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Fusão da AEB com Inpe está morta, diz Gilberto Câmara, presidente do instituto
quarta-feira, 30 de novembro de 2011, 20h19
A proposta apresentada no meio do ano pelo presidente da AEB, Marco Antônio Raupp, de fundir a autarquia com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não está mais sendo discutida dentro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A proposta não avançou porque sofreu forte oposição de Gilberto Câmara, diretor geral do Inpe. A ideia de Raupp era que a incorporação da AEB com o Inpe pudesse fortalecer o Programa Espacial Brasileiro a partir de uma atuação integrada das duas instituições.
"Falei 'ótimo' desde que a resultante disso se chame Inpe. O Instituto tem uma história é uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do Brasil, muito mais antiga que a AEB. A AEB tem dois funcionários. Como ele (Marco Antônio Raupp) não topou, não rolou. A proposta morreu.", explica Gilberto Câmara.
A proposta, por ora está engavetada. Entetanto, Câmara está deixando o Inpe até o final do ano, o que poderá fazer com que a discussão seja recolocada quando o Intituto passar a ter outro diretor. Câmara diz que está "cansado"e pretende se dedicar mais a área acadêmica. Em 2012 ele deve se afastar para fazer um curso de pós-doutorado na Alemanha.
O novo dirtetor da o Instituto será escolhido pelo ministro Aloízio Mercadante a partir de uma lista tríplice apresentada pelo Comitê de Busca que é formado por profissionais que atuam em áreas afins às do Inpe.
Embraer
Câmara discorda da maneira como o governo vem trabalhando no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro. Sua maior insatisfação reside no fato de o Inpe não ter sido incluído nas discussões. Além disso, segundo ele, o governo ainda não indicou como a experiência do Instituto será aproveitada no programa. Sobre a joint venture da Telebrás com a Embraer, Câmara diz que não vai haver "integração nenhuma" como dizem os representantes do governo.
Isso porque a companhia vai comprar um satélite pronto, já que não tem nenhuma experiência em integração. "Integração não é o que a Embraer vai fazer, ela vai acompanhar. A Embraer vai comprar pronto. A melhor maneira de integrar um satélite é fazendo", afirma ele.
Segundo ele, para que "a Embraer possa ser o que o governo quer que ela seja" é preciso investimento na empresa. Câmara procura amenizar a sua insatisfação com a exclusão do Inpe. "Como o Inpe vai passar o seu conhecimento para a Embraer, eu não sei. E nem quero falar sobre esse assunto agora que eu estou saindo. Isso faz parte de um debate que vai acontecer nos próximos anos".
Prêmio
Gilberto Câmara esteve nesta quarta em na Câmara dos Deputados onde foi homenageado em nome do Inpe com a Medalha Mérito Legislativo pelo trabalho que o Inpe desenvolve na área ambiental com monitoramento de queimadas, entre outras ações. A Medalha Mérito Legislativo é a maior honraria concedida pela Câmara dos Deputados a pessoas com relevantes serviços prestados ao País.
Fonte: Teletime. Colaborou Ildefonso.
Comentários: embora o INPE tenha um representante no grupo de trabalho do SGB, a informação que chegou ao conhecimento do Blog Panorama Espacial é que, de fato, sua função é meramente de observação, uma vez que o escopo do projeto já estaria definido. O não envolvimento (ou envolvimento inexpressivo) do INPE no SGB tem parcela de culpa do próprio Instituto, incapaz ou desinteressado em se alinhar com iniciativas que estavam sendo desenhadas em Brasília. Nos bastidores, comenta-se que um dos motivos que teriam levado à decisão de saída do Gilberto Câmara seria o enfraquecimento de suas relações com importantes "stakeholders" do Programa Espacial Brasileiro, inclusive Forças Armadas e indústria.
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