quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Orbital Engenharia se associa a chineses

.
Empresa brasileira firma acordo com chineses no setor aeroespacial

Brasília, 20 de agosto de 2014 – A empresa Orbital Engenharia Ltda, de São José dos Campos (SP), firmou Acordo de Cooperação no setor aeroespacial com a China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) e com o Shanghai Institute of Space Power Sources (Sisp).

A empresa nacional é a primeira do país a assinar parceria com instituições chinesas. O acordo é fruto da rodada de negociações realizada na China entre empresas brasileiras e do país promovida com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), em dezembro de 2013, quando do lançamento do quarto satélite do programa Satélite Sino-Brasileiro de Sensoriamento Remoto (Cbers, na sigla em inglês), em Taiyuan.

Segundo Célio Costa Vaz, diretor da Orbital, a empresa representará comercialmente as duas instituições chinesas no Brasil, mas o acordo prevê também o desenvolvimento de projetos e produtos. “Inicialmente, vamos atuar no país, mas, futuramente, pretendemos prospectar o mercado latino-americano”, destaca Vaz.

Para o empresário, o acordo é uma demonstração de que a indústria aeroespacial do país goza de prestígio e é avaliada com respeito e seriedade pelos chineses. Em sua opinião, a parceria também contribui para uma aproximação mais estreita entre empresas do setor dos dois países.

De acordo com o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, esse acordo mostra o bom potencial de negociações que podem ser firmadas entre entidades dos dois países. Para ele, a parceria também deve contribuir para que outras empresas do setor busquem ampliar negociações no exterior.

Fonte: AEB

Comentários do blog: a (arrojada, para muitos) estratégia da Orbital Engenharia de se associar aos chineses pode ser analisada por diferentes óticas. Embora represente uma boa oportunidade em razão dos laços já criados pela China em projetos no Brasil (CBERS) e outros países sul-americanos (Venezuela, Bolívia), oferece também certo riscos. Há o risco de conflito entre as atividades industriais propriamente ditas (o expertise da Orbital reside, principalmente, em painéis solares e propulsão) e aquela de representação comercial. Vale citar que a empresa é uma das potenciais beneficiárias dos offsets relacionados ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), em construção pela Thales Alenia Space, caso estes vinguem. Tem também envolvimento e interesse no SCD-Hidro. Ainda, não podem ser ignorados eventuais efeitos adversos decorrentes do International Traffic in Arms Regulations (ITAR), dos EUA.

A CGWIC é o principal conglomerado espacial da China. Na América do Sul, além do envolvimento com o programa CBERS, a CGWIC tem tido significativo sucesso na venda de soluções turn-key em satélites de comunicações e sensoriamento remoto para a Venezuela e Bolívia. No Brasil, com base em tratativas bilaterais, o conglomerado tem também grande interesse na futura missão meteorológica geoestacionária nacional (veja o artigo "Satélite meteorológico: um próximo passo").
.

Nenhum comentário: