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Na última sexta-feira (08), em visita à São José dos Campos (SP), o ministro Aloizio Mercadante deu mais detalhes sobre a ideia de restruturação do Programa Espacial Brasileiro. "Toda a estrutura da AEB viria para o Inpe. Seria uma reformulação dessa estrutura pela capacidade do próprio Inpe", afirmou, acrescentando também que o modelo de gestão visado seria similar ao da principal entidade espacial norte-americana, a NASA. Mercadante reforçou o coro por um maior envolvimento da iniciativa privada. "Queremos atrair mais investimentos público e privado. Uma parceria com empresas do setor aeroespacial seria muito importante", disse.
Apesar de muitos defenderem a ideia de fusão do setor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA) com um único órgão espacial, aparentemente, não será este o caminho a ser seguido, ao menos não neste primeiro momento. Além de dificuldades políticas (o IAE está vinculado ao Comando da Aeronáutica, que por sua vez responde ao Ministério da Defesa, enquanto que tanto a AEB como o INPE são vinculadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia), haveria também muitas questões culturais e técnicas. É comum, por exemplo, técnicos e engenheiros do IAE trabalharem em projetos tanto de tecnologia espacial como em sistemas de armas (mísseis, bombas e foguetes), principalmente em razão do crônico problema de falta de recursos humanos, realidade que traria problemas numa cisão da parte espacial do IAE.
Inclusive, no mês de maio, aproveitando-se dos rumores sobre a reorganização das instituições ligadas ao Programa Espacial que já naquela época circulavam nos bastidores, o blog questionou um brigadeiro do Comando da Aeronáutica sobre sua visão acerca de uma possível fusão da AEB, INPE e da parte espacial do IAE/DCTA. O oficial respondeu que acreditava não ser este o melhor caminho, já que o IAE tem uma cultura diferente daquelas dos órgãos civis. O brigadeiro, inclusive, citou o exemplo da junção do antigo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD) com o IAE, destacando que por muitos anos, os dois institutos pareciam O encontro dos rios Negro e Solimões, com culturas e equipes que não se integravam.
O blog Panorama Espacial continuará acompanhando os desdobramentos das discussões, e em breve apresentará mais informações.
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