quarta-feira, 22 de outubro de 2014

INPE: 10 anos de observações no Atlântico Sul

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INPE comemora 10 anos de observações na interface oceano-atmosfera no Oceano Atlântico Sul

Quarta-feira, 22 de Outubro de 2014

Nesse ano, o INPE comemora 10 anos realizando experimentos observacionais tomados a bordo de navio acerca da interface oceano-atmosfera no Oceano Atlântico Sudoeste. O programa INTERCONF (Interação Oceano-Atmosfera na região da Confluência Brasil-Malvinas), coordenado por Ronald Buss de Souza (Centro Regional Sul) e Luciano Ponzi Pezzi (Coordenadoria de Observação da Terra) é atualmente fomentado pelo INCT da Criosfera dentro do Programa Antártico Brasileiro e realiza observações sobre o sistema acoplado oceano-atmosfera numa das regiões mais dinâmicas do Oceano Global, a região da Confluência Brasil-Malvinas. Nessa região, considerada o extremo do Oceano Austral, há o encontro de águas quentes, de origem tropical, provenientes do Equador e que se deslocam para sul ao longo da costa do Brasil com águas subantárticas, frias, provenientes da região da Passagem de Drake que separa a América do Sul da Antártica.

Resultados recentes do grupo, reconhecidos internacionalmente através de publicações em revistas científicas especializadas, demonstram que a região de estudo é muito importante para a modulação da atmosfera e, consequentemente, para o tempo (meteorológico) das regiões sul-sudeste do Brasil. Processos oceanográficos típicos da região, como a alta variabilidade espacial dos campos de temperatura da superfície do mar, modulam na escala sinótica local os sistemas atmosféricos transeuntes, imprimindo sinais importantes do oceano, através dos fluxos de calor, momentum e gases, nas características da atmosfera inferior. Esse ano, o grupo do INTERCONF partiu do porto de Rio Grande (RS) dia 16 de outubro a bordo do Navio Polar Almirante Maximiano (NPo MAX) da Marinha do Brasil. O grupo é composto de pesquisadores e bolsistas do INPE, UFSM e UFRGS, e está coletando dados sobre a atmosfera e o oceano a partir de radiossondas atmosféricas, equipamentos oceanográficos e uma torre micro-meteorológica de fluxos que tem a capacidade de medir as transferências de calor e de dióxido de carbono (CO2) entre o oceano e a atmosfera ao longo da derrota do navio entre o Brasil e a Antártica.

Como reconhecimento à importância do projeto, o Brasil, através do PROANTAR, instalou no NPo MAX, pela primeira vez em um navio de pesquisas um sistema receptor de dados de radiossondas para apoio ao processo de coleta de dados. Os dados estão sendo recolhidos em parceria com o Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) e tem grande relevância para a melhoria das previsões de tempo dos modelos atualmente em uso no Brasil. Dados inéditos sobre os fluxos de dióxido de carbono entre o oceano e a atmosfera estão sendo recolhidos para auxiliar no entendimento dos processos físicos e biológicos do ciclo do CO2 e seu papel nas mudanças climáticas globais.

Fonte: INPE
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