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As companhias europeias Airbus e Safran anunciaram hoje (16) a assinatura de um memorando de entendimentos prevendo a criação de uma joint-venture reunindo suas atividades em veículos lançadores. Neste contexto, os dois grupos concordaram em combinar numa nova empresa, cada qual com participação de 50%, suas respectivas tecnologias em lançadores (hoje na Airbus Defence and Space, anteriormente Astrium) e propulsão (SNECMA, unidade da Safran).
Conforme destacado em nota conjuntas, a "fusão" leva em conta iniciativas industriais em lançadores atualmente em andamento na Europa, como o desenvolvimento do Ariane 5 ME, uma evolução lógica do Ariane 5 baseada num estágio superior de maior capacidade equipado com o motor Vinci, e a definição da configuração do Ariane 6, que no futuro sucederá o Ariane 5 / 5 ME.
A primeira etapa da "união", prevista para ser concluída até o final deste ano, envolverá a constituição de uma empresa de programas conjuntos, na qual serão aportadas os contratos de programas civis e participações relevantes relacionadas ao segmento civil de cada um dos grupos. Subsequentemente, os ativos industriais em lançadores da Airbus e Safran serão contribuídos à nova empresa.
E a Avio?
A "fusão" da Airbus e Safran formalizará uma relação que já existe há décadas, iniciada com o bem sucedido programa Ariane. Será interessante acompanhar os eventuais desdobramentos deste processo de consolidação, em especial considerando as capacidades italianas nesta área, detidas pela Avio Space, prime contractor do foguete de médio porte Vega. A empresa italiana, controlada pelo grupo Finmeccanica e por uma firma de private equity, é frequentemente citada como estando à venda, com interessados como a Airbus e a Safran.
Reflexos no Brasil
A consolidação do segmento europeu de lançadores pode ter também algum reflexo nos futuros planos do Brasil em termos de acesso autônomo ao espaço. Ainda que em fase bem menos avançado que outras iniciativas espaciais (como o SGDC e o PESE, apenas para citar alguns), as intenções brasileiras nesse segmento são conhecidas e têm algumas ações discretas. Nos bastidores, empresas como a Avibras e a Odebrecht Defesa e Tecnologia são citadas como interessadas em assumir papéis relevantes em tais projetos, que necessariamente, por razões de natureza tecnológica, terão parceiros estrangeiros.
Dentro deste contexto, recomendamos também a leitura da nota "AEB, Airbus DS e Safran juntas em educação espacial", sobre um projeto de cooperação anunciado pela Agência Espacial Brasileira na semana passada.
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segunda-feira, 16 de junho de 2014
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