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Nos últimos dias 6 e 7, durante a visita da Presidenta da Argentina, Cristina Kirchner ao Brasil, foi assinada uma declaração conjunta com o governo brasileiro reafirmando compromissos e relevantes pontos da cooperação bilateral entre os países. Um dos itens da declaração trata de Cooperação Espacial, particularmente sobre o Satélite Argentino-Brasileiro de Observação dos Oceanos (SABIA-Mar), e a possibilidade de seu lançamento pelo foguete Cyclone 4, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Veja abaixo:
"4. Cooperação Espacial: Satélite Argentino-Brasileiro de Observação dos Oceanos - Reafirmaram o caráter estratégico da cooperação espacial entre o Brasil e a Argentina e a necessidade de avançar rapidamente no desenvolvimento, construção e lançamento de um satélite conjunto para a observação costeira e oceânica.
Registraram a realização de reuniões técnicas em Buenos Aires e em São José dos Campos, que permitiram progressos significativos da definição da missão SABIA-Mar para a observação costeira e oceânica, que terá impacto positivo em áreas como a proteção do meio ambiente, prevenção de desastres ambientais, manejo costeiro, recursos hídricos, oceanografia, uso sustentável dos recursos marinhos, meteorologia e mudança do clima.
Determinaram que seja finalizada a definição técnica da missão SABIA-Mar e a elaboração de estimativa de custos e do cronograma de desembolso até o final de setembro de 2008. Por ocasião da escolha do lançador, as partes examinarão as opções mais apropriadas, levando em especial consideração a possibilidade de utilização do Cyclone-4, a partir de Alcântara.
Instruíram as Chancelarias a convocarem, após a apresentação da estimativa de custos e do cronograma de desembolso, uma reunião para que as autoridades competentes da área espacial e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento do Brasil e de Economia da Argentina possam identificar as fontes de financiamento necessárias para a consecução do projeto."
É interessante observar que até o momento apenas satélites de pequeno porte e de órbita baixa têm sido elencados como possíveis cargas dos primeiros lançamentos do Cyclone 4. O primeiro vôo, arrojadamente previsto para 2010 deve lançar um satélite científico japonês, o Jasmine. Outras cargas em potencial são o satélite argentino SAOCOM, o sino-brasileiro CBERS 4, e agora o argentino-brasileiro SABIA-Mar.
O Cyclone 4 é um lançador de médio porte, com capacidade de inserção de cargas úteis de 5500 kg em órbita baixa equatorial a 500 km de altitude, ou de até 1700 kg em órbitas de transferência geoestacionária. É capaz, portanto, de lançar satélites maiores do que os já mencionados nas órbitas baixas, embora, dada a sua pequena capacidade para órbitas geoestacionárias, não tenha condições de competir em igualdade de condições com os grandes players do setor em lançamentos geoestacionários.
Considerando a situação do mercado e as peculiaridades do sistema ucraniano-brasileiro, a opção de lançar satélites menores em órbitas baixas tem a sua lógica. No entanto, se levarmos em conta que cada lançamento de foguetes similares ao Cyclone 4 custam entre 40 a 50 milhões de dólares, a Alcântara Cyclone Space deverá considerar a realização de lançamentos com múltiplas cargas úteis (dois ou três satélites em cada missão), de modo a melhor aproveitar a capacidade do lançador e diminuir o valor dos fretes das cargas de menor porte.
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