sábado, 18 de agosto de 2012

SGB: novas informações


Quando sai a RFP?

O blog Panorama Espacial entrou em contato com o Ministério das Comunicações para saber quando o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDC (designação dada pelo governo ao Satélite Geoestacionário Brasileiro - SGB, também referido como BR1Sat) deve ser contratado. A resposta recebida: "Pergunta (sic) para a Telebras". Entramos em contato com a Telebras, mas ainda não obtivemos resposta. Mas, nos bastidores, os comentários são de que a definição das principais características técnicas, que conta com a participação de especialistas da PUC-RJ, já estaria prestes a ser finalizada. Tais características constarão da Request for Proposal (RFP), a ser enviado aos principais fabricantes de satélites do mundo. Espera-se que a RFP seja concluída até o final desse mês.

Em órbita em 2014? Muito difícil

Nos bastidores, a possibilidade de se contar com o primeiro SGDC em órbita até o final de 2014 é tida como remota. Pode-se dizer que o desenvolvimento e a construção de um satélite geoestacionário de comunicações é  artesanal. Não existe linha de produção, e o processo como um todo, da contratação até a colocação em órbita geralmente leva, no mínimo, dois anos. O governo trabalha com a expectativa de que o SGDC esteja pronto em 30 meses a partir de sua contratação.

Uma vez emitido um pedido de propostas, as empresas costumam ter um prazo de dois meses para respondê-lo, e mais alguns meses para análise das propostas pelo solicitante e negociação dos termos do contrato. O que isto significa? Definição mesmo, só no final do ano, e desde que a RFP seja enviada dentro das próximas semanas.

Um "detalhe" tecnológico que muitos desconhecem: o SGDC deve ser o primeiro satélite de comunicações do mundo com bandas X e Ka.

Os interessados

Em declarações dadas à imprensa, Cezar Alvarez, secretário-executivo do Ministério das Comunicações afirmou que o ministério recebeu demonstrações de interesse no SGDC de, ao menos, sete fabricantes. O blog buscou mais informações sobre os interessados, mas recebeu a resposta de que, "por questões estratégicas, não é possível dar informações sobre os fabricantes interessados." Alguns, no entanto, são óbvios: europeus (Astrium e Thales Alenia Space), norte-americanos (Space Systems Loral e Boeing), e japoneses (Mitsubishi). A MDA, do Canadá (adquirida pela Loral), fornecedora de cargas úteis, é também vista como potencial interessada, assim como a IAI, de Israel. No final de julho, representantes da empresa canadense, ao anunciar seus resultados financeiros, destacaram que olham uma futura encomenda de um cliente brasileiro, embora não tenham divulgado maiores informações.

O SGDC no contexto do PNBL e SISCOMIS

Como é sabido, o SGDC será um importante componente do Plano Nacional de Banda Larga, a cargo da Telebras. Sobre isto, diz o MC: "O SGDC terá uma carga útil em banda Ka que permitirá atingir as áreas do país não cobertas pela rede terrestre da Telebras, que chegará a 4.283 municípios até 2014. Além disso, servirá para conectar os órgãos públicos federais nos locais de mais difícil acesso para a rede privativa de comunicação da administração pública federal, atribuição que também é da empresa, em função do decreto nº 7.175/2010." 

No âmbito do Sistema de Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS), do Ministério da Defesa, o primeiro SGDC contará com cinco transpônderes de banda X.

Satélite meteorológico

O SGDC não é o único satélite geoestacionário na pauta do governo. O desenvolvimento de um satélite meteorológico, uma carência identificada já há muito tempo, também tem gerado muitas discussões e movimentações internas dentro do governo. Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, a frente. As discussões têm envolvido o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mais especificamente, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), de Cachoeira Paulista (SP).
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