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CCT debate em audiência pública importância de empresa aeroespacial para a economia
19/02/2010 - 18h33
A importância da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS) para a economia brasileira será tema de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) na próxima quarta-feira (24), às 9h.
Com atuação no setor aeroespacial, a ACS é uma empresa pública binacional de capital brasileiro e ucraniano, criada para explorar o mercado de lançamento de satélites. A empresa opera no Centro de Lançamento de Alcântara e utiliza tecnologia russo-ucraniana do foguete Tsyklon. Este foguete foi desenvolvido a partir do míssil balístico intercontinental R-36, criado como armamento em 1966 no auge da guerra fria.
O R-36 tem 40 metros de altura, pode pesar até 180 toneladas no lançamento e utiliza como combustível propelente tetróxido de nitrogênio e UDMH (Unsymetrical Dimethil Hidrazine), que é um derivado de hidrazina, mais estável que esta. Existe um acordo entre o governo brasileiro e o ucraniano para compartilhamento da tecnologia desse foguete, aqui denominado Veículo Lançador de Satélites (VLS), e das instalações do Centro de Lançamento de Alcântara.
Em agosto de 2003, um defeito no sistema de ignição de um dos quatro motores do corpo principal do foguete causou uma explosão durante simulação de lançamento, que matou 21 técnicos civis do Centro de Tecnologia da Aeronáutica. Na época, chegou-se a levantar a hipótese de sabotagem, devido ao fato de que o VLS é um foguete mais barato que os demais concorrentes.
Foram convidados para a audiência pública o diretor-geral brasileiro da empresa, Roberto Amaral, e o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem. A audiência foi requerida pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), com aditamento do senador Flávio Arns (PSDB-PR).
Fonte: Ricardo Icassatti / Agência Senado
Comentário: a reportagem da Agência Senado é bastante confusa, confundindo Cyclone 4 com VLS. O ponto relevante da reportagem é a promoção de audiência pública no Senado Federal, que deve colocar a Alcântara Cyclone Space novamente em evidência na imprensa.
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2 comentários:
Olá Mileski,
O texto diz:
"Existe um acordo entre o governo brasileiro e o ucraniano para compartilhamento da tecnologia desse foguete, aqui denominado Veículo Lançador de Satélites (VLS)..."
Isso é correto? Existe mesmo tal acordo?
Já ouvi muitos "promessas" interessantes sobre essa parceria, como por exemplo, a possibilidade de que o brasil forneça algumas peças para o cyclone, como a coifa, ou melhor ainda, de que a próxima geração haveria participação de engenheiros brasileiros.
Por outro lado, ouvi também que o Brasil não forneceria um único parafuso, só a base.
Mas o problema é esse : "EXISTE A POSSIBILIDADE"
E outra questão: O compartilhamento da tecnologia ucraniana é realmente proveitosa para o vls, que é um lancador com técnologia diferente?
Até mais !
O acordo firmado entre o Brasil e a Ucrânia é de cunho comercial (exploração de Alcântara), e no que é do meu conhecimento, não existe acordo que trate especificamente de transferência de tecnologia. Pode até haver esta intenção, inclusive com AST assinado e tudo mais, mas nenhum instrumento específico. Agora, dada a situação da ACS e a necessidade de se justificar, fato é que o projeto tem passado por mudanças que, de algum modo, buscam ampliar o seu escopo (além de esforço comercial, passaria a ter também algum cunho tecnológico). Mas isto, ao menos por enquanto, está mais no campo das intenções do que na prática. Quanto ao aproveitamento da tecnologia do Cyclone, existem sim itens que podem interessar ao VLS, mas não creio que seja na área de propulsão. A propulsão do Cyclone 4 é de tecnologia mais antiga, já superada, e existem outras possibilidades, mais interessantes, de cooperação do Brasil com Rússia e/ou Europa. Saudações. André.
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