domingo, 31 de outubro de 2010

Programa Espacial: a questão dos recursos humanos

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Em 18 de outubro, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T (SindCT) entregou ao presidente Luis Inácio Lula da Silva uma carta expondo a necessidade de contratação de pessoal para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, e para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Um trecho da carta, divulgada por um boletim do SindCT no final da semana passada, traz alguns números que evidenciam o quão crítica é a questão dos recursos humanos para o Programa Espacial Brasileiro, tema que nem sempre tem a devida abordagem:

"O quadro de pessoal destas duas instituições hoje é 38% menor do que em 1990. A média de idade é maior que 52 anos e, até 2015, perderemos mais 30% do pessoal atual devido às aposentadorias. Levase 5 anos, ou mais, para se preparar um especialista e habilitá-lo para desempenhar suas atribuições."

"Cabe informar que para executar as missões que hoje o Brasil necessita, e temos obrigação de corresponder, precisamos de que sejam autorizadas urgentemente mais de 1000 novas contratações por concurso público, isso sem considerar a implementação, num futuro próximo, de novos e importantes programas de interesse da defesa e da soberania Nacional."

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Satélites de observação na América do Sul

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No próximo dia 1º de novembro, o satélite de comunicações Venesat-1, da Venezuela, completará dois anos em órbita.

O satélite, também conhecido como Simón Bolivar 1, é operado pela Agencia Bolivariana para Actividades Espaciales (ABAE), e foi construído pela companhia China Great Wall Industry Corporation, num pacote estimado em 420 milhões de dólares, incluindo o segmento espacial, treinamento, transferência de tecnologia, infraestrutura de solo e lançamento.

A ABAE tem também ambições de contar no futuro com um satélite observação terrestre. Segundo notícias divulgadas pela imprensa venezuelana na última semana, a agência espera lançar em 2013 um satélite de sensoriamento desenvolvido e produzido no próprio país. Ao menos publicamente, não existe um projeto patrocinado por Caracas para o desenvolvimento local de satélites, mas o governo tem sido assíduo comprador de produtos militares nos últimos anos, atraindo as atenções de empresas estrangeiras também do ramo espacial, particularmente da Rússia e China.

A Venezuela, aliás, não é o único país sul-americano com pretensões no campo de observação terrestre satelital, além daqueles com projetos já consolidados, como Brasil (série CBERS, Amazônia-1) e Argentina (série SAC, e SAOCOM).

Com certa frequência, surgem notícias dando conta do interesse do Peru, por meio da Comisión Nacional de Investigación y Desarrollo Aeroespacial (CONIDA), em desenvolver capacidades nessa área. Inclusive, este foi um dos tópicos abordados durante o giro de uma comitiva espacial japonesa pela América do Sul no último mês de agosto. No início deste ano, a CONIDA e a agência espacial da Tailândia assinaram um memorando de entendimentos para cooperação em matéria espacial. Na época, não foram divulgados detalhes mais específicos sobre o escopo da colaboração, mas alguns elementos indicavam que a cooperação poderia envolver o satélite de observação tailandês THEOS, construído pela EADS Astrium e em órbita desde outubro de 2008.

Esporadicamente, a Bolívia também expressa o desejo de possuir um satélite de observação, embora o seu histórico em termos de concretização de anúncios na área espacial não seja dos melhores. O país andino negocia com a China já há mais de um ano a construção do seu primeiro satélite de comunicações, o Tupac Katari.

Em julho de 2008, num processo mencionado pelo mercado como bastante célere, o Chile contratou a EADS Astrium para a construção do seu satélite, o SSOT (Sistema Satelital de Observación de la Tierra). A construção do SSOT foi concluída no início do ano, devendo ser colocado em órbita em 2011.
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INPE e a "Data Democracy" na Cúpula GEO

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INPE defende expansão do compartilhamento de dados de satélites no GEO

27/10/2010

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vai participar da Cúpula do Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês), entre os dias 3 e 5 de novembro, em Beijing, na China, defendendo a política global de livre acesso a dados de satélites. O GEO é uma organização intergovernamental que congrega 84 países, a Comissão Européia e ainda 56 organizações internacionais.

O INPE vai integrar a delegação brasileira, que será encabeçada pelo ministro Fábio Pitaluga, do Ministério das Relações Exteriores. Ao lado dele, estará o diretor do INPE, Gilberto Câmara, entre outros representantes do país.

O Brasil apoia a distribuição gratuita dos dados de satélites, a chamada Data Democracy, e também o programa Capaccity Building, que está sendo implementado pelo INPE. O Capaccity Building consiste não só em disponibilizar os dados, mas também em construir capacidade para recebê-los, interpretá-los, utilizá-los e levá-los com facilidade ao usuário final.

Nestes três dias na capital chinesa, haverá duas plenárias e uma reunião ministerial com representantes dos países membros do GEO, para avaliar o andamento do plano de implementação adotado na criação do grupo, em 2005, e definir as metas para o triênio 2011-2013. O objetivo é melhorar o acesso aos dados de observação da Terra e estudar suas aplicações, além de coordenar esforços para a fundação do Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (GEOSS).

O uso de dados de satélites de observação da Terra é uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico sustentável e garante benefícios para a sociedade em nove áreas: agricultura, biodiversidade, clima, ecossistemas, energia, saúde, desastres naturais, recursos hídricos e clima.

Fonte: INPE
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Workshop do IEAv sobre efeitos da radiação ionizante

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CTA / IEAv coordena eventos sobre efeitos da radiação ionizante

27/10/2010

O Instituto de Estudos Avançados, órgão subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, em São José dos Campos, realizará, no dia 29 de novembro, um workshop sobre os efeitos da radiação ionizante em componentes eletrônicos e fotônicos de uso aeroespacial.

O encontro será seguido de outro evento na área, a Escola Internacional Seressa –International School on the Effects of Radiation on Embedded Systems for Space Applications, de 30 de novembro a 3 de dezembro, que também acontecerá no instituto.

Para esses eventos, estão sendo convidados palestrantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia e da Defesa, além da Agência Espacial Brasileira e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dentre outros órgãos atuantes no setor aeroespacial, no Brasil.

O conhecimento desses fenômenos e os mecanismos como ocorrem em componentes eletrônicos e fotônicos de aplicação aeroespacial por pesquisadores, engenheiros e outros profissionais do setor é estratégico para o desenvolvimento da indústria aeroespacial do país.

O IEAv, que tem a missão de realizar pesquisa básica e aplicada, bem como desenvolver tecnologias experimentais e estudos avançados que lhe forem atribuídos em decorrência de planos e programas estabelecidos pelo DCTA, é líder nacional em pesquisa sobre efeitos das radiações ionizantes em eletrônica.

Os temas centrais do workshop serão: a geração da capacitação no país para a especificação, seleção, aquisição, produção e qualificação de componentes eletrônicos robustos e tolerantes à radiação ionizante para aplicações aeroespaciais; a adoção do conceito de open innovation para o desenvolvimento do setor; e a necessidade de ampliar a formação de recursos humanos como base fundamental para a capacitação, em consonância com uma das principais diretrizes do Programa Nacional de Atividades Espaciais e do Ministério da Defesa.

A Seressa 2010 contará com aulas teóricas e práticas ministradas por especialistas internacionais, abrangendo um amplo espectro dos efeitos da radiação em sistemas espaciais embarcados, tais como o ambiente espacial, mecanismos de falha, testes, "endurecimento" e predição de taxas de erro, entre outros.

Contatos dos eventos:

www.ieav.cta.br
III Workshop: comissaoPEICE2010@ieav.cta.br
SERESSA 2010: committeeSERESSA2010@ieav.cta.br
Inscrições até 30 de outubro, com vagas limitadas

Fonte: IEAv/DCTA
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dilma Rousseff, Forças Armadas e Espaço

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A campanha de Dilma Rousseff, candidata a Presidência da República, divulgou ontem (25) uma carta aberta às Forças Armadas, discorrendo sobre promessas e o tratamento que a candidata pretende dar ao setor de Defesa caso seja eleita. Esta carta, aliás, foi objeto de reportagens publicadas hoje (26) nos principais jornais do País, como a Folha de S. Paulo e o Valor Econômico.

Na tarde de hoje, o blog recebeu por e-mail uma cópia do documento, que também faz referência ao setor espacial. Embora o blog seja apartidário, reproduzimos abaixo alguns trechos, a título de informação aos seus leitores:

"A perfeita coordenação, hoje vivenciada por nossas Forças Armadas, fará com que tenhamos importantes progressos em três segmentos imprescindíveis para a defesa do País: o setor cibernético, o espacial e o nuclear.

[...]

"Continuará como prioridade o desenvolvimento do Veículo Lançador e a fabricação de satélites."


O documento recebido pelo blog está em arquivo de imagem, razão pela qual não foi aqui reproduzido. Buscamos, sem sucesso, uma versão em texto no website da campanha da candidata.

Atualização, 27/10/10, às 16h05: a carta de Dilma Rousseff, em sua íntegra, foi disponibilizada no website de Tecnologia & Defesa (veja aqui).
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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Atualização do banco de controle do VLS

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Discretamente, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) publicou no Diário Oficial da União, em 20 de outubro, um aviso de concorrência para "serviço de engenharia para atualização do Hardware e Software do Banco de Controle do Veículo Lançador de Satélite (BC-VLS)." As propostas de empresas interessadas devem ser entregues até 6 de dezembro.

O primeiro BC-VLS, instalado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, contou com a participação da indústria Compsis, de São José dos Campos, que contribuiu com o projeto de testes das redes elétricas. Outra entidade que esteve envolvida foi a Atech, que junto com a Compsis desenvolveu o sistema de segurança utilizado nas missões de lançamento. O interesse das duas em disputar a concorrência lançada pelo IAE/DCTA é tido como certo nos bastidores.

A licitação promovida pelo IAE, associada a outros movimentos e projetos em andamento, tocados já há alguns anos, evidenciam uma relativa retomada do Programa VLS, ao menos em relação ao conceito do foguete conforme proposto na Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). A nova Torre Móvel de Integração, no CLA, já foi concluída e deve ser oficialmente inaugurada em dezembro.

No entanto, de acordo com as últimas notícias recebidas pelo blog, a decisão em relação à propulsão do VLS "híbrido" (parte baixa com propulsores de combustível líquido, e últimos estágios com propulsores líquidos) está em compasso de espera, devendo ser retomada possivelmente no ano que vem.
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domingo, 24 de outubro de 2010

Avanços na Missão SAC-D/Aquarius

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O satélite argentino-americano SAC-D/Aquarius continua a ser submetido a ensaios no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).

No último dia 20, a Comision Nacional de Actividades Espaciales (CONAE) divulgou mais um relatório, datado 11 de outubro, atualizando sobre os avanços dos testes no satélite, que se encontra no LIT/INPE desde junho deste ano. Diversos ensaios já foram concluídos, como o de vibrações aleatórias, provas de separação do lançador, verificação da abertura dos painéis solares, entre outros. A próxima etapa será a de provas térmicas dentro de uma câmara de variação de temperaturas.

A previsão é de que todos os ensaios no LIT sejam concluídos até dezembro. Em janeiro de 2011, o satélite deverá ser transportado para o centro espacial de Vandenberg, na costa oeste dos EUA, de onde deve ser lançado ao espaço por um foguete Delta II ainda em 2011.

sábado, 23 de outubro de 2010

Seminário sobre espectro eletromagnético

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INPE e ANATEL promovem seminário sobre uso do espectro eletromagnético

22/10/2010

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através da Coordenação de Engenharia e de Tecnologia Espacial (ETE), e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) promovem o 1º. Seminário de Uso do Espectro Eletromagnético pelos Serviços Científicos, entre 27 e 29 de outubro, em São José dos Campos (SP).

O seminário tem como objetivo principal discutir as necessidades de uso do espectro eletromagnético para os serviços científicos, suas aplicações e seus benefícios para a sociedade. Diante das necessidades crescentes de faixa de transmissão, sobretudo para aplicações como acesso à internet e celular, os serviços científicos vêm sofrendo interferências de serviços ativos na área de telecomunicações, às vezes inviabilizando a coleta de dados por pesquisadores.

Recurso natural, limitado e escasso, o espectro eletromagnético é utilizado pela comunidade cientifica para observar e coletar informações sobre o universo, a Terra e o ambiente espacial que a cerca.

Os temas a serem discutidos são missões/tecnologias espaciais, organização da Comissão Brasileira de Comunicações 2 e sua interação com órgãos internacionais, procedimentos regulatórios para uso de radiofreqüências, emissões de tempo e de freqüência padrão, operação espacial, aplicações em meteorologia, aplicações em observação da terra por satélite, radares de abertura sintética, radioastronomia e pesquisa espacial (aeronomia e geofísica espacial).

O INPE é um dos maiores usuários do espectro eletromagnético no Brasil, considerando os tipos de serviços. Com exceção das emissões de freqüência padrão e sinais de tempo, o INPE opera todos os outros serviços científicos: pesquisa espacial, operação espacial, exploração da Terra por satélite, meteorologia e radioastronomia.

Serviços

Evento: 1º Seminário sobre uso do espectro eletromagnético Inpe/Anatel
Data: 27, 28 e 29 de outubro
Local: Auditório do Lambda, sede do INPE
Horário de abertura do seminário: 15h30
Inscrições: secretaria.dse@dss.inpe.br

Fonte: INPE
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Contatos comerciais da ACS

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Está disponível na internet, no website da Câmara dos Deputados, uma apresentação sobre o projeto da empresa ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS), feita em 6 de outubro de 2009 pelo diretor-geral da binacional, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (para acessá-la, clique aqui). Embora a apresentação, feita para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da casa legislativa, não seja recente, seus últimos slides têm informações interessantes sobre alguns contatos comerciais feitos pela ACS.

A binacional ucraniano-brasileira, por exemplo, manteve contatos com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para o lançamento de satélites geoestacionários e de sensoriamento remoto. Na Europa, foram contatadas a Agência Espacial Europeia (lançamento de satélites de pequeno porte de órbita geoestacionária), além de várias empresas e instituições, como a Surrey Satellite Technology, da Inglaterra, a alemã Kayser - Threde-Orbital science and Technologies, e a Tubitak - Space Technologies Research Institute, da Turquia.

Nos EUA, a ACS conversou com a Iridium Communications, com a Bigelow Aerospace, e também com a ATK - Space Systems Tyokol. Com esta última, o escopo do serviço oferecido foi, segundo o documento, de "lançamento do Cyclone-4 no mercado norte-americano; cooperação no uso de acelerador da ATK para aumentar a capacidade de lançamento do VL [veículo lançador] Cyclone-4."

Outro contato que chama a atenção, confirmando informações que chegaram a circular nos bastidores há cerca de um ou dois anos, é o que foi feito com a MDA - Satellite Systems, do Canadá, para "cooperação de desenvolvimento de satélites para posterior lançamento pelo VL Cyclone-4." Sua originação provavelmente se deu no lado ucraniano da joint-venture, uma vez que a Agência Espacial da Ucrânia (NSAU, sigla em inglês) contratou a MDA no final de 2009 para o desenvolvimento e fabricação de um sistema geoestacionário de comunicações avaliado em aproximadamente 254 milhões de dólares. No passado, quando o blog recebeu a informação sobre contatos entre a ACS, MDA e NSAU, estes mencionavam um possível interesse da MDA/NSAU em oferecer uma solução para o afamado projeto do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB).
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Grupo de pesquisa da Unifesp para atmosfera e espaço

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Pesquisadores da Unifesp constituem grupo de pesquisa em ciências atmosféricas e espaciais

20/10/2010

Objetivo é desenvolver a partir do campus em Diadema (SP) pesquisas de ponta sobre a atmosfera e o espaço

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Diadema, formaram um grupo de pesquisa específico para estudos em Ciências Atmosféricas e Espaciais (CAE). O objetivo é desenvolver pesquisas de ponta, com relevância internacional, sobre Física da Atmosfera, Astrofísica, Gravitação e áreas afins, incluindo investigações sobre poluição do ar e meteorologia.

"No mundo todo há falta de cientistas, particularmente em Física e Astronomia. As atividades do grupo podem servir de inspiração e incentivo para novos cientistas, além de atuar no fomento de eventos e intercâmbios e publicar trabalhos em periódicos científicos de primeira linha", diz a professora Nadja Simão Magalhães, do Departamento de Ciências Exatas e da Terra da Unifesp em Diadema, líder do CAE.

O grupo, que no futuro espera reunir pesquisadores, estudantes de graduação e de pós-graduação, além de pós-doutores, é cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e possui certificação da Unifesp.

Entre os trabalhos a serem desenvolvidos pelo grupo estão a busca por explicações do funcionamento de pulsares (estrelas no final de sua vida); composição química de estrelas mais jovens e estudos envolvendo a Relatividade Geral de Einstein, que ajudam a compreender a estrutura de objetos celestes e suas interações, além da própria história cósmica (cosmologia).

O diferencial do CAE, segundo Nadja, está no caráter de interdisciplinaridade, visto que outros grupos de pesquisa cadastrados no CNPq investigam a física da atmosfera de forma separada de estudos sobre o cosmos, os objetos que o compõem e a sua evolução no tempo. Essa interdisciplinaridade vai permitir que o grupo possa estudar de maneira mais abrangente a atmosfera de outros planetas ou suas luas, por exemplo, e estudos relacionados ao Sol.

"Estamos abertos a contatos científicos, tecnológicos ou educacionais com pessoas e organizações que tenham afinidade com nossas áreas de pesquisa", diz a professora.

Fonte: Unifesp, via JC E-mail.
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Capacitação do IEAv em sensores inerciais

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IEAv amplia capacitação em sensores inerciais

19/10/2010

No início de 2010, o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) iniciou projeto de desenvolvimento de sensores micro-eletro-mecânicos com o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM).

O domínio desta tecnologia permitirá a miniaturização de centrais inerciais e outras aplicações de interesse do Comando da Aeronáutica.

Entre as grandes inovações do projeto estão a alta temperatura de operação e a fusão de lâminas de semicondutores, o que permitirá a operação dos sensores em ambientes altamente hostis, como veículos lançadores, armas inteligentes e poços de petróleo do pré-sal.

Especificamente, o sensor ora em desenvolvimento é um acelerômetro miniaturizado. Estes sensores consistem em pequenas partes móveis fabricadas em semicondutores e acopladas a um controle eletrônico. As dimensões dos dispositivos são da ordem de micrometros a milímetros, dependendo dos graus de estabilidade e sensibilidade desejados.

Para fabricá-los, utilizam-se técnicas de micro e nanofabricação desenvolvidas pela indústria de microeletrônica para a fabricação de circuitos integrados.

Este esforço é financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), do Ministério da Ciência e Tecnologia, sendo que o IEAv lidera um grupo de instituições formado ainda pela Universidade de São Paulo e pelo Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer.

O Cel. Av. Carlos Fernando Rondina Mateus, Coordenador-Geral do projeto, afirma que esta mesma tecnologia poderá ser utilizada para fabricar girômetros (sensores de rotação) miniaturizados para centrais inerciais altamente compactas, filtros de radio frequência para operação de radares, e até mesmo controlar superfícies aerodinâmicas em velocidades hipersônicas.

Com isso, o IEAv continua a contribuir decisivamente para propiciar ao País a independência tecnológica em sensores estratégicos.

Fonte: IEAv, editado pelo blog.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Argentina: entrevista sobre a Arsat

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A edição de outubro da revista norte-americana Via Satellite, especializada em satélites, especialmente de comunicações, tem uma entrevista com Pablo Tognetti, diretor-presidente da companhia estatal argentina de comunicações Arsat. Esta é a única provedora de serviços de comunicações via satélite na América do Sul que contratou a construção de satélites na região, no caso, junto a empresa também argentina Invap.

A entrevista traz informações interessantes, como o custo dos satélites Arsat, fontes de recursos de financiamento e retorno de investimento, e também a ideia de se exportar futuramente o projeto dos satélites. São informações que demonstram mais uma vez a competência e criatividade do governo argentino no desenvolvimento de tecnologia espacial.

Abaixo, destacamos os principais trechos, traduzidos pelo blog do inglês para o português:

Satélites Arsat

"O plano de operação de satélites da Arsat envolve três satélites, sendo que o primeiro - Arsat-1, está em construção e seu lançamento está programado para o meio de 2012. Nós assinamos um contrato com a Arianespace para o lançamento deste satélite. Planejamos lançar o Arsat-2 em 2013 e então o Arsat-3 em 2014, respectivamente. O desafio inicial é completar a construção dos satélites Arsat-1 e Arsat-2. Isto está em andamento numa companhia chamada Invap, localizada ao sudeste da Argentina. Esta é uma empresa de tecnologia que é a "prime contractor" dos satélites."

Custo dos satélites

"Nós estamos aplicando cerca de US$ 200 milhões nos próximos 12 meses, e isto representa os investimentos para o Arsat-1 e Arsat-2. A maior parte do financiamento vem de nosso principal acionista, o Ministério do Planejamento e Investimento Público. Isto é reflexo do alto interesse no programa por parte do governo, mas nós obtivemos uma nova fonte de financiamento, que é uma organização multilateral de financiamento, a Corporacion Andina de Fomento (CAF). A CAF outorgou um primeiro empréstimo de US$ 36 milhões. Esta foi a primeira vez que a corporação financiou um projeto de satélite. A CAF usualmente empresta recursos para a construção de estradas e outros projetos de infraestrutura. Esta foi a primeira vez que eles financiaram um projeto de tecnologia, e nós estamos orgulhosos disso. Este valor será aplicado na fase de desenvolvimento do projeto.

Nós agora submetemos para avaliação da CAF um segundo empréstimo, no valor de US$ 100 milhões. Este será destinado especificamente para o Arsat-1. O custo do Arsat-1 será maior do que os dos outros dois satélites, em razão de custos não-recorrentes de desenvolvimento, mas o custo do Arsat-2 provavelmente será de US$ 210 milhões, incluindo lançamento e seguro. Como há uma curva de aprendizado, e por que nós também desejamos aumentar a contribuição doméstica na construção dos satélites, nós esperamos uma redução nos custos. Nós acreditamos que o custo do Arsat-3 será em torno de US$ 200 milhões ou menor. Além do mais, esperamos implementar um plano de negócios com a Invap, a companhia que está construindo os satélites, para tentar exportar estes satélites. A Arsat está pagando pelo desenvolvimento, logo, ela possui toda a propriedade intelectual."

Retorno do investimento

"Esperamos que o plano de re-pagamento destes satélites, incluindo os custos não-recorrentes, esteja completo por volta de 2020."

Demanda governamental e militar na Argentina

"Nós não temos banda X planejada para os nossos satélites. Temos capacidade em banda C e Ku, e estamos fornecendo alguma capacidade em banda Ku para o Ministério da Defesa da Argentina. Não há planos específicos para construir satélites com banda X num futuro próximo. Nós ajudaremos o Ministério da Defesa da Argentina a resolver algumas de suas demandas em relação a capacidades. Entendo que uma reformulação da estratégia em telecomunicações está ocorrendo no Ministério da Defesa, logo, esperamos atender sua necessidade em termos de capacidade.

Várias agências governamentais, tais como a de Saúde e Educação, por exemplo, estão também tomando ciência da importância e potencial em usar tecnologias e serviços baseados em satélites. Há uma demanda de usuários muito forte. Estamos vendo mais e mais demanda de departamentos governamentais, então temos visto demandas potenciais da alfândega, departamentos policiais e outras instituições que querem suas redes duplicadas, por exemplo."


Arsat-4

"Nós não pensaremos sobre o comissionamento do Arsat-4 até que o Arsat-1 tenha sido lançado. Somos entrantes no mercado, então não desejamos ir muito rápido. Esperamos que a demanda por capacidade cresça. A Argentina é um grande país com áreas como a Patagônia, onde a densidade populacional é muito baixa, e onde há pequeno interesse do setor privado em [instalar] redes terrestres. Nós achamos que há uma oportunidade gigantesca na oferta de serviços de satélites. E esperamos crescer nessa área."
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Uso de satélites em gerenciamento de catástrofes

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No 10º Congresso Latino-Americano de Satélites, realizado no Rio de Janeiro no início deste mês, Marzio Laurenti, presidente da Telespazio Brasil, fez uma apresentação sobre o uso de satélites no gerenciamento de catástrofes, com base em três pilares principais: telecomunicações, sensoriamento remoto e navegação.

O que tornou a palestra mais interessante foram as demonstrações do uso de tecnologia de satélites em casos concretos, tais como os terremotos que assolaram Guan Xian, na China, em maio de 2008, a cidade de L´áquila, na Itália, em abril de 2009, e o Haiti, em janeiro de 2010, além de inundações, alagamentos e vazamentos de petróleo.

Um dos casos concretos apresentados chama mais atenção, especialmente por ser pouco conhecido ou divulgado. Logo após o desaparecimento no Atlântico do Airbus A330 da Air France que seguia do Rio de Janeiro para Paris (voo AF 447), na madrugada de 1º de junho, a Força Aérea Brasileira (FAB) solicitou o suporte do sistema de satélites COSMO SkyMed, operado pela Telespazio, para o imageamento de área de possível queda. A solicitação foi feita por volta das 13h00 de 1º de junho, tendo sido adquiridas às 03h15 de 2 de junho um total de 5 imagens "wide region" (resolução de 30 metros). Cerca de duas horas após a aquisição das imagens pelo sistema, estas estavam disponíveis para download pela FAB via FTP. Entre a solicitação e disponibilização dos dados, transcorreram aproximadamente 18 horas.

"No caso do voo AF 447, a FAB nos contratou pela velocidade no atendimento e tamanho de cobertura da imagem. Fomos uma opção mais rápida e barata", afirma Laurenti.

Apesar de análises posteriores terem demonstrado que os rastros de óleo não tinham relação com o AF 447, os dados do COSMO SkyMed orientaram os trabalhos de busca da FAB, que na operação de resgate também empregou aeronaves Embraer R-99B, dotadas de sensores radar conceitualmente similares aos utilizados em satélites radar. Diz Laurenti: "Após a detecção desses objetos em uma das imagens radar coletada, as equipes de busca e salvamento se concentraram nessa área, e após análises com os materiais coletados, verificaram que não existia relação com o Airbus que, afinal, até hoje não conseguiram localizar".

Dados do COSMO SkyMed serão freqüentemente usados também pelo Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). Em agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Telespazio Brasil assinaram um acordo de parceria para estudos relacionados ao uso no País de imagens da constelação.
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Notícia sobre o Programa GPM

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Brasil se prepara para integrar uma constelação de satélites que vai monitorar as chuvas na Terra

14/10/2010
Cesar Baima

RIO - O Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement, GPM) vai aprimorar programas em curso, produzindo estimativas de chuva a cada 3 horas. Para tanto, já está em negociação com a Nasa, a agência espacial dos EUA, e a CNES, a agência espacial francesa, a inclusão de instrumentos das duas instituições em um satélite nacional, batizado GPM-Brasil, que deverá ser lançado até 2015, conta Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

- Há um problema sério na previsão do tempo, principalmente em relação a chuvas intensas, que em zonas urbanas podem provocar desastres - diz Câmara. - Com as mudanças climáticas, aumentarão as chuvas de maior intensidade e o Brasil é um país que poderá sofrer muito. Então, para nós é importante ter formas de medir isso, o que poderá levar a uma redução no número de mortes decorrentes de tempestades. Será um projeto de uso direto da sociedade, e não só científico.

Segundo o diretor do Inpe, o GPM-Brasil deverá usar a mesma plataforma do Amazônia 1, satélite de monitoramento de recursos terrestres que deve ser lançado em 2013. Seu desenvolvimento, previsto no Plano Nacional de Atividades Espaciais, tem recursos do Orçamento da União.

- O ponto de vista do espaço é único, permite uma cobertura com alta precisão - reforça Michael Freilich, diretor de Ciências da Terra da Nasa.

Mas, antes mesmo do Amazônia 1, em novembro do ano que vem o Brasil deverá lançar o CBERS-3, sigla em inglês para Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres. No início deste ano, o CBERS-2B, lançado em 2007, apresentou problemas e suas operações foram encerradas antes do previsto. Mas, graças à cooperação internacional, o país não enfrenta prejuízos nos principais dados que eram monitorados por ele - queimadas, desmatamento e mudanças no uso da terra.

Fonte: Jornal O Globo.
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CBERS 3 no espaço em novembro de 2011

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Cbers-3 será lançado em novembro de 2011

A próxima versão do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, o Cbers-3, será lançada em novembro do próximo ano, segundo o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara

A previsão de Câmara foi feita nesta quarta-feira, dia 13, durante a reunião de cúpula do Comitê de Satélites de Observação da Terra (Ceos), no Rio de Janeiro, que vai até quinta-feira, dia 14. O Inpe ocupa atualmente a presidência do Ceos.

Em 12 de maio deste ano, o Inpe anunciou o fim de operações do Cbers-2B, com o qual perdeu contato desde março. Os atrasos no cronograma de lançamento do Cbers-3 estariam relacionados com o embargo à venda de componentes eletrônicos de aplicação espacial, imposto à China pelos Estados Unidos, segundo reportagem do jornal "Valor Econômico" publicada em maio. A próxima versão do satélite será lançada da China, assim como os Cbers-1, Cbers-2 e Cbers-2B.

"Enquanto isso, estamos usando imagens dos satélites norte-americano, o Landsat, e indiano, o Resourcesat", disse Câmara, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. "A Índia está presente aqui e confirmou a disposição de renovar o acordo de recepção de dados, de tal forma que o novo satélite indiano vai poder ser usado", completou Câmara, referindo-se ao Resourcesat-2, a ser lançado no fim deste ano.

Segundo Câmara, os acordos para compartilhamento de dados entre as agências garantem o monitoramento do solo brasileiro. "Os dados desses satélites suprem as necessidades. Naturalmente, gostaríamos de ter mais dados, mas a tendência é que a próxima geração de satélites de observação da Terra aumente muito a quantidade e a qualidade de informações que a gente presta para o Brasil", afirmou o diretor do Inpe.

O compartilhamento de dados de monitoramento terrestre via satélite é uma das principais agendas do Ceos. Em 2004, o Inpe foi pioneiro ao disponibilizar imagens de satélite gratuitamente, para usuários de todo o mundo. Dois anos depois, a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, adotou iniciativa semelhante.

Também durante a entrevista coletiva, o secretário-geral do Grupo sobre Observações da Terra (GEO, na sigla em inglês), José Achache, destacou o acesso a dados livres como ponto crítico da cooperação científica entre agências espaciais do mundo todo. O GEO reúne 84 países e trata de todo o tipo de monitoramento sobre a Terra (não apenas o espacial).

Gilberto Câmara também destacou avanços em negociações para cooperação científica com a Nasa, conforme encontros no âmbito da reunião de cúpula do Ceos, nesta terça-feira, dia 12. A disposição colaborativa da agência norte-americana iria além da liberação de informações dos satélites e estaria relacionada a mudanças na política espacial promovidas pelo governo de Barack Obama.

"A Nasa, com a nova política espacial, está focando em observações da Terra, entendendo o planeta em que vivemos, e numa ênfase muito definitiva em colaboração internacional. Nove das 13 missões de pesquisa [da Nasa] envolvem colaboração internacional substancial", afirmou Michael Freilich, diretor da Divisão de Ciência da Terra da Nasa, depois de citar o caso da lacuna deixada pelo Cbers-2B como exemplo da importância da colaboração internacional nesse campo.

Cúpula

Durante a reunião de cúpula do Ceos também foi anunciada a adesão de dois membros: o National Satellite Meteorological Center (NSMC), órgão da China Meteorological Agency (CMA), e a South African National Space Agency (Sansa). Criado em 1984, o Ceos concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais.

Ao fim da reunião, nesta sexta-feira, dia 15, a Agenzia Spaziale Italiana (ASI) assume a presidência rotativa do comitê. A reunião também resultará num relatório sobre todos os fatores influentes nas mudanças climáticas que podem ser monitorados via satélite. O objetivo é subsidiar a reunião do GEO, em Pequim (China), em novembro, e a Conferência das Partes (CoP-16) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), em Cancún (México), em dezembro.

(Vinicius Neder, com informações da Assessoria de Comunicação do Inpe)

Fonte: JC E-mail, 13/10/2010
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Novo website da INVAP

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A companhia argentina INVAP, atuante nas áreas nuclear, aeroespacial, radares, industrial e sistemas médicos, está com um website com novo lay-out e mais informações sobre sua história, atividades e projetos. O site é http://www.invap.com.ar

Fundada na década de setenta para atuar inicialmente no setor nuclear, a estatal INVAP é a principal indústria espacial da Argentina, estando envolvida em todos os projetos de satélites do país vizinho, como o de observação terrestre SAC-D, que no momento está em testes no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, e os de comunicações da série Arsat.

Curiosamente, o novo website (assim como o antigo) não traz qualquer menção ao contrato de desenvolvimento do sistema de controle de atitude e órbita (ACDH, sigla em inglês) para a Plataforma Multimissão (PMM), firmado com o INPE no final de 2008, pelo valor aproximado de R$ 47,5 milhões.
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cúpula do CEOS no Rio de Janeiro

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Cúpula do CEOS discute monitoramento do sistema terrestre no Rio de Janeiro

11/10/2010

O Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS, Commitee on Earth Observation Satellites), que este ano está sendo presidido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vai se reunir de 12 a 15 de outubro, no Sheraton Hotel do Rio de Janeiro, para discutir o uso de imagens de satélites no monitoramento do sistema terrestre.

Estão confirmadas as presenças, além do diretor do INPE, Gilberto Câmara, de representantes de diversas agências espaciais do mundo como NASA (Agência Espacial Americana), ESA (Europa) ASI (Itália), CNEs (França), CSA (Canadá) e CONAE (Argentina).

No encontro, serão abordadas as contribuições do CEOS para a iniciativa de FCT (Forest Carbon Tracking), que se insere no contexto de orientação de políticas globais de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação de florestas (REDD+), através do sensoriamento remoto por satélite.

Criado em 1984, o CEOS concentra 28 agências espaciais e 20 organizações internacionais e deve ganhar dois novos membros na Cúpula do Rio: o NSMC (National Satellite Meteorological Center), órgão da CMA (China Meteorological Agency), e a SANSA (South Africa National Space Agency). Além disso, o CEOS vai nomear um novo presidente para 2011.

Durante a Cúpula, as agências espaciais membros do CEOS também vão alinhar seus planos de ação para o próximo ano e elaborar um relatório para a reunião do GEO (Group on Earth Observation), em novembro, em Beijing. O CEOS prepara também um relatório para a Cúpula sobre o Clima das Nações Unidas (COP-16), cuja próxima edição será em Cancun.

Brasil

A política de dados livres adotada pelo INPE fez do Brasil um exemplo mundial na área de Observação da Terra, tornando o Sensoriamento Remoto uma ferramenta de fácil acesso. O sucesso desta iniciativa pioneira levou outros países, como os Estados Unidos, a disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução.

A distribuição gratuita através da internet começou em 28 de junho de 2004, com as imagens do CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Logo após, o INPE tornou livre o acesso às imagens históricas dos satélites LANDSAT. Atualmente o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto do Instituto, instalado em Cachoeira Paulista (SP), tem disponíveis imagens dos satélites CBERS-2 e 2B, Landsat 1, 2, 3, 5 e 7, e ResourceSat-1. As imagens de todos estes satélites são fornecidas sem custo para qualquer usuário do mundo.

O Brasil possui um dos acervos de imagens de satélites mais antigos do mundo, pois recebe os dados LANDSAT desde 1973 através da estação do INPE em Cuiabá (MT). Lançado em 1972, o Landsat-1 foi o primeiro equipamento orbital de sensoriamento remoto de recursos terrestres, sendo o Brasil o terceiro país a receber este tipo de imagem, depois apenas dos Estados Unidos e Canadá.

Os países da América do Sul que estão na abrangência da estação de Cuiabá são os mais beneficiados. O INPE tem também cooperações para fomentar esta iniciativa em nações como África, Ilhas Canárias, Gabão e Gana.

Fonte: INPE

Comentário: atualmente, o Brasil, representado pelo INPE, ocupa a presidência do CEOS (de outubro de 2009 a outubro de 2010). No mês de fevereiro, o Instituto já havia sediado uma reunião do comitê (vejam a postagem "INPE sedia reunião do CEOS").
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sábado, 9 de outubro de 2010

Defesa e Espaço

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Na edição de hoje (09) do jornal "O Estado de S. Paulo", foi publicada uma reportagem sobre o interesse de grupos estrangeiros do setor de defesa no mercado brasileiro. Para ler a reportagem, clique sobre o título "Brasil é palco de disputa para indústrias militares".

Reproduzimos abaixo um dos trechos, que destaca o interesse do grupo europeu EADS no setor de satélites:

"A EADS (European Aeronautic Defence and Space Company) também revela que está em negociações com o Brasil para o setor de satélites. Não há ainda um acordo, mas a empresa estima que o setor de observação terrestre será uma das prioridades do governo brasileiro nos próximos anos."

Frequentemente, temos abordado no blog o crescente envolvimento do Ministério da Defesa (MinDef) em matérias relacionadas a espaço. Já envolvido na área de lançadores (VLS e foguetes de sondagem) por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, o MinDef tem adotado algumas medidas para se tornar protagonista em vários projetos, como o do Sistema Geoestacionário Brasileiro (SGB) e satélites de observação terrestre (Projeto Sentinela), entre outros.

Na última quarta-feira, 6 de outubro, a apresentação do ministro Nelson Jobim sobre o reaparelhamento e perspectivas para as Forças Armadas deu relativa ênfase ao segmento espacial (veja a postagem "Jobim, Defesa e Espaço"). Esta ênfase, aliás, foi destacada inclusive em algumas reportagens (ver a notícia "Reaparelhamento das Forças Armadas inclui sistema espacial, afirma Nelson Jobim", divulgada pela FIESP).
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

IAE compra equipamento para Centro de Alcântara

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IAE adquire equipamento utilizado pela Nasa para estudos de perfil do vento

08-10-2010

A Divisão de Ciências Atmosféricas do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) (IAE/ACA) adquiriu, recentemente, o equipamento denominado Mini Sodar, para a realização dos experimentos do projeto “Perfil do Vento no Centro de Lançamento de Alcântara”, apoiado financeiramente através do Programa de Tecnologia Espaciais (Ação 6704).

O Mini Sodar, único no Brasil e o segundo da América Latina, permanecerá instalado em frente à ACA por mais dez dias para o aprendizado de seu funcionamento, quando deverá ser transferido para o Aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf, de São José dos Campos, local onde pesquisadores e técnicos do IAE iniciarão a fase experimental de coleta de dados.

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), ponto focal do trabalho, deverá receber o equipamento em 2011, quando ítens necessários para a determinação da trajetória de foguetes serão calculados, tornando mais seguros os lançamentos dos veículos espaciais. Medidas do perfil de vento também estão previstas na Usina Coronel Abner, ainda este ano.

Utilizando uma nova técnica de sensoriamento remoto para os estudos da camada limite atmosférica, o Mini Sodar envia pulsos sonoros para uma altura de até 200 metros (baixa atmosfera), recebendo dela ondas sonoras modificadas de acordo com suas propriedades. A partir destas informações determina-se a velocidade e direção do vento em intervalos de 10 m até a altura máxima de 200 m.

Os dados coletados servirão para o determinação do perfil vertical da velocidade e direção do vento, informações também obtidas a partir de torres anemométricas. No caso de Alcântara, os estudos permitirão, inclusive, o acréscimo de informações à torre de 70 metros instalada no local.

O equipamento capaz de realizar medições em baixa atmosfera usando técnicas de sensoriamento remoto é também utilizado pela Nasa, para o apoio aos lançamentos no Kennedy Space Center (Centro de Lançamento do Cabo Canaveral), tal como o ônibus espacial americano (veículo Space Shutlle).

O Mini Sodar passou a ser conhecido pelos brasileiros a partir da participação do Dr. Gilberto Fisch, pesquisador da ACA, no congresso científico Isars (International Symposium for the Advancement of Boundary Layer Remote Sensing), realizado na Dinamarca em 2008. A missão, realizada com recursos financeiros provenientes do programa de Pesquisa e Desenvolvimento na área de Espaço, permitiu, além da aquisição do equipamento pela CAB-W, a assimilação do novo conhecimento para a transmissão aos técnicos brasileiros para uso no CLA.

O projeto de Infraestrutura e Capacitação, submetido em 2008 junto com pesquisadores da Divisão de Aerodinâmica (ALA), também viabilizará, para o próximo ano, a realização de simulações de escoamento atmosférico em túnel de vento para o auxílio às atividades no CLA. Já ocorreu, inclusive, a modernização de suas instalações e equipamentos (aquisição de sistema PIV). Dentro deste programa, enquanto a ACA estará encarregada das medidas em campo no Centro de Lançamento de Alcântara e o grupo, coordenado pela Dra. Ana Cristina Avelar (ALA), realizará as simulações em túnel.

Os resultados, analisados de forma integrada pela ACA e ALA, garantirão maior segurança aos lançamentos dos veículos espaciais, principalmente a dos foguetes de sondagem, onde a influência dos ventos é bastante significativa.

É o IAE trabalhando para oferecer a inovação necessária para o desenvolvimento aeroespacial brasileiro, na área de aerodinâmica e de ciências atmosféricas, setores tão necessários em nossos tempos.

Fonte: IAE/DCTA
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

45º aniversário do CLBI

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O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) realiza uma cerimônia hoje (07), para comemoração de seu 45º aniversário. Criado em 12 de outubro de 1965, o CLBI tem por missão lançar e rastrear foguetes, mas também tem se destacado por seu comprometimento com o meio ambiente. Desde 2004, o centro tem uma parceria com o projeto Tamar para a proteção de tartarugas marinhas, e com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para apoio a projetos de mestrandos e doutorandos da flora e fauna do Estado de RN.

O CLBI realizou em sua história quase três mil lançamentos de foguetes para organismos nacionais e estrangeiros, assim como participou de quase 200 rastreios da família europeia de lançadores Ariane, lançados de Kourou, na Guiana Francesa.

Neste ano, com a realização de três operações de lançamento do Foguete de Treinamento Básico, três rastreios internacionais e da participação, com os seus meios operacionais da Operação Falcão da Marinha do Brasil, o CLBI mostrou o alto nível de qualificação técnica dos seus integrantes. E pela primeira vez, em operação com a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), indústria de produtos de segurança que atende ao mercado interno e externo, o CLBI teve a oportunidade de contribuir, mais uma vez para a expansão das divisas brasileiras e do RN.

Fonte: informações do CLBI, editadas pelo blog.
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Programa Espacial da UNASUL?

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No início deste mês, uma comitiva italiana chefiada por Guido Crosetto, subsecretário de Estado para a Defesa, esteve em Buenos Aires para discutir acordos de cooperação com a Argentina. Como resultado da visita, foi assinado entre os países um memorando de cooperação para o desenvolvimento de projetos na área de indústria de defesa.

A visita teve propósitos especialmente militares e mais relacionados a questões bilaterais, mas um dos pontos abordados não deixa de chamar a atenção, indicando o interesse numa possível iniciativa conjunta de países da América do Sul, inclusive o Brasil, para o setor espacial.

Segundo as notícias divulgadas pela imprensa, representantes do governo argentino manifestaram à comitiva da Itália a intenção de se criar uma agência espacial no âmbito da União das Nações Sul-americanas (UNASUL). Crosetto teria, aliás, se comprometido a coordenar uma reunião entre os representantes do Ministério da Defesa da Argentina e a Agência Espacial Italiana para que esta possa colaborar no planejamento, dada sua experiência com a Agência Espacial Europeia. A UNASUL foi criada em 2004 e é constituída pelos doze países da América do Sul.

Na linha de um possível programa espacial conjunto, em meados de setembro, Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira, afirmou ao blog que os governos brasileiro e americano consideravam iniciativas de cooperação espacial que envolveriam outros países sul-americanos.
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Jobim, Defesa e Espaço

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O ministro da Defesa Nelson Jobim fez hoje (06) uma extensa apresentação sobre as mudanças, perspectivas e projetos para a área de Defesa no Brasil, em seminário sobre o reaparelhamento das Forças Armadas promovido pela Federação das Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo.

Ao longo de cerca de duas horas, Jobim discorreu sobre o que ele intitula "Nova Defesa", uma nova realidade para as Forças Armadas, com base na Estratégia Nacional de Defesa (END), e em vários momentos de sua apresentação, foram abordados questões relacionadas às atividades espaciais.

Ao tratar da necessidade de se ter capacidades de monitoramento e controle, um dos eixos estruturantes da END, o ministro falou sobre a ideia (ou seria projeto?) de um sistema espacial brasileiro, uma constelação de satélites de imageamento para se atender as necessidades brasileiras, não apenas militares, mas também em agricultura, monitoramento ambiental, entre outras. Nesse ponto, Jobim criticou o fato do Brasil ser dependente da compra de imagens de satélites de outros países, que, a qualquer momento, poderiam cessar o fornecimento. A autonomia, disse ele, virá apenas quando o País possuir seus próprios satélites.

O ministro também discorreu sobre setores considerados estratégicos pela END, como o cibernético, espacial e nuclear. Mencionou o problema dos quilombolas na base de lançamento de Alcântara, no Maranhão, que já está sendo equacionado, e também a necessidade de se dispor de satélites de diferentes órbitas e funções, como de observação terrestre, meteorológico e comunicações. Demonstrando estar muito bem informado a respeito, Jobim destacou que em 2025, em razão das regras da ICAO (International Civil Aviation Organization), o controle de tráfego aéreo deverá ser feito por meio de satélites (sistema CNS/ATM), e que a consequência para os países que não adotarem este sistema será o pagamento de seguros aeronáuticos muito mais caros.

Ainda na linha da necessidade de se dispor de meios de monitoramento e controle, e entrando ponto a ponto nas necessidades de cada força, o ministro apresentou slides com mapas de infraestruturas estratégicas para o País, como hidrelétricas, linhas de transmissão, plataformas petrolíferas e oleodutos, etc. Em seguida, apresentou brevemente o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), a ser operado pela Marinha do Brasil, e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército. Conceitualmente, o SisGAAz envolverá uma rede de satélites e outros sensores para o monitoramento de 4,5 milhões de quilômetros quadrados da costa brasileira, a chamada "Amazônia Azul". Quanto ao Sisfron, Jobim disse que será "um sistema de satélites", radar e ótico. O sistema também contará com sensores essenciais, de banda P, tecnologia dominada no Brasil por uma única empresa (não foi mencionado o nome da empresa, mas trata-se da OrbiSat).

Em relação aos projetos para o fortalecimento do poder aéreo (Força Aérea Brasileira), o ministro elencou a modernização do Centro de Lançamento de Alcântara, já em andamento, e também o programa do Veículo Lançador de Satélites (VLS).
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Amazônia, biodiversidade e tecnologia espacial

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A última edição disponível (de julho de 2010, nem tão recente assim) da revista CNES Mag, editada pela agência espacial francesa (Centre National d'Études Spatiales - CNES), tem uma reportagem muito interessante intitulada "Biodiversité - Espace et préservation des espèces" (em português, "Biodiversidade - Espaço e preservação das espécies").

O foco, como o título mesmo indica, é a aplicação da tecnologia espacial na preservação da biodiversidade (fauna e flora), nomeadamente satélites de observação terrestre, utilizada por organismos governamentais franceses. E quando se discute biodiversidade na França, esta não está restrita apenas àquela existente na Europa, mas também a da Guiana Francesa, na floresta amazônica, ao norte do Brasil.

Uma informação curiosa, que dá uma dimensão das dificuldades de se imagear com sensores óticos a região amazônica: a estação de recepção de dados dos satélites da série SPOT instalada na Guiana Francesa é a mais demandada de todas as estações terrenas da série. A razão para isto, segundo a reportagem, é que por causa da cobertura das nuvens, podem ser necessárias mais de cem tentativas (isto é, cem passagens do satélite!) para se obter uma imagem com qualidade de uma determinada área, e a proximidade da estação com a antena de recepção torna a recepção de imagens mais fácil e eficiente. Isto mostra a importância de se contar com dados gerados por satélites radares, ponto que o blog tem insistentemente abordado desde a sua criação.

Aliás, na opinião do blog, em matéria de publicações institucionais, a revista da CNES deve ser considerada uma referência, dada a sua qualidade e profundidade das reportagens publicadas.
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Notícia sobre a Missão ASTER

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UFABC desenvolverá instrumentos para missão brasileira ao espaço

30/09/2010

Professores da Engenharia Aeroespacial da UFABC, engajados na primeira missão brasileira ao espaço profundo, apresentaram um plano de desenvolvimento de dois instrumentos científicos que serão embarcados na sonda espacial não-tripulada que visitará o asteróide triplo 2001-SN263 em 2018.

Um altímetro laser que auxiliará na navegação da sonda e no mapeamento topográfico do alvo e um espectrômetro que analisará a radiação infravermelha irradiada pelo asteróide para determinação da sua composição. Os detalhes do plano de desenvolvimento foram discutidos durante o 2º workshop de instrumentação científica realizado nos dias 16 e 17 de setembro no campus da Unesp de Guaratinguetá.

"O plano de desenvolvimento que melhor atende aos objetivos da missão, da UFABC e do país deve necessariamente privilegiar a construção e qualificação espacial destes instrumentos em parceria com a academia, institutos de pesquisa e empresas nacionais", disse Antonio Gil, um dos professores da UFABC envolvidos na missão. Além do desenvolvimento dos instrumentos, a UFABC poderá também auxiliar na otimização de trajetórias orbitais até o alvo.

A missão ASTER, como foi batizada, deve-se à iniciativa estratégica de cientistas e engenheiros brasileiros para impulsionar o setor aeroespacial do país através da formação de pessoal qualificado, da maturação de tecnologias e da fundamentação de expertise necessárias para o sucesso de missões interplanetárias não-tripuladas desta magnitude. Além disso, a exploração do ainda desconhecido asteróide triplo 2001-SN263 poderá revelar segredos do nascimento do nosso sistema solar.

O próximo workshop será realizado no INPE, em São José dos Campos, onde cientistas do Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia Russa de Ciências (IKI) apresentarão as características do lançador orbital e dos equipamentos de telemetria russo que serão utilizados na missão. A missão será oficialmente apresentada para a comunidade acadêmica da UFABC em outubro. A logomarca, utilizada para resumir a primeira missão brasileira ao espaço profundo, foi temporariamente sugerida pela UFABC, mas será futuramente decidida, assim como seu nome, através de enquete popular.

Fonte: UFABC
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Eleições e o Programa Espacial

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O Deputado Federal Rodrigo Rollemberg, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi eleito ontem (03) senador pelo Distrito Federal. Formado em História pela Universidade de Brasília (UnB), Rollemberg é deputado federal desde 2006, e tem tido destacada atuação em matérias relacionadas a Ciência & Tecnologia e o Programa Espacial Brasileiro (PEB).

O parlamentar é o relator do estudo sobre o PEB realizado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, que deve ser apresentado oficialmente no próximo mês de novembro, e reiteradamente tem demonstrado interesse nas atividades espaciais, publicando artigos na imprensa e também pautando discussões sobre o tema no Congresso Nacional, tornando-se referência no assunto no Legislativo.

A proposta de lei apresentada este ano na Câmara dos Deputados sobre incentivos à indústria espacial está sendo, por exemplo, relatada por Rollemberg.
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sábado, 2 de outubro de 2010

FogTrein II: mais um FTI lançado de Alcântara

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CLA lança mais um foguete de treinamento para corrigir os sistemas operacionais

O Estado do Maranhão
30-09-2010


Para avaliar as correções feitas no projeto original do Foguete de Treinamento Intermediário (FTI), foi realizado, às 16h de ontem, o lançamento do protótipo no qual foram identificados novos procedimentos que necessitam de correção tanto no foguete quanto em sistemas operacionais. A operação ocorreu no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Esse foi o segundo lançamento do modelo desenvolvido pela empresa brasileira Avibras, cujo projeto está em fase de qualificação para que o mesmo seja produzido em série com fins comerciais. O lançamento integra a Operação FogTrein II, missão com fins de treinamento, avaliação dos sistemas operacionais do CLA, bem como desempenho do foguete.

Em agosto, foi realizado o primeiro lançamento do FTI. Na ocasião, o modelo apresentou falhas no motor que resultaram no mau desempenho e prejudicaram o apogeu do protótipo. Com base nessas falhas, foram realizadas algumas correções, mas, apesar das mudanças, o desempenho do motor também não atingiu ontem a expectativa esperada no lançamento. Para a atividade, existia a previsão de apogeu de 60 mil metros e o alcançado foi de apenas 38.725 m, em um tempo de vôo de 192 segundos, o equivalente a uma baixa de 36% em relação ao previsto.

“Quando realizamos o primeiro lançamento, percebemos falhas que prejudicaram o desempenho balístico do modelo. Fizemos algumas alterações e, mesmo assim, o foguete continuou apresentando resultado abaixo do esperado. Isso nos faz voltar a realizar estudos para entender o que estaria causando os problemas”, explicou o diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, coronel Ricardo Rodrigues Rangel, que também é coordenador-geral da operação.

Além do sistema balístico do foguete, com a operação, também foi possível identificar uma falha no sistema de ignição. Uma das chaves de segurança, antecipou-se 13 segundos na cronologia do lançamento. Uma falha desse tipo poderia prejudicar os resultados em casos de lançamentos de grande porte. “Nós temos três chaves de segurança, mas uma não funcionou como deveria acontecer. Agora, vamos investigar os motivos que levaram essa antecipação no acionamento”, detalhou o coronel Rangel.

Apesar das falhas identificadas na operação, o coronel Rangel considerou a Operação FogTrein II como bastante positiva, pois com ela foi possível avaliar melhor o foguete e na qual se identificou outros problemas que devem ser corrigidos para operações maiores.

“O foguete teve um comportamento de rotação, estabilização e transmissão de dados considerados perfeitos. Depois dessa avaliação, nós estamos programando dois outros lançamentos para o próximo ano, um no CLA e outro no Centro de Lançamento Barreira do Inferno, em Natal”, informou o diretor do CLA destacando a importância dos testes antes da produção em série do modelo FTI. “É fundamental que essas falhas sejam identificadas antes de realizar uma produção em série”, ressaltou.

Outras atividades – Ainda este ano, estão previstas duas operações de lançamento no CLA, integrados a Operação Maracati. Na campanha, que será iniciada no dia 16 de novembro e se estenderá até 15 de dezembro, será lançado um Foguete Improved Orion e um VSB-30.

No caso do VSB-30, modelo de médio porte que integra o Programa de Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB), serão colocados em órbita cerca de 10 experimentos científicos para testes em microgravidade. “No caso deste lançamento, será necessário o resgate da carga útil, o que aumenta a complexidade da operação”, adiantou coronel Rangel.

Em relação aos testes da Torre Móvel de Integração (TMI), de onde serão realizadas atividades com foguetes de grande porte, incluindo o Veículo Lançador de Satélites (VLS), a programação foi alterada e as primeiras atividades, antes previstas para serem iniciadas neste mês, foram adiadas para fevereiro do próximo ano. “O atraso ocorreu por causa das obras, não teve nenhum problema operacional. Com a nova previsão, as simulações com o foguete foram adiadas”, informou.

Fonte: O Estado do Maranhão, 30/09/2010, via website da AEB.
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Satélites governamentais X privados

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Projetos nacionais não podem fechar o mercado, defende setor

quinta-feira, 30 de setembro de 2010, 20h49

Os projetos de lançamento de satélites nacionais não são uma preocupação do setor. Mas o fechamento do mercado que está sendo promovido por alguns países, sim. "O que nos preocupa não é o aparecimento de frotas nacionais, é a tendência de fechar o mercado", afirma Jurandir Pitsch, vice-presidente de desenvolvimento de mercado para a América Latina da SES World Skies.

Segundo ele, a Argentina, que tem um projeto de satélite nacional, está dificultando a entrada de players internacionais, sem falar em países como a China, onde o mercado é totalmente fechado. A Bolívia também tem um projeto deste tipo e anunciou que vai fechar o mercado, segundo Pitsch.

Para Édio Gomes, diretor técnico da Hispamar, o governo não deveria se preocupar em operar um satélite comercial, mas sim fazer parceira com as operadoras. "Gostaria de ver a indústria brasileira fazer componentes para satélite. São poucos os fornecedores", diz ele. Outra área que o governo deveria estimular é a base de lançamento de Alcântara (MA), segundo ele, a segunda melhor do mundo. "A operação é melhor deixar para as empresas", afirma. O Brasil tem um projeto, em fase embrionária, de lançar um satélite geoestacionário nacional.

Fonte: Teletime
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