quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dez anos do acidente com o VLS

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A edição de setembro do jornal do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (SindCT) traz uma série de reportagens sobre os dez anos da tragédia com o terceiro protótipo do VLS-1, completados em 22 de agosto, e que vitimou 21 pessoas. Aos interessados, reproduzimos os links a seguir:

"Dez anos após a tragédia de Alcântara, VLS é dúvida. Programa espacial patina"

"Faísca gerou incêndio e explosão do VLS"

"Projeto VLS hoje, segundo seus gestores"

"Decisão de remover DMS levou 21 à morte"
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4 comentários:

teste disse...


http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/aeb-nao-precisa-ser-perfeita-diz-novo-presidente-da-agencia-espacial-brasileira
Estimado Mileski
O atual presidente da AEB, desde a sua posse, tem um discurso interessante: a integração das organizações, em particular, a valorização do conhecimento no processo decisório e nas ações. O presidente anterior, atual ministro Raupp, também enfatizava a necessidade de mudanças no modelo institucional envolvendo as organizações do sistema espacial.
Na prática nada foi em frente e o debate de como dar um novo rumo ao programa espacial inexiste, ou, restringe-se ao âmbito dos gabinetes.
O SindCT está certo ao insistir no debate espacial. Como e quando o governo brasileiro vai retomar o debate ou encaminhar soluções para os problemas que o programa e, particularmente, o INPE enfrentam? Vivemos problemas tais como de definição de missões que permitam o domínio do método espacial; resolver a questão da renovação do pessoal; o modelo institucional com mais autonomia ao INPE etc.
A organização das mudanças necessárias envolve um debate em 3-tempos: reconhecer o fracasso (1), ou se preferir, que os resultados estão muito aquém do desejável; diagnosticar o porque fracassamos (2); e, finalmente, modelar e implementar as mudanças (3). Meio óbvia a sequência, mas difícil devido a conotação e perspectivas que cada uma dessas coisas podem tomar.
Não há mais diálogo neste país. O nosso meio espacial vive um período de diálogo "zero", me perdoem as autoridades refiro-me a toda a cadeia é preciso que essas questões cheguem a presidenta Dilma, ao Ministro etc. Não existe consciência no governo de que fracassamos, não existindo esta consciência não pode existir o diagnóstico e, menos ainda, a organização de um novo modelo e as mudanças. O risco de todos é ignorar a própria ignorância.
Pra retomar o debate é (1) preciso comunicar ao Brasil que fracassamos com toda transparência e honestidade. Não é fácil, veja que a explosão do VLS e os 21 colegas mortos não bastaram. Os atrazos sistemáticos e os fracos resultados tecnológicos nos satélites e lançadores também não! É difícil dizer que fracassamos, no entanto, simultaneamente, é preciso dizer que somos relevantes e importantes. A bem da justiça e correção será preciso reconhecer estrategicamente heranças importantes relacionadas aos enormes investimentos realizados.
Depois (2) realizar um diagnóstico do porque fracassamos. Suspeito que a causa está na incapacidade de inclusão de competências e organizações ao método espacial ou, de manira geral, com a amplitude necessária. (Meio na linha do livro, "por que as nações fracassam", Acemoglu) O país não incluiu competências no método espacial, voltou sua ênfase a formação da indústria, às aplicações, ciências e tecnologias diversas, mas não buscou com foco no tempo devido sua missão essencial: o domínio e a autonomia no método espacial.
Finalmente, o mais difícil (3) realizar um novo modelamento institucional e das políticas. Aqui não abriria mão da Teoria de Mecanismos (Hurwicz, Myerson e Maskin) com o objetivo a melhoria das relações entre as organizações ( e as pessoas) com o objetivo de tomada de decisão e da implementação das ações. Há muito, como explica o Myerson em seu paper palestra do Nobel, vivemos com problemas de informações inadequadas (adversas) para a coordenação, falta de capacidade de coordenação, e problemas morais ou de incompetência na implementação das ações.
Cada um dos passos (1), (2) e (3) merece uma discussão ampla. Essa discussão poderia ser organizada com a liderança da AEB ou do MCT, via uma revista, um worshop, um processo de planejamento? Enfim, não sei se seguir o sermão do padre Vieira, como disse o presidente JR Coelho, mas que será preciso melhorar sim precisará. Fica a sugestão!
Abraços
Décio

Emiliano disse...

Existem muitos projetos dentro de um Veículo Lançador de Satélites. Os Dispositivos Mecânicos de Segurança não existiam e o projeto do circuito de segurança e atuação estava errado, conforme o próprio relatório da comissão de Investigação relata (COMAER, 2004).

Estou vos enviando uma síntese da página da Internet, URL: < http://dallapiazza.wordpress.com >, na qual encontra-se a minha pesquisa independente sobre o acidente ocorrido com o VLS-1 V03.

Vejamos as causas básicas do acidente com o VLS-1 V03.

Existiram sete fatores básicos para a ocorrência daquele acidente:

1º - Ausência dos Dispositivos Mecânicos de Segurança (DMSs) entre os detonadores e os ignitores dos propelentes dos propulsores do primeiro estágio (COMAER, 2004);


2º – Não foram efetuados o aterramento, na carcaça do veículo, dos 16 resistores de 100 kΩ, existentes dentro da Caixa de relés da Torre de umbilicais, destinados a impedir a acumulação de eletricidade estática nas "linhas de fogo";

3º - Não foram colocados 8 resistores de 100 kΩ, previstos em (DOD, 1997), entre os curto-circuitos dos fios dos detonadores e o aterramento do Veículo. Em (CAMPELLO, 2004), na figura 4 fornecida pelo IAE ao mestrando, estes últimos resistores citados existiam e estavam aterrados;

4º - Foram conectados os pares dos fios curto-circuitados de dois detonadores do propulsor A e dois detonadores do propulsor D à "linha de fogo";

5º - Devido à ausência dos DMSs, ao fato dos 16 resistores estarem eletricamente flutuantes (COMAER, 2004) e à ausência dos 8 resistores dos 8 pares de fios curto-circuitados dos detonadores, a conexão do primeiro dos quatro detonadores é considerada como uma operação que tirou a "linha de fogo" do VLS-1 V03 da condição de SEGURANÇA e colocou a "linha de fogo" do VLS-1 V03 na condição ARMADO, devido à existência de aproximadamente 3 kV nos fios dos detonadores instalados, situação esta que somente poderia ter sido consumada após a evacuação de todos os trabalhadores que se encontravam na Torre Móvel de Integração;

6º - A evacuação não foi realizada e

7º - Os trabalhadores não foram informados sobre a mudança da condição de SEGURANÇA do VLS-1 V03 para a condição ARMADO.

Portanto, conclui-se que ocorreu acúmulo de eletricidade estática, gerada principalmente pelo Campo Elétrico Vertical atmosférico do CLA, acarretando a descarga de aproximadamente 3 kV através do explosivo primário de um dos detonadores do propulsor A (COMAER, 2004).


BIBLIOGRAFIA

1 - CAMPELLO, Alexandre S. Modelagem e análise comparativa da confiabilidade em sistemas de segurança e atuação com aplicação em foguetes. 2004. 108f. Tese de mestrado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.bd.bibl.ita.br/tesesdigitais/000531953.pdf > p. AGRADECIMENTOS, RESUMO, 14, 16, 21 e 24. Acessado em 2013.

2 - COMAER. Relatório da Investigação do Acidente ocorrido com o VLS-1 V03, em 22 de agosto de 2003, em Alcântara, Maranhão. 2004. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.defesanet.com.br/docs/VLS-1_V03_RelatorioFinal.pdf >, p. 50 . Acessado em 2013.

3 - DOD. 1997. Electroexplosive Subsystems, Electrically Initiated, Design Requirements and Test Methods. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.everyspec.com/MIL-HDBK/MIL-HDBK-1500-1799/MIL_HDBK_1512_1843/ >, p. 11. Acessado em 2013.

Atenciosamente

Henrique Emiliano Leite

Tecnologista aposentado do CTA/COMAER

Engenheiro Mecânico ITA-77
Extensão em Engenharia de Armamento Aéreo ITA-84
Engenheiro de Segurança do Trabalho FEI-95
Administração de Saúde e da Segurança do Trabalho FGV-97
Engenharia de Controle da Poluição Ambiental FAAP-00

Emiliano disse...

Existem muitos projetos dentro de um Veículo Lançador de Satélites. O projeto do circuito de segurança e atuação estava errado, conforme o próprio relatório da comissão de Investigação relata (COMAER, 2004).

Estou vos enviando uma síntese da página da Internet, URL: < http://dallapiazza.wordpress.com >, na qual encontra-se a minha pesquisa independente sobre o acidente ocorrido com o VLS-1 V03.

Vejamos as causas básicas do acidente com o VLS-1 V03.

Existiram sete fatores básicos para a ocorrência daquele acidente:

1º - Ausência dos Dispositivos Mecânicos de Segurança (DMSs) entre os detonadores e os ignitores dos propelentes dos propulsores do primeiro estágio (COMAER, 2004);


2º – Não foram efetuados o aterramento, na carcaça do veículo, dos 16 resistores de 100 kΩ, existentes dentro da Caixa de relés da Torre de umbilicais, destinados a impedir a acumulação de eletricidade estática nas "linhas de fogo";

3º - Não foram colocados 8 resistores de 100 kΩ, previstos em (DOD, 1997), entre os curto-circuitos dos fios dos detonadores e o aterramento do Veículo. Em (CAMPELLO, 2004), na figura 4 fornecida pelo IAE ao mestrando, estes últimos resistores citados existiam e estavam aterrados;

4º - Foram conectados os pares dos fios curto-circuitados de dois detonadores do propulsor A e dois detonadores do propulsor D à "linha de fogo";

5º - Devido à ausência dos DMSs, ao fato dos 16 resistores estarem eletricamente flutuantes (COMAER, 2004) e à ausência dos 8 resistores dos 8 pares de fios curto-circuitados dos detonadores, a conexão do primeiro dos quatro detonadores é considerada como uma operação que tirou a "linha de fogo" do VLS-1 V03 da condição de SEGURANÇA e colocou a "linha de fogo" do VLS-1 V03 na condição ARMADO, devido à existência de aproximadamente 3 kV nos fios dos detonadores instalados, situação esta que somente poderia ter sido consumada após a evacuação de todos os trabalhadores que se encontravam na Torre Móvel de Integração;

6º - A evacuação não foi realizada e

7º - Os trabalhadores não foram informados sobre a mudança da condição de SEGURANÇA do VLS-1 V03 para a condição ARMADO.

Portanto, conclui-se que ocorreu acúmulo de eletricidade estática, gerada principalmente pelo Campo Elétrico Vertical atmosférico do CLA, acarretando a descarga de aproximadamente 3 kV através do explosivo primário de um dos detonadores do propulsor A (COMAER, 2004).


BIBLIOGRAFIA

1 - CAMPELLO, Alexandre S. Modelagem e análise comparativa da confiabilidade em sistemas de segurança e atuação com aplicação em foguetes. 2004. 108f. Tese de mestrado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.bd.bibl.ita.br/tesesdigitais/000531953.pdf > p. AGRADECIMENTOS, RESUMO, 14, 16, 21 e 24. Acessado em 2013.

2 - COMAER. Relatório da Investigação do Acidente ocorrido com o VLS-1 V03, em 22 de agosto de 2003, em Alcântara, Maranhão. 2004. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.defesanet.com.br/docs/VLS-1_V03_RelatorioFinal.pdf >, p. 50 . Acessado em 2013.

3 - DOD. 1997. Electroexplosive Subsystems, Electrically Initiated, Design Requirements and Test Methods. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.everyspec.com/MIL-HDBK/MIL-HDBK-1500-1799/MIL_HDBK_1512_1843/ >, p. 11. Acessado em 2013.


Atenciosamente

Henrique Emiliano Leite

Tecnologista aposentado do CTA/COMAER

Engenheiro Mecânico ITA-77
Extensão em Engenharia de Armamento Aéreo ITA-84
Engenheiro de Segurança do Trabalho FEI-95
Administração de Saúde e da Segurança do Trabalho FGV-97
Engenharia de Controle da Poluição Ambiental FAAP-00

Emiliano disse...

Existem muitos projetos dentro de um Veículo Lançador de Satélites. O projeto do circuito de segurança e atuação estava errado, conforme o próprio relatório da comissão de Investigação relata (COMAER, 2004).

Estou vos enviando uma síntese da página da Internet, URL: < http://dallapiazza.wordpress.com >, na qual encontra-se a minha pesquisa independente sobre o acidente ocorrido com o VLS-1 V03.

Vejamos as causas básicas do acidente com o VLS-1 V03.

Existiram sete fatores básicos para a ocorrência daquele acidente:

1º - Ausência dos Dispositivos Mecânicos de Segurança (DMSs) entre os detonadores e os ignitores dos propelentes dos propulsores do primeiro estágio (COMAER, 2004);


2º – Não foram efetuados o aterramento, na carcaça do veículo, dos 16 resistores de 100 kΩ, existentes dentro da Caixa de relés da Torre de umbilicais, destinados a impedir a acumulação de eletricidade estática nas "linhas de fogo";

3º - Não foram colocados 8 resistores de 100 kΩ, previstos em (DOD, 1997), entre os curto-circuitos dos fios dos detonadores e o aterramento do Veículo. Em (CAMPELLO, 2004), na figura 4 fornecida pelo IAE ao mestrando, estes últimos resistores citados existiam e estavam aterrados;

4º - Foram conectados os pares dos fios curto-circuitados de dois detonadores do propulsor A e dois detonadores do propulsor D à "linha de fogo";

5º - Devido à ausência dos DMSs, ao fato dos 16 resistores estarem eletricamente flutuantes (COMAER, 2004) e à ausência dos 8 resistores dos 8 pares de fios curto-circuitados dos detonadores, a conexão do primeiro dos quatro detonadores é considerada como uma operação que tirou a "linha de fogo" do VLS-1 V03 da condição de SEGURANÇA e colocou a "linha de fogo" do VLS-1 V03 na condição ARMADO, devido à existência de aproximadamente 3 kV nos fios dos detonadores instalados, situação esta que somente poderia ter sido consumada após a evacuação de todos os trabalhadores que se encontravam na Torre Móvel de Integração;

6º - A evacuação não foi realizada e

7º - Os trabalhadores não foram informados sobre a mudança da condição de SEGURANÇA do VLS-1 V03 para a condição ARMADO.

Portanto, conclui-se que ocorreu acúmulo de eletricidade estática, gerada principalmente pelo Campo Elétrico Vertical atmosférico do CLA, acarretando a descarga de aproximadamente 3 kV através do explosivo primário de um dos detonadores do propulsor A (COMAER, 2004).


BIBLIOGRAFIA

1 - CAMPELLO, Alexandre S. Modelagem e análise comparativa da confiabilidade em sistemas de segurança e atuação com aplicação em foguetes. 2004. 108f. Tese de mestrado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.bd.bibl.ita.br/tesesdigitais/000531953.pdf > p. AGRADECIMENTOS, RESUMO, 14, 16, 21 e 24. Acessado em 2013.

2 - COMAER. Relatório da Investigação do Acidente ocorrido com o VLS-1 V03, em 22 de agosto de 2003, em Alcântara, Maranhão. 2004. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.defesanet.com.br/docs/VLS-1_V03_RelatorioFinal.pdf >, p. 50 . Acessado em 2013.

3 - DOD. 1997. Electroexplosive Subsystems, Electrically Initiated, Design Requirements and Test Methods. Página da Internet. Disponível em < URL: http://www.everyspec.com/MIL-HDBK/MIL-HDBK-1500-1799/MIL_HDBK_1512_1843/ >, p. 11. Acessado em 2013.


Atenciosamente

Henrique Emiliano Leite

Tecnologista aposentado do CTA/COMAER

Engenheiro Mecânico ITA-77
Extensão em Engenharia de Armamento Aéreo ITA-84
Engenheiro de Segurança do Trabalho FEI-95
Administração de Saúde e da Segurança do Trabalho FGV-97
Engenharia de Controle da Poluição Ambiental FAAP-00