sexta-feira, 28 de setembro de 2012

42 anos do INPE em Cachoeira Paulista


Cachoeira Paulista reúne atividades de propulsão, geração de imagens, monitoramento solar e meteorologia

Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

Na última sexta-feira, 28 de setembro, a Unidade de Cachoeira Paulista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comemora 42 anos.

Em Cachoeira Paulista, o INPE mantém, entre outros experimentos e atividades, o CPTEC, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), o Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP), as divisões de Geração de Imagens (DGI) e de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA), além do Projeto BDA para monitoramento da atividade solar.

Mudanças climáticas

O Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) desenvolve em Cachoeira Paulista pesquisas e projeções de clima reconhecidas e utilizadas por instituições nacionais e internacionais, que colocam o INPE na vanguarda da área. No CCST têm sido realizados os estudos para avaliação de impactos das mudanças ambientais globais e regionais nos sistemas sócio-econômico-ambientais, especialmente aqueles associados às implicações no desenvolvimento nacional e na qualidade de vida, além das pesquisas voltadas ao monitoramento, mitigação e adaptação às mudanças ambientais. Através dos modelos computacionais do CCST, o INPE elabora cenários futuros de mudanças ambientais globais de interesse do país.

Propulsão e Combustão

Os ensaios do subsistema propulsivo completo da Plataforma Multimissão (PMM), realizado na câmara principal de vácuo do Banco de Testes com Simulação de Altitudes (BTSA), é um dos destaques do ano. O BTSA é parte do Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) que, há três meses, foi responsável pela qualificação do primeiro subsistema de propulsão nacional para satélite, que estará a bordo do Amazônia-1.

O LCP construiu um sistema de compatibilidade de materiais para o desenvolvimento de um tanque de hidrazina nacional, em parceria com a Fibraforte, empresa brasileira envolvida no subsistema de propulsão da PMM.

A equipe do LCP participou também da elaboração de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para o setor espacial, incluindo normas de segurança e compatibilidade de materiais e normas de características, amostragem e métodos de análise de fluidos.

O LCP deve inaugurar em novembro o seu Laboratório de Aplicações em Combustão e Gaseificação (LACG), que conta com financiamento da Petrobras. Este laboratório servirá para estudos de processos de combustão e gaseificação, visando a mitigação do efeito estufa, com a redução das emissões de poluentes e de consumo de combustíveis.

No LCP são realizadas atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de combustão aplicada, combustão teórica e meio ambiente, que envolvem desde queimadas experimentais (quando se incendeia uma área controlada, para fins de pesquisa) na Amazônia a testes de materiais poliméricos do veículo lançador de satélites (VLS) e o desenvolvimento de injetores de biocombustíveis. Outra área atendida pelo LCP é a de catálise e materiais, que inclui produção de combustível sintético, catalisadores para propelentes espaciais e transportadores de oxigênio para combustão limpa.

Geração de Imagens

Receber, armazenar, processar e distribuir imagens de satélites nacionais e internacionais é a missão da Divisão de Geração de Imagens (DGI), que recentemente atingiu a marca de 2.000.000 de imagens fornecidas sem custo para o usuário, através de seu catálogo online.

Em Cachoeira Paulista está o Centro de Dados de Sensoriamento Remoto (CDSR), que possui um dos acervos mais antigos do mundo, pois registra imagens de satélite desde 1973 (o primeiro satélite de sensoriamento remoto, o Landsat-1, foi lançado em 1972). O catálogo do INPE possibilita o acompanhamento das mudanças ambientais, urbanas e hídricas no país através do registro por satélites.

Além de satélites de sensoriamento remoto, para observação da Terra, a DGI também trabalha com imagens de satélites meteorológicos. Neste ano, foi instalado um novo sistema de armazenamento de imagens de satélites e, desde maio, a divisão recebe e processa dados do satélite britânico UK-DMC-2. Em agosto foi instalada uma nova antena para aquisição de dados dos satélites NOAA.

Atualmente, estão sendo recebidos dados dos satélites Aqua, Terra, Resourcesat-1, GOES-12, GOES-13, UK-DMC-2, Landsat-7, NOAA-15, NOAA-16, NOAA-18 e NOAA-19 e Mateosat. A DGI se prepara receber os dados dos satélites Landsat-8, NPP, METOP-B, Resourcesat-2 e CBERS-3.

BDA

Para estudos de Clima Espacial, o INPE terá o primeiro monitor com mapas da atividade solar, um instrumento de grande porte que será único no mundo. Para isso, em Cachoeira Paulista está o Arranjo Decimétrico Brasileiro (BDA, na sigla em inglês), projeto que reúne o maior conjunto de telescópios já instalado no Brasil para observação de objetos celestes.

Esse radiointerferômetro em ondas decimétricas possui 26 antenas para rastreio do Sol, sendo que 10 delas já estão completas, com seus receptores instalados e conectados a central de operação. O projeto é desenvolvido pelo pesquisador Hanumant Sawant, da Divisão de Astrofísica do INPE, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e FAPESP.

No mundo existem apenas 13 centros de alerta para Clima Espacial, entre eles o do INPE, para monitorar tempestades magnéticas e evitar que seus efeitos provoquem danos em sistemas tecnológicos nas áreas de comunicações, geoposicionamento, linhas de transmissão de eletricidade, aviação civil, satélites e outros.

O BDA é um projeto que se utiliza de tecnologias na fronteira do conhecimento e será capaz de mapear o Sol em detalhe, com pelo menos dez imagens por segundo, o que constituirá num grande avanço para o monitoramento de Clima Espacial do INPE.

Meteorologia

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) é responsável por um dos serviços mais conhecidos do INPE. No centro está instalado o Tupã, que está entre os mais poderosos supercomputadores do mundo para previsão de tempo e estudos em mudanças climáticas.

No último ano, um aprimoramento da previsão foi possível graças à melhoria de modelos para a descrição da dinâmica atmosférica. Também foi implementado modelo de previsão numérica regional com escala espacial de cinco quilômetros e previsão de cinco dias para toda a América do Sul.

Fonte: INPE, com edição do blog.
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