segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

"Esforços para colocar satélite nacional em órbita marcaram 2015"

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Esforços para colocar satélite nacional em órbita marcaram 2015

Brasília, 4 de janeiro de 2016 – O ano de 2015 foi marcado por esforços de vários setores e instituições para os preparativos do lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), previsto para o segundo semestre do ano.

Este é o principal projeto da área espacial em andamento. O equipamento atenderá as demandas de comunicações no âmbito do Ministério da Defesa (MD) e ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) do Ministério das Comunicações (MC).

Além desse projeto, São José dos Campos (SP), principal polo de tecnologia aeroespacial nacional, produziu diversos fatos ligados à área aeroespacial, bem como os centros de lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN).

A partir de março último começou no país a capacitação dos profissionais que vão operar o SGDC. Nos últimos três anos, a preparação dos operadores ocorreu em centros europeus, canadense e chileno. Intercâmbios de informações técnicas também foram efetuados com França e Itália na busca referências para estabelecer o modelo nacional de operação.

As antenas de envio e recebimento de dados do satélite e os centros de operação primário e secundário serão construídos pela Telebras em áreas militares.

Este ano, o Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NuCOPE-P) também deve desenvolver, junto a Telebras, acordo específico para a operação do SGDC. “Deveremos definir o que será responsabilidade de quem, como se dará a tomada de decisão em situações críticas, como será a divisão de tarefas no controle do SGDC, como se dará a divisão dos gastos do Cope entre os partícipes, dentre outras coisas”, informa o coronel Hélcio Vieira Júnior, comandante do NuCOPE-P.

O Núcleo também terá a atribuição de estudar e propor a ativação do Comando de Sistemas Espaciais. A nova unidade da Aeronáutica terá como subordinados os centros de operação principal, em Brasília (DF), e secundário, no Rio de Janeiro (RJ).

Capacitação – A formação das futuras gerações de pesquisadores e profissionais do setor aeroespacial foi foco da Jornada Espacial em novembro último. Promovida pela Agência Espacial Brasileira (AEB), a 13ª edição do evento reuniu 45 alunos e 33 professores de ensino médio de todo o país ao longo de uma semana em São José dos Campos. “O trabalho na área espacial é muito pouco divulgado no Brasil. Queremos demonstrar a importância do que vem sendo feito e tentar sensibilizar os jovens para que trilhem caminhos profissionais e desenvolvam conhecimento”, afirma José Bezerra Pessoa Filho, um dos organizadores do evento e engenheiro do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).

Os participantes foram selecionados a partir do seu desempenho na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), que envolveu mais de 800 mil alunos e 60 mil professores de todo o país.

Em junho, o futuro espaçonauta brasileiro, Pedro Henrique Dória Nehme, de 23 anos, fez um voo de 50 minutos na aeronave de caça supersônica F-5. O voo faz parte da preparação para sua ida ao espaço a ser agendada.

Em outubro, o CLBI completou 50 anos com a marca de aproximadamente 3 mil foguetes e rastreados mais de 200 veículos espaciais lançados a partir da Guiana Francesa, entre eles os foguetes Ariane, Soyuz e Vega. “O CLBI tem direcionado seus esforços e projetos não só aos lançamentos, mas a ações de comprometimento social e educacional”, afirma o diretor do Centro, coronel Maurício Lima de Alcântara.

Para celebrar o Ano da Luz, data celebrada pela Unesco em 2015, o grupo de pesquisa em óptica e fotônica do Instituto de Estudos Avançados (IEAV) desenvolveu o projeto “Feira Itinerante: Luzes para a Educação”. A demonstração composta por dez experimentos lúdicos percorreu escolas de São José dos Campos.

A iniciativa promoveu os conceitos de óptica e incentivou as crianças a entender como funciona esse fenômeno. “Com isso esperamos despertar a visão de que as ciências exatas também são interessantes”, explica o coordenador do projeto, o professor Jonas Jakutis Neto.

A área de óptica e fotônica do IEAV tem mais de 30 anos. Foi responsável, por exemplo, pelo desenvolvimento de alguns dos primeiros lasers do Brasil, como o que utiliza vapor de cobre e CO² (Gás Carbônico), com várias aplicações na área industrial.

Pesquisadores e indústria – A comunidade aeronáutica pensou em como transferir tecnologia para fabricação nacional de componentes. Por isso, empresas, instituições de pesquisa e universidades com competências reuniram-se por diversas vezes em 2015 para buscar soluções para desenvolver tecnologia nacional.

Grupos também discutiram efeitos da radiação sobre componentes de uso aeroespacial. No Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Itajubá (MG), iniciaram em fevereiro os estudos para monitoramento de radiação cósmica.

Da mesma forma, um workshop procurou aproximar os ambientes operacional e técnico-científico com a troca de experiências entre os centros de pesquisa e desenvolvimento da Marinha, Exército e da Aeronáutica.

Projetos – Em novembro, uma explosão no motor no momento da ignição, destruiu o foguete VS-40M, no CLA. Ninguém se feriu. A operação envolveu 300 profissionais e objetivava testar o Satélite de Reentrada Atmosférica (Sara), que tem potencial de viabilizar experimentos em ambiente de microgravidade, contribuindo para ganhos de qualidade da indústria nacional e para o desenvolvimento do país em importantes áreas do conhecimento, tais como processos biológicos, produção de fármacos e materiais especiais.

O projeto “deve ser retomado o mais rapidamente possível” de acordo com o diretor geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), tenente-brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva.

Em relação ao Programa Espacial Brasileiro, verificou-se como as tecnologias desenvolvidas em 25 anos para o Veículo Lançador de Satélites (VLS) estão sendo aplicadas em outros setores da economia, como o petrolífero e a geração de energia eólica.

Fonte: FAB, via AEB.
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