sexta-feira, 2 de março de 2012

Integração da AEB com o INPE

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Ministro confirma integração da AEB com o Inpe

29/02/2012 - 7h59 (Karina Toledo - FAPESP)

Agência FAPESP – Em visita à sede da FAPESP realizada em 27 de fevereiro, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, deu como certa a integração da Agência Espacial Brasileira (AEB) com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Raupp revelou ainda haver no governo federal consenso de que os institutos de pesquisa deverão se alinhar às políticas executadas pelas secretarias e agências subordinadas ao ministério.

A integração da AEB com o Inpe é defendida por Raupp desde o tempo em que ele presidia a agência, como forma de aperfeiçoar o programa espacial brasileiro.

“A AEB foi criada muito depois do Inpe e apenas para mostrar ao mundo que o programa brasileiro era civil. Mas não atribuíram a ela o comando das entidades tecnológicas. Isso prejudicou muito o funcionamento do sistema”, afirmou o ministro.

Segundo Raupp, a integração seria a única forma de contornar o problema sem criar grandes conflitos. “A ideia já foi aceita no governo. O diretor do Inpe será membro da diretoria da AEB”, explicou.

Seguindo a mesma linha, o ministro pretende aumentar a influência das outras agências e secretarias ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sobre todos os institutos de pesquisa federais. “Hoje eles têm uma atuação completamente autônoma e independente em relação às políticas que esses agentes estão desenvolvendo”, disse.

Para exemplificar, Raupp disse que a Secretaria de Política de Informática ficaria responsável por supervisionar o trabalho de todos os institutos que trabalham com estudos nessa área. “Acho isso muito importante para justificar a existência desses institutos. Não tem sentido eles ficarem se comportando como institutos universitários”, completou.

O objetivo da visita à FAPESP, segundo Raupp, foi “aumentar e qualificar” os projetos realizados em parceria com a entidade. O ministro ressaltou que alguns dos projetos “mobilizadores da política pública de ciência e tecnologia” estão em São Paulo, como o do primeiro reator nuclear multipropósito. Entre as finalidades do equipamento estão a produção de radioisótopos para uso na medicina nuclear e pesquisas em campos diversos, como energia, agricultura, indústria e meio ambiente.

“Já temos parcerias bem estabelecidas com a FAPESP nos institutos federais, como a do supercomputador instalado no Inpe para pesquisas climáticas. Mas queremos a participação da FAPESP também nos projetos novos”, afirmou Raupp.

O presidente da FAPESP, Celso Lafer, destacou que a área de ciência, tecnologia e inovação é de interesse nacional. “É um capítulo de política de Estado e não de governo. Olhamos isso com a perspectiva de São Paulo, nossa base, mas como uma questão do país, que nos cabe cooperar e ajudar”, disse.

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirmou que a entidade tem interesse em colaborar com o ministério, como já vem fazendo no caso dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

O programa foi lançado em 2008 pelo MCTI, com recursos de R$ 607 milhões obtidos em parceria com as fundações de amparo à pesquisa estaduais.

“A FAPESP financia 50% dos recursos destinados aos 44 institutos sediados no Estado de São Paulo. Responsável por R$ 113,4 milhões do total de recursos investidos nos INCTs, a FAPESP só fica atrás do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico entre as fontes financiadoras”, destacou Brito.
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