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Nanossatélite Serpens encerra ciclo de testes e inicia missão espacial
Brasília, 11 de novembro de 2015 – O satélite nacional de pequeno porte Serpens – sigla para Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites – completa hoje (11) 55 dias em órbita. Desde que foi lançado da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em setembro último o satélite esteve em fase de testes e calibração de seus diversos instrumentos.
Durante esse período as equipes envolvidas no projeto avaliaram a saúde dos sistemas e concluíram que o Serpens está apto a iniciar sua missão de coleta de dados. À semana passada, pela primeira vez, foi ligada a carga útil de coleta de dados para que o satélite capte informações que são emitidas por sensores controlados das universidades de Brasília (UnB) e de Vigo, na Espanha.
Nos próximos dias o Serpens inicia sua operação nominal, habilitando diversos experimentos de coleta de dados, que poderão ser explorados pelas universidades ou outros grupos interessados. Nessa fase passa a coletar dados ambientais de plataformas instaladas em diversos países, incluindo o Brasil, com sistemas compatíveis aos do pequeno satélite.
Com o principal objetivo de prover experiências práticas aos estudantes envolvidos no projeto, o satélite embarcou sistemas em redundância, ou seja, para cada subsistema necessário à missão de coleta de dados, o Serpens levou ao espaço uma versão de segurança e uma versão experimental.
Nos sistemas com arquitetura experimental, foram usados componentes chamados “de prateleira” (ou COTS, do inglês: Custom Of The Shelf), que são itens comerciais que não são produzidos especificamente para operação no espaço, mas que são facilmente acessíveis a estudantes e comuns nas bancadas de laboratório das universidades.
Nos subsistemas com arquitetura de segurança, foram utilizados componentes específicos para o espaço ou que já haviam sido testados com sucesso em órbita. Essas redundâncias deram mais liberdades aos estudantes para construírem subsistemas experimentais, produzirem software ou testar designs nunca utilizados no espaço, pois a missão de coleta de dados estaria garantida mesmo com a perda de sinal ou falha de algum sistema experimental.
Suporte – Com o satélite no espaço, a equipe do projeto recebe apoio de diversos grupos no Brasil e no exterior para o rastreio e recepção de sinais. Transmitindo telemetria nas bandas de rádio amadorismo, o satélite pode ser rastreado por rádio amadores com as informações do site: http://www.aerospace.unb.br/serpens_radioamateurs
Além da integração com universidades internacionais parceiras do projeto, o Serpens possibilita uma maior interação dos estudantes com a comunidade rádio amadora no país. Com um exemplo, o rádio amador Edson Pereira (PY2SDR) disponibilizou uma análise técnica da recepção, demodulação e decodificação dos sinais emitidos pelo satélite em UHF (sinais que estão sendo transmitidos de forma consistente) na página da AMSAT-BR: http://amsat-br.org/cubesat-serpens-decodificacao-dos-sinais/.
Pereira, da cidade de Pardinho no interior paulista, foi o primeiro a receber sinais confirmados do satélite após ser lançado da ISS (http://amsat-br.org/sinais-do-cubesat-serpens-recebidos/), além de auxiliar a equipe do Serpens na fase de coordenação de para uso de frequências de rádio amadorismo pelo CubeSat.
Na quinta-feira (19), ele participa na UnB do 7º Encontro de Ciência e Tecnologia (ECT 2015) ministrando o minicurso “Utilização de Frequências de Radioamador por Satélites” para os interessados no tema.
Sequência – O Serpens é o terceiro CubeSat nacional a ser colocado no espaço. O primeiro foi o NanosatC-Br1, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o segundo foi o Aesp-14, produzido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ambos em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Essa primeira missão do projeto Serpens é coordenada pela UnB, mas a proposta é que as instituições que formam o consórcio se revezem na liderança. Pelo cronograma aprovado, a UFSC é responsável por encabeçar o desenvolvimento do Serpens 2.
Fonte: AEB
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