carreira de Desenvolvimento Tecnológico, há oportunidades nas áreas de Engenharia, Ciências Exatas, Meteorologia, Ciências Atmosféricas, Computação Aplicada, Ciência da Computação, Engenharia Florestal, Computação Científica, Química, Tecnologia Química, Engenharia Química, Tecnologia da Informação, Física, Arquitetura, Ciências Ambientais, Ciências Exatas ou da Terra, Ciências Computacionais ou áreas correlatas. A remuneração inicial para os cargos de tecnologistas pode chegar a R$ 8.705,56 (com doutorado). A seleção da carreira de Desenvolvimento Tecnológico consiste de prova objetiva, prova prática discursiva e análise de títulos e currículo – todas as etapas serão realizadas em São José dos Campos. As provas objetivas e discursivas para os cargos de tecnologistas estão previstas para o dia 25 de maio.

Os editais com a descrição das vagas, conteúdo programático, normas e etapas da seleção, bem como todas as informações sobre o concurso público no INPE, estão disponíveis na página: http://www.inpe.br/gestao/anuncios_oportunidades/concurso/2014/index.php

Fonte: INPE
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quinta-feira, 3 de abril de 2014

IAI: interesses israelenses no Brasil

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[Nota publicada na coluna Defesa & Negócios, da edição n.º 136 de Tecnologia & Defesa (março de 2014), que está nas bancas]

Três perguntas a Henrique Gomes, diretor-presidente do grupo israelense Israel Aircraft Industries (IAI) no Brasil

Quais são as principais áreas de interesse da IAI no Brasil?

A IAI é a maior companhia aeroespacial e de defesa de Israel e também sua maior exportadora industrial, empenhando-se em ser líder em suas principais áreas de atuação no mundo e, é claro, no Brasil. De nossas áreas principais, nós já estamos trabalhando em contratos ou projetos nos seguintes campos: veículos aéreos não tripulados, radares, aeronaves de missão e de alerta aéreo antecipado, sistemas EW, ELINT/ESM, SIGINT e COMINT/COMJAM, centros de comando e controle, soluções em cibersegurança, integração de sistemas, mísseis e armas inteligentes, satélites, estações terrestres e lançadores, atualização de aeronaves e helicópteros militares, manutenção e conversão de aeronaves comerciais, incluindo a conversão para aviões de reabastecimento, e sistemas de navegação e cargas eletro-óticas.

Em 2013, a IAI adquiriu uma participação na IACIT, uma empresa local focada em tecnologias de radares.

Qual é a estratégia do grupo por trás desta aquisição e como ela mostra seu comprometimento com o Brasil?

Nós vemos o Brasil como um de nossos mercados chave e nosso investimento na IACIT é outro passo de nossa estratégia de penetração e consolidação de presença neste mercado. Nós começamos com a abertura de uma filial em 2011 e crescemos com novas aquisições de outras empresas brasileiras. Por meio desta cooperação nós buscamos estabelecer produção e serviços locais, além de suporte aos nossos produtos, assim como a oferta da necessária transferência de tecnologia e treinamento para uma entrada bem sucedida em serviço de nossos sistemas. Nossa ideia é ter uma base industrial no País para apoiar nossos clientes brasileiros e transferir tecnologia para o mercado local.

Nós identificamos na IACIT o parceiro potencial para transferir nossas linhas de produtos de algumas tecnologias com as quais já trabalhamos no mercado, e isto inclui a troca de conhecimento entre os times de profissionais, investimentos em laboratórios e linhas de produção, acordos de propriedade intelectual nos dois sentidos e, especialmente, suporte ao produto garantido pela IACIT. O acordo também inclui treinamento de pessoal da IACIT para a fabricação, instalação e suporte de produtos da ELTA no mercado brasileiro. Os mercados alvo da parceria são os projetos de defesa e segurança pública primariamente no Brasil, mas pode se estender para mercados internacionais no futuro. A IACIT é uma companhia de eletrônica militar que opera nos campos de defesa, radares meteorológicos, controle, automação, comunicação e tecnologia da informação.

A IAI é uma companhia líder em tecnologia espacial. Vocês veem oportunidades locais tendo em vista o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)?

Sim, vemos e já estamos trabalhando neste sentido com outros parceiros brasileiros. Como integradora primária de sistemas espaciais de Israel, a IAI integra todas as capacidades de engenharia exigidas para o desenvolvimento de satélites até sua integração final, teste e operações, incluindo lançamentos, centros de controle de missão, estações remotas de rastreio de constelações, e nós estamos prontos para compartilhar e transferir este conhecimento para o Brasil.
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CBERS 4 na pauta do Conselho Superior da AEB

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AEB confirma lançamento do Cbers-4 em reunião do Conselho Superior

Brasília, 3 de abril de 2014 – O lançamento do Cbers-4 (Satélite Sino-Brasileiro de Sensoriamento Remoto) programado para a segunda semana de dezembro deste ano na China foi um dos diversos itens da pauta da 67ª Reunião Ordinária do Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira (AEB), realizada nesta quarta-feira (2), em Brasília (DF).

A previsão inicial para lançamento do Cbers-4, satélite desenvolvido em parceria entre Brasil e China, era final de 2015. Mas em decorrência da perda do Cbers-3, em dezembro de 2013, devido a uma falha em um dos motores do veículo lançador chineses após partir da base de Taiyuan, os dois países concordaram em reunir esforços e antecipar o lançamento.

O presidente da AEB, José Raimundo Coelho, que dirigiu a reunião, também falou sobre a revisão técnica realizada no mês passado nos projetos de satélites de pequeno porte, apoiados financeiramente pela Agência, pelo professor Jordi Puig-Suari, da Universidade Politécnica da Califórnia (Cal Poly), dos Estados Unidos.

A exemplo do professor Felipo Graziani, da Universidade La Sapienza, convidado para a revisão em 2013, Puig-Suari também parabenizou o país pelo avançado estágio tecnológico alcançado no desenvolvimento de pequenos satélites. Ele também ressaltou a importância do apoio dado pela AEB a formação de recursos humanos com a concessão de bolsas para que grupos de universitários participem dos projetos.

Os projetos avaliados por Puig-Suari foram o Serpens, o ITASat, o NanosatC-Br1, o AESP-14, o Ubatubasat e o transponder Conasat. A exceção deste, os demais estão programados para serem lançados no segundo semestre do ano.

Composição – O presidente também informou sobre a alteração no quadro de membros do Conselho. Raimundo Coelho agradeceu o empenho e a dedicação dos integrantes que saíram e deu as boas vindas aos dez novos conselheiros.

Passaram a integrar o Conselho da AEB o Tenente Coronel Aviador Mauro Henrique Monsanto da Fonseca e Souza (titular), do Gabinete de Segurança Institucional; Contra Almirante Sérgio Ricardo Segovia (titular), do Comando da Marinha; Capitão de Fragata Rodrigo Reis Bittencourt (suplente), do Comando da Marinha; General de Brigada Pedro Soares da Silva Neto (titular), do Comando do Exército; Coronel Eduardo Wolski (suplente), do Comando do Exército; Ministro José Raphael Lopes Mendes de Azeredo (titular), do Ministério das Relações Exteriores (MRE); Conselheira Maria Rita Fontes Faria (suplente), do MRE; Robson Quintilio (titular), do Ministério da Educação; Jorge Luiz Maroni Dias (suplente) do Ministério do Planejamento, e Igor Ferreira Bueno (suplente), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A próxima reunião do Conselho está prevista para agosto próximo em data e local a serem definidos.

Fonte: AEB
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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Cooperação Brasil - União Europeia

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Comitiva da União Europeia visita AEB e propõe parcerias

Brasília, 1º de abril de 2014 – Seis integrantes da representação da União Europeia (EU) no Brasil foram recebidos nesta segunda-feira (31/3) pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho. Ligados aos setores industrial e de pesquisa eles apresentaram o interesse da entidade em analisar possíveis parcerias e cooperação na área espacial.

O grupo, formado por Paul Weissenberg, vice-diretor geral do setor empresarial e industrial; Philippe Brunet, da área de empresas e indústria; Piero Venturi, diretor de Pesquisa e Inovação; Sandro D’Angelo, da área de Política e Pesquisa Espacial; Juan Victor Monfort, chefe de Assuntos Comerciais, e Jaime Silva, consultor especial, também propôs a realização de um workshop conjunto tendo como foco assuntos relacionados à observação da Terra.

Um dos itens discutidos no encontro foi o interesse da EU da participação brasileira no projeto Galileo, sistema de localização por satélite, semelhante ao norte-americano GPS e ao russo Glonass. Outra proposta para ser estudada e a formação de um centro de distribuição de dados de satélite para vários campos de aplicação.

Galileo – Quando estiver completo o sistema terá um total de 30 satélites (o GPS tem 24) e deve prestar serviços de localização primariamente ao meio civil de qualquer país. Eles estarão em três posições numa órbita a 23.222 quilômetros de altura, dispostos de forma a que cubram qualquer ponto da superfície terrestre.

Além dos países europeus, o projeto tem apoio de outros que não fazem parte da Europa como Ucrânia, China. Israel, Índia, Marrocos, Arábia Saudita e Coreia do Sul. Nas Américas a EU tem interesse também na participação da Argentina, México e Canadá.

O workshop proposto pela comitiva está programado para 6 de junho, integrando a programação da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que começa no dia 5 no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). Entre os tópicos temáticos para debates estão desastres naturais, agricultura com foco na segurança alimentar e poluição.

O evento ainda aborda o programa espacial Copérnico, que é o tema central das palestras de Philippe Brunet, de Schulte-Braucks e de Astrid Christina Koch, ligados aos segmentos de pesquisa e infraestrutura do programa.

Também participou das conversações na AEB, o chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da instituição, José Monserrat Filho.

Fonte: AEB
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terça-feira, 1 de abril de 2014

Nasce a Agência Espacial do Paraguai

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No final de março, foi publicado no diário oficial do governo do Paraguai a Lei n.º 5.151, sancionada pelo Congresso, que trata da criação da Agencia Espacial del Paraguay (AEP). As intenções do país vizinho de criar uma autarquia para o setor já existiam há mais de um ano (ver a postagem "Paraguai quer criar agência espacial").

Segundo os termos da lei, a AEP será responsável pela proposição e execução de políticas e programas nas áreas espacial e aerospacial. Subordinada à Presidência da República, a AEP contará com uma junta diretiva composta por um presidente e por doze membros indicados por diversas instituições, dentre as quais o Ministério da Defesa, das Relações Exteriores, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Comando da Aeronáutica e universidades.

Após a nomeação do presidente (não temos informações de que já ocorreu), este terá até noventa dias para elaborar e apresentar o "Programa Nacional de Atividades Espaciais", que deverá ser submetido e aprovado pela junta diretiva num prazo adicional de noventa dias.

No momento, não são conhecidos detalhes sobre as pretensões paraguaias no setor espacial, mas especula-se que o país vá buscar adquirir meios de acesso a dados satelitais, como observação terrestre. Nos últimos anos, especialistas paraguaios foram treinados pelo centro regional do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em Belém (PA), para monitoramento de florestas a partir de imagens de satélites.

O Paraguai se soma a outros países da região, como Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Bolívia e Peru, entre outros, que estruturaram seus próprios programas, hoje em diferentes graus de maturidade.
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