domingo, 31 de agosto de 2008

RALCam-3 e Amazônia-1

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Na edição de setembro da revista inglesa Spaceflight, editada pela British Interplanetary Society (BIS), foi publicada uma pequena nota de minha autoria sobre o acordo entre o Brasil e o Reino Unido para a instalação de uma câmera a bordo do satélite Amazônia-1. Leia abaixo uma versão traduzida da referida nota:

Câmera britânica para satélite de observação terrestre brasileiro

O pequeno satélite brasileiro de sensoriamento remoto Amazônia-1 - em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - será equipado com uma câmera britânica de alta-resolução, escreve André Mileski.

O anúncio foi feito no meio de julho durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Campinas, próxima a São Paulo, Brasil.

O imageador RALCam-3, câmera com resolução de 12 metros será fornecido pelo Rutherford Appleton Laboratory - Science & Technology Facilities Council (RAL-STFC), do Reino Unido.

O Amazônia-1 está previsto para ser lançado em 2011, e além do RALCam-3, será equipado com o Imageador Avançado de Amplo Campo de Visada (AWFI, sigla em inglês), sensor com resolução de 40 metros que será construído por indústrias espaciais brasileiras.

O satélite Amazônia-1 é parte do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), e será destinado ao monitoramento do desmatamento ao redor do mundo, especialmente da região amazônica.

"O Amazônia-1 representa um importante passo na construção de uma rede integrada global de observação terrestre para o bem público", disse Gilberto Câmara, diretor do INPE.

"Com este projeto, o Brasil e o Reino Unido estarão à frente do fornecimento gratuito de dados, tendo funções cruciais em apoiar outros países, especialmente na África, a monitorarem seus próprios territórios e florestas."

Este iniciativa conjunta é resultado de discussões iniciadas em 2007 durante o Ano Brasil-Reino Unido de Cooperação em Ciência e Tecnologia.

(Revista Spaceflight, Vol. 50, No. 9, setembro de 2008, página 329)

Sobre esse acordo Brasil - Reino Unido, vale levantar um ponto para reflexão: se o espaço e a Amazônia são estratégicos para o Brasil, porque quando os dois são unidos em um programa espacial (satélite Amazônia-1), utiliza-se uma câmara inglesa, entregando assim visibilidade da região amazônica aos ingleses? Haveria aí uma contradição?
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