quarta-feira, 10 de março de 2010

Cyclone 4: empresa ucraniana anuncia contrato

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A agência de notícias russa Interfax noticiou hoje (10) que a companhia ucraniana OJSC Azovobschemash, parte do grupo Azovmash, assinou um contrato para o fornecimento de equipamentos para o lançador Cyclone 4, a ser operado pela binancional ucraniano-brasileira Alcântara Cyclone Space (ACS).

De acordo com a notícia, os equipamentos, que não foram melhor descritos, serão fornecidos num período de 14 a 18 meses a contar do recebimento dos pagamentos previstos no contrato, cujo valor também não foi divulgado. A primeira parcela já teria sido paga, afirmou a companhia ucraniana.

A indústria Azovobschemash é especializada em materiais de transporte terrestre, o que permite a suposição de que os equipamentos a serem fornecidos para o Cyclone 4 na realidade são para o segmento terrestre de operação do foguete, provavelmente o sistema de transporte até a plataforma.

terça-feira, 9 de março de 2010

Bate-papo sobre o Programa Espacial Brasileiro

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Reproduzimos abaixo mensagem recebida do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica (CAEAT), da Câmara dos Deputados, sobre um bate-papo virtual com o Dep. Rodrigo Rollemberg, a ser realizado no próximo dia 22. O chat terá como objetivo discutir o Programa Espacial Brasileiro.

O CAEAT tem promovido diversas discussões e estudos sobre a Política Espacial Brasileira, como debates e programas televisivos, e deve em breve finalizar um amplo documento com um diagnóstico e orientações para o futuro do programa nacional.

"Prezado(a) Senhor(a),

Gostaríamos de convidá-lo para participar de um bate-papo virtual (chat) sobre o Programa Espacial Brasileiro a ser realizado no dia 22 de março, às 16 horas, no Portal E-Democracia da Câmara dos Deputados (www.edemocracia.gov.br), com a presença do Relator do Estudo, o Deputado Rodrigo Rollemberg.

O Estudo sobre o Programa Espacial Brasileiro está sendo realizado pelo Conselho de Altos Estudos da Câmara dos Deputados com a colaboração da Consultoria Legislativa da Casa, com o objetivo de propor sugestões para aperfeiçoar a política espacial no Brasil. O resultado final do Estudo será publicado nos próximos meses.

O E-Democracia é um portal na Internet que tem por objetivo promover a discussão e elaboração de políticas públicas e projetos de lei junto à sociedade.

Assim, gostaríamos de convidá-lo(a) para participar do debate de um tema tão importante para o desenvolvimento da atividade aeroespacial no Brasil. Para tanto basta cadastrar-se no Portal E-Democracia e na Comunidade Política Espacial Brasileira. Suas contribuições também podem ser postadas a qualquer tempo nos fóruns da Comunidade.

Sua participação é fundamental nesse processo e temos certeza de irá enriquecer sobremaneira as conclusões do estudo sobre tema tão estratégico para a sociedade brasileira.

Atenciosamente,

Equipe E-Democracia
Conselho de Altos Estudos"
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3ª Edição da AAB Revista

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A terceira edição (jan-mar) da AAB Revista, editada pela Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), de São José dos Campos (SP), já está disponível em seu website. Este número, maior que os anteriores, conta com artigos sobre o Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE) ("LIT/INPE: Um Laboratório Espacial Brasileiro"), o foguete de sondagem VSB-30 ("VSB-30 – Primeiro Foguete Brasileiro Certificado"), V Jornada Espacial, e sobre o Programa F-X2, da Força Aérea Brasileira (FAB), este último de autoria do editor do blog, André M. Mileski.

Para acessar a revista, em arquivo PDF, cliquem aqui.
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domingo, 7 de março de 2010

"Por que só o INPE não consegue vagas?"

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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem realizado nos últimos meses vários concursos para contratação de novos funcionários, de modo a suprir a sua necessidade de pessoal. Embora, em princípio, a contratação de mais pessoal para o Programa Espacial Brasileiro pareça benéfica, há quem critique o fato de algumas das contratações serem temporárias. Este é o caso, por exemplo, do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de C&T (SindCT), que em seu último informativo questionou o fato de apenas o INPE, na área de C&T, não conseguir vagas.

Sem fazer qualquer juízo de valor, reproduzimos abaixo a nota do SindCT. A questão de falta de pessoal no Programa Espacial e as soluções buscadas para a resolução deste problema serão abordadas no blog em breve de modo mais aprofundado.

"Por que só o INPE não consegue vagas?

A decisão do INPE e do MCT de contratar pessoal para o INPE através de contrato temporário, segundo o Instituto, é para suprir a necessidade de pessoal.

Se há assumidamente falta de pessoal, por que o INPE não consegue contratar novos servidores pelo RJU [nota do blog: RJU significa Regime Jurídico Único]?

A Fiocruz (RJ) acaba de conseguir autorização do Ministério do Planejamento para a realização de concurso para 700 vagas. De 2006 para cá, já são 1.834 vagas para a Fiocruz. Assim como a Fiocruz, outros órgãos, inclusive da carreira de C&T, têm conseguido vagas junto ao Governo. Só o INPE não consegue!

Falta empenho da direção do INPE e do MCT para a realização de Concurso ou há outros interesses por trás da da decisão de se contratar pessoal através de contrato temporário? Está na hora de caírem as máscaras ou de vestirem as camisas do INPE.

Defendemos a reposição de pessoal através de concurso público pelo RJU, em defesa da carreira de C&T e dos servidores públicos!"

Fonte: Rapidinha nº 2, de 4 de março de 2010, informativo do SindCT.
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quinta-feira, 4 de março de 2010

Notícias sobre lançadores no Valor Econômico

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A edição de hoje (04) do jornal Valor Econômico traz algumas reportagens sobre o Programa Espacial Brasileiro, em especial quanto ao subprograma de lançadores e o projeto do satélite universitário Itasat. Para lê-las, cliquem aqui (NOTIMP, clipping da Força Aérea Brasileira).

Embora com algumas informações interessantes, as reportagens não apresentam grandes novidades. Fala-se em retomada do desenvolvimento de lançadores pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA), como se em algum momento recente estes projetos tivessem sido interrompidos. O IAE tem realizados diversos estudos tendo em vista a fase pós-VLS-1, havendo, de fato, várias possibilidades "na mesa" (recomendamos a leitura da reportagem "Lançadores espaciais: Os planos do IAE/CTA", disponível no web-site da revista Tecnologia & Defesa). Considerando que este ano é eleitoral é até em razão de limitações legais, a chance de qualquer grande decisão concreta sobre o que virá após o VLS-1 é bastante remota.

Um tema talvez mais interessante e com elementos mais palpáveis que poderiam ser abordados na reportagem do Valor Econômico é a retomada, esta sim concreta, do projeto VLS-1. Nos últimos meses, foram realizados vários ensaios e testes visando a realização de voos experimentais já nos próximos anos. A plataforma de lançamento está em construção em Alcântara (MA) e deve ser concluída até o final do ano. Adicionalmente, ao menos uma dezena de contratos já foram assinados para o desenvolvimento e fabricação de componentes e/ou prestação de serviços para o VLS-1 ("Contratos do Programa VLS").
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terça-feira, 2 de março de 2010

Engenharia Aeroespacial no ITA: curso é iniciado

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COMEÇA O CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL DO ITA

02/03/2010 14:13 — No dia 2 de março de 2010, o iteano Maurício Pazini Brandão, Brig Eng, ministrou a primeira aula da Disciplina “Introdução à Engenharia Aeroespacial”, do Curso de Graduação em Engenharia Aeroespacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Este curso objetiva formar recursos humanos especializados de modo a atender à demanda do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e que tem como principais executores o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (Ministério da Defesa/DCTA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Ministério da Ciência e Tecnologia, Inpe).

O primeiro passo neste sentido foi dado pelo então presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi que, em 2006, ministrou a aula inaugural do ITA com o tema “Programa Espacial Brasileiro” e, ao concluir sua palestra, solicitou ao Reitor do Instituto, Reginaldo dos Santos, que avaliasse a necessidade de formar engenheiros também na área espacial. A partir daí estudos foram realizados com a participação de representantes dos diversos Institutos do DCTA e do Inpe, resultando em uma proposta aprovada pelo Comandante da Aeronáutica e que levou à criação do curso de Graduação em Engenharia Aeroespacial do ITA, em 1º de fevereiro de 2010 (Portaria Nº 52/GC3).

A estrutura do curso está relacionada a áreas críticas do PNAE identificadas por Navegação e Guiamento, Propulsão e Aerodinâmica, e Eletrônica para Aplicações Espaciais. Os temas comuns abordados são: Propulsão básica, Aerodinâmica básica, Telecomunicação básica, Navegação e Guiamento Básico, Estruturas, Materiais e processos, Engenharia de sistemas, Gestão e garantia do produto, Campos de lançamento e rastreio, Dinâmica do vôo e orbital, Computação, Ensaios e Sistemas elétricos.

Ocupam as dez vagas disponibilizadas para esta primeira turma, alunos selecionados entre aqueles aprovados para o 3º ano de graduação e que, voluntariamente, optaram por migrar das outras modalidades de Engenharia oferecidas pelo Instituto.

Fonte: ITA/DCTA
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Star One C3: decisão já foi tomada

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Segundo o blog apurou, a "licitação" promovida pela Star One para a aquisição de seu próximo satélite de terceira geração (Star One C3) já foi concluída, embora o seu resultado ainda não tenha sido divulgado. Participavam da última fase a norte-americana Orbital Sciences Corporation, e a europeia Thales Alenia Space (vejam a postagem "Star One C3: Thales X Orbital").

Já há algumas semanas, o blog busca obter informações sobre qual dos dois competidores levou o contrato, sem sucesso. Foram contatadas algumas fontes e todas disseram desconhecer ou se negaram a dar informações. Alguns indícios sobre o resultado da "licitação" foram dados de maneira psicologicamente enigmática por uma de nossas fontes, mas como não foi possível confirmá-la, preferimos não repercutir a informação. A conferir. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Star One também afirmou que não havia "previsão para anúncio".

Foi levantada uma hipótese, não confirmada, de que um anúncio oficial ocorra no evento "Satellite 2010", que acontece em Washington (DC), EUA, daqui a pouco menos de duas semanas. O blog continuará a acompanhar o tema. Tão logo seja feito o anúncio oficial, será postada uma nota com algumas informações sobre os bastidores da "licitação".
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Campanha do Projeto GPM em Alcântara

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Campanha científica em Alcântara irá aperfeiçoar modelos de previsão de chuva

02/03/2010

Começou nesta segunda-feira (01/03), no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, a campanha científica “GPM 2010 Chuva”, com o objetivo de estudar a formação das gotas de chuva de “nuvens quentes”. O objetivo é aperfeiçoar modelos de previsão de tempo e a estimativa da precipitação a partir de dados de satélites meteorológicos.

O experimento, previsto para encerrar no dia 20 de março, faz parte do programa internacional Global Precipitation Measurement (GPM; em português, Medidas Globais de Precipitação), liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa) e do Japão (Jaxa). Instituições de pesquisa do País colaboram com o GPM-Brasil (http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm), lançado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), em 2004, para fomentar a participação brasileira no programa que visa compreender o papel das chuvas em nível global.

Alcântara (MA) foi escolhida pela facilidade logística do CLA, mas também porque grande parte da precipitação na região está relacionada à formação de nuvens quentes, isto é, sem formação de gelo. A expectativa é de que a melhor compreensão deste regime de chuva resultará no aperfeiçoamento dos modelos de precipitação com dados obtidos por satélites em operação e também por aqueles que farão parte do GPM.

A campanha tem o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e organização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A coordenação científica está sob a responsabilidade do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Mais de 50 especialistas participam do experimento, entre técnicos e pesquisadores.

Entre as instituições estrangeiras, participam da campanha a Nasa, Colorado State University, dos Estados Unidos e a University of Bonn, da Alemanha. Do lado brasileiro, além do INPE e DCTA, participam o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da USP, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto Tecnológico SIMEPAR, Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME).

Os resultados preliminares da campanha serão apresentados em junho deste ano em Helsinque, na Finlândia, no Workshop Global Precipitation Measurement (GPM) Ground Validation (Validação de Solo). Os dados coletados serão discutidos com o intuito de validar medidas de instrumentos que serão levados a bordo dos satélites do programa GPM. O projeto prevê sete satélites. Está em análise pela AEB a possibilidade de o Brasil participar do programa com o desenvolvimento de um satélite, com uso da Plataforma Multimissão (PMM), projeto do INPE.

Durante a campanha, serão utilizados os seguintes instrumentos: um radar polarimétrico, do CLA, para medidas de precipitação e de estrutura de nuvens; um avião Bandeirante, da UECE, para dados sobre gotas de nuvens; um micro-radar e um radiômetro avançado de microondas, ADMIRARI, da University of Bonn, radiômetros de microondas passivo, radar de laser LIDAR, GPS, do INPE, e disdrômetros (para distribuição do tamanho das gotas de chuva), da Nasa, para compreender a micro-física das nuvens.

Fonte: INPE
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Brasil e Portugal juntos no Espaço?

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Portugueses e brasileiros querem ir rumo às estrelas

Investigadores da UM propõe criação da Agência Espacial Luso-Brasileira

2010-03-01

Um sonho aparentemente megalómano pode tornar-se exequível, segundo dois físicos da Universidade do Minho (UM): a criação da Agência Espacial Luso-Brasileira. "O Brasil é um verdadeiro tecnólogo no domínio aeroespacial e Portugal, por seu turno, é membro da Agência Espacial Europeia, mas não tem conseguido liderar projectos. Uma articulação entre os dois países poderá potenciar ambas as valências", disse o director da Agência de Energia da UM, Joaquim Carneiro.

Juntamente com seu colega e pró-reitor Vasco Teixeira, Carneiro passou toda esta semana a fazer contactos no Brasil com prestigiadas instituições de ensino e empresas. Os dois físicos visitaram o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), a Opto Aeroespacial, Embrapa, Centro Tecnológico Aeronáutico (CTA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto de Estudos Avançados (IEAv).

Em Brasília, foram recebidos pelo chefe da assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Monserrat Filho, e representantes do Ministério da Educação, a quem apresentaram a sua proposta da Agência Espacial Luso-Brasileira.

Segundo os físicos, este projecto, que ainda não tem custo avaliado, já conta com o apoio do Governo português. "A origem desta proposta é apenas um caso particular de um desafio mais global de criar um programa luso-brasileiro na área de ciência, tecnologia e inovação multidisciplinar", explicou Vasco Teixeira.

Segundo a avaliação do director do Programa Internacional de Estudos e Projectos para a América Latina e coordenador do Instituto de Estudos Avançados da USP, Sérgio Mascarenhas, a iniciativa dos físicos portugueses poderá "abrir fronteiras".

"Ao nível académico, há muita abertura para que se concretize este projecto estratégico para os dois países. Seria a volta das caravelas com a união Brasil-Portugal em tecnologia", salientou o professor brasileiro.

Joaquim Carneiro e Vasco Teixeira regressam a Portugal neste domingo e, na bagagem, levam a esperança de que tenha sido lançada a primeira pedra para inaugurar uma nova etapa nas relações luso-brasileiras. Certeza têm de que, "se houver vontade política, deixará de ser apenas um sonho", resumiu Joaquim Carneiro.

Fonte: Ciência Hoje Portugal

Comentários: vejam também a postagem "Cooperação Brasil - Portugal", de 19/02, que trata da vinda da missão governamental portuguesa ao Brasil. A matéria acima, publicada na imprensa de Portugal, repercute a visita e conversas mantidas com autoridades e empresários brasileiros. Parece pouco provável que a ideia de uma agência espacial luso-brasileira vingue. Até onde se sabe, não existe sequer um projeto conjunto em discussão entre os dois países.
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segunda-feira, 1 de março de 2010

ACS: "Sem lançamento"

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Da coluna "Brasil Confidencial", da revista IstoÉ, edição 2102 (19/02):

"Sem lançamento

O ex-ministro Roberto Amaral (PSB), diretor da Alcântara Cyclone Space, tem evitado encontros com o presidente Lula. Não quer passar pelo constrangimento de informar que o prazo para lançamento do foguete da base de Alcântara até o fim do ano não será cumprido."

Comentários: já há tempos escrevíamos aqui sobre o quão remota era a chance do Cyclone 4 ser lançado de Alcântara em 2010. É curioso observar que o complexo de lançamento do foguete russo Soyuz na vizinha na Guiana Francesa, em Kourou teve as suas obras iniciadas em 2006 e até agora não foi concluído. Haveria, inclusive, a possibilidade de que o primeiro lançamento ocorra apenas em 2011 e não mais este ano, como planejado. E as obras da ACS em Alcântara nem sequer começaram.
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