terça-feira, 14 de outubro de 2008

Expertise do INPE em Meteorologia

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Equipe do INPE é premiada e reconhecida como centro de excelência


14/10/2008

A Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi certificada recentemente pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) como centro de excelência na América Latina para a formação e treinamento de especialistas para o uso de dados de satélites meteorológicos e ambientais. No mês de agosto, durante o 15° Congresso Brasileiro de Meteorologia, a mesma divisão e o então pesquisador responsável pela área, Luiz Augusto Machado, receberam o prêmio Sampaio Ferraz, concedido em reconhecimento aos serviços e produtos gerados em benefício da comunidade de pesquisa meteorológica.

A DSA, uma das divisões do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do INPE, vem desenvolvendo nos últimos cinco anos, segundo Machado, um forte trabalho de pesquisa no desenvolvimento de novos produtos de previsão e de monitoramento meteorológico, hidrológico e ambiental, com uso de dados de satélites. Além do lançamento de novos produtos, que elevou o número de acessos à página da DSA, foi desenvolvido um banco de dados históricos que pode ser consultado em tempo real através da Internet.

Outra área de destaque da DSA tem sido a cooperação com instituições nacionais e internacionais de pesquisa - como NASA e NOAA, dos Estados Unidos, e CNRS, da França -, e também com empresas do país, como Petrobras, Eletropaulo e Cargil. O reconhecimento da capacidade técnico-científica fez com que o INPE, através da DSA, assumisse um papel estratégico na América Latina dentro do Programa GEOSS (Sistema dos Sistemas Global de Observação da Terra). Dados meteorológicos e ambientais são disseminados pelo INPE através deste programa na região da América do Sul.

Em outra linha de cooperação, há cerca de um ano, a DSA assumiu as operações de transferência e recepção de dados do satélite GOES-10, da NOAA, para a América do Sul. A partir de negociações com o INPE, a NOAA colocou o satélite à disposição dos países sul-americanos para a cobertura do continente, atendendo às necessidades de observação meteorológica da região.

Os avanços alcançados pela DSA tendem a continuar, de acordo com o atual chefe da divisão, Carlos Frederico Angelis. Em breve, dados de novos sensores meteorológicos, de melhor resolução, da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), dos Estados Unidos, além de outros da série METOP, a bordo de satélites europeus e também do programa chinês serão recebidos pelo CPTEC/INPE. Segundo Angelis, o impacto desta nova geração de sensores deverá ser percebido no monitoramento de queimadas e também no de eventos extremos, em especial no acompanhamento de chuvas severas.

Essa grande massa de dados proveniente dos satélites meteorológicos é fundamental também para a atividade de “assimilação de dados”, porta de entrada dos modelos que geram previsões de tempo e da qualidade do ar realizadas pelo CPTEC/INPE. “A DSA é única na América Latina com a função de alimentar os modelos de previsão com dados de satélites”, destaca a coordenadora do CPTEC/INPE, Maria Assunção Dias.

“As inovações na página da divisão deverão continuar como uma forma de melhorar o atendimento aos usuários”, adianta Angelis. Em breve será lançado o SIGMACast, um sistema que permitirá manusear e visualizar os dados produzidos pelo INPE e por outras instituições que irão disseminar seus produtos pelo sistema GEONETCAST, um programa internacional de troca de dados, que integra o GEOSS, com o objetivo de ampliar a capacidade de monitoramento ambiental de todo o planeta. O SIGMACast recebeu o status de alta prioridade dentro de várias ações propostas pelo CEOS (Comitê para a Observação da Terra por Satélites, do GEONETCAST). Este sistema desenvolvido pela DSA, o SIGMACast, de distribuição gratuita e código livre, será uma ferramenta oficial do GEOSS.

O aumento das atividades de desenvolvimento e pesquisa da DSA fez com que a demanda por produtos e serviços derivados de observação remota no Brasil se ampliasse. Isso trouxe a necessidade de aumentar a formação de capital humano para trabalhar novas oportunidades. Diante disso, o CPTEC/INPE ampliou a oferta de cursos e treinamentos dedicados a especialistas da América do Sul no uso de dados de satélite. Um destes cursos, promovido pela Organização Meteorológica Mundial, é ministrado pela DSA exclusivamente a meteorologistas e profissionais que atuam em instituições de países de língua portuguesa. Estas iniciativas, segundo Angelis, deverão continuar a partir da realização de cursos presenciais e à distância.

Fonte: INPE

Comentário: não é mencionado no texto do INPE, mas ainda na área de Meteorologia, o Brasil participa do programa internacional GPM (Global Precipitation Measurement), liderado pelas agências espaciais dos EUA (NASA) e Japão (Jaxa), que tem como objetivo organizar uma rede de informação de satélites sobre o monitoramento global de precipitação. A participação nacional, coordenada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), envolve o desenvolvimento e construção de um pequeno satélite (GPM-BR) de órbita equatorial.
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