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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Mais informações sobre o programa VLM-1

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O mais aguardado acontecimento em 2016 em se tratando de lançadores se deu na semana passada, com a contratação da produção de oito motores S50, que serão utilizados nos voos do veículo VS-50 e da primeira versão do VLM-1, ambos em desenvolvimento pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), em parceria com a indústria (sobre a assinatura, veja as notas divulgadas pela Agência Espacial Brasileira e pelo IAE/DCTA).

Apresentamos a seguir alguns bullet points com informações sobre o contrato e o programa VLM-1:

Ineditismo. O contrato firmado com a Avibrás é de grande relevância pelo seu caráter inédito, uma vez que foi o primeiro contrato de produção de propulsores de lançadores firmado junto à indústria nacional no Brasil - não sem motivo a nota divulgada pela Agência Espacial Brasileira faz referência à assinatura como uma "data histórica para o Programa Espacial Brasileiro". O processo de contratação dos motores durou pouco mais de um ano e teve várias reuniões e rodadas de negociações. A única ofertante foi a Avibrás Divisão Aérea e Naval S.A., que apresentou sua proposta revisada em novembro.

Expertise da Avibrás em foguetes. O envolvimento da Avibrás, mundialmente conhecida pelo sistema militar ASTROS, com foguetes de sondagem e lançadores não é novo. Nas décadas de setenta e oitenta, a empresa participou do desenvolvimento de foguetes da família SONDA. Mais recentemente, desenvolveu o Foguete de Treinamento Básico (FTB) e o Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) para o IAE, frequentemente utilizados para testes, qualificação e treinamento de equipes nos centros de lançamento de Alcântara e da Barreira do Inferno. A Avibrás é a única fabricante privada brasileira de perclorato de amônio, um dos componentes do propelente sólido dos motores que equipam grande parte dos projetos de foguetes nacionais. No final de 2014, foi também beneficiada com recursos de subvenção do programa Inova Aerodefesa, da FINEP, para desenvolvimento de tecnologia para o VLM-1.

Envolvimento da indústria nacional. A Avibrás não é a única indústria nacional envolvida com o VLM-1. A CENIC e a JTDH Engenharia, ambas de São José dos Campos (SP), foram selecionadas em 2014, respectivamente, para subvenções no âmbito do Inova Aerodefesa para o desenvolvimento de módulos inter-estágios e estruturas, e das redes elétricas do VLM-1. Novas contratações, locais e no exterior, serão necessárias para a conclusão do projeto e realização do primeiro voo.

Recursos no orçamento. Em entrevista concedida à Tecnologia & Defesa no início de dezembro, o brig. Augusto Luiz de Castro Otero, diretor do IAE, destacou a importância de 2017 para o VLM-1, fazendo referência à previsão orçamentária: "O ano de 2017 será de grande importância para o projeto VLM-1, por estar previsto o início da fabricação dos motores S50 e a consolidação do projeto completo do veículo. Para o atingimento destas metas, a Proposta de Lei Orçamentária Anual de 2017 prevê um aporte de mais de R$ 30.000.000,00, grande parte dedicados à contratação da produção dos S50."

Parceria com a Alemanha. O VLM-1 é mais um dos projetos em que o IAE coopera com a Alemanha, dando continuidade a um relacionamento de mais de quatro décadas, com destaque para iniciativas envolvendo foguetes suborbitais (VS-30 e VSB-30). Segundo o brig. Otero, "a participação do DLR no projeto VLM-1 é também importante para a execução de várias atividades técnicas e de fornecimento de sistemas do veículo." Destaque-se também o envolvimento de empresas da Alemanha, como a MT Aerospace, do grupo OHB System, que tem trabalhado na estrutura em fibra de carbono do motor S50.

Cronograma. De acordo com informações do diretor do IAE, o projeto VLM-1 no momento encontra-se na fase de definição de requisitos funcionais e técnicos, visando a consolidação do projeto completo no final de 2017. No planejamento do Instituto, está programada a realização de ensaios de qualificação de todos os sistemas, inclusive o motor S50, ao longo de 2018, permitindo a execução dos primeiros voos de qualificação do motor, dos sistemas embarcados, e do veículo VLM-1 em si, ao longo de 2019. Por sua vez, o contrato de produção do S50 tem prazo previsto para execução de 26 meses.
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domingo, 25 de dezembro de 2016

VLM-1: Avibras contratada para produção dos motores S50

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Contrato garante produção de oito motores S50

23/12/2016

O dia 22 de dezembro de 2016 será lembrado no Brasil como uma data histórica para o Programa Espacial Brasileiro. Neste dia, em São José dos Campos, no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), foi assinado o contrato de produção de oito motores S50, que serão utilizados nos voos realizados pelo veículo VS-50 e no voo da primeira versão do Veículo Lançador de Microssatélites VLM-1, financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTIC).

O contrato garante o fornecimento de oito motores S50 com todos os seus acessórios. Os motores 1 e 2 serão utilizados para ensaios de engenharia (ensaios estrutural e de ruptura). Os 3 e 4 serão utilizados para queima em banco de testes para validação em solo. Os 5 e 6 serão utilizados para validação, durante os voos de dois veículos VS-50. Por fim, os 7 e 8 serão os motores de voo da primeira versão do VLM-1.

O projeto do VLM será desenvolvido com recursos da AEB por intermédio do convênio celebrado com a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais Funcate), que prestará auxílios gerencial, financeiro e administrativo ao IAE.

“Os esforços das equipes do IAE que participaram da formalização, construção e análise da proposta foram imensos e devem ser valorizados por todos que confiam no sucesso do Programa Espacial Brasileiro. As discussões começaram em setembro de 2015 e, 15 meses depois, o contrato foi assinado. A consolidação do contrato deve-se, também, ao empenho da Indústria Aeroespacial (Avibras) envolvida no projeto que conquistou a confiança do IAE por meio de uma proposta séria que abrange planos gerenciais, de risco e de qualidade compatíveis com o tamanho da empresa e com os desejos do instituto contratante”, afirmou a equipe da Diretoria de Transporte Espacial e Licenciamento (DTEL).

Assim, nos próximos 26 meses, a empresa deverá industrializar o projeto do motor S50 e produzir seis motores e seus acessórios, que serão acompanhados por técnicos do IAE e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) para o bom desempenho do contrato do ponto de vista técnico e de qualidade. O acordo assinado irá produzir os primeiros seis motores e os dois restantes serão objeto de Termo Aditivo ao contrato, após a revisão, submissão e aprovação de Termo Aditivo ao Convênio 001/2015, entre o IAE e a Funcate, para o desenvolvimento do VLM-1.

O presidente em exercício da AEB, Carlos Alberto Gurgel, acredita no sucesso do projeto e confia no trabalho a ser desenvolvido pela equipe de militares e servidores da Força Aérea Brasileira (FAB),  da Funcate e da Avibras e deseja êxito na continuidade desse importante projeto do Programa Espacial Brasileiro.

No ato da assinatura, estavam presentes o diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Ten. Brig. do Ar Antônio Carlos Egito do Amaral, o diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Brig. Eng. Augusto Luiz de Castro Otero e o gerente do projeto do VLM, Ten. Cel. Eng. Fábio Andrade de Almeida. Da Avibras, estavam presentes o presidente, João Brasil Carvalho Leite, o vice-presidente José Sá Carvalho Júnior, o gerente de Engenharia de Desenvolvimento, Luiz Eduardo Nunes Almeida e o Executivo de Vendas, Marco Aurélio Rodrigues de Almeida e o diretor de projetos da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), Dr. Donizeti Andrade.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Operação Rio Verde: VSB-30 é lançado

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Foguete de Sondagem VSB-30 é lançado com oito experimentos científicos

07/12/2016

Os oito experimentos científicos e tecnológicos fomentados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), por meio do Programa Microgravidade, foram lançados nesta quarta-feira (7.12), a bordo da carga útil MICROG2, pelo Veículo de Sondagem Brasileiro VSB-30. Após o lançamento as equipes de resgate recuperaram a carga útil e devolveram os experimentos aos pesquisadores responsáveis.

Apesar da conquista, a Operação Rio Verde não ocorreu conforme o previsto pois sua carga útil não atingiu a altura máxima (apogeu) esperada, por razões ainda desconhecidas e a serem avaliadas nos próximos 30 dias, conforme informações dos órgãos envolvidos na operação.

Segundo o coordenador dos oito experimentos, José Bezerra Pessoa Filho, esse fator não inviabiliza a operação, uma vez que dados de alguns experimentos são úteis para futuras pesquisas e o tempo de voo permitiu a operação adequada de alguns experimentos e do sequenciamento de voo.

“Trabalharemos com empenho a fim de oferecer outra oportunidade para que esses experimentos sejam testados da melhor maneira possível e não atrapalhe a condução das pesquisas", afirmou o gerente do Programa Microgravidade da AEB, Carlos Eduardo Quintanilha Vaz de Oliveira.

A professora Kátia Castanho Scortecci, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), responsável pelo experimento da cana-de-açúcar explicou que o objetivo de sua pesquisa é compreender o efeito da microgravidade em plantas. “Queremos ver outros resultados moleculares como genes e proteínas em respostas a essas condições”. Ela diz ainda que seu maior sonho é realizar esse experimento em uma estação espacial, pois é uma área de ponta que pode auxiliar o homem a viver em outros planetas.

Assista o vídeo de lançamento abaixo:


Fonte: Coordenação de Comunicação Social AEB
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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

VSB-30: iniciada a Operação Rio Verde

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Começa no Centro de Lançamento de Alcântara a Operação Rio Verde

23/11/2016

Oito experimentos científicos e tecnológicos financiados pelo Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB) serão testados em voo suborbital durante a Operação Rio Verde, promovida pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e Instituto Aeronáutico Espacial (IAE). A Operação teve início no último domingo (20.11) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), MA.

O Programa Microgravidade foi criado pela AEB em 27 de outubro de 1998 e tem por objetivo colocar cargas úteis de veículos espaciais à disposição da comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de acesso e suporte técnico para a viabilização de experimentos. O gerenciamento das atividades é de responsabilidade da AEB, que conta com o apoio técnico do IAE e do CLA e suporte logístico da FAB.

A Operação Rio Verde tem como objetivo dar prosseguimento ao Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) coordenado pela AEB e permitir que organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento realizem experimentos científicos e tecnológicos por meio de voos suborbitais. Ao longo da campanha serão realizados lançamentos de um Foguete de Treinamento Básico (FTB), para confirmação do apronto dos meios operacionais e de apoio, e de um veículo de sondagem nacional VSB-30, carregando experimentos da comunidade técnico-científica do País.

Seleção – Os experimentos foram selecionados na primeira Chamada do 4ª Anúncio de Oportunidades, em 2013. A Operação Rio Verde conta com a participação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), da Marinha do Brasil (MB), e da Agência Espacial Alemã (DLR).

Participam com experimentos embarcados na carga-útil MICROG2, cientistas e pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Após o lançamento e o voo em ambiente de microgravidade, os experimentos devem ser recuperados em alto mar, por helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) com apoio de embarcações da Marinha. A descrição detalhada dos experimentos com objetivos e instituição desenvolvedora segue abaixo:

Experimentos

1. MPM-A: Novas tecnologias de meios porosos para dispositivos com mudança de fase, desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os minitubos de calor fazem uso do calor latente de fusão e do efeito capilar para transportar energia de uma fonte quente para uma fria. Esses dispositivos podem ser utilizados para o controle térmico tanto de equipamentos eletrônicos no espaço como em terra;

2. MPM-B: Tem a mesma finalidade do MPM-A, mas enquanto o fluido de trabalho do experimento MPM-A é o metanol, o MPM-B utiliza o fluido refrigerante denominado HFE7100;

3. VGP2: Os efeitos da microgravidade real no sistema vegetal cana de açúcar, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Trata-se de um experimento biológico que tem por objetivo avaliar os efeitos na microgravidade sobre o DNA da cana de açúcar;

4. E-MEMS: Sistema para determinação de atitude de veículos espaciais, desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). O objetivo deste experimento é fazer uso de sensores comerciais para determinação de atitude de sistemas espaciais;

5. SLEM: Solidificação de ligas eutéticas em microgravidade, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Este experimento contempla o desenvolvimento, construção e qualificação de um forno elétrico com capacidade de fundir (300°C) amostras de 3 materiais distintos. Ao atingir o ambiente de microgravidade, o forno é desligado e ocorre a solidificação das ligas;

6. GPS: Modelos de Global Positioning System – GPS (Sistema de Posicionamento Global) para aplicações em veículos espaciais de alta dinâmica, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a colaboração do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Esse equipamento fornece a latitude, longitude e altitude da carga-útil durante todas as fases do voo do foguete;

7. SMA: Sensor Mecânico Acelerométrico, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Servirá para ativação de linhas de ignição, após submetida a uma aceleração entre 4 e 6 vezes a aceleração da gravidade. Com esse dispositivo, ainda em fase de qualificação, objetiva-se elevar a segurança do veículo, evitando-se, por exemplo, que sistemas pirotécnicos sejam acionados intempestivamente.

8. CCA: Circuito de Comutação e Atuação, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Modelo de desenvolvimento do sequenciador de eventos pirotécnicos e comutação de energia funcional.

Neste momento, os experimentos são integrados e testados no Prédio de Preparação da Carga Útil, no Setor de Preparação e Lançamento. Na sequência, é mostrada uma imagem desta atividade em operações passadas:

Todos os experimentos estarão a bordo da Carga Útil MICROG2 por meio do VSB-30 V11, que será lançado e rastreado pelas equipes, as quais também estarão preparadas para realizar o resgate da Carga Útil e a primeira interação com os experimentos assim que esta tocar a água.

O VSB-30 foi desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) para possibilitar aos cientistas e pesquisadores realizarem estudos e pesquisas em ambiente de queda livre, sem rotações e acelerações, acima de 100 km por até seis minutos, em condições bem específicas que caracterizam o ambiente de microgravidade.

O foguete VSB-30 é composto por dois estágios propelidos a combustível sólido, deve alcançar uma altitude de aproximadamente 260 km e ser resgatado no oceano por equipes especialmente treinadas para esta atividade, embarcadas em helicópteros.

O voo terá a trajetória de uma parábola e não terá energia suficiente para injetar a carga útil em órbita. Por este motivo, é denominado como voo suborbital. Nesta trajetória, após a separação da carga útil dos estágios propulsores, os experimentos ficarão por, aproximadamente, seis minutos em ambiente de microgravidade.

Fonte: AEB, editado pelo blog.
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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Cooperação Brasil - Alemanha

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AEB discute o Programa Espacial Brasileiro com Agência Alemã

1/11/2016

A Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTIC) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) representados pelo diretor de Transporte Espacial e Licenciamento (DTEL), Marco Antônio Vieira de Rezende, e pelo brigadeiro Augusto Luiz de Castro Otero participaram de reuniões com a Agência Espacial Alemã (DLR) no período de 17 a 21 de outubro na Alemanha. Durante o encontro foram discutidos os projetos em andamento e o futuro da parceria, que vem trazendo conquistas no desenvolvimento científico para o Programa Espacial Brasileiro. O futuro da parceria entre as duas agências, bem como os detalhes do Motor-foguete líquido L75 e dos veículos lançadores VLM-1, VS-50, VS-40 e VS-43, desenvolvidos entre as três instituições, também fizeram parte da agenda das reuniões.

O encontro marcou a segunda fase da campanha de ensaios a quente da câmara capacitiva do Motor L75, realizada no banco de ensaios da DLR, em Lampoldhausen, na Alemanha. Os testes tiveram como objetivo verificar os parâmetros de desempenho de combustão, além de medidas de temperatura e possíveis instabilidades de combustão em condições de operação no regime permanente dentro do envelope operacional do motor. Os ensaios ocorreram no último dia 21 de outubro,  que marcou o encerramento do evento

Segundo o diretor da AEB, Marco Antônio Rezende, os testes apresentaram excelentes resultados, portanto o IAE poderá fazer análises e dar os próximos passos às possíveis resoluções de problemas com o motor. “Os resultados dos testes representam um marco para o Programa Espacial Brasileiro, já que o controle de tecnologias críticas é uma das metas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) ”, afirmou o diretor.

Ainda de acordo com Marco Antônio, o trabalho e a parceria entre o Brasil e a Alemanha favorece o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e tem como frutos a troca de conhecimentos entre especialistas, a redução de prazos, riscos e custos dos projetos e a possibilidade de futuras parcerias na área de fabricação de componentes aeroespaciais por empresas brasileiras.

As reuniões de trabalho também contaram com a participação do Chefe do Departamento de Sistemas Lançadores do DLR, Claus Lippert; do diretor do Instituto de Propulsão Espacial do DLR, Professor Stefan Schlechtriem; do gerente de Programas de Desenvolvimento Tecnológico da Airbus Safran Launchers; o engenheiro Jan Alting, do consultor engenheiro Günter Langel e de representantes das empresas Airbus Safran Lauchers e Globo Usinagem.

Fonte: AEB
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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Entrevista do José Raimundo Coelho, presidente da AEB

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AEB quer exportar veículos lançadores de microssatélites

Para o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, projeto atende a demanda atual por satélites de menor porte. Equipamento deve ser testado no fim de 2018. "Teremos fila de interessados em enviar satélites no nosso lançador."

24/10/2016

A Agência Espacial Brasileira (AEB) está desenvolvendo o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), uma espécie de foguete adaptado a pequenos satélites. A atenção da AEB para o projeto tem motivo. “Hoje em dia, grande parte das missões envolve pequenos satélites. São verdadeiras constelações de pequenos satélites. Se um deles falhar, é só mandar outro de pequeno porte para substituir. Não precisa mandar um equipamento de seis toneladas”, explicou o presidente José Raimundo Coelho em entrevista ao Portal MCTIC.

Segundo ele, o primeiro teste do VLM está projetado para o final de 2018. “Certamente, teremos uma grande fila de espera de interessados em enviar seus satélites no nosso lançador a partir do Centro de Lançamento de Alcântara”, previu.

Na entrevista, José Raimundo Coelho também falou sobre a importância do Programa Espacial Brasileiro, o desenvolvimento da indústria aeroespacial e o trabalho da AEB para atrair jovens para as carreiras ligadas ao setor. “O Programa Espacial Brasileiro precisa, primeiro, convencer a população da necessidade de estabelecer uma indústria espacial forte e sustentável. Espero que possamos, daqui a alguns anos, ouvir que temos um grande programa espacial que se preocupa em atender ao que a população requer”, afirmou.

MCTIC: Um dos principais projetos do Programa Espacial Brasileiro é o desenvolvimento de um veículo lançador de pequenos satélites. Por que esse projeto é tão importante? 

José Raimundo Coelho: Temos o compromisso de utilizar todo o conhecimento que adquirimos ao longo dos anos para desenvolver um lançador de médio porte exclusivo para pequenos satélites. A ideia desse lançador, chamado VLM, responde à realidade atual. Hoje em dia, grande parte das missões envolve pequenos satélites. São verdadeiras constelações de pequenos satélites. Se um deles falhar, é só mandar outro de pequeno porte para substituir. Não precisa mandar um equipamento de seis toneladas. Hoje, são utilizados satélites de até um quilo. O custo é muito menor. O primeiro teste do VLM está projetado para o final de 2018. Certamente, teremos uma grande fila de espera de interessados em enviar seus satélites no nosso lançador a partir do Centro de Lançamento de Alcântara.

MCTIC: Quais são os principais parceiros do Brasil no Programa Espacial Brasileiro? 

José Raimundo Coelho: Temos dois parceiros considerados estratégicos para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro. Um na área de satélites, que é a China, e outro voltado para o desenvolvimento de veículos lançadores, que é a Alemanha. Com os chineses, estamos comemorando 30 anos de parceria em 2016. E com os alemães temos 40 anos de trabalho conjunto. Essas parcerias são baseadas em dois princípios que consideramos fundamentais. Primeiro, que o objetivo tem que ser de utilidade mútua. Segundo, que permita o desenvolvimento conjunto. E temos isso com a China e a Alemanha.

MCTIC: Outro projeto importante para o Brasil é o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).

José Raimundo Coelho: É verdade. O Satélite Geoestacionário é uma questão de soberania nacional, de termos o controle das nossas comunicações estratégicas. Tínhamos esse sistema instalado no Brasil por meio de contratos com satélites estrangeiros. E, por meio de uma iniciativa do então Ministério das Comunicações – agora MCTIC – foi sugerida a criação de uma empresa para desenvolver o projeto de um satélite que fornecesse comunicações estratégicas e que provesse banda larga para todo o nosso território. E foi criada uma empresa integradora, a Visiona, que é a associação da Embraer com a Telebras. Cabe a ela integrar todo o sistema do satélite e também integrar a nossa base industrial que trabalha sob demanda para o SGDC. São empresas de pequeno porte e que carecem de um ordenamento desse tipo, até para sua sustentabilidade. Isso demonstra o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro.

MCTIC: Como é possível desenvolver a indústria brasileira voltada para o setor espacial?

José Raimundo Coelho: É muito forte o nosso compromisso de desenvolver a indústria espacial no Brasil. Ainda não conseguimos fazer isso. Primeiro, precisamos criar demanda para o Programa Espacial Brasileiro, que possa dar sustentabilidade à nossa indústria espacial. A demanda que temos hoje é essencialmente do governo brasileiro. Temos que ter a capacidade de estender essa iniciativa para outros segmentos da sociedade, de tal maneira que tenhamos grandes empresas necessitando de serviços de satélites do nosso programa espacial.

MCTIC: O Brasil tem recursos humanos para isso?

José Raimundo Coelho: Queremos capacitar o Brasil com recursos humanos especializados na área espacial. Começamos esse trabalho muito cedo, com crianças e jovens de 12 e 13 anos. Um dos instrumentos que nós utilizamos é o AEB Escola, que fomenta essa busca pelo mistério que é o espaço. Mais adiante, trabalhamos junto às universidades para que elas criem cursos de graduação de engenharia aeroespacial. Hoje, já temos cinco cursos desse tipo em universidades federais. É um passo importante.

MCTIC: A AEB está para inaugurar o CVT Espacial, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno. Como ele vai funcionar?

José Raimundo Coelho: O CVT é um instrumento do nosso ministério que aproveitamos para desenvolver o entendimento da nossa área. É um ambiente que construímos para atrair os jovens e dar a eles a oportunidade de entender ou de iniciar o entendimento das atividades da área espacial. Queremos que eles aprendam fazendo, solucionando problemas. Assim, eles vão poder absorver o conhecimento e aplicar melhor o que aprenderam. Esperamos que uma parte daqueles que passarem por lá sigam uma carreira no setor espacial.

MCTIC: Qual é o futuro da AEB?

José Raimundo Coelho: O futuro, para mim, é o presente. Acho que, se o Programa Espacial Brasileiro continuar se preocupando com resultados parciais, em construir um passo de cada vez, chegará o momento em que poderemos comemorar o resultado total. O Programa Espacial Brasileiro precisa, primeiro, convencer a população da necessidade de estabelecer uma indústria espacial forte e sustentável. Espero que possamos, daqui a alguns anos, ouvir que temos um grande programa espacial, que se preocupa em atender ao que a população requer.

Fonte: MCTIC, via AEB.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

FAB debate oportunidades da área espacial

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Capacidades futuras da FAB são abordadas em evento no ITA

Em palestra de abertura, Vice-chefe do EMAER apresenta necessidades operacionais da FAB para os próximos 25 anos

29/09/2016 17h00, por Ten Jussara Peccini

As características do poder aéreo do futuro deverão orientar as pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Esse foi o tema da palestra de abertura da 18ª edição do Simpósio de Aplicações Operacionais de Defesa que se encerra nesta sexta-feira (30/09) em São José dos Campos (SP). O evento conta com 340 inscritos, 13 palestras técnicas, cinco minicursos e 58 trabalhos acadêmicos.

“Eu trago uma proa geral para que os trabalhos, as soluções, saiam daqui”, afirmou o Vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior. “A própria Concepção Estratégica [Força Aérea 100] lança essas capacidades de uma força aérea mais moderna, mais integrada com as forças co-irmãs, de uma capacidade dissuasória capaz de desmotivar possíveis hostilidades. Aqui no ITA, temos uma atividade específica para se estudar a parte operacional de emprego da força aérea como um poder aéreo de combate”, detalhou.

O oficial-general também enfatizou o deságio de explorar a área espacial nos próximos anos. De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa, a área de defesa cibernética está com o Exército Brasileiro, a nuclear com a Marinha e a espacial com o Comando da Aeronáutica. “A partir de agora isso será intensificado”, disse ao lembrar que a instituição sempre esteve envolvida com os projetos da área, como o Veículo Lançador de Satélites (VLS).

Desafios e oportunidades da área espacial – A mesa de debates reuniu as principais instituições brasileiras da área para debater desafios e oportunidades de capacitação da área aeroespacial, como Agência Espacial Brasileira (AEB), Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) e Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NuCOPE-P).

O representante do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marco Chamon, defendeu as pesquisas do programa espacial para a formação de recursos humanos. Para o pesquisador, na área espacial “se aprende fazendo”. “A capacitação de recursos humanos precisa do programa espacial e vice-versa”, explicou. Ele também observou que há um “hiato” em áreas de conhecimento da engenharia e entre gerações de profissionais.

Este aspecto também foi abordado pelo coordenador da pós-graduação do ITA. De acordo com o professor Angelo Passaro, para suprir o lapso temporal na formação de profissionais, desde 2012, o ITA criou um programa de especialização em conjunto com os Institutos de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Estudos Avançados (IEAV).

 “Os aprendizes de feiticeiros precisam aprender com os feiticeiros”, comparou sobre as aposentadorias iminentes de uma geração de profissionais brasileiros que construíram o conhecimento da área espacial do país. A partir de 2017, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também passará a oferecer o curso dentro do PPGAO.

Sobre o programa de pós-graduação de aplicações em defesa - O Programa de Pós-Graduação de Aplicações Operacionais (PPGAO) surgiu da análise do Estado-Maior da Aeronáutica de que era necessário estudar o emprego operacional da FAB. Hoje, dispõe de cinco linhas de pesquisa nas áreas de comando e controle e defesa cibernética; sistema de armas; guerra eletrônica; análise operacional e engenharia logística; bioengenharia e defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN). Neste ano, conta com 27 alunos das Forças Armadas. Outros 20 candidatos estão aguardando seleção para ingressar em 2017 no curso.

Fonte: Agência Força Aérea.
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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Operação Rio Verde: VSB-30

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Operação vai testar oito experimentos em ambiente de microgravidade

Lançamento de VSB-30 está previsto para novembro em Alcântara (MA)

30/08/2016 10:00h

Prevista para novembro deste ano, a Operação Rio Verde vai testar oito experimentos científicos e tecnológicos em ambiente de microgravidade. O veículo VSB-30, que será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, vai levar ao espaço pesquisas financiadas pelo Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Serão cinco experimentos científicos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e três tecnologias desenvolvidas pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), uma das quais em cooperação com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“Esta é mais uma área em que a Força Aérea Brasileira trabalha, junto à comunidade científica, em prol do desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro”, explica o professor doutor José Bezerra, tecnologista sênior do IAE e representante do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) junto ao Programa Microgravidade da AEB.

Há duas semanas (de 15 a 18/08) foram realizados com sucesso os testes das cablagens (fiações) de voo e o primeiro teste de sistema integrado, em que foram ligados simultaneamente os oito experimentos que irão ao espaço a bordo do foguete brasileiro VSB-30. Os testes foram realizados pelo IAE em São José dos Campos (SP). O instituto é a organização responsável pelo desenvolvimento do veículo espacial VSB-30, cabendo também ao corpo técnico do IAE colaborar no desenvolvimento técnico dos experimentos.

Tecnologias nacionais - Entre os oito experimentos que serão alojados na Microg2, nome da carga-útil da Operação Rio Verde, estão três tecnologias desenvolvidas pelo IAE que serão qualificadas em voo. “São tecnologias nacionais que podem ser aplicadas em qualquer sistema espacial que envolva motor foguete”, destaca Bezerra.

O Circuito de Comutação e Acionamento, que pode ser entendido como um sistema de inteligência embarcado no veículo, realizará o seu primeiro teste em voo. Dele partem ordens pré-programadas para ignição do segundo estágio do foguete e a separação da carga-útil, por exemplo. "Como esse sistema ainda se encontra na fase de desenvolvimento, ele irá ao espaço como um experimento, e não como um equipamento operacional do VSB-30", afirma o pesquisador.

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) para aplicação em veículos espaciais realizará seu sétimo voo ao espaço. O projeto é resultado de uma parceria entre o IAE e a UFRN no desenvolvimento de um equipamento para voos em altas velocidades. “Receptores GPS comerciais não funcionam a velocidades elevadas. Por isso, foi necessário desenvolver esse equipamento”, acrescenta sobre o equipamento que fornece dados em tempo real de latitude, longitude e altitude da carga-útil durante todas as fases de voo. As informações são essenciais para a equipe de segurança de voo do centro de lançamento e para a equipe que resgatará a carga-útil no mar, a 175 km do ponto de lançamento.

O GPS para foguetes já tem o oitavo voo agendado. Será feito a bordo do ITASAT, satélite de pequenas dimensões desenvolvido pelo ITA e com lançamento previsto para este ano.

Experimentos sendo testados

O terceiro projeto tecnológio que estará a bordo da carga útil da Operação Rio Verde será o Sensor Mecânico Acelerométrico. Será o terceiro voo de qualificação deste dispositivo mecânico de segurança usado para evitar o acionamento intempestivo de sistemas pirotécnicos, que fazem uso de pequenas cargas explosivas. Ao ser submetido à aceleração resultante da ignição do motor do primeiro estágio o sensor ativa, por exemplo, a linha de ignição do motor do segundo estágio. O sensor não leva à ignição do motor, mas permite que, uma vez dado o comando, o motor seja ignitado. "Nosso objetivo é elevar o nível de segurança da operação de lançamento. Não podemos admitir que tais sistemas sejam acionados com o foguete ainda em solo,” explica o pesquisador.

Programa Microgravidade - O Programa Microgravidade foi criado em 27 de outubro de 1998 pela AEB com o objetivo de colocar ambientes de microgravidade à disposição da comunidade técnico-científica brasileira, provendo meios de acesso e recursos financeiros para o desenvolvimento de experimentos. O gerenciamento das atividades é de responsabilidade da AEB, que conta com o apoio técnico do IAE e do CLA e suporte logístico da FAB.

Conheça um pouco dos cinco experimentos desenvolvidos pelas universidades brasileiras:

1. MPM-A: Os minitubos de calor são dispositivos que fazem uso do calor latente de fusão e do efeito capilar para transportar energia de uma fonte quente para uma fria. Esses dispositivos são utilizados para o controle térmico de equipamentos eletrônicos tanto no espaço como em terra. A Universidade Federal de Santa Catarina é responsável pelo desenvolvimento desse experimento;

2. MPM-B: Também desenvolvido pela UFSC, esse experimento tem a mesma finalidade do MPM-A, mas enquanto o fluido de trabalho do experimento MPM-A é o metanol, o MPM-B utiliza o fluido refrigerante denominado HFE7100;

3. VGP2: Trata-se de um experimento biológico desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com o objetivo de avaliar os efeitos na microgravidade sobre o DNA da cana de açúcar. Para tanto, amostras de cana de açúcar serão levadas ao espaço;

4. E-MEMS: Desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) este experimento tem por objetivo a determinação de altitude de foguetes e satélites. Com essa informação é possível efetuar correções na trajetória de um foguete que possua sistema de controle, bem como manter satélites em suas órbitas nominais;

5. SLEM: Este experimento contempla o desenvolvimento, construção e qualificação de um forno elétrico com capacidade de fundir ligas eutéticas. As amostras são alojadas no interior de um forno cuja temperatura de operação é de 300 oC. Ao atingir o ambiente de microgravidade, o forno é desligado e ocorre a solidificação das ligas. Ao serem recuperadas, as amostras são levadas ao laboratório para análise microscópicas.

Fonte: IAE/DCTA.
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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Projetos do DCTA discutidos no Senado

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DCTA apresenta projetos no Senado Federal

16/06/2016

Os fundos de investimento no setor de Ciência e Tecnologia foram tema de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, nesta terça-feira (14/06), no Senado Federal. Essa é a segunda audiência pública, de um total de seis previstas, com objetivo de subsidiar com informações um relatório sobre a situação do setor. Nesta etapa, o assunto discutido foi o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).

“Sem pesquisa tecnológica, sem avanços, nós jamais seremos competitivos”, afirmou o presidente da Comissão, Senador Lasier Martins (PDT/RS) na abertura dos trabalhos.

Participaram da audiência, o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge Almeida Guimarães; o presidente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Sebastião Sahão Júnior; o vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Major-Brigadeiro Engenheiro Fernando César Pereira Santos; e o vice-diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Fernando Tobias Silveira. O Reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Ribeiro Correa, também esteve presente.

Localizado em São José dos Campos (SP) e com cerca de 5,5 mil militares e servidores civis, incluindo engenheiros e pesquisadores, o DCTA tem como missão ampliar o conhecimento e desenvolver soluções tecnológicas para fortalecer o Poder Aeroespacial, por meio de ensino, pesquisa, desenvolvimento, inovação e serviços técnicos especializados no Campo Aeroespacial. “Viemos dar uma satisfação dos recursos investidos nos projetos mais recentes. De que forma os recursos foram aplicados”, explicou o Major-Brigadeiro Fernando.

O Vice-diretor do DCTA apresentou os investimentos realizados nos últimos cinco anos e os principais projetos em andamento gerenciados pelo órgão. O oficial-general também apresentou a organização e o papel dos institutos, que atuam em quatro grandes áreas: ensino, pesquisa e desenvolvimento; aeronáutica; defesa; e espaço. Para se ter uma ideia, o local reúne 159 laboratórios técnico-científicos, sendo 20 acreditados pelo INMETRO, empregados para atender a indústria aeroespacial, automobilística e de defesa. “Permeia toda a sociedade”, afirmou o militar sobre a utilização dos equipamentos.

Na audiência, o Major-Brigadeiro Fernando também destacou as medidas de controle adotadas pelo órgão. Segundo ele, os projetos têm acompanhamento semanal com avaliação de metas para todas as áreas. Entre os indicadores qualitativos e quantitativos de desempenho dos projetos estão metas físicas (como metas e prazos de execução) e financeiras (recursos disponibilizados, empenhados). Na área de ensino, as metas acadêmicas envolvem também número de publicações.

Projetos – O DCTA trabalha atualmente em oito grandes projetos estratégicos na área de espaço, principalmente, e em outros 117 projetos. Destes, 34 recebem apoio financeiro da FINEP (Empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação), o que representa 30% do total.

Nos últimos cinco anos, o DCTA recebeu R$878,6 milhões de investimentos, sendo que 13% dos recursos foram provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O que representou R$112,2 milhões . “É relevante a participação dos fundos no nosso orçamento”, avaliou o oficial-general. Os recursos do Comando da Aeronáutica respondem por 43% e da Agência Espacial Brasileira (AEB) 31%.

O Vice-diretor afirmou que, em virtude da natureza dos projetos envolvendo defesa nacional, as patentes (registros intelectuais) não são o principal foco. Mesmo assim, o DCTA tem 70 processos vigentes no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Instituto de Estudos Avançados (IEAv) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Destes, 19 já tiveram patentes concedidas.

Em relação aos projetos já concluídos que obtiveram apoio de fundos, destacam-se o de automação de montagem de estruturas aeronáuticas que implementou um dos laboratórios no ITA, cuja primeira fase envolveu estrutura de asas; o sistema de navegação e controle e o sistema de decolagem e pouso automáticos para VANT (veículos aéreo não tripulados); e os sistemas inerciais para aplicação aeroespacial.

Entre os em andamento, três estão ligados ao ITA: o programa de mestrado profissional, que já formou mais de 1,3 mil profissionais; a modernização dos laboratórios da área espacial; e o projeto de expansão do instituto, cuja conclusão das obras do prédio de ciências fundamentais é previsto para este ano.

Outro projeto em andamento, considerado estratégico pelo Comando da Aeronáutica, é o míssil de quinta geração, A-Darter. Desenvolvido em parceira com a África do Sul, o projeto totalmente financiado pela FINEP tem previsão conclusão em 2017. Os algoritmos de programação dos sistemas do armamento que vai equipar o Gripen NG foram desenvolvidos por engenheiros da Aeronáutica.

Necessidades imediatas – Entre os entraves apontados para o desenvolvimento dos projetos no DCTA está a “perda de competências”. Há necessidade de repor profissionais, especialmente professores e pesquisadores, que estão se aposentado. “As vagas estão criadas por lei. Para ocorrer a renovação, precisa abrir concurso”, afirmou. Em 2012, a Lei 12.778 criou 143 cargos de docentes e 880 para pessoal técnico e administrativo em ciência e tecnologia.

Assim como os demais representantes de instituições ligadas ao desenvolvimento de ciência e tecnologia, o oficial-general da Aeronáutica defendeu regularidade nos investimentos para a área. “É unânime que esse é o principal problema. Precisamos de mais recursos e, fundamentalmente, mais regularidade nos recursos”, afirmou o Major-Brigadeiro Fernando.

O DCTA apresentou como sugestão à comissão a proposta de estudo para uma linha de financiamento específica na área de espaço no âmbito do ministério da Defesa, para garantir e complementar os recursos da política espacial. “São projetos de Estado, com prazo de dez anos ou mais. Há necessidade de regularidade, com desembolso garantido com prazo maior”, explica.

Investimento x cientistas – De acordo com o presidente da Embrapii, Jorge Almeida Guimarães, atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do PIB em pesquisa de ciência e tecnologia. Do montante, 40% provém de empresas. Alguns dos países que mais investem nesta área no mundo, como Finlândia, Korea do Sul e Japão, investem pelo menos 2% do PIB e a maior parte dos recursos provém de empresas. “Um dos desafios do setor é crescer o investimento em ciência e tecnologia e da participação do setor privado”, afirmou Guimarães.

Outro dado importante é o número de cientistas e engenheiros por milhão de habitantes. O Brasil dispõe de 600 cientistas e engenheiros por milhão de habitantes. Os países já citados têm cerca de 3 mil.

Saiba mais sobre o DCTA – O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) foi criado na década de 50 e engloba cinco institutos de pesquisa – Instituto de Tecnologia Aeroespacial (ITA), Instituto de Estudos Avançados (IEAV), Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Instituto de Fomento Industrial (IFI) e o Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV). Além de dois centros de lançamento aeroespacial, um em Alcântara (CLA), no Maranhão; e outro na Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte. Também está subordinada ao DCTA a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), responsável pela condução de projetos de desenvolvimento, aquisição e modernização de equipamentos militares.

Conheça um pouco do trabalho do DCTA assistindo ao FAB em Ação sobre tecnologia aeroespacial.

Fonte: Agência Força Aérea, via AEB.
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quarta-feira, 25 de maio de 2016

VS-30/IO voa na Austrália

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Foguete brasileiro é lançado na Austrália

23/05/2016

No dia 18/05/2016 foi lançado o foguete suborbital VS-30/IO V12 com a carga útil HiFire 5B do Centro de Lançamento de Woomera - WIR (Woomera Instrumeted Range) - Austrália. O voo do foguete foi nominal (apogeu de 278 km; alcance de 390 km) e o experimento foi realizado com sucesso. A carga útil levou o experimento hipersônico HiFire - Hypersonic International Flight Research Experimentation Program.

Esta foi a primeira vez que um foguete brasileiro é lançado do território Australiano. O próximo voo está previsto para 2017 de um foguete VSB-30 com a carga útil HiFire 4.

Assista ao vídeo do lançamento abaixo:


Fonte: IAE/DCTA
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sábado, 24 de outubro de 2015

Operação São Lourenço: SARA já está em Alcântara

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Satélite Sara já está no Centro de Lançamento de Alcântara no Maranhão

Brasília, 22 de outubro de 2015 – A segunda remessa de equipamentos para a Operação São Lourenço, na qual se realiza a primeira missão de desenvolvimento do Satélite de Reentrada Atmosférica (Sara), está prevista para chegar hoje (22) ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

Uma primeira parte do material chegou ao CLA na segunda-feira (19) a bordo de uma aeronave C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB). Parte das equipes do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) envolvidas na operação também chega hoje ao Centro.

O Sara é um projeto de cápsula para realização, a baixo custo, de experimentos no espaço. Na sua versão final, uma unidade poderá ser recuperada e reutilizada várias vezes com experimentos diferentes. O projeto compreende o desenvolvimento de uma plataforma espacial para experimentos em ambiente de microgravidade destinada a operar em órbita baixa, circular, a 300 km de altitude, por um período máximo de 10 dias e está previsto para ser executado em quatro fases, sendo duas suborbitais e duas orbitais.

A primeira fase compreende a obtenção das informações dinâmicas do módulo do Sara Suborbital durante o voo suborbital e a reentrada em voo de curta duração a bordo do veículo VS-40M. Neste veículo, o segundo estágio é inerte para diminuir a distância até a área de impacto e otimizar as atividades de resgate no mar.

Na segunda etapa há a obtenção de informações dinâmicas adicionais durante o voo suborbital e reentrada do Sara Suborbital 2, ao qual serão incorporados melhoramentos em relação ao Sara Suborbital. Este engenho será lançado a bordo de um foguete VS-40M, com os dois estágios funcionais.

As fases três e quatro compreendem o lançamento do Sara Orbital para coleta de informações e dados oriundos de ambiente espacial relevante. Dependendo das análises futuras poderão ser utilizados o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) ou o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) para estas missões.

Lançamento – Os subsistemas do Sara Suborbital serão verificados em um voo suborbital programado para a segunda semana de novembro próximo, em campanha denominada Operação São Lourenço.  Esse artefato pesa cerca de 350 kg e será lançado a bordo de um VS-40M, a partir do CLA, com a finalidade de realizar testes de curta duração (cerca de oito minutos) e verificação dos subsistemas.

Ele tem dimensões de 1000 mm de diâmetro na base e 1800 mm de altura (eixo principal), massa de 290 kg, sistema de controle de rotação a gás frio, coifa com proteção térmica para a reentrada atmosférica, estrutura interna em fibra de carbono, além de uma complexa rede elétrica que mantém seu funcionamento em toda a missão.

Nesse primeiro voo serão realizados testes funcionais do módulo propriamente dito e de dois protótipos que estão embarcados, sendo um GPS desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e uma unidade de medidas inerciais desenvolvida no IAE.

Fonte: AEB
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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Operação São Lourenço: testes do SARA avançam

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Operação São Lourenço – Novo teste funcional do SARA

03/09/2015

O ensaio funcional do sistema de controle a gás frio, responsável pelo controle de rotação em três eixos do SARA durante seu voo suborbital, foi concluído com sucesso.

Nesse ensaio, previsto para ocorrer após a EDA, são simuladas as rotações em ambiente espacial utilizando-se uma mesa de mancal a ar, tendo por objetivo avaliar a capacidade desse sistema em neutralizar as rotações impostas ao módulo.

O ensaio bem sucedido foi realizado no Laboratório de Propriedades de Massa na AIE e acompanhado pelas equipes da ASE, APE, AEL e Empresas contratadas no projeto.

O SARA será lançado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), durante a Operação São Lourenço, que está programada para o período de 13 de outubro a 7 de novembro do corrente.

Fonte: IAE/DCTA.

Nota do blog: a Operação São Lourenço envolverá o lançamento de um foguete VS-40, que também testará subsistemas futuramente empregados no programa VLS.
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Preparativos para a missão VS-40 / SARA

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IAE avalia os preparativos para lançamento do VS-40 com a Plataforma SARA

Brasília, 26 de agosto de 2015 – O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos (SP), finalizou o relatório sobre a pré-campanha de lançamento e rastreio do foguete VS-40. Programado para ser realizado no período de outubro novembro o lançamento testa a plataforma espacial denominada Satélite de Reentrada Atmosférica (Sara), também desenvolvida pelo IAE.

O encontro para detalhar a pré-campanha foi realizado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, no início do mês. Além de integrantes do DCTA, IAE e CLA, participaram ainda servidores civis e militares do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN), e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).

A pré-campanha desenvolveu diversas atividades entre elas a instalação de dispositivos mecânicos no Lançador de Porte Médio (LPM) do Centro, e ensaio de integração de um mock-up, protótipo do foguete VS-40M em dimensões reais e sem combustível.

Qualificação - Prevista para ocorrer de 13 de outubro a sete de novembro próximos, a Operação São Lourenço além de visar ao lançamento e rastreio do veículo VS-40M com a plataforma espacial Sara, também leva a bordo um GPS de aplicação na área de espaço em fase de qualificação e desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Para assegurar a operacionalidade de todo pessoal envolvido e dos meios do CLA, um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) deve ser lançado antes do VS-40M.

Ainda por meio da Operação, os pesquisadores do IAE pretendem dar andamento ao projeto Sara, que compreende o desenvolvimento de uma plataforma espacial para experimentos em ambiente de microgravidade destinada a operar em órbita circular baixa, a 300 km de altitude, por um período máximo de 10 dias.

Com o lançamento bem sucedido, subsistemas do Sara Suborbital tais como redes elétricas, sistema de recuperação, estrutura, módulo de experimentos, gás frio e proteção térmica devem passar por qualificação em vôo. Além disso, com a qualificação das Redes Elétricas de Segurança e de Serviço feitas para o VS-40M, as mesmas poderão vir a ser empregadas no Veículo Lançador de Satélites (VLS-1).

A Operação São Lourenço é a principal atividade de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais prevista para este ano no Programa Espacial Brasileiro, em coordenação com a Agência Espacial Brasileira (AEB).

Fonte: CLA, via AEB.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Operação São Lourenço: preparativos para voo de VS-40M

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CLA inicia os preparativos para a Operação São Lourenço 

Brasília, 5 de agosto de 2015 – O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, recebe nesta semana especialistas e pesquisadores da área espacial que participam da Reunião de Acompanhamento de Interfaces (RAI) da Operação São Lourenço.

A atividade objetiva coordenar ações visando ao lançamento e rastreio do foguete de sondagem VS-40M em outubro e novembro, transportando a plataforma espacial denominada Satélite de Reentrada Atmosférica (Sara), ambos desenvolvidos pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), organização militar do Comando da Aeronáutica subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Além de integrantes do DCTA, IAE e CLA, participam também das reuniões servidores civis e militares do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Natal (RN), e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI). O encontro de trabalho termina na sexta-feira (7).

Em paralelo à RAI, o CLA também sedia uma pré-campanha da Operação São Lourenço. As atividades englobam a instalação de dispositivos mecânicos no Lançador de Porte Médio (LPM) do Centro, recentemente revitalizado, bem como o ensaio de integração de um mock-up, protótipo do foguete VS-40M em dimensões reais e sem combustível, passando pelas etapas de montagem, transporte e integração no LPM, testes com dispositivos e com o próprio Lançador e os processos inversos de retirada da plataforma de lançamento, transporte e desmontagem.

“A partir da pré-campanha e RAI da São Lourenço, o CLA espera harmonizar junto à coordenação da Operação todas as ações e preparar todos os meios, de modo a realizarmos com total sucesso o lançamento do foguete VS-40M Sara em Alcântara”, afirma o diretor do Centro coronel aviador Cláudio Olany Alencar de Oliveira.

Qualificação - Prevista para ocorrer de 13 de outubro a sete de novembro próximos, a Operação São Lourenço além de visar ao lançamento e rastreio do veículo VS-40M com a plataforma espacial Sara, também leva a bordo um GPS de aplicação na área de espaço em fase de qualificação e desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Para assegurar a operacionalidade de todo pessoal envolvido e dos meios do CLA, um Foguete de Treinamento Intermediário (FTI) deve ser lançado antes do VS-40M.

Ainda por meio da Operação São Lourenço, os pesquisadores do IAE pretendem dar andamento ao projeto Sara, que compreende o desenvolvimento de uma plataforma espacial para experimentos em ambiente de microgravidade destinada a operar em órbita circular baixa, a 300 km de altitude, por um período máximo de 10 dias.

Com o lançamento bem sucedido, subsistemas do Sara Suborbital tais como redes elétricas, sistema de recuperação, estrutura, módulo de experimentos, gás frio e proteção térmica devem passar por qualificação em vôo. Além disso, com a qualificação das Redes Elétricas de Segurança e de Serviço feitas para o VS-40M, as mesmas poderão vir a ser empregadas no Veículo Lançador de Satélites (VLS-1). Durante o lançamento e rastreio do veículo deve ocorrer a interligação das estações de telemetria, radar e tratamento de dados de localização do CLA com as estações do CLBI, objetivando operacionalizar o sistema de comunicação entre estações remotas, essenciais para a manutenção da operacionalidade dos dois Centros de lançamento.

“A missão de lançamento da plataforma Sara destaca-se por compreender um veículo, uma carga útil e uma infraestrutura de lançamento nacional que possibilitará a exploração do ambiente de microgravidade permitindo diversos avanços em estudos científicos e tecnológicos”, explica o tenente coronel engenheiro Alexandre Nogueira Barbosa, Coordenador-Geral da Operação São Lourenço.

O VS-40 já foi lançado duas vezes no Brasil, todas no CLA (Operação Santa Maria – 1993 e Operação Livramento – 1998) e uma vez na Noruega em apoio ao programa de microgravidade da Agência Espacial Europeia (ESA), esse último realizado em junho de 2012.

A Operação São Lourenço é a principal atividade de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais prevista para este ano no Programa Espacial Brasileiro, em coordenação com a Agência Espacial Brasileira (AEB).

Fonte: CLA, via AEB.
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sexta-feira, 12 de junho de 2015

VLM-1: voo em novembro de 2018

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Primeiro voo do VLM-1 será em novembro de 2018

Brasília, 12 de junho de 2015 – O primeiro voo do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) para teste de qualificação está programado para novembro de 2018. O anúncio foi feito pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, na 69ª Reunião Ordinária do Conselho Superior da instituição realizada nesta quinta-feira (11).

No lançamento a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, será transportada uma carga útil também para teste. O Lançador é um foguete de três estágios a propelente sólido com capacidade para satélites de pequeno porte com massa de até 150 quilos.

Desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica, com cooperação da Agência Espacial da Alemanha (DLR), o VLM é composto de dois estágios equipados com motor S-50 e um com motor S-44.

O teste de qualificação do motor S-50, em banco de ensaio, está previsto para janeiro de 2017. O voo de qualificação do VS-50 é programado para novembro do mesmo ano.

Experimento - O presidente também informou estar em estudo à proposta de ser levado ao espaço três experimentos selecionados no 5º Anúncio de Oportunidade, lançado em fevereiro último. A proposta desta edição visa a selecionar um dispositivo que avalie aspectos fisiológicos do espaçonauta Pedro Nehme no voo suborbital do qual ele participa no final do ano.

Quanto ao projeto Serpens (Sistema Espacial para a Realização de Pesquisas e Experimentos em Nano Satélites), os conselheiros foram informados de que o segundo exemplar do satélite de pequeno porte será coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com a participação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e das universidades federais do ABC (UFABC), de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Brasília (UnB). Seu lançamento está previsto para o segundo semestre de 2017.

Com relação ao primeiro modelo do Serpens será entregue à Agência Espacial do Japão (Jaxa) no próximo mês de julho, para lançamento da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em outubro deste ano.

Fonte: AEB
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quinta-feira, 26 de março de 2015

“O PESE não é exclusivo da Aeronáutica”, entrevista com brig. Carlos de Aquino, CCISE

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“O PESE não é exclusivo da Aeronáutica”

Na sua edição nº 136, Tecnologia & Defesa, seguindo a sua linha de oferecer sempre que possível aos seus leitores reportagens com temas exclusivos, abordou, pela primeira vez na imprensa, o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), lançado em 2012 sob as égides da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE). Constituída pelo Comando da Aeronáutica em fevereiro de 2012, a Comissão atua na linha de frente para concretizar os projetos do PESE. Para saber mais sobre os propósitos do Programa, seu momento atual e perspectivas, T&D entrevistou para este suplemento especial o presidente da CCISE, major-brigadeiro Carlos Vuyk de Aquino. Piloto com mais de três mil horas de voo em diferentes modelos, o major-brigadeiro Aquino tem MBA em administração de empresas e gerenciamento de projetos e, além de presidir a Comissão, desde abril de 2007 é também presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA).

Tecnologia & Defesa - Inicialmente, o senhor poderia discorrer brevemente sobre a origem e os principais objetivos da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)?

Major-Brigadeiro Carlos Vuyk de Aquino - A CCISE foi criada pelo comandante da Aeronáutica em 29 de fevereiro de 2012 para coordenar os trabalhos de definição e de implantação de sistemas espaciais à luz das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (END), incluindo seus elementos orbitais e a relativa infraestrutura de apoio, tanto dos componentes de uso exclusivo do Ministério da Defesa quanto daqueles de uso compartilhado com outros órgãos públicos e/ou privados. Os trabalhos ocorrem sob supervisão do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e em coordenação com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), com os Estados-Maiores da Armada (EMA) e do Exército (EME).

No cumprimento de suas atribuições, a CCISE coordenou a concepção do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), realizada em conjunto “O PESE não é exclusivo da Aeronáutica” com o Ministério da Defesa, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica. O programa é composto por ações e projetos necessários para alcançar, ao longo dos próximos anos, os objetivos estabelecidos na END referentes ao setor espacial.

O PESE abrangerá projetos de implantação de sistemas espaciais, incluindo sua infraestrutura de controle e de operação, para diversas finalidades de interesse do Estado. Esses sistemas serão de uso compartilhado (militar e civil) e contribuirão para a execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) nas áreas de interesse definidas na END, priorizando as necessidades das Forças Armadas e complementando as capacidades que não são atendidas pelo PNAE.

O PESE também tem por objetivo mobilizar a Base Industrial Brasileira (BID), as entidades de pesquisa, a área acadêmica, os órgãos de fomento e de financiamento do governo, assim como a sociedade em geral mediante uma demanda sustentável e frequente.

É importante enfatizar que o PESE não é um programa exclusivo da Aeronáutica e vai atender às necessidades das três Forças Armadas, bem como de toda a sociedade civil brasileira. O controle e o emprego dos meios espaciais serão realizados em conjunto pelas Forças e parceiros.

T&D - O ano de 2014 começou com grande expectativa para a o PESE, que contava com recursos orçamentários significativos. Porém, a expectativa acabou frustrada em razão do corte de praticamente toda a destinação. Quais são as expectativas para 2015 e para os próximos anos, inclusive em termos de contratação da indústria?

Maj Brig Aquino - Atendendo a processualística orçamentária do Governo Federal, foram feitas as coordenações necessárias pela CCISE, junto ao Comando da Aeronáutica e ao Ministério da Defesa, para que fosse criada uma ação específica no Orçamento da União para os primeiros nove anos da implantação do PESE. Como é de conhecimento, a conjuntura econômica dita a priorização dos recursos disponíveis para o Ministério da Defesa frente aos contratos e compromissos já assumidos, o que nos impôs limites para os recursos previstos para 2015, nos obrigando a fazer ajustes nos planejamentos para os sistemas de sensoriamento remoto das Forças Armadas, esta denominada “Carponis”. Porém, o programa é estratégico para o País e este replanejamento, que ora se faz necessário, fará com que os processos sejam revisados temporalmente.

Quanto a participação industrial brasileira, ela é condição indispensável no PESE. Um dos problemas já diagnosticado sobre o setor espacial brasileiro é o longo intervalo entre os contratos com a indústria nacional, dificultando a manutenção da mão de obra altamente qualificada dentro das empresas. A proposta do PESE prioriza os satélites menores e mais baratos justamente para criar uma demanda distribuída e suficiente para a manutenção da base industrial. Para isso, a participação da empresa integradora brasileira, capaz de organizar e incluir a cadeia de fornecedores locais, e adquirir a tecnologia ainda não presente no Brasil, é essencial.

T&D - O projeto mais conhecido do PESE envolve o desenvolvimento de uma constelação de satélites para diferentes aplicações, o chamado sistema Áquila. O senhor poderia detalhar as características deste sistema?

Mj Brig Aquino - O PESE deverá suprir a demanda urgente de canais de comunicação, por meio de satélites brasileiros, para todos os sistemas operados pelos Comandos Militares e para o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). Na área de defesa e segurança, o emprego dos sistemas espaciais propostos contribuirá para a redução dos custos dos sistemas de monitoramento de ilícitos, por meio de um incremento na eficiência da vigilância de fronteiras e ações de polícia.

Os contratos com a indústria nacional produzirão estímulos à economia em função da tecnologia adquirida e ampliação da mão de obra especializada, que poderão contribuir para outros setores econômicos. O compartilhamento dos satélites de telecomunicações proporcionará suporte ao Plano Nacional de Banda Larga para as regiões de difícil acesso por redes de fibra óptica ou por torres de micro-ondas.

O incremento da disponibilidade de imagens de alta resolução e o refinamento das informações de posição e navegação, proporcionados pelos produtos gerados pelo PESE, fomentarão a Agricultura de Precisão (AP) que, por sua vez, permitirá um aumento da produção nacional e da rentabilidade desse setor. Essas imagens também servirão de insumo importante para os esforços de redução dos impactos de desastres naturais, por meio do aumento da eficiência no monitoramento de áreas de risco, no planejamento e nas respostas a esses eventos.

Outra contribuição importante da disponibilidade e da precisão das imagens será o aumento da eficiência no monitoramento ambiental, possibilitando a redução da taxa de desmatamento da Amazônia por meio de uma ação de supervisão e fiscalização mais eficiente.

T&D - É sabido que a CCISE tem mantido contato com potenciais parceiros internacionais para a implantação do PESE, como a França, Israel e Estados Unidos, entre outros. O senhor poderia falar um pouco a respeito?

Mj Brig Aquino - O Brasil já possui acordos de cooperação incluindo a área espacial com diversos países. No caso dos mais desenvolvidos, há um grande interesse desses em participar das iniciativas brasileiras, mas o estabelecimento de uma parceria equilibrada é dificultado pela defasagem tecnológica brasileira e por já possuírem programas de satélites em andamento com características distintas das consideradas para o PESE. Assim como o Brasil, os representantes militares de nossos parceiros tentam promover e expandir os mercados de suas indústrias, mas, em todas as ocasiões em que a CCISE participou de grupos de trabalhos conjuntos, deixamos clara a nossa posição de que apenas as parcerias com participação efetiva da indústria brasileira serão consideradas.

O estabelecimento de uma parceria internacional para os projetos do PESE é bem vinda porque permitirá dividir os custos e riscos do desenvolvimento e implantação de sistemas espaciais aproveitando o fato de que os satélites proporcionam uma cobertura global que pode ser aproveitada por parceiros fora da área de interesse do Brasil.

T&D - Qual é a interação da CCISE com o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), contratado pela Visiona Tecnologia Espacial no final de 2013, e como este se insere no PESE?

Mj Brig Aquino – Formalmente, a CCISE participa do SGDC por meio de um acordo de cooperação, assinado em 2014, onde a CCISE apoia a Telebras nas atividades de implantação da infraestrutura de operação desse satélite. O plano original da Defesa em possuir três satélites geoestacionários de comunicações está capturado no PESE ao incluir os dois seguintes, com previsão de lançamentos espaçados em cinco anos. Com vida útil projetada para 15 a 16 anos, esse intervalo de tempo entre os satélites proporciona a recorrência ideal para a implantação e manutenção das comunicações estratégicas por satélite. O processo interministerial para a aprovação do SGDC é anterior à criação da CCISE e, por isso, a Comissão não faz parte da sua governança e o PESE considera o SGDC apenas na sua operação pelo Centro de Operações Espaciais. Para tanto, Defesa e Telebras uniram-se para construir o centro principal e o seu reserva em áreas militares da Aeronáutica e da Marinha, respectivamente. Além desses dois, a Telebras também conta com o apoio da Aeronáutica e do Exército para hospedar as estações de monitoramento e retransmissão de dados “gateways” da banda Ka, que será utilizada para o Plano Nacional de Banda Larga. Como há interesse por parte da Telebras nesses outros dois satélites, é provável que a parceria seja estendida a eles também.

T&D - Sobre o SGDC, aliás, há certa expectativa quanto à formalização de contrapartidas tecnológicas, os chamados offsets, no âmbito da contratação da construção do satélite, em benefício da indústria espacial brasileira. A CCISE tem participado dessas discussões?

Mj Brig Aquino - Durante as fases de definição de requisitos de “offsets” e durante as negociações do contrato, a CCISE contribuiu diretamente ao colocar suas necessidades tecnológicas voltadas para os satélites de sensoriamento remoto óptico e radar. O objetivo é trazer para o Brasil tecnologias mais avançadas que permitirão uma participação mais efetiva das indústrias espaciais locais nos projetos do PESE.

T&D - Na Europa e nos Estados Unidos, não é incomum a estruturação de parcerias público-privadas (PPP) nos setores espacial e de defesa para diferir e mesmo reduzir os investimentos necessários para o desenvolvimento e aquisição de capacidades, sempre expressivos nesses setores. A CCISE tem considerado meios alternativos como as PPP para a viabilização de segmentos do PESE?

Mj Brig Aquino - Em primeiro lugar, as capacidades espaciais almejadas pela Defesa envolvem a implantação de recursos com cobertura global que geralmente podem ser aproveitados para outras finalidades. A participação de empresas na implantação e na operação desses sistemas traz o benefício imediato de melhor aproveitar a disponibilidade dos satélites e reduzir os custos para a Defesa. Por outro lado, a legislação brasileira proporciona a segurança orçamentária de longo prazo para as PPP e isso é importante para um programa como o PESE, em que a regularidade das demandas é o alicerce da sustentação da indústria nacional. Além disso, a concessão para a empresa explorar comercialmente os produtos e serviços dos sistemas espaciais desonera a Defesa da responsabilidade de gerenciar e atender às demandas de uma base de consumidores civis que foge à missão das Forças.

A exploração dos produtos e serviços é a parte mais fácil dessa equação. É no financiamento por parte do parceiro privado para a implantação dos sistemas espaciais que reside o maior desafio para o estabelecimento de uma PPP. O que precisamos agora é demonstrar a viabilidade econômica do programa visando encontrar estes parceiros. Então, objetivamente falando, a CCISE vem promovendo a discussão sobre esse assunto em seus contatos com representantes do Governo e da indústria em busca de candidatos para uma PPP.

T&D - Ainda em relação a meios alternativos, é também comum a contratação de serviços de satélites, em especial para comunicações e observação terrestre, sendo que as Forças Armadas brasileiras são importantes usuárias para atender suas necessidades. A CCISE tem considerado soluções baseadas em serviços para atender os propósitos do PESE?

Mj Brig Aquino - Essa contratação de serviços não faz parte do escopo do PESE porque ela não atende a questão da soberania nacional sobre os meios espaciais exigida pela END. Por esse motivo, a CCISE não tem planos para isso até esse momento. Entretanto, diversas iniciativas das Forças Armadas possuem demandas para o uso de satélites e elas não deixarão de ser atendidas simplesmente porque os produtos do PESE ainda não estão implantados. Para isso, a contratação de serviços é um caminho possível, tanto que o Ministério da Defesa possui diversos contratos para o uso de comunicações por satélites de provedores nacionais e internacionais. O acesso a imagens de alta resolução geradas por satélites também ocorre dessa forma e as aquisições estão centralizadas no EMCFA.

No futuro, quando o Centro de Operações Espaciais estiver implantado, é possível que a gestão desses contratos seja centralizada nesse órgão.

T&D - O PESE foi revisto para a inclusão de veículos lançadores, iniciativa não prevista originariamente no programa. Qual é o envolvimento da CCISE com os projetos brasileiros de veículos lançadores, tocados pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA)?

Mj Brig Aquino - Para a CCISE é muito importante que o Brasil disponha logo de veículos lançadores de baixo custo para atender não somente ao que preconiza a END, mas para impulsionar a estratégia baseada no emprego de frotas de micro-satélites. Até o momento, o desenvolvimento desses lançadores é quase que totalmente financiado pelos recursos do PNAE e eles não têm sido suficientes. A inclusão dos lançadores no PESE tem o objetivo de complementar os investimentos nos lançadores e acelerar o desenvolvimento para que eles possam ser usados para os satélites do PESE o mais cedo possível.

T&D - O uso da tecnologia de cubesats tem se popularizado nas atividades espaciais com relativo sucesso, inclusive no Brasil, em razão principalmente de seu reduzido custo para construção e lançamento de cargas úteis. A CCISE tem avaliado esta tecnologia para o atendimento de algumas de suas demandas?

Mj Brig Aquino - O PESE considera que a evolução tecnológica permitirá o emprego operacional desses nano satélites. A CCISE tem interesse nesses projetos e tinha planos de investir diretamente nas iniciativas do ITA para o ITASAT caso o seu orçamento tivesse sido mantido. Por enquanto, entendemos que essas plataformas terão aplicação imediata para testar e qualificar pequenos subsistemas para satélites maiores. No futuro, esperamos poder empregá-los para comunicações e navegação.

T&D - Existem algumas áreas de contato entre o PESE e o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), este último sob a coordenação da Agência Espacial Brasileira (AEB). Como exemplos, temos as missões de satélites radar e meteorológicos. Há alguma discussão visando a um alinhamento entre os dois programas, de forma a evitar duplicidade de capacidades?

Mj Brig Aquino - O PESE complementa o Programa Nacional de Atividades Espaciais ao fornecer satélites com capacidade adequada para apoiar as missões das Forças Armadas e viabilizar melhorias concretas na vida da população, como o Plano Nacional de Banda Larga, citado anteriormente.

Não há intenção de duplicar aquilo que já está planejado para o PNAE. Os novos satélites que serão adquiridos pelo PESE terão características técnicas e operacionais mais adequadas para as necessidades das Forças Armadas. Por exemplo, imagens de alta resolução com intervalo de tempo mais curto entre as suas coletas são importantes para a condução de operações militares e não estão contempladas no PNAE.

Entrevista publicada na edição especial de Tecnologia & Defesa sobre atividades espaciais, em fevereiro de 2015.
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quarta-feira, 11 de março de 2015

VS-30 V11, Alemanha e Operação Wadis 2

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Experimentos alemães obtém sucesso com foguete brasileiro

Brasília, 11 de março de 2015 – Lançado à semana passada da Base do Andoya Space Center (ASC), na Noruega, o foguete brasileiro VS-30 V11 contribuiu para o sucesso da Operação Wadis 2 (Wave Propagation and Dissipation in the Middle Atmosphere) transportando nove experimentos científicos europeus, sendo cinco alemães.

Com 1.550 quilos o foguete atingiu o apogeu de 126 km e o alcance de aproximadamente 130 km, caindo ao largo da costa da Noruega, após cerca de 10 minutos de voo. O desempenho do motor S30 foi nominal e o voo perfeito, incluindo a recuperação da carga útil.

O VS-30 é um foguete de sondagem desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), sendo um veículo monoestágio, que utiliza uma massa de propelente sólido na ordem de 860 kg.

Este foi o décimo primeiro lançamento deste foguete nacional, sendo esta a quinta vez que o VS-30 foi lançado da Europa. Além de seis instituições alemãs envolvidas diretamente na operação participaram também indiretamente a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Departamento de Ciências e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Fonte: Andoya Space Center (ASC), via AEB.
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sábado, 7 de março de 2015

VSB-30: mercado em potencial

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Instituto prevê ampliação de mercado para foguete brasileiro

Brasília, 6 de março de 2015 – O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em São José dos Campos (SP), prevê crescimento do mercado para o foguete brasileiro VSB-30, após o sucesso do lançamento ocorrido à semana passada no Esrange Space Center, na Suécia.

A operação marcou o 15° lançamento do VSB-30. “Estamos superando as expectativas, que eram de lançar dois foguetes por ano”, disse Eduardo Dore Roda, gerente de Projeto do IAE. Este ano, são quatro lançamentos.

Dos 15 lançamentos feitos desde 2004, um total de 12 foram no exterior, a maioria na Suécia, e três no Brasil. A previsão é que o VSB-30 lance outros oito experimentos no país, todos para cargas de universidades, na base de Alcântara, no Maranhão.

Tecnologia - No exterior, a maioria das cargas lançadas pelo foguete brasileiro é de experimentos científicos de alta tecnologia, ligados à área farmacêutica. “Também já fomos consultados pela Austrália, interessada em lançamentos”, disse Roda. Segundo ele, o custo do foguete está entre as vantagens do produto, que já tem 75% de fabricação nacional. O custo do VSB-30 é de cerca de R$2 milhões.

O IAE já tem produção de 24 foguetes VSB-30 para os interessados em lançamentos de experimentos científicos, operações que são realizadas com suporte total do IAE. Também estiveram envolvidos indiretamente na atividade a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Fonte: FAB, via AEB.
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

VLM: Convênio IAE - FUNCATE

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IAE - DCTA e FUNCATE assinam convênio para desenvolvimento do VLM-1

O projeto para desenvolvimento do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) brasileiro deu um importante passo nas últimas semanas, com a assinatura do convênio entre a FUNCATE (Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais) e o IAE/DCTA (Instituto de Aeronáutica e Espaço).

O VLM-1, fruto de uma parceria entre o IAE/DCTA e a Agência Espacial Alemã (DLR), visa o desenvolvimento de um foguete destinado ao lançamento de cargas úteis espaciais ou microssatélites (até 150 kg) em órbitas equatoriais e polares ou de reentrada, com três estágios a propelente sólido na sua configuração básica: dois estágios com o motor S50 com cerca de 12 toneladas de propelente e um estágio orbitalizador com o motor S44.

Outras configurações do veículo poderão empregar um terceiro estágio em propelente sólido maior ou em propelente líquido. O VLM deverá atender a uma importante e crescente demanda para o lançamento de cubesats e microssatélites. Este convênio tem vigência de quatro anos e estabelece uma parceria de longo prazo entre a FUNCATE e o DCTA/IAE.

Fonte: IAE/DCTA
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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cooperação Brasil - Suécia: VLM

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Sueca SSC vai construir base em Alcântara

05/11/2014

Por Virgínia Silveira | De Gothenburg e Satenäs (Suécia)

A SSC (Swedish Space Corporation) vai construir dois centros de lançamento para o foguete brasileiro VLM (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, no Maranhão, e no Centro Espacial de Esrange, na Suécia. O primeiro passo para viabilizar o plano é assinatura de um acordo de parceria com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que coordena o desenvolvimento do foguete. A assinatura deve ocorrer em dezembro.

O acordo, segundo o diretor do DCTA, brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, prevê o intercâmbio de informações e de recursos humanos na área de desenvolvimento e de operações de lançamento, assim como de tecnologias de propulsão espacial e de propelentes ecológicos, entre outros projetos. A parceria, ainda segundo o brigadeiro, é desdobramento de um acordo especial assinado entre as Agências Espaciais do Brasil (AEB) e da Suécia (SNSB), em fevereiro.

A responsável pela área de tecnologia da SSC, Anna Rathsman, disse planeja utilizar o VLM para o lançamento de micro e nanossatélites para o mercado europeu. A executiva afirmou que não tem uma projeção do mercado global para veículos na categoria do VLM, mas que uma estimativa inicial feita pela SSC prevê o lançamento de pelo menos dois foguetes por ano do Centro de Esrange.

Segundo o Valor apurou, por apresentar um baixo custo de produção e de complexidade técnica, além de um ciclo de desenvolvimento rápido, o VLM tem um mercado potencial superior a dez lançamentos por ano.

O diretor do DCTA disse a SSC já definiu o local para a construção do sítio de lançamento em Esrange. "Estudos já feitos por especialistas indicam a existência de um mercado promissor para o VLM, tendo em vista que não existe nenhum outro foguete dedicado para atender a essa faixa de mercado (lançamento de cargas úteis de 120 a 150 quilos)", afirmou.

Os concorrentes do VLM são foguetes de grande porte, que levam pequenos satélites de carona. O VLM teria um custo de lançamento baixo, inferior a US$ 10 milhões. Seu desenvolvimento é feito pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa e desenvolvimento do DCTA, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), que financia parte do projeto, avaliado em R$ 100 milhões.

O próximo passo do projeto do VLM é a contratação da fabricação da parte estrutural do motor foguete, o S50. A empresa Cenic já concluiu o projeto de desenvolvimento do motor. Feito em fibra de carbono, o S50 será o maior motor foguete já construído pelo IAE. A Avibras fez o estudo de viabilidade de carregamento do motor com propelente (combustível).

O DLR utiliza o foguete brasileiro VS-40 para o experimento científico Shefex, considerado o principal programa espacial da Alemanha. De acordo com o DCTA, os alemães querem utilizar o foguete VLM para o lançamento do experimento Shefex 3 (da sigla em inglês Sharp Edge Flight Experiment), que irá testar o comportamento de novos materiais e tipos de proteção térmica necessários para o desenvolvimento de tecnologia de voos hipersônicos e de veículos lançadores reutilizáveis.

O vice-diretor do IAE, coronel aviador Avandelino Santana Júnior, disse que o teste de qualificação em voo do VLM deverá acontecer em dois anos. A fabricação do foguete será feita pelo setor espacial brasileiro. Ele afirmou que o VLM é um foguete configurado para lançar micro e nanossatélites de sensoriamento remoto, experimentos científicos e com aplicação meteorológica em baixa altitude.

A SSC já mantinha um relacionamento próximo ao DCTA desde 2005, por meio da utilização dos foguetes de sondagem VSB-30 (desenvolvidos pelo IAE), que fazem o lançamento de cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade.

Com faturamento de 524 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 71 milhões) por ano e mais de 600 funcionários, a SSC fornece serviços de gestão de satélite e de lançamento de foguetes e balões, além do desenvolver subsistemas para aplicações aeroespaciais.

Fonte: Valor Econômico.
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