segunda-feira, 18 de março de 2013

Mais informações sobre os problemas do CBERS 3


Reproduzimos abaixo uma nota divulgada no final da semana passada pelo Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia (SindCT) sobre o atraso no lançamento do satélite CBERS 3 em razão de problemas em componentes, tema já explorado em algumas postagens do blog:

Lançamento do CBERS-3: Adiamento é inevitável

Os novos testes de equipamentos e componentes sobressalentes do satélite CBERS-3 realizados até março de 2013 no INPE, envolvendo os conversores DC/DC fabricados pela empresa americana MDI, trouxeram um resultado péssimo e condenatório.

Enquanto as normas técnicas aplicáveis (conforme apontado por um consultor estrangeiro independente contratado pela AEB) exigem que nenhum componente de um determinado lote deixe de funcionar quando submetido a testes ambientais, vários componentes (incluindo um equipamento) não resistiram e pifaram!

Tecnicamente falando, a engenharia do Inpe já firmou posição de que não pode garantir a confiabilidade adequada para se obter o sucesso da missão, caso o satélite CBERS-3 seja lançado nestas condições.

De fato, lançar o satélite sem que todas estas falhas de equipamentos e componentes sejam detalhadamente analisadas e corrigidas, seria bastante temerário. Apesar do corpo técnico firmar este entendimento, setores do governo (incluindo a AEB e o próprio MCTI) continuam se articulando nos bastidores para que o satélite seja lançado a qualquer custo. Neste sentido, é fundamental que a direção do Inpe venha a público manifestar sua opinião oficial sobre o assunto.

O SindCT apoia incondicionalmente a posição sustentada pela maioria dos técnicos do Inpe que atuam no programa, no sentido de que o mais sensato a ser feito no momento é suspender o cronograma de lançamento do satélite até que todas estas incertezas sejam tratadas e corrigidas, mesmo que para isso tenhamos que conviver com um atraso de dois anos ou mais até o lançamento efetivo do CBERS-3.

O lançamento do satélite com sua confiabilidade abalada por estas falhas, além de vir a representar (em caso de falha da missão) um enorme desperdício de dinheiro público (só os gastos com lançamento estão orçados em mais de R$20 milhões!), trarão prejuízos políticos incomensuráveis à imagem do Inpe e de todo o programa espacial brasileiro.

Fonte: SindCT
.

Um comentário:

Unknown disse...

Será que os Chineses (aqueles comunistas malvados) querem continuar brincando de fazer satélite?