terça-feira, 27 de julho de 2010

Spin-offs do Programa Espacial Brasileiro

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AEB exibe spin offs brasileiros na SBPC

27-07-2010

As tecnologias desenvolvidas no campo espacial encontram inúmeras aplicações em outros setores industriais. Por esta razão, a Agência Espacial Brasileira (AEB) exibe em seu estande na 62ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) alguns spin-offs ( expressão inglesa usada para denominar casos nos quais as tecnologias, desenvolvidas no contexto dos programas espaciais, são usadas em atividades fora desse setor) desenvolvidos no Brasil.

Confira os spin-offs que podem ser vistos no estande da AEB na SBPC:

Mini tubo de calor

Este dispositivo é uma réplica do que foi testado na “Missão Centenário”, em 2006. O experimento enviado à Estação Espacial Internacional continha dois mini tubos de calor. A principal função de um tubo deste é transportar o calor concentrado em uma região mais quente para uma região mais fria, de forma a manter o controle de temperatura sobre toda a superfície. Ele é um eficiente meio de transporte de calor para controle térmico de equipamentos em ambiente espacial.

A aplicação desta tecnologia, no cotidiano, é a utilização de tubos de calor na construção de fornos mais eficientes para padarias. Além disso, ela permite a construção de fornos energeticamente mais econômicos e com temperatura mais homogênea diminuindo desta forma a perda de matéria prima na indústria petrolífera.

Desenvolvimento: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Radiômetro

Os radiômetros medem a radiação solar global e foram construídos para serem utilizados em Plataformas de Coleta de Dados (PCDs). O principal elemento do radiômetro é a célula solar, cuja tecnologia foi desenvolvida no âmbito do Programa Espacial.

Atualmente, esta tecnologia é aplicada na medição da radiação ultravioleta (UV), em equipamentos urbanos que indicam o nível de radiação no local. Servem de alerta à população para possíveis danos causados pela exposição excessiva aos raios solares.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Laboratório de Microeletrônica da Universidade de São Paulo(LME-USP).

Comercialização: Orbital Engenharia

Catalisadores

Catalisadores são materiais responsáveis pela decomposição do combustível. A maior parte dos satélites em órbita utiliza o sistema de propulsão a propelente líquido para operações de correção de órbita e posicionamento.

Os catalisadores de Irídio, Rutênio e Ir-Ru suportados em aluminas especiais foram desenvolvidos no Brasil para uso no Programa Espacial. Essa pesquisa permitiu a criação de novas tecnologias empregadas em capturas de CO2 e de catalisadores para redução de outros elementos poluentes causadores do efeito estufa e de mudanças climáticas.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Petrobrás

Pinos, buchas e sistema de abertura de painéis solares dos satélites

No ambiente espacial, os satélites não podem operar com o uso de lubrificantes e graxas convencionais devido à sua evaporação nas condições de alto vácuo.

Pesquisadores brasileiros estudaram as propriedades do diamante, em especial, o Diamond-Like Carbon (DLC), que apresenta baixíssimo coeficiente de atrito, e a solução encontrada foi utilizá-lo como lubrificante sólido para abertura de painéis solares dos satélites.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Empresa Fibraforte

Brocas Odontológicas

Resultado direto do desenvolvimento e pesquisa para novos materiais aplicados para abertura dos painéis solares dos satélites, essas brocas odontológicas de ultra-som são, hoje, peças presentes nos consultórios odontológicos de todo o País.

Fabricante: Empresa CVDentus

Forno Multiusuário para Solidificação

Trata-se de um forno de solidificação multiusuários para crescimento de ligas, metais e semicondutores com pontos de fusão de até 800oc, testado em voo suborbital, no foguete VSB-30 fabricado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IAE/DCTA).

O forno voou nas missões Cumã I e II e levou em seu interior um experimento piloto para solidificação em microgravidade de uma liga semicondutora com importantes aplicações tecnológicas, como detectores para a faixa do infravermelho termal (como as ondas emitidas pelo corpo humano), usados em câmeras de satélites meteorológicos.

Desenvolvimento: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Fonte: AEB
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