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Hugo Chávez não tem usado os petrodólares do povo venezuelano para comprar apenas armamentos e executar sua generosa política de boa vizinhança na América Latina. No final de 2005, o governo da Venezuela assinou com a estatal chinesa China Great Wall Industry Corporation um contrato prevendo o desenvolvimento, produção e lançamento de um satélite geoestacionário de telecomunicações, o Venesat-1, negócio de 241 milhões de dólares. O satélite, que terá uma vida útil estimada em ao menos 15 anos, está em fase de conclusão, com lançamento previsto para setembro ou outubro deste ano.
O Venesat-1, também chamado de Simón Bolivar ocupará a posição orbital geoestacionária 78 graus, Oeste, concedida pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) ao Uruguai. O governo de Montevidéu, sem recursos para ter um satélite próprio acabou fechando em março de 2006 um acordo com a Venezuela, cedendo a posição orbital e assumindo e uma fatia de 10% do total do projeto. Em abril, durante visita oficial do ministro da Ciência e Tecnologia venezuelano, Héctor Navarro à capital do Uruguai, foi ressaltado que o satélite será de uso governamental para fins sociais, mas que haverá também a possibilidade de se comercializar sua capacidade para outros interessados.
Relacionada à aquisição do satélite Simón Bolivar, o governo venezuelano criou um fundação para atuar na área espacial, o Centro Espacial Venezolano. Até o momento o Centro tem em seu portfólio de projetos o próprio Venesat-1, e projetos na área de interpretação de imagens de sensoriamento remoto. Em termos de cooperação internacional, além dos acordos espaciais com a China e Uruguai, a Venezuela assinou instrumento de cooperação com a Índia, e tem outros em negociação com a Argentina, Brasil, Irã e Rússia.
A Venezuela é mais um país sul-americano a ter criado um órgão governamental responsável por desenvolver atividades espaciais, juntando-se a um grupo até agora formado por Brasil (Agência Espacial Brasileira), Argentina (Comision Nacional de Actividades Espaciales), Chile (Agencia Chilena del Espacio), Colômbia (Comisíon Colombiana del Espacio), e Peru (Comision Nacional de Investigacion y Desarrollo Aeroespacial). Destes, apenas o Brasil e Argentina são proprietários de sistemas orbitais, grupo ao qual se somará em breve a Venezuela e o Chile.
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